01 - Doutorado - Estudos da Linguagem
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Navegando 01 - Doutorado - Estudos da Linguagem por Autor "Aguilera, Vanderci de Andrade"
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Item A variação linguística nos cursos de Letras-Libras da Região Sul do Brasil: percepções e reflexões(2024-03-27) Zappielo, Fabíola Grasiele; Almeida, Joyce Elaine de; Ribeiro, Daniela Prometi; Silva, Flávio Brandão; Aguilera, Vanderci de Andrade; Altino, Fabiane CristinaCom o objetivo de verificar se os cursos de Letras-Libras capacitam os estudantes para o exercício de sua função fundamentados nos princípios da Sociolinguística Educacional, esta tese, de caráter exploratório, traz discussões acerca da variação linguística da Libras, tendo em vista Surdos e ouvintes usuários dessa língua. Para cumprir com o objetivo, foram analisados os Projetos Políticos dos Cursos de Letras-Libras de três das universidades federais da Região Sul e, em seguida, questionários foram encaminhados para os docentes dessas universidades e para os alunos da UFSC. Ao final da pesquisa, identificamos que: (i) as três Universidades não abordam a variação linguística da Libras nos objetivos do curso expressos no PPC; (ii) apenas uma delas oferta uma disciplina que se dedica inteiramente ao tema pesquisado e (iii) nenhuma delas desenvolve projetos de pesquisa ou extensão sobre a Sociolinguística Educacional. Sobre os resultados obtidos mediante os Questionários aplicados aos professores, verificamos que esses docentes são comprometidos com o tema, abordando-o ao longo de outras discussões em sala de aula. Com os alunos, houve grande discussão sobre o tema durante a resposta dos questionários, muitos apresentando crenças linguísticas sobre a Libras e seus usuários, refletindo atitudes linguísticas em seus discursos.Item A abordagem da oralidade e a form(ação) docente nos anos iniciais : desafios e possibilidadesSemczuk, Wéllem Aparecida de Freitas; Baronas, Joyce Elaine de Almeida [Orientador]; Silva, Flávio Brandão; Santana, Andréia da Cunha Malheiros; Aguilera, Vanderci de Andrade; Altino, Fabiane CristinaResumo: O ensino de língua materna na escola é fundamental para que os alunos adquiram as competências linguísticas das modalidades oral e escrita Para isso, o professor-formador deve se capacitar para discutir as questões relacionadas à língua e às suas diversas normas Nesse sentido, os estudos da Sociolinguística Educacional têm se preocupado com questões relacionadas à língua e ao ensino, com o intuito de apresentar ao aluno as variedades que levam ao prestígio/estigma demonstrando seu percurso e importância, nas modalidades oral e escrita, dentro da comunidade de fala Com base nisso, este trabalho, resultado de uma pesquisa-ação, tem por intuito oferecer subsídios aos professores dos anos iniciais do ensino fundamental para o trabalho com a oralidade sob o olhar da Sociolinguística Educacional Os informantes/participantes selecionados para a análise são professores que ministram aulas nos anos iniciais em escolas públicas, que participaram, inicialmente, do projeto de extensão Proposta de Atualização Docente para o Ensino de Língua Portuguesa – Prodocente, vinculado à Universidade Estadual de Londrina e à Secretaria de Educação do Município de Centenário do Sul Justifica-se a escolha desses informantes/participantes por ser necessário, desde os anos iniciais, estabelecer uma reflexão sobre a língua, vista enquanto heterogênea, e realizar um trabalho com a oralidade em sala de aula, tendo em vista que, nessa etapa da Educação Básica, os alunos adquirem os conhecimentos linguísticos e aprendem o código da escrita A ênfase, nesta tese, foi dada à abordagem do eixo oralidade, visto que os diversos gêneros orais possibilitam um trabalho efetivo a respeito da diversidade linguística O corpus do trabalho constitui-se de três instrumentos para a coleta de dados: (i) questionário semiestruturado – diagnóstico; (ii) planos de ensino e (iii) questionário inicial e avaliativo A análise dos dados evidenciou que independente da formação inicial, os docentes desconhecem a língua enquanto sistema heterogêneo e consideram a utilização de variantes linguísticas de menor prestígio social como erro, o que reforça a importância de formações continuadas que partam das necessidades do contexto da escola e com uma maior duração para que tais crenças possam ser revistasItem A abordagem da variação linguística no ensino de língua portuguesa em instituições públicas de ensino do estado do ParanáSilva, Flávio Brandão; Baronas, Joyce Elaine de Almeida [Orientador]; Bortoni-Ricardo, Stella Maris; Botassini, Jacqueline Ortelan Maia; Aguilera, Vanderci de Andrade; Almeida, Ana Lúcia de CamposResumo: Um dos desafios que o ensino de língua portuguesa na escola apresenta é o de formar estudantes realmente proficientes quanto ao uso da língua materna, em situações diversas de interação verbal Assim, este trabalho, com base nos pressupostos teóricos da Sociolinguística Educacional, com destaque para os estudos de Crenças e Atitude Linguísticas no ensino de língua, tem como principal objetivo investigar como ocorre a abordagem da variação linguística, no processo de ensino e aprendizagem da Língua Portuguesa, no Ensino Médio, em escolas públicas do Estado do Paraná Para tanto, procedeu-se à análise de três corpora, constituídos pelos documentos oficiais norteadores do ensino de Língua Portuguesa no Brasil, pelos livros didáticos de Língua Portuguesa indicados para o Ensino Médio, no PNLD 215 e pelos questionários respondidos pelos professores da rede pública de ensino do Estado do Paraná A análise dos documentos oficiais considerou três documentos: os Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio, as Orientações Curriculares para o Ensino Médio e as Diretrizes Curriculares Estaduais de Língua Portuguesa para a Educação Básica, do Estado do Paraná Encaminhou-se a análise dos materiais didáticos, com a finalidade de verificar como ocorre a abordagem da diversidade linguística, tanto na parte teórica dos conteúdos, como nas atividades Dessa forma, realizou-se a análise dos livros didáticos a partir de um roteiro composto por 5 perguntas abertas, adaptado de Lima (214) Na terceira rodada de análise, foram considerados, por amostragem, 131 questionários respondidos por professores oriundos dos Núcleos Regionais de Educação, de todas as regiões do Estado do Paraná O questionário proposto aos professores, em formato eletrônico, contou com 12 perguntas semiestruturadas, construídas a partir dos pressupostos teóricos de Crenças e Atitudes Linguísticas no ensino de língua Na análise dos questionários, foram consideradas duas variáveis: o local de formação acadêmica do professor (instituição pública ou particular) e o tempo de magistério Os dados coletados foram tabulados com a utilização do Excel, por meio do qual foram elaborados gráficos e tabelas As análises realizadas possibilitaram auferir os seguintes resultados: i) os documentos oficiais que norteiam o ensino de Língua Portuguesa não são suficientemente esclarecedores quanto à abordagem da variedade linguística; ii) em geral, os materiais didáticos propõem atividades que não dão conta de explorar, em profundidade, a diversidade linguística; iii) há uma tendência entre os professores em assumir o discurso de valorização da variação linguística, no entanto, a transposição desse discurso para a prática deixa a desejar, pois a maioria dos professores apresenta atitudes que reforçam as prescrições normativas Diante de tais resultados, destaca-se a necessidade de que se invista na formação continuada dos professores, fornecendo-lhes alternativas para o trabalho com a variação linguística no processo de ensino-aprendizagem, inclusive com a didatização dos fenômenos variáveisItem A afetividade como argumento para o aprendizado de línguas estrangeiras na terceira idadeSardo, Cláudia Estima; Durão, Adja Balbino de Amorim Barbieri [Orientador]; Reis, Simone; Bohn, Hilário Inácio; Barros, Luizate Guimarães; Aguilera, Vanderci de Andrade; Fernández, Francisco Moreno [Coorientador]Resumo: Esta pesquisa propõe o estudo qualitativo de duas situações de ensino de língua estrangeira com alunos da terceira idade, diferenciados pela abordagem de ensino a que estão expostos Os dois grupos são constituídos de aprendizes brasileiros idosos que estudam uma língua estrangeira (inglês) mediante uma abordagem comunicativa, sendo que, no Grupo 1, a abordagem privilegia o desenvolvimento das habilidades lingüísticas, enquanto, no Grupo 2, a ênfase está no uso da afetividade visando a um maior desenvolvimento lingüístico As análises das duas situações de ensino têm por fim verificar o papel da afetividade, o modo como ela se manifesta na progressão da interlíngua dos aprendizes, nas atividades desenvolvidas na sala de aula, nos interesses dos alunos e os conhecimentos necessários que o professor, inserido em contextos similares aos que são descritos neste trabalho, precisa dominar, assim como estar fundamentado e consciente de certas teorias Os dados levam a crer que uma abordagem de ensino para idosos que entremeie cognição e afetividade apresenta melhores condições de aprendizadoItem Atlas linguístico topodinâmico do território incaracterísticoCuba, Marigilda Antônio; Isquerdo, Aparecida Negri [Orientador]; Altenhofen, Cléo Vilson; Abdlhack Rasky; Aguilera, Vanderci de Andrade; Altino, Fabiane CristinaResumo: Até meados do século XX, a área compreendida entre a fronteira boliviana do Brasil com Mato Grosso e entre este Estado com Amazonas, Pará e o então Estado de Goiás era mata fechada e praticamente inabitada, fatores que levaram o linguista brasileiro Antenor Nascentes, em 1953, a considerar essa região como incaracterística do ponto de vista linguístico, na sua proposta de divisão dos falares brasileiros em seis subfalares, reunidos em dois grupos: o do norte (amazônico, nordestino e baiano) e o do sul (fluminense, mineiro e sulista) Nessa divisão considerou como “território incaracterístico”, a zona entre a fronteira boliviana (rios Verde, Guaporé, Mamoré até Abunã) e a fronteira de Mato Grosso com o Amazonas e o Pará, cuja área abrange, atualmente, localidades da região Centro-Oeste (norte de Mato Grosso e oeste de Goiás) e Norte (leste de Rondônia e oeste de Tocantins) Essa área, nas décadas de 4 e 5, sofreu uma grande urbanização, devido a Projetos de povoamento do Oeste do País, como a Marcha para o Oeste, a transferência da capital federal para Brasília, a abertura de rodovias pavimentadas, a mecanização da agricultura, dentre outros fatores, que provocaram um intenso direcionamento dos fluxos migratórios para essas áreas Do mesmo modo, os modernos meios de transporte e a tecnologia da informação colaboraram para tornar possível a busca de caracterização dessa área Considerando esse contexto, subsidiada pelos pressupostos teóricos da Dialetologia pluridimensional e relacional, com foco em sua vertente topodinâmica, esta Tese intentou, por meio da elaboração do Atlas Linguístico Topodinâmico do Território Incaracterístico – ALTTI, documentar e descrever as variedades do português falado na área conhecida como território incaracterístico na denominação de Nascentes (1953) Foram objetivos específicos deste estudo i) identificar as variedades e variantes que compõem o português falado nessa região e que, sabemos, provêm, em grande parte, de migrações de áreas linguísticas distintas do português brasileiro; ii) descrever o produto variável do contato intervarietal entre essas variedades migradas no estágio atual; iii) verificar se há mudanças linguísticas em andamento, produto do contato intervarietal, evidenciadas na fala dos informantes das diferentes localidades que compõem a rede de pontos e; iv) fornecer dados linguísticos que poderão contribuir para o aprimoramento do ensino/aprendizagem da língua portuguesa O estudo desenvolveu-se em onze localidades: duas em Rondônia – Guajará-Mirim (RO1) e Ji-Paraná (RO2); sete em Mato Grosso – Aripuanã (MT1), Guarantã do Norte (MT2), Luciara (MT3), Juara (MT4), Sinop (MT5), Diamantino (MT6) e Nova Xavantina (MT7); uma em Tocantins – Formoso do Araguaia (TO1); uma em Goiás – Pilar de Goiás (GO1), escolhidas considerando-se: i) distribuição geográfica (dentro e nos limites do traçado de Nascentes (1953); ii) fatores motivadores da colonização e povoamento da localidade; iii) grupos migratórios responsáveis pelo povoamento; iv) aspectos da sociologia da localidade Em cada localidade, foram inquiridos dois homens e duas mulheres, de 18 a 3 anos, nascidos na localidade, com escolaridade até o Ensino Médio e dois homens e duas mulheres, de 55 a 7 anos, vindos de outros Estados da Federação, com escolaridade até o Ensino Médio, já que havia, sempre que possível, dois informantes com o mesmo perfil, atendendo, assim, à pluralidade simultânea de informantes, critério adotado para a pesquisa O Atlas Linguístico, produto da Tese, contém 7 cartas introdutórias e 13 cartas linguísticas divididas em 16 fonéticas, 69 lexicais, 12 morfossintáticas e 6 sintéticas Os dados nos levam a propor a existência uma área multivarietal que mostram, de modo geral, o contato entre duas principais frentes migratórias: uma mais nortista, que se estende a leste e a oeste do “território incaracterístico”, e outra mais sulista, sobretudo, paranaense e rio-grandense que avança, sobretudo, para o centro da área de estudoItem Desenvolvimento de interlíngua na aprendizagem da língua materna de crianças em fase inicial de escolarizaçãoToledo, Adilson do Rosário; Durão, Adja Balbino de Amorim Barbieri [Orientador]; Dutra, Delmar José Volpato; Aguilera, Vanderci de Andrade; Oliveira, Esther Gomes de; Miranda, Felix Valentin BugueñoResumo: Este trabalho está inserido na área da Linguística Contrastiva (LADO, 1971 [1957]) em seu modelo contemporâneo (SELINKER, 1994; DURÃO, 27) e tem como principal objetivo argumentar em favor da existência de interlíngua nos estudos de língua materna Através de uma metodologia pseudolongitudinal (CORDER, 1967) baseada na evidência observacional, experiencial e empírica de coleta de dados (SELINKER, 1994), discutimos o conceito de interlíngua desde Selinker (1972) bem como a aplicação desse conceito à aquisição/aprendizagem da língua materna de acordo com o que apregoam Selinker, Swain & Dumas (1975) e Durão (27) O propósito deste trabalho é comprovar que as estratégias de desenvolvimento de interlíngua colocadas em prática por crianças em fase inicial de letramento (STREET, 1984; SOARES, 1986; KLEIMAN, 1995), de cinco a sete anos de idade, filhas de pescadores do litoral do Paraná, moradoras das ilhas de Paranaguá, podem ser estimuladas por exercícios pedagógicos de reforço da memória de longo termo (KATO, 25) A pesquisa e a coleta de dados foram efetuadas em dois momentos distintos: aplicação de práticas pedagógicas tradicionais de alfabetização sem recurso à análise de interlíngua (1º ano); práticas de letramento com análise de interlíngua (2º ano) Ao final dos trabalhos, no segundo ano, através do estímulo e reforço da memória de longo termo, observamos que as crianças foram capazes de produzir textos orais e escritos com autoriaItem Estudo geolinguístico sobre o espanhol da Tierra del Fuego com vista à construção de um AtlasToranzos, Romina Leonor; Kailer, Dircel Aparecida [Orientador]; Aguilera, Vanderci de Andrade; Sinner, Carsten; Moreno-Fernández, Francisco; Margotti, Felício WesslingResumo: Localizada no extremo sul do continente americano e considerada umas das províncias com maior grau de acolhimento de migrantes, internos e externos, a Ilha Grande de Tierra del Fuego caracteriza-se, na atualidade, pelo constante fluxo de população na procura de melhores condições laborais e salariais Consequentemente, a província apresenta um interessante mosaico, produto do entrecruzamento cultural e linguístico evidenciado desde final do século XIX Buscamos, com este trabalho, contribuir ao conhecimento da(s) variedade(es) presentes na Ilha Grande de Tierra del Fuego para a construção do futuro Atlas Linguístico de Tierra del Fuego Para tanto, fez-se uso da metodologia da Dialetologia Pluridimensional, primordial para fornecer as ferramentas necessárias para a consideração das seguintes dimensões: diatópica, diastrática, diageracional e diassexual Assim, desenhou-se uma rede de cinco pontos que compreende, para o caso do lado argentino da ilha, a totalidade dos pontos urbanos junto com pontos rurais e, seguindo as sugestões presentes em outros trabalhos nascidos no interior da Geografia Linguística, um ponto do lado chileno Privilegiou-se a seleção de informantes nascidos na ilha, que foram divididos segundo sexo, grau de escolaridade e idade, fixando para esta última duas faixas etárias: de 18 a 3 anos e de 45 a 6 A análise dos três processos fonético-fonológicos estudados segundo as variáveis sociais supramencionadas levou-nos a verificar maior variação linguística, ou seja, uso social da língua mais heterogêneo na região, provavelmente produto da ação conjunta da escola, da mídia e das constantes ondas migratórias, que resultou em uma maior complexidade social No que tange ao estudo dos campos semântico-lexicais escolhidos, constatamos que as variações originam-se principalmente pelas diferenças geracionais, o que confirma a ideia de que o transcorrer do tempo na vida de um indivíduo pode modificar não apenas os hábitos sociais, mas também os comunicativos e os puramente linguísticosItem Estudo semântico-lexical de Foz do Iguaçu/PR - (ESeLFI)(2022-04-04) Galli, Michelli Cristina; Altino, Fabiane Cristina; Busse, Sanimar; Romano, Valter Pereira; Aguilera, Vanderci de Andrade; Kailer, Dircel AparecidaOs contextos multicultural e pluriétnico confere ao município de Foz do Iguaçu/PR traços bastante heterogêneos, mas, ao mesmo tempo, o encontro de muitos povos propicia a interação entre histórias, culturas e crenças, que aos poucos passa a ser o elo das muitas faces da localidade. Nessa perspectiva, este trabalho suscita a hipótese de que, embora Foz do Iguaçu/PR esteja alicerçada em contextos pluriétnico e multicultural é possível registrar traços comuns à fala de todos os iguaçuenses. A fim de verificar o movimento da língua portuguesa no município e confirmar, ou não, a suposição acerca do elo homogêneo, objetivou-se, a partir da distribuição social e espacial dos informantes, investigar as variantes lexicais convergentes e divergentes entre 15 pontos de inquérito, registrando-as em cartas linguísticas. Para tanto, respaldado nos princípios teóricos-metodológicos do Atlas Linguístico do Brasil (ALiB) e da Dialetologia Pluridimensional, este estudo conta com 55 informantes, selecionados de acordo com as variáveis i) sexo: masculino e feminino, ii) faixa-etária: GI (18 a 30 anos) e GII (50 a 65 anos) e iii) escolaridade: Ensino Fundamental, residentes em um dos 15 pontos de inquérito estabelecidos e designados conforme a relevância nos ciclos socioeconômicos da localidade. A composição do corpus é fruto das entrevistas realizadas in loco e na modalidade remota. A partir das 202 questões extraídas do Questionário Semântico-Lexical (QSL) do ALiB, bem como das 20 questões elaboradas pela autora, foi possível registrar as variantes lexicais do falar iguaçuense em seis cartas linguísticas, apresentadas nesta tese. Das 222 questões, seis são trazidas para apreciação, cinco pertencentes ao QSL do ALiB: i) “1. um rio pequeno, de uns dois metros de largura?”; ii) “18. uma chuva bem fininha?”; iii) “38. o dia que foi antes de _______?”; iv) “87. aquele bicho que dá em esterco, em pau podre?”; v) “175. Como se chama o objeto que fica nas paredes e serve para acender a lâmpada?”. E uma do questionário elaborado exclusivamente para o Estudo Semântico-Lexical de Foz do Iguaçu/PR (ESeLFI), inserida na área semântica de turismo de compras: i) “211. ...o trabalhador contratado informalmente, que recebe pela quantidade de vezes que atravessa a ponte transportando mercadorias do Paraguai? É a pessoa que ganha dinheiro colocando à disposição de outros o seu direito de atravessar, dentro da cota, com mercadorias do exterior? Os dados quantitativos estão dispostos em gráficos de acordo com os percentuais extraídos do programa SGVCLin (ROMANO, SEABRA, OLIVEIRA, 2015). Quanto à distribuição diatópica, utilizando a mesma ferramenta computacional, as variantes obtidas como respostas às questões supracitadas são apresentadas em mapas linguísticos. Com intuito de identificar as definições e as entradas das variantes em dicionários de Língua Portuguesa, elegeram-se três dicionários online, i) Aulete Digital; ii) Aurélio Digital e iii) Michaelis On-line. São expostas, ainda, discussões acerca das variantes coincidentes do Estudo Semântico-Lexical de Foz do Iguaçu/PR (ESeLFI) e do Atlas Linguístico do Paraná (ALPR), Atlas Linguístico do Brasil (ALiB), Um Estudo Geossociolinguístico da Fala do Oeste do Paraná (BUSSE, 2010) e do Atlas Linguístico Etnográfico da Região Sul (ALERS). Após a análise dos dados, e ao término desta tese, conclui-se que, mesmo em contexto multicultural e plurilíngue, em Foz do Iguaçu/PR o elo homogêneo está presente na fala dos iguaçuenses, compondo, desse modo, a essência do falar iguaçuense.Item Um haicai para o estágio, um estágio para o haicai : diálogos sobre o gênero discursivo e a formação docente inicialLunardelli, Mariangela Garcia; Perfeito, Alba Maria [Orientador]; Coroa, Maria Luiza Monteiro Sales; Gasparin, João Luiz; Limoli, Loredana; Aguilera, Vanderci de AndradeResumo: Situada no contexto das Ciências Humanas, e especificamente da Linguística Aplicada, esta tese de doutorado parte do questionamento sobre a possibilidade de o acadêmico de Letras apropriar-se de um gênero discursivo, inédito para ele, e didatizá-lo, por meio de uma proposta distinta de outros modelos já laborados, em seu estágio supervisionado Nesse sentido, o objetivo geral da pesquisa consiste em realizar e avaliar o trabalho de apropriação do gênero discursivo haicai brasileiro e a proposta de sua didatização, via plano de trabalho docente, pelo professor em formação inicial por ocasião do Estágio Supervisionado de Língua Portuguesa no Ensino Médio, em uma universidade pública do estado do Paraná Caracteriza-se como investigação de cunho qualitativo, de visão interpretativa e de processo, em uma atividade colaborativa dos sujeitos, três acadêmicos-estagiários, participantes de projeto de ensino proposto pela professora-pesquisadora A pesquisa ancora-se em três caminhos teóricos com os quais dialogamos: a base filosófico-linguística do Círculo de Bakhtin, a base psicológica de Vigostki e a base didático-metodológica de Gasparin Trata-se de duas vias de estudo, seguindo o caminho teórico-prático ou teoria-contribuição: i) a configuração do gênero discursivo haicai brasileiro, contribuição teórica; e ii) a apropriação e a didatização do gênero em pauta, pelo acadêmico-estagiário, via plano de trabalho docente, contribuição didático-metodológica Justifica-se a escolha pelo haicai brasileiro por apresentar contextos e dimensões diferenciados do haicai japonês; a opção pelo plano de trabalho docente é justificada por contemplar o sujeito sociohistórico, tendo como referencial epistemológico o processo dialético do conhecimento Para a primeira via de estudo, contextualizamos o poema na esfera literária e, com aportes da perspectiva bakhtiniana dos gêneros do discurso, caracterizamos o haicai brasileiro pelo seu contexto sociohistórico de origem, seu percurso geográfico e de sentidos, e suas dimensões tema, construção composicional e marcas linguístico-enunciativas, com exemplos de poemas de haicaístas paranaenses Para a segunda via, contextualizamos o ensino dos gêneros discursivos, inserindo a contribuição da análise linguística, e o ensino como trabalho, abordando a formação docente inicial e os estágios supervisionados nos cursos de Letras Descrevemos, analisamos e avaliamos: i) a apropriação, pelos acadêmicos-estagiários, da teoria bakhtiniana dos gêneros discursivos e do gênero haicai brasileiro, materializado em seus enunciados concretos; e ii) sua didatização: a elaboração do plano de trabalho docente, o planejamento de encontros e aulas, e a execução destas em turmas do Ensino Médio Como instrumentos de análise, elegemos os relatórios de estágio e os diários, escritos pelos sujeitos, e pelas anotações do diário de campo da professora-pesquisadora Resultam da pesquisa considerações que convergem para a relevância do plano de trabalho docente como modelo didático, desdobrado em “encontros” ou pequenos planos, na formação docente inicial; e para a inserção de um novo gênero discursivo na escola: o haicai brasileiroItem O léxico em documentos produzidos no Paraná-Brasil (séculos XVIII e XIX) : abordagem lexicográficaCunha, Claúdio de Assis da; Isquerdo, Aparecida Negri [Orientador]; Mejri, Salah; Sablayrolles, Jean-François; Aguilera, Vanderci de Andrade; Bars, Armelle Le; Mota, Jacyra Andrade; Mejri, Salah [Coorientador]Resumo: Com o objetivo de investigar e colaborar para a construção da identidade do português usado no Paraná, foi criado na Universidade Estadual de Londrina (UEL), o Projeto PHPP: Para a História do Português Paranaense, que dispõe de um corpus com cerca de setecentos e trinta manuscritos digitalizados e transcritos produzidos no Paraná colonial Esse acervo, além dos estudos inerentes ao Projeto PHPP, tem servido de fonte para trabalhos acadêmicos (monografias, dissertações e teses) Essas pesquisas, além do estudo linguístico, contêm glossários de palavras que poderiam oferecer dificuldade para o entendimento dos textos examinados, ou por não serem mais usadas, ou por terem sofrido mudança semântica O objetivo principal desses estudos não foi a produção de obras lexicográficas, mas sim enriquecer os estudos com a apresentação de glossários relativos ao vocabulário dos documentos examinados Esta tese teve como objetivo mais amplo a elaboração, com base nos parâmetros teórico-metodológicos da Lexicografia moderna, de um Vocabulário do léxico do português paranaense registrado nos documentos manuscritos que integram a base de dados do PHPP, relativos ao recorte temporal compreendido entre os séculos XVIII e XIX Foram privilegiadas na nomenclatura do Vocabulário somente as palavras lexicais, simples ou complexas, consideradas, de acordo com um corpus de exclusão, como em desuso no estágio atual do português do Brasil Contudo, esse corpus de exclusão não contempla particularidades regionais A pesquisa que subsidiou esta Tese teve, também, como propósito, contribuir para a descrição da norma lexical da língua portuguesa utilizada em documentos escritos durante o período colonial paranaense por meio da elaboração de um Vocabulário, que tem em sua nomenclatura 419 verbetes que apresentam a palavra entrada, a categoria gramatical, a definição e os contextos extraídos dos manuscritos que integraram o corpus O Vocabulário está apresentado em dois formatos, WORD e HTML Neste trabalho está apresentado o Vocabulário em formato WORD e no CD anexo sua versão eletrônica no formato HTLM Ambos os suportes oferecem o mesmo conteúdo, diferenciando-se somente no que tange aos recursos de apresentação das informações A versão eletrônica propicia um sistema de busca otimizado pela facilidade de obter os resultados da pesquisa a partir de um clique nas entradas que estão organizadas alfabeticamente Com isso, embora contemplando apenas documentos produzidos no Paraná, o Vocabulário produzido tem como finalidade colaborar também para a construção da identidade da variante brasileira do portuguêsItem Marcas de religiosidade na toponímia paranaenseAnanias, Anna Carolina Chierotti dos Santos; Isquerdo, Aparecida Negri [Orientador]; Seabra, Maria Cândida Trindade Costa de; Dargel, Ana Paula Tribesse Patrício; Aguilera, Vanderci de Andrade; Altino, Fabiane CristinaResumo: Situada entre os estudos onomásticos, a Toponímia ocupa-se da investigação dos nomes de lugares, os denominados topônimos Por meio de seu estudo, é possível apontar aspectos que demonstram a visão de mundo dos que ali habitaram ou habitam Este trabalho tem como objeto de estudo a analise da toponímia (elementos físicos rurais e elementos humanos rurais) de referência religiosa presente entre os 399 municípios que integram o Estado do Paraná Parte-se da hipótese de que a escolha por topônimos de cunho religioso reflete fatores histórico-sociais presentes nos processos de povoamento da localidade e fatores ideológicos associados ao denominador O estudo adota conceitos teórico-metodológicos voltados para as áreas da Lexicologia, Lexicografia, Onomástica, Toponímia, dentre outras Os dados foram coletados nos mapas oficiais dos 399 municípios paranaenses disponibilizados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) referentes ao censo de 21 com escalas entre 1:5 e 1:1 O levantamento dos dados toponímicos paranaenses gerou um acervo com 4172 ocorrências de topônimos (28362 de elementos humanos e 1334 de elementos físicos) dos quais 9412 (846 de elementos humanos e 952 de elementos físicos) são de natureza mítico-religiosa e compõem o corpus desta pesquisa Os dados do corpus foram analisados do ponto de vista linguístico com enfoque no estudo qualitativo e quantitativo dos dados Orientaram o estudo, fundamentalmente, os princípios teórico-metodológicos propostos por Dick (199; 1992; 1997, 1999, dentre outros) As taxionomias catalogadas foram, em ordem decrescente: hagiotopônimos (81,32%), hierotopônimos (17,75%), mitotopônimos (,92%) Os quatro topônimos mais recorrentes entre os dados pesquisados fazem referência a santos protetores das famílias: São José (818 ocorrências), Santo Antônio (776 ocorrências), São João (62 ocorrências) e Nossa Senhora Aparecida (574 ocorrências) Os resultados da análise foram representados por meio de Cartas Toponímicas e o recorte toponímico analisado recebeu tratamento lexicográfico, gerando um Glossário constituído por 477 verbetes (hierotopônimos: 148; hagiotopônimos: 34; mitotopônimos: 25) dispostas de acordo com sua taxionomia e organizadas em ordem alfabética Em síntese, os resultados da pesquisa demonstraram a influência da história social no léxico toponímico e a importância das pesquisas toponímicas para o resgate de aspectos culturais e ideológicos de uma comunidade de falantesItem Necessidades léxicas de universitários brasileiros aprendizes de espanhol : levantamento, descrição e análiseAndrade, Otávio Goes de; Durão, Adja Balbino de Amorim Barbieri [Orientador]; Aguilera, Vanderci de Andrade; Isquerdo, Aparecida Negri; Costa, Walter Carlos; Durão, Aylton BarbieriResumo: Esta tese é fruto de uma pesquisa de descrição e de análise linguísticas, filiada teoricamente à Linguística Contrastiva O objetivo da investigação foi levantar, descrever e analisar os desvios léxico-semânticos na interlíngua oral de universitários brasileiros estudantes de espanhol com o intuito de evidenciarmos os recursos utilizados por esses aprendizes para suprirem suas necessidades léxicas Tomamos como ponto de partida o trabalho de Durão (1998a), que procedeu à análise da interlíngua a partir da produção escrita de estudantes universitários brasileiros aprendizes de espanhol Tendo em vista os desvios léxico-semânticos analisados nesse estudo, assim como o viés teórico-metodológico usado por essa pesquisadora, neste trabalho procuramos responder à seguinte pergunta de pesquisa: se em textos escritos, os usos incorretos de falsos amigos, a transferência linguística e os casos de fronteira servem como recurso para suprir necessidades léxicas de aprendizes brasileiros de espanhol, acontece o mesmo no caso das produções orais? Para tanto, assumimos que a aprendizagem do léxico da língua espanhola por estudantes brasileiros se processa de forma particular, diferentemente da aprendizagem de estudantes de espanhol que falam outras línguas maternas, posto que a proximidade da estrutura linguística do par de línguas português-espanhol propicia uma preponderância do uso da estratégia da transferência de itens lexicais sobre outras estratégias de aprendizagem Propusemos quatro hipóteses sobre os dados analisados: 1) os recursos obedecem a propriedades estruturais intrínsecas às duas línguas envolvidas no processo de aprendizagem (neste caso, o português como língua materna e o espanhol como língua objeto de estudo)?; 2) há recursos específicos para o desenvolvimento da interlíngua que são utilizados por aprendizes de línguas, como a transferência linguística, a supergeneralização, a hipercorreção e os erros intralinguísticos?; 3) o uso de determinados recursos pelos aprendizes relaciona-se com as características socioculturais inerentes a brasileiros estudantes de espanhol, como a tendência ao uso do “portunhol” e a disposição de usar o idioma sem o receio de cometer erros, como se intuitivamente conhecessem o idioma espanhol?; 4) os recursos utilizados por aprendizes de línguas são característicos dos estágios de conhecimento nos quais se encontram no tocante à sua interlíngua oral, não sendo, portanto, aleatórios? Para a testagem dessas quatro hipóteses, definimos o perfil dos informantes que forneceram amostras de interlíngua oral por meio de procedimentos metodológicos de coleta da Sociolinguística, entretanto, os dados foram analisados seguindo rigorosamente o paradigma teórico da Linguística Contrastiva e, mais especificamente, os preceitos do modelo de Análise de Erros A partir da transcrição das conversações que originaram o corpus de interlíngua oral, levantamos, descrevemos e analisamos os desvios léxico-semânticos relativos a unidades léxicas monoverbais (falsos amigos) e unidades léxicas pluriverbais (expressões idiomáticas e colocações) Como resultado, identificamos um número significativo de desvios léxico-semânticos, tanto em unidades léxicas monoverbais quanto em unidades léxicas pluriverbais Esses desvios léxico-semânticos, em sua maioria, são explicados à luz da transferência léxica, a qual, segundo prevíamos, é o recurso mais utilizado por brasileiros aprendizes de espanhol na sua interlíngua oralItem Oralidade, escrita e ensino : em busca de uma melhor compreensão da escrita de alunos de contexto ruralDalto, Vanessa Lini; Baronas, Joyce Elaine de Almeida [Orientador]; Cox, Maria Inês Pagliarini; Duarte, Patrícia Cristina de Oliveira; Aguilera, Vanderci de Andrade; Altino, Fabiane CristinaResumo: Esta tese toma, como ponto de partida, a investigação das dificuldades de escrita apresentadas por alunos do 5º ano do Ensino Fundamental e suas relações com marcas de oralidade Sob a ótica da Sociolinguística Educacional, investiga a aquisição da norma culta por parte de alunos do distrito rural da Warta, pertencente à cidade de Londrina, já que o dialeto, característico dos alunos em questão, difere em alguns aspectos da norma contemplada em ambiente escolar O objetivo desta tese de doutorado é, pois, realizar um levantamento dos processos fonético-fonológicos em dados orais e escritos dos alunos do 5º ano do Ensino Funamental I de uma escola da zona rural de Londrina, a fim de investigar uma possível interferência da oralidade na escrita Para tanto o corpus deste estudo constitui-se de amostras orais, gravações em áudio e registros escritos coletados a partir de um questionário Com os dados, observou-se que fatos fonéticos não estigmatizados, os traços graduais, e confusões de ordem ortográfica configuram maior índice de fenômenos presentes na escrita Nesse sentido, considera-se como possíveis fatores de tais dificuldades o conhecimento insuficiente das regras que regem a escrita formal e o processo de transposição da fala para escrita Busca-se, por meio deste estudo, melhor compreender o processo de ensino-aprendizagem de Língua Portuguesa, além de propor reflexões quanto ao tratamento das diferentes normas linguísticas presentes nos bancos escolaresItem Pedagogia da variação linguística : por um ensino livre de preconceitos linguísticosMarques, Taciane Marcelle; Baronas, Joyce Elaine de Almeida [Orientador]; Cox, Maria Inês Pagliarini; Botassini, Jacqueline Ortelan Maia; Aguilera, Vanderci de Andrade; Altino, Fabiane CristinaResumo: O fenômeno da variação linguística é inerente a todas as línguas, é também frequente na fala de cada indivíduo, em diferentes situações de comunicação, adaptando-se à necessidade No entanto, ainda há uma atitude negativa em relação a alguns falares regionais ou sociais considerados inferiores Esses modos diferentes de falar a Língua Portuguesa são dificilmente discutidos ou apreciados, devido a uma cultura imposta, na qual apenas o uso da norma culta é bem visto Dessa forma, o ensino da Língua Portuguesa encontra-se em uma situação problemática, devido a diversos fatores, dentre eles, destaca-se o despreparo dos profissionais e a ausência de instrumentos didáticos que tratam especialmente desse tema É, portanto, função das instituições escolares abordar o fenômeno da variação linguística, a fim de formar cidadãos livres de preconceito linguístico Diante dessa realidade, são válidos os estudos sobre crenças e atitudes linguísticas, pois revelam o julgamento dos indivíduos sobre sua língua, inclusive sobre as variedades da língua O presente trabalho objetiva investigar as crenças e atitudes linguísticas de alunos do Ensino Superior de uma universidade do Estado do Paraná, a partir da análise de testes de crenças e atitudes, antes e após o tratamento da heterogeneidade linguística A aplicação destes testes auxiliou a detectar a opinião desses alunos e colaborou para refletir sobre a metodologia utilizada na abordagem da heterogeneidade linguística, de forma a evitar o preconceitoItem Por uma educação sociolinguística consciente nos cursos de LetrasPinto, Vera Maria Ramos; Baronas, Joyce Elaine de Almeida [Orientador]; Botassini, Jaqueline Ortelã Maia; Duarte, Patrícia Cristina de Oliveira; Aguilera, Vanderci de Andrade; Kailer, Dircel AparecidaResumo: Os estudos sociolinguísticos podem trazer muitas contribuições para o ensino da Língua Portuguesa (LP) Dentre elas, estão o reconhecimento da pluralidade linguística brasileira, em que convivem variedades diversas, e definição conceitual básica para o tratamento adequado dos fenômenos linguísticos variáveis Entretanto, é sabido que todo o aparato teórico-metodológico para o tratamento da variação linguística, principalmente, sob o viés educacional, ainda, não chega de forma efetiva na formação docente inicial e, consequentemente, às salas de aula da educação básica Isso traz preocupação aos estudiosos da Sociolinguística Educacional, pois, diante da nova concepção de ensino de LP, as variedades do português brasileiro devem, realmente, ser abordadas em sala de aula Com a crença, portanto, de que o futuro professor deve ter uma formação bem fundamentada, de modo acessível e esclarecedor sobre e como trabalhar o tema variação linguística, à luz da Sociolinguística Educacional, foi elaborado o Projeto de Intervenção Pedagógica (PIP) e desenvolvido nas salas de aula dos 3os anos dos cursos de Letras/Espanhol e Letras/Inglês da Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP)/ campus Jacarezinho, turmas em que a pesquisadora ministra a disciplina de Linguística III Desse modo, esta tese teve, como objetivo geral, mediar a construção da consciência linguística de futuros professores de Letras, por meio do desenvolvimento de um Projeto de Intervenção Pedagógica (PIP)O procedimento metodológico foi a pesquisa qualitativa, incidindo, particularmente, na pesquisa do tipo interventiva/ pesquisa-ação e os pressupostos teóricos foram alicerçados nos princípios da Sociolinguística Educacional, com base nos estudos de Bortoni-Ricardo (24, 25, 28), Bagno (27), Cyranka (214) e Faraco (28, 215), sob a égide teórica da Sociolinguística de Labov ([1972] 28), dos estudos sociolinguísticos de Mattos e Silva (24), Castilho (21); Camacho (213); Coelho et al (21, 215), dentre outros Os resultados alcançados com o desenvolvimento do PIP foram positivos e bastante significativos, razão pela qual defendo a tese de que, na formação inicial do docente de Letras, além do conhecimento teórico-científico e metodológico sobre e como lidar com a variação linguística no contexto escolar, é preciso que os professores sejam mediadores na construção da consciência linguística desses futuros docentesItem O português de cá e de lá : variedades em contato na fronteira entre Brasil e ParaguaiCarlos, Valeska Gracioso; Isquerdo, Aparecida Negri [Orientador]; Altenhofen, Cléo Vilson; Margotti, Felício Wessling; Aguilera, Vanderci de Andrade; Altino, Fabiane CristinaResumo: O Oeste do estado do Paraná caracteriza-se por uma peculiar diversidade linguística, resultado do contato do português com as línguas dos descendentes de imigrantes europeus, oriundos de Santa Catarina e Rio Grande do Sul na década de 6, e do contato com as línguas faladas na região da fronteira Tendo em vista que nessa época muitos brasileiros migraram para o Paraguai, em busca de terras propícias para a agricultura, hoje existem cidades cuja maioria absoluta da população é formada por brasileiros A pesquisa teve como objetivo descrever a língua portuguesa falada na região da fronteira do Brasil com o Paraguai, mais especificamente em duas localidades do Estado do Paraná: Terra Roxa e Missal, e duas do Departamento de Alto Paraná: San Alberto e Santa Rosa del Monday, buscando apurar, não só a questão do contato entre grupos sociais da fronteira, mas também a interinfluência da variedade linguística de migrantes do Sul do Brasil (variante sulista) contrastando com os que vieram das outras regiões como a Sudeste e a Nordeste (variante nortista) Portanto, entrevistamos não apenas informantes nascidos e criados nas localidades, como era de praxe em pesquisas da Dialetologia Tradicional, ao contrário, interessou-nos documentar também a fala dos grupos móveis, ponderando a recente formação das localidades em questão O estudo segue os pressupostos teóricos da Dialetologia Pluridimensional e Relacional, que busca aliar a variação diatópica (horizontal) com a variação diastrática (vertical), convertendo o estudo tradicional da superfície bidimensional em estudo do espaço tridimensional da variação linguística Para a seleção dos informantes considerou-se a dimensão diassexual (homens e mulheres), a dimensão diastrática (escolaridade até o ensino fundamental e com o ensino superior completo), a dimensão diageracional (18 a 3 e 5 a 65 anos), a dimensão diatópico-cinética (jovens nascidos da localidade e os mais velhos oriundos de outras regiões), ainda mulheres e homens jovens, paraguaios, das duas escolaridades, nascidos nas localidades paraguaias Além da dimensão diatópica (variação atribuída a distintas localidades), e o perfil do informante, a análise dos dados foi contraposta à dimensão dialingual (duas ou mais línguas/variedades em contato), à dimensão diafásica (diferenciação entre respostas de questionários e conversas livres), à dimensão diarreferencial (modo de falar do informante contrastado à sua consciência linguística) A coleta de dados foi realizada in loco, por meio de questionários previamente definidos conforme os objetivos da pesquisa, e cartografados em cartas fonéticas, semântico-lexicais e morfossintáticas Os resultados apontam que não há grandes interinfluências das língua espanhola e guarani na fala dos brasileiros, contudo, a língua portuguesa se manifesta pelo contato e pela mídia na fala dos paraguaios A manutenção dos traços linguísticos sulistas está diretamente ligada à geração topodinâmica e mais velha, enquanto os jovens apresentam uma preferência ao uso de variantes nortistasItem Reciprocidades entre formação de professores e extensão universitária : o projeto disque-gramáticaSimon, Cristina Valéria Bulhões; Gregório, Regina Maria [Orientador]; Zanini, Marilurdes; Sella, Aparecida Feola; Panichi, Edina Regina Pugas; Aguilera, Vanderci de AndradeResumo: Esta pesquisa procura verificar as reciprocidades entre a formação de professores de língua portuguesa e a extensão universitária presentes no projeto de extensão Disque-Gramática, da Universidade Estadual de Londrina A base metodológica deste trabalho é a pesquisa qualitativa de cunho interpretativista, na qual são investigados os elementos componentes da extensão como parte do tripé formado pelo ensino-pesquisa-extensão Sobre o projeto sob análise, observam-se o espaço, o tempo, a linguagem e o relacionamento, assim como se atenta para o papel do aluno participante do projeto e os professores que dele fazem parte Como instrumentos metodológicos, são utilizados os questionários (para os alunos), a entrevista (para o professor coordenador do projeto e para o pró-reitor de extensão em atividade durante o período analisado) e a análise documental (pareceres, relatórios, leis, anotações etc) A intenção é lançar um olhar mais atento a um projeto em vigor desde 1995 e do qual já fizeram parte cerca de setenta alunos Como se trata de projeto da área de língua portuguesa, este trabalho reflete acerca das concepções dos alunos e do projeto em torno da língua e da gramática Os resultados dão conta que atividades como as propiciadas pelo projeto Disque-Gramática são fundamentais para a formação acadêmico-profissional do futuro professor, uma vez que nelas este aluno-professor constrói o seu percurso, por meio do conhecimento transformado em saber, das relações interpessoais, da ética e da postura didática a ser adotada quando do atendimento aos consulentes do projetoItem Registros escritos paranaenses dos séculos XVIII e XIX : um estudo sobre o alçamento das médias pretônicas eBençal, Dayme Rosane; Altino, Fabiane Cristina [Orientador]; Aguilera, Vanderci de Andrade; Kailer, Dircel Aparecida; Brescancini, Cláudia Regina; Santiago-Almeida, Manoel MourivaldoResumo: A variação das vogais médias pretônicas, amplamente investigada em estudos sincrônicos, também é apontada em pesquisas que se debruçam sobre registros escritos em diferentes séculos Diante dessa perspectiva, fundamentando-nos na Teoria Variacionista aliada aos preceitos da Linguística Histórica, propomos a descrição das alternâncias das vogais médias e na posição pretônica, seja em ambiente de harmonização vocálica, como em fliz ou cstume, seja em contexto que não determine por si só a elevação dessas vogais (alçamento sem motivação aparente), como em semlhante e zadia O corpus é formado por 1 documentos notariais dos séculos XVIII e XIX pertencentes às antigas vilas paranaenses de Antonina, Castro, Curitiba, Guaratuba e Paranaguá A metodologia empregada consiste na revisão e edição dos manuscritos, observando os critérios de edição semidiplomática, na quantificação dos dados e sistematização dos contextos envolvidos na variação O resultado estatístico apontou a vogal posterior no contexto oral como mais suscetível à aplicação da regra Entretanto, a partir da análise individual dos dados, constatamos que a recorrência de paradigmas e itens lexicais contribuiu para essa conclusão Em posse dessa observação, consideramos maior produtividade de elevação para a regra de , inclusive em contexto nasal Diante dos números estatísticos e da atenção particular devida a cada vocábulo alçado, podemos afirmar que a variação das médias pretônicas nos dados que compõem esta tese é favorecida pela regra de harmonização vocálica, seguida da redução, tanto para quanto para Os contextos mais relevantes à elevação das médias pretônicas são (i) presença de vogal alta na sílaba seguinte (dfrimos, dcumento); (ii) contexto inicial nasal para a regra de (nviada); (iii) ambiente de hiato, seguido de vogal baixa (lais, sada) A redução vocálica agiu secundariamente em determinados itens, como sberano e missaõ, em que os grafemas e , que representam as labiais, preencheram os ataques silábicos seguintes A análise estrutural foi complementada com uma interpretação lexical dos casos de recorrência de paradigmas verbais e nominais, apontando a relevância do aspecto morfológico na propagação do alçamento da vogal posterior, mais especificamente à classe verbal, apontando indícios da hipótese difusionista Assim, ao fazermos o bom uso de dados ruins (LABOV, 1994), ampliamos o tratamento frequentemente dado ao processo de elevação das médias pretônicas /e/ e /o/, direcionando nosso olhar para uma perspectiva histórica, baseada em documentos escritosItem Se Maria vai com as outras, Maria fala como as outras : redes sociais e letramento na fala adolescenteOliveira, Eliane Vitorino de Moura; Baronas, Joyce Elaine de Almeida [Orientador]; Bortoni-Ricardo, Stella Maris; Antônio, Juliano Desiderato; Aguilera, Vanderci de Andrade; Almeida, Ana Lucia CamposResumo: Este estudo expõe questões relativas: (i) aos fatores relevantes para a manutenção ou mudança linguística; (ii) ao peso das redes de interação na mudança ou manutenção; (iii) à importância do letramento para mudança ou manutenção; (iv) à importância da comunidade de fala Para tal, utiliza os pressupostos da Sociolinguística, com ênfase na análise de redes sociais (ARS), modelo dinâmico de abordagem da mudança linguística Fundamenta-se, também, nas bases de Letramento e nas questões de identidade linguística Assim, este trabalho analisa a configuração da fala de 24 estudantes moradores no Distrito de Paiquerê – Londrina/Pr, a fim de estabelecer o papel das redes de interação na mudança ou na manutenção de uma variedade linguística por parte desses falantes Nesse sentido, mostra uma base já rurbana para todos os falantes, sendo cada um alocado em pontos do contínuo de urbanização (Bortoni-Ricardo, 29), ora mais próximos de cada polo, de acordo com a incidência de três variáveis linguísticas nomeadamente estigmatizadas: a ausência de concordância verbal, tanto na primeira pessoa quanto na terceira pessoa do plural, o Rotacismo e a Iotização Conhecida a configuração da fala desse adolescente, a discussão centra-se no papel da escola como fator preponderante para a ascensão social e a mobilidade cultural desses indivíduos, uma vez que cabe a essa instituição levar em conta fatores como as redes de interação social em que se inserem os falantes moradores de zonas rurais, além de questões identitárias e graus de letramento a que se submetem em seu cotidiano extraescolar para o ensino-aprendizagem concreto desses indivíduos, uma vez que sua interação diária sofre influências várias das entidades hegemônicas, contrapondo-se ao seu fator identitário e familiarItem Subfalar nordestino em foco : proposta de subdivisão da demarcação de nascentes (1953) a partir de dados lexicais do projeto ALiB(2024-03-25) Serra, Flávia Pereira; Aguilera, Vanderci de Andrade; Ribeiro, Silvana Costa; Romano, Valter Pereira; Santos, Georgiana Márcia Oliveira; Altino, Fabiane CristinaA divisão dialetal elaborada por Nascentes (1953) destaca-se por ser um dos grandes marcos da Dialetologia no Brasil, na qual o pesquisador, por meio da observação de um fenômeno fonético-fonológico e aspectos prosódicos, dividiu o Brasil em falar do Norte, que se subdivide nos falares amazônico e nordestino, e do Sul, subdividido em falares baiano, fluminense, mineiro, sulista, além do território incaracterístico. Essa divisão tem sido referência de estudo para vários pesquisadores que buscam verificar a pertinência dessa proposta, principalmente por meio da distribuição diatópica de itens lexicais. Dentre esses trabalhos, destacamos Ribeiro (2012), que investigou a área do Subfalar Baiano; Portilho (2013) e Souza (2021), cujo foco foi o Subfalar Amazônico; Romano (2015), Subfalar Sulista; Cuba (2015), Território incaracterístico; D’Anunciação (2016), Subfalar Mineiro, Santos (2016), Subfalar Fluminense; e Santos (2018), o Subfalar Nordestino. Apesar de este último – Subfalar Nordestino – ter sido estudado por Santos (2018), por meio da análise de itens lexicais do campo semântico Jogos e Diversões Infantis (Questionário Semântico-lexical (QSL) do Projeto Atlas Linguístico do Brasil (ALiB)) (Comitê..., 2001, p. 34), a autora destacou a necessidade de fazer um estudo mais aprofundado do falar da região, abrindo margem para este trabalho, que propõe demonstrar a heterogeneidade dialetal do Subfalar Nordestino e uma possível subdivisão da área, com base em um conjunto de dados lexicais do mesmo Projeto. A pesquisa fundamenta-se nos princípios teórico-metodológicos da Dialetologia e Geolinguística (Nascentes, 1958; Ferreira, Cardoso, 1994; Cardoso, 2010). Metodologicamente, foram tratados os registros contantes do acervo do Projeto ALiB, dados referentes a quatro questões do QSL, que investigam as variantes dos itens tangerina (QSL 039), bananas gêmeas (QSL 043), galinha d’angola (QSL 067) e libélula (QSL 085). A fim de tornar possível a análise de toda área do Subfalar Nordestino, juntamente com sua área de entorno, foram analisados dados de 68 localidades, dentre capitais e cidades do interior, que compõem a rede de pontos linguísticos do ALiB, distribuídos pelos estados do Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas e parte do Tocantins, Sergipe, Bahia e Pará. No total, foram considerados dados de 272 informantes de nível básico (que tenham estudado até o Ensino Fundamental incompleto), quatro por localidade, estratificados segundo sexo (homem e mulher) e faixa etária (Faixa I, 18 a 30 anos, e Faixa II, 50 a 65 anos). Após a catalogação dos dados, foram elaboradas cartas linguísticas, com auxílio do programa computacional [?GVCLin] (Seabra, Romano, Oliveira, 2014-15). A análise dos dados evidencia a heterogeneidade lexical do Subfalar Nordestino, além de indicar a existência de duas subáreas, Subfalar Nordestino ocidental, que corresponde ao MA e PI, e Subfalar Nordestino oriental, composta pelos estados do litoral leste RN, PB, PE e AL; e uma área de transição, correspondente à área central do subfalar, ocupada principalmente pelo CE e pontos adjacentes.