01 - Doutorado - Microbiologia
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Item Ação protetora de extrato de sementes de Artocarpus integrifolia L. contra infecção por Candida albicans através do aumento das funções de fagócitosLoyola, Wagner; Felipe, Ionice [Orientador]; Silva, João Santana da; Saridakis, Halha Ostrensky; Gaziri, Luis Carlos Jabur; Panagio, Luciano AparecidoResumo: Este trabalho pesquisou os principais efeitos de extrato de sementes de Artocarpus integrifolia (EJ), na fagocitose e morte de Candida albicans, na produção de TNF-a e envolvimento com a sobrevivência dos animais a um inóculo letal do fungo Os macrófagos de animais pré-tratados com EJ por 72 h foram co-incubados 1:5 leveduras de C albicans (CR15) por 3 minutos a 37ºC A eficiência fagocítica foi de 68% de macrófagos fagocitantes na presença de soro, cuja atividade fungicida reduziu 76% do inóculo de C albicans Esta ativação dos fagócitos pode ser explicada pelo aumento significativo na produção de anion superóxido comparado ao de fagócitos de animais controle (PBS) A atividade dos receptores foi pesquisada na presença de Manose (5 mM) e Manana (1mg) ou Laminarina (1mg) A eficiência da fagocitose aumentou significativamente (52%) nos macrófagos de camundongos pré-tratados com JE 72 h antes dos ensaios, contra 2% dos macrófagos controle Este aumento foi reduzido a 34% na presença de bloqueadores do receptor de manose (Manose mais Manana) e para 16% na presença de glucana solúvel (laminarina), um inibidor do receptor Dectina-1 Os macrófagos pré-tratados com JE 72h apresentaram aumento na produção de TNF-a após serem co-incubados com C albicans, por 2h, ação que foi inibida com a presença de laminarina durante os ensaios Neste trabalho, avaliamos também a ação do EJ na proteção contra candidíase, assim, animais pré-tratados 72h com o extrato, apresentaram aumento na produção de TNF-a após 2h de infecção com C albicans e uma redução na concentração do fungo no exsudato peritoneal, fígado, baço e rim durante este tempo Estes resultados sugerem que EJ aumentou significativamente os níveis de TNF-a, a atividade dos receptores de Manose, Dectina-1 e de Complemento, sendo estes processos relacionados com maior atividade fagocítica e candidacida, o que possibilitou 9% dos animais tratados com extrato sobreviverem a um inóculo letal de C albicans versus 2% do controleItem Atividade antibacteriana e mecanismos de ação de nanopartículas de ouroNishio, Erick Kenji; Nakazato, Gerson [Orientador]; Kobayashi, Renata Katsuko Takayama; Nakamura, Celso Vataru; Bodnar, Giovana Carolina; Cyoia, Paula SignolfiResumo: Os metais nobres têm um histórico de uso na medicina bastante antigo Há relatos de uso desde 15 AC, no entanto deram lugar aos antibióticos após a grande descoberta da penicilina Porém com a emergência de microrganismos multirresistentes, a busca por “novos antimicrobianos” tem levado pesquisadores a “antigos medicamentos”, como o ouro Apesar de antigo, o ouro vem ganhando uma nova forma de destaque, a nanopartícula de ouro (AuNP) Neste estudo, foi avaliada a atividade antimicrobiana de AuNP quimicamente sintetizadas, bem como seus possíveis mecanismos de ação A atividade antibacteriana foi testada frente a cepas Gram-positivas e Gram-negativas, incluindo multirresistentes utilizando técnicas de microdiluição em caldo para determinação da Concentração Inibitória Mínima (CIM) e curva de tempo e morte Já as alterações na bactéria, internas e externas, foram avaliadas através de microscopia eletrônica de transmissão (MET) e varredura (MEV) respectivamente Com relação a avaliação dos mecanismos que a AuNP age sobre a bactéria, foram testados permeabilidade de membrana, produção total de espécies reativas de oxigênio (EROs), peroxidação lipídica, carbonilação de proteínas, degradação de ácidos nucleicos e perfil de proteínas totais Além disso, foi avaliada a citotoxicidade em células primárias (hemácias) e de linhagem (HEp-2) Os valores de CIM5 foram de ,5 µg/ml e de 1,56 µg/ml, para Gram-positivos e Gram-negativos, respectivamente Para ambos os grupos, a AuNP apresentou efeito bactericida Nas imagens de MEV observamos extravasamento de material citoplasmático, e na MET observamos acúmulo de AuNP na membrana e citoplasma, lise de membrana e liberação de vesículas de membrana externa, que podem estar relacionadas ao quorum-sensing ocasionando aglomeração das células bacterianas Os ensaios de mecanismos mostraram desestabilização de membrana e permeabilidade, indução de EROs e consequente danos a proteínas, lipídeos e material genético Já os ensaios de citotoxicidade mostraram uma concentração citotóxica (CC5) de 2,12 µg/ml, e uma concentração hemolítica (HC5) de 5,97 µg/ml Esses resultados indicam um grande potencial bactericida das AuNP, agindo em vários alvos dentro da bactéria O valor de CC5 relativamente baixo, pode ser devido às propriedades antitumorais relatadas para as AuNP Portanto, as AuNPs exibem um grande potencial para aplicação como antimicrobiano e controle de microrganismos multirresistentesItem Taxonomia e diversidade genética de rizóbios microssimbiontes de distintas leguminosas com base na análise polifásica (Box-PCR e 16 S RNAr) e na metodologia de MLSAPereira, Pâmela Menna; Barcellos, Fernando Gomes [Orientador]; Barcellos, Fernando Gomes [Coorientador]Resumo: O termo genérico “rizóbio” se aplica às bactérias capazes de fixar nitrogênio atmosférico (N2) e convertê-lo a uma forma assimilável pela planta, quando estas se encontram em simbiose com determinadas plantas da família Leguminosae Contudo, apesar da importância ecológica e econômica, os rizóbios têm sido relativamente pouco estudados Baseado nos dados de seqüenciamento do gene ribossomal 16S, existem, atualmente, cinco gêneros de rizóbios descritos, Rhizobium, Bradyrhizobium, Azorhizobium, Sinorhizobium (=Ensifer) e Mesorhizobium, todos pertencentes à subclasse alfa das Proteobacterias Além disso, existem outras bactérias recentemente descritas e também denominadas como rizóbios, por serem microssimbiontes de leguminosas, e que pertencem a gêneros bastante distintos, tanto na subclasse alfa (Devosia, Methylobacterium), como na subclasse beta (Ralstonia, Burkholderia) Embora o gene ribossomal 16S seja hoje a molécula mais utilizada para estimar relações filogenéticas em procariotos, a elevada conservação na seqüência nucleotídica deste gene observada entre diferentes grupos bacterianos é uma limitação para a determinação das espécies Assim, vários estudos vêm sendo conduzidos, a fim de determinar metodologias alternativas para estudos de diversidade, bem como filogenia e taxonomia rizobiana Uma metodologia amplamente utilizada em estudos de diversidade tem sido a técnica de BOX-PCR Com base nessa técnica, é possível obter, através de reações de PCR, perfis genômicos de bactérias Por outro lado, recentemente foi proposta a metodologia de MLSA (“multi locus sequencing analysis”), como uma nova estratégia para os estudos de filogenia e taxonomia em procariontes Tendo em vista a elevada diversidade genética de rizóbios tropicais ainda pouco estudada, o objetivo do presente trabalho foi caracterizar a diversidade genética de estirpes de rizóbios simbiontes de distintas leguminosas de importância agrícola e ambiental, e avaliar o potencial das metodologias de BOX-PCR e MLSA em estudos de diversidade, filogenia e taxonomia Em um primeiro estudo, o dendrograma resultante do BOX-PCR de 68 SEMIAs isoladas de 47 distintas leguminosas apresentou uma baixa correlação (7,6%) com à árvore filogenética construída com o gene ribossomal 16S Todavia, quando uma análise polifásica utilizando BOX-PCR e as seqüências do gene ribossomal 16S foi analisada em uma proporção de 2:8 (proporção para o peso relativo de cada análise, 16SrRNA:BOX-PCR), foi possível observar agrupamentos com elevada similaridade (9%) aos grupos taxonômicos propostos pela arvore filogenética do gene ribossomal 16S Em um segundo estudo utilizando a metodologia de MLSA com os genes 16S RNAr, atpD, dnaK, glnII, recA e a região ITS, em uma coleção de estirpes de 169 Bradyrhizobium isoladas de 43 distintas leguminosas, foi possível observar a divisão de doisgrupos bem definidos, sendo que o primeiro incluiu as estirpes tipo de B japonicum, B betae, B liaoningense, B canariense, B yuanmingense e B japonicum USDA 11, já o segundo grupo incluiu estirpes relacionadas à B elkanii USDA 76T Uma elevada variabilidade foi observada no gene atpD, sendo que cinco estirpes relacionadas à B elkanii apresentaram uma variabilidade ainda não constatada para esse gene Outra importante observação foi que o grupo composto pelas estirpes USDA 11, SEMIAs 58 e 659 de B japonicum, todas isoladas de soja, foram sempre reunidas em todas as seis árvores construídas e formaram um grupo distinto do agrupamento formado pela estirpe tipo de B japonicum USDA 6T Desse modo, foi observado que tanto a análise polifásica, utilizando BOX-PCR e as seqüências do gene ribossomal 16S, quanto a técnica de MLSA possibilitaram acessar a diversidade genética em rizóbios bem como determinar relações filogenéticas e identificar possíveis novas espécies de rizóbiosItem Caracterização fenotípica e molecular de isolados clínicos de Pseudomonas aeruginosa produtores de metalo-beta-lactamasesCarrara-Marroni, Floristher Elaine; Pelayo, Jacinta Sanchez [Orientador]; Garcia, Lourdes Botelho; Venâncio, Emerson José; Nóbrega, Gisele Maria Andrade de; Ogatta, Sueli Fumie Yamada; Tognim, Maria Cristina Bronharo [Coorientadora]Resumo: A produção de metalo-beta-lactamases (MßL) é um importante mecanismo de resistência aos carbapenêmicos detectado com aumentada freqüência entre isolados clínicos de Pseudomonas aeruginosa recuperados no Brasil Este estudo foi desenvolvido com o objetivo de avaliar o perfil de sensibilidade aos antimicrobianos, pesquisar a ocorrência de MßL e caracterizar fenotipicamente e genotipicamente isolados de Pseudomonas aeruginosa recuperados de pacientes internados ou atendidos no Hospital Universitário de Londrina e no Ambulatório do Hospital das Clínicas Um total de 24 isolados de P aeruginosa, coletados consecutivamente durante o período de março de 23 a março de 25, foram avaliados Destes, 141 isolados que não apresentaram sensibilidade à ceftazidima e/ou aos carbapenêmicos foram selecionados para a pesquisa de MßLs e detecção por PCR de genes codificadores destas enzimas Uma alta taxa de resistência aos antimicrobianos foi verificada entre as P aeruginosa estudadas sendo que somente as polimixinas mostraram atividade contra 1% dos isolados Quarenta e sete isolados foram produtores de MßL e os genes blaSPM-1 e blaIMP-16 foram encontrados em 45 e 2 isolados, respectivamente Os isolados produtores de SPM-1 foram agrupados em 11 clones com diferentes perfis de multirresistência aos antimicrobianos As cepas de P aeruginosa pertencentes ao clone A apresentaram relação genética com o clone epidêmico brasileiro produtor de SPM-1, denominado SP, e a disseminação deste clone foi verificada em diferentes setores do HU Os isolados produtores de SPM-1 foram recuperados com maior freqüência entre pacientes internados na Enfermaria Masculina e nas UTIs do HU, sugerindo um importante papel destes setores na disseminação e manutenção de cepas produtoras de MßLs neste hospital Os isolados Pa3 e Pa43, produtores de IMP-16, não apresentaram resistência aos carbapenêmicos e foram agrupados em um clone distinto O seqüenciamento dos isolados Pa3 e Pa43 mostrou a presença do gene blaIMP-16 como um único cassete gênico localizado em um novo integron da classe 1 O gene cassete blaIMP-16 foi precedido por um promotor Pc fraco e por um outro promotor P2 inativo Este gene está localizado num plasmídeo de 6Kb nos dois isolados produtores de IMP-16 Os isolados Pa3 e Pa43 apresentaram níveis transcricionais de oprD e de ampC similares aos da cepa de referência Pa1 indicando que, provavelmente, estes isolados apresentam uma expressão normal da porina OprD e produzem quantidades basais da enzima AmpC Uma hiperexpressão dos sistemas de efluxo MexAB-OprM, MexCD-OprJ e MexXY foi verificada em ambos isolados produtores de IMP-16 Este estudo relata a primeira detecção do gene blaIMP-16 na região Sul do Brasil e a primeira descrição de isolados clínicos de P aeruginosa produtores de IMP-16 não resistentes aos carbapenêmicosItem Análise microbiológica de pontas de cateteres venosos centrais de pacientes do Hospital Universitário - Londrina - ParanáRoss, Claudia; Pelayo, Jacinta Sanchez [Orientador]; Venâncio, Emerson José; Saridakis, Halha Ostrensky; Ogatta, Sueli Fumie Yamada; Bedendo, JoãoResumo: Cateteres venosos centrais (CVC) são utilizados com a finalidade de facilitar o diagnóstico e o tratamento de pacientes hospitalizados Entretanto, o uso destes oferece riscos de infecção local e sistêmica Staphylococcus aureus e S epidermidis são agentes etiológicos de infecções relacionadas a CVC e possuem a capacidade de produzir biofilme A formação do biofilme depende da produção de uma substância chamada Polysaccharide Intercellular Adhesin (PIA) sintetizada pelo operon ica O presente trabalho teve por objetivos isolar e identificar microrganismos de pontas de CVC de pacientes internados entre junho de 23 à junho de 24, no Hospital Universitário (HU) da Universidade Estadual de Londrina (UEL) Estabelecer o perfil de resistência dos isolados frente a anti-sépticos, desinfetantes, e antimicrobianos e realizar a ribotipagem de cepas de S aureus e S epidermidis através da técnica Ribosome Spacer-Polymerase Chain Reaction (RS-PCR) Investigar a presença dos genes icaA e icaD nessas cepas através do método da Polymerase Chain Reaction (PCR), verificar a expressão fenotípica de biofilme através dos testes em Microplaca de Poliestireno (MP) e em Ágar Vermelho Congo (AVC) e avaliar a eficácia desses métodos utilizados na detecção de cepas produtoras de biofilme Neste estudo, 198 pontas de CVC foram avaliadas e 15 (53%) foram consideradas positivas, pois apresentaram crescimento microbiano igual ou superior a 15 Unidades Formadoras de Colônia (UFC) Os microrganismos mais isolados foram: Estafilococos coagulase-negativa (ECN) (35,2%), S aureus (25,7%), Klebsiella pneumoniae (8,5%), Acinetobacter baumannii (7,6%), Pseudomonas aeruginosa (7,6%), e Candida albicans (4,7%) Todas as bactérias estudadas foram sensíveis ao PVP-I degermante 1%, Clorexidina alcoólica ,5%, Clorexidina degermante 2%, e ao Ácido peracético ,5% Duas (4%) cepas de Staphylococcus sp foram resistentes ao PVP-I tópico 1% e 3 (6%) resistentes ao Hipoclorito de sódio 1% Entre as bactérias Gram-negativas, 1 (4%) foi resistente ao PVP-I tópico 1% e 4 (16%) resistentes ao Hipoclorito de sódio 1% O perfil de resistência de cepas de ECN e S aureus aos antimicrobianos foi: ciprofloxacina (81,5 e 91,3%), eritromicina (81,5 e 1%), gentamicina (81,5 e 91,3%), oxacilina (96,3 e 95,7%), penicilina (1%), respectivamente Nenhuma cepa apresentou resistência a vancomicina O perfil de resistência apresentado por A baummannii, P aeruginosa e K pneumoniae foi: amicacina (1, 75 e 6%), ampicilina-sulbactam (5, 62,5, e 1%) cefotaxima (1%), ceftazidima (1%), ciprofloxacina (1, 87,5, e 4%), gentamicina (1, 1 e 8%), respectivamente A baumannii e P aeruginosa apresentaram 37,5% e 75% de resistência ao imipenem, e todas as cepas de K pneumoniae foram sensíveis Cem por cento (1%) das cepas de A baumannii foram sensíveis ao meropenem e 37,5% das cepas de P aeruginosa foram resistentes ao meropenem, mas sensíveis a colistina A tipagem molecular mostrou 6 diferentes perfis de ribotipagem para S aureus O perfil I foi verificado em 21 (8,8%) das cepas que também foram multiresistentes a antimicrobianos Destas, 18 (69,2%) cepas de S aureus apresentaram a mesma biotipagem, perfil de resistência a antimicrobianos e ribotipagem Observou-se que os outros perfis de ribotipagem encontrados (perfil II-VI) estavam associados com cepas de S aureus que mostraram uma menor resistência a antimicrobianos S epidermidis apresentaram biotipagem e perfil de resistência a antimicrobianos diferentes, porém o mesmo perfil de ribotipagem Os genes icaA1 e icaD1 foram detectados em 22 (95,7%) cepas de S aureus e os genes icaA2 e icaD2 em 16 (8%) cepas de S epidermidis Todos os isolados estudados de S aureus e 19 (95%) de S epidermidis foram produtores de biofilme em MP Apenas 1 (4,3%) cepa de S aureus e 7 (35%) de S epidermidis foram positivas em AVC A identificação de microrganismos isolados em pontas de CVC e o conhecimento do perfil de resistência destes frente aos anti-sépticos, desinfetantes e antimicrobianos são de extrema importância para o controle de infecções e para a determinação de ações terapêuticas e epidemiológicas A técnica de RS-PCR pode ser usada para tipagem de cepas de S aureus, por ser um método rápido, barato e reprodutível O método PCR permitiu a detecção de genes ica nos isolados analisados de S aureus e S epidermidis e o teste em MP foi mais eficaz para a detecção fenotípica de biofilme do que o AVCItem Caracterização polifásica de rizóbios microssimbiontes do feijoeiro (Phaseolus vulgaris L.) no Mato Grosso do SulCosta, Maira Rejane; Hungria, Mariangela [Orientador]; Andrade, Diva de Souza; Ribeiro, Renan Augusto; Delamuta, Jakeline Renata Marçon; Fagotti, Dáfila dos Santos Lima; Mercante, Fábio Martins [Coorientador]Resumo: O feijoeiro comum (Phaseolus vulgaris) é uma leguminosa importante do ponto de vista social e econômico No entanto, um dos fatores que limita a produção reside no cultivo em solos deficientes em nitrogênio Neste contexto, uma estratégia importante consiste no suprimento de nitrogênio via fixação biológica de nitrogênio (FBN), pela simbiose da planta com variedade de rizóbios Nos solos brasileiros existe grande diversidade de rizóbios capazes de nodular o feijoeiro, mas que apresentam, com frequência, baixa capacidade de fixar nitrogênio Nesse contexto, estudos de taxonomia e filogenia de bactérias fixadoras de nitrogênio são de fundamental importância, não só para entender os processos evolutivos e obter avanços no conhecimento sobre ecologia de rizóbios, como também para a produção de inoculantes microbianos Através das análises de perfil de DNA por BOX-PCR, sequências de 16S rRNA e análise de genes conservados (housekeeping) por MLSA (Multilocus Sequencing Analysis), além das características fenotípicas, o objetivo deste trabalho foi avaliar a diversidade de 73 bactérias capazes de nodular o feijoeiro, isoladas de 45 locais em 22 municípios do Mato Grosso do Sul, Brasil As relações evolutivas estabelecidas, tanto com base no sequenciamento do gene 16S, como na análise individual e concatenada de três genes conservados (glnII, gyrB and recA) indicaram elevada diversidade de rizóbios microssimbiontes do feijoeiro Os resultados obtidos também revelaram isolados que podem representar novas espécies de rizóbios simbiontes de feijoeiroItem Formação de biofilme por isolados clínicos de Candida parapsilosis stricto sensu em superfícies distintasStipp-Abe, Aline Tancler; Furlaneto, Márcia Cristina [Orientador]; Almeida, Ricardo Sérgio Couto de; Panagio, Luciano Aparecido; Furlaneto-Maia, Luciana; Moralez, Alane Tatiana PereiraResumo: As infecções causadas por Candida parapsilosis stricto sensu representam um grave problema de saúde, principalmente quando relacionadas à adesão e formação de biofilme em superfícies abióticas, como dispositivos médicos A adesão e produção de biofilme têm sido apontadas como fatores de virulência para o desenvolvimento de candidíases e candidemias, pois tratam-se de mecanismos primários de infecção, principalmente em pacientes imunocomprometidos Estudos indicam que a presença de biofilme se constitui um mecanismo de resistência a ação dos antifúngicos dificultando o tratamento dessas infecções Este estudo avaliou a capacidade de adesão e formação de biofilme, em superfícies distintas, poliestireno e elastômero de silicone, bem como em quatro tipos diferentes de cateteres utilizados na prática médica Foram utilizadas 41 isolados de Candida parapsilosis stricto sensu provenientes de isolados clínicos de sangue (14), sangue via cateter (5), ponta de cateter (12) e secreção traqueal (1) Os ensaios de adesão e formação de biofilme em poliestireno e elastômero de silicone foram analisados pelas técnicas de mensuração de biomassa total (CV) e viabilidade celular (XTT) Nove desses isolados foram escolhidos aleatoriamente, e a viabilidade celular foi analisada de acordo com a adesão e formação de biofilme em quatro diferentes dispositivos médicos, Vialon® BD, Silicone, teflon e poliuretano Os ensaios de adesão e formação de biofilme nos quatro diferentes dispositivos médicos foram analisadas pela técnica de viabilidade celular A adesão em elastômero de silicone e poliestireno, foram predominantes nos isolados com alta atividade metabólica A adesão em poliestireno de isolados de secreção traqueal foi significativamente superior aos isolados de ponta de cateter e de sangue (p<,1 e p<,5, respectivamente) Nas duas superfícies analisadas quanto a formação de biofilme, a maioria dos isolados apresentaram elevada produção de biomassa No teste de viabilidade celular, a superfície de elastômero de silicone demonstrou predominância de isolados com elevada produção de biofilme, enquanto em poliestireno o predomínio foi de isolados com média produção Isolados de sangue apresentaram maior formação de biofilme em poliestireno (p<,1) A viabilidade celular na adesão em cateter de poliuretano foi superior em todos os isolados provenientes de sangue, ponta de cateter e sangue via cateter, e significantemente superior apara isolados de ponta de cateter (p<,1) Tanto a adesão como a formação de biofilme por C parapsilosis stricto sensu foram variáveis dependendo dos locais de isolamento, bem como nas diferentes superfícies testadas, indicando assim que não existe um padrão específico de adesão e formação de biofilme Os resultados dessas análises servirão de base para novos estudos utilizando elastômero de silicone bem como a utilização de dispositivos médicos, para verificar a formação de biofilme, uma vez que é mais confiável por serem materiais utilizados na prática médica, fornecendo assim, subsídios para o desenvolvimento de novos dispositivos médicos que apresente menor adesão, difucultando assim a formação de biofilme, reduzindo as altas taxas de mortalidade por infecções relacionadas à esses dispositivos, como a candidemiaItem Atividade antiviral de polissacarídeos isolados de Azadirachta indica na infecção por poliovírus e herpesvírus, in vitroGalhardi, Lígia Carla Faccin; Nozawa, Carlos [Orientador]; Kawai, Juliana Galera Castilho; Watanabe, Maria Angélica Ehara; Linhares, Elisa Carvalho; Rocha, Sérgio Paulo Dejato daResumo: O poliovírus (PV), agente etiológico da poliomielite, é um vírus não envelopado com genoma de RNA fita-simples, positiva Atualmente, a doença está controlada na maior parte dos países, mas, ainda é endêmica na África e Ásia Os herpesvírus são vírus envelopados, com DNA de fita-dupla e possuem uma ampla gama de hospedeiros, além de causarem infecções persistentes com possíveis reativações O herpesvírus bovino-1 (BoHV-1) produz diversas infecções, como, rinotraqueíte, vulvovaginite, balanopostite e infecções sistêmicas fatais O vírus herpes simplex-1 (HSV-1) ocasiona infecções em humanos, normalmente, benignas, porém, em indivíduos imunocomprometidos pode levar a infecção generalizada, encefalite e ceratoconjuntivite Além da importância médica e animal, esses agentes são modelos de vírus de RNA e DNA, para diversos estudos in vitro A Azadirachta indica (nim) tem sido amplamente utilizada etnofarmacologicamente para o tratamento de diversas doenças, entre elas as infecções virais, sendo algumas com base científica Neste trabalho avaliamos a atividade antiviral dos polissacarídeos (P1 e P2) e seus derivados químicos sulfatados (P1S e P2S), obtidos de A indica, na infecção por PV, BoHV-1 e HSV-1, em células HEp-2 A citotoxicidade foi avaliada pelo MTT, a atividade antiviral pelo ensaio de redução de plaques (PRA) e a inibição da síntese proteica viral pela reação de imunofluorescência (IF) A reação em cadeia de polimerase (PCR) foi aplicada para estudar a inibição da síntese do DNA na replicação do HSV-1 Demonstramos que P1 e P1S inibiram a replicação do BoHV-1, com concentração inibitória 5% (CI5)/índice de seletividade (IS) de 15,2µg/ml/3,6 e 32,1µg/ml/>51,4, respectivamente, sendo P1S mais efetivo que P1 P1 e P1S demonstraram inibição dose-dependente na síntese proteica A maior inibição foi encontrada quando os compostos foram adicionados simultaneamente a infecção (tempo h) Os compostos testados exibiram efeito antiviral contra o PV, com CI5 de 8µg/ml (P1), 37,5µg/ml (P1S), 77,5µg/ml (P2) e 12,1µg/ml (P2S) e IS variando de 18-131,9, demonstrando também, melhor efeito inibitório no tempo h Quando testados contra HSV-1, P1S e P2S também exibiram melhor atividade antiviral no tempo h, com CI5/IS de 31,1µg/ml/> 51,4 e 8,5µg/ml/>19,8, respectivamente Os compostos apresentaram pequeno efeito profilático, cerca de 2% O P1S demonstrou melhor efeito inibitório de 91,8% em comparação com P1 (5%), P2 (71,1%) e P2S (7%) em 2µg/ml A inibição da síntese proteica foi dose-dependente, em concordância com os resultados de PRA Os polissacarídeos inibiram a síntese de DNA do HSV-1 em todas as concentrações testadas no PRA, para P1 e P1S, e até 5µg/ml, para P2 e P2S Neste caso, os grupos sulfatos de P1S e P2S não alteraram o efeito inibitório dos polissacarídeos originais Portanto, os nossos resultados demonstraram a atividade antiviral dos polissacarídeos de A indica contra PV, BoHV-1 e HSV-1 com ação nas fases iniciais da replicação, além da inibição da síntese proteica viral e ação virucida A inibição em etapas diferentes da infecção viral representa uma vantagem em relação aos antivirais convencionais que, normalmente, atuam em uma única etapa, com menor probabilidade de selecionar mutantes resistentes, além da inocuidade e de outros benefícios relatadosItem Estratégias para o controle de infecções causadas por Streptococcus agalactiaeOtaguiri, Eliane Saori; Ogatta, Sueli Fumie Yamada [Orientador]; Gionco, Bárbara; Tavares, Eliandro Reis; Kerbauy, Gilselena; Rocha, Sérgio Paulo Dejato daResumo: Streptococcus agalactiae ou estreptococos do grupo B (EGB) de Lancefield continua sendo uma das principais causas de infecções invasivas e potencialmente fatais em recém-nascidos em todo o mundo, apesar da antibioticoterapia profilática intraparto (API) O objetivo principal deste estudo foi analisar estratégias alternativas para o controle de infecções neonatais por EGB Inicialmente, um ensaio de multiplex PCR em tempo real baseado em curva de melting foi padronizado para detecção simultânea de EGB e marcadores de resistência a macrolídeos e lincosamidas diretamente de swab vaginal-retal Oligonucleotídeos iniciadores específicos e complementares aos genes cfb (codifica para fator CAMP), erm(A) e erm(B) (codificam para metilases) e mef(A) (codifica para bomba de efluxo) foram desenhados a partir de sequências nucleotídicas de EGB depositadas em bancos de dados públicos O ensaio de multiplex PCR apresentou 1% de especificidade e um limite de detecção de 14 unidades formadoras de colônias equivalentes por reação A prevalência de colonização de EGB entre a população estudada foi de 157% (16/12) com base nos resultados de cultura positiva e do multiplex PCR em tempo real Entre os isolados de EGB, somente dois apresentaram resistência aos antimicrobianos, tanto pelo método fenotípico quanto molecular Também foi avaliado pela primeira vez o efeito do oleoresina obtido de Copaifera multijuga Hayne (óleo de copaíba) isoladamente ou em combinação com nanopartículas de prata produzidas metabólitos de Fusarium oxysporum (AgNPbio) contra célula planctônica e séssil de isolados de EGB O óleo de copaíba apresentou atividade bactericida dose-dependente em células planctônicas de EGB, incluindo aqueles resistentes à eritromicina ou clindamicina Análises de microscopia eletrônica de transmissão e varredura de células planctônicas tratadas com o óleo de copaíba apresentaram ruptura de parede celular com extravazamento de conteúdo citoplasmático Este composto também apresentou atividade antibacteriana sobre biofilmes de EGB, inibindo sua formação, bem como a viabilidade de biofilmes maduros Além disso, a combinação do óleo de copaíba com AgNPbio resultou em efeito sinérgico em células planctônicas e na formação de biofilme, reduzindo significativamente os valores de concentração inibitória mínima de ambos os compostos Os resultados obtidos neste estudo mostram que a multiplex PCR em tempo real é um ensaio rápido, acessível e sensível, adequado para detecção direta de EGB e marcadores de resistência à eritromicina ou clindamicina diretamente em swabs vaginal-retal Adicionalmente, revelam o potencial do óleo de copaíba, sozinho ou em combinação com AgNPbio, para o desenvolvimento de novas formulações farmacêuticas para o controle de colonização e infecções por EGBItem Monitoramento longitudinal e caracterização de Escherichia coli resistentes aos antimicrobianos isoladas do ambiente de produção de frango de corte do sul do BrasilGazal, Luís Eduardo de Souza; Kobayashi, Renata Katsuko Takayama [Orientador]; Nakazato, Gerson; Baptista, Ana Angelita Sampaio; Vespero, Eliana Carolina; Brito, Kelly Cristina Tagliari de; Brito, Benito Guimarães de [Coorientador]Resumo: Escherichia coli resistente a antimicrobianos como fosfomicina, colistina, além das produtoras de beta-lactamases de espectro estendido (ESBL) e AmpC tem emergido na saúde humana O uso não racional de antimicrobianos na avicultura contribui com a seleção de bactérias resistentes nestes ambientes, com a possibilidade de transmissão destas cepas ao homem, por meio da cadeia alimentar Desta forma, o objetivo do nosso estudo foi realizar um monitoramento longitudinal em granjas de frango de corte no sul do Brasil, visando determinar pontos críticos durante a produção das aves para a ocorrência de E coli multirresistente Para isso, foram realizadas três coletas em oito granjas (três Paraná e cinco Rio Grande do Sul), em período distintos (1° dia de produção; 18° ao 22° dia; 4° dia), entre os meses de fevereiro de 216 a março de 218 Foram coletadas amostras de cama de aviário, suabe de cloaca, ração, água e “cascudinhos” (Alphitobius sp) Todas E coli isoladas foram submetidas a testes de antibiograma para verificar a susceptibilidade aos antimicrobianos e confirmar a produção de ESBL Além disso, o método de PCR foi aplicado para investigar a presença de genes que conferem resistência aos antimicrobianos, os grupos filogenéticos e os grupos de incompatibilidade plasmidial (Inc Group) Cinquenta e oito E coli do PR e 59 E coli do RS foram isoladas, totalizando 117 Uma alta frequência de multirresistência foi observada entre os isolados do PR (9%) e do RS (7%) Aproximadamente, 67% foram positivas para a produção de ESBL Por meio da análise de regressão logística foi possível verificar a razão de chances (OR) da presença de E coli produtora de ESBL em função da origem de isolamento E coli produtora de ESBL tem 433 vezes mais chances de ser encontrada na cama de frangos e 612 vezes mais chances em cascudinhos O gene codificando para ß-lactamases do tipo ESBL predominante foi o blaCTX-M2 Referente ao tipo AmpC foram encontrados apenas o gene cit, em 13% dos isolados O gene da colistina foi observado em apenas um isolado do RS, entretanto, cerca de 26 isolados do PR foram resistentes a fosfomicina e 19 apresentaram o gene fosA3 Surpreendentemente, foi observado que o gene fosA3 tem aproximadamente 17 vezes mais chances de estar associado ao gene blaCTX-M1, indicando que o uso de fosfomicina na produção pode co-selecionar cepas proutoras de ESBL Este é o primerio relato da presença de E coli abrigando o gene fosA3 isolada da produção de frangos de corte no Brasil A fosfomicina é um importante antimicrobiano usado na clínica humana, e seu uso na avicultura é de grande preocupação à saúde pública Nosso estudo sugere que a cama de frango e os cascudinhos são pontos críticos dentro da produção de frangos de corte e uma potencial fonte de bactérias multirresistentes Dessa forma, estratégias de monitoramento e melhorias nas práticas de manejo devem ser elaboradas a fim de reduzir o número de bactérias multirresistentes neste ambienteItem Desenvolvimento e avaliação da ação de formulações contendo polissacarídeo deAdenanthera pavonina e mangiferina contra herpesvírus, in vivoRechenchoski, Daniele Zendrini; Linhares, Rosa Elisa Carvalho [Orientador]; Nozawa, Carlos; Kobayashi, Renata Katsuko Takayama; Vespero, Eliana Carolina; Lonni, Audrey Alesandra Stinghen Garcia; Galhardi, Ligia Carla Faccin [Coorientadora]Resumo: A alta prevalência de infecções pelo vírus herpes simplex (HSV) e a emergência de cepas resistentes ao aciclovir têm estimulado a pesquisa e o desenvolvimento de novos agentes antivirais Neste contexto, os produtos naturais representam uma excelente fonte de descoberta de compostos bioativos com grande diversidade estrutural e química, capazes de apresentar múltiplos mecanismos de ação e, em geral, com baixa toxicidade A mangiferina é uma xantona glicosilada encontrada em muitas espécies de plantas, entre elas a mangueira (Mangifera indica) Adenanthera pavonina é uma árvore nativa da África e da Ásia, introduzida no Brasil para reflorestamento e indústria madeireira Ambas são tradicionalmente utilizadas para o tratamento de muitas doenças e possuem diversas atividades farmacológicas descritas cientificamente, inclusive atividade antiviral O objetivo deste estudo foi investigar a atividade anti-HSV-1 da mangiferina e do polissacarídeo sulfatado de A pavonina (SPAp), bem como, desenvolver formulações tópicas contendo estes compostos Duas cepas virais foram utilizadas, uma resistente (AR-29) e outra sensível (KOS) ao aciclovir A citotoxicidade dos compostos foi avaliada pelo método colorimétrico de brometo de 3-(4,5-dimetiltiazol-2-il)-5-difeniltetrazólio, em células Vero A atividade antiviral, in vitro, foi previamente realizada por ensaio de redução de plaque, utilizando diferentes protocolos de tratamento, tais como, tempo h, virucida e inibição da adsorção para mangiferina e simultâneo para SPAp A inibição da síntese da proteína ICP4 pela mangiferina também foi avaliada pelo ensaio de imunofluorescência As formulações tópicas foram desenvolvidas, contendo ,7% (p/p) de mangiferina e ,5% (p/p) de SPAp A atividade antiviral, in vivo, foi realizada em camundongos Balb/c infectados por escarificação da pele e tratados com estas formulações, quatro horas após a infecção, em intervalos de aproximadamente três horas, exceto a noite, durante oito a dez dias A análise histológica da pele dos animais também foi realizada As concentrações citotóxicas de 5% (CC5) foram acima de 5 µg/mL para mangiferina e de 47,81 µg/mL para SPAp As concentrações inibitórias 5% (CI5) para mangiferina foram de 2,9 µg/mL (Índice de seletividade - IS > 172,4) e 3,5 µg/mL (IS > 142,8), para as cepas AR-29 e KOS, respectivamente A mangiferina inibiu principalmente a cepa AR-29, por contato direto com o vírus, mas também foi capaz de interferir nos processos de adsorção e síntese de proteínas As CI5 encontradas para SPAp foram de ,54 µg/mL (IS = 88,5) e ,49 µg/mL (IS = 97,5), para as cepas AR-29 e KOS, respectivamente No ensaio antiviral, in vivo, os animais tratados com as formulações contendo mangiferina e SPAp apresentaram um atraso no desenvolvimento e na progressão das lesões de pele em comparação ao grupo controle Portanto, estas formulações exibiram atividade anti-herpética promissora, com ênfase na potencialidade da mangiferina no controle da infecção pela cepa AR-29, resistente ao aciclovirItem Pesquisa de fatores de virulência de Escherichia coli patogênica extraintestinal (ExPEC) em amostras de águas de consumo no município de Londrina - ParanáLopes, Angélica Marim; Pelayo, Jacinta Sanchez [Orientador]; Vespero, Eliana Carolina; Kobayashi, Renata Katsuko Takayama; Burgos, Tatiane das Neves; Rechenchoski, Daniele ZendriniResumo: A contaminação de água e alimentos com bactérias fecais permanece um problema comum e persistente, impactando a saúde pública e econômica do mundo todo Dessa forma, a água é considerada um importante meio de transmissão de enfermidades ao ser humano e animais, sendo a Escherichia coli de grande importância, especialmente o grupo de E coli patogênica extraintestinal (ExPEC) A capacidade deste grupo de causar infecções nos homens e nos animais, está associada a presença de diferentes fatores de virulência que as caracterizam como patogênicas Diante disso, fez-se a necessidade de realizar uma pesquisa, a fim de verificar se a água é uma fonte potencial de ExPEC, através de marcadores moleculares específicos para identificação deste grupo Os genes de virulência de ExPEC pesquisados neste estudo foram determinados utilizando a técnica da PCR O ensaio de aderência em células HEp-2 e biofilme foi realizado em todas as amostras que apresentaram algum gene característico de ExPEC Das 75 amostras de água coletadas 25 (33,3%) estavam contaminadas com E coli Do total de 25 amostras, 75,2% apresentaram algum gene relacionado a ExPEC, sendo que 17,5% foram positivas para os fatores de virulência que caracterizam APEC (iutA, iroN, hlyF, iss e ompT) Os genes mais prevalentes foram fimH e fyuA, sendo identificados em 62,8% e 59,8% dos isolados, respectivamente Os genes iutA e traT também apresentaram alta frequência, sendo detectados em 57,4% e 52,1% dos isolados, respectivamente Os genes iroN, papC, papG, ompT, ibeA, iss, sitA, hlyF, cnf1 e cnf2 foram encontrados com frequência menor que 2% O hlyA e sfa/focDE foram os genes menos prevalentes neste estudo, ambos detectados em apenas 5,3% dos isolados, seguidos pelo gene tsh (1,2%) Não foram detectados os genes afa/draBC e kpsMT K1 Na análise filogenética as amostras pesquisadas pertenceram principalmente ao filogrupo B2 Entre os padrões de adesão pesquisados em cultura de células HEP-2 o padrão agregativo foi predominante nestas amostras No teste de formação de biofilme as amostras positivas para ExPEC foram classificadas em dois grupos com base em seus valores de absorbância: grupo 1 (OD 57 > ,2) 142 amostras e grupo 2 (OD 57 = ,2) com 46 amostras Assim, foi possível demonstrar que ExPEC são patógenos importantes na contaminação da água para consumo humano e compreender melhor as implicações que esse reservatório pode trazer para a saúde pública e por meio desses resultados melhorar a qualidade microbiológica da águaItem Escherichia coli enteroagregativa em pacientes HIV positivos com diarréia no norte do Paraná - BrasilBurgos, Tatiane das Neves; Pelayo, Jacinta Sanchez [Orientador]; Lopes, Gilselena Kerbauy; Vespero, Eliana Carolina; Rocha, Sérgio Paulo Dejato da; Kobayashi, Renata Katsuko TakayamaResumo: Escherichia coli enteroagregativa (EAEC) é um patógeno causador de doenças gastrointestinais, particularmente em pacientes imunocomprometidos, resultando em significativa morbidade e mortalidade Assim, o trabalho teve como objetivo verificar a prevalência de EAEC em pacientes hospitalizados infectados pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) no estado do Paraná, Brasil EAEC foi pesquisada em 275 cepas oriundas de fezes diarreicas de 55 pacientes PVHA (pessoa vivendo com HIV/Aids) do Hospital Universitário da Universidade Estadual de Londrina, através da pesquisa de genes de virulência pela técnica da PCR, teste de aderência em células HEp-2, biofilme, sorotipagem, teste de sensibilidade a antimicrobianos e filogenia EAEC foi detectada em 14 (25,4%) pacientes PVHA e todas as amostras apresentaram o padrão de adesão agregativo em células HEp-2 e foram classificadas em três grupos filogenéticos: A (35,7%), B1 (42,9%) e D (21,4%) Nelas ainda, foram identificados 12 sorotipos diferentes: O168:H4, O15ab:H6, O59: H19, O59:H6, O12:H25, O43:H2, O159:H?, O145:H34, O32:H14, O8:H51, O175: H28, O44:H18 Foi verificada a resistência intermediaria em três cepas (21,4%) para Cefalotina e duas (14,3%) foram resistentes para Trimetropin/Sulfametoxazol Foram classificadas como formadoras de biofilme 13 cepas (92,9%) Ainda as EAEC identificadas foram classificadas em dois grupos: EAEC tipica quando apresentava o gene aggR (57,1%) e EAEC atipica quando não apresentava esse gene (42,9%) Destaca-se o ineditismo deste trabalho uma vez que é o primeiro no Brasil a pesquisar EAEC em pacientes PVHA com diarreia e os resultados mostraram uma alta prevalência de EAEC neste grupoItem Produção de bioativos antimicrobianos de Burkholderia sp. cepa RV1R2 : avaliação da atividade contra patógenos de importância clínica e agronômicaVivan, Ana Carolina Polano; Andrade Filho, Galdino [Orientador]; Panagio, Luciano Aparecido; Balbi-Peña, Maria Isabel; Pileggi, Marcos; Mello, João Carlos Palazzo de; Oliveira Júnior, Admilton Gonçalves de [Coorientador]Resumo: Muitos micro-organismos podem produzir os chamados metabólitos secundários, substâncias não-essenciais à sobrevivência celular, mas que podem garantir vantagens adaptativas a seus produtores Distintos bioquimicamente dos produtos do metabolismo primário, esses compostos secundários geralmente executam funções externas à célula, já que são liberados para fora da mesma Uma dessas funções é a atividade antimicrobiana, que, quando na natureza, auxilia estas células a exterminar possíveis competidores por nutrientes O gênero Burkholderia é um dos grupos bacterianos conhecido por sua riqueza metabólica e produção de antimicrobianos naturais, com muitos compostos já descritos A resistência a antimicrobianos na prática clínica e ambientes agrícolas já se espalhou por todo o mundo, com representantes dos reinos Monera e Fungi causando danos à saúde humana e significativas perdas econômicas A escassez de antibióticos e pesticidas eficazes está levando à necessidade de pesquisa de novos alvos antimicrobianos, ou mesmo de drogas com múltiplos alvos de ação Nesse cenário, os produtos naturais surgem como uma alternativa importante, já que muitos bioativos antimicrobianos já foram descritos, e os compostos de origem sintética ou semi-sintética já não tem mais ação em muitos casos Metabólitos bacterianos podem ser uma opção para pesquisa de novos compostos de amplo espectro, que reduzam a mortalidade hospitalar ou mesmo os custos agrícolasItem Atividade antibacteriana de nanopartículas de prata associadas ao eugenolBodnar, Giovana Carolina; Nakazato, Gerson [Orientador]; Kobayashi, Renata Katsuko Takayama; Panagio, Luciano Aparecido; Perugini, Marcia Regina Eches; Campos, Anna Carolina Leonelli Pires deResumo: Bactérias multirresistentes representam um grande problema que desafiam a saúde pública em encontrar estratégias utilizando os antimicrobianos atuais disponíveis no mercado para combater estas infecções Por outro lado, o desenvolvimento de novos fármacos não ocorre no mesmo ritmo dos mecanismos de resistência desenvolvidos pelas bactérias A resistência aos antimicrobianos não é apenas um problema da área clínica No setor de alimentos diversos patógenos humanos vêm adquirindo resistência aos desinfetantes utilizados na indústria alimentícia Sendo assim, pesquisadores buscam por novas substâncias antimicrobianas que podem auxiliar no tratamento das infecções multirresistentes pelo desenvolvimento de alternativas aos antibióticos e aos desinfetantes disponíveis Os produtos naturais e a associação de compostos tornaram-se um importante campo de pesquisa para descoberta de novos antimicrobianos O objetivo desta pesquisa foi avaliar a atividade antibacteriana de nanopartículas de prata biologicamente sintetizada pelo fungo Fusarium oxysporum em associação ao eugenol Eugenol e bio-AgNP demonstraram efeito bactericida, com concentração inibitória mínima (MIC) entre 12 a 2% (v/v) e 394 a 63 µM, respectivamente; e todos os isolados clínicos de Staphylococcus aureus meticilina resistente (MRSA) analisados foram sensíveis aos compostos Para a curva de crescimento e morte, eugenol agiu em menos de 2 h, enquanto as nanopartículas levaram de 5 a 1 h para eliminar totalmente as bactérias Gram-negativas e 24 h para as Gram-positivas O efeito sinérgico ou aditivo foi observado quando os compostos foram combinados, com redução dos valores de MIC, para ½ MIC, 1/3 MIC ou até mesmo ¼ MIC, o que melhorou o tempo de ação da bio-AgNP comparado ao uso em isolado A Microscopia Eletrônica de Varredura demonstrou alterações morfológicas celulares após os tratamentos com os compostos em isolado ou em combinação No ensaio de biofilme, a combinação dos compostos reduziu em 5-log o número de células As bio-AgNP associadas ao eugenol, composto derivado do óleo de cravo, são alternativas antimicrobianas que neste estudo demonstraram um importante papel contra bactérias Gram-positivas e Gram-negativas, incluindo também cepas multirresistentes, além de atuar contra o biofilme formado por estas bactérias Sendo assim, podem ser uma estratégia alternativa para o controle de infecções, e apresentam um potencial não somente na área clínica/hospitalar, mas também aplicação na indústriaItem Sequenciamento e montagem de novo do genoma total de Pseudomonas aeruginosa cepa LV e análise da expressão gênica temporal e diferencial na presença de cobreSimionato, Ane Stéfano; Andrade Filho, Galdino [Orientador]; Ogatta, Sueli Fumie Yamada; Souza, Rogério Fernandes de; Pileggi, Marcos; Araújo, Welington Luiz deResumo: Pseudomonas aeruginosa é amplamente dispersa na natureza, devido principalmente à sua alta capacidade adaptativa Dentre as diversas estratégias de adaptação está a produção de metabólitos bioativos que podem inibir o crescimento ou metabolismo de outros microrganismos P aeruginosa cepa LV produz diversos compostos bioativos, entre eles um composto organometálico, identificado como Fluopsina C, produzido somente na presença de cobre, que apresenta alto potencial biotecnológico Entretanto, poucos são os relatos sobre esta molécula, não havendo informações relacionadas à sua biossíntese e rota metabólica O objetivo deste trabalho foi realizar o sequenciamento completo do genoma de P aeruginosa cepa LV e realizar a análise da expressão temporal dos genes diferencialmente expressos pela presença/ausência de cobre, afim de melhor compreender a biossíntese da Fluopsina C Para isso, a cepa foi cultivada em ágar nutriente overnight e após a extração do DNA total do microrganismo foi realizado o sequenciamento pela plataforma Illumina MiSeq e o genoma foi montado pela estratégia de novo, filtrado, trimado e anotado O genoma de P aeruginosa cepa LV é constituído por 6468334 pb e, possue 14 grupos de genes putativos responsáveis pela biossíntese de metabólitos secundários, 7 genes de resistência e 3 arranjos CRISPRs (Clustered Regularly Interspaced Regularly Short Palindromic Repeats) A análise da expressão temporal foi realizada por PCR em tempo real e com pontos de análise em 24 horas, 4 e 7 dias Foram estudados nove genes hiperexpressos na presença de cobre, divididos em três classes: transportadores de metais, reguladores de expressão e biossíntese de fenazina e proteínas hipotéticas Os resultados obtidos validam as hipóteses geradas em trabalhos anteriores com relação a eliminação do cobre através de efluxo e transportadores ATPases Além disso, sugerimos uma nova hipótese com relação a via de biossíntese da Fluopsina C, relacionando a produção de compostos fenazínicos ao percursor da molécula, a tioforminaItem Atividade antimicrobiana de compostos naturais aplicados em queijosCampos, Anna Carolina Leonelli Pires de; Nakazato, Gerson [Orientador]; Nogueira, Alessandro; Pelayo, Jacinta Sanchez; Ribeiro, Jéssica Caroline Bigasky; Kobayashi, Renata Katsuko Takayama; Fagan, Eder Paulo [Coorientador]Resumo: O queijo artesanal é amplamente consumido no Brasil, no entanto por, em sua maioria, ser fabricado com leite cru, pode estar contaminado com bactérias patogênicas A presença de fungos e bactérias é um problema para o setor industrial, visto que pode ocasionar defeitos nos queijos, e levar a consideráveis perdas econômicas Neste estudo, avaliamos a presença de Escherichia coli e Staphylococcus aureus em queijos artesanais oriundos de diferentes estados do Brasil e, posteriormente, analisamos a atividade antimicrobiana do óleo essencial de orégano (OEO), e da associação de méis de Scaptotrigona bipunctata Lepeletier 1836 (HSB) e de Apis mellifera Latreille africanizada (HAM), no controle de microrganismos contaminantes de queijos durante o processo de maturação A partir de 147 amostras de queijos, foram identificados 25 isolados de S aureus (1 amostras de queijo) e 39 de E coli (29 amostras de queijos) Entre esses isolados, destacamos a presença de um isolado de E coli enteropatogênica atípica (aEPEC), e dois isolados de E coli patogênica extraintestinais (ExPEC) Um novo sorotipo (O64474:H8) de E coli foi detectado em um desses queijos, sendo o primeiro relato no Brasil Um dos isolados de E coli mostrou resistência a três importantes antimicrobianos (tetraciclina, ampicilina e ácido nalidíxico), e um isolado de S aureus apresentou resistência a cinco antimicrobianos (ampicilina, estreptomicina, cefoxitina, penicilina e ciprofloxacina Alguns desses isolados de E coli e S aureus foram utilizados como bactérias contaminantes dos queijos contendo antimicrobianos naturais (OEO ou méis) Fungos filamentos (Aspergillus sp, Fusarium sp e Penicillium sp) também foram utilizados para contaminar os queijos produzidos e maturados por 3 dias, seguindo diferentes tratamentos O OEO a ,2 % (v/v) demonstrou alta atividade antibacteriana e antifúngica, reduzindo as populações bacterianas à zero até o sexto dia de maturação, e inibindo a germinação dos esporos fúngicos Já a combinação dos méis (HSB 5% e HAM 25%, v/v) também apresentou atividade antibacteriana, reduzindo a população de E coli e S aureus a zero após 15 e 6 dias, respectivamente, bem como a germinação dos fungos A utilização desses antimicrobianos naturais foi muito eficiente para os microrganismos testados durante a maturação, e o OEO assim como a combinação de méis pode ser uma interessante alternativa para os antimicrobianos convencionais (nisina e natamicina) contra importantes patógenos, como o novo sorogrupo de E coli isolado nesses queijos artesanaisItem Análise polifásica de estirpes brasileiras de beta-rizóbios do gênero ParaburkholderiaPaulitsch, Fabiane; Hungria, Mariangela [Orientador]; Batista, Jesiane Stefânia da Silva; Reis Junior, Fábio Bueno dos; Helene, Luisa Caroline Ferraz; Ribeiro, Renan AugustoResumo: Um grupo restrito de bactérias diazotróficas presentes no solo é capaz de realizar simbiose com plantas da familia Fabaceae, levando à formação de nódulos radiculares, especializados no processo de Fixação Biológica do Nitrogênio (FBN) Esses microrganismos são coletivamente chamados de rizóbios e estão presentes nas classes Alfa e Betaproteobacteria Dentre as Betaproteobacterias, o gênero Paraburkholderia se destaca pela sua diversidade, encontrada especialmente no Brasil e na África do Sul No sentido de melhor compreender a diversidade e evolução de rizóbios do gênero Paraburkholderia, quatro estudos foram conduzidos Utilizando a taxonomia polifásica, foram descritas as novas espécies P guartelaensis (Estudo 1), P atlantica e P franconis (Estudo 2) A espécie P guartelaensis foi isolada de nódulos de Mimosa gymnas em uma região de ecótono entre a Mata Atlântica e o Cerrado As análises filogenéticas revelaram que as estirpes em estudo apresentam uma posição isolada em relação as outras espécies conhecidas do gênero: apresentou como espécies mais próximas P oxyphila na análise do 16S RNAr, compartilhando 98,7–98,9% de IN (identidade nucleotídica), e P nodosa Br3437T na análise de sequências multilocus (MLSA), apresentando menos de 95,7% de IN Análises comparativas baseadas em sequenciamento genômico resultaram em valores inferiores aos sugeridos para a delimitação de espécie, respaldando a descrição da nova espécie No mesmo sentido, o estudo 2 descreve as espécies P atlantica e P franconis, isoladas de solos da Mata Atlantica no estado do Rio de Janeiro, utilizando como plantas-iscas Mimosa pudica e Phaseolus vulgaris As estirpes de P atlantica apresentaram maior IN na filogenia do 16S RNAr (99,6%) e MLSA (96,5%) com P piptadeniae enquanto as estirpes de P franconis apresentaram como espécie mais próxima P tuberum, com IN de 99% e 96% nas filogenias do 16S RNAr e MLSA, respectivamente Nas análises genômicas, as estirpes de P atlantica e P franconis apresentaram os valores de 94,4% e 92,7% de identidade genômica com as espécies mais próximas O estudo 3 identificou simbiovares dentre as espécies de rizóbios do gênero Paraburkholderia Os genes simbióticos nodA, nodC e nifH foram submetidos à análises filogenéticas, revelando a presença de pelo menos cinco simbiovares distintos dentro do gênero Paraburkholderia, com alto suporte estatístico Os simbiovares sugeridos foram denominados como mimosae, atlantica, tropicalis, piptadeniae e africana Por fim, o estudo 4 tem como objetivo realizar uma revisão sobre Paraburkholderia nodulíferas com ênfase em estirpes brasileiras As informações foram relacionadas com a descoberta da capacidade de nodulação e FBN pelas bactérias desse gênero, o histórico taxônomico, a distribuição mundial das espécies, a presença de simbiovares, características filogenéticas, ecológicas e o potencial agrobiotecnológico Os referidos estudos demonstram que o Brasil é um rico reservatório de espécies nodulíferas de Paraburkholderia e nossos resultados contribuíram para compreensão das relações evolutivas dentre as espécies do gênero e com seus hospedeiros Por fim, os quatro estudos reforçam a grande diversidade genotípica e metabólica de rizóbios do gênero Paraburkholderia, em especial no Brasil, que pode ser considerado um importante centro de diversidade do gênero e fonte de bactérias com potenciais inovadoresItem Efeito imunopatológico de co-infeção de camundongos com Paracoccidioides brasiliensis e com Schistosoma mansoniOliveira, Francisco José de Abreu; Itano, Eiko Nakagawa [Orientador]; Falavigna-Guilherme, Ana Lucia; Menezes, Maria Claudia Noronha Dutra de; Costa, Ivete Conchon; Nakazato, GersonResumo: A Paracoccidioidomicose (PCM), uma das mais importantes micoses da América Latina, é uma doença sistêmica de natureza granulomatosa, causada pelo fungo dimórfico Paracoccidioides brasiliensis (Pb), e a sua principal defesa está ligada ao padrão Th1 da resposta imune A esquistossomose é considerada uma das doenças endêmicas mais importantes e mais difundidas do mundo, constituindo-se de um grande problema de saúde pública No Brasil, a doença é causada por Schistosoma mansoni (Sm), e é caracterizada por resposta imune Th2 As principais lesões patológicas na esquistossomose mansônica são decorrentes de desenvolvimento de granulomas em torno de ovos no fígado devido à resposta imune do hospedeiro Ambas as doenças são crônicas, com sobreposição geográfica em várias regiões no Brasil, possibilitando assim a co-infecção com esses agentes Considerando a inexistência de dados sobre efeito imunopatológico na PCM e na esquistossomose, associada à infecção crônica com P brasiliensis e com S mansoni na fase de oviposição, caracterizada pela resposta Th2, o presente trabalho investigou efeito dessa associação utilizando modelo experimental murino Camundongos Balb/c foram infectados com P brasiliensis durante 7 (Pb7) ou 8 dias (Pb8) e associados com S mansoni infectados durante 42 (Pb7Sm42) e ou 52 dias (Pb8Sm52) ou somente com S mansoni durante 42 (Sm42) ou 52 dias (Sm52) Para a investigação de efeito da co- infecção na PCM, foram realizadas determinação da carga fúngica por CFU no fígado e pulmão, histopatologia de fígado e determinação de níveis de citocinas (IFN-?, TGF-ß, TNF-a, IL-4, IL-1 e IL-17) no fígado e determinação de níveis séricos de anticorpos IgG anti-P brasiliensis (ExoAg) e citocinas séricas (IFN-?, IL-4, TGF-ß e IL-1), por ELISA, tendo como controles grupos Pb7 e Pb8 Para a investigação de efeito de co-infecção na esquistossomose foram determinados números de ovos no fígado e intestino (grosso e delgado) e de ovos fecais, análise histopatológica do figado, determinação das citocinas no fígado e soro e níveis séricos de anticorpos IgG para antigeno solúvel de ovos (SEA), tendo como controles os grupos Sm42 e Sm52 Os resultados obtidos demonstraram aumento nos números de CFUs de P brasiliensis no fígado (Pb7Sm42 e Pb8Sm52) e no pulmão (Pb8Sm52) em relação ao controle mono-infectado, Pb7 ou Pb8, (p<,5) Os níveis de todas as citocinas no fígado foram maiores no grupo Pb7Sm42 que o controle Sm42 (p<,5), exceto IFN-? que resultou em menor nível (p<,5) Na fase mais prolongada de infecção, foi detectada alteração nesse perfil, resultando em menor nível de IL-1 e TNF-a em Pb8Sm52, mantendo o perfil para IL-4 e IL-17 Os níveis séricos de IL-4 e IL-1 demonstraram perfil similar ao de fígado, enquanto que o nível de IFN-?, de forma distinta ao de fígado, foi maior em ambos os grupos co-infectadas (Pb7Sm42 e Pb8Sm52), em relação aos seus controles (p<,5) Foi detectado também aumento no nível sérico de TGF-ß em grupo Pb8Sm52 em relação ao controle (p<,5) O nível sérico de IgG anti-ExoAg foi maior apenas no grupo Pb7Sm42 em relação ao Pb7 (p<,5) Os resultados de co-infecção na esquistossomose demonstraram reduções nos números de ovos no fígado, intestino e fezes (p<,5), diminuição no número e no tamanho de granulomas hepáticos (p<,5) Os níveis de citocinas IL-4, IL-1 e de TNF-a no fígado foram menores em ambos os grupos coinfectados (Pb7Sm42 e Pb8Sm52) e o de TGF-ß somente no grupo Pb7Sm42, em relação aos seus respectivos controles (p<,5) Por outro lado o nível de IFN-? foi maior no grupo co-infectado Pb8Sm52, em relação ao Sm52 (p<,5) Os níveis séricos de IFN-? e IL-1 demonstraram perfil similar ao de fígado em ambos os grupos co-infectados, o mesmo ocorrendo com TGF-ß, no grupo Pb7Sm52, todavia foi observado aumento significativo de TGF-ß em co-infecção mais prolongada (Pb8Sm52), em relação ao controle (p<,5) Em contraste com o de fígado, foi detectado nível sérico elevado de IL-4 no grupo co-infectado (Pb8Sm52) em relação ao controle (p<,5) O nível sérico de IgG anti-SEA foi maior no grupo Pb7Sm42 e menor no Pb8Sm52 em relação a cada controle (p<,5) Em conclusão, a forma cronica de PCM doença se torna mais grave quando associada à infecção com S mansoni principalmente na fase de oviposição de S mansoni e, a co-infecção a induz modulação distinta de níveis de citocinas no fígado e no soro Além disso, a co-infecção na fase inicial de oviposição de S mansoni pode induzir aumento na resposta imune humoral específica aos antígenos de P brasiliensis Se essas modulações de resposta imune estão associadas com a gravidade da PCM doença, requer estudos adicionais Na esquistossomose mansônica, a co-infecção com P brasiliensis induz redução no número de ovos no fígado, com diminuição no tamanho de granulomas hepático bem como decrescimo no número de ovos nas mucosas intestinais ou nas fezes, o que poderia favorecer o hospedeiro Por outro lado, também induz modulação de citocinas local (fígado) ou sistemica e supressão de resposta humoral aos antígenos de ovos de S mansoni o que poderia ser prejudicial ao hospedeiro, o que requer também estudos adicionais Em conjunto, a co-infecção de P brasiliensis e S mansoni induz mutuamente modulações de citocinas e anticorpos que podem afetar ambas as doenças, PCM e esquistossomoseItem Resistência a nanopartícula de prata : análise fenotípica e genotípica em cepas de Escherichia coli e Klebsiella pneumoniaeFigueiredo, Érica Pelegrin; Nakazato, Gerson [Orientador]; Kobayashi, Renata Katsuko Takayama; Nishio, Erick Kenji; Cyoia, Paula Signolfi; Gazal, Luís Eduardo de SouzaResumo: As infecções causadas por microrganismos resistentes aos antimicrobianos, uma preocupação mundial, são responsáveis por aumentar o tempo de internação dos pacientes afetados, elevando o custo dos tratamentos e aumentando a taxa de morbimortalidade Os metais têm sido usados desde a antiguidade como agentes antibacterianos e apresentam diferentes propriedades e espectros de ação Dentre os metais, a prata é um dos mais utilizados devido à sua eficiência como antimicrobiano e sua baixa toxicidade Com o advento da nanotecnologia na área médica, as nanopartículas de prata (AgNP) passaram a ser amplamente estudadas por sua ação antimicrobiana, inclusive contra bactérias multirresistentes Em nosso estudo, avaliamos a alteração fenotípica e genotípica em cepas de bactérias Gram-negativas contra a exposição prolongada a subdoses de nanopartículas de prata sintetizadas biologicamente (AgNPbio) AgNPbio foi sintetizada biologicamente por utilizando extrato de Fusarium oxysporum Após exposição prolongada, foi possível observar alteração na Concentração Inibitória Mínima (CIM) em 7 cepas bacterianas Após o ensaio de indução, 3 cepas bacterianas apresentaram alteração na sensibilidade colateral e resistência cruzada frente a antimicrobianos convencionais Nossos resultados mostraram uma atenção necessária na exposição prolongada de AgNPbio contra cepas bacterianas