Centros de Queimados no Brasil: análise da opinião de especialistas

Data

2022-08-31

Autores

Rodrigues, Marco Aurelio Cruciol

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Resumo

Introdução: O atendimento ao paciente grande queimado no Brasil foi estabelecido, como política pública de saúde em novembro de 2000, conforme a portaria 1273. Desde então, foram determinadas redes de acolhimento, atenção e cuidado ao paciente vítima de queimadura, em distintos níveis de complexidade. A qualidade dessas redes de atendimento, a disponibilidade de equipamentos e estrutura física são muito diferentes ou ainda são pouco conhecidas. O objetivo desse estudo foi analisar, por meio das respostas dos médicos que atuam em unidades de tratamento de queimaduras, seus perfis demográficos e formações acadêmicas, qual a estrutura disponível no atendimento de pacientes, a adoção de protocolos de atendimento, suporte de especialidades médicas e multiprofissionais e quais eram os principais desafios enfrentados por esses profissionais. Métodos: Estudo transversal realizado no período entre março de 2020 até abril de 2021por meio de um questionário construído conforme o método Delphi e aplicado de maneira on-line a médicos cirurgiões plásticos e intensivistas que atuam em unidades de queimaduras. Resultados: A maioria dos centros de queimados está localizada no sul e no sudeste do país, são referências de atendimento para populações superiores a 1.000.000 de habitantes. Estão estruturadas dentro de hospitais gerais terciários, com algumas facilidades exclusivas, como centro cirúrgico, leitos e eventualmente unidade de tratamento intensivo. Há suficiente distribuição de recursos e aparelhos necessários ao atendimento. Os profissionais estão sobretudo na faixa entre 30 e 60 de idade, com dedicação entre 5 e 15 anos aos pacientes vítimas de queimaduras. Em sua maioria, tiveram o treinamento de suas habilidades nos próprios centros em que estão inseridos, que por sua vez, têm forte tendência acadêmica, com programas de residências médicas e de outras especialidades. Os protocolos de atendimento da queimadura e também de condições clínicas correlatas como cirurgias, medição de área queimada, uso de antibióticos, profilaxia tromboembólica, nutrição, cuidados fisioterápicos e de enfermagem são bem difundidos e as maiores dificuldades apontadas são a natureza grave da queimadura e infecções. A demanda de procedimentos, fluxos regulatórios e de acolhimento parecem coordenados e de acordo com as necessidades regionais. Conclusões: As unidades de tratamento de queimaduras estão difundidas em todo país, em diferentes níveis de complexidade. A organização mais frequente é de um centro de referência regional, com abrangência de atenção superior a um milhão de habitantes, inseridos dentro de um hospital terciário. Os profissionais em sua maioria estão na faixa entre 30 e 60 anos, com experiência em tratamento de queimaduras superior a 5 anos. A maior parte dos centros aponta protocolos clínicos, cirúrgicos, de curativos e de atendimento global ao paciente bem estabelecidos. A complexidade dos casos, padrões de resistência e bacteriana são considerados desafios importantes em todo o Brasil.

Descrição

Palavras-chave

Centro de Queimados - Atendimento - Brasil, Queimaduras - Tratamento - Brasil

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