Crenças e atitudes linguísticas de estudantes do curso de Letras de uma universidade do Norte do Paraná quanto ao rótico retroflexo
Data
2024-08-09
Autores
Almeida, Édina de Fatima de
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Resumo
O presente estudo, à luz dos pressupostos teórico-metodológicos da Sociolinguística Variacionista (Labov, 1972) e das Crenças e Atitudes Linguísticas (Lambert; Lambert, 1972; Botassini, 2013), tem como objetivo geral, verificar as crenças e atitudes linguísticas de graduandos (um grupo de universitários do curso do primeiro e do quarto ano do curso de Letras-Português do norte-paranaense), em relação à variante retroflexa, “r caipira”. Além disso, temos como objetivos específicos: a) Verificar quais são as variantes róticas predominantes no falar dos informantes juízes do primeiro e do quarto ano do curso de Letras; b) Analisar a quais variantes (tepe, retroflexa e glotal) estão indexados/indicializados mais significados sociais positivos em destaque por cada um dos dois grupos; c) Averiguar se há preconceito linguístico quanto ao uso da variante retroflexa, o “r caipira”, na avaliação dos informantes juízes. No intuito de atingir os objetivos propostos, foram realizadas três coletas de dados junto a 56 alunos, sendo 28 do primeiro ano e 28 do quarto ano do curso de Letras de uma universidade pública do Norte do Paraná. A primeira consistiu em uma entrevista; a segunda, na leitura de um texto e de uma lista de palavras para averiguação das variantes róticas usadas pelos alunos das duas turmas; a terceira referia-se a um experimento de percepção sobre a fala de três locutores a partir da leitura de um texto; a última tratava-se de um questionário de avaliação a partir das respostas abertas sobre as afirmativas de crenças e atitudes linguísticas referentes à variação fonético-fonológica, especialmente, sobre o “r caipira”. De acordo com os principais resultados, observou-se que a variante retroflexa predomina no falar dos participantes da região norte-paranaense, que, no experimento de percepção, o locutor do tepe foi quem teve mais avaliações negativas, seguido do locutor da retroflexa e, por último do glotal e que no questionário de avaliação foi possível perceber as crenças e atitudes de preconceito de alguns futuros professores de língua portuguesa quanto à variante retroflexa. Atribuímos a diferença dos resultados do teste de percepção e do questionário de avaliação à nova configuração do caipira, ao politicamente correto e ao fato de os participantes serem graduandos de Letras , futuros professores de língua portuguesa que deverão ser os defensores de um ensino livre de preconceitos.
Descrição
Palavras-chave
Variante retroflexa, Crenças e atitudes linguísticas, Sociolinguística, Professores de português, Linguagem, Preconceitos