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Estratégias de enfrentamento, qualidade de vida e a sobrecarga de cuidadores de idosos com Alzheimer na pandemia
(2023-03-27) Sakia, Andressa Midori; Dellaroza, Orientadora Mara Solange Gomes; Machado, Regina Célia Bueno Rezende; Martins, Eleine Aparecida Penha; Cabrera, Marcos Aparecido Sarria; Almeida, Karina Silveira de
No atual momento, devido à pandemia pela COVID-19, o processo de cuidar do idoso com Alzheimer gerou inúmeros impactos e desafios para vida do cuidador familiar. Objetivos: Identificar as estratégias de enfrentamento da sobrecarga de cuidadores de idosos com Alzheimer na literatura científica, assim como identificar as estratégias de enfrentamento utilizadas por cuidadores familiares de idoso com doença de Alzheimer no processo de cuidar no período pandêmico, e associar tais estratégias de enfrentamento e a qualidade de vida com a sobrecarga. Método: A tese foi dividida em duas etapas: 1) revisão integrativa da literatura utilizando como descritores nacionais: Adaptação Psicológica, Cuidadores, Idosos e Doença de Alzheimer, e os internacionais: Coping Strategy, Caregivers Elderly e Alzheimer Disease, nas bases de dados LILACS, PubMed, Web of Science, CINAHL e Embase, entre os anos de 2017 e 2021; e 2) Pesquisa transversal, correlacional, quantitativa realizada com cuidadores familiares de idosos com Alzheimer. A coleta de dados ocorreu entre junho e novembro de 2021, em um ambulatório de referência para demências em um município de médio porte no norte do Paraná, por meio de questionário de caracterização sociodemográfica, de hábitos de vida, estresse e do processo de cuidar do idoso. Para avaliar as estratégias de enfrentamento utilizou-se a Escala Modo de Enfrentamento de Problemas. O nível de sobrecarga foi avaliado por meio do questionário Zarit Burden Interview e, para avaliar a qualidade de vida, considerou-se a escala World Health Organization Quality of Life Instrument. A análise dos dados ocorreu no programa estatístico Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) versão 25.0. Resultados: Na revisão integrativa, foram identificados 14 estudos e, dentre as estratégias de enfrentamento mais frequentes, estavam o coping religioso e a estratégia de enfrentramento focada no problema. Na abordagem transversal, a amostra foi composta por 140 cuidadores, que utilizaram com maior frequência a estratégia de enfrentamento focada no problema (média=3,56). Quanto ao estresse, o mesmo apresentou correlação com as estratégias de enfretamento focadas na emoção (p<0,01), como também com as práticas religiosas/pensamentos fantasiosos (p<0,05) e busca de suporte social (P<0,05). Quanto à sobrecarga, os cuidadores apresentaram nível moderado (40%) e correlação com a estratégia focalizada no problema (rô=-0,21; p<0,05) e a estratégia focada na emoção (rô=0,44, p<0,01), tendo a estratégia focada no problema uma associação inversa com a sobrecarga, a qual indica que cuidadores com sobrecarga moderada utilizam menos a estratégia focada no problema. Cuidadores com sobrecarga moderada tendem a ter menos qualidade de vida (p<0,01). Conclusão: Os cuidadores utilizavam mais de uma estratégia de enfrentamento, entretanto, a mais utilizada consistiu na focada no problema e, ainda, o estresse correlacionou-se à estratégia focada na emoção, práticas religiosas/fantasiosas e no apoio social. A estratégia de enfrentamento focada no problema correlacionou-se de modo inverso com todos os domínios da qualidade de vida e com a sobrecarga. Já a estratégia focada na emoção apresentou correlação significativa com a sobrecarga e correlação inversa com todos os domínios da qualidade de vida.
Desenvolvimento e aplicabilidade de curso e-learning sobre práticas seguras na identificação do paciente
(2023-03-29) Sanchis, Desirée Zago.; Haddad, Maria do Carmo Fernandez Lourenço; Pimenta, Rosângela Aparecida; Martins, Eleine Aparecida Penha; Guirardello, Edinêis de Brito; Jaques, André Estevam
A identificação correta do paciente, é considerada ação primária e fundamental para a prestação do cuidado seguro, pois é frequente a existência de falhas neste processo. A educação em saúde é uma das estratégias para redução dessas falhas. Objetivo: descrever o desenvolvimento e a aplicabilidade de curso e-learning sobre práticas seguras na identificação do paciente. Método: estudo metodológico, desenvolvido por enfermeiros, a partir do Design Instrucional Contextualizado, modelo ADDIE que envolve as fases de Análise, Desenho, Desenvolvimento, Implementação e Avaliação, fundamentado na perspectiva pedagógica da Andragogia. O curso é autoinstrucional, com duração de 60 minutos, organizado na matriz de desenho instrucional e conteúdo fundamentado no protocolo do Ministério da Saúde, estruturado em quatro unidades de aprendizagem, que contaram com processos avaliativos antes, durante e após o curso. No Desenvolvimento, ocorreu a materialização dos conteúdos por meio da roteirização das unidades pelo storyboard em Power Point®. Para criação do curso, utilizou o software Adobe Captivate®, sendo desenvolvidas 69 telas. Na Implementação, ocorreu a disponibilização do e-learning aos especialistas, mediante envio por e-mail do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, com instruções de acesso ao curso, o arquivo em formato .html, e o link para análise do curso via Google Forms®. Na Avaliação foi possível verificar a efetividade da instrução desenvolvida, que se deu por meio da validação do curso pelos especialistas, entre os meses de junho e setembro de 2022. A aplicabilidade foi realizada entre os meses de novembro a dezembro de 2022. Participaram 179 profissionais de enfermagem, sendo 60 enfermeiros e 119 técnicos e auxiliares de enfermagem que atuavam em uma instituição filantrópica de grande porte no norte do Paraná. Para a coleta de dados, aplicou-se dois instrumentos: um para caracterização sociodemográfica e ocupacional e outro para análise da funcionalidade, usabilidade, eficiência, estética, conteúdo e linguagem escrita do e-learning. Utilizou-se Índice de Validade de Conteúdo (IVC), para análise dos dados. Resultados: a validação foi realizada por 12 especialistas, a maioria mulheres, com idade entre 28 e 70 anos e experiência profissional de 2 e 35 anos, em sua maioria com pós-doutorado e produções científicas relacionadas ao tema, o curso obteve 19 sugestões, sendo 17 acatadas e duas rejeitadas. Os especialistas consideraram o e-learning válido, evidenciado pelo IVCg 0,98. Na análise de aplicabilidade do curso, houve predomínio de mulheres, entre 19 e 30 anos, com maior frequência de profissionais com especialização, que atuavam em Unidades de Internação, e que haviam participado de algum curso na modalidade à distância. Os enfermeiros consideraram o e-learning adequado, evidenciado pelo IVCg 0,98, assim como os técnicos e auxiliares de enfermagem IVCg 0,97. Conclusão: a elaboração do curso por enfermeiros oportunizou o aprendizado acerca do desenvolvimento de uma tecnologia educacional digital voltada para a equipe de enfermagem. O curso na modalidade e-learning foi considerado válido pelos especialistas e foi analisado positivamente pelos profissionais de enfermagem. Deste modo, este e-learning poderá ser utilizado como estratégia de ensino-aprendizagem.
Representações Sociais de Pessoas Vivendo com HIV em Abandono da Terapia Antirretroviral: Educação em Saúde para a Retomada do Tratamento
(2023-04-19) Amaral, Viviane Michele do; Kerbauy, Gilselena; Pieri, Flávia Meneguetti; Higarashi, Ieda Harumi; Montezelli, Juliana Helena
O uso contínuo da terapia antirretroviral e consequente supressão viral promovem inúmeros benefícios à saúde das pessoas vivendo com HIV. Entretanto, aproximadamente 333 mil brasileiros que vivem com HIV não estavam em tratamento em 2021, sendo o abandono do seguimento um dos motivos. Objetivos: Apreender as representações sociais de pessoas vivendo com HIV acerca do abandono do tratamento e a motivação para a retomada; analisar o processo de intervenção educativa para pessoas vivendo com HIV em abandono do tratamento. Percurso Metodológico: Trata-se de uma pesquisa-intervenção de abordagem qualitativa, pautada na Teoria das Representações Sociais de Serge Moscovici, e organizada por meio de dois estudos, voltados a contemplar os dois objetivos sequenciais da pesquisa. O cenário foi um Serviço de Atendimento Especializado em HIV/aids localizado na região Sul do Brasil. A população foi composta por 288 pessoas diagnosticadas com HIV em abandono do tratamento por período superior a 100 dias. Destas, 250 foram excluídas em função de critérios relacionados a informações cadastrais incompletas ou equivocadas, e aspectos impeditivos do comparecimento ao serviço e de contato. Outras 18 pessoas foram consideradas perdas por desistência. Participaram do estudo 20 pessoas. A intervenção se deu por implementação de educação em saúde utilizando o “Material Educativo sobre HIV” (Patente depositada / INPI nº 10 2020 003765 00), material ilustrativo e participativo que permite a observação e interação durante a educação em saúde. A coleta dos dados ocorreu entre os meses de junho de 2021 e junho de 2022, por meio de entrevistas audiogravadas e transcritas. A análise dos dados se deu por meio do discurso do sujeito coletivo, e permitiu a emersão de ideias centrais e ancoragens. Resultados: Participaram do estudo pessoas de ambos os sexos, maiores de 18 anos. Quanto às representações sociais acerca do abandono do tratamento e motivação para a retomada, emergiram 18 ideias centrais e duas ancoragens, as quais foram agrupadas em quatro grandes temas: 1) Abandono do tratamento por questões intrínsecas à pessoa vivendo com HIV; 2) Abandono do tratamento por questões ligadas à terapia medicamentosa; 3) Abandono do tratamento por dogmas sociais; 4) Forças propulsoras para a retomada do tratamento. As necessidades de aprendizagem identificadas abrangeram a compreensão sobre a patogênese da infecção pelo HIV e a ação dos antirretrovirais. Quanto à percepção acerca do processo educativo, os discursos foram categorizados em três eixos: 1) Melhor entendimento sobre o HIV/aids e terapia antirretroviral; 2) Processo educativo impulsionando a retomada do tratamento e 3) Condições de replicar o conhecimento adquirido a outras pessoas vivendo HIV. Considerações finais: A análise qualitativa das representações sociais das PVHIV indicou que o abandono da terapia antirretroviral é multifatorial e envolve questões socioculturais, geográficas, familiares e biológicas. As percepções acerca do processo educativo indicaram que a tecnologia ilustrativa e participativa pode contribuir para a compreensão acerca da infecção e ação dos antirretrovirais, bem como favorecer a retomada do tratamento. É essencial considerar todas as questões que permeiam e impactam as vidas das pessoas vivendo com HIV em abandono do tratamento, avançando para além das questões biológicas, viabilizando a implementação de ações que contribuam para o fortalecimento das políticas públicas de saúde, no intuito de estimular a adesão e encorajar a retomada ao tratamento.