02 - Mestrado - Ciências da Saúde
URI Permanente para esta coleção
Navegar
Submissões Recentes
Item Coriorretinopatia serosa central associado a descolamento da camada bacilar da retina: estudo caso-controle(2023-11-14) Fuganti, Raphaela Masetto Cadide; Casella, Antonio Marcelo Barbante; Oguido, Ana Paula Miyagusko Taba; Casagrande, Rubia; Lima, Luiz Henrique Soares Gonçalves deA Coriorretinopatia Serosa Central (CSC) é estudada desde 1866 e até hoje a sua fisiopatologia permanece desconhecida. Ao adotar métodos de imagem multimodais avançados, como tomografia de coerência óptica (TCO), foi possível observar a presença de descolamento da camada bacilar (BALAD) dos segmentos internos dos fotorreceptores, antes apenas observável em amostras histológicas. Avaliar e analisar as alterações oculares relacionadas a CSC associada à BALAD através da avaliação em TCO. Estudo retrospectivo de caso-controle. Os doentes diagnosticados com BALAD foram identificados em diferentes centros de referência da retina a nível mundial e foram submetidos a um exame oftalmológico completo, incluindo TCO. Os dados demográficos e os achados clínicos foram analisados na linha de base e nos acompanhamentos disponíveis. Além disso, o grupo de doentes do estudo foi comparado com um grupo de controle de indivíduos com CSC e sem BALAD, com idades e gêneros semelhantes. Os dados que seguiram distribuição normal foram analisados pelo teste t - student, quando não, foram analisados pelo teste de Mann-Whitney para amostras independentes. As variáveis qualitativas foram analisadas e apresentadas por frequência relativa e absoluta e o teste do qui-quadrado ou o teste exato de Fisher foi aplicado quando apropriado. Quarenta e um olhos com BALAD (37 pacientes, idade média de 48,6 ± 11,7 anos) foram incluídos. Todos os olhos foram diagnosticados com CSC aguda ou crônica. Ao exame do fundo do olho, BALAD apresentava-se como uma lesão circundante e amarelada na área macular, unilateral em 33 dos 41 olhos, associada a descolamento seroso da retina neurossensorial. No exame de TCO, BALAD aparecia como uma divisão do segmento interno do fotorreceptor localizadas em área foveal. Normalmente, as lesões BALAD estavam rodeadas por líquido subretiniano (37 de 41 casos) e com presença de material hiperrefletivo (9 de 41 casos). Foram observadas diferentes morfologias de BALAD nos casos estudados. O aumento da espessura da coroide sub foveal foi demonstrado em 31 olhos de 41 casos. Os doentes tiveram uma média de seguimento de 5,24 ± 6,90 meses (mediana, 3 meses; intervalo de 0-35 meses). No final do seguimento de 4 meses, a melhor acuidade visual corrigida (MAVC) não se alterou (MAVC final 0,458 ± 0,346 logMAR; mediana, 0,400 logMAR; intervalo 0-1,30 logMAR). As análises estatísticas revelaram uma forte associação com doença psiquiátrica (P = 0,010), utilização de corticosteroide (P = 0,033), tratamento prévio para CSC (P = 0,001), pior acuidade visual final corrigida (P = 0,001) e aumento da espessura da coroide (P = 0,016) em doentes com BALAD. Este estudo único relatou análise detalhada do BALAD em pacientes com CSC e estabeleceu características significativas para distinguir esse distúrbio de outras doenças retinianas semelhantes.Item Associação da doença aterosclerótica carotídea com a incontinência urinária de esforço em mulheres(2023-10-25) Mauro, Daniel Miguel; Almeida, Sílvio Henrique Maia de; Rodrigues, Marco Aurélio de Freitas; Fornazieri, Marco AurélioObjetivo: Avaliar a associação entre o aumento da espessura mediointimal e a placa carotídea de origem aterosclerótica com a incontinência urinária de esforço em mulheres. Materiais e métodos: Estudo caso controle com mulheres entre 30 e 70 anos com o diagnóstico prévio de incontinência urinária de esforço diagnosticas através do International Consultation on Incontinence Questionnaire - Short Form. Estas foram submetidas a avaliação clínica com ênfase na realização da ultrassonografia carotídea para avaliação do espessamento médio intimal e pesquisa de placa aterosclerótica. As pacientes foram alocadas dois grupos, com incontinência urinária de esforço e pacientes continentes. A placa carotídea ateromatosa foi definida como uma estrutura focal estendendo-se no mínimo 0,5 mm para a luz do vaso, e/ou medindo mais do que 50% do valor da medida da espessamento médio intimal adjacente, e/ou ainda uma medida do espessamento médio intimal maior que 1,5 mm. A análise estatística considera como p<0,05 como significante e com intervalo de confiança (IC) de 95%. Resultados: Setenta pacientes foram avaliadas pelo estudo. Não houve diferença estatística entre as características demográficas e clínicas dos grupos. Do grupo amostral, trinta e quatro (48,6%) das pacientes apresentavam placa carotídea (p <0,001) e quarenta e dois (60%) encontravam-se com aumento do espessamento médio intimal espessamento médio intimal) (p <0,001). Vinte e seis (74,3%) pacientes portadoras de IUE apresentavam placa carotídea, em 22,8% estimou-se estenose 31-40% da circunferência carotídea enquanto 22,9% das pacientes sem incontinência urinária apresentavam placa carotídea. Trinta pacientes 85,% das pacientes com incontinência urinária apresentavam aumento do espessamento médio intimal enquanto 12 pacientes 34,3% do grupo continente apresentavam aumento da espessura médio intimal. A análise multivariada através da regressão logística binomial confirmou esses resultados (razão de chances = 7,9; IC 95% (2,15 – 29,4); p= 0,002. Conclusão: A prevalência da placa aterosclerótica durante avaliação ultrassonográfica em mulheres com incontinência urinária de esforço foi significativamente maior do que no grupo controle com razão de chances de 7,9 vezes em relação ao grupo continente. Contudo, por se tratar de uma amostra reduzida e de conveniência, mais estudos são necessários para maior correlação entre a aterosclerose, a placa carotídea e a incontinência urinária de esforço.Item Maturação biológica, atividade física e comportamentos obesogênicos em desfechos de síndrome metabólica e saúde mental de adolescentes(2023-11-06) Magalhães, Kleberton Carlos Silva; Silva, Danilo Rodrigues Pereira da; Cyrino, Edilson Serpeloni; Bandeira, Paulo Felipe RibeiroMudanças significativas como a diminuição da atividade física e o aumento dos comportamentos obesogênicos ocorrem ao longo da infância e, em particular, durante a adolescência. Essas mudanças podem impactar diretamente na vida adulta. Dessa forma, identificar fatores associados ao aumento de comportamentos negativos a saúde em adolescentes tem sido considerada uma importante estratégia para direcionamento de intervenções e políticas públicas. Assim, o propósito deste estudo foi analisar a influência da maturação biológica, atividade física e comportamentos obesogênicos em desfechos de síndrome metabólica e saúde mental de adolescentes. Para isso, foi selecionada uma amostra representativa de adolescentes do município de Londrina/PR (n = 1.244; 55,2% de moças e 44,8% de rapazes de 10 a 16 anos). Medidas antropométricas, informações sobre atividade física na infância, nível habitual de atividade física, comportamento sedentário, consumo de frutas/vegetais e doces/salgados foram as variáveis analisadas. Uma interação mais complexa de comportamentos obesogênicos, um menor nível de atividade física e um maior risco metabólico foram encontrados em adolescentes de maturação biológica precoce. Além disso, a prática de atividade física esportiva na infância foi responsável por uma maior participação na prática de atividade física na adolescência em relação ao esporte. Entretanto, os adolescentes precoces que fizeram atividade física esportiva na infância possuem um maior consumo de alimentos inadequados e esse consumo demostra associação positiva com a sensação de estresse. Concluímos que a maturação biológica precoce se associa aos comportamentos negativos a saúde como a prática de atividade física e o consumo de alimentos inadequados aumentando o risco metabólico nos adolescentes. Além disso, nos diferentes estágios de maturação, a prática de atividade física esportiva na infância por si só não garante os benefícios de saúde mental na adolescência.Item Efeito do uso de um aplicativo sobre a adesão à TARV em pessoas vivendo com HIV: um estudo longitudinal de viabilidade, aceitabilidade e efetividade(2024-04-12) Caetani, Rejane; Deminice, Rafael; Oliveira, Vitor Hugo Fernando de; Lopes, Gilselena Kerbauy; Wiechmann, Susana LilianIntrodução: A terapia antirretroviral (TARV) transformou a infecção pelo HIV, que antes era fatal, em uma condição crônica tratável. O sucesso do tratamento é dependente da adesão à TARV. Objetivo: Avaliar o efeito do uso de um aplicativo para aparelhos móveis sobre a adesão à TARV em PVHIV em um serviço de saúde da cidade de Londrina-PR, Brasil. Método: Foi um estudo longitudinal de viabilidade, aceitabilidade e efetividade do uso de um aplicativo (app) sobre adesão à TARV, do qual participaram 95 indivíduos adultos de ambos os sexos, vivendo com HIV e usuários da TARV, divididos em: Grupo Aplicativo (GA), n=52 e Grupo Controle (GC), n=43. O app foi desenvolvido pelos pesquisadores e por meio de um sistema de alarmes registrava a adesão à TARV, esta também foi avaliada pelos questionários CEAT-HIV e ferramenta Multimétodo. Após 90 dias todas as avaliações foram repetidas. Resultados: Em ambos os grupos, a maioria dos indivíduos teve uma adesão média à TARV pela ferramenta Multimétodo, mas não houve diferença significativa na adesão após 90 dias no GC e GA com p=0,2 e p=0,9, respectivamente. Em relação ao CEAT-HIV, a média de adesão à TARV foi classificada como baixa em ambos os grupos. Houve diferença significativa na adesão entre o GA e o GC (p=0,04), mas não houve diferença significativa na adesão em termos de tempo (p=0,2) e interação (p=0,5). No aplicativo a média de adesão à TARV registrada foi de 70% em 90 dias. Houve baixa viabilidade, já que 55% dos participantes concordaram em instalar o app e 21% efetivamente utilizaram o app em 30 dias, com registro de adesão à TARV de 100%. Aos 60 dias, 14% dos participantes mantiveram o registro da TARV no aplicativo (adesão media de 64%). Aos 90 dias, 9% dos participantes continuaram o uso do aplicativo, com uma taxa média de adesão à TARV de 45%. Entre os usuários, 65% relatou estar satisfeito ou muito satisfeito com o aplicativo. O uso do aplicativo não melhorou os parâmetros clínicos e de saúde analisados. Conclusão: O aplicativo não se mostrou efetivo em melhorar a adesão à TARV, teve baixa viabilidade, mas foi aceitável entre os participantesItem Validação do teste olfatório Olfato-UP em adultos na população brasileira(2024-08-15) Ueda, Denis Massatsugu; Fornazieri, Marco Aurélio; Almeida, Silvio Henrique Maia de; Miyake, Marcel MenonIntrodução: Os testes olfatórios validados no Brasil atualmente se deparam a barreiras financeiras, logísticas ou ambas. Consequentemente, a sua aplicação na prática clínica é pouco difundida. O Olfato-UP é um teste olfatório que propõe sanar estas barreiras, porém, ainda não está validado no Brasil. Objetivo: Validar o teste Olfato-UP na população brasileira adulta e idosa. Métodos: Estudo realizado em 3 fases. Na primeira fase realizada a avaliação do tempo de aplicação e da familiaridade da população com os odores utilizados, para isso, verificado o índice de acerto mínimo de 75% em todas as fragrâncias utilizada sem pacientes sem queixas olfatórias. A segunda fase teve como propósito definir o cut-off do Olfato-Up e avaliar sensibilidade, especificidade e acurácia do teste. Nesse momento da pesquisa aplicado os testes olfatórios Olfato-Up e University of Pennsylvania Smell Identification Test. Por fim, a terceira fase teve como foco avaliar a reprodutibilidade do teste e novamente o tempo para realização do Olfato-Up. Aplicado, após um intervalo mínimo de duas semanas, o teste em 32 pacientes que participaram da fase 1. Resultados: Os odorantes utilizados tiveram uma identificação bem-sucedida (>75%), exigida para participantes saudáveis. Com o cut-off de 7 o teste apresentou para identificação de anosmia sensibilidade de 88,2%, especificidade de 86,6%, acurácia de 86,7%, área sob a curva 90,7%. Para hiposmia severa com o mesmo valor de cuf-off a sensibilidade foi de 70,2%, especificidade 96%, acurácia de 89,8% e área sob a curva de 90,1% coeficiente de concordância intraclasse de 0,89, coeficiente de correlação de Pearson (r=0,811 p<0,001), média do teste de Bland Altman -0,18 IC 95% -1,68 a 1,32, e tempo médio de aplicação de 3,8 minutos. Conclusão: O teste Olfato-UP é um teste de rápida aplicação e alta reprodutibilidade, especificidade, sensibilidade e acurácia. Pode ser considerada uma opção de exame para a avaliação do olfato na prática clínica.Item A maresina 2 reduz a dor nos modelos de carragenina, Adjuvante completo de Freund, vírus Chikungunya e sua proteína E2 em camundongos(2022-09-26) Souza, Julia Bagatim de; Verri Júnior, Waldiceu Aparecido; Ferraz, Camila Rodrigues; Fattori, VictorA resposta inflamatória é um mecanismo de defesa do organismo. A inflamação descontrolada pode causar lesões teciduais bem como efeitos crônicos, como a dor. A Maresina 2 (MaR2) é um mediador lipídico especializado em pró-resolução (SPM), derivado do ácido graxo ômega-3 que exibe efeitos anti-inflamatórios e pró-resolução. O objetivo deste estudo foi investigar o potencial efeito anti-inflamatório e analgésico da MaR2 em modelo de dor e inflamação induzidos pela carragenina e adjuvante completo de Freund (CFA). Nesse trabalho também foi avaliado o efeito da MaR2 em um modelo de dor articular induzido pelo vírus chikungunya inativado (CHIKVi) e sua proteína envelope recombinante, rE2. No primeiro conjunto de experimentos, foi avaliado o efeito do tratamento intratecal (i.t.) com a MaR2 sobre a hiperalgesia mecânica e térmica induzidas por estímulo intraplantar (i.pl.) com a carragenina e CFA . Num segundo conjunto de experimentos, foi avaliado o efeito da MaR2 via intraperitoneal (i.p.) sobre o recrutamento de leucócitos em um modelo de peritonite induzida pela carragenina. As células do peritônio também foram coletadas para determinar o efeito da MaR2 sobre o estresse oxidativo por fluorescência de 4,5-diaminofluoresceína diacetato (DAF-2DA) e 2,7-dihidrodiclorofluoresceína (DCF), e avaliar atividade antioxidante mediada pelo fator nuclear derivado de eritróide 2 (Nrf2) por imunofluorescência. Por fim, avaliamos o efeito da MaR2 (via i.p.) na hiperalgesia mecânica induzida pelo estímulo intraarticular com o CHIKVi e E2r. Os neurônios do gânglio da raiz dorsal (DRG) de camundongos naive foram coletados e processados para avaliação da ativação neuronal por influxo de cálcio. O tratamento com a MaR2 via intratecal foi capaz de reduzir a hiperalgesia mecânica e térmica induzida pela carragenina e CFA. A MaR2 i.t. também reduziu o recrutamento celular na pata dos animais estimulados com carragenina. O tratamento intraperitoneal com a MaR2 reduziu a contagem total e diferencial (polimorfonucleares e mononucleares) de leucócitos induzido pela carragenina (i.p.). O tratamento via i.p. com a MaR2 também reduziu a quantidade de espécies reativas de oxigênio e nitrogênio induzidas pela carragenina, e esse mecanismo parece ser depende da ativação do fator nuclar antioxidadante Nrf2. O tratamento intraperitoneal com a MaR2 reduziu de maneira dose e tempo dependente a hiperalgesia mecânica induzida pelo vírus CHIKVi e sua proteína rE2. Por fim, a MaR2 (i.p.) diminuiu a ativação neuronal induzida pelo CHIKVi e rE2. De maneira geral, observamos que a MaR2, utilizada em diferentes vias de tratamento foi capaz de desempenhar um efeito anti-inflamatório, analgésico e antioxidante em baixas doses, demonstrando um potencial terapêutico para esse mediador lipídico.Item Avaliação do acometimento olfatório em pacientes com hanseníase(2022-09-01) Kondo, Rogério Nabor; Fornazieri, Marco Aurélio; Casagrande, Rubia; Miot, Hélio AmanteIntrodução: O efeito da hanseníase sobre o olfato ainda não está totalmente estabelecido. Os estudos existentes que se baseiam apenas na percepção dos pacientes podem estar subestimando ou superestimando a mudança na percepção do olfato. O Teste de Identificação de Odores da Universidade da Pensilvânia (UPSIT) é um método que continua a ser validado até os dias atuais, sendo considerado um teste padrão por ser psicofísico. Objetivos: Este estudo tem como objetivo ratificar a existência de envolvimento olfativo em pacientes com hanseníase e estimar sua prevalência por meio da aplicação de um teste psicofísico além de comparar os resultados com o grupo controle. Métodos: Foi realizado um estudo transversal, controlado, no qual foram recrutados indivíduos expostos (com hanseníase) e não expostos (sem hanseníase). Para cada indivíduo exposto (com hanseníase), selecionamos dois indivíduos controle (sem hanseníase). Controles e pacientes com hanseníase e sem histórico de infecção pelo novo coronavírus (COVID-19) foram testados com o UPSIT. Foram considerados valores de p <0,05 e intervalo de confiança de 95%. Resultados: Recrutamos 108 indivíduos, 36 com hanseníase e 72 do grupo controle. A maioria dos pacientes com hanseníase apresentava disfunção olfativa [n = 33, 91,7% (IC 95%: 77,5%-98,3%)] vs. grupo controle [n = 28, 38,9% (IC 95%: 27,6%-51,1%)], mas apenas dois (5,6%) apresentavam queixas olfativas. A função olfativa foi significativamente pior entre os pacientes com hanseníase [UPSIT hanseníase = 25,2 (IC 95%: 23,1–27,3) versus grupo controle UPSIT = 34,1 (IC 95%: 33,0–35,3); p<0,001]. O risco de perda olfativa foi maior no grupo com hanseníase [OR: 19,5 (IC 95%: 5,18–105,70; p < 0,001)]. Conclusões: Este estudo observou que a disfunção olfativa foi altamente prevalente em pacientes com hanseníase, embora esses pacientes tivessem pouco ou nenhum autoconhecimento sobre a doença. O resultado implica que é importante avaliar o olfato em indivíduos infectados.Item Avaliação de parâmetros bioquímicos, inflamatórios e de estresse oxidativo de pacientes com COVID-19 leve, moderada e grave(2023-08-25) Oliveira, Bruno Moraes de; Venturini, Danielle; Amarante, Marla Karine; Lozovoy, Marcell Alysson BatistiIntrodução: Entre os diversos processos fisiopatológicos da doença Covid-19, um dos fatores que contribuem para o desenvolvimento dos casos graves é a tempestade de citocinas, caracterizada pela liberação de mediadores pró-inflamatórios, com consequente ocorrência de lesão tecidual e morte celular, fatores que contribuem para um desequilíbrio no sistema redox e levam ao estresse oxidativo (EO). A presença do EO pode estar ligada ao desenvolvimento das formas mais graves da doença em questão, sendo refletida também nos marcadores laboratoriais e desfechos dos pacientes, portanto a compreensão dos mecanismos fisiopatológicos da Covid-19 pode contribuir para identificação de possíveis marcadores e alvos terapêuticos para a doença. Objetivo: Avaliar a influência dos parâmetros clínicos, bioquímicos, inflamatórios e do estado redox em pacientes com Covid-19 de acordo com a gravidade (leve, moderada e grave). Metodologia: Foi conduzido um estudo de coorte em pacientes com Covid-19 leve (n=38), moderada (n=39) e grave (n=48), realizando análises bioquímicas e inflamatórias (ureia, creatinina, creatino quinase (CK), lactato desidrogenase, troponina ultrassensível, aspartato aminotransferase, alanina aminotransferase, Proteína C Reativa, gasometria arterial, ferritina, transferrina, ferro sérico, capacidade total de ligação do ferro, capacidade latente de ligação, saturação da transferrina, leucócitos totais, plaquetas, neutrófilos) e de estresse oxidativo (EO) (Produtos Avançados de Oxidação Proteica (AOPP), Metabólitos do Óxido Nítrico (Nox), Atividade das enzimas Superóxido Dismutase (SOD) e Glutationa Peroxidase) em amostras de soro e hemácias lavadas, além da avaliação dos dados clínicos dos prontuários dos pacientes para determinação de correlações e parâmetros relevantes na severidade da doença. As análises estatísticas dos dados obtidos foram conduzidas utilizando o software SPSS versão 20.0, considerando um nível de significância de p<0.05. Resultados: O estudo constatou níveis elevados de glutationa reduzida (GSH) (p=0.027) e níveis reduzidos de glutationa oxidada (GSSG) (p<0.001) nos grupos de Covid-19 moderada e grave quando comparados ao grupo de Covid-19 leve. Idade e índice de massa corporal (IMC) foram identificados como comorbidades significativas no grupo grave. Níveis mais elevados de glicose (p=0.007) e IMC (p=0.016) foram observados no grupo de pacientes que necessitaram de internação em unidade de terapia intensiva (UTI), além dos níveis séricos de sódio (p=0.020) se mostrarem aumentados e a saturação de oxigênio (p<0.001) reduzida em pacientes graves. Correlações foram encontradas entre os parâmetros de GSH e ferritina (p=0.047); NOx e leucócitos totais (p=0.038), ureia (p<0.001), creatinina (p=0.003), troponina (0.033); AOPP e leucócitos totais (p=0.020); SOD e CK (p=0.049). Conclusão: Pacientes com Covid-19 nos estágios moderado e grave podem apresentar alterações nos marcadores de EO com aumento de glutationa reduzida e redução da glutationa oxidada em relação aos pacientes no estágio leve, assim, a manutenção da integridade do sistema redox, juntamente à avaliação dos parâmetros de sódio, glicose, saturação de oxigênio e IMC se apresentam como uma hipótese para auxiliar no prognóstico e tratamento das manifestações mais graves da doençaItem Convivendo com o diabetes mellitus em um distrito rural de Londrina-PR(2010-11-08) Valentim, Silvana Aparecida; Haddad, Maria do Carmo Fernandez Lourenço; Sales, Catarina Aparecida; Garanhani, Mara LúciaO Diabetes Mellitus (DM) configura-se como uma epidemia mundial, traduzindo-se em um grande desafio para os sistemas de saúde de todo o mundo. O envelhecimento da população, a urbanização crescente e a adoção de estilos de vida pouco saudáveis como sedentarismo, dieta inadequada e obesidade são os grandes responsáveis pelo aumento da incidência e prevalência dessa doença, com consequências humanas, sociais e econômicas devastadoras. Muitos dos portadores de DM têm complicações renais, visuais, vasculares, e demonstram muitas dificuldades em mudar hábitos de vida. Esta pesquisa, com delineamento qualitativo, tem o objetivo de verificar como o portador do Diabetes Mellitus convive com sua doença em um distrito rural de Londrina-PR. O estudo foi realizado no Distrito de Lerroville que se situa à distância de 54 km de Londrina e a população de estudo foi selecionada dentre os portadores de DM tipo 2 com idades entre 40 a 60 anos por meio do método de saturação de dados e coincidência de informações, utilizando-se do processo de entrevistas gravadas com perguntas norteadoras. A avaliação dos dados foi conduzida pelo enfoque da estrutura do fenômeno situado. Foram entrevistadas 12 pessoas portadoras de DM tipo 2, sendo 7 mulheres e 5 homens com variações de tempo de doença entre 3 a 26 anos. Dos resultados podemos considerar vinte subcategorias oriundas da interpretação dada aos relatos, enumeradas em três grandes categorias. Destaca-se que a vivência do DM em uma região rural, na primeira categoria, aponta facilidades como o acompanhamento da ESF, o apoio familiar, a plantação de verduras e legumes, o ambiente rural, a espiritualidade, a compreensão do sentido da vida. A segunda categoria revela diversas dificuldades do diabético entre elas algumas limitações: como a distância dos grandes centros de especialidades, o problema de falta de transporte e estradas. A terceira categoria revela as mudanças que ocorreram na alimentação, na adesão ao exercício físico e à terapia medicamentosa. A ruralidade dos endereços dos diabéticos e o seu modo de viver registram facilidades, dificuldades e agitam-se mudanças boas, outras nascidas do medo das perdas, das complicações e do medo de morrer. Considera-se que o diabético morador de uma área rural vivência sua doença entre as ambiguidades da própria existência e as necessidades da sua vida. E preciso encontrar parcerias multiprofissionais e educação permanente para que a ESF fortaleça-se e ampare com maior amplitude de ações o seu doente portador de DM.Item Centros de Queimados no Brasil: análise da opinião de especialistas(2022-08-31) Rodrigues, Marco Aurelio Cruciol; Grion, Cíntia Magalhães Carvalho; Armani, André; Fornazieri, Marco AurelioIntrodução: O atendimento ao paciente grande queimado no Brasil foi estabelecido, como política pública de saúde em novembro de 2000, conforme a portaria 1273. Desde então, foram determinadas redes de acolhimento, atenção e cuidado ao paciente vítima de queimadura, em distintos níveis de complexidade. A qualidade dessas redes de atendimento, a disponibilidade de equipamentos e estrutura física são muito diferentes ou ainda são pouco conhecidas. O objetivo desse estudo foi analisar, por meio das respostas dos médicos que atuam em unidades de tratamento de queimaduras, seus perfis demográficos e formações acadêmicas, qual a estrutura disponível no atendimento de pacientes, a adoção de protocolos de atendimento, suporte de especialidades médicas e multiprofissionais e quais eram os principais desafios enfrentados por esses profissionais. Métodos: Estudo transversal realizado no período entre março de 2020 até abril de 2021por meio de um questionário construído conforme o método Delphi e aplicado de maneira on-line a médicos cirurgiões plásticos e intensivistas que atuam em unidades de queimaduras. Resultados: A maioria dos centros de queimados está localizada no sul e no sudeste do país, são referências de atendimento para populações superiores a 1.000.000 de habitantes. Estão estruturadas dentro de hospitais gerais terciários, com algumas facilidades exclusivas, como centro cirúrgico, leitos e eventualmente unidade de tratamento intensivo. Há suficiente distribuição de recursos e aparelhos necessários ao atendimento. Os profissionais estão sobretudo na faixa entre 30 e 60 de idade, com dedicação entre 5 e 15 anos aos pacientes vítimas de queimaduras. Em sua maioria, tiveram o treinamento de suas habilidades nos próprios centros em que estão inseridos, que por sua vez, têm forte tendência acadêmica, com programas de residências médicas e de outras especialidades. Os protocolos de atendimento da queimadura e também de condições clínicas correlatas como cirurgias, medição de área queimada, uso de antibióticos, profilaxia tromboembólica, nutrição, cuidados fisioterápicos e de enfermagem são bem difundidos e as maiores dificuldades apontadas são a natureza grave da queimadura e infecções. A demanda de procedimentos, fluxos regulatórios e de acolhimento parecem coordenados e de acordo com as necessidades regionais. Conclusões: As unidades de tratamento de queimaduras estão difundidas em todo país, em diferentes níveis de complexidade. A organização mais frequente é de um centro de referência regional, com abrangência de atenção superior a um milhão de habitantes, inseridos dentro de um hospital terciário. Os profissionais em sua maioria estão na faixa entre 30 e 60 anos, com experiência em tratamento de queimaduras superior a 5 anos. A maior parte dos centros aponta protocolos clínicos, cirúrgicos, de curativos e de atendimento global ao paciente bem estabelecidos. A complexidade dos casos, padrões de resistência e bacteriana são considerados desafios importantes em todo o Brasil.Item Prevalência de sintomas de asma, rinite e eczema atópico em escolares de 6 e 7 anos da cidade de Londrina-PR(2009-09-28) Castro, Luci Keiko Kuromoto de; Ferreira Filho, Olavo Franco; Bonameti, Ana Maria; Cerci Neto, AlcindoIntrodução: A elevada prevalência de doenças alérgicas na infância e tendências de aumento detectadas em diversos estudos no mundo tem motivado pesquisadores a buscar melhor conhecimento da real prevalência dessas doenças e os fatores que estejam envolvidos em sua manifestação. No Brasil há poucos dados publicados. Objetivo: Verificar a prevalência de sintomas de asma, rinite e eczema atópico e do diagnóstico médico, em escolares de 6 e 7 anos na cidade de Londrina-PR. Método: Estudo de prevalência de base populacional, utilizando o questionário do International Study of Asthma and Allergies in Childhood (ISAAC) padronizado e validado para o Brasil, nos módulos de asma, rinite e eczema atópico, em escolares de 6 e 7 anos de 38 escolas públicas de Londrina-PR. Resultados: Foram entregues 3.963 questionários, sendo que 3.600 (90,8%) estavam completamente respondidos pelos pais ou responsáveis. Sintomas de asma, rinite e eczema nos últimos 12 meses foram de 22%, 27,3% e 9,6%, respectivamente. O diagnóstico médico foi de 10,4% para asma, 23,4% para rinite e 11,4% para eczema atópico. Rinoconjuntivite ocorreu em 13,6% e eczema em local específico em 6,6% dos escolares. Para sintomas de asma e rinite houve predomínio para o sexo masculino, mas não para eczema atópico. Conclusão: A prevalência de sintomas de asma, rinite e eczema em Londrina-PR está dentro da variação encontrada em centros brasileiros que participaram da Fase I e Fase III do ISAAC. A baixa taxa de diagnóstico médico de asma sugere que esta morbidade ainda é subdiagnosticada.Item Efeito da responsividade às mudanças na massa muscular induzida pelo treinamento resistido sobre a aptidão funcional, força, composição corporal e indicadores de risco cardiovascular em mulheres idosas(2023-01-24) Stavinski, Natã Gomes de Lima; Cyrino, Edilson Serpeloni; Cavaglieri, Cláudia Regina; Silva, Danilo Rodrigues Pereira daO objetivo deste estudo foi comparar os efeitos da responsividade ao aumento da massa muscular (MM) em resposta ao treinamento resistido (TR) sobre componentes da força muscular, aptidão funcional, composição corporal e indicadores de risco cardiovascular em mulheres idosas. Para tanto, uma amostra de 123 mulheres (>60 anos) fisicamente independentes foi dividida em dois grupos: grupo controle (CON, n = 61) e grupo treinamento resistido (GT, n = 62). O GT foi submetido a um programa de TR, composto por oito exercícios de corpo todo que foram realizados em três séries de 10-15 repetições, em três sessões semanais, em dias alternados, ao longo de 12 semanas, ao passo que o CON não realizou nenhuma intervenção. Medidas antropométricas, de força muscular, aptidão funcional e composição corporal foram determinadas na linha de base e ao final do período de intervenção. Adicionalmente, biomarcadores metabólicos de risco cardiovascular foram analisados. Equações de estimativas generalizadas foram utilizadas para comparar a diferença bruta entre as variáveis dependente entre os grupos CON e GT e em função do tempo. Por fim, o GT foi estratificado em tercis a partir da mudança da MM, resultando em tercis inferior (INF, n = 20), médio (MED, n = 21) e superior (SUP, n = 21), de acordo com a responsividade ao aumento da MM. Aumentos significantes foram encontrados em todos os testes de força máxima isoinercial no GT em comparação ao CON (P < 0,001). O TR resultou em aumento da força máxima isocinética nos movimentos de extensão (60º·s-1 e 180º·s-1) e flexão de joelhos (60º·s-1) (P < 0,05). Uma melhoria significante do desempenho nos testes de sentar e levantar cinco vezes e na força de preensão manual foi revelada no GT em comparação ao CON (P < 0,05). Uma redução na adiposidade corporal total, de pernas, de tronco e ginoide foi encontrada no GT (P < 0,05). Além disso, uma redução significante da gordura de tronco foi identificada no GT em comparação ao CON (P < 0,05). Ambos os grupos melhoraram a lipemia, ao passo que GT aumentou a glicose, embora sem aumento da Hba1c (P > 0,05). Não foram encontradas diferenças entre os tercis para a força muscular isoinercial e nos indicadores de aptidão funcional após o TR (P > 0,05). Somente os tercis MED e SUP melhoraram o desempenho nos testes de sentar e levantar cinco vezes e força de preensão manual em função do tempo (P < 0,05), contudo, sem diferenças entre eles e com o tercil INF (P > 0,05). Não houve diferenças significantes na adiposidade corporal total ou segmentar entre os tercis, embora um redução na gordura total, de pernas, tronco e ginoide tenha sido encontrada no tercil INF, ao passo que uma diminuição na gordura total e de tronco foi revelada no tercil MED (P < 0,05). Entretanto, nenhuma diferença significante na adiposidade corporal total ou segmentar foi identificada nas comparações com o tercil SUP. Não houve diferenças no perfil glicêmico e lipídico entre os tercis. Nossos resultados sugerem que a responsividade ao aumento da MM não parece influenciar o comportamento da força, aptidão funcional, adiposidade corporal e fatores de risco cardiovascular em mulheres idosas após um programa de 12 semanas de TRItem Efeito moderador do estado nutricional sobre a força muscular e composição corporal de mulheres idosas submetidas a um programa de treinamento resistido(2023-06-30) Graça, Ágatha; Cyrino, Edilson Serpeloni; Silva, Danilo Rodrigues Pereira da; Ribeiro, Alex SilvaO envelhecimento é um processo natural e irreversível que acomete todos os seres humanos, desencadeando diversas alterações, tais como: redução da força e massa muscular, densidade mineral óssea e, concomitante, aumento na quantidade de gordura corporal. Nesse sentido, a prática de treinamento resistido (TR) tem sido considerada uma intervenção eficaz na atenuação ou reversão de efeitos deletérios do processo de envelhecimento. Todavia, pouco se conhece sobre o possível impacto do estado nutricional sobre as respostas adaptativas ao TR em mulheres idosas. Assim, o objetivo deste estudo foi analisar o possível efeito moderador do estado nutricional sobre a força muscular e a composição corporal de mulheres idosas submetidas a 12 semanas de TR. Oitenta e duas mulheres fisicamente independentes foram selecionadas para o presente estudo e divididas em dois grupos, de acordo com o índice de massa corporal (IMC), a saber: grupo eutrófico (EUT), com IMC de 18,5 kg/m² a 24,9 kg/m² e grupo excesso de peso (EXC), com IMC = 25,0 kg/m². Um único programa de TR para o corpo inteiro (oito exercícios, três séries de 8-12 RM) foi executado em uma frequência de três sessões semanais, em dias alternados. A força muscular foi analisada a partir de testes de uma repetição máxima (1RM), ao passo que a composição corporal foi determinada por absortometria radiológica de dupla energia (DXA). O TR resultou em aumentos significantes (P < 0,05) na massa muscular (EUT: 3,9% vs. EXC: 3,7%, pequeno efeito), na qualidade muscular (EUT = 10,5% vs. EXC = 9,6%, efeito moderado), no 1RM no supino vertical (EUT = 20% vs. EXC = 17%, efeito moderado a grande), no 1RM na cadeira extensora (EUT = 4,3% vs. EXC = 7,1%, pequeno efeito), no 1RM rosca scott (EUT = 10,5% vs. EXC = 10,2%, efeito moderado), na somatória da carga total levantada (EUT = 15,8% vs. EXC = 13,0%, efeito moderado), no índice de força relativa (EUT = 13,6% vs. EXC = 15,8%, efeito moderado), e reduções na gordura corporal absoluta (EUT = 2,1% vs. EXC = 1,6%, pequeno efeito) e relativa (EUT = 2,7% vs. EXC = 2,0%, pequeno efeito), sem diferença entre os grupos. Tais modificações foram acompanhadas pela elevação do IMC em ambos os grupos (EUT = 1,3% vs. EXC = 1,0%, pequeno efeito). Quando o IMC foi correlacionado às variações (pós-treino vs. pré-treino) das mesmas variáveis-desfecho, não houve associação significante. Nossos resultados sugerem que o estado nutricional não parece exercer efeito moderador sobre as modificações na força muscular e composição corporal acarretadas por 12 semanas de TR em mulheres idosas. Entretanto, mulheres eutróficas ou em excesso de peso parecem se beneficiar de forma similar ao TR, apresentando ganhos de força muscular nos diferentes segmentos corporais e tais modificações tendem a ser acompanhadas pelo aumento de massa muscular com manutenção ou redução da gordura corporalItem O impacto da síndrome da bexiga hiperativa na produtividade laboral de servidoras de um hospital público brasileiro com um novo instrumento de avaliação subjetiva e comportamental(2023-04-17) Fontenele, Marta Quézia Silva; Almeida, Sílvio Henrique Maia de; Grion, Cintia Magalhães Carvalho; Gregorio, Emerson Pereira; Nunes, Janaina Meyer de OliveiraIntrodução: A síndrome da bexiga hiperativa (SBH) é uma condição de saúde comum e prevalente, caracterizada por sintomas urinários altamente incômodos que impactam substancialmente na produtividade laboral (PL). Objetivos: Avaliar o impacto dos sintomas urinários da síndrome da bexiga hiperativa (SBH) nos domínios subjetivos (DS) e comportamentais (DC) relacionados a produtividade laboral (PL) de funcionárias de um hospital público brasileiro através de um novo questionário desenvolvido com esse fim. Métodos: Estudo observacional e do tipo transversal, com servidoras de um hospital público universitário, ativas em sua função. As funcionárias foram recrutadas em seus postos de trabalho e todas responderam a um questionário de dados gerais, e aos instrumentos 8-item Overactive Bladder Questionnaire (OAB-V8) e International Consultation on Incontinence Questionnaire Overactive Bladder (ICIQ-OAB). Coletou-se dados pessoais, laborais, clínicos e de hábitos e vícios; para verificar a presença de SBH e o grau de incômodo dos sintomas na amostra, foi utilizado o questionário OAB-V8 e para avaliar o comprometimento na qualidade de vida (QV), severidade e incômodo dos sintomas da SBH, foi utilizado o questionário ICIQ-OAB. Para àquelas com pontuação = 8 e presença de urgência miccional no OAB-V8, foi aplicado um questionário estruturado para avaliação da PL na SBH, para domínios (DS) subjetivos e comportamentais (DC), na parte 1, e por sintoma específico (parte 2). As relações entre os subtipos de SBH e as pontuações e domínios de PL foram realizadas pelo testes Qui-quadrado e Exato de Fisher, e pelo teste de Mann Whitney. A correlação entre as pontuações de PL com os questionários OAB-V8 e ICIQ-OAB foram realizadas pelo teste de Spearmann; adotou-se um nível de significância de 5%. Resultados: Participaram do estudo 576 servidoras, 63 apresentavam SBH seca e 66 SBH úmida. Encontrou-se um impacto significativo na PL por sintoma urinário (p=0,03), entre os domínios de produtividade/eficiência (p=0,03), agitação (p <0,05) e interrupções para idas ao banheiro (p=0,03), principalmente entre as funcionárias com SBHU. A urgência e incontinência urinária de urgência (IUU) foram os sintomas de maior impacto produtivo na amostra (p=0,01 e p<0,001). Houve uma correlação significativa do incomôdo dos sintomas com os domínios de PL e o impacto produtivo por sintoma específico, respectivamente, pela pontuação do OAB-V8 (SBHS: r=0,37, p=0,01, 95% IC=0,08 a 0,06; SBHU: r=0,45, p<0,05, 95% IC=0,18 a 0,66) (SBHS: r=0,36, p=0,02, 95% IC=0,06 a 0,59; SBHU: r=0,44, p<0,05, 95%IC=0,16 a 0,65) e da escala numérica do ICIQ-OAB (SBHS: r=0,47, p=0,001, 95% IC=0,19 a 0,67; SBHU: r=0,43, p=0,003, 95% IC=0,14 a 0,65) (SBHS: r=0,52, p<0,001, 95% IC=0,26 a 0,71; SBHU: r=0,48, p<0,001, 95% IC=0,21 a 0,68), em ambos os grupos. A PL correlacionou-se com a severidade dos sintomas e QV quanto aos DS e DC, apenas na SBHU (r=0,48, p<0,001, 95%IC=0,21 a 0,68) e quanto ao impacto por sintoma em ambos os grupos (SBHS: r =0,64, p<0,001, 95% IC=0,46 a 0,77; SBHU: r=0,63, p<0,001, 95%IC=0,45 a 0,76). Conclusão: Os sintomas da SBH impactaram significativamente a PL, em DS (eficiência e agitação) e DC (interupções para idas ao banheiro), sendo a urgência e a IUU os sintomas de maior impacto. Esses resultados foram associados ao maior incômodo, severidade e impacto na QV dos sintomasItem Efeito da estimulação elétrica de microcorrente no tratamento da disfunção erétil após prostatectomia radical- estudo piloto(2023-04-14) Campana, Tamires Lima Rodrigues; Almeida, Sílvio Henrique Maia de; Fornazieri, Marco Aurélio; Nunes, Janaina Mayer de OliveiraIntrodução: A disfunção erétil (DE) afeta até 20% dos homens e é um problema crescente com o avanço da idade. A DE pós-prostatectomia radical (PR) é uma forma própria de DE, pois tem relação direta com o evento causal. A estimulação elétrica com microcorrentes é uma categoria de estimulação elétrica terapêutica não-invasiva, não provoca contrações musculares ou sensações desconfortáveis na pele. Essa estimulação usa corrente fisiológica do corpo e intensifica a bioatividade para reparar danos nos nervos, músculos e tecidos. Objetivo: Avaliar o efeito da estimulação elétrica na DE pós prostatectomia por meio do questionários Índice Internacional de Função Erétil-5 (IIFE-5) e Erection Hardness Score (EHS). Métodos: Estudo quase-experimental com amostra composta por pacientes submetidos à PR aberta, entre 40 a 75 anos de idade e diagnóstico de DE pós prostatectomia (escore do IIFE-5 inferior a 22) com tempo pós cirúrgico de 5 a 78 meses. A intervenção consistiu em aplicação da eletroestimulação peniana transcutânea de baixa intensidade abaixo do limiar motor alternando 10 Hz a 300 Hz. A corrente foi aplicada por meio de dois eletrodos autoadesivos, medindo 3 cm cada e colocados na superfície do dorso do pênis. Um eletrodo foi colocado na base do pênis, enquanto o segundo foi colocado distal ao primeiro e conectado a um estimulador elétrico Mettler modelo 240, que foi programado para cinco tipos de corrente de baixa frequência. A sessões tiveram duração de 45 minutos e foram realizadas duas vezes na semana, por 8 semanas. Os pacientes foram avaliados dois meses antes de iniciar tratamento, pré-tratamento, ao final do tratamento e 6 meses após. Resultados: Foram selecionados, tratados, avaliados e incluídos no estudo 10 pacientes. A média e o desvio-padrão do questionário IIFE-5 Baseline e Pré-intervenção foi de 9,7 (DP: ±2,8 e ± 2,9); após o período de 8 semanas de intervenção (Pós-intervenção) de 16,6 (DP: ±4,9); e após acompanhamento de 6 meses (Folow up) foi 16,9 (DP: ±4,6), p<0,001. A média e o desvio-padrão do EHS Baseline e Pré intervenção foi de 1,6 (DP: ±0,5); após o período de 8 semanas de intervenção (Pós-intervenção) 2,6 (DP: ±0,8); e após acompanhamento de 6 meses (Follow up) de 2,8 (DP: ±0,7), p<0,0001). Conclusão: A microestimulação foi benéfica para o tratamento da disfunção erétil em pacientes submetidos a PTR aberta após o período de intervenção e até 6 meses após o tratamentoItem Avaliação de biomarcadores de estresse oxidativo/nitrosativo em pacientes com doença renal crônica no estágio pré dialitico e em hemodiálise(2022-04-19) Semeão, Laura de Oliveira; Barbosa, Décio Sabbatini; Venturini, Danielle; Casagrande, RúbiaIntrodução: A doença renal crônica (DRC) é representada por um grupo de condições heterogêneas que afetam a estrutura e função dos rins. O estresse oxidativo/nitrosativo (EO/EN) é um desequilíbrio entre compostos antioxidantes e pró-oxidantes, sendo que este último pode contribuir para danos irreversíveis à proteínas, lipídeos, DNA e, consequentemente, podendo auxiliar na progressão da DRC. Objetivo: mensurar níveis de biomarcadores de EO/EN em pacientes em estágios pré-dialíticos e em hemodiálise (HD), comparando-os entre si e entre indivíduos sem comorbidade com a finalidade de verificar o quanto a DRC altera estes biomarcadores e demais marcadores bioquímicos em resultados laboratoriais de rotina. Materiais e Métodos: foi realizado um estudo controlado com amostra 114 de pacientes com DRC distribuídos em quatros grupos, de acordo com a classificação da sua taxa de filtração glomerular estimada (TFGe) onde, 3a (n= 23), 3b (n= 34), 4 (n= 21) e HD (n= 26) e comparados entre si e com um grupo controle saudável (n=23). Foram realizadas análises de alguns biomarcadores do EO/EN a saber: SOD, CAT, PON, GT, GSH, GSSG, NOx, LOOH, SH e AOPP. Na análise estatística as variáveis foram avaliadas por análise de variância (ANOVA) complementada com teste de Tukey ou Dunnet T3 ou por Kruskal-Wallis complementado com o teste de Dunn. As associações entre dois sistemas categóricos foram verificadas por meio de análises de tabelas de contingência e uma curva característica de operação do receptor (ROC). Resultados: aumento significativo do grupo HD em relação ao controle nos biomarcadores pró-oxidantes NOx e GSSG e nos biomarcadores antioxidantes SOD, GT e GSH. SH e PON encontraram diminuídos quando comparados o grupo HD aos demais. Além disso, a AOPP mostrou-se aumentada conforme a progressão da doença. Conclusão: O presente trabalho evidencia o aumento nos níveis de espécies reativas de oxigênio e nitrogênio (ERO/ERN) em pacientes pré-dialíticos e em HD, conforme a progressão da DRC. Frente aos dados apresentados, defende-se a ideia do uso dos níveis de GSSG, GSH e PON como auxiliares no monitoramento do quadro do paciente com DRC e a AOPP como potencial biomarcador no auxílio do acompanhamento da progressão da DRC em pacientes pré-dialíticos (3-4) e dialíticosItem Adaptação e validação da versão brasileira do questionário ‘PROactive physical activity in COPD – clinical visit’ (C-PPAC) para indivíduos com doença pulmonar obstrutiva crônica(2022-06-23) Santana, André Vinicius; Pitta, Fábio de Oliveira; Deminice, Rafael; Furlanetto, Karina CoutoIntrodução: Indivíduos com doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) apresentam baixos níveis de atividade física na vida diária (AFVD). Considerando que o grau de redução do nível de AFVD é um aspecto importante da condição clínica dessa população, sua avaliação por meio de instrumentos adequados é fundamental. O ‘PROactive Physical Activity in COPD – clinical visit (C-PPAC) é um instrumento híbrido que uniu de forma ampla duas dimensões de avaliação da AFVD em indivíduos com DPOC: a quantidade de atividade física realizada na vida diária (avaliada por um acelerômetro), e a experiência de dificuldade relatada pelo indivíduo ao realizar essas atividades (avaliada como autorrelato por meio de um questionário). Porém, até o presente momento, não havia versão validada em Português Brasileiro deste questionário, o que limita o uso da ferramenta PROactive como um todo em indivíduos brasileiros com DPOC. Objetivo: O objetivo deste estudo foi adaptar e estudar a consistência interna, confiabilidade teste-reteste, concordância e validade de critério da versão em língua portuguesa do Brasil do C-PPAC para avaliação da experiência na realização de atividades físicas por indivíduos brasileiros com DPOC. Métodos: Para adaptação e validação, o protocolo indicado pelos autores do instrumento original e os guidelines de Beaton et al. foram aplicados em uma versão inicialmente desenvolvida em Português de Portugal por um grupo de pesquisa parceiro. A versão resultante em Português Brasileiro foi então aplicada duas vezes com um intervalo mínimo de sete dias em 30 indivíduos com DPOC (57% homens; VEF1 53±18%predito) para avaliar a consistência interna, reprodutibilidade teste-reteste, concordância e validade de critério. Os participantes também completaram o International Physical Activity Questionnaire (IPAQ), a escala Medical Research Council (MRC) e o Saint George's Respiratory Questionnaire para avaliar a validade de critério. Resultados: O C-PPAC mostrou excelente reprodutibilidade teste-reteste (coeficiente de correlação intraclasse 0.941 [intervalo de confiança 0.876 - 0.972]) e boa concordância pelo gráfico de Bland and Altman, além da excelente consistência interna (alfa de Cronbach 0.944). A validação de critério mostrou correlações moderadas a fortes com todos os outros instrumentos avaliados, especialmente o IPAQ (r= -0.63). Conclusão: A versão em Português Brasileiro do questionário ‘PROactive Physical Activity in COPD – visita clínica’ é um instrumento válido e confiável para avaliar a experiência de dificuldades dos indivíduos com DPOC durante suas atividades físicas na vida diáriaItem Perfil dos adolescentes com doenças crônicas internados no Hospital Universitário de Londrina(2022-11-18) Favaretto, Giovana Ribeiro de Souza; Nunes, Sandra Odebrecht Vargas; Estanislau, Célio Roberto; Vitalle, Maria Sylvia de Souza; Machado, Regina Célia BuenoINTRODUÇÃO: Adolescentes com doenças crônicas estão predispostos a maior chance de problemas biológicos, sociais e emocionais. Esse estudo objetiva avaliar o perfil de adolescentes hospitalizados com doenças crônicas, compreendendo seus sentimentos, limitações, dificuldades, comportamentos de risco à saúde e estratégias de enfrentamento, bem como analisar percepção de doença crônica, qualidade de vida e adesão ao tratamento, a fim de se buscar um cuidado singular em saúde para essa população. MÉTODOS: Estudo transversal, realizado entre setembro de 2021 e março de 2022, com 61 adolescentes com doenças crônicas, entre 10 e 19 anos, de ambos os gêneros, internados no Hospital da Universidade Estadual e Londrina. Os participantes responderam um formulário eletrônico que continha um questionário clínico, socioemocional e demográfico, além das escalas: Instrumento de Qualidade de Vida da Organização Mundial da Saúde, versão breve (WHOQOL-Bref); Questionário de Percepção da Doença, versão Breve (IPQ Brief Version) e Escala de Avaliação de Adesão Terapêutica (MARS). Para análise dos dados, os adolescentes foram divididos por sexo, masculino e feminino, e em dois grupos relativos à duração da doença (Grupo 1 com até 4 anos e Grupo 2 com 5 ou mais anos de diagnóstico). RESULTADOS: Entre participantes, 49,2% eram do sexo masculino e 50,8% do sexo feminino. A média de idade entre os sexos foi semelhante. O estudo constatou que a maioria dos participantes apresenta sofrimento psíquico, faz uso de algum medicamento ou dispositivo médico, é hospitalizado com frequência, tem regimes de tratamento restritivos e sintomas dolorosos. Relataram ter várias limitações, sentimentos incapacitantes, estratégias de enfrentamento e alguns comportamentos de risco à saúde. O sexo feminino apresentou uma taxa negativa de adesão medicamentosa de 6,9% versus 25,9% encontrada no sexo masculino; apresentou menores escores de qualidade de vida em relação ao masculino no domínio saúde física, saúde psicológica e escore total no WHOQOL-BREF. A pesquisa encontrou maior pontuação no IPQ entre os participantes do sexo feminino que os do sexo masculino. Em relação à duração da doença, no WHOQOL-BREF, o grupo 2 apresentou menor qualidade de vida no domínio meio ambiente e maior pontuação total em relação ao grupo 1. Encontramos escores mais baixos no WHOQOL-BREF e escores mais altos no IPQ entre os adolescentes do grupo 1. CONCLUSÕES: Os adolescentes hospitalizados com doenças crônicas demonstram sofrimento, apresentam dificuldades e limitações, utilizam estratégias de enfrentamento adaptativas e desadaptativas e, portanto, merecem atenção e cuidados específicos. O sexo feminino tem maior adesão à medicação, menor qualidade de vida e visão mais ameaçadora da doença do que o sexo masculino. Os resultados oferecem subsídios úteis para a prática clínica, uma vez que esses achados podem alertar para a necessidade de mais conhecimento sobre a doença e a importância de incentivar formas de melhorar a qualidade de vida e os cuidados para reduzir comportamentos de riscoItem Efeitos da dieta hiperproteica no íleo de camundongos com retocolite ulcerativa experimental(2022-12-14) Coronado, Vinicius Balan Ramos; Araújo, Eduardo José de Almeida; Deminice, Rafael; Andrade, Fábio Goulart deIntrodução: A retocolite ulcerativa (RCU) é uma as doenças inflamatórias intestinal (DII), que acomete o reto, colo e parte terminal do íleo, causando alterações fenotípicas e funcionais no sistema nervoso entérico (SNE). Estudos demonstram que os nutrientes da dieta também podem também desencadear alterações no fenótipo e função do SNE. O SNE é a inervação intrínseca do trato gastrointestinal, o qual é responsável pelo controle da sua motilidade e suas secreções. Assim, este estudo se propôs a investigar se um esse tipo de dieta hiperproteica (50%) aumenta a vulnerabilidade do íleo durante a fase aguda da RCU, bem como se intensifica interfere no processo inflamatório e, consequentemente, na estrutura do as possíveis alterações no SNE. Material e métodos: Foram utilizados camundongos C57BL/6 machos e, os quais foram distribuídos em quatro grupos experimentais utilizando sulfato de sódio dextrano (DSS) como indutor de RCU: DP (dieta padrão), HP (dieta hiperproteica), DP/DSS (dieta padrão e DSS 3%) e HP/DSS (dieta hiperproteica e DSS 3%). Foi realizado o acompanhamento diário da massa corporal dos animais, a consistência das fezes e presença de sangue oculto nas fezes para realizar o índice de atividade da doença (IAD). Segmentos do íleo foram submetidos à análise histológica para coloração com Hematoxilina e Eosina e à imunofluorescência para evidenciação da população geral (PGP9.5+) e das subpopulações neuronais nitrérgica+, nitrégica-, calretinina com fraca (Calr+) e forte (Calr++) imunorreatividade. Os dados foram expressos como média ± erro padrão da média. Dados com distribuição normal foram comparados pelo teste anova ANOVA two-way seguido do pós-teste de Tukey. Dados com distribuição livre foram comparados pelo teste Kruskall-Wallis seguido pelo teste de Dunn. Resultados: Os camundongos expostos ao DSS e que foram alimentados com a dieta hiperproteica apresentaram um IAD ainda maior que o dos animais que receberam dieta padrão (P<0,05). O grupo HP/DSS apresentou redução significativa da espessura da mucosa de regiões intervilares, da largura de cripta e da altura dos enterócitos quando comparado ao DP/DSS (P<0,05). No plexo mioentérico, foi observada uma atrofia dos neurônios nitrérgicos (P<0,05) e, no plexo submucoso, uma atrofia nas subpopulações estimadamente colinérgica (Calr++) e VIPérgica (Calr+) (P<0,05). Conclusão: A dieta hiperproteica piora os sinais clínicos da RCU na fase aguda da doença, assim como exerce uma influência sobre o tamanho dos neurônios entéricos no íleo dos camundongosItem Comparação da eficácia de três marcas de budesonida em adultos com rinite alérgica: ensaio clínico randomizado prospectivo(2022-09-29) Mathias, Lucas Bissacott; Fornazieri, Marco Aurélio; Tamashiro, Edwin; Armani, AndréIntrodução: A rinite alérgica (RA) é doença inflamatória crônica prevalente e ainda subestimada, caracterizada por prurido, espirros, rinorreia e congestão nasal. O tratamento padrão-ouro para a rinite alérgica são os corticosteroides tópicos, devido ao seu perfil de segurança e eficácia no controle da inflamação da mucosa nasal. Para aprovação pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), medicamentos similares de uso tópico não necessitam de testes de quantificação de biodisponibilidade. Diferenças na eficácia dos corticosteroides nasais às vezes são percebidas pelos pacientes, mas ainda não foram esclarecidas. Objetivos: Comparar a eficácia de três marcas de budesonida nasal tópica disponíveis no Brasil no tratamento da rinite alérgica. Métodos: Foi realizado um ensaio clínico randomizado de superioridade, prospectivo, aberto, envolvendo pacientes com diagnóstico confirmado de rinite alérgica moderada/grave. Cinqüenta e sete indivíduos foram randomizados em três grupos. Cada grupo foi submetido a um ciclo de tratamento de 4 semanas com uma das três marcas de budesonida nasal tópica atualmente disponíveis no Brasil: Budecort Acqua® (referência), Busonid® (referência) e Noex® (similar). Cada paciente foi submetido a testes de função olfatória (Teste de Identificação do Olfato da Universidade da Pensilvânia - UPSIT), questionários de obstrução nasal (Escala para Avaliação do Sintoma de Obstrução Nasal - NOSE e Pico de Fluxo Inspiratório Nasal - PNIF) e questionários de controle de sintomas (Teste de Avaliação de Controle da Rinite - RCAT) antes e depois do tratamento. Os resultados foram analisados por meio de Análise de Variância ANOVA (complementada pelo teste de Tukey) ou Kruskal-Wallis para fins de comparação entre os três grupos. Resultados: Dezenove pacientes receberam Budecort Acqua®, 19 Busonid® e 19 Noex®. Dos 57 pacientes randomizados, 50 retornaram para coleta de dados após 4 semanas de tratamento. O número de desistências não foi estatisticamente significante entre os grupos (p=0,13). Todos os testes UPSIT, PNIF, NOSE e RCAT melhoraram significantemente após 4 semanas de intervenção nos três grupos estudados (p<0,01). Nenhum dos testes apresentou diferença estatisticamente significante quando comparados entre os grupos, tanto nos valores pré quanto nos valores pós-tratamento, nas análises de dados intention-to-treat (ITT) e per protocol (PP), respectivamente: UPSIT (p=0,24 e p=0,26), PNIF (p=0,83 e p= 0,79), NOSE (p=0,74 e p=0,58) e RCAT (p=0,23 e p=0,14). Nenhum efeito adverso grave foi relatado em nenhum dos três grupos analisados pelo presente estudo. Conclusão: Este estudo demonstrou que a forma similar da budesonida nasal e dois medicamentos referência correspondentes têm eficácia semelhante no tratamento da RA. Mais ensaios clínicos são necessários para comparar a eficácia e segurança entre medicamentos referência e genéricos/similares a longo prazo