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Atividade anticâncer do flavonoide braquidina C em células tumorais de próstata DU145 cultivadas em modelo 2D e 3D
(2021-11-26) Oliveira, Larissa Cristina Bastos de; Serpeloni, Juliana Mara; Antunes, Lusânia Maria Greggi; Favaron, Phelipe Oliveira; Cólus, Ilce Mara de Syllos
O câncer é uma das principais causas de morte em todo o mundo e, juntamente com os desafios apresentados pela quimioresistência, tem despertado o interesse por fitoquímicos que apresentem propriedades quimioterápicas. Fridericia platyphylla (Cham.) L.G. Lohmann é uma espécie vegetal nativa do cerrado brasileiro cujo potencial anticâncer deve-se principalmente ao seu efeito antiproliferativo, anti-inflamatório e citotóxico, demonstrados em estudos anteriores. A braquidina C (BrC), flavonoide isolado a partir das raízes dessa espécie vegetal, foi avaliada nesse estudo quanto aos seus efeitos sobre a viabilidade, proliferação e migração de células de próstata DU145 cultivadas em modelos 2D e 3D in vitro. O efeito da BrC na viabilidade celular foi avaliado pelos ensaios de redução de resazurina e liberação de lactato desidrogenase (LDH) em cultura de células 2D (0,24-30,72 µM) e 3D (5-60 µM). Após 24 h de tratamento, a BrC reduziu a viabilidade das células DU145 em ambos os modelos com valores de IC50 iguais a 47,31 (2D) e 229,8 µM (3D). Em EMTs de próstata esse efeito mostrou-se tempo-dependente com valores de IC50 iguais a 229,8, 210,5, 116,1 e 65,02 µM após, respectivamente, 24, 48, 72 e 96 h de tratamento. Após 72 h de tratamento, observou-se a redução da viabilidade celular com a BrC nas concentrações de 30,72 µM (2D) e 60 µM (3D) no ensaio do LDH. No modelo bidimensional, a BrC não alterou a proliferação das células DU145. Na avaliação dos esferoides, após 11 dias de tratamento, a BrC (5 - 60 µM) interferiu no crescimento, morfologia, integridade e volume dos EMTs. A redução da viabilidade celular induzida pela BrC parece não estar relacionada à indução de espécies reativas, como demonstrado por meio da utilização da sonda CM-H2DCFDA. A BrC reduziu a migração e a invasão das células DU145 no modelo 2D (6,00 µM) e a migração celular no modelo 3D (5-60 µM). Os mecanismos pelos quais a BrC reduziu a viabilidade celular foram avaliados por meio da expressão de genes (RT-qPCR) e proteínas (western blotting). Na avaliação da expressão gênica após 48 h de tratamento, BrC (50 µM) regulou positivamente os genes CASP3 e TNF-a e negativamente o gene BIRC5, que codifica a proteína anti-apoptótica survivina. O gene Nkx3.1, um gene supressor tumoral relacionado com as vias de proliferação celular, foi regulado positivamente pela BrC (5 e 50 µM). Na avaliação da expressão proteica, BrC (60 µM) aumentou a expressão de CASP7 e BAX enquanto reduziu a expressão de TNF-a. A BrC (5-60 µM) interferiu nos processos migratórios das células DU145 em EMTs após 48 h de tratamento, diminuindo a área de migração em relação ao grupo controle. A redução na capacidade migratória parece estar relacionada com a modulação negativa dos genes MMP9, MMP11 e ITGAM e regulação positiva de CDH1. Os resultados obtidos no presente estudo demonstram que a BrC afeta a viabilidade, proliferação e migração de células DU145 em modelos 2D e 3D, contribuindo para a busca de alternativas terapêuticas contra o câncer de próstata metastático.
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Suscetibilidade de diferentes estádios fenológicos de feijão comum às injúrias ocasionadas por Euschistus heros (Fabricius, 1798) (Hemiptera: Pentatomidae)
(2022-02-25) Baixo, Bruna Teixeira; Menezes Júnior, Ayres de Oliveira; Hata, Fernando Teruhiko; Bortolotto, Orcial Ceolin; Androcioli, Humberto Godoy
A cultura do feijão comum (Phaseolus vulgaris L.) tem elevada importância como base da dieta alimentar brasileira, sendo importante fonte de renda e muito utilizada para cultivo de subsistência. A produtividade desta cultura pode ser reduzida pela ocorrência do percevejo-marrom (Euschistus heros Fabricius, 1978) (Hemiptera: Pentatomidae), considerado praga por se alimentar dos grãos, tornando-os chochos, deformados ou manchados. O efeito da alimentação de E. heros em novos cultivares de feijão é pouco conhecido, e necessita ser esclarecido para estabelecer níveis de dano e fornecer critérios técnicos para o manejo de suas populações. O estudo objetivou determinar o potencial de dano ocasionado pelo percevejo-marrom em diferentes estádios fenológicos de cultivares de feijão comum. O estudo foi conduzido, entre os meses de abril e julho de 2021, em casa de vegetação na estação experimental do IDR-Paraná, Londrina-PR. Plantas pertencentes a três cultivares de feijão (IPR Curió, IPR Sabiá e IPR Urutau) foram infestadas com percevejos adultos em seis momentos a partir do início da floração (IF, 8, 16, 24, 32 e 40 dias) e comparadas a plantas sem infestação (testemunha). Para cada momento de infestação os insetos (0,5 percevejo/planta) permaneceram confinados, por meio de uma gaiola telada durante oito dias sobre as plantas. As variáveis analisadas foram: número de flores e vagens abortadas em cada momento de infestação. Em pós-colheita foram avaliados: o número de vagens, número de lóculos totais, número de lóculos vazios, número de grãos chochos, número de grãos cheios (manchados, com puncturas e sadios), além de teste de germinação e vigor. Os dados de pós-colheita foram submetidos à análise de variância e tiveram médias comparadas pelo teste de Scott-Knott (significância de 5%). Para a comparação do número de estruturas reprodutivas abortadas (vagens e flores) foi empregado o teste t entre duas amostras independentes (significância de 5%), comparando cada período de infestação com as respectivas plantas não infestadas. Neste último, não foi possível constatar diferença entre plantas com e sem infestação, exceto para o cultivar Curió, quando infestado logo após o florescimento, que resultou maiores taxas de abortamento de estruturas reprodutivas (flores e vagens). A infestação com E. heros não influenciou em perdas quantitativas, como a produção de grãos comerciais, porcentagem de grãos abortados e chochos, mas sim qualitativas, gerando feijões Tipo 2 nos cultivares Curió (aos 16 e 24 DAF), Sabiá (24 DAF) e Urutau (16 DAF) nos momentos que coincidiram com a fase de enchimento de grãos, demonstrando maior suscetibilidade para o cultivar de ciclo precoce (Curió) que obteve tal classificação em dois momentos de infestação. As puncturas ocasionadas por E. heros não reduziram vigor e germinação de sementes. Dessa forma, o dano ocasionado pelo E. heros é qualitativo e não quantitativo nos três cultivares estudados, e as fases que compreendem o final de desenvolvimento das vagens e enchimento de grãos são mais suscetíveis às injúrias ocasionadas por esses percevejos, reduzindo qualidade e depreciação do valor dos grãos durante a comercialização.
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Quantificação de danos e desempenho de fungicidas no controle da mancha branca do milho: uma metanálise
(2022-03-23) Oliveira, Karla Braga de; Canteri, Marcelo Giovanetti; Peña, Maria Isabel Balbi; Silva, Dagma Dionísia da; Costa, Rodrigo Véras da; Leite Junior, Rui Pereira; Custódio, Adriano Augusto de Paiva
Acompanhando o crescimento na produtividade da cultura do milho, fatores de ordem biótica passaram de “pouco importantes” a ameaças a produção sustentável-econômica da cultura. Reduções de produtividade associadas a doenças foliares como a mancha branca tem ocorrido de forma endêmica nas principais regiões produtoras do Brasil. No presente estudo, buscamos i) quantificar a relação entre a severidade da mancha branca e a produtividade do milho (kg ha-1) (Artigo A) e ii) estimar a eficiência de controle e a resposta de produtividade de aplicações de fungicidas no controle da doença (Artigo B). Uma abordagem metanalítica foi adotada para estabelecer o coeficiente de dano global e relativo, utilizando o gradiente de severidade gerado pelo efeito de diferentes tratamentos com fungicidas foliares avaliados em ensaios de campo conduzidos entre 2016 a 2020. A eficiência de azoxistrobina + difenoconazol + clorotalonil; azoxistrobina + tebuconazol + mancozebe; piraclostrobina + epoxiconazol; piraclostrobina + fluxapiroxade; piraclostrobina + fluxapiroxade + mefentrifluconazol; trifloxistrobina + protioconazol + bixafen foi sumarizada quantitativamente para estimar a média e a heterogeneidade da resposta dos tratamentos no controle da mancha branca, além da produtividade. Baseado nos modelos de efeito aleatórios, o coeficiente de dano global calculado foi -70,89 kg para uma produtividade de 7.940 kg ha-1 e o dano potencial relativo calculado em -0,89%. Para cenários de baixa (<6.000 kg ha-1) e alta (=6.000 kg ha-1) produtividade, o coeficiente de dano estimado através de modelos mistos foi de -73,08 e -82,75 kg, respectivamente. Nessas condições, o dano potencial relativo para cada ponto percentual de severidade da mancha branca foi de 1.086% (baixa) e 0.922% (alta). Todos os seis fungicidas proporcionaram resposta de produtividade (>1.000 kg ha-1) superior a testemunha sem aplicação. A média de eficiência de controle da mancha branca (%C) e o retorno de produtividade (Y) entre os tratamentos com aplicações de fungicidas variaram de 61,3 a 74,2 e 1.019,4 a 1.337 kg ha-1, respectivamente. A %C e o Y foi maior para as misturas triplas de sítio específicos piraclostrobina + fluxapiroxade + mefentrifluconazol (%C 74 e Y 1.337 kg ha-1) e trifloxistrobina + protioconazol + bixafen (%C 71,8 e Y 1.287,2 kg ha-1). Os três tratamentos com menores %C da mancha branca também apresentaram as menores respostas de produtividade em relação a testemunha sem aplicação, com valores de Y 1.057,5 kg ha-1 para azoxistrobina + tebuconazol + mancozebe, 1.092,5 kg ha-1 para azoxistrobina + difenoconazol + clorotalonil e 1.019,4 kg ha-1 para a mistura dupla piraclostrobina + epoxiconazol. Os resultados apresentados neste estudo reforçam a importância do uso de fungicidas foliares no controle da doença para manutenção do potencial produtivo de híbridos de milho suscetíveis à mancha branca e podem ser úteis para o cálculo do limiar de dano econômico.