O volume de treinamento resistido influencia a força muscular, composição corporal e saúde metabólica em mulheres idosas com obesidade?

Data

2025-02-24

Autores

Santos, Aline Prado dos

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Resumo

A obesidade é uma doença crônica multifatorial caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura, especialmente na região visceral, sendo um importante problema de saúde pública, especialmente para a população idosa. Por outro lado, o treinamento resistido (TR) é uma estratégia não farmacológica que pode proporcionar diversos benefícios para a saúde de idosos e obesos. Entretanto, muitas das respostas adaptativas acarretadas pelo TR podem ser influenciadas pelo volume adotado nas sessões de treinamento, uma temática que tem sido pouco explorada pela literatura, sobretudo, em mulheres idosas obesas. Portanto, o propósito deste estudo foi comparar o efeito de diferentes volumes de TR sobre a força muscular, composição corporal e biomarcadores cardiometabólicos em mulheres idosas com obesidade. Quarenta e nove mulheres obesas (> 60 anos), fisicamente independentes, foram separadas em dois grupos e submetidas a um programa de TR executado em duas (OB-2S, n = 23) ou três séries de 10-15 repetições (OB-3S, n = 26) por exercício. A obesidade foi definida com base no atendimento simultâneo a dois critérios, a saber: IMC = 30 kg/m2 e circunferência de cintura = 88 cm. O programa de TR foi composto por oito exercícios para os diferentes segmentos corporais, sendo executado em três sessões semanais ao longo de 12 semanas. Medidas de força muscular, composição corporal, circunferências e biomarcadores cardiometabólicos foram determinados antes e após a intervenção. Os maiores ganhos de força muscular foram encontrados no grupo OB-3S para os exercícios chest press (OB-3S = 21,4% vs. OB-2S = 4,2%; P = 0,001) e Rosca Scott (OB-3S = 25,0% vs. OB-2S = 1,8%; P = 0,002). Por outro lado, na cadeira extensora os aumentos encontrados não foram diferentes entre os grupos (P = 0,120). Adicionalmente, incrementos similares foram revelados para a massa muscular esquelética (OB-3S = 0,3 kg vs. OB-2S = 0,5 kg; P = 0,142). Diferenças entre os grupos foram encontradas para circunferência de abdômen (OB-3S = -1,3% vs. OB-2S = 1,8%; P < 0,001) e cintura (OB-3S = -1,7% vs. OB-2S = -0,4%; P = 0,001). O tecido gordo foi reduzido somente no grupo OB-3S em termos absoluto (0,8 kg; P < 0,05) e relativo (45,6% vs. 44,7%; P < 0,05), sem diferença entre os grupos (P > 0,05). O TR promoveu redução nos triglicerídeos (OB-3S = -13,2% vs. OB-2S = 19,0%; P < 0,001) e VLDL-c (OB-3S = -13,5% vs. OB-2S = 18,5%; P < 0,001), somente no grupo OB-3S. Nenhuma diferença entre os grupos foi encontrada para glicemia (P = 0,202), HbA1c (P = 0,201), colesterol total (P = 0,055), HDL-c (P = 0,072), LDL-c (P = 0,592), índice de Castelli I (P = 0,548), índice de Castelli II (P = 0,674) e proteína C-reativa (P = 0,382). Os resultados do presente estudo sugerem que 12 semanas de TR foram eficazes para promover melhorias na força muscular, composição corporal e alguns biomarcadores cardiometabólicos em mulheres idosas com obesidade, independentemente do volume adotado. Entretanto, um maior volume de treinamento (OB-3S) proporcionou ganhos mais expressivos na força muscular de membros superiores e tronco, além de reduções mais acentuadas nas circunferências do abdômen e do quadril e nas concentrações de triglicerídeos e VLDL-c.

Descrição

Palavras-chave

Treinamento de força, Saúde da mulher, Hipertrofia, Excesso de peso, Biomarcadores cardiometabólicos, Envelhecimento, Mulheres idosas - Obesidade, Mulheres idosas - Treinamento resistido (TR), Mulheres idosas - Força muscular, Saúde da mulher

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