Efeito moderador do estado nutricional sobre a força muscular e composição corporal de mulheres idosas submetidas a um programa de treinamento resistido

Data

2023-06-30

Autores

Graça, Ágatha

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Resumo

O envelhecimento é um processo natural e irreversível que acomete todos os seres humanos, desencadeando diversas alterações, tais como: redução da força e massa muscular, densidade mineral óssea e, concomitante, aumento na quantidade de gordura corporal. Nesse sentido, a prática de treinamento resistido (TR) tem sido considerada uma intervenção eficaz na atenuação ou reversão de efeitos deletérios do processo de envelhecimento. Todavia, pouco se conhece sobre o possível impacto do estado nutricional sobre as respostas adaptativas ao TR em mulheres idosas. Assim, o objetivo deste estudo foi analisar o possível efeito moderador do estado nutricional sobre a força muscular e a composição corporal de mulheres idosas submetidas a 12 semanas de TR. Oitenta e duas mulheres fisicamente independentes foram selecionadas para o presente estudo e divididas em dois grupos, de acordo com o índice de massa corporal (IMC), a saber: grupo eutrófico (EUT), com IMC de 18,5 kg/m² a 24,9 kg/m² e grupo excesso de peso (EXC), com IMC = 25,0 kg/m². Um único programa de TR para o corpo inteiro (oito exercícios, três séries de 8-12 RM) foi executado em uma frequência de três sessões semanais, em dias alternados. A força muscular foi analisada a partir de testes de uma repetição máxima (1RM), ao passo que a composição corporal foi determinada por absortometria radiológica de dupla energia (DXA). O TR resultou em aumentos significantes (P < 0,05) na massa muscular (EUT: 3,9% vs. EXC: 3,7%, pequeno efeito), na qualidade muscular (EUT = 10,5% vs. EXC = 9,6%, efeito moderado), no 1RM no supino vertical (EUT = 20% vs. EXC = 17%, efeito moderado a grande), no 1RM na cadeira extensora (EUT = 4,3% vs. EXC = 7,1%, pequeno efeito), no 1RM rosca scott (EUT = 10,5% vs. EXC = 10,2%, efeito moderado), na somatória da carga total levantada (EUT = 15,8% vs. EXC = 13,0%, efeito moderado), no índice de força relativa (EUT = 13,6% vs. EXC = 15,8%, efeito moderado), e reduções na gordura corporal absoluta (EUT = 2,1% vs. EXC = 1,6%, pequeno efeito) e relativa (EUT = 2,7% vs. EXC = 2,0%, pequeno efeito), sem diferença entre os grupos. Tais modificações foram acompanhadas pela elevação do IMC em ambos os grupos (EUT = 1,3% vs. EXC = 1,0%, pequeno efeito). Quando o IMC foi correlacionado às variações (pós-treino vs. pré-treino) das mesmas variáveis-desfecho, não houve associação significante. Nossos resultados sugerem que o estado nutricional não parece exercer efeito moderador sobre as modificações na força muscular e composição corporal acarretadas por 12 semanas de TR em mulheres idosas. Entretanto, mulheres eutróficas ou em excesso de peso parecem se beneficiar de forma similar ao TR, apresentando ganhos de força muscular nos diferentes segmentos corporais e tais modificações tendem a ser acompanhadas pelo aumento de massa muscular com manutenção ou redução da gordura corporal

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Palavras-chave

Treinamento de força, Envelhecimento, Desempenho muscular, Massa muscular, Gordura corporal, Treinamento resistido (TR), Força muscular - Mulheres idosas

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