02 - Mestrado - Psicologia

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    Perfil neuropsicológico em crianças com TDAH : um estudo de caso-controle
    Hashimoto, Eduardo de Souza; Lúcio, Patrícia Silva [Orientador]; Miguel, Fabiano Koich; Pires, Izabel Augusta Hazin
    Resumo: Pesquisas científicas vêm sendo realizadas no sentido de explicar os déficits cognitivos e seu impacto no comportamento de crianças com TDAH No entanto, ainda não se tem evidências conclusivas sobre a existência do perfil neuropsicológico deste transtorno Este estudo teve como objetivo investigar o perfil neuropsicológico de crianças com TDAH, buscando determinar os padrões de prejuízos e preservação cognitiva em um conjunto de tarefas que avaliam a chamada “cognição fria” Secundariamente, buscou-se verificar a concordância entre pais e professores na avaliação dos sintomas de TDAH considerando-se as escalas de comportamento SDQ e SNAP-IV A amostra foi composta de 2 crianças com diagnóstico de TDAH e 4 crianças do grupo controle As idades variaram de 4 a 12 anos e todas as crianças são oriundas das escolas da rede de ensino público do munícipio de Apucarana-PR As tarefas utilizadas buscaram verificar o desempenho cognitivo no controle inibitório, memória de trabalho, atenção visual, planejamento e o processamento básico de informação As crianças foram testadas individualmente e tiveram o consentimento dos pais Os resultados indicam que na memória de trabalho verbal os grupos apresentaram diferenças significativas (F(1,58) = 6,495, p = ,13, ?2 = ,11), sendo que as crianças com TDAH apresentaram desempenho inferior ao grupo de controle no subteste Dígitos Ao contrário de outros estudos, a presente pesquisa não demonstrou diferenças entre grupos com e sem TDAH nas tarefas de controle inibitório, planejamento, atenção visual e no processamento básico de informação Em relação a concordância pais/professores no SDQ e no SNAP, de modo geral, os pais atribuíram mais sintomas às crianças de ambos os grupos Essa diferença foi evidenciada mais no aspecto quantitativo e não qualitativo, pois houve ausência de interações entre pais/professores para a maioria das subescalas do SDQ e do SNAP O SNAP-IV mostrou-se com sensibilidade suficiente para captar os casos verdadeiros positivos sem captar muitos falsos negativos, sendo que esses resultados foram corroborados pela análise das curvas ROC (,78-,96), que apresentou ótimos índices para a escala de TDAH respondida por pais e professores A partir dos resultados encontrados, confirmou-se a complexidade do campo de avaliação neuropsicológica do TDAH, considerando sua condição heterogênea e dimensional, o que reflete provavelmente, no desafio de encontrar um padrão neuropsicológico único para o transtorno Neste sentido, propõe-se outras análises de dados para o presente estudo, bem como uma melhor estratificação da amostra a ser pesquisada Por fim, estudos futuros podem incluir, além dos déficits nas funções executivas, déficits no sistema de recompensas e timing, de modo a compreender o perfil neuropsicológico das crianças com TDAH
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    Sustentabilidade afetiva e resistência : uma análise dos modos de vida e das intervenções artísticas urbanas
    Figueiredo, Mônica Tablas Martinez de; Mansano, Sonia Regina Vargas [Orientador]; Nalli, Marcos Alexandre Gomes; Souza, Leonardo Lemos de
    Resumo: A cidade é concebida por Guattari (1992) como uma máquina produtora de subjetividades, composta por equipamentos e dispositivos, materiais e imateriais, que fazem circular componentes de subjetivação heterogêneos Ela abarca múltiplas forças e uma dimensão de caos, cooperando para compor diversos territórios subjetivos provisórios e mutantes Entretanto, há uma uniformização dos modos de vida, atualizados nesse espaço em subjetividades capitalísticas, regidas pela lógica do capital, que prioriza o consumo, o acúmulo de bens e a produção incessante Tal atitude tende a produzir um empobrecimento das experiências com o mundo, despotencializando o corpo dos sujeitos que convivem no espaço urbano e diminuindo sua potência de contato e ação Tomando o cenário urbano em análise, a presente pesquisa teve por objetivo investigar os modos de vida e as intervenções artísticas urbanas que emergem no contemporâneo e rompem, em alguma medida, com a lógica capitalista de consumo e produtividade, criando espaços no urbano para encontros potencializadores A vertente epistemológica adotada é a Psicologia Social em sua interface com a Filosofia da Diferença Na parte teórica, abordam-se os seguintes temas: a noção de sujeito e subjetividade na Psicologia e sua relação com os modos de vida legitimados no espaço urbano, a cidade e a produção de subjetividade em face da governamentalidade e as conexões entre os conceitos de sustentabilidade e de resistência Na parte empírica, apresenta-se uma análise do uso do grafite e da pichação na cidade de São Paulo no período em que foi implantado o denominado “Programa Cidade Linda” e suas repercussões nos modos de vida e na subjetividade Os resultados mostram que as intervenções urbanas aparecem como possibilidade de construir uma relação intensiva e afetiva com os espaços da cidade, entre os moradores e com a natureza Ao final do trabalho foi possível argumentar como a noção de sustentabilidade afetiva aproxima-se do conceito de resistência na medida em que amplia a experimentação de modos de vida voltados para a produção de encontros que aumentam a força de agir dos sujeitos sociais
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    Violência urbana, segurança e trabalho : um estudo de caso
    Antonio, Camila de Araujo; Mansano, Sonia Regina Vargas [Orientador]; Carvalho, Paulo Roberto de; Silva, Guilherme Elias da
    Resumo: O presente trabalho investigou, segundo o olhar da Psicologia Social e da Psicodinâmica do Trabalho, como os profissionais ligados a serviços públicos de segurança relacionam-se com a violência e a discriminação social que estão enraizadas na cultura do nosso país O objetivo desta pesquisa consistiu em analisar, segundo o olhar da Psicologia Social e da Psicodinâmica do Trabalho, como o modo de produção capitalista contribui para ampliar o sentimento de insegurança social e como a tentativa de responder ao apelo por mais segurança acentua o sofrimento de agentes municipais ligados a esta área Assim, sustentou-se nesta pesquisa a hipótese de que os valores de mercado presentes na indústria da segurança geram nos profissionais dessa área uma série de sofrimentos psíquicos Os contornos desse sofrimento bem como as estratégias de defesa que são elaboradas pelos trabalhadores para suportar as adversidades e pressões advindas do cotidiano do trabalho foram investigados no decorrer deste estudo Para tanto, o método de pesquisa utilizado foi o qualitativo, adotando, como estratégia, o estudo de caso junto a profissionais de segurança pública de um município localizado no norte do estado do Paraná Na parte empírica do trabalho foram utilizados três instrumentos de coleta de dados: a análise documental, a observações no local de trabalho e entrevistas individuais semiestruturadas Como estratégias para a análise dos dados, foram elaborados, a partir do referencial teórico, três eixos de pesquisa: 1) a história do sujeito na relação com a instituição e a organização do trabalho; 2) condições de trabalho e relacionamento socioprofissional; e 3) as estratégias defensivas e os transtornos físicos e psicológicos relativos ao trabalho Considerou-se que um estudo sobre a violência não pode ficar restrito ao âmbito policial, uma vez que isso empobreceria a análise Daí a necessidade de adotar uma abordagem inter e multidisciplinar Ao final da pesquisa, foi possível verificar que os trabalhadores da segurança estão diante do desafio socialmente colocado de combater a sensação de insegurança que assola nosso país, em larga medida disseminada pelas mídias Em função disso, tais profissionais lidam cotidianamente com a dificuldade de transformar o imaginário social idealizado, atuando no limite do real e das condições de trabalho que lhe são oferecidas pela organização social vigente nas instituições de segurança
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    Patologização do luto : uma análise genealógica do DSM
    Oliveira, Thais Fernanda Roberto; Nalli, Marcos Alexandre Gomes [Orientador]; Carvalho, Paulo Roberto de; Silva, Lucia Cecilia da
    Resumo: O DSM-5 foi muito criticado, pois vários aspetos da vida cotidiana passam por um processo de patologização e medicalização O luto é um processo da vida cotidiana, diferente dos demais por ser algo inerente à existência humana e uma experiência estruturante pois, ao se deparar com a morte, o homem se depara com a impossibilidade Esta pesquisa surge da questão: como os processos de luto são citados nos DSMs e como se construiu o processo de psicopatologização desta experiência? É uma pesquisa descritiva qualitativa, documental Teve como foco a descrição dos processos de luto no DSM-5, porém foi realizado um mapeamento das incidências deste termo nas outras edições Antes o luto era compreendido como uma dor cuja manifestação era legítima e necessária, atualmente a sociedade exige dos enlutados um autocontrole Pode-se pensar nas estratégias de classificação dos manuais diagnósticos como dispositivos biopolíticos A biopolítica tem como alvo o homem como ser vivo e como espécie; tem como objeto de intervenção, os processos biológicos; pretende estabelecer sobre os homens uma espécie de regulamentação A medicina social diz respeito a uma sucessão de estratégias biopolíticas para controle e gestão da população, visando uma atuação preventiva contra qualquer possibilidade de perigo A população passa a ser um problema biopolítico e por isso se estabelece uma classe de medicalização A psiquiatria abdica de sua função de cura, concentrando-se no papel de proteção e ordenação social e biológica, tornando as fronteiras entre o normal e o patológico cada vez mais ambíguas, naturalizando a medicalização de comportamentos, estendendo-se a todos os domínios da existência O movimento psicopatologizante das experiências cotidianas aparece ao longo das edições do DSM, tendo seu ápice no DSM-5 Isto ocorre com diversos transtornos O luto foi retirado dos critérios de exclusão do diagnóstico do Transtorno Depressivo Maior, portanto, alguém que está passando por um processo de luto pode ser diagnosticado com depressão caso os sintomas persistam por mais de duas semanas; isto pode incentivar o diagnóstico prematuro de depressão na sequência ao luto Há uma preocupação de que pacientes em luto possam ser prescritos com antidepressivos para administrar as reações esperadas ao luto Houve uma diminuição no período de tempo em que as reações ao luto são consideradas esperadas, sendo três meses no DSM-III, dois meses no DSM-IV e duas semanas no DSM-5 O DSM-5 propõe o “Transtorno do Luto Complexo Persistente”, sendo a primeira edição que sugere o luto patológico como uma categoria diagnóstica Este manual continua patologizando e permitindo uma medicalização da vida cotidiana e do processo de luto Para Han os principais mecanismos de controle não incidem mais sobre a matéria e sim sobre a psique Ele descreve a sociedade do século XXI como uma sociedade de desempenho Pode-se dizer que alguns dos transtornos apresentados no DSM são determinados por um excesso de positividade Qualquer aspecto relativo à negatividade é descartado, porém este é um dos aspectos que nos torna humanos A sociedade já não faz pausas, o homem se torna uma máquina de desempenho a serviço do neoliberalismo
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    Motivação e autoconceito de alunos com sobrepeso no ensino fundamental II
    Meserlian, Flávia Gabriela; Oliveira, Katya Luciane de [Orientador]; Cordeiro, Sílvia Nogueira; Franco, Sandra Aparecida Pires
    Resumo: No que se refere ao ambiente escolar, especificamente se tratando do aprendizado dos alunos, percebe-se a importância de entender o que motiva este indivíduo a realizar suas atividades escolares Relacionando a motivação dos alunos em aprender com a saúde dos mesmos, tem-se que o número de crianças e adolescentes com obesidade aumentou nas últimas décadas, sendo assim, este sujeito está exposto a diferentes formas de interações, e, principalmente, sujeito a sua forma de se ver Esses fatores levam a questionar se a motivação, o autoconceito e a obesidade podem ter alguma relação entre si, se alunos obesos tendem a ser motivados independente desta condição ou se ocorre desmotivação por meio da autopercepção que estes indivíduos têm do próprio corpo Com isso, o objetivo deste trabalho é verificar a motivação para aprender e o autoconceito de alunos com obesidade infantil Participaram 413 alunos entre 1 a 16 anos de idade do Ensino Fundamental II Foram aplicados três instrumentos, sendo: o questionário de Percepção Corporal, o questionário de Continuum Infantil e Escala de Autoconceito Infanto-Juvenil (EAC-IJ) A coleta de dados foi realizada de forma coletiva, com duração de 3 minutos A análise dos dados foi feita com estatísticas descritivas e inferencial, além de utilizar as descrições, testes de diferenças e de correlações Os resultados mostram que o número de obesos está crescendo consideravelmente, verificando a relação da percepção corporal e a fase do desenvolvimento em que esse aluno se encontra, além de constatar que os mesmos não possuem auxílio em relação às suas questões corporais Percebe-se que há a prevalência da Motivação Identificada, sendo que a autonomia em realizar as atividades cresce conforme esse aluno eleva de ano escolar; e do Autoconceito Pessoal, o que mostra o bem-estar da amostra Os dados indicam também que a desmotivação pode estar relacionada ao autoconceito familiar, assim como a motivação intrínseca e o autoconceito geral Sendo assim, se faz necessário a verificação de todas as questões que estão presentes neste cenário, principalmente em relação ao aluno
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    Sedação subjetiva : o sofrimento psíquico de sujeitos inseridos na universidade
    Salvador, Isadora Nicastro; Cordeiro, Sílvia Nogueira [Orientador]; Santiago, Eneida Silveira; Londero, Selmara Merlo
    Resumo: A presente Dissertação faz parte da Linha 1, intitulada Avaliação Psicológica e Processos Clínicos, do Programa de Mestrado em Psicologia da Universidade Estadual de Londrina Com o advento do Estado Moderno, constituiu-se um olhar racional sobre os sujeitos nos âmbitos da saúde e da ciência, o que, séculos mais tarde, culminou na medicalização da vida subjetiva Nesse campo, as perspectivas médica e biológica parecem pretender o tratamento de um corpo, não de um sujeito e, por esse motivo, há uma sedação ao nível subjetivo O trabalho visou conhecer as características do sofrimento psíquico relatadas por estudantes de uma universidade pública do estado do Paraná Além disso, propôs-se especificamente a análise das possíveis repercussões do sofrimento psíquico na vida dos estudantes universitários e a interpretação dos sentidos que sujeitos inseridos no contexto universitário atribuem ao sofrimento psíquico experienciado nos seus modos de viver Utilizou-se o método clínico-qualitativo (Turato, 21), que privilegia a escuta e o aprofundamento das questões subjetivas, por fornecerem informações importantes sobre os processos complexos do mundo do sujeito O instrumento de coleta de dados utilizado foi a entrevista semidirigida de perguntas abertas (Fontanella, Campos, & Turato, 26), que propicia uma maior flexibilidade entre os temas e uma escuta do entrevistador que possibilita uma abertura para o entrevistado responder por meio característico a ele O tipo de amostragem utilizado foi a proposital (Turato, 21) Foram entrevistados dez estudantes de uma universidade pública do Paraná, de diferentes cursos, nas modalidades de graduação e pós-graduação e que fazem uso de medicamentos psicotrópicos A técnica para o procedimento de tratamento dos dados foi a análise de conteúdo, segundo Bardin (216) Os resultados obtidos e discutidos foram agrupados em núcleos de sentido e, posteriormente, em categorias de análise, formando cinco delas, intituladas: 1) A necessidade de ser completo: “É como se você pegasse uns dados, jogasse e achasse que todos iam dar um”; 2) História de vida, relacionamentos e posicionamentos das escolhas; 3) Tomar remédio para dar conta da vida: “Ele deixa as coisas mais amenas”; 4) “Eu sou um peixe fora d’água nesse lugar”: do isolamento ao apagamento do sujeito; 5) Narrativas esvaziadas de sentido como saídas para o real vivido no corpo Pode-se concluir que todos os estudantes relacionam, de uma forma ou de outra, parte de seus sofrimentos à universidade Parecem ter encontrado, por meio do discurso universitário, uma forma de ocuparem seus lugares e estabelecerem seus laços De acordo com as entrevistas realizadas, é possível interpretar que esses sujeitos possuem uma dificuldade em adquirir sentidos e significados para suas dores e, por esse motivo, colocam-nas no corpo Diante de tanta rapidez nos processos, tanta burocratização, tecnologização e racionalização da vida humana, um sujeito inserido no contexto acadêmico e científico parece trabalhar a favor dessa racionalização do ser gente, e as dimensões poéticas e atravessadoras de um sujeito faltante podem se tornar petrificadas
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    Estilos intelectuais, estratégias de aprendizagem e flexibilidade cognitiva no ensino médio
    Oliveira, Gracielly Terziotti de; Oliveira, Katya Luciane de [Orientador]; Miguel, Fabiano Koich; Lima, Thatiana Helena de
    Resumo: Esta pesquisa se insere na Linha 1 Avaliação Psicológica e Processos Clínicos do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade Estadual de Londrina, com a ênfase em Avaliação Dentro dessa área, o objetivo foi analisar construtos relacionados à área educacional, sendo eles os estilos intelectuais, as estratégias de aprendizagem e a flexibilidade cognitiva em estudantes do Ensino Médio Participaram 79 alunos de três colégios públicos do Norte do Paraná com idade média de 16 anos e um mês Os instrumentos utilizados foram o Inventário de Estilos Intelectuais (TSI-R2), a Escala de Avaliação das Estratégias de Aprendizagem para o Ensino Médio (EAVAP-EM) e o Teste de Trilhas: Parte B A coleta de dados foi realizada de forma coletiva, na própria sala de aula Os dados foram organizados em planilha e submetidos à análise estatística descritiva e inferencialOs resultados apontaram que os alunos tiveram uma pontuação maior nos estilos legislativo e monárquico Também recorrem mais às estratégias metacognitivas na hora de estudar Quanto ao desempenho no Teste de Trilhas, obtiveram a média de pontuação em sequência de 15,86 pontos - classificação média Em relação aos três anos escolares, foram encontradas diferenças, entre os anos iniciais e finais, nos estilos judicial e hierárquico, sendo que o terceiro ano obteve uma média de pontuação maior Da mesma forma, as diferenças encontradas na EAVAP-EM mostram que o terceiro ano recorre mais às estratégias cognitivas do que o primeiro e o segundo ano, como também mostrou ser mais eficiente em não fazer uso de estratégias metacognitivas disfuncionais e obteve pontuação maior na escala total do que o primeiro ano Não foram encontradas diferenças entre os anos quanto à avaliação da flexibilidade cognitiva No que se refere às possíveis relações entre os construtos, os resultados apontaram que elas existem entre o estilo hierárquico, executivo, local e oligárquico com a ausência de estratégias disfuncionais metacognitivas; entre as estratégias cognitivas e os estilos hierárquico, legislativo, executivo, judicial, local, liberal, anárquico e externo; entre as estratégias metacognitivas e o estilo externo e entre a escala total com os estilos hierárquico, legislativo, executivo, judicial, local, liberal e anárquico Não foi encontrada nenhuma correlação significativa entre os estilos intelectuais e as estratégias de aprendizagem com a flexibilidade cognitiva Por fim, foram encontradas relações significativas de dependência entre os estilos hierárquico, judicial e liberal e o uso das estratégias cognitivas de aprendizagem e entre os estilos hierárquicos, judicial e a subescala de estratégia de aprendizagem total Os dados encontrados foram comparados com outras pesquisas realizadas no ensino médio e discutidos a partir da adolescência como fase do desenvolvimento humano Entretanto, indica-se a necessidade de que sejam realizados mais estudos que possam contemplar essa fase escolar, relacionando outras varíaveis que influenciam os processos de aprendizagem
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    Impasses do feminino ao passe da feminilidade : a clínica psicanalítica entre feminino e histeria
    Longhini, Cintia Ribelato; Cordeiro, Sílvia Nogueira [Orientador]; Tavares, Leandro Anselmo Todesqui; Jorge, Marco Antônio Coutinho; Darriba, Vinicius Anciães [Coorientador]
    Resumo: Por muito tempo, acreditou-se que histeria e feminino diziam respeito a condições restritas à mulher A psicanálise vem quebrar esses paradigmas ao denunciar que nem a histeria nem a posição feminina são exclusividades das mulheres Nascer mulher, anatomicamente falando, não equivale a ascender a uma posição feminina, bem como a noção do feminino não se reduz à mulher Sabemos que a histeria possibilitou a Freud a criação da psicanálise, vindo a se dedicar, durante o seu percurso, ao desejo e enigmas femininos, investigando o modo como uma menina se torna mulher subjetivamente Contudo, histeria e feminino são termos difíceis de distinguir, uma vez que a histeria sempre foi atribuída a um traço feminino e vice-versa Parece existir um problema de fronteiras, especialmente, ao uso desse aparato teórico na experiência clínica com algumas mulheres, permanecendo a inquietação de como situar seus limites Fez-se necessário, então, retornar à pergunta que alicerça a base tanto da histeria quanto do feminino: o que quer uma mulher? Além disso, insistiu-se a questão de como emerge a problemática, apontada por Freud, de que haveria, no funcionamento psíquico histérico, um horror ou repúdio ao feminino Sendo a psicanálise um dispositivo de tratamento que pode produzir uma feminização do sujeito do inconsciente, margeamos se seria por meio do processo analítico que operaria um além da histeria, produzindo brechas à capacidade da feminilidade em uma mulher, ou isso não dependeria de uma psicanálise A clínica nos deu notícias, atestada por meio deste estudo, de uma subversão possível pelo ato analítico, de mulheres que puderam usufruir de outro lugar sua experiência ao exercício da feminilidade, castração e impossibilidades, abrindo mão de seus sofrimentos no campo da impotência A proposta desta Dissertação , portanto, foi investigar, mediante a pesquisa psicanalítica, a histeria e o feminino no que diz respeito ao repúdio ou aos impasses que a histeria colocaria para a inclusão ao feminino, passando brevemente pela esfera do amor, tendo por direção e pergunta se é possível vislumbrar a posição feminina para além da histeria Se desenvolveu a partir da experiência clínica em consultório particular com algumas mulheres e contribuições teóricas de Freud, Lacan e psicanalistas que se dedicaram à temática Apresentamos soluções histéricas construídas por algumas pacientes e abordamos os principais eixos comuns encontrados, na escuta clínica, acerca dos tropeços ao tornar-se mulher Centra-se numa questão absolutamente singular, a especificidade e o âmago dos efeitos da relação da menina e sua mãe e o quanto algo neste laço pode malograr ou operar impasses a subjetivação feminina da filha, além da insistência permanente que mantinham essas pacientes ao quarto impossível indicado por Lacan: fazer-se desejar Por fim, a aposta foi estudar e fazer avançar a psicanálise em um terreno enigmático, que é o percurso de uma mulher na sua existência
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    Psicologia social no contexto de vulnerabilidades sociais : uma perspectiva crítica e do cotidiano
    Fuji, Sérgio Kazuyoshi; Lima, Alexandre Bonetti [Orientador]; Mansano, Sônia Regina Vargas; Cedeño, Alejandra Astrid León
    Resumo: A desigualdade social no Brasil impõe modos de vida bastante precários a uma grande parcela da população no país, enquanto uma pequena parte desfruta de condições privilegiadas As vulnerabilidades sociais presentes em nosso meio e que são sentidas pela população mais pobre, apresentam várias formas de restrições, violências e opressões como a precariedade das condições de moradia, a miséria, o desemprego, a baixa qualidade de ensino público, o aumento da criminalidade, a dificuldade ou ausência de acesso aos serviços básicos como saúde, saneamento básico, transporte público, entre outros, assinalam cada vez mais a relevância de refletir criticamente o modelo de sociedade contemporânea em que estamos inseridos, assim como também (re)pensar as relações de poder que atravessam as diferentes formas de sociabilidades e suas implicações nas dimensões intersubjetivas, em diversos cotidianos e realidades no país A desigualdade, que não se limita apenas às questões de ordem econômicas, apresenta, ao longo de sua construção, conflitos políticos, sociais e culturais, como o avanço do sistema capitalista neoliberal, o processo de modernização em países periféricos do capitalismo, a naturalização da subcidadania, a manutenção da colonialidade (do poder) na produção da vida em sociedade, e o racismo que tem a escravidão como matriz histórica não devidamente superada Dessa forma, somos atravessados por biopolíticas e necropolíticas que implicam em um jogo de inclusão perversa da exclusão social de pessoas desprovidas de direitos, que se somam à grande massa descartada pelo sistema capitalista, por meio de mecanismos e dispositivos presentes nos discursos e nas práticas sociais em nosso cotidiano Sendo assim, é possível apontar a coexistência de um conjunto de forças em disputa na produção científica na Psicologia, no qual se entrecruzam racionalidades normativas, coloniais e canônicas, bem como outras perspectivas mais críticas, politizadas, descoloniais e periféricas, que buscam não apenas romper com modelos dominantes e hegemônicos ou negá-los, mas, sobretudo, criar novas formas de pensar e agir sobre a realidade Para isso, é fundamental discutir algumas questões sociais e epistemológicas acerca da produção de conhecimento da Psicologia Social, explorando as dimensões de sua práxis no que se refere à atenção às condições impostas de vulnerabilidades sociais Este estudo buscou refletir sobre as fronteiras da subcidadania, dos processos de subjetivação e da produção de subjetividades marcadas pela desigualdade social, pela exclusão social, pelo racismo, pela violência e pelas diversas formas de precarização das condições de vida, a partir da práxis e da história – mnemicamente registrada - como psicólogo social comunitário, situado em cotidianos das periferias urbanas cujas situações de subcidadania se presentificam marcadamente Histórias e memórias que se desdobram em discussões em torno de uma multiplicidade de discursos e práticas no dia a dia destes lugares periféricos da cidade nos quais interagi densamente, e procurei tecer reflexões, a partir de elementos concretos dessa realidade, para contribuir e participar do diálogo com profissionais e pesquisadores que se movem no sentido de construir uma Psicologia Social comprometida social e politicamente para a conscientização/ emancipação das subcidadanias e para desconstrução das opressões e das violências naturalizadas em nosso contexto histórico
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    A psicologia na política de assistência social : novas leituras na atuação entre os sujeitos e coletivos
    Almeida, Claudia de Godoi Ferreira de; Silva, Rafael Bianchi [Orientador]; Cedeño, Alejandra Astrid León; Paiva, Fernando Santana de
    Resumo: A estruturação do Sistema Único de Assistência Social compõe parte do processo de implementação de políticas públicas no Brasil e representa um processo de reordenamento dos serviços socioassistenciais no país Neste processo, novos princípios e diretrizes passam a compor delimitações para a atuação no campo da Assistência Social, dentre as quais de destaca-se a proposição de modelo de trabalho social que busque englobar as dimensões individuais, familiares e comunitárias No caso especifico dos(as) profissionais de Psicologia, a inserção no campo da Assistência Social representa tanto uma ampliação no campo de trabalho de psicólogos(as) quanto uma expansão na oferta de serviços destes profissionais a uma parcela da população tradicionalmente pouco contemplada pelos atendimentos psicológicos Nesta direção, esta pesquisa teve como objetivo analisar a atuação do(a) psicólogo(a) enquanto promotora da articulação entre processos de desenvolvimento humano e desenvolvimento comunitário no âmbito da Proteção Social Básica no SUAS A metodologia empregada configura-se enquanto pesquisa qualitativa de caráter descritivo, composta pela análise documental de diretrizes oficiais de Ministério de Desenvolvimento Social e do Conselho Federal de Psicologia, bem como pela realização de entrevistas semiestruturadas com psicólogas que possuem experiência de atuação em serviços de Proteção Social Básica do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) Para tanto, participaram da pesquisa seis psicólogas atuantes em Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) em diferentes municípios da região norte do Paraná As entrevistas realizadas foram analisadas por meio do método de análise de conteúdo A fundamentação teórica utilizada teve como matriz central a obra de Paulo Freire Os resultados foram organizados a partir dos eixos: “O psicólogo(a) na PSB: delimitando um campo de atuação” e “Sobre as articulações entre desenvolvimento humano e comunitário na atuação da PSB” Verificou-se que as percepções das psicólogas acerca do desenvolvimento humano abarcam diferentes definições que remetem ao processo do usuário reconhecer-se e ser reconhecido enquanto sujeito e portador de direitos sociais Também apontam para processo pessoal de aprimoramento e/ou evolução que estaria vinculado a capacidade de trilhar caminhos para a conquista de melhores condições de vida mediante o acesso à oportunidades e conhecimentos No que tange aos processos de desenvolvimento comunitário, prevaleceu entre os relatos a necessidade de se observar e de construir, junto aos usuários, uma “noção de comunidade” estabelecida com base nas relações entre as famílias e território Além disso, ainda que diferentes limitadores tenham sido indicados pelas profissionais, foi possível perceber que os trabalhos coletivos têm sido incentivados nos serviços em que as participantes atuam e vem sendo realizados a partir de diferentes modalidades de intervenção (como grupos e oficinas) Por fim, prevalece nos relatos das psicólogas o entendimento que de os serviços PSB são espaços potenciais para o fomento a processos de desenvolvimento humano e desenvolvimento comunitário
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    Psicologia e política de assistência social : discursos sobre a violência infantojuvenil
    Andrade, Anyelle Karine de; Silva, Rafael Bianchi [Orientador]; Carvalhaes, Flávia Fernandes de; Cordeiro, Mariana Prioli
    Resumo: Ao longo de sua história a Psicologia produziu discursos que fizeram com que ela fosse reconhecida como uma profissão fundamental para compor as equipes do SUAS Essa inserção contribuiu para a reformulação de discursos e para a construção de novas práticas psicológicas, como as direcionadas a crianças e adolescentes em contextos de violência Nesse trabalho, mapeamos artigos científicos da Psicologia sobre a violência infantojuvenil, identificando referências às práticas dos psicólogos e problematizando os modos como essas práticas se modificaram e se atualizaram no contexto da política de Assistência Social Especificamente, apresentamos a construção dos discursos sobre a infância e adolescência brasileira, localizando a participação da Psicologia nessa trajetória e a eleição do SUAS como uma política pública de proteção Por meio da pesquisa documental, foram traçadas as aparições e contextualizações da temática da violência contra crianças e adolescentes nos documentos da PNAS Para localizar os discursos/práticas da Psicologia acerca da violência infantojuvenil na interface da Assistência Social, realizamos uma pesquisa bibliográfica em textos científicos da Psicologia, dos últimos 15 anos (considerando o ano de publicação da PNAS) e que abordavam a questão da violência infantojuvenil no campo do SUAS As discussões e análise se apoiaram nas contribuições teóricas de Michel Foucault, sobre o conceito de discurso, que nos mostram como, por um lado, os discursos produzem regimes de verdade e, por outro, também são promotores de novos discursos, novas materialidades Isso explica a disseminação de formas de ser criança e adolescente no Brasil e a construção de novos modos de entender e agir diante de situações de violência infantojuvenil; o porquê em um dado momento histórico algumas Psicologias se debruçaram sobre questões que anteriormente não compunham seu campo discursivo e prático; e como o SUAS se mostrou como um importante motor para a diversificação da nossa profissão Por meio da análise dos artigos científicos, visualizamos que as Psicologias ora se articulam com matrizes de pensamento moralizantes, individualizantes, disciplinadores e normativos, ora produzem discursos que se mostram como resistência ao conhecimento hegemônico, buscando a construção de saberes pautados na perspectiva social, territorial e no pensamento crítico Ainda que saibamos dessa coexistência, para uma efetiva ação no SUAS, de modo a trabalhar em prol dos direitos das crianças e adolescentes em situação de violência, é fundamental compreender a violência como um fenômeno histórico e social, que em razão de sua complexidade requer ações articuladas e complementares entre profissões e políticas sociais É indispensável ainda superar abordagens teóricas e metodologias que não apresentam proximidade com os objetivos da Assistência Social, o que nos leva para a produção de Psicologias críticas e implicadas socialmente, que somem junto as outras profissões, as famílias e aos territórios, resistindo as rupturas impostas as políticas públicas e que denunciem estruturas históricas que violentam pessoas e grupos, especialmente as que convivem com inúmeras violações ao longo da história de nosso país, como é o caso das crianças e dos adolescentes
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    Lesbianidade : feminilidade(s) à visão do Teste de Apercepção Temática (TAT)
    Inaba, Clara Maki; Miguel, Fabiano Koich [Orientador]; Oliveira, Katya Luciane de; Scaduto, Alessandro Antonio
    Resumo: A partir do posicionamento de negligência a que a figura da mulher e, mais especificamente, da mulher lésbica, foi submetida pela História e por outras áreas das ciências, esta pesquisa empreende-se em investigar a autopercepção das mulheres lésbicas acerca de sua própria feminilidade, verificando as possíveis convergências e divergências entre elas e mulheres heterossexuais O escopo por meio do qual este trabalho será realizado é a lesbianidade e a feminilidade sob a luz da psicanálise O objetivo geral consiste em analisar como as mulheres lésbicas percebem e expressam sua própria feminilidade, por meio do Teste de Apercepção Temática (TAT), em contraste às mulheres heterossexuais Ademais, os objetivos específicos constituem-se em: investigar quais as necessidades psicológicas das heroínas nas histórias emergiram com mais frequência e intensidade e verificar se há diferença na autopercepção da feminilidade entre mulheres lésbicas e mulheres heterossexuais A amostra foi composta por 4 mulheres na faixa etária de 25 a 35 anos, sendo que metade identificava-se como lésbica (homossexual) e a outra metade, como heterossexual As participantes estavam em um relacionamento (namorando, residindo com ou casadas com suas/seus cônjuges) há, pelo menos, dois anos e encontravam-se domiciliadas na região norte do estado do Paraná A participação ocorreu de modo presencial e individual Cada participante respondeu a um questionário inicial pelo qual foram coletados dados pessoais gerais e, em seguida, respondeu ao instrumento utilizado para a coleta dos dados, o instrumento projetivo Teste de Apercepção Temática (TAT), do qual foram selecionadas 13 pranchas Originalmente elaborado por Henry A Murray, em 1943, este instrumento visa acessar componentes da personalidade e interpretações das vivências de um sujeito por meio das histórias que conta a partir de uma série de pranchas que lhe são apresentadas Para a análise dos dados coletados, foi utilizado o sistema morvaliano, padronizado para o contexto brasileiro por Scaduto (216); este sistema objetiva categorizar os resultados do TAT em propriedades que identificam os mecanismos de defesa e os recursos subjetivos necessários para a adaptação à realidade e à edificação de uma identidade Também foi utilizado para análise dos dados o software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) Os resultados foram codificados em 6 categorias de análise, sendo que os dados discutidos foram aqueles que obtiveram nível de significância p<,5 e p<,1 Também discorreu-se acerca das temáticas que se salientaram nas histórias produzidas e acerca da feminilidade percebida nelas Pode-se considerar, a partir dos dados apresentados, que não haveria uma feminilidade “típica” para mulheres lésbicas que se diferencie de uma feminilidade “típica” de mulheres heterossexuais, uma vez que a feminilidade poderia ser constituída a partir de experiências subjetivas Considera-se que a pesquisa demonstrou haver menos divergências e mais convergências entre as feminilidades projetadas pelas participantes nas histórias coletadas Destaca-se que as histórias produzidas demonstraram diversas situações de machismo, lesbofobia e heternormatividade, projeções estas que caracterizam a denúncia da violenta realidade feminina no atual contexto social, independentemente da orientação sexual
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    Subjetividade e trabalho docente : a relação do professor com a educação a distância
    Sardi, Rafaela Garcia; Carvalho, Paulo Roberto de [Orientador]; Mansano, Sônia Regina Vargas; Justo, José Sterza
    Resumo: O trabalho analisou criticamente o modelo da educação a distância em vigor implantado no Brasil Para isso, foram elucidados os efeitos na subjetividade docente, compreendendo como o contexto EAD interfere nas relações sociais e de trabalho a partir da experiência do docente Investigaram-se as alterações que ocorreram no trabalho docente na educação a distância comparativamente ao trabalho no ensino presencial Foi possível identificar as pressões sobre o trabalho docente nos dois modelos de ensino Para tal análise foram utilizados conceitos teóricos da Psicologia Social, como subjetividade e trabalho Optou-se pelo percurso metodológico com base na pesquisa qualitativa e os dados foram categorizados em Histórico profissional, Trabalho e Relacionamento O interesse do tema Educação a distância se justifica pelo aumento da modalidade no cenário educacional brasileiro, o que provocou transformações profundas nos principais papéis sociais vividos pelo docente A pesquisa abriu caminhos para novos saberes e novas discussões sobre o contexto da educação a distância no Brasil, partindo do ponto de vista da Psicologia Social Por fim, com a pesquisa realizou-se uma análise social da relação de trabalho do professor diante do cenário da educação a distância no Brasil e obtive-se maior entendimento da sociedade contemporânea, que avança para modalidades de relacionamentos não presenciais, inclusive na educação
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    Emoções vivenciadas pelos psicoterapeutas-aprendizes nos serviços-escolas : uma leitura psicanalítica
    Gomes, Andréa Kioko Sonoda; Reis, Maria Elizabeth Barreto Tavares dos [Orientador]; Sei, Maíra Bonafé; Costa, Paulo José da
    Resumo: Os atendimentos clínicos psicoterapêuticos realizados nos serviços-escolas são permeados por uma série de experiências emocionais vivenciadas pela díade psicoterapeuta-aprendiz/paciente Diante das diversas nuances da clínica psicanalítica, o psicoterapeuta-aprendiz vivencia experiências que refletem em sua subjetividade Este estudo teve como objetivo investigar as vivências emocionais dos estudantes de graduação em psicologia durante os estágios em clínica psicanalítica, analisar as emoções percebidas em si mesmos pelos psicoterapeutas-aprendizes nos atendimentos em psicoterapia psicanalítica, assim como realizar um levantamento bibliográfico acerca das emoções vivenciadas pelo psicoterapeuta-aprendiz Trata-se de um estudo clínico-qualitativo, utilizando-se o referencial teórico psicanalítico Participaram desta pesquisa vinte e sete estudantes de psicologia, que realizavam atendimentos nos serviços-escolas de quatro instituições de ensino superior Foram realizadas entrevistas semidirigidas, os dados foram analisados pelos procedimentos da análise de conteúdo e discutidos por meio de pressupostos da psicanálise Nos resultados observou-se a presença das vivências de ansiedade, medo, insegurança, nervosismo, presentes tanto no início dos atendimentos, como no decorrer do processo psicoterapêutico A identificação com as vivências emocionais dos pacientes, as dúvidas referentes a percepção das próprias emoções, foram importantes aspectos encontrados neste estudo Outro resultado observado foi que os participantes da pesquisa compreenderam a supervisão como um espaço de aprendizagem, acolhimento e partilha das vivências emocionais, assim como demonstraram questionamentos quanto ao futuro profissional Tais resultados podem contribuir para a reflexão sobre a vivência desta experiência para o psicoterapeuta-aprendiz, a fim de melhor prepará-lo para os desafios da prática clínica psicanalítica
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    As tecnologias de informação e comunicação no contexto da clínica psicanalítica
    Barbeiro, Felipe de Souza; Reis, Maria Elizabeth Barreto Tavares dos [Orientador]; Sei, Maíra Bonafé; Gomes, Isabel Cristina
    Resumo: O avanço tecnológico influenciou a forma como as pessoas convivem na sociedade contemporânea Com a rede mundial de computadores, surgiu o ciberespaço, onde o fluxo de informações aumentou e aproximou o que antes era distante geograficamente, modificando a comunicação entre os indivíduos A literatura indica que novas subjetividades foram produzidas na atualidade e percebidas, também, na clínica psicanalítica em função de novos sintomas e demandas A psicanálise resguarda preceitos teóricos e técnicos desde seu desenvolvimento por Freud Entretanto, em algumas circunstâncias, tem havido a necessidade de os profissionais flexibilizarem a forma de atender seus pacientes, considerando o uso de tecnologias de informação e comunicação dentro e fora do setting O objetivo desta pesquisa consistiu em investigar como as tecnologias de informação e comunicação são percebidas e utilizadas por profissionais no contexto clínico psicanalítico Utilizou-se o método de investigação clínico-qualitativo, constituído pelas técnicas qualitativas e pelos conhecimentos clínicos psicanalíticos As participantes foram oito profissionais da Sociedade Brasileira de Psicanálise dos estados de São Paulo e do Paraná, entrevistadas a partir de um modelo semidirigido de questões disparadoras O material coletado foi explorado pela técnica de análise de conteúdo, posteriormente, estabelecidas cinco categorias de análise: telefone, WhatsApp, comunicação presencial versus comunicação a distância, uso de TICs dentro do setting analítico e uso de TICs em situações de casos graves Foi possível perceber que as tecnologias de informação e comunicação invadiram os consultórios psicanalíticos, onde têm sido encontradas novas maneiras de os pacientes manifestarem suas demandas e se comunicarem com suas analistas Diferenças entre a comunicação presencial e a comunicação virtual foram ressaltadas, tendo em vista as percepções sensoriais que podem, ou não, ser vivenciadas e suas implicações nas relações transferenciais experienciadas nos dois contextos
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    Da menopausa como o estranho ao estranho da menopausa : contribuições psicanalíticas
    Ortiz, Natália Delatim; Cordeiro, Sílvia Nogueira [Orientador]; Londero, Selmara Merlo; Chatelard, Daniela Scheinkman; Darriba, Vinicius Anciães [Coorientador]
    Resumo: Diversas pesquisas vêm sendo realizadas sobre especificidades que figuram a mulher como protagonista A psicanálise, desde Freud até os psicanalistas contemporâneos, também se debruça sobre os enigmas da mulher e do feminino e possui uma extensa produção sobre seus múltiplos atravessamentos Nota-se, entretanto, que estudos a respeito da menopausa, processo inerente ao ciclo biológico da mulher, ainda são realizados de forma restrita por uma parcela pequena da comunidade científica Além disso, constatou-se que o evento também é pouco tratado na produção psicanalítica e invisibilizado no campo social A menopausa é definida como o último ciclo biológico da fase reprodutiva feminina e a escassez de estudos sobre o tema motivou esta pesquisa, cujos objetivos foram: analisar as questões levantadas por mulheres que estão no período da pós-menopausa, suas possíveis significações e articular iminentes repercussões subjetivas - atribuídas ao marco da menopausa - a conceitos do campo psicanalítico, a partir das leituras de Freud, Lacan e outros psicanalistas Na fundamentação teórica, abordou-se a menopausa como um mote a ser ampliado de seu lugar de evento biológico à lugar de fenômeno e estudos que relacionam menopausa e psicanálise, chegando, por fim, ao recorte do conceito de angústia, tal como concebido por Freud e retomado por Lacan Esse conceito foi usado como operador teórico e, por ele, alcançou-se o estranho, o luto e o desejo – outros motes que foram articulados com a menopausa e outras contribuições psicanalíticas O método desta pesquisa se definiu como qualitativo e a estratégia escolhida para conduzir este estudo denomina-se clínico-qualitativa As participantes foram sete mulheres que já atravessaram o marco da menopausa, e a coleta foi realizada por meio de entrevistas A análise do material coletado se deu via análise de conteúdo e formação de categorias A primeira categoria dos resultados trouxe questões referentes ao lugar da menopausa como estrangeira em nosso contexto, seguindo pela análise da relação entre menopausa e envelhecimento até alcançar a queda de ideais que a mulher menopáusica sofre nesta vivência A segunda categoria abarca as mudanças e perdas incidentes neste período e o estranho que aparece na experiência desse acontecimento Conclui-se que o estranho da menopausa pode advir como efeito da derrapagem de referências fálicas e consequente encontro com o real Assim, este evento pode exigir uma reorganização da cadeia significante do sujeito e um trabalho de luto que auxilie a mulher a lidar com as perdas e transformações características do período Apostou-se, enfim, que é possível vislumbrar saídas que apontem o desejo da mulher menopáusica, passando pelo luto e pelo simbólico, amparados pela teoria psicanalítica proposta
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    Mil trutas mil tretas homens em situação de rua na mídia : noções de masculinidades em disputa
    Fortes, Matheus Crivelari; Carvalhaes, Flávia Fernandes de [Orientador]; Lima, Alexandre Bonetti; Silva, Fabio Mariano da
    Resumo: Esta pesquisa de mestrado em andamento analisa maneiras como enunciados midiáticos engendram concepções de masculinidades acerca de homens que vivem em situação de rua - HSR Tendo como referências os debates das masculinidades e estudos decoloniais, adotaram-se as pesquisas qualitativa e documental como percurso metodológico Considerando o fato de as condições de vida da população em situação rua terem se tornado ainda mais precária com a emergência da Pandemia da COVID 19, tendo esta ganhado maior visibilidade na mídia devido às dificuldades de manter o isolamento social, a abrangência espaço-temporal da investigação é constituída por notícias publicadas no intervalo de março de 22 a março de 221 Na intenção de analisar reportagens tanto de abrangência local, como nacional, foram selecionados para a análise os jornais Folha de Londrina e Folha de São Paulo Já os descritores, ou seja, as palavras-chave para busca das reportagens analisadas, são compostos pelas seguintes palavras: mendigo, morador de rua, homem em situação de rua e pessoa(s) em situação de rua A produção das masculinidades é analisada no âmbito de uma matriz colonial de poder, que engendra expressões localizadas como hegemônicas, subalternas e/ou subversivas O plano de problematização dos dados sobre os processos de construção das masculinidades de HSR se articula a partir da análise de três conceitos, a saber: as noções de abjeção proposta por Judith Butler, de necropolítica articulada por Achille Mbembe e de resistência tal como anunciada por Michel Foucault Nos debates, são também problematizadas determinadas “verdades” que o discurso jornalístico faz circular e que engendram estereótipos (figuras lendárias/imagens de controle) sobre essa população, e que operam para reafirmar e/ou desestabilizar prerrogativas tradicionais de gênero Conclui-se, provisoriamente, que a mídia se constitui como uma arena onde enunciados coexistem em guerrilha, havendo uma predominância de perspectivas normativas e conservadoras que reforçam imagens de controle sobre HSR Em menor escala, percebeu-se enunciados que se articulam em aliança a movimentos de resistência dos HSR, que reivindicam autodefinição, cidadania e o exercício pleno de sua humanidade
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    Evidências de validade de um inventário de percepção do suporte familiar para pais de pessoas com necessidades educativas especiais - IPSF-EE
    Oliveira, Tamiris Sasaki de; Oliveira, Katya Luciane de [Orientador]; Sei, Maíra Bonafé; Baptista, Makilim Nunes
    Resumo: O objetivo do presente estudo foi a construção e a avaliação das propriedades psicométricas de um instrumento de avaliação do Suporte Familiar para os pais ou responsáveis de pessoas com necessidades educativas especiais Para a construção do instrumento foi realizada uma revisão da literatura nacional para identificar as dimensões a serem consideradas em um instrumento para essa população, o Inventário de Percepção do Suporte Familiar – IPSF foi utilizado como base para este estudo Na primeira etapa do estudo para validações de conteúdo e semântica dos itens do instrumento, participaram nove pais em um grupo focal com o objetivo de verificar a adequação e compreensão dos itens Em seguida, o instrumento revisado pela pesquisadora e sua orientadora foi encaminhado para cinco juízes especialistas convidados a dar um parecer sobre os itens Foi utilizado o índice de concordância de 8% entre os juízes para a manutenção do item Após esses procedimentos, alguns itens foram descartados e outros modificados Assim, o instrumento foi finalizado contendo 45 itens distribuídos da seguinte forma: afetividade (1 itens), relação familiar (13 itens), autonomia (12 itens) e interação social (1 itens), organizados em uma escala tipo Likert de três pontos Na segunda etapa, participaram da coleta de dados 379 pais ou responsáveis cujos filhos estivessem inseridos em instituições especiais de cidades de uma região metropolitana do estado do Paraná A média de idade dos participantes foi de 4 anos, o sexo feminino representou 88,7% Respondentes mães foram 317 (83,6%), respondentes pais foram 37 (9,8%), respondentes cuidador familiar (irmão, tios, avós), 25 sujeitos (6,6%) A média de idade da pessoa cujo pai, mãe ou cuidador familiar respondeu ao instrumento foi de 11 anos e 5 meses, desvio padrão de 7,9 Foi realizada uma análise fatorial exploratória do instrumento visando investigar as evidências de validade por meio do programa MPlus 711 A análise exploratória com quatro fatores ocorreu por meio de dois modelos Cabe destacar que cada fator apresentava um número de itens diferentes No primeiro modelo, com quatro fatores e 45 itens, os índices alcançados não foram adequados Uma segunda análise exploratória foi realizada com um modelo de 29 itens, no qual os índices encontrados foram considerados com melhor ajuste Após a segunda análise, sete itens apresentaram índices inadequados e foram descartados Assim, o segundo modelo foi reorganizado com 22 itens Os índices de precisão de cada dimensão foram calculados por meio do coeficiente Alfa de Cronbach e variaram de ,62 a ,8, considerados adequados O alfa da escala total (22 itens) também foi considerado favorável, com índice de precisão de ,8 Considera-se que o inventário possa ser útil no desenvolvimento de pesquisas científicas e programas interventivos na área da educação e saúde O estudo pode contribuir para a compreensão do constructo suporte familiar, na conscientização das famílias frente à importância do papel que exercem e dos profissionais identificando as fragilidades e potencialidades no trabalho Atitudes de acolhimento às famílias podem oportunizar a inclusão social, encorajar a vida comunitária e estimular o desenvolvimento das pessoas com deficiência de forma global e contextualizada a sua realidade
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    Aprendizagem de representações ortográficas do português brasileiro entre crianças em ambiente de autoensino
    Santos, Evilin Roumaine Dutra; Lúcio, Patrícia Silva [Orientador]; Schiavoni, Andreza; Kida, Adriana de Souza Batista
    Resumo: Segundo Share (1995; 1999), a aprendizagem das representações ortográficas é suscitada pela decodificação fonológica Ademais, o contexto em que a palavra está inserida fornece a informação que permitirá o uso de pistas para reconhecimento da palavra que vem na sequência, acomodando a informação fonológica e semântica da palavra no texto à exposição ortográfica Wang et al (211) testaram diretamente a hipótese de que o contexto em que a palavra é apresentada é importante para a aprendizagem da leitura e da escrita No Brasil, não foram encontrados estudos que investigassem esta questão O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito do contexto em que as palavras escritas são apresentadas na aquisição de representações ortográficas do sistema de escrita alfabético do Português Brasileiro, entre crianças do 3º ano do ensino fundamental Este é um estudo transversal, de delineamento experimental e foi composto por três fases: pré-teste (verificação formal do nível de leitura e de escrita das crianças e da inteligência não-verbal, a fim de controlar os efeitos das variáveis no pós-teste (emparelhamento); experimento (composto por uma fase de aprendizagem oral das pseudopalavras e por uma fase de aprendizagem da ortografia das mesmas) e pós-teste (imediato e postergado), que consistiu na verificação da manutenção de aprendizagem das palavras-alvo por meio de tarefas de decisão ortográfica, escolha ortográfica e ditado Participaram 53 crianças, divididas aleatoriamente em dois grupos: grupo experimental (que, na fase ortográfica, aprenderam a forma escrita das pseudopalavras embebidas em um texto - situação de contexto); e grupo de controle (que, nesta mesma fase, aprenderam a grafia das pseudopalavras embebidas em listas de palavras) O emparelhamento entre os grupos foi efetivo, exceto para a memória operacional, em que o grupo contexto apresentou melhores resultados Análises univariadas de variância (ANOVAS) mostraram que as diferenças entre os grupos foram praticamente inexistentes para a aprendizagem das novas representações ortográficas, tanto para a fase de aprendizagem, quanto para as tarefas do pós-teste (imediato e postergado) Isso gerou duas hipóteses a posteriori: (1) para as variáveis dependentes (VD) do pós-teste (imediato e postergado), a decodificação deverá ser importante, independentemente se a aprendizagem é realizada no contexto dos textos ou em listas, demonstrando-se o papel do autoensino para o português brasileiro; (2) se de fato não há diferenças entre os grupos lista ou contexto, o padrão de predição em análises de regressão deverá ser o mesmo para os grupos separadamente Se o padrão se diferir, demonstrar-se-á que o ensino das palavras em contexto ou fora dele interfere na aprendizagem, para além do autoensino (ie, decodificação) As análises de regressão mostraram perfis diferentes entres grupos, apesar das ausências de diferenças nas ANOVAS, sendo que as variáveis preditoras significativas para o grupo contexto indicaram um perfil de uso de estratégia lexical, enquanto que para o grupo lista indicaram apego adicional à estratégia fonológica No que diz respeito à decodificação fonológica, os resultados corroboram com a hipótese de autoensino de Share (1995;1999) Ainda que indiretamente tenha-se identificado o efeito do contexto, sugere-se que sejam feitas pesquisas posteriores com amostras maiores
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    Dança e psicanálise : um estudo sobre a criatividade em professores de ballet clássico
    Dutra, Raphael Edson; Sei, Maíra Bonafé [Orientador]; Reis, Maria Elizabeth Barreto Tavares dos; Corbett, Elisa
    Resumo: O presente trabalho trata-se de uma investigação sobre a criação em professores de ballet clássico com experiência como bailarinos profissionais no município de Maringá (PR) e região O estudo justifica-se por partir da hipótese de haver sofrimento psíquico no aprendizado e na atuação profissional dos professores Portanto, apresenta-se como um estudo de natureza preventiva psicológica laboral Configurada como uma pesquisa qualitativa em psicanálise, visa compreender se a criação no ballet clássico pode estar associada a uma livre expressão do professor ou calcada em processos de submissão, haja vista a rigidez técnica presente nesta linguagem artística Para a coleta de dados, optou-se por utilizar a entrevista semidirigida, na qual se há certa liberdade de condução para aprofundamentos que possam se apresentar Em nossa investigação, o instrumento foi composto de três questões disparadoras que versavam sobre a história pessoal do indivíduo com a dança e a perspectiva pessoal sobre o processo de criação Em cada entrevista, via-se a necessidade de se aprofundar em assuntos específicos, os quais se relacionavam com o objetivo do estudo Após a transcrição dos áudios, o material foi submetido a uma leitura flutuante, no qual o pesquisador deixou-se influenciar pelo conteúdo presente nos relatos, criando registros temáticos e posteriormente categorias a partir do próprio material No processo de tratamento dos dados, foram elaboradas categorias a posteriori, submetendo o material à análise de conteúdo temática, como proposta por Bardin (1977) Nos resultados da primeira parte da investigação, foram encontradas trinta e cinco temáticas, sintetizadas em sete categorias analíticas, as quais versam sobre a experiência dos participantes em relação à criação, seja nos espaços em que estavam inseridos e em sua percepção subjetiva Nota-se, que na ausência de um espaço que promova os processos criativos no ballet clássico e que permita o experienciar saudável das produções de sentido à vida, instala-se um curso de adoecimento psíquico, caso a demanda solicitada às professoras (es) seja de uma posição de submissão Conclui-se que o processo de criação no ballet clássico não se encontraria em submissão extrema com a técnica clássica, mas sim poderia submeter-se à rigidez do ambiente não facilitador e aos limites e capacidade do self, das próprias professoras e professores, em brincar e experienciar o potencial criativo no espaço potencial (terceira área de vida)