Avaliação de parâmetros bioquímicos, inflamatórios e de estresse oxidativo de pacientes com COVID-19 leve, moderada e grave
Data
2023-08-25
Autores
Oliveira, Bruno Moraes de
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Resumo
Introdução: Entre os diversos processos fisiopatológicos da doença Covid-19, um dos fatores que contribuem para o desenvolvimento dos casos graves é a tempestade de citocinas, caracterizada pela liberação de mediadores pró-inflamatórios, com consequente ocorrência de lesão tecidual e morte celular, fatores que contribuem para um desequilíbrio no sistema redox e levam ao estresse oxidativo (EO). A presença do EO pode estar ligada ao desenvolvimento das formas mais graves da doença em questão, sendo refletida também nos marcadores laboratoriais e desfechos dos pacientes, portanto a compreensão dos mecanismos fisiopatológicos da Covid-19 pode contribuir para identificação de possíveis marcadores e alvos terapêuticos para a doença. Objetivo: Avaliar a influência dos parâmetros clínicos, bioquímicos, inflamatórios e do estado redox em pacientes com Covid-19 de acordo com a gravidade (leve, moderada e grave). Metodologia: Foi conduzido um estudo de coorte em pacientes com Covid-19 leve (n=38), moderada (n=39) e grave (n=48), realizando análises bioquímicas e inflamatórias (ureia, creatinina, creatino quinase (CK), lactato desidrogenase, troponina ultrassensível, aspartato aminotransferase, alanina aminotransferase, Proteína C Reativa, gasometria arterial, ferritina, transferrina, ferro sérico, capacidade total de ligação do ferro, capacidade latente de ligação, saturação da transferrina, leucócitos totais, plaquetas, neutrófilos) e de estresse oxidativo (EO) (Produtos Avançados de Oxidação Proteica (AOPP), Metabólitos do Óxido Nítrico (Nox), Atividade das enzimas Superóxido Dismutase (SOD) e Glutationa Peroxidase) em amostras de soro e hemácias lavadas, além da avaliação dos dados clínicos dos prontuários dos pacientes para determinação de correlações e parâmetros relevantes na severidade da doença. As análises estatísticas dos dados obtidos foram conduzidas utilizando o software SPSS versão 20.0, considerando um nível de significância de p<0.05. Resultados: O estudo constatou níveis elevados de glutationa reduzida (GSH) (p=0.027) e níveis reduzidos de glutationa oxidada (GSSG) (p<0.001) nos grupos de Covid-19 moderada e grave quando comparados ao grupo de Covid-19 leve. Idade e índice de massa corporal (IMC) foram identificados como comorbidades significativas no grupo grave. Níveis mais elevados de glicose (p=0.007) e IMC (p=0.016) foram observados no grupo de pacientes que necessitaram de internação em unidade de terapia intensiva (UTI), além dos níveis séricos de sódio (p=0.020) se mostrarem aumentados e a saturação de oxigênio (p<0.001) reduzida em pacientes graves. Correlações foram encontradas entre os parâmetros de GSH e ferritina (p=0.047); NOx e leucócitos totais (p=0.038), ureia (p<0.001), creatinina (p=0.003), troponina (0.033); AOPP e leucócitos totais (p=0.020); SOD e CK (p=0.049). Conclusão: Pacientes com Covid-19 nos estágios moderado e grave podem apresentar alterações nos marcadores de EO com aumento de glutationa reduzida e redução da glutationa oxidada em relação aos pacientes no estágio leve, assim, a manutenção da integridade do sistema redox, juntamente à avaliação dos parâmetros de sódio, glicose, saturação de oxigênio e IMC se apresentam como uma hipótese para auxiliar no prognóstico e tratamento das manifestações mais graves da doença
Descrição
Palavras-chave
COVID-19, Severidade da Doença, Covid-19 Grave, Covid-19 Moderada, Inflamação, Estresse Oxidativo