Atividade antiviral de polissacarídeos isolados de Azadirachta indica na infecção por poliovírus e herpesvírus, in vitro

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Galhardi, Lígia Carla Faccin

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Resumo

Resumo: O poliovírus (PV), agente etiológico da poliomielite, é um vírus não envelopado com genoma de RNA fita-simples, positiva Atualmente, a doença está controlada na maior parte dos países, mas, ainda é endêmica na África e Ásia Os herpesvírus são vírus envelopados, com DNA de fita-dupla e possuem uma ampla gama de hospedeiros, além de causarem infecções persistentes com possíveis reativações O herpesvírus bovino-1 (BoHV-1) produz diversas infecções, como, rinotraqueíte, vulvovaginite, balanopostite e infecções sistêmicas fatais O vírus herpes simplex-1 (HSV-1) ocasiona infecções em humanos, normalmente, benignas, porém, em indivíduos imunocomprometidos pode levar a infecção generalizada, encefalite e ceratoconjuntivite Além da importância médica e animal, esses agentes são modelos de vírus de RNA e DNA, para diversos estudos in vitro A Azadirachta indica (nim) tem sido amplamente utilizada etnofarmacologicamente para o tratamento de diversas doenças, entre elas as infecções virais, sendo algumas com base científica Neste trabalho avaliamos a atividade antiviral dos polissacarídeos (P1 e P2) e seus derivados químicos sulfatados (P1S e P2S), obtidos de A indica, na infecção por PV, BoHV-1 e HSV-1, em células HEp-2 A citotoxicidade foi avaliada pelo MTT, a atividade antiviral pelo ensaio de redução de plaques (PRA) e a inibição da síntese proteica viral pela reação de imunofluorescência (IF) A reação em cadeia de polimerase (PCR) foi aplicada para estudar a inibição da síntese do DNA na replicação do HSV-1 Demonstramos que P1 e P1S inibiram a replicação do BoHV-1, com concentração inibitória 5% (CI5)/índice de seletividade (IS) de 15,2µg/ml/3,6 e 32,1µg/ml/>51,4, respectivamente, sendo P1S mais efetivo que P1 P1 e P1S demonstraram inibição dose-dependente na síntese proteica A maior inibição foi encontrada quando os compostos foram adicionados simultaneamente a infecção (tempo h) Os compostos testados exibiram efeito antiviral contra o PV, com CI5 de 8µg/ml (P1), 37,5µg/ml (P1S), 77,5µg/ml (P2) e 12,1µg/ml (P2S) e IS variando de 18-131,9, demonstrando também, melhor efeito inibitório no tempo h Quando testados contra HSV-1, P1S e P2S também exibiram melhor atividade antiviral no tempo h, com CI5/IS de 31,1µg/ml/> 51,4 e 8,5µg/ml/>19,8, respectivamente Os compostos apresentaram pequeno efeito profilático, cerca de 2% O P1S demonstrou melhor efeito inibitório de 91,8% em comparação com P1 (5%), P2 (71,1%) e P2S (7%) em 2µg/ml A inibição da síntese proteica foi dose-dependente, em concordância com os resultados de PRA Os polissacarídeos inibiram a síntese de DNA do HSV-1 em todas as concentrações testadas no PRA, para P1 e P1S, e até 5µg/ml, para P2 e P2S Neste caso, os grupos sulfatos de P1S e P2S não alteraram o efeito inibitório dos polissacarídeos originais Portanto, os nossos resultados demonstraram a atividade antiviral dos polissacarídeos de A indica contra PV, BoHV-1 e HSV-1 com ação nas fases iniciais da replicação, além da inibição da síntese proteica viral e ação virucida A inibição em etapas diferentes da infecção viral representa uma vantagem em relação aos antivirais convencionais que, normalmente, atuam em uma única etapa, com menor probabilidade de selecionar mutantes resistentes, além da inocuidade e de outros benefícios relatados

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Palavras-chave

Poliovírus, Vírus do herpes, Polissacarídeos, Agentes antivirais, Azadirachta indica, Herpesviruses, Polysaccharides, Neem

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