01 - Doutorado - Estudos da Linguagem

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    A variação linguística nos cursos de Letras-Libras da Região Sul do Brasil: percepções e reflexões
    (2024-03-27) Zappielo, Fabíola Grasiele; Almeida, Joyce Elaine de; Ribeiro, Daniela Prometi; Silva, Flávio Brandão; Aguilera, Vanderci de Andrade; Altino, Fabiane Cristina
    Com o objetivo de verificar se os cursos de Letras-Libras capacitam os estudantes para o exercício de sua função fundamentados nos princípios da Sociolinguística Educacional, esta tese, de caráter exploratório, traz discussões acerca da variação linguística da Libras, tendo em vista Surdos e ouvintes usuários dessa língua. Para cumprir com o objetivo, foram analisados os Projetos Políticos dos Cursos de Letras-Libras de três das universidades federais da Região Sul e, em seguida, questionários foram encaminhados para os docentes dessas universidades e para os alunos da UFSC. Ao final da pesquisa, identificamos que: (i) as três Universidades não abordam a variação linguística da Libras nos objetivos do curso expressos no PPC; (ii) apenas uma delas oferta uma disciplina que se dedica inteiramente ao tema pesquisado e (iii) nenhuma delas desenvolve projetos de pesquisa ou extensão sobre a Sociolinguística Educacional. Sobre os resultados obtidos mediante os Questionários aplicados aos professores, verificamos que esses docentes são comprometidos com o tema, abordando-o ao longo de outras discussões em sala de aula. Com os alunos, houve grande discussão sobre o tema durante a resposta dos questionários, muitos apresentando crenças linguísticas sobre a Libras e seus usuários, refletindo atitudes linguísticas em seus discursos.
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    Mediação e subjetividade: a autoficção de Bartolomeu Campos de Queirós como espelho do eu leitor
    (2024-02-26) Oliveira, Denise da Silva de; Lima, Sheila Oliveira; Oliveira, Marilu Martens; Panichi, Edina; Santana, Andréia da Cunha Malheiros; Oliveira, Vanderléia da Silva
    Conduzida no Programa de Pós-Graduação em Estudos da Linguagem da Universidade Estadual de Londrina, com ênfase em Linguagem e Educação, esta tese examina a leitura como uma atividade inerentemente subjetiva, ressaltando a importância de um ensino de leitura que valorize a individualidade do leitor. Focada nos alunos dos anos finais do Ensino Fundamental, a pesquisa procura entender como a singularidade leitora pode ser realçada nessa etapa educacional. O objetivo é explorar as interações a partir de conceitos de mediação literária sob o prisma da subjetividade leitora, a partir das obras de Bartolomeu Campos de Queirós – Ciganos, Indez, Ler, escrever e fazer conta de cabeça, O olho de vidro do meu avô, Por parte de pai e Vermelho amargo –, examinadas à luz da autoficção. A metodologia combina abordagens dedutivas e indutivas, facilitando a análise e interpretação dos dados ao longo da investigação. Inclui-se uma revisão bibliográfica sobre a escrita do eu e a fortuna crítica de Queirós, além de discutir teorias pertinentes ao ensino de leitura. A pesquisa detalha também a realização de uma oficina de leitura literária com alunos do 8º e 9º anos em uma escola estadual de Cornélio Procópio. Os resultados sugerem que uma mediação de leitura a qual implique mais efetivamente o leitor promove um envolvimento profundo no ato de ler, ampliando a autonomia leitora e o engajamento com os textos a partir de suas experiências pessoais e expectativas.
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    Letramentos acadêmico-científicos: movimentos pedagógicos, instrumentos mediadores e trajetórias histórico-culturais
    (2024-04-04) Drogui, Amábile Piacentine; Cristovão, Vera Lúcia Lopes; Ladino, Mónica Tapia; Kraemer, Márcia Adriana Dias; Zorzo-Veloso, Valdirene Filomena; Tonelli, Juliana Reichert Assunção
    Devido à sua complexidade, as atividades constitutivas do contexto acadêmico-científico tornam-se, em várias ocasiões, desmotivadoras para os(as) estudantes. Imersas em uma conjuntura educativa que apresenta demandas relacionadas aos letramentos acadêmicos, e preocupadas em dar nossa contribuição, propusemo-nos a realizar uma pesquisa intervencionista, com o objetivo de explicar movimentos pedagógicos e instrumentos mediadores que possam contribuir para a apropriação de propriedades constitutivas do agir acadêmico-científico. Fundamentamo-nos nos pressupostos teóricos do Interacionismo Sociodiscursivo (Bronckart, 2006, 2012, 2022), da perspectiva histórico-cultural (Vygotsky, 2000, 2007, 2015; Lantolf, 2000; Smagorinsky, 2012), dos Novos Estudos de Letramento (Lea; Street, 2014) e de vários(as) outros(as) pesquisadores(as) que nos antecedem na busca por respostas e caminhos para atender às demandas do contexto acadêmico-científico. Filiadas ao paradigma Teórico Crítico (Lincoln; Guba, 2006), geramos os dados em um curso de extensão destinado aos agires de pesquisa e à produção de gêneros textuais/multimodais acadêmico-científicos em língua espanhola, vinculado ao projeto Internacionalização em Atividades de Letramentos Acadêmicos (IALA), coordenado pela professora-pesquisadora, na Universidade Estadual do Paraná (Unespar). O curso contou com dezoito participantes, iniciantes em pesquisa, e com a presença de uma professora convidada, da Facultad de Lenguas da Universidad Nacional de Córdoba – Argentina, e de um professor convidado, do Curso Letras Espanhol da Unespar/Câmpus de Apucarana. As análises centram-se em transcrições de momentos de interação e em produções textuais/multimodais elaboradas, em língua espanhola, pelos(as) alunos(as) durante o curso supracitado. Os resultados apontam que: 1) movimentos pedagógicos fundamentados na abordagem histórico-cultural podem contribuir para que iniciantes em pesquisa se apropriem de propriedades constitutivas do contexto acadêmico-científicos; 2) a trajetória histórico-cultural de cada estudante incide sobre o modo como ele(a) internaliza as coordenadas formais coletivas do contexto acadêmico-científico e encontra o motivo para agir; 3) os modelos a serem “imitados” precisam ser adequados ao “nível de desenvolvimento” dos(as) estudantes; 4) falar sobre a pesquisa em andamento, em ambientes formais e informais, pode auxiliar na (re)formulação do pensamento e no desenvolvimento de capacidades para agir no contexto acadêmico-científico; 5) o meio acadêmico é marcado por instrumentos físicos e psicológicos que possibilitam, facilitam, orientam e medeiam as agires de pesquisa, de estudo e de disseminação dos resultados; 6) um curso de extensão pode contribuir na medida em que insere os(as) estudantes em práticas reais do contexto dos letramentos acadêmico-científicos e 7) a falta de um motivo/necessidade/sentido para agir incide sobre o comportamento do(a) aprendiz em relação à (não) apropriação dos conceitos teóricos e das propriedades coletivas indispensáveis parar tornar-se um(a) agente no contexto acadêmico-científico. Cientes de que as propriedades constitutivas dos diferentes campos de atividade humana não são estáticas, faz-se necessário seguir estudando os diferentes fenômenos que incidem sobre os processos de (não-) apropriação das capacidades para agir no contexto acadêmico-científico. A produção de conhecimento, via pesquisa científica, precisa fazer sentido para todos(as) os(as) envolvidos(as).
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    Feminismos e a formação de professoras de inglês com crianças: uma aposta epistemológica sobre o currículo emergente
    (2022-12-16) Costa, Mariana Furio da; Tonelli, Juliana Reichert Assunção; Duboc, Ana Paula; Moraes, Rita de Cássia Barbirato Thomaz de; Mateus, Elaine Fernandes; Gimenez, Telma Nunes
    A tese propõe investigar as praxiologias de formação de professoras para o ensino de língua inglesa com crianças (LICC) via pressupostos teórico-metodológicos da Análise Crítica do Discurso (ACD) (FAIRCLOUGH, 2016) e das teorias feministas subalternas (VERGÈS, 2020; CURIEL, 2020; LUGONES, 2008 entre outras). A investigação se localiza no paradigma qualitativo crítico (DENZIN et al., 2017; COHEN et al., 2007) e segue orientação anticolonial. Tento responder ao questionamento: “De que maneira se constitui currículo que emerge nas praxiologias de formação de professoras de LICC?” propondo dois objetivos: delinear o currículo que emerge nas praxiologias de formação; e analisar os sentidos de currículo que emergem. Por sua vez, para responder à segunda questão: “De que maneira(s) o currículo que emerge reage aos desafios contemporâneos da formação de professoras para o ensino LICC?”, mais dois objetivos são propostos: Identificar sentidos de currículo que se alinham ao sistema-mundo moderno/colonial de gênero e às características do heteropatriarcado que pré-estabelecem a performance de gênero de professoras de LICC; e identificar aquelas que contestam o sistema-mundo moderno/colonial de gênero e características do heteropatriarcado. Conceitos nos campos da Linguística Aplicada Crítica (MOITA-LOPES, 2006; SZUNDY; FABRÍCIO, 2019); da teoria pós-crítica de Currículo (SILVA, 2020; LANDULFO, 2022); e de correntes anticoloniais (RUFINO, 2019) também perspectivam o desenvolvimento das discussões propostas.
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    Ensino por meio do inglês (EMI) pela perspectiva de inglês como língua franca (ILF): um estudo sobre possibilidades para o desenvolvimento profissional de docentes de pós-graduação stricto sensu da UEL
    (2023-04-10) Marson, Marilice Zavagli; Gimenez, Telma Nunes; Sarmento, Simone; Calvo, Luciana Cabrini Simões; Furtoso, Viviane Bagio; El Kadri, Michele Salles
    Esta pesquisa objetiva investigar possibilidades da perspectiva de inglês como lingua franca (ILF) para o desenvolvimento profissional de docentes atuantes na pós-graduação stricto sensu de uma universidade estadual pública, visando ao Ensino por Meio do Inglês (EMI). Os objetivos específicos são: 1) Identificar o papel do inglês nas atividades acadêmicas dos docentes; 2) Verificar se as crenças e ideologias linguísticas dos participantes se aproximam ou se distanciam da perspectiva ILF; 3) Compreender como os docentes se autoavaliam quanto ao inglês com referência a suas experiências de uso e de aprendizagem; 4) Investigar os requisitos apontados pelos participantes como necessários à implementação do EMI na instituição pesquisada; 5) Propor requisitos para desenho de cursos de formação docente para EMI, pela perspectiva de ILF, com foco na reconstrução do conhecimento pedagógico de conteúdo. O motivo pelo foco nesses docentes da instituição é pela maior ocorrência de EMI na pós-graduação stricto sensu (BRITISH COUNCIL; FAUBAI, 2019). A crescente expansão de EMI na literatura se destaca pela visão do campo como estratégia para internacionalização, fundamentado pelo discurso de predominância do inglês na academia. Isso evidencia a necessidade de ressignificação da área, atribuindo diferentes entendimentos e possibilidades, a começar pela formação docente para esse propósito, no qual os profissionais operam segundo suas experiências e convicções, e não a partir de uma formação pedagógica específica. Assim, esta pesquisa instiga debates e questionamentos a esse respeito, com base na lacuna de pesquisa, que se fundamenta pelo EMI concebido como estratégia para internacionalização, levando em conta o pressuposto de importância do inglês na academia, e os efeitos provocados na atuação docente na pós-graduação, o que pode demandar a reconstrução de visões sobre conhecimento pedagógico de conteúdo nesse âmbito. Para isso, faz-se importante a investigação dessa iniciativa por meio da perspectiva de ILF, considerando a abertura no contexto investigado para uma possível contribuição crítica. Assim, este estudo faz uma ponte entre ILF e a concepção de internacionalização crítica, pela influência da internacionalização em EMI e os discursos que permeiam esse processo. As escolhas metodológicas ancoram-se em base qualitativa-interpretativista, por análise de conteúdo como procedimento analítico. O contexto pesquisado é a Universidade Estadual de Londrina (UEL), onde os dados foram coletados por meio de questionário e entrevista semiestruturada com docentes de programas de pós-graduação stricto sensu, além de revisão de literatura e da contextualização de documentos da CAPES e da instituição. Os resultados deste estudo sinalizam a possibilidade de capacitação dos docentes da instituição na perspectiva de ILF, considerando que, em todas as áreas acessadas (Educação Física e Esporte, Exatas, Letras e Ciências Humanas, Tecnologia e Urbanismo, Biológicas, Educação, Comunicação e Artes, Agrárias e Saúde), há visíveis espaços a ser trabalhados e ressignificados por meio dessa visão, de modo a abrir novos caminhos para a prática de docência desses profissionais não somente em EMI, mas em sua atuação como um todo.
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    Variación lingüística del Español en la formación docente: crenças de professores universitários
    (2023-04-21) Mantoani, Vanessa Cruz; Almeida, Joyce Elaine de; Fernández, Francisco Moreno; Zorzo-Veloso, Valdirene; Altino, Fabiane; Ferreira, Cláudia Cristina
    A formação de professores é o momento em que os discentes têm contato com diversos conhecimentos que constituirão sua prática docente e sua identidade profissional. É preciso compreender e praticar uma formação que envolva mais do que aspectos linguísticos e literários, abarcando aspectos sociais e culturais que motivem os estudantes a compreenderem as sociedades da língua de estudo e seu próprio entorno social. A presente tese tem como objetivo analisar a abordagem da variação linguística do Espanhol na formação de professores do Estado do Paraná em contraste com universidades de outros países, tendo em vista a carência de estudos no Brasil relacionados a este tema e às crenças que permeiam sua abordagem nas instituições de ensino. Para o suporte teórico, em um primeiro momento, abordamos conceitos relacionados à variação linguística, conforme Camacho (1988), Moreno Fernández (2007, 2014, 2018) e Silva (2021), bem como discutimos questões históricas sobre a existência de uma variedade “padrão” no ensino de Língua Espanhola de acordo com Andión Herrero (2008), Torres Torres (2013) e Santos, A. (2019). Num segundo momento, utilizamos os estudos de Bortoni-Ricardo (2005) e Faraco (2008) referentes à Sociolinguística Educacional e à Pedagogia da Variação Linguística, além de apresentar definições sobre preconceito, crenças e atitudes linguísticas, com base em Lambert e Lambert (1975), Cyranka (2014) e Bagno (2015). Para a coleta e análise de dados, elaboramos um questionário e o aplicamos a professores de Língua Espanhola de universidades públicas do Paraná e de países como a Argentina, Espanha e Uruguai que possuem o Espanhol como idioma oficial, a fim de compreender a opinião desses profissionais sobre a abordagem da variação do idioma. Apesar das dificuldades encontradas no percurso da pesquisa, como a falta de acesso à matriz curricular de alguns cursos de graduação, os contatos de professores disponibilizados publicamente e a falta de participação de professores, principalmente de universidades brasileiras, de acordo com os dados obtidos, observamos questionamentos de alguns participantes sobre qual variedade do Espanhol poderia ser definida como “padrão” e constatamos que os participantes deste estudo acreditam na existência de um “padrão” conforme a região em que a língua é falada. Outro dado relevante é o fato de, na maioria das respostas, os professores terem defendido a abordagem do conteúdo “variação linguística” no decorrer de toda a formação docente, ideia defendida nesta tese. Novos estudos que analisem as matrizes curriculares ou contrastem respostas de professores de universidades do Paraná com estados de outras regiões do Brasil, por exemplo, poderiam ampliar a amostra brasileira sobre o conteúdo analisado, além de possibilitar um mapeamento de sua presença nos cursos de formação de professores de Espanhol no país. Assim, esta pesquisa compreende que o diálogo com o foco na reflexão pode contribuir para avanços significativos nesta área de estudo, visto que favorece a tomada de consciência e respeito sobre as variedades linguísticas e, consequentemente, pode descontruir conceitos pré-formados, como as crenças linguísticas, pois a “variação linguística” se configura num conteúdo inerente à língua e permeia o processo de ensino e aprendizagem, (in)diretamente.
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    Pichação e desobediência: contravenção e/ou ato revolucionário?
    (2023-03-23) Bernardino, Ana Carolina; Machado, Rosemeri Passos Baltazar; Cordeiro, Isabel Cristina; Oliveira, Lolyane Cristina Guerreiro de; Garcia, Dantielli Assumpção; Costa, Greciely Cristina da
    Esta tese tem por objetivo, a partir do discurso urbano, mais especificamente, das pichações, analisar os aspectos ideológicos, bem como as condições de produção, nas relações das cenas enunciativas, seguindo a perspectiva teórica da Análise de Discurso, de linha francesa (AD), com a finalidade de estudar os diversos efeitos de sentidos que podem ser apreendidos desses discursos e, também, analisar o funcionamento da pichação como um gênero discursivo, uma vez que possibilita gestos de leitura e, ao mesmo tempo, destaca a polêmica, principalmente no que tange à temática social. De acordo com Orlandi (2015), os sentidos são os mais variados, porque cada sujeito estabelece uma relação diferente com esse gênero e, consequentemente, com a própria sociedade. Para que as palavras tenham sentidos, é necessário que elas façam sentido, que o sujeito possa compreender, a partir de suas condições, o efeito de cada discurso. Selecionamos quatro pichações, de diferentes localidades, como córpus para esta análise, no intuito de evidenciar que os sentidos não são fixos, mas moventes, encaminhando as reflexões no sentido de pensar a pichação como uma manifestação revolucionária, de contradizer para alguns, mas que se relaciona com a contravenção, principalmente pela forma de manifestação e/ou circulação. Apresentamos, ao final, os efeitos de sentido produzidos pelas pichações, ressaltando os atravessamentos ideológicos que esse gênero discursivo carrega. Constatamos que os sentidos podem sempre ser um ou outro, e não há apenas um efeito possível, mas vários. Detectamos, ao longo das análises, que as condições de produção são fundamentais para a construção do significado a ser apreendido pelo sujeito, bem como a relação entre língua e história, pois sem o interdiscurso, muitos efeitos ficam à deriva. Portanto, as palavras só adquirem determinado sentido não somente por suas condições de produção, mas também por silenciamentos e abafamentos, ou seja, os sujeitos estão resistindo, estão lutando e estão buscando despertar reflexões sociais.
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    Ações de políticas linguísticas no processo de internacionalização do ensino superior: o caso do IsF na UEL
    (2022-04-07) Paiva, Marluce Fagotti de; Furtoso, Viviane Aparecida Bagio; Lima, Denise de Paula Martins de Abreu e; El Kadri, Michele Salles; Alves, Rosângela Aparecida; Cristovão, Vera Lúcia Lopes
    Estudos sobre internacionalização têm se intensificado no Brasil a partir do surgimento de programas que fomentaram a mobilidade acadêmica no país a partir de 2012. Com base no entendimento de que a internacionalização promove cooperação e solidariedade entre nações, melhorando a qualidade e relevância da educação superior contribuindo para o avanço de pesquisas em âmbitos internacionais (KNIGHT, 2008), diversos estudos tiveram como tema ações oriundas desses programas com vistas à internacionalização (PASSONI, 20018; MOLINARI, 2020; AMORIM, 2020; CHAGAS, 2021). Este estudo soma-se a outros estudos que se debruçam sobre a internacionalização e programas que promovam política linguística nas Instituições de Ensino Superior (IES), analisando especificamente a implementação do Programa Idiomas sem Fronteiras (IsF) na Universidade Estadual de Londrina (UEL) durante os vinte meses de atuação, caracterizando-se como estudo de caso. Fundamentada pelo referencial teórico de internacionalização propostos por Hudzik (2011), Sarmento, Abreu-e-Lima e Moraes Filho (2016); Altbach e Knight (2007) e Finardi (2016) e de políticas públicas e linguística por Lasswell (1950), Lindblom (1980), Ball (2006) e Weber (2016), esta pesquisa teve como objetivo principal investigar a implementação e a gestão do programa IsF na UEL com vistas a identificar as etapas necessárias para a implementação e a gestão de programas que promovam política linguística para a internacionalização do Ensino Superior nas IES brasileiras. Conduzida como estudo de caso (GIL, 2008; COHEN; MANION; MORISON, 2018), de caráter qualitativo e de pesquisa documental, esta investigação foi guiada por dois objetivos secundários: 1) analisar a implementação do programa IsF em uma universidade brasileira à luz dos documentos oficiais da IES e do programa IsF; e 2) discutir e analisar as etapas de implementação do IsF de forma a auxiliar futuros gestores de programas no suporte à internacionalização do Ensino superior nas IES brasileiras. Como subsídios para a realização deste estudo, foram coletados dados a partir dos documentos oficiais da referida instituição e do programa IsF. Os dados foram tratados pelos procedimentos metodológicos da Análise de Conteúdo de Bardin (2006) e da Análise Comparativa de Given (2008), que possibilitaram a divisão de cinco eixos basilares de programa que promovem política linguística em IES, sendo três desses eixos, foco desta tese: 1) a articulação com os centros do línguas das IES; 2) a ausência de uma política linguística e; 3) os agentes da internacionalização. Após separados os dados pela categorização das unidades de contexto seguindo as etapas sugeridas por Bardin (2006) de pré-análise, exploração do material e tratamentos dos resultados obtidos e interpretação dos dados, defendo a tese de que um programa que promove política linguística em IES será profícuo e cumprirá os objetivos propostos se houver um centro de línguas articulado com os propósitos de internacionalização apto a agregar em suas funções os propósitos desses programas; se houver uma política linguística institucional atuante agindo transversalmente na IES gerando dados e mapeamento que conduzam as ações de internacionalização na instituição e uma equipe de agentes da internacionalização atuando pontualmente no mapeamento fornecido pela política linguística por meio de uma divulgação influente e ininterrupta de modo a fortalecer a cultura da internacionalização no campus.
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    A pedagogia dos multiletramentos nas veredas da formação inicial em letras
    (2023-02-28) Lopes, Andressa Aparecida; Ruiz, Eliana Maria Severino Donaio; Fernandes, Alessandra Coutinho; Silveira, Ana Paula Pinheiro da; Santana, Andreia da Cunha Malheiros; Cristóvão, Vera Lúcia Lopes
    Este trabalho qualitativo, de caráter descritivo-interpretativo e documental, objetiva refletir se e como a Pedagogia dos Multiletramentos é abordada na formação inicial em Letras e como isso reflete na fala dos professores e na orientação do Estágio Supervisionado obrigatório, a fim de preparar o futuro professor da Educação Básica. No que diz respeito ao percurso metodológico, são mobilizados os princípios da Análise de Conteúdo. Para tanto, investigam-se cursos de Letras de sete das principais universidades públicas paranaenses, por meio dos seguintes instrumentos: documentos institucionais dos cursos (Projetos Pedagógicos e Manuais de Estágio) e entrevistas semiestruturadas realizadas com docentes das instituições coparticipantes, observando como a Pedagogia dos Multiletramentos ecoa na formação inicial em Letras, analisando se os conceitos relativos a essa pedagogia contemplam a multiplicidade proposta – cultural e multimodal – e identificando como a sua representação e a sua abordagem interferem nas orientações e percepções sobre o tema no Estágio Supervisionado. No que tange aos fundamentos teóricos, a pesquisa alicerça-se na concepção dialógico-interacionista de Bakhtin (2009) e de seu Círculo, e na Pedagogia dos Multiletramentos (GNL, 1996). Nessa perspectiva, o estudo em tela observa que o desenvolvimento de uma Pedagogia dos Multiletramentos depende de fatores basilares na formação inicial: compreensão do conceito e da proposta da Pedagogia dos Multiletramentos pelos docentes e discentes da universidade; inclusão de disciplinas específicas de multiletramentos; leitura crítica dos documentos oficiais que norteiam a Educação Básica; e formação individual dos docentes que integram o curso. Dessa forma, entende-se que esse percurso pode levar os discentes à apropriação da Pedagogia dos Multiletramentos e a situarem essa vivência nas práticas de Estágio Supervisionado, concretizando, assim, a relação efetiva da teoria e da prática.
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    Discurso parodístico: a materialidade discursiva de um gênero de humor
    (2007-09-21) Machado, Rosemeri Passos Baltazar; Galembeck, Paulo de Tarso; Cintra, Anna Maria Marques; Pereira, Rony Farto; Oliveira, Esther Gomes de; Moreira, Vladimir; Mello, Luiz Carlos Migliozzi Ferreira de
    Ao se pensar no processo de elaboração do discurso, e na sua definição e classificação, surgem os questionamentos. Com relação ao humor (em específico ao discurso parodístico), os problemas não são muito diferentes. Não é de hoje que se percebe um crescente interesse em se trabalhar com o gênero humorístico, principalmente no que diz respeito ao processo pedagógico, especificamente ao ensino-aprendizagem de Língua Portuguesa. Por meio do respaldo teórico de áreas como a Lingüística Textual, a Semiótica e a Análise do Discurso (sendo as duas últimas de linha francesa), buscar-se-ão, nesse trabalho, aspectos que auxiliem a descrição da organização, estrutura e funcionalidade do gênero parodístico. Em referência à primeira teoria citada, a Lingüística Textual, deve-se salientar que, ao trabalhar com o discurso, não se pode esquecer do nível textual, por isso a importância dos conhecimentos não só durante a elaboração como também no momento da recepção dos textos. Já a Semiótica, por se tratar de uma disciplina imanente, auxiliará os estudos referentes à organização e à estrutura da paródia e, a partir da análise discursiva, contribuirá no que diz respeito à caracterização desse gênero, principalmente no que tange os aspectos da ruptura e da continuidade. Finalmente, a A.D., pois a partir do momento em que qualquer unidade textual permita formular hipóteses consistentes sobre o que foi enunciado, poderá ser analisada segundo os princípios teóricos dessa disciplina. Como se pode notar, mais do que um meio, a linguagem é vista e tratada como um processo comunicativo e de interação, em que os aspectos histórico, social e cultural devem ser levados em consideração. Todo esse trabalho de caracterização do gênero parodístico é feito com base em produções paródicas, corpus organizado e montado durante aulas de Língua Portuguesa para acadêmicos do Curso de Letras, tanto de instituição pública como privada. As análises feitas com base nesse corpus demonstraram que, além do processo enunciativo de exclusão, detectado por meio de princípios pragmáticos, os aspectos caracterizadores mais importantes ao definir o gênero parodístico são a ruptura e a continuidade.
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    Ética docente: encarando possibilidades de violência e de humanidade com vistas a uma educação linguística
    (2022-11-04) Egido, Alex Alves; Furtoso, Viviane Bagio; De Costa, Peter; Jordão, Clarissa Menezes; Barros, Sandro; Chimentão, Lilian Kemmer; Cristovão, Vera Lúcia Lopes; Novelli, Josimayre
    As ações humanas e, em específico, as profissionais, são orientadas e cotidianamente moldadas por princípios, dentre eles o ético. Nas possibilidades de educação linguística, destacam-se aquelas de orientação neoliberal, outramente e decolonial. Cada uma delas tem sido discutida a partir de conceitos de língua, propósito, modo, relações e ética. Este estudo doutoral, de natureza qualitativa, ontologia e epistemologia construcionista social e ética emancipatória, justifica-se pela necessidade profissional de reconhecimento e valorização dos princípios éticos que educadoras de línguas implementam diariamente em seus contextos; pela possibilidade de construir um entendimento colaborativo a respeito da ética docente e pelo interesse pessoal do pesquisador na valorização das relações humanas. O objetivo geral foi conhecer as experiências de vida das agentes da pesquisa, a fim de compreender os princípios éticos que elas consideram caros à educação linguística. A fim de alcançá-lo, os objetivos específicos foram (i) conhecer as experiências de vida que as agentes da pesquisa relatam influenciar nas suas proposições de ética na educação linguística, (ii) conhecer os arranjos entre as proposições de componentes éticos elaborados pelas agentes da pesquisa e (iii) conhecer as relações entre as experiências de vida das agentes e as proposições de componentes éticos. Paralelamente, buscou-se responder as seguintes perguntas de pesquisa: Quais experiências de vida as agentes da pesquisa relatam influenciar nas suas proposições de ética na educação linguística?, Quais os arranjos entre as proposições de componentes éticos elaborados pelas agentes da pesquisa?, e Quais as relações entre as experiências de vida das agentes e as proposições de componentes éticos? O material empírico foi construído durante 11 oficinas, conduzidas em três instituições públicas paranaenses de ensino superior, com a participação de 144 agentes da pesquisa, das quais seis eram educadoras de educadoras e 138 educadoras de línguas. A partir da metodologia da Análise Paradigmática e Sintagmática, foi possível concluir que suas experiências evidenciam formas horizontais e verticais de interação entre educadoras e alunas, as quais são influenciadas por terceiros, pelo contexto e pelas condições. Independentemente de como as educadoras escolhem se relacionar com suas alunas, sempre há algum nível de envolvimento. Em contextos de educação linguística, esse envolvimento é necessário, urgente e imperativo. Assim, enuncia-se a seguinte tese: Experiências que nascem mas extrapolam contextos educacionais impactam e justificam diferentes perspectivas éticas que educadoras de línguas tanto vivem em suas práticas profissionais cotidianas quanto entendem serem caras a um possível documento escrito que oriente a profissão docente de línguas. Os componentes éticos que entendem serem caros à profissão dizem respeito aos âmbitos do ser, do saber e do poder, que coexistem e carregam traços tanto coloniais quanto decoloniais quando observadas as proposições de proibições, deveres e direitos, tal como elaboradas pelas agentes da pesquisa.
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    (Re)construindo vínculo estudante & escola: projeto de letramento “Por trás das nossas faces” sobre memórias da pandemia de Covid-19
    (2023-05-04) Silva, Ana Paula da; Almeida, Ana Lúcia de Campos; Pietri, Émerson de; Rodrigues, Flávio Luis Freire; Santana, Andréia da Cunha Malheiros; Ruiz, Eliana Maria Severino Donaio
    Em face das implicações da Pandemia de Covid-19 na organização escolar e na vida dos educandos e tendo em vista a importância da escrita nas relações sociais, assim como seu destaque no ensino de língua materna, este trabalho objetivou analisar os efeitos da implementação de uma proposta pedagógica centrada na produção de textos escritos e fundamentada na concepção de projetos de letramento (TINOCO, 2008). A partir da investigação das inter-relações entre as práticas letradas dos educandos e o letramento escolar, este projeto considerou desde a contextualização da crise sanitária, como proposição temática, passando pelos processos de produção textual até a publicação desses textos em um livro de memórias da pandemia. Submetido às condições impostas pela crise pandêmica no funcionamento escolar, este projeto desenvolveu-se inicialmente no sistema emergencial de aulas remotas síncronas, em seguida no sistema híbrido e posteriormente no modo presencial, com uma turma do ensino fundamental de escola pública de Londrina — PR. Sob a perspectiva dos Novos Estudos do Letramento (STREET, 2014), do Sociointeracionismo dialógico da linguagem (BAKHTIN, 2000) e de uma educação libertadora (FREIRE, 2018), a proposta deste trabalho utilizou a pesquisa-ação como metodologia pelo interesse da relação entre letramentos locais e escolar para o desenvolvimento de um processo de ensino-aprendizagem compatível com as práticas sociais por se considerar que a educação escolar crítica deve promover a ampliação do conhecimento e de suas formas de acesso, garantindo aos educandos espaços educacionais em que possam posicionar-se diante de valores e desafios de questões atuais na busca por transformações sociais humanizadoras. Para o desenvolvimento desta pesquisa-ação, utilizaram-se questionários e entrevistas para conhecer as histórias de letramento dos participantes, de sua constituição familiar, da relação com a leitura e escrita e dos impactos da pandemia em sua vida, bem como a descrição e análise das aulas do projeto de letramento em condições singulares de funcionamento escolar como forma também de registro histórico deste período. Como resultado desta implementação, houve a análise das memórias literárias produzidas pelos educandos, evidenciando a relevância das condições de produção desses textos escolares e os efeitos de tais condições na materialidade linguística dos mesmos, seja na recorrência temática ou no trabalho específico com a linguagem. Compreende-se, assim, que a importância deste trabalho está relacionado à defesa de que práticas escolares significativas que intrinsecamente relacionem e legitimem as experiências dos educandos aos conhecimentos desenvolvidos no campo escolar contribuem para que eles possam posicionar-se enunciativa e identitariamente, constituindo-se como autores, assim como para o resgate do vínculo entre estudantes e a escola, havendo, dessa forma, o fortalecimento do letramento escolar.
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    Identidades raciais e profissionais de professoras/es de línguas: representação, (re)construção e educação antirracista
    (2023-03-30) Santos, Cecília Gusson; El Kadri, Michele Salles; Ferreira, Aparecida de Jesus; Vale, Rosiney Lopes do; Ferreira, Cláudia Cristina; Megale, Antonieta Hayden
    Esta tese situa-se na área da Linguística Aplicada, no campo da formação de professoras/es para a Educação Antirracista. Com foco nas identidades raciais de professoras/es de línguas, foram investigadas narrativas autobiográficas de professoras/es de quatro regiões brasileiras, no período de junho a novembro de 2021, durante um curso de formação para a Educação Antirracista. O objetivo geral da investigação é compreender quais identidades raciais podem ser construídas e/ou indicar movimentos de reconstrução por meio de espaços de formação docente voltados para a Educação Antirracista. Em sua natureza qualitativa crítica (DENZIN, 2018), construída a partir dos pressupostos da Pesquisa Narrativa (CLANDININ; CONNELY, 2011), o interesse principal é nas identidades raciais e profissionais, por isso, o corpus de pesquisa foi constituído pelas narrativas autobiográficas. Elas foram analisadas pelas lentes teórico-metodológicas da Raciolinguística (ALIM; ROCKFORD; BALL, 2016; ROSA; FLORES, 2017), dos Estudos Críticos do Discurso (ECD) (VAN DIJK, 1992; 2012; 2018), da Teoria Racial Crítica (LADSON-BILLINGS; TATE, 1995), do Letramento Racial Crítico (FERREIRA, 2014a; 2015b) e da Abordagem de Atores Sociais (VAN LEEUWEN, 2008). Os resultados demonstraram que as identidades raciais docentes são fortemente atravessadas pelas ideologias da branquitude e raciolinguísticas, principalmente o color blindness (ALIM, 2016a; LADSON-BILLINGS, 1998) e mito da democracia racial (FERNANDES, 1960; GOMES, 2005; NASCIMENTO, 2016), embora as da negritude apresentem maiores indícios de Letramento Racial Crítico. Com relação às representações, professoras/es de línguas representam-se como mal preparadas/os para lidar com as relações étnico-raciais na escola, devido à falta de espaços de formação e representam os discursos do contexto escolar (práticas discursivas, práticas escolares eurocentradas, materiais didáticos e documentos curriculares oficiais) como reprodutores do racismo estrutural em função, principalmente, da falta de representatividade e da estereotipia na representação de pessoas não-brancas, da maneira superficial como as relações raciais são tratadas, da invisibilização de pessoas negras e da negação do racismo. Os efeitos dessas representações repercutem no processo de construção da identidade racial negra, que é apagada ou marginalizada sendo construída pelo viés da branquitude, o que pode comprometer a Educação Antirracista nesse contexto. Em contrapartida, a Educação Antirracista é representada como fundamental e urgente e o curso realizado possibilitou mudança nas representações das/os docentes que apontaram para a reconstrução de identidades raciais e profissionais mais comprometidas com o repensar crítico e antirracista do ensino de línguas. Isso pode possibilitar o repensar pedagógico para a (trans)formação de professoras/es, almejando a reconstrução de práticas e epistemologias mais pautadas pela equidade e pela justiça social.
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    Sentidos da avaliação no ensino-aprendizagem de línguas em contexto de ensino remoto emergencial
    (2023-11-14) Saito, Leila Miyuki; Furtoso, Viviane Aparecida Bagio; Novelli, Josimayre; Moraes, Dirce Aparecida Foletto de; Tonelli, Juliana Reichert Assuncao; Ferreira, Claudia Cristina
    O ensino remoto emergencial (ERE), adotado em 2020 por ocasião da pandemia do novo coronavírus, levou à generalização do uso de tecnologias digitais de informação e comunicação (TDIC) em práticas pedagógicas. Nesse contexto, o ato de avaliar esbarrou em dificuldades e desafios que, embora pareçam novidade inerente ao ERE, já constituíam objeto de estudos há tempos. A lacuna em que esta pesquisa se insere e se justifica refere-se ao impacto – efeito retroativo – sobre as práticas avaliativas ocorridas no período. Em vista dos questionamentos: 1. Em que aspecto(s) o uso de TDIC impactou as práticas avaliativas em contexto de ensino de línguas durante o ERE? e 2. Em que medida o(s) impacto(s) da transição do ensino presencial para o ERE redirecionou(aram) - ainda que de modo forçado e não sistematizado - o(s) sentido(s) atribuído(s) às práticas avaliativas?, este estudo objetiva investigar e compreender, a partir de relatos de professores de línguas da região metropolitana de Londrina-PR (RML), formas pelas quais a adoção do ERE, mediadas pelo uso das TDIC, impactaram o(s) sentido(s) atribuído(s) a práticas avaliativas ocorridas no período. Os objetivos específicos foram verificar o(s) possível(is) impacto(s) (efeito retroativo) da/na avaliação em decorrência do uso de TDIC durante o ERE, e interpretar o(s) possível(is) redirecionamento(s) no(s) sentido(s) atribuído(s) à avaliação. Vinculado ao Eixo Educação do Projeto Covid-19: Experiências e Relatos (PC-19: ER), trata-se de um estudo de caso de natureza qualitativa, cuja epistemologia mista aproxima os paradigmas interpretativista e construcionista-social. Entre os procedimentos metodológicos foram empregados: Análise de Conteúdo (AC) de Bardin (2016) para as informações geradas por meio de entrevistas e de rodas de conversa, e processos de intersubjetivação, por meio de triangulação por instrumentos humanos (REIS, 2008) e retorno aos participantes. Os resultados deste estudo apontam que o uso das TDIC exerceu impactos sobre participantes, processo e produto (HUGHES, 1993), permitindo entrever um movimento de redimensionamento nos sentidos atribuídos à prática avaliativa, assinalando possibilidades de quebra na cultura de avaliar centrada na tradição puramente classificatória e reunindo elementos que podem ser úteis para a construção de uma nova cultura de aprendizagem-avaliação-ensino para/na cibercultura. Diante do exposto, a tese defendida é de que o ERE demandou, ainda que de modo forçado e não sistematizado, espaço de reflexão e de redirecionamento de sentidos atribuídos a práticas avaliativas no ensino-aprendizagem de línguas, de forma que se praticasse uma avaliação mais próxima de propósitos formativos e humanizadores.
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    Variação linguística e literatura: abordagem sociolinguística de três romances de Rachel de Queiroz
    (2023-08-30) Rodrigues, João Carlos Domingues dos Santos; Baronas, Joyce Elaine de Almeida; Silva, Flávio Brandão; Alves, Regina Célia dos Santos; Santos, Adilson dos
    Toda ação linguística, enquanto “uma forma de comportamento social” (LABOV, 2008, p.215), manifesta-se por uma rica diversidade de gêneros discursivos, e dentre eles, o romance ocupa uma posição de destaque não apenas por recriar a realidade, mas por carregar o potencial de diálogo com outros gêneros, quer no âmbito da oralidade quer no âmbito da escrita (BAKHTIN, 1997). Na história do Português Brasileiro vários foram os autores, linguistas e literatos, que buscaram a consolidação e valorização de uma língua com feições verdadeiramente nacionais, capaz de representar nossa própria heterogeneidade cultural e geográfica, e neste percurso os modernistas, em especial os da segunda geração, por meio de seus romances, promoveram um movimento de valorização da ‘cor local’. Tendo estes dados como premissas, nasceu-nos uma inquietação acerca de como seria possível e viável um estudo da Língua Portuguesa do Brasil em obras literárias modernistas, tendo a Variedade Regional Nordestina como objeto de análise. Nossa hipótese foi a de que não apenas seria possível como também viável, uma vez que constatamos outros trabalhos que procuraram aproximar Linguística e Literatura, todavia, com uma perspectiva restrita ao léxico; nosso diferencial, assegurando essa possibilidade e viabilidade do estudo, está no emprego de pressupostos da Sociolinguística e na utilização dos continua de Bortoni-Ricardo e do continuum de Marcuschi, como instrumentos de análise, olhando sempre para a produção ficcional daquela que é considerada uma das maiores modernistas, a primeira mulher da Academia Brasileira de Letras, a cearense Rachel de Queiroz, especificamente para o modo como ela valeu-se da Variedade Regional do Nordeste na confecção das obras: O Quinze, As Três Marias e Memorial Maria Moura. Esta nossa tese doutoral, buscou, assim, evidenciar os pontos de contato e a viabilidade deste estudo, através da análise linguística em quatro capítulos, demonstrando a forma como Rachel de Queiroz empreende “uma linguagem coloquial, sem enfeites. [...]. Forj[ando] uma linguagem que tira de seu pedestal o velho narrador dos romances de seca” (BUENO, 2006, p.112.155). Nossa expectativa é de que os resultados por nós obtidos não se restrinjam a este trabalho, mas que possam, evidenciada sua viabilidade, oferecer um contributo capaz de mostrar a aproximação fecunda entre Sociolinguística e Literatura, e motivar a sua adoção como expediente útil para a abordagem variacionista da Língua Portuguesa, superando preconceitos e estereótipos que ainda encontramos entre os falantes de nossa língua.
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    A promoção do letramento em avaliação para a práxis de formadoras de professores/as de inglês: implicações para a formação inicial e continuada
    (2023-05-08) Moraes, Isadora Teixeira; Furtoso, Viviane Aparecida Bagio; Consolo, Douglas Altamiro; Almeida, Vanessa Borges de; Tonelli, Juliana Reichert Assunção; Cristovão, Vera Lucia Lopes
    Nos documentos oficiais que orientam o ensino no Brasil, o objetivo primeiro da avaliação é promover a aprendizagem (BRASIL, 2018; 2019; SILVA; FURTOSO, 2017). No entanto, o que se percebe na prática é uma avaliação de caráter quase que exclusivamente somativo, e usada como uma ferramenta de controle, poder e punição (SCARAMUCCI, 2006). Este contraste é tanto uma representação quanto uma consequência da falta de espaço para a avaliação em cursos de formação de professores de línguas (QUEVEDO-CAMARGO, 2020), uma questão também identificada em outros contextos (FULCHER, 2012). Essa lacuna na formação de professores evidencia a necessidade de promover o letramento em avaliação em contexto de línguas (LAL) desses profissionais. O LAL se refere aos conhecimentos, habilidades e princípios necessários para que práticas avaliativas bem embasadas sejam realizadas (GIRALDO; 2018; 2020; INBAR-LOURIE, 2008a). Considerando a lacuna identificada, o principal objetivo desta tese foi identificar o LAL de formadoras de professores de inglês, buscando implicações positivas na práxis (FREIRE, 2014) e nos contextos dessas formadoras. Os objetivos específicos versaram sobre os componentes do LAL norteadores da práxis das formadoras, o potencial de ações para a promoção do LAL, e as implicações dessa promoção. Para isso, adotou-se uma metodologia qualitativa crítica caracterizada como estudo de caso (COHEN; MANION; MORRISON, 2018). As participantes foram 15 professoras formadoras de sete universidades públicas do estado do Paraná que participaram de uma oficina online em avaliação, com duração de 20 horas, planejada com base em suas necessidades. Os instrumentos de geração de dados foram a) gravações transcritas da oficina; b) artefatos de aprendizagem; e c) questionários. Os dados passaram por um processo de análise de conteúdo (BARDIN, 2016; SALDAÑA, 2013) parcialmente facilitado pelo software Atlas.ti. As categorias de análise foram as tendências observadas na literatura, bem como aquelas originadas pelos dados. Os resultados apontam que, de forma geral, os três componentes do LAL se mostram presentes nos documentos norteadores dos contextos, mas, na práxis das formadoras, os conhecimentos e as habilidades se destacam, enquanto os princípios ficam em segundo plano, o que representa uma tendência já identificada na literatura (DAVIES, 2008). As ações da oficina que mais promoveram o LAL das formadoras foram as que fomentaram a colaboração entre as participantes, que culminou no estabelecimento de uma comunidade de prática (WENGER, 1998), e aquelas que promoveram seus conhecimentos em LAL, o que difere da literatura com professores em formação (GIRALDO; MURCIA, 2019). As implicações reportadas mais recorrentes da promoção do LAL foram a ampliação de conhecimentos e princípios. Ademais, algumas formadoras relataram ações no sentido de promover o LAL de outros protagonistas, como seus alunos ou colegas. Assim, advogamos a favor de mais iniciativas para o desenvolvimento colaborativo e situado do LAL de professoras formadoras. Essa promoção pode ter um efeito cascata em outros protagonistas, além de ser essencial para que mudanças em concepções e práticas ocorram, com vistas a um processo avaliativo mais coerente, bem fundamentado, justo e orientado para a aprendizagem na formação inicial e continuada de professores/as de línguas no Brasil.
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    Variação lexical em itens da vida urbana nos dados do Projeto do Atlas Linguístico do Brasil
    (2023-04-27) Martins, Mariana Spagnolo; Aguilera, Vanderci de Andrade; Altino, Fabiane Cristina; Mota, Jacyra Andrade; Romano, Valter Pereira; Silva, Greize Alves da
    O interesse em conhecer as variedades linguísticas do português brasileiro sempre esteve no imaginário de seus usuários, estudiosos da linguagem ou não, e podemos observar isso no dia a dia, por meio de séries, de livros literários e de conversas esporádicas, em que o “falar diferente” chama a atenção em práticas simples de oralidade. Artisticamente, essas diferenças de falares podem ser representadas em variadas situações, com destaque às distinções culturais e regionais de seus personagens. No meio acadêmico, as variedades linguísticas podem ser exploradas sob as perspectivas dialetológica e geolinguística, visando compreender como a diversidade linguística acontece em contextos reais de fala, considerando a localização geográfica do falante ou da comunidade linguística. Ao tratar de língua falada e de espaço geográfico, Antenor Nascentes, dialetólogo brasileiro, define uma proposta de divisão dialetal (1922-1953), que representa o grande divisor de águas entre a especulação e o empirismo, pois, baseado na prosódia e em fatos fonéticos, o pesquisador divide os falares brasileiros em dois grandes grupos: o do Norte e o do Sul, e subdivide o primeiro em subfalares amazônico e nordestino, e, o segundo, em subfalares baiano, fluminense, mineiro e sulista. Com a consolidação dos estudos dialetológicos e geolinguísticos, a partir da década de 1950, outros trabalhos foram buscando ratificar ou retificar aquela proposta, seja no âmbito fonético, seja no âmbito léxico-semântico. Nesse espaço, situa-se a presente tese, com o objetivo de demonstrar a distribuição lexical referente a dois itens do campo da vida urbana (Questões 195. Lombada/Quebra-molas e 198. Rótula/Rotatória), fundamentada nos princípios teórico-metodológicos da Dialetologia Pluridimensional (THUN, 1998) e comparando-a à proposta de Nascentes (1953) e às redefinições de Ribeiro (2012), de Marins (2012), de Portilho (2013), de Romano (2015), de Santos (2016), de D’Anunciação (2016), de Santos (2018) e de Yida (2019). O corpus consiste nas respostas dadas às questões 195 e 198 do Questionário Semântico-Lexical do Projeto Atlas Linguístico do Brasil (COMITÊ..., 2001), relativas aos 900 inquéritos que compõem a rede de pontos interioranos do Projeto. A partir da observação do comportamento diatópico das variantes documentadas para as duas questões, buscamos: i) apresentar, por meio de cartas linguísticas, a distribuição das variantes de quebra-molas e de rotatória e ii) refletir sobre o processo histórico e geográfico das relações sociais dos falantes e dos contextos regionais em que estão inseridos. Os resultados indicaram um cenário de coocorrência entre as variantes (rotatória e retorno/quebra-molas e lombada) para as duas questões, tanto nas capitais (MARTINS, 2019) quanto no interior do país, além de uma gama de variedades lexicais, que demonstram a criatividade dos falantes para nomear o espaço de organização do tráfego nas vias urbanas.
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    Usos da linguagem em sentenças de retificação de nome e sexo: da expiação ao renascimento
    (2023-05-29) Teshima, Marcia; Panichi, Edina Regina Pugas; Oliveira, Esther Gomes de; Contani, Miguel Luiz; Andrade, Otávio Goes de; Marquesi, Roberto Wagner
    A presente tese resulta de uma pesquisa qualitativa, documental e genético-discursiva, que examina sentenças de retificação de nome e sexo em registro civil, no contexto do Escritório de Aplicação de Assuntos Jurídicos da Universidade Estadual de Londrina, no período de 2005 a 2019. Tais sentenças referem-se às demandas de pessoas que se autopercebem como pertencentes ao gênero oposto àquele de sua certidão de nascimento. Enfocamos usos da linguagem, discutimos os sentidos que expressam, bem como oferecemos modos alternativos desses usos. Do ponto de vista documental, o conjunto das sentenças totaliza nove e foram exaradas por dois juízes; um deles emitiu a maioria delas e que, ao longo dos anos, praticamente reproduzia um mesmo texto até apresentar mudança nas suas últimas sentenças. Com suportes teóricos da Crítica Genética, Estilística, Gramática e Argumentação, evidenciamos pistas deixadas pelos magistrados nas sentenças, e defendemos a tese de que eles dirigem seus textos principalmente aos atores do sistema jurídico e minimamente ao sujeito demandante. Eles o fazem com argumentos cuja finalidade é tornar sua decisão favorável ao pleito do demandante, incontestável para as partes envolvidas. Ao longo de seus textos, deixam pistas genéticas pelos tipos de argumentos, escolhas lexicais e ênfase dadas a determinadas partes, o que revela seus posicionamentos. Estes, por um lado, são fechados, resistentes e promovem uma expiação da pessoa demandante, que resgata percalços vividos e ainda por viver com o disposto na sentença. Por outro lado, outros posicionamentos dos juízes são abertos, acolhedores e solidários à pretensão do sujeito e fazem com que sua via crucis culmine no seu renascimento com nome e sexo coerentes com a sua autopercepção de gênero. Espera-se que esta tese contribua para consciência quanto a usos de linguagem livres da concepção binária de sexo e com isso possa poupar aqueles que buscam seus direitos de sofrimentos desnecessários em registros de usos de linguagem.
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    O discurso eucarístico ao longo do tempo: uma abordagem foucaultiana
    (2023-02-28) Calado, Éder Wilton Gustavo Felix; Machado, Rosemeri Passos Baltazar; Proença, Wander de Lara; Oliva, Alfredo dos Santos; Oliveira, Lolyane Cristina Guerreiro de; Cordeiro, Isabel Cristina
    As discussões sobre a Eucaristia permearam os longos anos do cristianismo até os dias atuais. Durante a antiguidade e a Idade Média, até a Reforma Protestante, a contendas foram muito sérias, pois tocar em doutrinas da Igreja Católica poderia significar excomunhão e, em alguns momentos, morte por heresia. No início da era cristã, os seguidores de Jesus se baseavam nos relatos que ouviam de outros cristãos de que Jesus ceou com seus discípulos na noite em que foi traído e preso. Nesta ocasião, na celebração da Páscoa judaica, ele afirmou que o pão era seu corpo e o vinho seu sangue, e que os presentes deveriam comer e beber e repetir essa prática. Esse episódio está relatado em quatro livros diferentes do Novo Testamento da Bíblia cristã (Mateus 26:26-28; Marcos 14:22-24; Lucas 22:19-20; 1 Coríntios 11:23-25), passagens que são a base para instituição da ceia como uma celebração a ser repetida pelos seguidores de Jesus. Esses textos, juntamente com João 6:51, para alguns, são as bases bíblicas para as formulações teológicas desde então. Nos primeiros quatro séculos de cristianismo já é possível observar muitos embates teológicos, principalmente sobre o pão e o vinho representarem ou se transformarem em corpo e sangue de Jesus à mesa, com a consagração pelo sacerdote. Essas discussões perpassaram os séculos, prevalecendo a compreensão de que os elementos se transformavam em corpo e sangue, o que resultou na doutrina da transubstanciação, posteriormente. Apesar disso, interpretações simbólicas da Eucaristia continuavam aparecendo, de teólogos influentes, bispos da igreja, mas não foram aceitas pela igreja oficial, pois contrariavam a vontade de verdade de quem estabelecia as relações de poder. Na Reforma Protestante, com outras conjunturas políticas (condições de possibilidade), posições contrárias à transubstanciação apareceram e não foram derrubadas pela Igreja Católica, afinal, era outro momento, um período de ruptura política e eclesiástica. Este é o corpus deste trabalho, o qual tem como objetivo refletir sobre a Eucaristia a partir da noção foucaultiana de genealogia (FOUCAULT, 2022) e de sua teoria sobre o ordenamento do discurso (FOUCAULT, 2009). Por meio desse dispositivo analítico, é possível observar que o discurso oficial, devido às relações de poder, prevaleceu enquanto as condições de possibilidades permitiam. Contudo, quando tais condições se modificaram, outro discurso pôde ocupar um lugar impossível, até aquele momento.
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    Interfaces da análise de discurso e da comunicação organizacional na revista Sesinho
    Royer, Marlene Ferreira; Machado, Rosemeri Passos Baltazar [Orientador]; Oliveira, Esther Gomes de; Borges, Maria Isabel; Contani, Miguel Luiz; Miani, Rozinaldo Antonio
    Resumo: Este estudo abrange as interfaces das áreas da Comunicação Organizacional e da Análise de Discurso e busca caracterizar o processo discursivo do Serviço Social da Indústria (Sesi), entidade vinculada à Confederação Nacional da Indústria (CNI), a partir dos aspectos textuais discursivos da Revista Sesinho No ambiente organizacional, os discursos são revelados nas práticas comunicativas, principalmente na esfera institucional, que incluem enunciações (verbais e visuais) responsáveis pela mediação das organizações com a sociedade A pesquisa estuda as condições de produção, os processos de formação discursiva, os aspectos ideológicos e interativo-discursivos presentes na linguagem dos materiais institucionais do Sesi, tendo como foco os textos verbais e imagéticos da Revista Sesinho que tratam da relação Educação e Trabalho O percurso metodológico tem base no aporte teórico da Análise de Discurso (de orientação francesa), o qual permite um estado de reflexão e o estabelecimento de relações sobre a linguagem, o sujeito, os sentidos, a história e a ideologia A partir da noção de formação discursiva, juntamente com a de condições de produção e de formação ideológica, este estudo buscou analisar os possíveis efeitos de sentido do ambiente organizacional, para isso, propôs e aplicou um dispositivo analítico de verificação do processo discursivo do Sesi, com possibilidade de aplicações quando o objeto de estudo estiver relacionado aos discursos organizacionais Esse estudo pôde verificar que enunciados tratam da relação Educação e Trabalho com um mesmo princípio de regularidade: os temas são apresentados como sendo inerentes, em diferentes formas de enunciação e adaptados de acordo com a narrativa de cada história A competitividade, a necessidade de qualificação profissional, a relação educação e mercado de trabalho e o Sesi como provedor de conhecimento aos trabalhadores se firmam como novas condicionantes da produção discursiva da indústria para o século XXI, com o intuito de legitimação do Sesi e da CNI