Registros escritos paranaenses dos séculos XVIII e XIX : um estudo sobre o alçamento das médias pretônicas <e> e <o>

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Bençal, Dayme Rosane

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Resumo

Resumo: A variação das vogais médias pretônicas, amplamente investigada em estudos sincrônicos, também é apontada em pesquisas que se debruçam sobre registros escritos em diferentes séculos Diante dessa perspectiva, fundamentando-nos na Teoria Variacionista aliada aos preceitos da Linguística Histórica, propomos a descrição das alternâncias das vogais médias <e> e <o> na posição pretônica, seja em ambiente de harmonização vocálica, como em f<i>liz ou c<u>stume, seja em contexto que não determine por si só a elevação dessas vogais (alçamento sem motivação aparente), como em sem<i>lhante e <u>zadia O corpus é formado por 1 documentos notariais dos séculos XVIII e XIX pertencentes às antigas vilas paranaenses de Antonina, Castro, Curitiba, Guaratuba e Paranaguá A metodologia empregada consiste na revisão e edição dos manuscritos, observando os critérios de edição semidiplomática, na quantificação dos dados e sistematização dos contextos envolvidos na variação O resultado estatístico apontou a vogal posterior no contexto oral como mais suscetível à aplicação da regra Entretanto, a partir da análise individual dos dados, constatamos que a recorrência de paradigmas e itens lexicais contribuiu para essa conclusão Em posse dessa observação, consideramos maior produtividade de elevação para a regra de <e>, inclusive em contexto nasal Diante dos números estatísticos e da atenção particular devida a cada vocábulo alçado, podemos afirmar que a variação das médias pretônicas nos dados que compõem esta tese é favorecida pela regra de harmonização vocálica, seguida da redução, tanto para <e> quanto para <o> Os contextos mais relevantes à elevação das médias pretônicas são (i) presença de vogal alta na sílaba seguinte (d<i>f<i>rimos, d<u>cumento); (ii) contexto inicial nasal para a regra de <e> (<i>nviada); (iii) ambiente de hiato, seguido de vogal baixa (l<i>ais, s<u>ada) A redução vocálica agiu secundariamente em determinados itens, como s<u>berano e <u>missaõ, em que os grafemas <b> e <m>, que representam as labiais, preencheram os ataques silábicos seguintes A análise estrutural foi complementada com uma interpretação lexical dos casos de recorrência de paradigmas verbais e nominais, apontando a relevância do aspecto morfológico na propagação do alçamento da vogal posterior, mais especificamente à classe verbal, apontando indícios da hipótese difusionista Assim, ao fazermos o bom uso de dados ruins (LABOV, 1994), ampliamos o tratamento frequentemente dado ao processo de elevação das médias pretônicas /e/ e /o/, direcionando nosso olhar para uma perspectiva histórica, baseada em documentos escritos

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Palavras-chave

Manuscritos paranaenses, Língua portuguesa, Variação, Linguística histórica, Diacronia, Variation, Portuguese language

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