01 - Doutorado - Ciências da Saúde
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Item Efeitos de diferentes proporções entre carboidratos e proteínas presentes na dieta sobre a força muscular, composição corporal e biomarcadores de risco cardiovascular em mulheres idosas submetidas a um programa de treinamento resistido(2024-02-06) Fernandes, Rodrigo dos Reis; Cyrino, Edilson Serpeloni; Silva, Danilo Rodrigues Pereira da; Barbosa, Décio Sabbatini; Avalar, Michele Caroline de Costa Trindade; Nabuco, Hellen Clair GarcezA ingestão de carboidratos e proteínas é fundamental para se atingir os benefícios de um programa de treinamento. Portanto, esta investigação analisou o impacto de 12 semanas de treinamento resistido (TR) sobre a força muscular, composição corporal e biomarcadores de risco cardiovascular em mulheres idosas treinadas, de acordo com a proporção de carboidratos e proteínas ingeridas na alimentação habitual. Duzentas e oitenta e quatro mulheres idosas (> 60 anos) foram selecionadas e alocadas em quatro grupos, por meio de quartis, conforme a proporção de ingestão média entre carboidratos e proteínas dietéticas (Q1 = 4:1; Q2 = 3,4:1; Q3 = 2,8:1 e Q4 = 1,5:1). A força muscular foi analisada a partir de testes de uma repetição máxima (1-RM), a composição corporal por absortometria radiológica de dupla energia e o risco cardiovascular por meio do comportamento de biomarcadores metabólicos. O programa de TR foi composto por oito exercícios para o corpo inteiro que foram executados em três séries de 10-15 RM, em três sessões semanais, em dias alternados. Nenhuma interação grupo vs. tempo (P < 0,05) foi encontrada para as variáveis analisadas. Entretanto, o TR resultou em aumentos de força muscular, massa muscular e redução da glicose em jejum (P < 0,05), independente da proporção entre carboidratos e proteínas ingerida na alimentação habitual. Por outro lado, nenhuma modificação que pudesse ser atribuída ao TR ou, ainda, a proporção entre carboidratos e proteínas ingerida na alimentação habitual foi encontrada para distribuição da gordura corporal, colesterol total, HDL-c, LDL-c, triglicerídeos e proteína C-reativa (P > 0,05). Nossos resultados sugerem que o TR parece promover hipertrofia muscular, aumento da força muscular e redução da glicose em jejum, independente da proporção entre carboidratos e proteínas ingerida na alimentação habitual, em mulheres idosas.Item Alterações imunológicas em pacientes esquizofrênicos e esquizoafetivos e familiares biológicos(2004-11-26) Nunes, Sandra Odebrecht Vargas; Itano, Eiko Nakagawa; Watanabe, Maria Angélica Ebara; Venancio, Emerson José; Elkis, Hélio; Borelli, Sueli DonizetiObjetivos: Com o objetivo de determinar as características clínicas e imunológicas associadas à esquizofrenia e ao transtorno esquizoafetivo, o presente trabalho avaliou dados clínicos e mensurou os níveis séricos de interleucina-6 (IL-6), receptor solúvel de interleucina-2 (sIL-2R), interleucina-2 (IL-2), alfa (a) 1,2 beta e gama globulina, imunoglobulinas (Ig), anticorpos anti-hipocampo, e do sangue total foram genotipadas moléculas de HLA classe I e II, a detecção do vírus da Borna e contagem de células matadoras naturais (NK), em pacientes esquizofrênicos, esquizoafetivos, familiares biológicos e controles saudáveis. Métodos: Os critérios de exclusão foram indivíduos menores de 18 anos e maiores de 55 anos, portadores de doenças crônicas ou submetidos a tratamento que afetasse o sistema imunológico. Foram selecionados 50 pacientes esquizofrênicos e esquizoafetivos, 48 controles saudáveis, 41 familiares em primeiro grau sem transtorno mental e 48 familiares em primeiro grau com transtorno de humor. Todos os sujeitos foram submetidos à entrevista clínica estruturada para o DSM-IV, transtornos do Eixo I (SCID-I versão clínica). Os métodos utilizados para medidas imunológicas foram: ELISA e/ou quimioluminescência (interleucinas, IgE e anticorpos anti-hipocampo), eletroforese (a1, a2, gama, beta globulina e albumina), nefelometria (IgA, IgG e IgM), citometria de fluxo (NK), SSP-PCR (HLA) e RT-PCR (Doença do vírus da Borna –VDB). Resultados: A duração média da doença nos pacientes esquizofrênicos e esquizoafetivos foi de 15,341 ± 9,90 anos e a idade média de início da doença foi de 22,4 ± 7,371 anos. Não houve diferença significativa no gênero (p = 0,057), idade (p = 0,96), albumina (p = 0,64) e índice de massa corpórea (Kg/m2) (p = 0,07) entre pacientes, controles e familiares. Pacientes e familiares com e sem transtorno de humor tiveram significativamente maiores níveis séricos de IL-6 pelo método de quimioluminescência (p = 0,008) e ELISA (p = 0,003). A dosagem de a2 globulina foi significativamente maior entre pacientes do que entre controles (p = 0,002). Não houve diferença significativa em relação a sIL-2R (p = 0,1), IL-2 (p = 0,8), NK (p = 0,07), IgE (p = 0,06), IgG (p = 0,64) e IgM (p = 0,51) entre pacientes, familiares e controles. Pacientes, familiares com transtorno de humor e familiares sem transtorno mental tiveram maiores valores de auto-anticorpos dirigidos contra o hipocampo, 0,167 ± 0,077, 0,158 ± 0,058, 0,164 ± 0.092, respectivamente, do que os controles, 0,143 ± 0,037, mas não significativos (p = 0,53). A associação positiva com HLA B*15 foi encontrada significativamente maior nos pacientes, familiares com transtorno de humor e familiares sem transtorno mental (p = 0,003) do que em controles saudáveis. A associação negativa com HLA B*35 foi encontrada significativamente maior nos familiares sem transtorno mental (p = 0,03) do que nos controles saudáveis. A VDB teve significativamente maior presença nos pacientes e familiares biológicos do que nos controles (p = 0,04). Conclusão: Os resultados sugerem a existência de envolvimento imunológico ou inflamatório e mecanismos imunogenéticos em pacientes esquizofrênicos, esquizoafetivos e em familiares biológicos.Item Avaliação da capacidade de exercício por meio de testes de campo na saúde e na doença: valores de referência para o incremental shuttle walking test e reprodutibilidade do teste de caminhada de 6 minutos em doença pulmonar obstrutiva crônica(2012-08-23) Fujii, Nidia Aparecida Hernandes; Pitta, Fábio de Oliveira; Dal Corso, Simone; Teixeira, Denilson de Castro; Ferreira Filho, Olavo Franco; Mazzuco, Tânia LongoTestes de campo como o incremental shuttle walk test (ISWT) e o teste de caminhada de 6 minutos (TC6) são amplamente utilizados para avaliar a capacidade de exercício de pacientes portadores de doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC). Apesar da vasta literatura existente sobre esses testes, valores de referência do ISWT ainda não foram solidamente estabelecidos, e a reprodutibilidade do TC6 é inconsistente. Objetivos: investigar quais variáveis determinam o ISWT em indivíduos saudáveis, bem como estabelecer uma equação de valores de referência do ISWT; e investigar a reprodutibilidade do TC6 em pacientes com DPOC, quantificar o efeito aprendizado existente entre dois TC6 e estudar os fatores determinantes de mudanças no segundo TC6. Métodos: No primeiro estudo, 242 indivíduos saudáveis realizaram dois ISWT e tiveram avaliados peso, altura e índice de massa corpórea (IMC). No segundo estudo, 1514 pacientes com DPOC realizaram dois TC6 em dias subsequentes e foram submetidos à avaliação de composição corporal, dispneia e comorbidades (índice Charlson). Resultados: Gênero, idade e IMC foram preditores independentes dos valores de referência do ISWT (ISWTpred=1449,701–(11,735*idade)+(241,897*gênero)–(5,686*IMC); r2=0,71; p<0,0001). No segundo estudo, o coeficiente de correlação intraclasse (CCI) entre os dois TC6 foi de 0,93 (p<0,0001), embora os pacientes tenham apresentado distância percorrida significativamente maior no segundo teste (27m (IC95%: -37-107). Os fatores determinantes do aumento no segundo TC6 foram: primeiro TC6<350m, índice Charlson<2 e IMC<30 kg.m-2. Conclusões: A maior parte da variação do ISWT em indivíduos saudáveis é explicada por idade, gênero e IMC. Baseada nessas variáveis, uma equação para predição de valores de referência do ISWT foi estabelecida. Alto CCI foi observado entre os dois TC6 em pacientes com DPOC, embora um efeito aprendizado significativo tenha ocorrido. Desempenho ruim no primeiro TC6, poucas comorbidades e ausência de obesidade foram associados ao aumento da distância percorrida no segundo teste.Item Avaliação de fatores associados ao tempo para o óbito de pacientes críticos em um Hospital Universitário Público(2020-07-01) Mezzaroba, Ana Luiza; Grion, Cíntia Magalhães Carvalho; Carrilho, Cláudia Maria Dantas de Maio; Cardoso, Lucienne Tibery Queiroz; Almeida, Silvio Henrique Maia de; Delfino, Vinicius Daher AlvaresIntrodução: Entre os pacientes não sobreviventes internados em unidade de terapia intensiva (UTI), uma parte apresenta mortalidade mais precoce e geralmente relacionada à gravidade do diagnóstico inicial da internação e os demais possuem evolução favorável quanto à doença inicial mas morrem mais tardiamente por complicações relacionadas à internação. A sepse destaca-se como uma das principais causadoras de disfunção de múltiplos órgãos e determinante de mortes precoces e tardias em pacientes críticos. O conhecimento dos fatores associados ao tempo para o óbito de pacientes internados em UTI possui implicações organizacionais e éticas. O reconhecimento desses fatores poderia melhorar a avaliação prognóstica dos pacientes e auxiliar no tratamento e otimização de recursos, com atuação mais agressiva e direta sobre fatores específicos mais comumente relacionados ao óbito. Objetivo: Identificar os fatores associados ao tempo para o óbito de pacientes críticos em uma UTI geral de um hospital universitário público terciário. Métodos: Estudo longitudinal retrospectivo realizado por meio da coleta de dados dos prontuários dos pacientes internados na UTI do Hospital Universitário da Universidade Estadual de Londrina (HU/UEL), entre janeiro de 2008 e dezembro de 2017. Dados gerais foram coletados de todos os pacientes inseridos no estudo até o desfecho hospitalar e também foram coletados dados da internação na UTI, como presença de doença crônica, necessidade de ventilação mecânica e de diálise, uso de drogas vasoativas e os escores Acute Physiology and Chronic Health Evaluation II (APACHE II), Sequential Organ Failure Assessment (SOFA) do primeiro dia de internação na UTI e Therapeutic Intervention Scoring System 28 (TISS 28). Para a análise estatística, algumas definições foram estabelecidas. Os pacientes não sobreviventes na UTI foram divididos em três grupos conforme o tempo para o óbito após admissão na UTI: precoce (até 5 dias), intermediário (6 a 28 dias) e tardio (mais de 28 dias). Foram considerados sépticos os pacientes que tinham o diagnóstico de sepse anotado na admissão na UTI. Resultados: Foram analisados dados de 6.596 pacientes. A mediana de idade dos pacientes internados foi de 60 (intervalo interquartílico-ITQ 45-73) anos, com predomínio do sexo masculino (56,9%) e a maioria proveniente da sala de emergência (56,2%). A mediana do escore SOFA foi 6 (ITQ 3-11). Os pacientes avaliados tiveram mortalidade de 32,9% na UTI e 43,3% de mortalidade hospitalar. Foi observado que quanto maior o número de disfunções orgânicas à admissão na UTI, maiores as taxas de mortalidade. Entre as disfunções orgânicas analisadas, nenhuma se destacou com maior associação com morte em comparação às outras. As maiores taxas de morte ocorreram no grupo intermediário (47,9%). O diagnóstico de sepse na admissão da UTI foi associado com maior taxa de mortalidade na UTI (48,8%) e hospitalar (61,6%). O diagnóstico de sepse não foi associado com diferença na proporção de mortes precoces ou tardias quando comparado aos outros diagnósticos. A análise multivariada identificou idade maior que 60 anos (hazard ratio-HR 1,009; intervalo de confiança-IC95% 1,005-1,013; p<0,001), sexo masculino (HR 1,192; IC95% 1,046-1,358; p=0,009), uso de ventilação mecânica na admissão na UTI (HR 1,476; IC95% 1,161-1,876; p=0,001), realização de diálise na UTI (HR 2,297; IC95% 1,966-2,684; p<0,001) e SOFA de admissão na UTI maior que 6 (HR 1,319; IC 95% 1,292-1,345; p<0,001) como fatores de risco para morte na UTI. Conclusões: Foi descrito o perfil epidemiológico dos pacientes atendidos na UTI de um hospital terciário ao longo de dez anos. A proporção de mortes intermediárias e tardias foi maior do que a morte precoce nos pacientes analisados e o diagnóstico de sepse não foi associado a mudanças nesse padrão. Entre as disfunções orgânicas analisadas, nenhuma se destacou com maior associação com morte em comparação às outras. O diagnóstico de sepse foi associado a maior mortalidade quando comparado a pacientes não sépticos.Item Pregabalina altera a performance reprodutiva de camundongos machos e promove malformações na prole de camundongos fêmeas e ratas(2023-02-23) Mestre, Viviane de Fátima; Salles, Maria José Sparça; Dionísio, Andressa de Freitas Mendes; Venturini, Danielle; Reiche, Edna Maria Vissoci; Moreira, Estefânia GastaldelloA pregabalina é um fármaco pertencente ao grupo gabapentinoides neuromodelador com ação antiepilética e analgésica. Tem sido administrada em dor neuropática, fibromialgia, transtorno de ansiedade generalizada e como adjuvante para epilepsia. O efeito analgésico da pregabalina se dá pela sua capacidade de ligar-se à subunidade da proteína a2-d dos canais de cálcio voltagem-dependentes. Considerando a escassez de estudo sobre o tratamento de pregabalina em homens em idade fértil e mulheres gestantes, este trabalho teve como objetivo avaliar as possíveis alterações causadas pelo fármaco quando administrado em camundongos durante a espermatogênese; após exposição pré-natal na prole de camundongos fêmeas e após exposição pré-natal na prole de ratas sobre a odontogênese e osso trabecular da mandíbula. Para a análise da fertilidade masculina e malformação da prole, camundongos machos receberam diariamente via gavagem, 200 mg/kg de pregabalina por um período de 45 dias; após este período esses animais foram acasalados com fêmeas não tratadas. Para a avaliação dos parâmetros maternos e malformações na prole, camundongos prenhes foram tratadas com pregabalina (200 mg/kg), via gavagem do 5º dia ao 17º dia de prenhez. No 18º dia de prenhez as fêmeas foram submetidas a eutanásia e realizada a laparotomia para a avaliação do desenvolvimento intrauterino. Os fetos foram analisados quanto às malformações congênitas externas, viscerais e esqueléticas. Para a análise da odontogênese e do osso trabecular da mandíbula, ratas prenhes foram tratadas com pregabalina (200 mg/kg) do 5° dia de prenhez ao dia antecessor ao parto (20° dia). No pós-natal dia 30, foram selecionados aleatoriamente 8 filhotes de cada grupo para análise do primeiro molar inferior direito e do osso trabecular adjacente utilizando a microtomografia computadorizada. A administração da pregabalina em camundongos machos mostrou um aumento significativo da medida dos testículos (P = 0,009), alterações morfológicas dos espermatozoides (P < 0,0001), diminuição no escore de Johnsen (P = 0,0002), aumento das células de Leydig (P = 0,0002) e diminuição do nível da testosterona (P = 0,0152). Além disso, a análise dos parâmetros da prole mostrou diminuição significativa do peso da placenta (P = 0,0001), do peso (P = 0,0035) e comprimento dos fetos (P = 0,003), da taxa de viabilidade fetal (P = 0,0458) e aumento significativo do número de reabsorções (P = 0,003) e da perda pós-implantação (P =0,0458). As anomalias significativas observadas na prole foram alteração do tamanho dos rins (P = 0,0058), metacarpos e falanges ausentes (P < 0,0001), alteração do esterno (P < 0,0001) e vértebras torácicas supranumerárias (P = 0,003). A administração da pregabalina em camundongos fêmeas prenhes apontou aumento significativo na taxa de reabsorção (P = 0,041) e diminuição significativa do peso da placenta (P < 0,0001), do comprimento (P = 0,0249) e peso dos fetos (P = 0,0484) e da viabilidade fetal (P = 0,0038). Foi verificado que 67,5% dos fetos eram pequenos para a idade de prenhez (P < 0,0001). As malformações observadas foram ventriculomegalia fetal (P < 0,0001) e ossificação incompleta do osso supraoccipital (P < 0,0001). Quanto a análise da administração da pregabalina em ratas prenhes, houve diminuição significativa de ganho de peso materno (P = 0,0139) e de filhotes vivos (P = 0,0213). Durante o acompanhamento pós-natal, houve uma diminuição significativa do peso (F=2,67; P=0,048) e do comprimento (F=9,49; P<0,0001) da prole e atraso da erupção dos dentes incisivos (P = 0,001). A análise do primeiro molar inferior direito, utilizando a microtomografia computadorizada, mostrou diminuição significativa do esmalte (P = 0,0043). A avaliação do tecido ósseo trabeculado adjacente ao primeiro molar mostrou que a pregabalina foi capaz de aumentar significativamente o percentual de volume ósseo (P = 0,0208) e diminuir o volume (P = 0,0266) e percentual de poros abertos (P = 0,0208). Na análise histológica, nenhuma alteração na organização celular foi observada. Em conclusão, o tratamento com pregabalina produziu efeitos tóxicos sobre a função reprodutiva de camundongos machos, efeito embriotóxico na prole durante a gestação nos dois modelos animais além de potencial efeito teratogênico.Item Avaliação comportamental e do sistema endocanabinoide em filhotes de ratos expostos ao paracetamol durante a gestação(2023-02-02) Klein, Rodrigo Moreno; Moreira, Estefânia Gastaldello; Lisboa, Sabrina Francesca de Souza; Estanislau, Célio Roberto; Kirsten, Thiago Berti; Bambini Junior, VictórioO paracetamol é um fármaco de venda livre utilizado como analgésico/antipirético por aproximadamente 40-50% das gestantes mundialmente. Embora estudos epidemiológicos venham sugerindo que a exposição uterina ao paracetamol seja um fator de risco para transtornos do neurodesenvolvimento, causalidade e modos de ação de sua possível ação neurotoxicante do desenvolvimento são incertas. Entre as hipóteses levantadas, mas ainda não testadas, estão disfunção do sistema endocanabinoide (eCB) e ativação imune-inflamatória. Desta forma, objetivamos avaliar os efeitos da exposição gestacional ao paracetamol sobre comportamento e efeitos comportamentais de um fármaco canabinoide, além de possíveis alterações sobre marcadores neuroquímicos relevantes para sinalização endocanabinoide e inflamação. Para isto, ratas prenhes receberam paracetamol (350 mg/kg) ou água por gavage, do dia gestacional 6 até o nascimento da prole. Medidas de toxicidade geral e reprodutiva incluíram peso corporal das progenitoras e dos filhotes até o desmame. Avaliamos o comportamento de filhotes com 10 (busca pelo ninho), 24 (campo aberto), 25 (estereotipia comportamental induzida pela apomorfina, enterramento das bolinhas de gude) 30 (teste das três câmaras) dias de idade 30 min após injeção do agonista canabinoide WIN 55,212-2 (0.3 mg/kg, via intraperitoneal) ou veículo. Reconhecimento do objeto novo e placa quente e comportamento social de brincar foram avaliados em filhotes com 25 ou 30 dias, respectivamente. Quantificamos as concentrações do eCB 2-araquidonoilglicerol (2-AG) e do lipídio pró-inflamatório fator ativador de plaquetas (PAF) bem como a expressão genica das principais enzimas de síntese e degradação de 2-AG, diacilglicerol lipase alfa e beta (DAGL-a e DAGL-ß) e monoacilglicerol lipase, além dos marcadores inflamatórios ciclooxigenase-2 e interleucina 1 beta em regiões encefálicas de ratos com 22 dias de idade. O protocolo de exposição não afetou as medidas de toxicidade geral. Entretanto, filhotes expostos apresentaram hiperatividade no campo aberto e maior enterramento de bolinhas de gude independentemente do sexo. Fêmeas expostas apresentaram maior estereotipia comportamental induzida por apomorfina e passaram mais tempo na área central do campo aberto. Injeção prévia de agonista canabinoide modificou a resposta comportamental no teste de busca pelo ninho, induzindo efeitos opostos em fêmeas expostas e não expostas. Além disso, aumento nas concentrações de 2-AG no córtex pré-frontal e de PAF no córtex-prefrontal, estriado e cerebelo foi observado em machos e fêmeas expostos. A exposição diminuiu a expressão gênica cerebelar de DAGL-ß, uma sintase de 2-AG. Os resultados apontam para alterações no sistema eCB e inflamação como modos de ação pelo qual o paracetamol prejudica o neurodesenvolvimento e altera o comportamento da prole em decorrência da exposição gestacional.Item Efeito da mudança de modelo de triagem para admissão na unidade de terapia intensiva no desfecho de pacientes graves(2022-05-03) Larangeira, Alexandre Sanches; Grion, Cíntia Magalhães Carvalho; Carrilho, Alexandre José Faria; Cardoso, Lucienne Tibery Queiroz; Mezzaroba, Ana Luiza; Estanislau, Célio RobertoIntrodução: Considerando o desequilíbrio entre a demanda e a disponibilidade de leitos de unidade de terapia intensiva (UTI) e profissionais com formação especializada, é necessário escolher quem será admitido. Estabelecer critérios para triar pacientes é uma forma de gerenciar os recursos e racionalizar a decisão do profissional responsável pela triagem. A base da triagem do paciente grave é o prognóstico, que pode ser avaliado por meio de escores de gravidade, de disfunções orgânicas e de quantidade de trabalho da equipe. Objetivo: Analisar o efeito da implementação de novo modelo de priorização e triagem para admissão em unidade de terapia intensiva no desfecho de pacientes graves. Métodos: Foi realizado um estudo longitudinal retrospectivo, envolvendo pacientes adultos admitidos em UTI de hospital universitário no período de janeiro de 2013 a dezembro de 2017. Foram excluídos os pacientes com tempo de permanência menor que 24 horas e as readmissões na UTI durante a mesma internação hospitalar. O desfecho primário foi considerado estado vital na saída do hospital. Os escores avaliados no estudo foram o Acute Physiology and Chronic Health Evaluation (APACHE II), Sequential Organ Failure Assessment (SOFA) e Therapeutic Intervention Scoring System (TISS 28). Os pacientes foram divididos em dois grupos de acordo com o período do estudo. Foram considerados período pré mudança do modelo de triagem os anos de 2013 a 2014 (período 1). Até o final do ano 2014 o protocolo institucional para triagem e admissão em UTI era fundamentado no critério cronológico (primeiro a chegar, primeiro a receber tratamento). Os anos de 2015 a 2017 foram considerados período pós mudança do modelo de triagem (período 2). A partir do início do ano 2015 foi implantado um modelo de priorização baseado na diretriz da Society of Critical Care Medicine, que leva em consideração a gravidade e a possibilidade de recuperação do paciente. O nível de significância utilizado foi de 5% e as análises foram realizadas utilizando-se o programa SPSS Statistics for Windows versão 19. Resultados: Foram analisados 3.283 pacientes, sendo que 1.227 foram admitidos no período 1 e 2.056 no período 2. Os pacientes admitidos no período 2 do estudo eram mais velhos, com menor proporção de doenças crônicas, tinham valor médio do escore APACHE II e do escore TISS 28 maiores comparados aos pacientes do período 1. O diagnóstico de sepse foi maior no segundo período do estudo. Foi observado aumento do número de admissões ao longo do período de estudo. No período 2 os pacientes apresentaram uma tendencia a permanecer menor tempo internados na UTI e no hospital e tiveram menor mortalidade na saída da UTI e do hospital. Conclusões: A mudança do modelo de triagem, de um modelo cronológico para um modelo de priorização resultou em melhora do desempenho de uma unidade de terapia intensiva, com aumento do número de admissões, redução da taxa de mortalidade hospitalar, além de uma tendência de redução do tempo de permanência hospitalar.Item Análise dos critérios de definição de sepse em pacientes graves vítimas de queimadura corporal de um centro de tratamento de queimados(2022-03-24) Gimenez, Francielli Mary Pereira; Grion, Cíntia Magalhães Carvalho; Mezzaroba, Ana Luiza; Kerbauy, Gilselena; Fornazieri, Marco Aurélio; Almeida, Silvio Henrique Maia deIntrodução: Atualmente, apesar do desenvolvimento de novos agentes antimicrobianos e dos avanços no suporte nutricional, a taxa de ocorrência de sepse continua aumentando e representa uma das principais causas de morbidade e mortalidade em todo o mundo. Em pacientes vítimas de queimadura corporal essa situação é ainda mais grave tendo em vista que a destruição da barreira epitelial aumenta as chances do paciente em contrair infecção, sendo a mais frequente e grave complicação. Objetivo: Avaliar os novos critérios de definição de sepse em pacientes vítimas de queimaduras hospitalizados em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de um Centro de Tratamento de Queimados (CTQ), caracterizá-los quanto as variáveis demográficas e clínicas, avaliar o desempenho dos escores Sequential Organ Failure Assessment (SOFA), quickSOFA (qSOFA) e critérios de Systemic Inflammatory Response Syndrome (SIRS) para identificação da sepse e como preditores de mortalidade, bem como analisar os fatores associados ao óbito. Métodos: Estudo de coorte retrospectivo, conduzido em UTI de um CTQ, no período de janeiro de 2017 à janeiro de 2020. Foram coletados dados demográficos e clínicos além dos dados necessários para análise das variáveis estudadas. Para cada item do escore qSOFA foi atribuído o valor de 1 ponto de acordo com os seguintes critérios: Frequência respiratória = 22 movimentos/min; Pressão arterial sistólica = 100 mmHg e Alteração do estado de consciência. Foi considerado qSOFA positivo (+) se o escore apresentasse 2 ou 3 pontos. Os critérios da SIRS foram considerados presentes de acordo com os seguintes critérios: Temperatura > 38° C ou < 36° C; Frequência cardíaca > 90 batimentos/min; Frequência respiratória > 20 movimentos/min ou PaCO2 < 32 mmHg (< 4,3 kPa); Leucócitos > 12.000 células/mm3, ou < 4.000 células/ mm3 ou > 10% de formas jovens. Foi considerada SIRS positiva (+) se o paciente apresentasse 2 ou mais critérios. O escore SOFA basal foi considerado zero, se o paciente não apresentasse doença crônica que alterasse o valor do escore. A variação de 2 pontos do escore SOFA foi avaliada pelo escore SOFA na admissão da unidade em relação ao escore basal. A variação de 2 pontos do escore SOFA para o diagnóstico de sepse no dia da infecção foi avaliada pelo escore SOFA do primeiro dia da infecção em relação ao escore SOFA de admissão na unidade. Resultados: Foram analisados 279 pacientes. Entre esses, 182 (65,2%) receberam alta hospitalar e 97 (34,8%) foram a óbito. A média do escore Abbreviated Burn Severity Index (ABSI) foi de 6,7 (DP=2,2) e a média da Superfície Corpórea Queimada (SCQ) foi de 25,6% (DP=17,6). A média do tempo entre a queimadura e a primeira infecção foi de 4,8 dias (DP=4,0). O foco de infecção mais frequente foi pulmonar (38,4%). Quando analisadas as discordâncias com o Teste de McNemar, notou-se que na admissão, 145 pacientes apresentaram SIRS positivo, desses, 112 (44,6%) permaneceram positivo e 33 (13,1%) passaram a apresentar SIRS negativo na primeira infecção documentada. Com o qSOFA, 79 pacientes apresentam qSOFA positivo na admissão, desses, 62 (24,7%) permaneceram positivos e 17 (6,8%) passaram a apresentar qSOFA negativo na primeira infecção documentada. Para o escore SOFA, 187 pacientes apresentaram ?SOFA positivo na admissão, desses, 34 (13,5%) permaneceram positivos e 153 (61,0%) passaram a apresentar ?SOFA negativo na primeira infecção documentada. Quando comparadas as taxas de mortalidade entre os pacientes com infecção e ?SOFA negativo, 125 (65,1%) receberam alta e 67 (34,9%) foram a óbito. Já com ?SOFA positivo, 30 (50,8%) receberam alta e 29 (49,2%) foram a óbito. Idade, SCQ e SOFA admissional foram fatores independentes associados a morte no desfecho hospitalar (p < 0,001). Conclusões: Os novos critérios diagnósticos de sepse aplicando a variação do escore SOFA não apresentaram poder de discriminação em pacientes queimados. Foi identificado aumento de 2,6% no risco para morte para cada ano de aumento da idade, aumento de 3,6% para cada 1% de aumento na SCQ e de 12,7% para cada aumento na pontuação no escore SOFA.Item Avaliação da sensibilidade aos antimicrobianos e caracterização molecular de e. coli isoladas de uroculturas de mulheres atendidas em unidades básicas de saúde e pronto atendimento no município de Londrina(2021-01-29) Tano, Zuleica Naomi; Pavanelli, Wander Rogério; Kobayashi, Renata Katsuko Katayma; Carrilho, Cláudia Maria Dantas de Maio; Perugini, Márcia Regina Eches; Costa, Ivete Conchon; Vespero, Eliana CarolinaIntrodução: A infecção do trato urinário (ITU) é uma das infecções mais comuns de procura ao serviço médico, acometendo milhões de pessoas no mundo todo, sendo a Escherichia coli o principal agente responsável. A resistência aos antimicrobianos tem aumentado expressivamente nos últimos anos, e o perfil de sensibilidade varia de região para região. Os principais antimicrobianos utilizados no tratamento de primeira escolha da ITU são: sulfametoxazol-trimetropim (SMX-TMP), nitrofurantoína, a fosfomicina e as quinolonas, além das cefalosporinas de primeira geração e a amoxicilina-clavulanato como escolha para gestantes. Estudos mostram que a sensibilidade ao SMX-TPM ultrapassa 30% em vários locais do mundo, sendo substituído por alternativas nos guidelines. A presença de bactérias produtoras de betalactamase é muito estudada em ambiente hospitalar, porém sabe-se que essas bactérias alcançaram também as infecções comunitárias, como as ITUs. E. coli Sequency Type (ST)131 e ST648 são responsáveis por ITUs recorrentes e de difícil tratamento com antibióticos de primeira escolha pela alta resistência aos antimicrobianos. A resistência às quinolonas, muito utilizadas em outras infecções, como as respiratórias e abdominais, tem alcançado níveis de alarme em muitos locais, principalmente pelo uso inadequado nas ITUs não complicadas. Objetivo: Caracterizar o perfil de sensibilidade aos antimicrobianos de E. coli de uroculturas de mulheres atendidas em Unidades Básicas de Saúde e de Pronto Atendimento no município de Londrina. Caracterizar os mecanismos moleculares de resistência de isolados resistentes à ciprofloxacina, norfloxacina e ácido nalidíxico e aos ß-lactâmicos, além de conhecer os sorogrupos, ST e a classificação filogenética das amostras resistentes às quinolonas. Metodologia: Foram estudadas as uroculturas realizadas pelo Laboratório Central da Prefeitura (Centrolab) de mulheres atendidas nas Unidades Básicas de Saúde e Pronto Atendimento do município de Londrina, de junho de 2016 a maio de 2017. As culturas positivas foram selecionadas para avaliação no Laboratório do Hospital Universitário. A identificação dos isolados e os testes de sensibilidade a antimicrobianos foram processados pelo Sistema Automatizado VITEK® 2 (bioMérieux). As amostras foram sequenciadas utilizando-se o kit Nextera® XT Sample Preparation (Illumina), no equipamento MiSeq® System (Illumina), pela plataforma NextSeq (Illumina). A classificação filogenética foi executada por PCR. Resultados: No período foram realizadas 56.555 uroculturas, das quais 8.832 foram positivas para E. coli, sendo 5.377 de mulheres. Dessas amostras, 4,7% eram enterobactérias produtoras de betalactamases de espectro estendido (ESBL) e 15,5% resistentes às quinolonas. O SMX-TMP se mostrou resistente em mais de 30% das amostras em todas as faixas etárias dos pacientes. Entre os isolados resistentes às quinolonas, também a resistência à cefalotina, ampicilina e sulfametoxazol-trimetoprim foi maior que 60%. Somente a nitrofurantoína apresentou resultados superiores a 90% de sensibilidade. Nas 33 amostras selecionadas de E. coli para a realização do sequenciamento, obteve-se os seguintes resultados: o ST131”serotype”O25:H4 (n=8) e o ST648”serotype” 01:H6 (n=6) foram os mais frequentes, o gene blaCTX M15 foi o mais encontrado. As mutações nas regiões Gyr A e ParC (QRDR) e o gene aca(6´)-ib-cr na resistência à quinolona mediada por plasmídio (PMQR) foram os mecanismos mais frequentes, produzindo resistência às quinolonas. O grupo filogenético B2 foi o mais encontrado com 54,5% (n=18), seguido pelo grupo B19% (n=3); o grupo não identificado foi responsável por 12,1% (n=4) e os grupos A, C, E e F foram responsáveis por 6,1%. Entre as 33 amostras estudadas, todas tinham pelo menos um fator de virulência, sendo os mais frequentes o iss (n=24), seguido pelo pfA (n=17), gag (n=16), iha (n=12), eilA (n=11) e air (n=10). Conclusão: O SMX-TMP apresentou resistência superior a 30% e a nitrofurantoína manteve altas taxas de sensibilidade, maiores do que 90%. A maioria dos isolados apresentava mutações nas regiões gyrA e parC (QRDR) e os genes aca(6´)-ib-cr e blaCTX M15, pertenciam ao grupo filogenético B2, aos ST131 e ST648 de grande importância epidemiológica, presentes em ITU na comunidade de Londrina. A combinação de genes de resistência a quinolonas associada a genes ESBL diminui o arsenal de antimicrobianos a serem usados em infecções urinárias não complicadas, principalmente na comunidade. Demonstra, assim, a necessidade de estabelecer sistemas de monitoramento locais e nacionais da resistência antimicrobiana no Brasil para fornecer dados às diretrizes de tratamento de ITU na comunidade.Item Resolvina D5 protege a pele contra danos inflamatórios e oxidativos causados pela radiação UVB em camundongos sem pelo(2021-12-22) Saito, Priscila; Casagrande, Rúbia; Melo, Cristina de Paula Barros de; Camilios Neto, Doumit; Georgetti, Sandra Regina; Ceravolo, Graziela ScaliantiA pele é o maior órgão do corpo humano e a principal barreira de proteção do organismo contra agressores externos. Entre os fatores externos destaca-se a exposição à radiação UVB que é uma das principais causas de danos na pele. A exposição aguda à radiação UVB acarreta uma série de efeitos adversos na pele como edema, queimaduras solares, eritema, inflamação e imunossupressão. Além disso, a exposição crônica pode levar ao envelhecimento precoce e ao desenvolvimento do câncer de pele. Neste contexto, a utilização de mediadores lipídicos anti-inflamatórios/pró-resolução como a resolvina D5 (RvD5) para enriquecer o sistema de proteção endógeno e controlar os processos lesivos induzidos pela radiação UVB tornam-se uma alternativa promissora. As RvD5 de maneira geral inibem a produção de citocinas, o recrutamento de células pró inflamatórias e induzem o aumento de moléculas antioxidantes. No presente trabalho foram avaliados os efeitos terapêuticos e mecanismos de ação da RvD5, administrada por via intraperitoneal (ip) ou em formulação tópica, nos danos cutâneos inflamatórios e oxidativos induzidos pela radiação UVB em camundongos sem pelo. Os resultados in vivo demonstraram que os tratamentos sistêmico (ip) e tópico com RvD5 reduziram a inflamação cutânea e protegeram a pele do estresse oxidativo induzidos pela radiação UVB. A melhora no processo inflamatório foi constatada pela diminuição do edema de pele, do recrutamento de neutrófilos, da atividade/secreção da metaloproteinase-9 e da produção de diferentes citocinas induzidas pela radiação UVB. Houve a diminuição do número de queratinócitos apoptóticos, de mastócitos, do espessamento da epiderme e da degradação das fibras de colágeno. O tratamento com RvD5 também protegeu a pele do estresse oxidativo, por manter a glutationa reduzida e a atividade da catalase em níveis basais, e ainda diminuiu a produção de hidroperóxidos lipídicos e de ânions superóxidos. A RvD5 também foi capaz de aumentar a expressão de RNAm para NADPH: quinona oxidoredutase 1 (NQO1), fator nuclear [derivado eritróide-2] tipo 2 (Nrf2) e heme oxigenase 1 (OH-1). Esses resultados sugerem o uso do mediador lipídico RvD5 como estratégia promissora para controlar doenças cutâneas causadas pela exposição à radiação UVB.Item Viabilidade celular, medidas digitais e características de rolagem de enxertos pré-cortados para ceratoplastia endotelial pré-Descemet pelo banco de olhos(2021-09-21) Prado, Rodrigo Bueno do; Casella, Antonio Marcelo Barbante; Fornazieri, Marco Aurélio; Verri Junior, Waldiceu; Rodrigues, Antônio Carlos Lottelli; Borghi, Sérgio Margues; Oguido, Ana Paula Miyagusko TabaObjetivo: determinar a viabilidade celular, medidas digitais, e características de rolagem de enxertos pré-cortados para ceratoplastia endotelial pré-Descemet, e investigar a percepção de observadores sobre vídeos da técnica em duas e três dimensões (3D). Desenho: estudo experimental com 49 botões corneoesclerais destinados ao descarte entre agosto de 2018 e setembro de 2020 pelo banco de olhos de Londrina. Participantes: foram incluídas 47 córneas com densidade celular endotelial (DCE) acima de 2.000 células/mm2 (céls./mm2), duas córneas foram excluídas por facectomia prévia. Intervenção: dados de idade, sexo, diabetes mellitus, DCE, tempo entre óbito e preservação (TOP), tempo total preservação (TTP) foram coletados do prontuário do banco de olhos. Foram gravadas as dissecções dos enxertos utilizando microscópio binocular (MB) ou o sistema cirurgia com cabeça erguida em 3D (CCE-3D) por conveniência. Os botões corneoesclerais foram dissecados por injeção de ar intraestromal e formação de grande bolha (GB). GB do tipo-1 e do tipo-3 foram cortadas com tesoura para ceratoplastia endotelial pré-Descemet (CEPD), e GB do tipo-2 foram esvaziadas e cortadas com trépano 8,25 mm para ceratoplastia endotelial da membrana de Descemet (CEMB) como grupo comparativo. O tempo do procedimento (TP), volume de ar injetado (VAI), e escore de rolagem (ER) foram determinados; quatro quadros selecionados do procedimento tiveram as medidas digitais obtidas no “FIJI-ImageJ”: distância branco a branco posterior (DBBP), diâmetro da GB (DGB), largura central do enxerto (LCE), LCE após coloração por azul de trypan (AT-LCE), comprimento do enxerto (CDE), área do enxerto (AE), e circularidade da margem do enxerto (CME). A correlação entre as variáveis foram analisadas por regressão linear, correlação de Pearson e o teste “t student´s”. Análise de viabilidade/citotoxicidade de enxertos representativos para CEPD foi realizada com microscópio confocal fluorescente, após tripla coloração com Hoeschst, ethidium-homodimer e Calcein AM. As imagens obtidas foram processadas no programa “FIJI-ImageJ” quanto à DCE e porcentagem de área viável (PAV). Dois vídeos editados da dissecção em duas e 3D foram apresentados para oftalmologistas observadores e foi aplicado questionário comparativo sobre visibilidade das estruturas, qualidade da imagem, profundidade de foco, e capacidade de ensino. O valor de P<0,05 foi estatisticamente significativo. Resultados: A idade média dos doadores foi 53,85 ± 14,5 anos, 18 eram homens (66,6%), DCE média foi 2.376 ± 244 cél./mm2, TOP foi 14,48 ± 8,83 horas e TTP foi 36,56 ± 25,64 dias. Foram obtidos 24 enxertos para CEPD (51%), 17 para CEMD (36,2%), e seis falhas (12,8%). TP com CCE-3D foi 12,02 ± 6,33 min e com MB foi 13,55 ± 5,05 min (P>0,05). TP para CEPD foi 12,5 ± 5,7 min e CEMD foi 4,7 ± 4,1 min (P<0,05). Enxertos para CEPD e CEMD tiveram DBBP semelhantes (P>0,05), as demais variáveis foram, significativamente, diferentes entre as duas modalidades (P<0,05). LCE e AT-LCE de enxertos para CEPD foram 2,34 ± 0,39 e 2,39 ± 0,363 (P=0,29), e para CEMD foram 1,95 ± 0,41 mm e 1,92 ± 0,40 (P>0,05) respectivamente. Não houve alteração da ER após coloração por AT, CEPD apresentou ER-2 em 12/24 (50%), CEMB apresentou ER-3 em 12/17 (70,5%). LCE teve relação inversa com ER nas duas modalidades. Houve correlação linear positiva entre LCE e idade somente nos enxertos para CEMD. Enxertos para CEPD com CCE-3D tiveram DCE viável de 2.407 céls./mm2 e DCE inviável de 37 céls./mm2, com PAV de 80,1%. O questionário apresentou resultados superiores para CCE-3D em todos os itens questionados (P<0,05). Conclusão: viabilidade celular, medidas digitais, características de rolagem de enxertos para CEPD foram relatados pela primeira vez. A LCE para CEPD tem dimensões significativamente maiores que enxertos para CEMD, e não houve alteração significativa após coloração de AT. Imagens tridimensionais obtiveram melhores resultados em questionário comparativo da dissecção do enxerto.Item Potencial terapêutico de formulações tópicas contendo Maresina 1 e Lipoxina A4 na inflamação e estresse oxidativo induzidos pela radiação UVB(2021-08-13) Cezar, Talita Laiane Cardozo; Casagrande, Rúbia; Martinez, Renata; Vicentini, Fabiana Testa Moura de Carvalho; Fattori, Victor; Vilela, Fernanda Maria PintoA pele é o maior órgão do corpo humano em extensão e a primeira barreira do organismo a fatores do meio externo. Entre estes, destaca-se à exposição à radiação UVB que pode causar aumento dos radicais livres, inflamação cutânea, a qual pode levar ao desenvolvimento de câncer e envelhecimento precoce. O entendimento contemporâneo da resolução da inflamação envolve a sinalização de vias pró-resolutivas com a biossíntese de mediadores lipídicos pró-resolutivos especializados (SPMs), que tem a função de limitar o processo inflamatório e promover sua resolução. Dentre eles, podemos destacar a MaR1, um SPM derivado do ácido graxo decosahexaenóíco (DHA), e a LXA4, um SPM derivado do ácido araquidônico (AA). Ambas moléculas possuem efeitos analgésico, anti-inflamatórios e antioxidade. Assim, est pesquisa teve como objetivo avaliar a eficácia terapêutica de formulações tópicas contendo MaR1 ou LXA4 (incorporadas em creme e gel creme, respectivamente) nos danos cutâneos induzidos pela radiação UVB em camundongos. Para induzir danos à pele, camundongos sem pelo da linhagem HRS/J (CEUA nº017/2015, processo CEUA n° 1447.2015.10) foram expostos a uma dose de irradiação UVB aguda de 4,14 J/cm2, e as amostras de pele dorsal foram coletadas para avaliar a resposta inflamatória e o estresse oxidativo por meio dos testes de edema de pele, atividade da mieloperoxidase (MPO), atividade/secreção de metaloproteinase-9, capacidade antioxidante global (FRAP), níveis dos antioxidantes endógenos glutationa reduzida (GSH) e catalase (CAT), produção de ânion superóxido e hidroperóxidos lipídicos e avaliação histopatológica pelas colorações de hematoxilina eosina (H & E), azul toluidina e tricrômico de masson. Os resultados in vivo evidenciaram que as formulações tópicas contendo MaR1 ou LXA4 reduziram a inflamação cutânea, diminuindo o edema de pele, o recrutamento de neutrófilos, a atividade de metaloproteinase-9, a apoptose dos queratinócitos, o espessamento da epiderme, o número de mastócidos e a degradação de fibras de colageno comparada com os grupos controles. A mesma comparação foi realizada para se determinar o efeito das formulações tópicas contendo MaR1 ou LXA4 contra o estresse oxidativo induzido pela radiação UVB e foi demonstrado que estas formulações mantiveram os níveis de redução ferrica (FRAP), de GSH e a atividade da CAT semelhantes ao grupo não irradiado, e ainda diminuíram a produção de hidroperóxidos lípidicos e de ânions superóxidos. Dessa forma, os resultados sugerem que as formulações contendo MaR1 ou LXA4 são um potente aliado na prevenção/resolução da inflamação da pele e inibição do estresse oxidativo induzido pela radiação UVB.Item Pregabalina altera a performance reprodutiva de camundongos machos e promove malformações na prole de camundongos fêmeas e ratas(2023-02-23) Mestre, Viviane de Fátima; Salles, Maria José Sparça; Dionísio, Andressa de Freitas Mendes; Venturini, Danielle; Reiche, Edna Maria Vissoci; Moreira, Estefânia GastaldelloA pregabalina é um fármaco pertencente ao grupo gabapentinoides neuromodelador com ação antiepilética e analgésica. Tem sido administrada em dor neuropática, fibromialgia, transtorno de ansiedade generalizada e como adjuvante para epilepsia. O efeito analgésico da pregabalina se dá pela sua capacidade de ligar-se à subunidade da proteína a2-d dos canais de cálcio voltagem-dependentes. Considerando a escassez de estudo sobre o tratamento de pregabalina em homens em idade fértil e mulheres gestantes, este trabalho teve como objetivo avaliar as possíveis alterações causadas pelo fármaco quando administrado em camundongos durante a espermatogênese; após exposição pré-natal na prole de camundongos fêmeas e após exposição pré-natal na prole de ratas sobre a odontogênese e osso trabecular da mandíbula. Para a análise da fertilidade masculina e malformação da prole, camundongos machos receberam diariamente via gavagem, 200 mg/kg de pregabalina por um período de 45 dias; após este período esses animais foram acasalados com fêmeas não tratadas. Para a avaliação dos parâmetros maternos e malformações na prole, camundongos prenhes foram tratadas com pregabalina (200 mg/kg), via gavagem do 5º dia ao 17º dia de prenhez. No 18º dia de prenhez as fêmeas foram submetidas a eutanásia e realizada a laparotomia para a avaliação do desenvolvimento intrauterino. Os fetos foram analisados quanto às malformações congênitas externas, viscerais e esqueléticas. Para a análise da odontogênese e do osso trabecular da mandíbula, ratas prenhes foram tratadas com pregabalina (200 mg/kg) do 5° dia de prenhez ao dia antecessor ao parto (20° dia). No pós-natal dia 30, foram selecionados aleatoriamente 8 filhotes de cada grupo para análise do primeiro molar inferior direito e do osso trabecular adjacente utilizando a microtomografia computadorizada. A administração da pregabalina em camundongos machos mostrou um aumento significativo da medida dos testículos (P = 0,009), alterações morfológicas dos espermatozoides (P < 0,0001), diminuição no escore de Johnsen (P = 0,0002), aumento das células de Leydig (P = 0,0002) e diminuição do nível da testosterona (P = 0,0152). Além disso, a análise dos parâmetros da prole mostrou diminuição significativa do peso da placenta (P = 0,0001), do peso (P = 0,0035) e comprimento dos fetos (P = 0,003), da taxa de viabilidade fetal (P = 0,0458) e aumento significativo do número de reabsorções (P = 0,003) e da perda pós-implantação (P =0,0458). As anomalias significativas observadas na prole foram alteração do tamanho dos rins (P = 0,0058), metacarpos e falanges ausentes (P < 0,0001), alteração do esterno (P < 0,0001) e vértebras torácicas supranumerárias (P = 0,003). A administração da pregabalina em camundongos fêmeas prenhes apontou aumento significativo na taxa de reabsorção (P = 0,041) e diminuição significativa do peso da placenta (P < 0,0001), do comprimento (P = 0,0249) e peso dos fetos (P = 0,0484) e da viabilidade fetal (P = 0,0038). Foi verificado que 67,5% dos fetos eram pequenos para a idade de prenhez (P < 0,0001). As malformações observadas foram ventriculomegalia fetal (P < 0,0001) e ossificação incompleta do osso supraoccipital (P < 0,0001). Quanto a análise da administração da pregabalina em ratas prenhes, houve diminuição significativa de ganho de peso materno (P = 0,0139) e de filhotes vivos (P = 0,0213). Durante o acompanhamento pós-natal, houve uma diminuição significativa do peso (F=2,67; P=0,048) e do comprimento (F=9,49; P<0,0001) da prole e atraso da erupção dos dentes incisivos (P = 0,001). A análise do primeiro molar inferior direito, utilizando a microtomografia computadorizada, mostrou diminuição significativa do esmalte (P = 0,0043). A avaliação do tecido ósseo trabeculado adjacente ao primeiro molar mostrou que a pregabalina foi capaz de aumentar significativamente o percentual de volume ósseo (P = 0,0208) e diminuir o volume (P = 0,0266) e percentual de poros abertos (P = 0,0208). Na análise histológica, nenhuma alteração na organização celular foi observada. Em conclusão, o tratamento com pregabalina produziu efeitos tóxicos sobre a função reprodutiva de camundongos machos, efeito embriotóxico na prole durante a gestação nos dois modelos animais além de potencial efeito teratogênico.Item Fatores intraparto relacionados a traumas perineais e efeitos do uso precoce e supervisionado do Epi-No® na prevenção de lesões perineais e incontinência urinária pós-parto normal em primigestas de baixo risco(2022-04-28) Malucelli, Cíntia Spagnolo Gomes; Almeida, Sílvio Henrique Maia de; Pitta, Fábio de Oliveira; Grion, Cintia Magalhães Carvalho; Averbeck, Márcio Augusto; Riccetto, Cássio Luís Zanettini; Moreira, Eliane Cristina HilberathIntrodução: O trauma perineal é complicação obstétrica frequente no parto vaginal, ainda havendo dúvidas sobre os fatores de risco e preventivos para sua ocorrência, e sobre a realização de episiotomia seletiva. Objetivos: O primeiro objetivo foi avaliar a frequência da episiotomia e lesões perineais espontâneas e suas correlações com tempo de expulsivo, peso do bebê e escore de Apgar. O segundo objetivo foi estudar efeito do uso supervisionado do Epi-No® na prevenção de lesões perineais e incontinência urinária (IU) 6 meses após o parto em primigestas. Materiais e métodos: Para o primeiro objetivo realizou-se um estudo de coorte prospectivo, realizado no período de 2017 a 2019. A fonte de dados foi realizada por meio de pesquisa em prontuários. Coletou-se do registro da sala de parto, a identificação materna, via de parto, uso de instrumentos, grau de laceração, sutura e episiotomia, duração do segundo estágio do parto, peso do bebê e escore de Apgar do 1º e 5º minuto. Para o segundo objetivo realizou-se estudo tipo ensaio clínico não randomizado, conduzido no período de 2017 a 2019. O grupo estudo (GE) foi avaliado antes da intervenção (entre 30a e 32a semana) e 6 meses após o parto. O grupo controle (GC) foi avaliado uma única vez, no sexto mês após o parto. O GE realizou 10 sessões individuais (duas vezes por semana durante 5 semanas) supervisionadas por um fisioterapeuta a partir da 34ª semana com o aparelho Epi-No® que é um tipo de dilatador vaginal utilizado com o objetivo de favorecer o alongamento das estruturas perineais. A IU foi avaliada através da pontuação no International Consultation on Incontinence Questionnaire – Short Form (ICIQ-SF) e a força muscular do assoalho pélvico por meio da perineometria. Resultados: No primeiro estudo foram incluídas 399 primigestas, 22,56% tiveram períneo íntegro, 38,72% laceração de primeiro grau, 23,33% de segundo grau e 0,51% de terceiro grau. A frequência de episiotomia foi de 14,87%. O tempo de expulsivo maior que 60 minutos trouxe 3,5 vezes mais chances de lesão perineal profunda. Bebês nascidos com peso acima de 3.288 gramas apresentaram maiores chances de traumas perineais com sutura. A episiotomia seletiva foi associada a menor pontuação do Apgar 1 minuto e maior tempo de período expulsivo. No segundo estudo foram analisadas 37 mulheres no GE e 32 no GC. Houve diferença entre os grupos na frequência das lesões superficiais e profundas, o GE apresentou um maior número de participantes com períneo integro ou laceração grau 1. O GC teve 9,86 maior chance de apresentar laceração perineal grau 2 ou 3, e realização de episiotomia. Enquanto o GE teve 96,7% menor chance de laceração profunda. Observou-se também que as mulheres do GE apresentaram uma mediana na pontuação do ICIQ-SF pós-parto significativamente menor do que as do GC. Observou-se uma correlação negativa estatisticamente significante, ou seja, quanto maior a força perineal, menor a pontuação no ICIQ-SF. Conclusões: No primeiro estudo observou-se que um maior peso do bebê e período expulsivo mais longo são fatores que se associam com maiores porcentagens de traumas perineais profundos e sutura. No segundo estudo, concluiu-se que o uso do dispositivo Epi-No® a partir de 34 semanas e acompanhado por um fisioterapeuta especialista foi associado a redução de lesões perineais profundas e IU 6 meses após o parto vaginalItem Efeitos reprodutivos e sistêmicos de desoxinivalenol e fumonisina B1 em modelo ex vivo e in vivo em ratos e suínos(2022-05-26) Gerez, Juliana Rubira; Verri Júnior, Waldiceu Aparecido; Santos, Joice Sifuentes dos; Flaiban, Karina Keller Marques da Costa; Abel, Marcia Nogueira Castaldi; Di Santis, Giovana Wingeter; Bracarense, Ana Paula Frederico Rodrigues LoureiroMicotoxinas são toxinas fúngicas, encontradas em alimentos a base de cereais no mundo todo. Desoxinivalenol (DON) e fumonisina B1 (FB1) são as mais frequentes fusariotoxinas e induzem toxicidade imune e intestinal em humanos e animais. Recentemente, uma associação entre micotoxinas e alterações na fertilidade tem sido sugerida, mas são escassos os estudos in vivo relacionados aos efeitos de micotoxinas sobre o sistema reprodutivo. Ainda, fatores relacionados ao hospedeiro como sexo e idade podem influenciar a toxicidade de DON. Apesar disso, em estudos toxicológicos envolvendo DON, a resposta dependente de sexo e idade tem sido frequentemente negligenciada. Desse modo, o presente trabalho teve como objetivo avaliar a toxicidade ex vivo e in vivo de duas importantes micotoxinas nos ovários de suínos (DON e/ou FB1), testículo e ovários de ratos durante o período juvenil e peripuberal (DON). Em adição, nos ratos o dimorfismo sexual foi avaliado sobre a toxicidade sistêmica de DON, com ênfase na participação do estresse oxidativo no mecanismo toxicológico de DON. Para isso, foram realizados dois experimentos. Experimento 1: Setenta e dois explantes ovarianos foram obtidos de 6 suínos e submetidos aos tratamentos controle (meio MEM), DON (10 µM), FB1 (100 µM) e DON+FB1 (10 µM e 100 µM). Avaliação histológica e imunohistoquímica foram realizadas para identificar alterações histológicas, proliferação celular e apoptose. A peroxidação lipídica e capacidade antioxidante também foram avaliadas. Experimento 2: 24 ratos Wistar juvenis com 28 dias de vida (12 fêmeas e 12 machos) foram divididos em grupo controle (n=12 – 6 fêmeas e 6 machos, dieta livre de micotoxina) e grupo DON (n=12 – 6 fêmeas e 6 machos, dieta contaminada com 10 mg de DON/kg de ração). Após 28 dias de tratamento, amostras de sangue, intestino, fígado, rim, ovário e testículo foram colhidos para análises clínica (bioquímica e hematológica), histopatológica, histoquímica, imunohistoquímica e estresse oxidativo. No experimento 1 a exposição às micotoxinas induziram um aumento de folículos degenerados com uma diminuição de folículos viáveis. Uma diminuiçao significativa na proliferação de células da granulosa foi observada em todos os tratamentos. O tratamento DON+FB1 foi responsável por um aumento no índice apoptótico de folículos em crescimento. Por outro lado, o tratamento com FB1 e combinado induziram uma diminuição na peroxidação lipídica e um aumento na resposta antioxidante. No experimento 2 a toxicidade de DON foi verificada no testículo, ovários e útero de ratos durante o período juvenil e peripuberal. Nos ovários e útero uma redução no peso dos órgãos foi acompanhada por um aumento significativo na expressão de BAX e caspase-3 e diminuição na expressão de BCL-2 na maioria dos estágios foliculares e corpo lúteo. Nos testículos a toxicidade de DON foi associada com uma redução no número de células de Sertoli e Leydig e no número de túbulos seminíferos no estágio XIV. Um aumento no número de regiões organizadoras de núcleolo em túbulos no estágio I-VI foi observada nos animais expostos a micotoxina. Efeitos relacionados ao sexo foram observados na toxicidade sistêmica de DON em ratos submetidos a uma dieta contaminada durante o periodo juvenil e peripuberal. DON induziu resposta anoréxica em machos mas não em fêmeas, enquanto somente fêmeas mostraram um aumento nos níveis de creatinina e triglicerídeos. Independentemente do sexo, os animais expostos à micotoxina apresentaram aumento no número de linfócitos e leucócitos, redução significativa nos níveis de hemoglobina, hematócrito, volume corpuscular médio, hemoglobina corpuscular média e neutrófilos. Em machos e fêmeas alimentados com DON, lesões histológicas foram observadas no intestino, fígado e rim. Finalmente, um aumento do potencial antioxidade no intestino, fígado e rim foi verificado nos animais alimentados com a dieta contaminada. No entanto, este efeito não foi capaz de prevenir o estresse oxidativo no tecido renal. Desse modo, em modelo ex vivo DON e FB1 sozinhas e em combinação modulam a resposta ao estresse oxidativo, interferindo na produção de radicais livres e afetando a capacidade reprodutiva de suínos. Em modelo in vivo a exposição juvenil e peripuberal ao DON induz a ativação de via apoptótica nos ovários e compromete a estrutura testicular de ratos alterando a dinâmica da espermatogênese. Na exposição juvenil e peripuberal a DON, a predileção de machos aos efeitos anoréxicos de DON foram confirmados e podem influenciar parâmetros bioquímicos. DON induziu alterações hematológicas e histológicas no intestino, fígado e rim em machos e fêmeas. Nos rins de animais expostos a dieta contaminada com a micotoxina, o estresse oxidativo é um importante mecanismo na toxicidade alimentar de DON.Item Avaliação de características clínicas, espessura da camada médio-intimal da carótida e níveis plasmáticos de biomarcadores da coagulação, inflamação e disfunção endotelial como potenciais preditores do déficit funcional e mortalidade em pacientes comLehmann, Ana Lucia Cruz Fürstenberger; Reiche, Edna Maria Vissoci [Orientador]; Lozovoy, Marcell Alysson Batisti; Breganó, José Wander; Souza, Mônica Marcos de; Alfieri, Daniela Frizon; Kaimen-Maciel, Damacio Ramón [Coorientador]Resumo: Introdução: O acidente vascular cerebral isquêmico (AVCI) agudo é uma das principais causas de morbimortalidade em todo o mundo e está associado a uma importante incapacidade funcional a curto e longo prazo Diferentes variáveis demográficas, clínicas, de imagem e laboratoriais foram propostas como potenciais biomarcadores para predição do desfecho do AVCI No entanto, a maioria dos estudos avaliou biomarcadores isoladamente e apresentaram resultados conflitantes Objetivo: Avaliar um conjunto de variáveis demográficas, clínicas, de imagem e biomarcadores laboratoriais como potenciais preditores de incapacidade e mortalidade a curto prazo, bem como mortalidade a longo prazo em pacientes com AVCI Métodos: O estudo envolveu 153 pacientes com AVCI inseridos consecutivamente Variáveis demográficas, antropométricas, fatores de risco para AVCI, informações clínicas, a gravidade do AVCI usando a National Institute of Health Stroke Scale (NIHSS) e amostras de sangue foram obtidas dentro de 24 horas da admissão A gravidade foi categorizada em leve (NIHSS -4), moderada (NIHSS 5-14) e grave (NIHSS =15) A espessura médio-intimal da carótida (cIMT) e a estenose carotídea foram visualizadas por ultrassonografia com doppler realizada durante a hospitalização do paciente A cIMT foi categorizada em <1, mm e =1, e o grau de estenose em <5% e =5% O desfecho a curto prazo foi avaliado pela escala de Rankin modificada (mRS) três após a admissão e caracterizado como incapacidade leve (mRS<3), incapacidade moderada/grave (mRS=3) ou óbito (mRS=6) O desfecho a longo prazo foi carecterizado como sobrevida e não sobrevida após 12 meses após a admissão Os biomarcadores laboratoriais incluíram moléculas de diferentes vias, tais como resposta inflamatória, coagulação e disfunção endotelial Resultados: Os resultados foram apresentados em dois artigos originais: no primeiro artigo, incluímos 16 pacientes com AVCI, a mediana da idade foi de 66 anos e os fatores de risco modificáveis mais frequentes para o AVCI foram hipertensão arterial sistêmica (71,2%), dislipidemia (48,1%) e diabetes mellitus tipo dois (DMT2) (3,8%) Estenose carotídea =5% (p=,32), DMT2 (p=,16) e NIHSS (p<,1) foram preditores de incapacidade moderada/grave a curto prazo; juntas, essas variáveis classificaram corretamente 85,2% de todos os casos (sensibilidade: 9,2%; especificidade: 81,8%) Somente o NIHSS previu a mortalidade a curto prazo e classificou corretamente 85,7% de todos os casos (sensibilidade: 95,8%, especificidade: 47,4%) Na análise de regressão de Cox, com a adição de possíveis variáveis confundidoras, os pacientes com AVCI com maior NIHSS apresentaram menor sobrevida após três meses de acompanhamento do que aqueles com menor NIHSS [odds ratio (OR): 4,35, 95% intervalo de confiança (IC): 1,46-116, p=,29] No segundo artigo, incluímos 14 pacientes com AVCI; 21,1% não sobreviveram após 12 meses de acompanhamento Os que não sobreviveram, apresentaram maior NIHSS e cIMT, menores níveis de antitrombina e maiores níveis de fator VIII (FVIII), proteína C reativa ultrassensível (usPCR), interleucina (IL)-1 e molécula de adesão celular vascular solúvel 1 (sVCAM-1) do que os que sobreviveram (p<,5) No entanto, apenas o NIHSS e os níveis de usPCR foram preditores independentes de mortalidade a longo prazo (OR: 1,15; intervalo de confiança de 95% IC de 1,4-1,28, p=,7 e OR: 1,89, IC de 95%: 1,9-3,78, p=,41, respectivamente) O modelo combinado de NIHSS e níveis de usPCR apresentou melhor resultado [área sob a curva (AUC): ,84, IC 95%: ,679-,927] do que os modelos NIHSS e usPCR isoladamente como preditores de mortalidade a longo prazo (AUC: ,766, IC 95%: ,663-,89 para NIHSS e AUC: ,669, IC 95%: ,546-,832 para usPCR) Juntos, o NIHSS e a usPCR classificaram corretamente 87,7% dos casos, com sensibilidade de 98,1%, especificidade de 46,2%, valor preditivo positivo de 81,2% e valor preditivo negativo de 89,2% Conclusão: A presença de estenose carotídea =5% e DMT2 juntamente com escore elevado de NIHSS na admissão hospitalar foram preditores de maior incapacidade e o NIHSS foi preditor de mortalidade aos três meses Além disso, o NIHSS e os níveis de usPCR obtidos dentro de 24 horas após a internação dos pacientes com AVCI foram biomarcadores preditivos precoces de mortalidade a longo prazo Portanto, o uso de um modelo combinado de biomarcadores, como NIHSS e usPCR, pode prever precocemente o prognóstico dos pacientes com AVCIItem Efeito do plasma rico em plaquetas (PRP) associado ao exercício físico em lesão muscular e articular em ratos wistarsPereira, Wagner Menna; Pavanelli, Wander Rogério [Orientador]; Verri Junior, Waldiceu Aparecido; Araújo, Eduardo José de Almeida; Borghi, Sérgio Marques; Kerppers, Ivo IlvanResumo: Introducao: O Plasma Rico em Plaquetas (PRP) e uma tecnica altamente utilizada em procedimentos biologicos, por gerar fatores de crescimento que aceleram o processo de reparo tecidual em lesoes articulares e musculares A realizacao de exercicio fisico (EXE) atualmente e a tecnica mais utilizada na area de reabilitacao, para acelerar o processo de reparo das lesoes e devolver a capacidade funcional das articulacoes e dos musculos O presente estudo, teve como objetivo analisar o efeito biologico da terapia com PRP, Exercicio (EXE) ou PRP+EXE em lesao muscular e articular atraves da analise da presenca de polimorfonucleares e mononucleares, caracterizar a deposicao de colageno e avaliar a producao de citocinas nos modelos de lesoes induzidas em ratos, nas fases aguda (3 dias) e tardia (14 dias) Materiais e Metodos: Foram incluidos 8 ratos wistars, divididos em grupos controle (n=2), PRP (n=2), EXE (n=2) ou PRP+EXE (n=2) O PRP foi obtido por centrifugacao do sangue autologo, e inserido imediatamente no local das lesoes articulares e musculares A lesao articular foi induzida pela aplicacao de Adjuvante de Freud, e a lesao muscular foi induzida por mecanismo traumatico A realizacao do exercicio fisico se deu em esteira ergometrica adaptada, com duracao de 5 minutos, 1 vez por dia, todos os dias em velocidade de 2cm/seg Resultados: Para a lesao muscular na fase aguda (3 dias) houve uma reducao de cNOS em todos os grupos tratados, aumento de NFKB e VEGF no tratamento isolado com PRP e no tratamento isolado com EXE A associacao de PRP+EXE reduziu IL-4, IFN e TNFa Ja na fase tardia (14 dias), houve diminuicao de VEGF em todos os grupos tratados, mas somente o grupo EXE foi capaz de diminuir cNOS Os grupos PRP isolado e PRP+EXE aumentaram IL-1 e NFKB e somente o grupo associacao de PRP+EXE foi capaz de reduzir IL-4 e TGFb1 Em relacao a deposicao de colageno, todos os tratamentos foram efetivos em aumentar a quantidade de fibras de colageno maduro no 14o dia apos a lesao em relacao ao controle no 3o dia pos lesao Na lesao articular na fase aguda (3 dias), houve reducao de polimorfonucleares nos grupos EXE e associacao entre PRP+EXE Alem disso, todos os grupos tratados na fase aguda reduziram NFKB, TGFb1 e VEGF Ja na fase tardia (14 dias) o tratamento com PRP aumentou VEGF, enquanto que o PRP isolado aumentou NFKB e diminuiu a quantidade de celulas mononucleares assim como a associacao PRP+EXE que induziu o aumento de IL-1 Conclusao: Tanto na lesao muscular quanto na lesao articular todos os tratamentos induziram reducao de infiltrado inflamatorio diminuindo a hemorragia na fase inicial Ja na fase tardia os tratamentos apresentaram melhor resposta cicatricial no musculo do que na articulacao A associacao PRP+EXE demonstrou melhores resultados na producao de citocinas em ambas as lesoes induzidasItem Efeito do hormônio de crescimento sobre a produção de betahidroxibutirato em pacientes com pré-diabetes ou diabetes mellitus tipo 2 tratados com empagliflozinaRocha, Aline Franco da; Carrilho, Alexandre José Faria [Orientador]; Delfino, Vinicius Daher Alvares; Verri Junior, Waldiceu Aparecido; Correa-Gianella, Maria Lúcia; Bertolini, Gisele LopesResumo: Introdução: Fármacos inibidores do receptor SGLT2 reduzem a glicemia ao provocarem glicosúria, porém aumentam as concentrações plasmáticas de glucagon e betahidroxibutirato O glucagon atua no fígado e não tem efeito relevante sobre a lipólise periférica e a liberação de ácidos graxos livres como substrato para cetogênese, ação essa atribuída ao GH Objetivo: avaliar a participação do GH no aumento da produção de betahidroxibutirato em pacientes com pré-diabetes ou DM2 tratados com empagliflozina 25mg ao dia Materiais e métodos: Ensaio clínico com seguimento por 28 dias, do qual participaram 17 Indivíduos com mais de 18 anos, homens e mulheres, com pré-diabetes ou DM2, índice de massa corporal entre 25 e 4 kg/m2, HbA1c> 5,7 e <11% Foram excluídos os pacientes que: utilizavam antidiabéticos orais exceto metformina, com presença de microalbuminúria ou doença renal crônica, gestação, cirurgia bariátrica prévia, doença hepática ou cardíaca com repercussão no controle glicêmico, disfunção tireoidiana descontrolada Intervenção: o estudo foi dividido em 3 testes Obtiveram-se amostras de sangue nos tempos: -6, , 3, 6, 9, 12, 18, 24 minutos, primeira amostra em jejum e as seguintes após refeição padronizada nos 3 testes: 1 baseline, 2 tratamento com empaglifozina (1mg/ 21 dias) e 3 tratamento com empaglifozina (1mg/ 28 dias) + bloqueio do GH pelo pegvisomanto 3mg Foram mensurados os valores de insulina, glicose, triglicerídeos, glucagon, GH, colesterol total e frações, AGL, betahidroxibutirato e IGF-1 Resultados: o uso da empaglifozina por 21 dias reduziu os valores plasmáticos de glicose, insulina, triglicerídeos e aumentou os valores plasmáticos de glucagon e betahidroxibutirato A administração de pegvisomanto restaurou as concentrações de betahidroxibutirato a valores plasmáticos semelhantes aos do baseline Conclusão: nossos dados sugerem que o GH desempenha um papel permissivo no aumento das concentrações plasmáticas de ß-hidroxibutirato em pacientes tratados empagliflozinaItem Avaliação dos marcadores inflamatórios, metabólicos, hormonais e de estresse oxidativo e nitrosativo em pacientes com esclerose múltipla : um estudo de seguimentoPereira, Wildéa Lice de Carvalho Jennings; Reiche, Edna Maria Vissoci [Orientador]; Oliveira, Karen Brajão de; Kaimen-Maciel, Damacio Ramón; Oliveira, Sayonara Rangel de; Carrilho, Alexandre; Simão, Andréa Name Colado [Coorientadora]Resumo: Introdução: Fatores genéticos, hormonais, ambientais e alterações nas vias metabólicas e imunológicas desempenham um papel importante no desenvolvimento e no curso clínico da esclerose múltipla (EM) Além disso, uma associação entre prolactinemia com sexo, incapacidade e formas clínicas dos pacientes com EM foi relatada com resultados conflitantes Objetivo: Avaliar o papel de biomarcadores inflamatórios, metabólicos, hormonais, de estresse oxidativo e nitrosativo (IMO&NS) na incapacidade, progressão da doença e formas clínicas, bem como a associação de prolactina com formas clínicas e acúmulo de incapacidade ao longo do tempo em pacientes com EM durante 16 meses Métodos: Foi realizado um estudo longitudinal com a inclusão de 14 pacientes com EM, nas formas recorrente-remitente (EMRR) e progressivas de EM (EMProg) que incluíram as formas primariamente progressiva (EMPP) e secundariamente progressiva (EMSP) Os dados clínicos e laboratoriais foram obtidos na admissão (T) e após oito (T8) e 16 meses (T16) da inclusão no estudo A Escala do Estado de Incapacidade (EDSS) foi aplicada em T, T8 e T16 e a variação dos escores de EDSS entre os tempos (?EDSS) foi calculada Valores de ?EDSS (como variável contínua ou dicotomizada como = ou >) foram usados para avaliar a progressão da incapacidade da doença Os resultados foram expressos, também, como escores compostos ponderados por unidades z Resultados: No primeiro artigo, foram avaliados 14, 128 e 122 pacientes com EM em T, T8 e T16, respectivamente A incapacidade em T, T8 e T16 foi maior entre pacientes com EMProg do que aqueles com EMRR Destes, 47 pacientes apresentaram acúmulo de incapacidade, aumentando de 3,4 (T) para 4,5 (T8) e para 5,1 (T16) Idade, frequência de tabagismo, paratormônio (PTH) e homocisteína foram maiores, enquanto o ácido fólico foi menor entre esses pacientes A variação da incapacidade (?EDSS) foi positivamente associada à hipertensão arterial sistêmica (HAS), idade, proteína C-reativa avaliada por método ultrassensível (usPCR), interleucina (IL)-17 e produtos avançados de oxidação proteica (AOPP) e negativamente associada ao ácido fólico e cálcio A variação do ?EDSS de T8 a T16 foi predita pela redução de 25-hidroxivitamina D [25(OH)D] e ácido fólico de T a T8, e um aumento dos escores compostos pelas citocinas zIL-6+zIL-17-zIL-4 de T a T8 Além disso, 4,3% do ?EDSS em T16 foi explicado pela HAS, idade, tabagismo e o escore homocisteína-ácido fólico em T16 (positivamente), 25(OH)D em T8 (negativamente) e zIL-6+zIL-17-IL- 4 (positivamente) em T16 PTH, IL-6 e IL-4 foram mais elevados e 25(OH)D foi menor entre os pacientes com EMProg do que aqueles com EMRR No segundo artigo, avaliamos os níveis séricos de prolactina e ferritina em 12 pacientes com EM, sendo 11 com EMRR e 19 com EMProg Em uma primeira análise, a prolactina foi associada à incapacidade ao longo do tempo, mas após a introdução da idade e sexo na análise estatística, os efeitos da prolactina na incapacidade deixaram de ser significativos Prolactina e ferritina não diferiram ao longo do tempo entre os dois grupos de estudo Da mesma forma, após a introdução de idade e sexo como variáveis confundidoras, os efeitos do diagnóstico sobre os níveis de prolactina deixaram de ser significativos (P = ,563) A fim de avaliar o papel da prolactina na resposta inflamatória em pacientes com EM, avaliamos a associação de prolactina com ferritina O resultado mostrou que a prolactina estava associada negativamente à ferritina (P < ,1) e que o diagnóstico de RRMS e ProgMS e o tempo (T, T8 e T16) não tiveram efeitos significativos nos níveis de ferritina (P = ,927 e P = ,358, respectivamente) No entanto, após a introdução de idade e sexo, esta associação entre prolactina e ferritina não foi mais significativa (P = ,599), enquanto o diagnóstico (mas não o tempo) tornou-se significativo (P = ,1) A ferritina foi maior nos pacientes com EMRR do que nos com EMProg (239,5 ± 1,3 ng /mL versus 131,5 ± 21,7 ng/mL) após o ajuste para idade e sexo Além disso, 21,6% da variação da incapacidade foi predita pela idade (P < ,1) e sexo (P = ,49), enquanto a prolactina não foi significativa Conclusões: Os resultados mostraram que um conjunto de biomarcadores IMO&NS, juntamente com HAS e idade, foi fortemente associado com mudanças na incapacidade de pacientes com EM durante 16 meses de seguimento A ativação imune e o metabolismo do PTH e do ácido fólico e homocisteína, bem como os baixos níveis de 25(OH)D e cálcio, desempenham um papel na progressão da EM e de suas formas clínicas Esses biomarcadores podem ser úteis como possíveis biomarcadores laboratoriais para prever a progressão da incapacidade ao longo do tempo em pacientes com EM Além disso, os resultados sugeriram que os efeitos da prolactina na incapacidade de pacientes com EM relatados previamente podem ser um resultado espúrio, porque essas correlações refletem as associações positivas de idade com a incapacidade e a associação negativa da idade com a prolactinaItem Estudo de biomarcadores inflamatórios, metabólicos, de estresse oxidativo e genéticos em pacientes com acidente vascular encefálico isquêmico agudoAlfieri, Daniela Frizon; Reiche, Edna Maria Vissoci [Orientador]; Amarante, Marla Karine; Lehmann, Marcio Francisco; Oliveira, Sayonara Rangel de; Delfino, Vinícius Daher Alvares; Simão, Andréa Name Colado [Coorientadora]Resumo: Introdução: O acidente vascular encefálico isquêmico (AVEi) agudo é uma das principais causas de morte e incapacidade em todo o mundo É uma doença complexa e apresenta interação entre fatores não modificáveis (sexo, idade, genético) e modificáveis (hipertensão, dislipidemia, diabetes mellitus tipo 2, obesidade, tabagismo, entre outros) As vias inflamatória, metabólica e de estresse oxidativo e nitrosativo (IMO&NS) têm um papel importante durante o AVEi agudo e estão correlacionadas com a gravidade do evento e o prognóstico do paciente Muitos biomarcadores inflamatórios têm sido considerados úteis no auxílio ao diagnóstico e prognóstico do AVEi, sendo a Proteína C reativa (PCR) um dos mais amplamente utilizados na prática clínica Estudos sugerem uma associação entre variantes no gene da PCR, como o rs113864, em que há maior produção de PCR e risco para AVEi No entanto, resultados inconsistentes em relação a este polimorfismo têm sido descritos e muitos destes estudos têm sido realizados em populações etnicamente homogêneas Além disto, até presente data, não temos conhecimento da avaliação concomitante destes biomarcadores de IMO&NS em pacientes com AVEi agudo na população brasileira Objetivo: O objetivo deste estudo foi avaliar os biomarcadores IMO&NS e o polimorfismo rs113864 no gene da PCR que possam predizer a suscetibilidade ao AVEi agudo, assim como a incapacidade funcional na admissão e o prognóstico a curto prazo Métodos: O estudo incluiu 176 pacientes com AVEi agudo atendidos no Pronto Socorro do Hospital Universitário da Universidade Estadual de Londrina, Londrina, Paraná, e 176 controles sem histórico de AVEi e infarto agudo do miocárdio Foram coletados dados demográficos, antropométricos, epidemiológicos e clínicos Os subtipos de AVEi foram classificados segundo os critérios de TOAST em 5 categorias: aterosclerose de grandes artérias (LAAS), lacunar (LAC), cardioembólico (CEI), outras etiologias (ODE) e etiologia indeterminada (UDE) A incapacidade funcional dos pacientes foi avaliada no momento da admissão e após três meses de evolução pela Escala de Rankin Modificada (mRS) Amostras de sangue periférico foram coletadas em até 24 horas após o diagnóstico de AVEi para a determinação de biomarcadores inflamatórios, tais como contagem de leucócitos periféricos e plaquetas, velocidade de hemossedimentação (VHS), níveis séricos de PCR por metodologia de alta sensibilidade (usPCR), ferritina, fator de necrose tumoral (TNF)-a, interleucina (IL)-6, IL-1, 25-hidroxivitamina D [25(OH)D] e homocisteína; glicose, insulina, colesterol total (CT), lipoproteína de baixa densidade (LDL) e lipoproteína de alta densidade (HDL) e triglicerídeos (TG) para os biomarcadores metabólicos; peroxidação lipídica (hidroperóxidos) e metabólitos do óxido nítrico (NOx) para os biomarcadores de estresse oxidativo e nitrosativo, respectivamente Para identificação dos genótipos do rs113864, o DNA genômico foi extraído das células do sangue periférico e uma sequência de 744 pares de bases do gene PCR foi amplificado pela reação em cadeia da polimerase (PCR) O produto obtido pela PCR foi submetido à digestão com a enzima de restrição HpyCH4III e analisado pelo método do polimorfismo no comprimento dos fragmentos de restrição (RFLP) Resultados: Os resultados obtidos foram apresentados e discutidos em dois artigos originais Para o primeiro artigo científico, foram incluídos 176 pacientes e 176 controles Todos os resultados foram ajustados para possíveis efeitos de variáveis ou covariáveis em análises multivariadas Modelos lineares gerais (GLM) com todos os IMO&NS e dados demográficos/clínicos mostraram que o melhor conjunto de preditores para AVEi agudo foi sexo (masculino), pressão arterial sistólica, glicose, NOx, hidroperóxidos, IL-6, leucócitos periféricos (todos positivamente associados) e 25(OH)D (negativamente associado) (p<,1) Na análise multivariada, sexo (homens) (p<,1), hipertensão (p<,1), tabagismo (p=,15) e usPCR (p<,1) foram estimados como preditores independentes AVEi Com este conjunto de biomarcadores, 89,4% de todos os pacientes com AVEi foram corretamente classificados com sensibilidade de 86,2% e especificidade de 93,% Na admissão do estudo, os valores de ferritina, IL-6, usPCR, leucócitos periféricos, VHS e glicose foram maiores entre aqueles com maior incapacidade (mRS=3) (p<,1) Além disso, níveis elevados de ferritina, IL-6, usPCR, VHS e glicose e menores níveis de 25(OH)D foram independetemente associados com pior prognóstico (mRS=3) após 3 meses (p<,1) Para o segundo artigo, foram analisados 168 pacientes e 166 controles A mediana (intervalo interquartílico) da usPCR foi de 7,5 mg/L (2,6-24,8) em pacientes com AVEi e 1,6 (,7-3,7) mg/L em controles (p<,1) A distribuição dos genótipos do rs113864 estava em equilíbrio de Hardy-Weinberg (p>,5) Nos pacientes, a frequência dos genótipos CC, CT e TT foi de 95 (56,55%), 6 (35,71%) e 13 (7,74%), respectivamente No grupo controle, a frequência destes genótipos foi de 91 (54,58%), 63 (37,95%) e 12 (7,23%), respectivamente Não foram observadas diferenças na distribuição do genótipo rs113864 entre pacientes e controles; além disso, os genótipos não foram associados às características epidemiológicas e clínicas, assim como à usPCR e outros biomarcadores inflamatórios no início do estudo em pacientes com AVEi (p>,5) Por outro lado, controles portadores do alelo T (genótipos CT + TT) apresentaram maiores níveis de usPCR (p=,5) e maior frequência de usPCR =3 mg/L que os portadores do genótipo CC [odds ratio (OR): 2,31; intervalo de confiança (IC) 95%: 1,1- 4,1, p=,45] Além disso, a idade, os valores de mRS no início do estudo e a usPCR contribuíram positivamente para o pior prognóstico (mRS=3) após três meses apenas em pacientes portadores do alelo T (p<,1) Conclusão: Estes resultados sugerem que um conjunto de biomarcadores IMO&NS pode ser útil para o auxílio na previsão da ocorrência de AVEi, assim como na avaliação precoce do prognóstico a curto prazo Além disso, a variante localizada no gene PCR, rs113864, por si só, não se mostrou um fator determinante para a susceptibilidade ao AVEi; no entanto, em pacientes portadores do alelo T, os níveis de usPCR foram preditores independentes para um pior desfecho após três meses do evento isquêmico