01 - Doutorado - Ciências da Saúde
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Item Ação de extratos vegetais e alimentos funcionais no tratamento de ratos wistar com resistência à insulina induzida pela frutoseSchmitz, Wanderlei Onofre; Barbosa, Décio Sabbatini [Orientador]Resumo: A resistência à insulina (RI) é uma resposta inadequada dos tecidos a ação da insulina O uso de alimentos funcionais e de plantas medicinais é uma forma importante de controle da resistência a insulina, modificando o metabolismo da glicose, inibindo fatores hiperglicemiantes ou ainda atenuando as complicações da RI ou seus sintomas O objetivo deste trabalho foi avaliar a eficácia da farinha da casca do Passiflora edulis, do ?-3, dos extratos hidroalcoólicos das folhas da Camellia sinensis, Bauhinia forficata e Campomanesia xanthocarpa no tratamento de ratos Wistar com resistência à insulina induzida pela frutose 1 Experimento: Foram utilizados 28 ratos divididos em Grupo 1 – grupo controle; Grupo 2 – animais com resistência à insulina não tratados (RI); Grupo 3 – animais com resistência à insulina tratados com farinha da casca do P edulis 5%; Grupo 4 – animais com resistência à insulina tratados com ?-3 (3mg/dia) 2 Experimento: Os extratos foram preparados a partir de 2g de folhas secas com álcool etílico 8% Foram utilizados 6 ratos divididos em Grupo 1 – grupo controle; Grupo 2 – animais com resistência à insulina não tratados (RI); Grupo 3 – animais com resistência à insulina tratados com solução hidroalcoólica 2%; Grupo 4 – animais com resistência à insulina tratados com extrato de C sinensis; Grupo 5 – animais com resistência à insulina tratados com extrato de B forficata; Grupo 6 – animais com resistência à insulina tratados com extrato de C xanthocarpa Os animais foram submetidos à dieta com 66% de frutose Após o tratamento, foi coletado sangue para avaliação bioquímica dos animais, em seguida à eutanásia com éter e decapitação, retirou-se o fígado dos animais para a análise histopatológica Não houve diferença entre os parâmetros de crescimento dos animais durante o experimento O grupo tratado com ?-3 apresentou a menor glicemia dentre todos O grupo tratado com a farinha da casca da P edulis apresentou diminuição do colesterol total, mas apresentou uma diminuição do HDL e um aumento significativo nos valores de triacilgliceróis O grupo tratado com C sinensis apresentou as menores concentrações de glicose, colesterol total, triacilgliceróis e ácido úrico, além de diminuir o quadro de esteatose hepática e conferiu o melhor perfil antioxidante O grupo tratado com o extrato de B forficata apresentou as menores concentrações de frutosamina e diminuindo a esteatose hepática e o extrato de C xanthocarpa diminuiu a produção de oxido nítrico Concluiu-se que a farinha da casca do P edulis não promoveu ação hipoglicemiante significativa O ?-3 apresentou redução da glicemia e dos níveis dos triacilgliceróis plasmáticos O grupo tratado com C sinensis apresentou a melhor ação, seguido do grupo tratado com o extrato de B Forficata, sendo que o extrato que apresentou menor atividade, foi o extrato de C Xanthocarpa São necessários novos estudos para esclarecer melhor à ação dos alimentos funcionais e extratos na fisiopatologia da resistência a insulina e sua possível utilização ou não por pacientes com diabetesItem Acurácia do potencial evocado auditivo de média e longa latência em identificar alterações de processamento auditivo central em adultos(2024-03-12) Pelaquim, Andressa; Fornazieri, Marco Aurélio; Gil, Daniela; Didoné, Dayane Domeneghini; Moreira, Estefânia Gastaldello; Silva, Danilo Rodrigues Pereira da; Sanfins, Milaine DominiciINTRODUÇÃO: O processamento auditivo central se refere à eficiência e à efetividade com que o Sistema Nervoso Auditivo Central utiliza a informação auditiva. O potencial evocado auditivo de média e longa latência são exames eletrofisiológicos objetivos, utilizados para complementar a avaliação comportamental do processamento auditivo central. No entanto, não há estudos que investigaram se esses potenciais são realmente acurados para identificar alterações no processamento auditivo central, em uma amostra sem outras patologias associadas. OBJETIVO: Mensurar a acurácia do Potencial Evocado Auditivo de Média e Longa Latência em identificar adultos com alterações no processamento auditivo central. MÉTODO: Estudo transversal. Setenta e três indivíduos foram divididos em grupo controle com processamento auditivo central normal e grupo estudo com processamento auditivo central alterado. Os participantes realizaram à avaliação audiológica básica, eletrofisiológica e avaliação comportamental do processamento auditivo central. A normalidade dos dados foi verificar pelo teste de Shapiro – Wilk e os dados paramétricos foram analisados pelo teste t de Student. Os dados não paramétricos foram verificados com o teste de Mann – Whitney. Foram utilizados testes diagnósticos e a chance de alteração na avaliação comportamental do processamento auditivo central foi verificada pela regressão logística e pelo teste Exato de Fisher. RESULTADOS: Os potenciais evocados auditivos de média e longa latência apresentaram baixa sensibilidade e acurácia. O potencial evocado auditivo de longa latência apresentou resultados significantes (p < 0,01 e OR = 6,3; IC 95%: 2-19,6), bem como os seus subcomponentes P1-N1-P2 (p = 0,010 e OR 6,76 (IC: 1,4 – 32,5) e N2-P300 (p=0,039 e OR =3,60; IC95% = 1,16 – 11,2). Ao analisar os resultados dos potenciais evocados auditivos frente os resultados obtidos em habilidade auditiva, não foi identificada associação. CONCLUSÕES: Os potenciais evocados auditivos de média e longa latência apresentaram baixa acurácia para identificar alterações de processamento auditivo central em adultos, com limiares auditivos normais e sem comorbidades associadas. Dessa forma, esses potenciais não devem ser utilizados para o rastreamento e nem como método isolado para definição de diagnóstico de transtorno do processamento auditivoItem Adaptação transcultural e avaliação das propriedades psicométricas da versão brasileira do Neurological Fatigue Index for Multiple Sclerosis (NFI-MS/BR)Lopes, Josiane; Kaimen-Maciel, Damacio Ramón [Orientador]; Reiche, Edna Maria Vissoci; Pitta, Fábio de Oliveira; Pontes, Rose Meire Albuquerque; Fragoso, Yara Dadalti; Lavado, Edson Lopes [Coorientador]Resumo: Introdução: A fadiga constitui o sintoma mais frequente e incapacitante na esclerose múltipla (EM) Entretanto, sua avaliação é limitada pela carência e falhas psicométricas dos instrumentos disponíveis O questionário Neurological Fatigue Index for multiple sclerosis (NFI-MS) avalia a fadiga na EM de forma específica, sendo desenvolvido e validado de acordo com os parâmetros psicométricos preconizados, porém, está disponível somente no contexto cultural-idiomático britânico e holandês Objetivo: adaptar transculturalmente o questionário NFI-MS para a língua portuguesa e cultura brasileira, bem como avaliar suas propriedades psicométricas para avaliação da fadiga em indivíduos com EM Metodologia: A versão brasileira do NFI-MS (NFI-MS/BR) foi desenvolvida por meio de processo de tradução, retrotradução, revisão de um comitê de especialistas e teste de campo em 3 indivíduos com EM Na análise psicométrica foram avaliados 21 indivíduos Os 3 primeiros indivíduos foram submetidos à aplicação do NFI-MS/BR pelos entrevistadores A e B no mesmo dia e reteste após 7 dias, pelo entrevistador A Os demais 18 indivíduos responderam os seguintes questionários: escala de severidade da fadiga, escala modificada de impacto da fadiga, escala de impacto da EM, escala de sono de Epworth e índice de qualidade de sono de Pittsburgh administrados pelo entrevistador B com reaplicação mensal do NFI-MS/BR durante mais 18 dias pelo entrevistador A Foram avaliadas as propriedades psicométricas de qualidade dos dados, confiabilidade (consistência interna (coeficiente a de Cronbach), estabilidade teste-reteste (coeficiente de correlação intraclasse (CCI)) e concordância (teste Bland-Altman)), validade de constructo entre o NFI-MS/BR e os outros instrumentos (correlação de Spearman (rho), com hipóteses previamente definidas), sensibilidade, especificidade, responsividade, exame de dimensionalidade e calibração A análise dos dados foi realizada utilizando os programas SPSS®, MedCalc® e RUMM® Resultados: A adaptação transcultural gerou a versão NFI-MS/BR que manteve o número de itens, domínios, alocação dos itens, formato e padrões de respostas idêntico à versão original (NFI-MS) Não houve efeito ceiling e floor O coeficiente a de Cronbach apresentou valores > ,8 e < ,9, demonstrando excelente consistência interna A reprodutibilidade demonstrou excelente concordância na avaliação intra e interavaliador com CCI de ,95 e ,94 e diferença de média de -,83 e ,86, respectivamente A validade de constructo (rho) foi confirmada na maioria das correlações Os escores do NFI-MS/BR, durante as 7 entrevistas, foram similares (P = ,868) O ponto de corte do NFI-MS/BR foi definido como = 29,5 pontos indicativo de fadiga (86,8% de sensibilidade, 28,9% de 1- especificidade) (P < ,1) Na análise Rasch, os itens foram ordenados, nenhuma dependência foi demonstrada sendo confirmadas a confiabilidade, qualidade dos dados e unidimensionalidade O viés foi observado somente para a variável país e para um item, porém com pequena magnitude Conclusão: O NFI-MS/BR é o primeiro instrumento específico e disponível no Brasil ajustado ao modelo de Rasch Ele satisfaz os parâmetros clássicos e modernos de avaliação da fadiga sendo clinicamente viável, válido e confiável para avaliar indivíduos Brasileiros com EMItem Alterações hematológicas, oxidativas e funcionais do músculo cardíaco em ratos portadores de tumor de Walker-256 e suplementados com creatinaBorges, Fernando Henrique; Cecchini, Rubens [Orientador]; Araújo, Eduardo José de Almeida; Luiz, Rodrigo Cabral; Dichi, Isaías; Pinge, Marli Cardoso Martins; Guarnier, Flávia Alessandra [Coorientadora]Resumo: A caquexia do câncer é uma doença caracterizada pela perda progressiva de massa corporal, não envolvendo apenas a musculatura esquelética, mas também a cardíaca Embora existam relatos de perda de massa muscular cardíaca em ratos portadores de tumor, até o momento existem poucas relações entre estresse oxidativo e caquexia cardíaca, sendo que, diversas estratégias vem sendo estudadas afim de reverter o quadro da caquexia cardíaca Desde o século passado a creatina passou a ser utilizada como suplementação em diversas doenças cardiovasculares e, apresentou efeitos promissores Entretanto, ainda não se descreveu o efeito desta suplementação sobre a caquexia cardíaca induzida pelo câncer Por essa razão, o objetivo desse trabalho foi investigar o efeito da suplementação com creatina durante o desenvolvimento tumoral em animais portadores da forma sólida do tumor de Walker-256 Para isso, ratos Wistar machos foram divididos em 5 grupos: controle (C), tumor (T – inoculados com 8,x17 células viáveis em 3µL de PBS, intramuscularmente no flanco direito), tumor suplementado com creatina (TCr – inoculação do tumor + creatina diluída em água mineral – 8g/L) Os animais do grupo T e TCr foram acompanhados em dois tempos experimentais distintos, 5 e 1 dias, dessa forma, os 5 grupos experimentais foram: C, T5 e TCr5 (acompanhados durante 5 dias) e T1 e TCr1 (acompanhados durante 1 dias) Os animais foram pesados no início e ao final de cada período experimental e a ingestão alimentar e de água foi controlada a cada 2 dias Antes da inoculação do tumor e início com a suplementação e antes da eutanásia, os animais foram avaliados através do exame de eletrocardiograma No dia da eutanásia, os animais foram pesados, anestesiados, e o sangue foi coletado pela veia porta, em seguida, o coração, este separado entre ventrículos e átrios – ambos em direito e esquerdo –, o músculo gastrocnêmio e o tumor A perda de peso corporal foi calculada através da diferença entre o peso final e o peso inicial, assim como a perda de musculatura esquelética, representada pelo músculo gastrocnêmio, e cardíaca em ambos ventrículos A amostra de sangue foi utilizada para realização do hemograma, quantificação de glicose, AOPP, malondialdeido e TNF-a Para o coração, quantificou-se creatina, creatinofosfato e creatina livre, apresentando aumento da concentração nos grupos suplementados, espessura da parede ventrícular por morfometria, perfil elétrico por eletrocardiograma, quantificação de cálcio no tecido, atividades proteassomal e de calpainas, peroxidação lipídica, proteínas carboniladas e produtos reativos ao ácido tiobarbitúrico Os animais apresentaram perda de peso progressiva durante o desenvolvimento tumoral e diminuição na ingestão alimentar Ao analisar o sangue, observou-se redução no número de hemácias, aumento de reticulócitos, plaquetas e leucócitos A glicose sistêmica também reduziu nos animais com tumor, e o estresse oxidativo (lipoperoxidação e carbonilação de proteínas) e a inflamação sistêmica (TNF-a) aumentaram Ao comparar essas análises com os animais, da qual, ofertou-se a suplementação com creatina, os mesmos parâmetros são semelhantes ao grupo controle As análises cardíacas nos animais com tumor revelaram diminuição da espessura da parede do ventrículo direito, resultando em ineficácia da repolarização ventricular, aumento do batimento cardíaco e inversão da onda T Assim, foi capaz de observar aumento da concentração de cálcio no tecido cardíaco e da atividade da calpaina no ventrículo direito Em teste de estresse oxidativo, ocorreu aumento peroxidação lipídica, carbonilação de proteínas e de malondialdeído nos animais com tumor Mais uma vez, a suplementação de creatina foi capaz de impedir que algumas alterações ocorressem Apesar do desenvolvimento tumoral ser capaz de apresentar mudanças importantes no tecido cardíaco, a suplementação com creatina foi capaz de reverter quase todos os parâmetros analisados, apresentando efeitos protetoresItem Alterações imunológicas em pacientes esquizofrênicos e esquizoafetivos e familiares biológicos(2004-11-26) Nunes, Sandra Odebrecht Vargas; Itano, Eiko Nakagawa; Watanabe, Maria Angélica Ebara; Venancio, Emerson José; Elkis, Hélio; Borelli, Sueli DonizetiObjetivos: Com o objetivo de determinar as características clínicas e imunológicas associadas à esquizofrenia e ao transtorno esquizoafetivo, o presente trabalho avaliou dados clínicos e mensurou os níveis séricos de interleucina-6 (IL-6), receptor solúvel de interleucina-2 (sIL-2R), interleucina-2 (IL-2), alfa (a) 1,2 beta e gama globulina, imunoglobulinas (Ig), anticorpos anti-hipocampo, e do sangue total foram genotipadas moléculas de HLA classe I e II, a detecção do vírus da Borna e contagem de células matadoras naturais (NK), em pacientes esquizofrênicos, esquizoafetivos, familiares biológicos e controles saudáveis. Métodos: Os critérios de exclusão foram indivíduos menores de 18 anos e maiores de 55 anos, portadores de doenças crônicas ou submetidos a tratamento que afetasse o sistema imunológico. Foram selecionados 50 pacientes esquizofrênicos e esquizoafetivos, 48 controles saudáveis, 41 familiares em primeiro grau sem transtorno mental e 48 familiares em primeiro grau com transtorno de humor. Todos os sujeitos foram submetidos à entrevista clínica estruturada para o DSM-IV, transtornos do Eixo I (SCID-I versão clínica). Os métodos utilizados para medidas imunológicas foram: ELISA e/ou quimioluminescência (interleucinas, IgE e anticorpos anti-hipocampo), eletroforese (a1, a2, gama, beta globulina e albumina), nefelometria (IgA, IgG e IgM), citometria de fluxo (NK), SSP-PCR (HLA) e RT-PCR (Doença do vírus da Borna –VDB). Resultados: A duração média da doença nos pacientes esquizofrênicos e esquizoafetivos foi de 15,341 ± 9,90 anos e a idade média de início da doença foi de 22,4 ± 7,371 anos. Não houve diferença significativa no gênero (p = 0,057), idade (p = 0,96), albumina (p = 0,64) e índice de massa corpórea (Kg/m2) (p = 0,07) entre pacientes, controles e familiares. Pacientes e familiares com e sem transtorno de humor tiveram significativamente maiores níveis séricos de IL-6 pelo método de quimioluminescência (p = 0,008) e ELISA (p = 0,003). A dosagem de a2 globulina foi significativamente maior entre pacientes do que entre controles (p = 0,002). Não houve diferença significativa em relação a sIL-2R (p = 0,1), IL-2 (p = 0,8), NK (p = 0,07), IgE (p = 0,06), IgG (p = 0,64) e IgM (p = 0,51) entre pacientes, familiares e controles. Pacientes, familiares com transtorno de humor e familiares sem transtorno mental tiveram maiores valores de auto-anticorpos dirigidos contra o hipocampo, 0,167 ± 0,077, 0,158 ± 0,058, 0,164 ± 0.092, respectivamente, do que os controles, 0,143 ± 0,037, mas não significativos (p = 0,53). A associação positiva com HLA B*15 foi encontrada significativamente maior nos pacientes, familiares com transtorno de humor e familiares sem transtorno mental (p = 0,003) do que em controles saudáveis. A associação negativa com HLA B*35 foi encontrada significativamente maior nos familiares sem transtorno mental (p = 0,03) do que nos controles saudáveis. A VDB teve significativamente maior presença nos pacientes e familiares biológicos do que nos controles (p = 0,04). Conclusão: Os resultados sugerem a existência de envolvimento imunológico ou inflamatório e mecanismos imunogenéticos em pacientes esquizofrênicos, esquizoafetivos e em familiares biológicos.Item Alterações metabólicas e digestivas no pós-operatório de cirurgia bariátricaJoia Neto, Luiz; Lopes Junior, Ascêncio Garcia [Orientador]; Biazin, Claudio Clementino Camacho; Jacob, Carlos Eduardo; Fuganti, Paulo Emilio; Silvestre, José Manuel da SilvaResumo: Introdução: As alterações na digestão e perdas de nutrientes são aspectos relevantes na redução do peso e na manutenção estado nutricional do paciente submetido à gastroplastia, mas poucos estudos estão disponíveis na literatura Este trabalho tem como objetivo estudar as alterações sistêmicas decorrentes da redução de peso ao longo do tempo, após o tratamento cirúrgico Método: Estudo tipo coorte prospectivo, realizado no Hospital Universitário da Universidade Estadual de Londrina A amostra compreende 44 indivíduos, obesos mórbidos, operados entre julho de 21 e abril de 25 A cirurgia realizada foi a derivação gástrica em Y-de-Roux com anel de silicone Resultados: O peso inicial variou entre 91 e 216 Kg (Md = 141 Kg 1º e 3º Quartil =115 e 15) e o IMC, nesta fase esteve entre 36,3 - 8,31 Kg/m2 (Md = 49,28 Kg/m² 1º e 3º Quartil = 44,62 e 49,28) A anemia se manifestou em oito (18,2%) pacientes e 13 (29,5%) apresentaram albumina com valores reduzidos No final do estudo, o tempo de seguimento variou entre 32 e 79 meses ( = 52,5meses, DP = 8,8) O peso final variou entre 6,3 e 122,9 Kg (Md = 83,95 Kg, 1º e 3º Quartil = 75,7 e 83,95) e o IMC esteve entre 24,62 e 45,54 Kg/m2 (Md = 31,69 Kg/m², 1º e 3º Quartil = 28,93 e 35,89) A porcentagem de redução de peso nesta fase foi de 36,31% (p<,1) Um paciente (2,3%) apresentou aumento do peso Em três pacientes (6,8%) a albumina esteve reduzida e 9 (2,5%) apresentavam anemia A pesquisa de gordura fecal foi positiva em 16 pacientes (36,4%), substância redutora positiva nas fezes em um (2,3%) paciente e presença de sangue oculto nas fezes foi positiva em 13 (29,5%) pacientes O diâmetro interno do anel de silicone esteve entre ,45 e 1,4 cm ( = ,75cm, DP = ,22) Conclusão: Após a cirurgia ocorre uma perda significativa de peso, porém, o IMC ainda se mantém acima de 35 Kg/m2 em 26 (59%) pacientes acompanhados por longo tempo Existe uma melhora substancial dos níveis de colesterol e glicemia O diâmetro do anel não demonstrou associação significativa com a redução do peso, contudo, os pacientes com anel superior a 1 cm, não apresentam anemia ou hipoalbuminemia, estando clinicamente melhores que aqueles com anel menor que 1 cmItem Alterações metabólicas na doença de Parkinson : análise de biomarcadores de estresse oxidativo, inflamatórios e do metabolismo do ferroFarias, Carine Coneglian de; Barbosa, Décio Sabbatini [Orientador]; Estanislau, Célio Roberto; Probst, Vanessa Suziane; Brinholi, Francis Fregonesi; Santos, Suhaila Mahmoud SmailiResumo: A doença de Parkinson (DP) é uma desordem caracterizada pela perda progressiva e crônica dos neurônios dopaminérgicos da substância negra pars compacta Estresse oxidativo, inflamação e alterações no metabolismo do ferro possuem um papel importante na fisiopatologia da DP Alterações metabólicas decorrentes desta doença podem ser encontradas não só no cérebro dos pacientes como também sistemicamente Os principais objetivos deste trabalho foram: a) Avaliar biomarcadores de estresse oxidativo, incluindo hidroperóxidos lipídios (LOOH), malondialdeído (MDA), metabólitos do óxido nítrico (NOx), grupamento sulfidrila (SH), atividade da catalase (CAT), atividade da superóxido dismutase (SOD), paraoxonase 1 (PON 1), capacidade antioxidante total plasmática (TRAP) e inflamatórios, proteína C reativa (PCR) na DP e associar com a progressão da doença; b) avaliar biomarcadores do metabolismo do ferro, incluindo ferro (Fe), ferritina, capacidade total de ligação de ferro (TIBC), transferrina (Tf) e receptor solúvel de transferrina (RsTf), buscando associações com biomarcadores de estresse oxidativo, MDA e PON 1 e inflamatórios, haptoglobina (Hp), homocisteína (Hci), interleucina 6 (IL-6), receptor solúvel de interleucina 6 (RsIL-6) na DP Participaram do estudo 56 pacientes com DP nos estágios 1-3 da Escala Hoehn e Yahr e 56 controles A DP é caracterizada pelo aumento de LOOH, MDA e atividade da SOD e diminuição da atividade da CAT Uma combinação de cinco biomarcadores de estresse oxidativo prevê significativamente DP, com uma sensibilidade de 94,5% e uma especificidade de 86,8% (ou seja, MDA, atividade da SOD, TRAP, SH e atividade da CAT) O biomarcador mais associado à DP é o MDA, enquanto LOOH e atividade da SOD estão significativamente associadas ao estágio tardio da DP, mas não ao estágio inicial da DP Os medicamentos antiparkinsonianos não afetaram os biomarcadores de estresse oxidativo, mas levodopa + carbidopa aumentou significativamente a PCR A DP foi associada a mudanças significativas nos níveis de Tf (diminuição), RsTf, ferritina, Hp, interleucina 6 e MDA (todos aumentados), enquanto houve tendência para uma associação negativa com PON 1 A regressão logística mostrou que os biomarcadores mais significativos da DP foram MDA, RsTf, Hp e ferritina Além disso, os níveis de Fe foram associados negativamente com Hp e positivamente com PON 1, TIBC e Tf, enquanto a ferritina e o RsTf foram positivamente associados aos níveis de MDA Novos tratamentos para DP podem ser direcionados para atingir as vias de estresse oxidativo, inflamação e metabolismo do ferroItem Análise clínica e anatomopatológica dos feocromocitomas esporádicos em comparação com os associados à doença de von Hippel-LindauCrespigio, Jefferson; Mazzuco, Tânia Longo [Orientador]; Fornazieri, Marco Aurélio; Almeida, Sílvio Henrique Maia de; Pignatelli, Duarte; Rocha, José Claudio Casali da; Mazzu, Tânia Longo [Coorientadora]Resumo: Introdução: A doença de von Hippel-Lindau (VHL) constitui uma síndrome rara com herança autossômica dominante, caracterizada pela predisposição a múltiplos tumores decorrentes de mutações no gene VHL Pacientes classificados como VHL do tipo 2 exibem alto risco de desenvolvimento de tumores da medula da adrenal denominados feocromocitomas, os quais apresentam características clínicas e morfológicas distintas dos casos esporádicos de feocromocitomas e de casos presentes em outras síndromes genéticas Marcadores moleculares, tais como as enzimas da família glutationa S-transferase, caspases, proteína p53, bem como biomarcadores relacionados ao padrão de vascularização e à proliferação celular, têm sido relacionados a fatores prognósticos em diversas neoplasias Feocromocitomas presentes na doença de VHL são tumores raros, cujos dados histopatológicos são escassos na literatura Objetivos: Descrever as características clínicas e de biomarcadores em feocromocitomas presentes na doença de VHL em comparação aos casos esporádicos de feocromocitomas Metodologia: Foi realizado um estudo observacional descritivo e transversal incluindo casos de feocromocitomas esporádicos (n = 6) e feocromocitomas VHL (n = 3) a partir de dados clínicos e laboratoriais Foram coletadas dos prontuários médicos as seguintes informações: idade, sexo, lateralidade e maior diâmetro do tumor, presença ou ausência de sintomas e sinais adrenérgicos, excreção urinária de catecolaminas e metanefrinas Na etapa seguinte, realizou-se revisão anatomopatológica com classificação de PASS (pheochromocytoma of the adrenal gland scaled score) de cortes histológicos nos blocos de parafina dos feocromocitomas removidos cirurgicamente Foi realizado estudo experimental através da técnica imunoistoquímica utilizando os anticorpos primários para cromogranina A, caspase-3, GSTP1, Ki-67, p53, CD34 e S-1 Resultados: No momento do diagnóstico os pacientes com feocromocitomas VHL apresentaram média de idade menor (34,6 anos; IC95% 33-36) que os casos esporádicos (57,5 anos, IC95% 5-64) (p=,3) O maior diâmetro tumoral nos pacientes com VHL (2,4 cm; IC95% ,8-4,3) foi significativamente menor do que nos casos esporádicos (6,6 cm; IC95% 5,8-8,) (p=,7) Todos os pacientes apresentaram tumores unilaterais, à exceção de um paciente com doença de VHL que apresentou tumor bilateral A tríade clássica de sintomas de feocromocitoma esteve presente somente nos casos esporádicos, com todos os pacientes desse grupo exibindo valores elevados de metanefrinas urinárias Todos os feocromocitomas apresentaram critérios de PASS menor que 4 A densidade vascular, avaliada através da expressão do CD 34, foi 3,5 vezes maior nos feocromocitomas VHL em comparação aos casos esporádicos (p=,2) Os feocromocitomas presentes na síndrome VHL exibiram menor expressão das proteínas GSTP1 (p=,1) e caspase-3 (p=,2) em relação aos casos esporádicos Não houve diferenças significativas na imunoexpressão das proteínas p53, S-1 e do índice de proliferação celular (Ki-67) Conclusão: Nossos resultados demonstraram que feocromocitomas presentes em pacientes com doença de VHL apresentam aumento da vascularização com diminuição da apoptose e baixa proliferação celular, estando de acordo com dados da literatura de desregulação da via do HIF (fator induzido pela hipóxia) Houve baixa imunoexpressão de GSTP1 nos feocromocitomas VHL porém não há estudos na literatura referentes ao metabolismo xenobiótico nos casos de feocromocitomas esporádicos ou familiares sendo, portanto, um assunto a ser investigado de forma mais aprofundada A complementação do estudo anatomopatológico do feocromocitoma, incluindo a avaliação da densidade vascular com a técnica de imunoistoquímica em exame de rotina, poderá auxiliar na suspeita da doença de VHL em pacientes cujo feocromocitoma assintomático (incidentaloma) seria a primeira manifestação da doença Considerando a raridade destes tumores neuroendócrinos, estudos multicêntricos com aumento da casuística contribuirão para melhor entendimento da fisiopatologia e dos mecanismos moleculares presentes em feocromocitomas na doença de VHLItem Análise das comorbidades relacionadas ao transtorno por uso do tabaco e o tratamento complementar da N-Acetilcisteína para cessação do tabagismoMachado, Regina Célia Bueno Rezende; Nunes, Sandra Odebrecht Vargas [Orientador]; Rossaneis, Ana Carolina; Urbano, Mariana Ragassi; Carmo, Davi Roberto do; Vargas, Heber OdebrechtResumo: Objetivos: Os principais objetivos do estudo foram analisar em pacientes com Trantorno por uso do tabaco, comorbidades clínicas, psiquiátricas, maus-tratos na infância e biomarcadores, bem como avaliar os efeitos da NAC como tratamento complementar na cessação do tabaco e alterações inflamatórias e de perfil lipidico O estudo foi realizado no Centro de Referência de Abordagem e Tratamento do Tabagismo, localizado no Ambulatório de Especialidades do Hospital Universitário da Universidade Estadual de Londrina, credenciado para abordagem e tratamento do fumante pelo Ministério da Saúde Para o estudo transversal a população foi constiuida por fumantes atuais (n = 129) e nunca fumantes (n = 85) Aplicou-se um questionário estruturado para avaliar dados sociodemográficos, clínicos, histórico familiar de tabagismo, tabagismo materno durante a gravidez e medidas antropométricas e escalas validadas como o ASSIST - Teste de Triagem do Envolvimento com Álcool, Tabaco e Outras Substâncias , Teste de Fagerström para Dependência de Nicotina, Questionário sobre Traumas na Infância, Escala de Avaliação da Depressão e de Ansiedade de Hamilton e uma entrevista clínica estruturada para diagnóstico de Transtorno Depressivo Maior e Transtorno por Uso de Tabaco pelos médicos psiquiatricas pesquisadores do grupo de pesquisa Foram mensurados os níveis séricos de proteína C-reativa, fator de necrose tumoral alfa, receptor de TNF solúvel, leptina, e biomarcadores de perfil lipídico Para o estudo de segmento realizou-se um ensaio clínico com a N- acetilcisteina (NAC) duplo-cego de 12 semanas controlado por placebo; Os pacientes que após 4 semanas de tratamento convencional que não pararam de fumar ou que não reduziram os cigarros diariamente por meio de medições do monóxido de carbono expirado, foram convidados a participar do estudo NAC (18mg / dia) que foi adicionado ao tratamento convencional Para o ensaio clínico, dos 129 com TUT, encontrou-se 76 pacientes com intenção de tratar e destes 42 não foram elegíveis por critérios de exclusão, não aceitaram participar ou já cessaram o uso de tabaco no primeiro mês de tratamento convencional, sendo 34 pacientes com intenção de tratar foram elegíveis Resultados: Os fumantes atuais apresentaram maior prevalência para o transtorno depressivo maior, problemas de álcool, tabagismo materno durante a gravidez, abuso emocional na infância e história familiar de tabagismo em comparação com nunca fumantes Os fumantes apresentaram níveis significativamente mais baixos de leptina, colesterol de lipoproteína de baixa densidade, índices de risco mais altos de Castelli I e II, níveis mais de hidroperóxido lípidico do que nunca fumantes Os fumantes pesados tiveram inflamação, níveis mais elevados de sTNF-R1 do que fumantes leves No ensaio clínico com NAC, os participantes que receberam NAC apresentaram redução estatisticamente significativa nos níveis sTNF-R2, índices de risco de Castelli I e II em comparação com aqueles que receberam placebo Conclusões: fumantes atuais e fumantes pesados apresentaram ocorrências de comorbidades clínicas e psiquiátricas em comparação com nunca fumantes O estudo fornece evidências de que a detecção de comorbidades clínicas e psiquiátricas nos fumantes atuais possibilita oferecer tratamentos personalizados para cessação do tabagismo O tratamento complementar da NAC na cessação do tabagismo apresenta redução da inflamação, o que evidência que seu uso pode reduzir as doenças relacionadas ao tabacoItem Análise do polimorfismo CCR5-delta32 e da expressão proteica de CCL5 em amostras de pacientes com carcinoma mamárioDerossi, Daniela Rudgeri; Cólus, Ilce Mara de Syllos [Orientador]; Oliveira, Carlos Eduardo Coral de; Amarante, Marla Karine; Reiche, Edna Maria Vissoci; Delfino, Vinicius Daher Alvares; Guembarovski, Roberta Losi [Coorientadora]Resumo: Diversas moléculas, dentre as quais se destacam as quimiocinas e seus receptores, vêm sendo estudadas para uma melhor compreensão da patogênese do câncer de mama Evidências indicam que estas participam no desenvolvimento dos órgãos, na angiogênese, na mobilidade de células tronco, na recirculação dos leucócitos, na regulação e no desenvolvimento imunológico e hematopoiético, e mais recentemente, na disseminação de células tumorais no processo metastático, inclusive no câncer de mama Relatos atuais levantam a possibilidade de que a análise do eixo quimiocina CCL5 e receptor CCR5 possua um valor prognóstico relevante nesta neoplasia Neste trabalho, foi avaliado um polimorfismo genético (rs333/delta32) no gene CCR5 em um estudo de associação do tipo caso-controle, bem como em relação a parâmetros prognósticos da doença Foi ainda avaliada a expressão proteica de CCL5, tanto em sobrenadante tecidual quanto em cortes de tecidos tumoral e normal da mama, sendo as mesmas também correlacionadas aos parâmetros prognósticos das pacientes Foram utilizadas 167 amostras de sangue periférico de pacientes portadoras de carcinoma de mama e 179 amostras de mulheres livres de carcinoma de mama, para extração de DNA, no estudo de assocciação de caso-controle Para o método de enzimaimunoensaio foram utilizadas 49 amostras de sobrenadante de tecidos tumorais e normais a frescoPara o estudo imunohistoquímico foram utilizados 24 blocos de parafina provenientes de cirúrgicas realizadas nas pacientes com carcinoma de mama A análise da variante genética de CCR5 foi realizada pela reação em cadeia da polimerase (PCR) com primers específicos A análise da expressão proteica foi realizada pelas técnicas de enzima-imuno-ensaio (ELISA) (a partir dos sobrenadantes de tecidos normais e tumorais) e imunohistoquímica (a partir de cortes de tecidos normais e tumorais embebidos em parafina) As análises estatísticas foram realizadas pelos testes de Mann–Whitney e Correlação Tau_b de Kendall Não foi observada associação significativa entre a variante de CCR5 e a suscetibilidade ao câncer de mama (CCR5-delta32: OR=135; CI95%=63-291) As análises em relação aos parâmetros prognósticos indicaram uma correlação significativa entre CCR5-delta32 e acometimento de linfonodos e/ou metástase à distância (p= 2) Com relação à expressão proteica de CCL5 por imunohistoquímica, foi observada predominância de marcação citoplasmática Não foram observadas associações significativas em relação aos parâmetros prognósticos e nem em relação aos genótipos de CCR5-delta32 Com relação a expressão de CCL5 por ELISA, foi observada uma concentração maior da proteína no sobrenadante de tecido tumoral quando comparada àquele do tecido normal adjacente (p<1) Adicionalmente, quando esta expressão foi comparada em diferentes estadiamentos tumorais, foi observada uma diferença significativa entre os estadiamentos I e III (p<2) Ainda, quando a expressão de CCL5 foi averiguada em relação aos parâmetros prognósticos, foi observada uma maior concentração da proteína em relação ao comprometimento linfonodal (p=3) De um modo geral, os resultados do presente estudo indicam que o eixo CCL5/CCR5 pode ter importantes implicações prognósticas no contexto da carcinogênese mamáriaItem Análise dos critérios de definição de sepse em pacientes graves vítimas de queimadura corporal de um centro de tratamento de queimados(2022-03-24) Gimenez, Francielli Mary Pereira; Grion, Cíntia Magalhães Carvalho; Mezzaroba, Ana Luiza; Kerbauy, Gilselena; Fornazieri, Marco Aurélio; Almeida, Silvio Henrique Maia deIntrodução: Atualmente, apesar do desenvolvimento de novos agentes antimicrobianos e dos avanços no suporte nutricional, a taxa de ocorrência de sepse continua aumentando e representa uma das principais causas de morbidade e mortalidade em todo o mundo. Em pacientes vítimas de queimadura corporal essa situação é ainda mais grave tendo em vista que a destruição da barreira epitelial aumenta as chances do paciente em contrair infecção, sendo a mais frequente e grave complicação. Objetivo: Avaliar os novos critérios de definição de sepse em pacientes vítimas de queimaduras hospitalizados em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de um Centro de Tratamento de Queimados (CTQ), caracterizá-los quanto as variáveis demográficas e clínicas, avaliar o desempenho dos escores Sequential Organ Failure Assessment (SOFA), quickSOFA (qSOFA) e critérios de Systemic Inflammatory Response Syndrome (SIRS) para identificação da sepse e como preditores de mortalidade, bem como analisar os fatores associados ao óbito. Métodos: Estudo de coorte retrospectivo, conduzido em UTI de um CTQ, no período de janeiro de 2017 à janeiro de 2020. Foram coletados dados demográficos e clínicos além dos dados necessários para análise das variáveis estudadas. Para cada item do escore qSOFA foi atribuído o valor de 1 ponto de acordo com os seguintes critérios: Frequência respiratória = 22 movimentos/min; Pressão arterial sistólica = 100 mmHg e Alteração do estado de consciência. Foi considerado qSOFA positivo (+) se o escore apresentasse 2 ou 3 pontos. Os critérios da SIRS foram considerados presentes de acordo com os seguintes critérios: Temperatura > 38° C ou < 36° C; Frequência cardíaca > 90 batimentos/min; Frequência respiratória > 20 movimentos/min ou PaCO2 < 32 mmHg (< 4,3 kPa); Leucócitos > 12.000 células/mm3, ou < 4.000 células/ mm3 ou > 10% de formas jovens. Foi considerada SIRS positiva (+) se o paciente apresentasse 2 ou mais critérios. O escore SOFA basal foi considerado zero, se o paciente não apresentasse doença crônica que alterasse o valor do escore. A variação de 2 pontos do escore SOFA foi avaliada pelo escore SOFA na admissão da unidade em relação ao escore basal. A variação de 2 pontos do escore SOFA para o diagnóstico de sepse no dia da infecção foi avaliada pelo escore SOFA do primeiro dia da infecção em relação ao escore SOFA de admissão na unidade. Resultados: Foram analisados 279 pacientes. Entre esses, 182 (65,2%) receberam alta hospitalar e 97 (34,8%) foram a óbito. A média do escore Abbreviated Burn Severity Index (ABSI) foi de 6,7 (DP=2,2) e a média da Superfície Corpórea Queimada (SCQ) foi de 25,6% (DP=17,6). A média do tempo entre a queimadura e a primeira infecção foi de 4,8 dias (DP=4,0). O foco de infecção mais frequente foi pulmonar (38,4%). Quando analisadas as discordâncias com o Teste de McNemar, notou-se que na admissão, 145 pacientes apresentaram SIRS positivo, desses, 112 (44,6%) permaneceram positivo e 33 (13,1%) passaram a apresentar SIRS negativo na primeira infecção documentada. Com o qSOFA, 79 pacientes apresentam qSOFA positivo na admissão, desses, 62 (24,7%) permaneceram positivos e 17 (6,8%) passaram a apresentar qSOFA negativo na primeira infecção documentada. Para o escore SOFA, 187 pacientes apresentaram ?SOFA positivo na admissão, desses, 34 (13,5%) permaneceram positivos e 153 (61,0%) passaram a apresentar ?SOFA negativo na primeira infecção documentada. Quando comparadas as taxas de mortalidade entre os pacientes com infecção e ?SOFA negativo, 125 (65,1%) receberam alta e 67 (34,9%) foram a óbito. Já com ?SOFA positivo, 30 (50,8%) receberam alta e 29 (49,2%) foram a óbito. Idade, SCQ e SOFA admissional foram fatores independentes associados a morte no desfecho hospitalar (p < 0,001). Conclusões: Os novos critérios diagnósticos de sepse aplicando a variação do escore SOFA não apresentaram poder de discriminação em pacientes queimados. Foi identificado aumento de 2,6% no risco para morte para cada ano de aumento da idade, aumento de 3,6% para cada 1% de aumento na SCQ e de 12,7% para cada aumento na pontuação no escore SOFA.Item Análise dos custos de pacientes internados em um centro universitário de referência no tratamento de queimadurasAnami, Elza Hiromi Tokushima; Grion, Cíntia Magalhães Carvalho [Orientador]; Delfino, Vinicius Daher Alvares; Almeida, Sílvio Henrique Maia de; Leonardi, Dilmar Francisco; Nonino, Eleine Aparecida Penha MartinsResumo: O objetivo desse estudo foi descrever os custos diretos do tratamento de pacientes admitidos na Unidade de Terapia Intensiva de um centro de referência no tratamento de queimaduras de um hospital terciário, universitário, público, no estado do Paraná, no sul do Brasil Trata-se de um estudo longitudinal prospectivo, de pacientes consecutivamente admitidos nos leitos de terapia intensiva de queimados, no período de maio de 211 a maio de 213 Os pacientes que preenchiam os critérios de inclusão foram acompanhados diariamente até a alta hospitalar ou óbito Os itens de custos diretos foram agrupados em cinco categorias: suporte clínico, medicamentos e hemoderivados, procedimentos médicos, procedimentos específicos para tratamento das queimaduras e taxas hospitalares Os valores dos itens em moeda nacional (ano 214) foram baseados nos índices de preços de procedimentos médicos da Associação Médica Brasileira (AMB) e para medicamentos, soluções e materiais de consumo hospitalar os índices de preços da tabela Brasíndice Foram também coletados dados demográficos, etiologia, extensão e profundidade das queimaduras e os dados para o cálculo dos escores de prognósticos Acute Physiology and Chronic Health Evaluation (APACHE II) e Abbreviated Burn Severity Index (ABSI), o escore de disfunção orgânica (SOFA) e de intervenções terapêuticas (TISS 28) para caracterização da população do estudo Não foram coletados os custos indiretos Foram incluídos e analisados 18 pacientes Houve predominância do sexo masculino 131 (72,8%) A média de idade foi de 42, ± 15,3 anos, a média de superfície corpórea queimada de 27,9 ± 17,8% e a média do tempo de internação de 28, ± 21,4 dias A média do índice ABSI foi de 79 ± 23 e 164 ± 85 para o APACHE II A maioria dos pacientes sofreu queimaduras decorrentes de acidentes domésticos (56,1%) As queimaduras térmicas foram as mais frequentes 154 (85,5%) e o agente acelerador foi o álcool líquido com 84 (46,7%) casos O custo total médio diário foi de R$ 2874,5 ± 1111,95 e o custo total médio da internação foi de R$ 85544,79 ± 81541,2 Em concordância com literatura disponível, os custos do tratamento dos pacientes queimados foram elevados Constatou se diferenças entre as estimativas de custos diretos publicados ao redor do mundo As variações de abordagens metodológicas dos estudos, características populacionais e diferentes protocolos de cuidados podem justificar essas diferençasItem Associação da poluição aérea com o desempenho de identificação olfatória de moradores de São Paulo: um estudo transversal(2024-03-21) Scussiatto, Henrique Ochoa; Fornazieri, Marco Aurélio; Pinto, Jayant M.; Bhayani, Mihir K.; Zaninelli, Tiago Henrique; Hohmann, Miriam Sayuri NagashimaObjetivo: A exposição a material particulado de 10 µm ou menos de diâmetro (MP10) tem sido implicada em doenças pulmonares e cardiovasculares. No entanto, o efeito do MP10 no olfato não foi bem estabelecido. Estimamos os níveis individuais de exposição aguda e crônica ao MP10 em uma grande coorte brasileira e os relacionamos à capacidade de identificar odores. Métodos: Adultos paulistas (n=1.358) foram recrutados em áreas com diferentes níveis de poluição atmosférica. Para verificar a exposição individual à poluição atmosférica, as médias de 30, 60, 90, 180 e 364 dias de MP10 foram interpoladas para os CEPs dos sujeitos por meio do método de krigagem. O desempenho da identificação olfativa foi testado usando o Teste de Identificação de Olfato da Universidade da Pensilvânia (UPSIT®). Regressões lineares múltiplas foram utilizadas para calcular o efeito da poluição do ar no desempenho da identificação olfativa, controlando variáveis demográficas e outras variáveis que afetam o sentido do olfato. Resultados: As exposições agudas ao MP10 foram relacionadas a piores pontuações UPSIT®, incluindo 30- (ß = -0,94, intervalo de confiança [IC] de 95% -0,98, -0,89), 60- (ß = -1,09, IC 95% = - 1,13, -1,04) e intervalos de 90 dias (ß = -1,06, IC 95% -1,10, -1,02) (referência para ß: aumento de 1 µm/m3 na exposição a MP10 por ponto de diminuição na pontuação UPSIT®). Exposições crônicas também foram associadas a pior olfato nos intervalos de 180 dias (ß = -1,06, IC 95% -1,10, -1,03) e 364 dias (ß = -0,87, IC 95% -0,90, -0,84). Assim como em trabalhos anteriores, homens, idosos, pessoas de baixa renda e baixa escolaridade demonstraram pior desempenho olfativo. Conclusão: A exposição aguda e crônica ao MP10 está fortemente associada ao desempenho de identificação olfativa em adultos brasileiros. Compreender os mecanismos subjacentes a estas relações poderia ajudar a melhorar a função quimiossensorial com um grande impacto na saúde públicaItem Associação de marcadores de estresse oxidativo e inflamatórios em fumantes e em depressivosVargas, Heber Odebrecht; Nunes, Sandra Odebrecht Vargas [Orientador]; Venâncio, Emerson José; Moreira, Estefânia Gastaldello; Fúngaro, Maria Helena Pelegrinelli; Verri Junior, Waldiceu Aparecido; Barbosa, Décio Sabbatini [Coorientador]Resumo: Objetivo: O presente estudo teve como objetivo geral avaliar as características sócio-demográficas, clínicas, biomarcadores de estresse oxidativo e inflamatórios em fumantes, com e sem depressão, e compará-los a indivíduos nunca fumantes depressivos e não depressivos Método: Foram avaliadas as características sócio-demográficas, clínicas, história tabagística e exames laboratoriais de marcadores de estresse oxidativo e inflamatórios em fumantes e nunca fumantes Foram selecionados 15 fumantes ambulatoriais (72 depressivos e 78 não depressivos) recrutados do Centro de Referência de Abordagem e Tratamento do Tabagismo (CRATT), da Universidade Estadual de Londrina (UEL) e 191 nunca fumantes (68 depressivos e 123 não depressivos) recrutados na mesma instituição A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UEL Os participantes foram submetidos a um questionário estruturado para avaliar as características sócio-demográficas, clínicas, risco do uso do álcool e história tabagística O transtorno depressivo e o transtorno por uso do tabaco foi avaliado pela entrevista clínica estruturada, versão clínica (SCID-I), baseada no DSM-IV Os marcadores inflamatórios foram mensurados pelos seguintes exames laboratoriais: proteína C reativa, velocidade de hemosedimentação (VHS), homocisteína e fibrinogênio O estresse oxidativo foi avaliado pelos seguintes exames: determinação de dialdeído malônico (MDA), determinação de hidroperóxidos lipídicos, determinação de metabólitos do Óxido Nítrico (NOx), determinação do potencial antioxidante total plasmático (TRAP) e determinação dos produtos avançados de oxidação proteica (AOPP) Resultados: Os fumantes depressivos apresentaram alterações nas concentrações de NOx, hidroperóxidos lipídicos, AOPP, TRAP, fibrinogênio, maior incapacidade laboral, maior gravidade dos sintomas depressivos e taxas maiores de tentativas de suicídio ao serem comparados aos fumantes não depressivos e, nunca fumantes depressivos e não depressivos Fumantes deprimidos tinham níveis significativos de estresse oxidativo e marcadores inflamatórios após o ajuste para sexo, idade, anos de escolaridade, deficiência de trabalhar, e as medidas de laboratório Indivíduos com histórico de tentativas de suicídio tiveram significativamente níveis mais elevados de NOx e de hidroperóxidos lipídicos e mais baixas concentrações de TRAP, em comparação com indivíduos sem tentativas de suicídio Conclusão: O presente estudo sugeriu que a comorbidade do transtorno depressivo e transtorno por uso de tabaco estava associada com maior gravidade dos sintomas depressivos, maiores taxas de tentativas de suicídio, maior incapacidade laboral e alterações de marcadores inflamatórios e de estresse oxidativo Desse modo, no planejamento terapêutico dos fumantes depressivos deve-se levar em conta estes achados para prevenir morbidade e mortalidade de ambas enfermidadesItem Atividade física na vida diária em adultos : valores de referência de passos por dia para uma população brasileira, perfil e fatores correlatos em estudantes universitáriosProença, Mahara-Daian Garcia Lemes; Pitta, Fábio de Oliveira [Orientador]; Barbosa, Décio Sabbatini; Teixeira, Denilson de Castro; Ramos, Dionei; Probst, Vanessa SuzianeResumo: Introdução: Valores de referência determinam o que é padrão para uma determinada população Até o momento não há informação com relação aos valores esperados de passos/dia na população brasileira adulta Adicionalmente, ainda com relação à medida objetiva da atividade física na vida diária (AFVD), observa-se que no âmbito nacional algumas populações ainda não foram estudadas em profundidade, como é o caso de jovens adultos universitários Apesar deste ser reconhecidamente um período crítico de transição, a literatura científica ainda não apresenta evidências sólidas quanto ao perfil e fatores correlatos da atividade física de estudantes universitários Objetivos: Fornecer valores de referência para passos/dia em adultos brasileiros; quantificar o nível AFVD de estudantes universitários e investigar seus fatores correlatos Métodos: No primeiro estudo, 29 indivíduos aparentemente saudáveis, de 2 a 79 anos de idade, foram avaliados quanto à AFVD por meio de pedômetro durante sete dias, tiveram seu peso e altura medidos e o índice de massa corpórea (IMC) calculado No segundo estudo, 221 alunos de diferentes centros de uma universidade pública do estado do Paraná (Brasil) fizeram uso de um pedômetro, durante sete dias para avaliação do nível de atividade física, e foram avaliados quanto à aptidão cardiorrespiratória (2m Shuttle Run Test –2mSRT), qualidade de vida (QV – SF-36), presença de sintomas de ansiedade (IDATE) e depressão (BECK) Resultados: Adultos brasileiros andaram 7729 (7332-8258) passos/dia [mediana (intervalo interquartílico)] Um modelo de regressão múltipla mostrou que sexo e idade explicaram 68% da variância de passos/dia (P<,1), permitindo assim a equação de predição derivada para a população brasileira: Passos/diapred=9241349-(38414*idade)+(682612*sexo), onde sexo masculino=1, e feminino=) No segundo artigo, 6% dos universitários foram classificados como fisicamente ativos (>8 passos/dia) Em geral, a amostra apresentou boa aptidão física e QV, presença de sintomas moderados de ansiedade e mínimos de depressão Nível mais baixo de atividade física na vida diária se associou moderadamente com pior aptidão física (VO2max [r=,42], VO2%pred [r=,41] e distância atingida no 2mSRT [r=,43]; P<1 para todos), e fracamente com piores sintomas de ansiedade (r=-,2; P=,4) e pior QV nos domínios capacidade física, aspectos físico e saúde mental (r=,21, ,15 e ,2, respectivamente; P<,5 para todos) A distância percorrida no 2mSRT foi o único factor preditor do número de passos/dia, embora tenha explicado apenas uma pequena proporção da sua variância (2%) Conclusões: A variância do número de passos/dia de adultos brasileiros pode ser explicada em 68% pela idade e sexo Com base nessas variáveis, uma equação para predição de valores de referência para passos/dia foi proposta Quanto ao nível de atividade física de estudantes universitários, a maioria destes pode ser considerada como fisicamente ativa de acordo com o número de passos/dia Aptidão cardiorrespiratória, sintomas de ansiedade e qualidade de vida são fatores correlatos do número de passos/dia nestes jovens adultosItem Atuação de um time de resposta rápida no cuidado do paciente grave com recusa de vaga em Unidade de Terapia Intensiva : análise de custosUrizzi, Fabiane; Grion, Cíntia Magalhães Carvalho [Orientador]; Dessunti, Elma Mathias; Lopes, Gilselena Kerbauy; Cardoso, Lucienne Tibery Queiroz; Delfino, Vinícius Daher AlvaresResumo: Objetivo: Analisar as características, intervenções e os custos diretos associados ao atendimento dos pacientes em demanda reprimida de leitos de terapia intensiva de um hospital universitário, terciário e público na cidade de Londrina no estado do Paraná Método: Estudo de coorte prospectivo de pacientes graves, em situação de demanda reprimida, atendidos pelo Time de Resposta Rápida do Hospital Universitário da Universidade Estadual de Londrina no período de fevereiro de 212 a fevereiro de 213 Os pacientes que preencheram os critérios de inclusão foram acompanhados diariamente até o desfecho que envolveu: transferência para Unidade de Terapia Intensiva (UTI), melhora clínica, limitação de suporte terapêutico ou óbito A coleta de dados foi composta de dados clínicos e demográficos e incluíram: diagnóstico de indicação de UTI, comorbidades, tempo de hospitalização e em situação de demanda reprimida e desfechos Os itens de custos diretos foram agrupados em quatro categorias: suporte clínico, itens de consumo, recursos humanos e taxas hospitalares Os valores dos itens em moeda nacional (ano 214) foram embasados nos índices de preços de procedimentos médicos da Associação Médica Brasileira (AMB) e para medicamentos, soluções e materiais de consumo hospitalar os índices de preços da tabela Brasíndice Foram também coletados dados para o cálculo do índice prognóstico Acute Physiology and Chronic Health Evaluation (APACHE II), Sequential Organ Failure Assessment (SOFA) Therapeutic Intervention Scoring System (TISS-28) para caracterização da população Os custos indiretos não foram incluídos no estudo Resultados: Foram incluídos e analisados 454 pacientes Houve predominância do sexo masculino (54,6%) A mediana de idade foi de 62 (47 - 73) anos As medianas foram de 22,5 (16 – 29) para o índice APACHE II, 8 (4 - 13) para o índice SOFA e de 27 (22 - 3) para o índice TISS A mediana do tempo de permanência em demanda reprimida foi de 3 (2 - 6) dias Dos desfechos observados 2 pacientes (,4%) foram transferidos para outra instituição, 25 (5,5%) pacientes tiveram decisão de limitação de suporte terapêutico após concordância do médico titular e dos familiares No período que aguardavam disponibilidade de leito para admissão na UTI, 11 (22,3%) pacientes evoluíram a óbito, 122 (26,9%) tiveram suas solicitações de admissão de UTI canceladas devido melhora clínica no período de demanda reprimida e 24 (44,9%) pacientes foram admitidos na UTI após um período de espera de 3 (2 - 6) dias O custo total dos pacientes não sobreviventes foi superior aos sobreviventes (R$ 1337,8 versus R$ 1835,53, respectivamente; p=,41) Conclusão: A população analisada apresentou aspectos clínicos com critérios clássicos para admissão em leitos de UTI, e com escores prognósticos elevados Os custos diretos de tratamento de pacientes graves em situação de demanda reprimida mostraram-se elevados Também houve diferença nos custos entre pacientes sobreviventes e não sobreviventesItem Avaliação comportamental e do sistema endocanabinoide em filhotes de ratos expostos ao paracetamol durante a gestação(2023-02-02) Klein, Rodrigo Moreno; Moreira, Estefânia Gastaldello; Lisboa, Sabrina Francesca de Souza; Estanislau, Célio Roberto; Kirsten, Thiago Berti; Bambini Junior, VictórioO paracetamol é um fármaco de venda livre utilizado como analgésico/antipirético por aproximadamente 40-50% das gestantes mundialmente. Embora estudos epidemiológicos venham sugerindo que a exposição uterina ao paracetamol seja um fator de risco para transtornos do neurodesenvolvimento, causalidade e modos de ação de sua possível ação neurotoxicante do desenvolvimento são incertas. Entre as hipóteses levantadas, mas ainda não testadas, estão disfunção do sistema endocanabinoide (eCB) e ativação imune-inflamatória. Desta forma, objetivamos avaliar os efeitos da exposição gestacional ao paracetamol sobre comportamento e efeitos comportamentais de um fármaco canabinoide, além de possíveis alterações sobre marcadores neuroquímicos relevantes para sinalização endocanabinoide e inflamação. Para isto, ratas prenhes receberam paracetamol (350 mg/kg) ou água por gavage, do dia gestacional 6 até o nascimento da prole. Medidas de toxicidade geral e reprodutiva incluíram peso corporal das progenitoras e dos filhotes até o desmame. Avaliamos o comportamento de filhotes com 10 (busca pelo ninho), 24 (campo aberto), 25 (estereotipia comportamental induzida pela apomorfina, enterramento das bolinhas de gude) 30 (teste das três câmaras) dias de idade 30 min após injeção do agonista canabinoide WIN 55,212-2 (0.3 mg/kg, via intraperitoneal) ou veículo. Reconhecimento do objeto novo e placa quente e comportamento social de brincar foram avaliados em filhotes com 25 ou 30 dias, respectivamente. Quantificamos as concentrações do eCB 2-araquidonoilglicerol (2-AG) e do lipídio pró-inflamatório fator ativador de plaquetas (PAF) bem como a expressão genica das principais enzimas de síntese e degradação de 2-AG, diacilglicerol lipase alfa e beta (DAGL-a e DAGL-ß) e monoacilglicerol lipase, além dos marcadores inflamatórios ciclooxigenase-2 e interleucina 1 beta em regiões encefálicas de ratos com 22 dias de idade. O protocolo de exposição não afetou as medidas de toxicidade geral. Entretanto, filhotes expostos apresentaram hiperatividade no campo aberto e maior enterramento de bolinhas de gude independentemente do sexo. Fêmeas expostas apresentaram maior estereotipia comportamental induzida por apomorfina e passaram mais tempo na área central do campo aberto. Injeção prévia de agonista canabinoide modificou a resposta comportamental no teste de busca pelo ninho, induzindo efeitos opostos em fêmeas expostas e não expostas. Além disso, aumento nas concentrações de 2-AG no córtex pré-frontal e de PAF no córtex-prefrontal, estriado e cerebelo foi observado em machos e fêmeas expostos. A exposição diminuiu a expressão gênica cerebelar de DAGL-ß, uma sintase de 2-AG. Os resultados apontam para alterações no sistema eCB e inflamação como modos de ação pelo qual o paracetamol prejudica o neurodesenvolvimento e altera o comportamento da prole em decorrência da exposição gestacional.Item Avaliação da capacidade de exercício por meio de testes de campo na saúde e na doença: valores de referência para o incremental shuttle walking test e reprodutibilidade do teste de caminhada de 6 minutos em doença pulmonar obstrutiva crônica(2012-08-23) Fujii, Nidia Aparecida Hernandes; Pitta, Fábio de Oliveira; Dal Corso, Simone; Teixeira, Denilson de Castro; Ferreira Filho, Olavo Franco; Mazzuco, Tânia LongoTestes de campo como o incremental shuttle walk test (ISWT) e o teste de caminhada de 6 minutos (TC6) são amplamente utilizados para avaliar a capacidade de exercício de pacientes portadores de doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC). Apesar da vasta literatura existente sobre esses testes, valores de referência do ISWT ainda não foram solidamente estabelecidos, e a reprodutibilidade do TC6 é inconsistente. Objetivos: investigar quais variáveis determinam o ISWT em indivíduos saudáveis, bem como estabelecer uma equação de valores de referência do ISWT; e investigar a reprodutibilidade do TC6 em pacientes com DPOC, quantificar o efeito aprendizado existente entre dois TC6 e estudar os fatores determinantes de mudanças no segundo TC6. Métodos: No primeiro estudo, 242 indivíduos saudáveis realizaram dois ISWT e tiveram avaliados peso, altura e índice de massa corpórea (IMC). No segundo estudo, 1514 pacientes com DPOC realizaram dois TC6 em dias subsequentes e foram submetidos à avaliação de composição corporal, dispneia e comorbidades (índice Charlson). Resultados: Gênero, idade e IMC foram preditores independentes dos valores de referência do ISWT (ISWTpred=1449,701–(11,735*idade)+(241,897*gênero)–(5,686*IMC); r2=0,71; p<0,0001). No segundo estudo, o coeficiente de correlação intraclasse (CCI) entre os dois TC6 foi de 0,93 (p<0,0001), embora os pacientes tenham apresentado distância percorrida significativamente maior no segundo teste (27m (IC95%: -37-107). Os fatores determinantes do aumento no segundo TC6 foram: primeiro TC6<350m, índice Charlson<2 e IMC<30 kg.m-2. Conclusões: A maior parte da variação do ISWT em indivíduos saudáveis é explicada por idade, gênero e IMC. Baseada nessas variáveis, uma equação para predição de valores de referência do ISWT foi estabelecida. Alto CCI foi observado entre os dois TC6 em pacientes com DPOC, embora um efeito aprendizado significativo tenha ocorrido. Desempenho ruim no primeiro TC6, poucas comorbidades e ausência de obesidade foram associados ao aumento da distância percorrida no segundo teste.Item Avaliação da função cognitiva em pacientes com transtorno bipolar e transtorno depressivo maior e associação com biomarcadores inflamatóriosZazula, Robson; Nunes, Sandra Odebrecht Vargas [Orientador]; Soares, Maria Rita Zoéga; Verri Junior, Waldiceu Aparecido; Estanislau, Célio Roberto; Gon, Márcia Cristina Caserta; Carmo, David Roberto do; Soares, Maria Rita Zoéga [Coorientadora]Resumo: Indivíduos com transtornos do humor apresentam maior prejuízo nas funções cognitivas quando comparados com aqueles sem o transtorno Deficits cognitivos em pacientes com transtorno bipolar (TB) e transtorno depressivo maior (TDM) correlacionam-se com incapacidade funcional, pior qualidade de vida e maiores níveis inflamatórios, mesmo em fases de remissão A identificação das variáveis associadas aos deficits cognitivos no TB e TDM possibilita avanços na compreensão de um problema frequente encontrado na prática clínica e possibilita melhores estratégias de intervenções psicossociais e farmacológicas para ambos grupos O presente estudo objetivou avaliar o perfil cognitivo global e desempenho em diferentes domínios cognitivos, bem como gravidade dos sintomas de depressão e mania, qualidade de vida e funcionalidade em pacientes com TB eTDM e participantes controles Além disso, objetivou a avaliar a associação entre função executivas e memória de trabalho e fator de necrose tumoral-alfa (TNF-alfa) e os receptores solúveis para fator de necrose tumoral 1 e 2 (sTNFR1 e 2) em pacientes com TB em comparação com controles No Estudo 1 participaram 32 pacientes com TB, 3 com TDM e 28 participantes controles e no Estudo 2 participaram 31 pacientes com TB e 27 controles A confirmação do diagnóstico do TB e TDM foi realizado por meio da Entrevista Clínica Estruturada para Diagnósticos de Transtornos Mentais (SCID-I), baseada no DSM-IV e foram aplicados os seguintes instrumentos: Escala de Gravidade de Depressão de Hamilton de 17 itens (HDRS17), Escala de Gravidade de Ansiedade de Hamilton (HAM-A), Escala de Gravidade de Mania (YMRS), Escala de Incapacidade de Sheehan (SDS), Escala de Qualidade de Vida (WHOQoL-brief) e Impressão Clínica Global – Severidade (CGI-S) A função cognitiva foi avaliada por meio da Bateria de Pesquisa CogStateTM, uma bateria de teste cognitivo computadorizada, composta por 12 subtestes em formato de jogos, avaliando os domínios cognitivos: velocidade de processamento, atenção, memórias de trabalho, visual, verbal e função executiva No Estudo 2, níveis de TNF-alfa e os receptores sTNFR1 e 2 foram mensurados e comparados com escores em tarefas de função executiva e memória de trabalho do CogStateTM No Estudo 1 foi utilizado one-way ANOVA para comparar os grupos e testes de regressão linear múltipla para examinar os efeitos das características demográficas e funcionalidade no escore cognitivo global No Estudo 2 foram utilizadas técnicas estatísticas paramétricas e não paramétricas para comparação de grupos e correlação de Pearson entre escores cognitivos e biomarcadores no grupo TB No Estudo 1, pacientes com TB e TDM apresentaram pior desempenho cognitivo global do que controles Não foi dentificado diferença significativa entre pacientes TB e TDM quanto ao desempenho cognitivo global Além disso, pacientes dos grupos TB e TDM apresentaram pior desempenho em relação ao grupo controle nos seguintes domínios cognitivos: velocidade de processamento, memória, fluência verbal e atenção No Estudo 2 houve correlação entre função executiva e memória de trabalho e sTNFR2 no grupo TB Os resultados sugerem que TB e TDM possuem padrões similares de desempenho cognitivo A associação entre pior performance cognitiva e maiores níveis de sTNFR2 em pacientes com TB pode indicar o papel da inflamação no processo neurodegenerativo e comprometimento funcional nos transtornos do humorItem Avaliação da sensibilidade aos antimicrobianos e caracterização molecular de e. coli isoladas de uroculturas de mulheres atendidas em unidades básicas de saúde e pronto atendimento no município de Londrina(2021-01-29) Tano, Zuleica Naomi; Pavanelli, Wander Rogério; Kobayashi, Renata Katsuko Katayma; Carrilho, Cláudia Maria Dantas de Maio; Perugini, Márcia Regina Eches; Costa, Ivete Conchon; Vespero, Eliana CarolinaIntrodução: A infecção do trato urinário (ITU) é uma das infecções mais comuns de procura ao serviço médico, acometendo milhões de pessoas no mundo todo, sendo a Escherichia coli o principal agente responsável. A resistência aos antimicrobianos tem aumentado expressivamente nos últimos anos, e o perfil de sensibilidade varia de região para região. Os principais antimicrobianos utilizados no tratamento de primeira escolha da ITU são: sulfametoxazol-trimetropim (SMX-TMP), nitrofurantoína, a fosfomicina e as quinolonas, além das cefalosporinas de primeira geração e a amoxicilina-clavulanato como escolha para gestantes. Estudos mostram que a sensibilidade ao SMX-TPM ultrapassa 30% em vários locais do mundo, sendo substituído por alternativas nos guidelines. A presença de bactérias produtoras de betalactamase é muito estudada em ambiente hospitalar, porém sabe-se que essas bactérias alcançaram também as infecções comunitárias, como as ITUs. E. coli Sequency Type (ST)131 e ST648 são responsáveis por ITUs recorrentes e de difícil tratamento com antibióticos de primeira escolha pela alta resistência aos antimicrobianos. A resistência às quinolonas, muito utilizadas em outras infecções, como as respiratórias e abdominais, tem alcançado níveis de alarme em muitos locais, principalmente pelo uso inadequado nas ITUs não complicadas. Objetivo: Caracterizar o perfil de sensibilidade aos antimicrobianos de E. coli de uroculturas de mulheres atendidas em Unidades Básicas de Saúde e de Pronto Atendimento no município de Londrina. Caracterizar os mecanismos moleculares de resistência de isolados resistentes à ciprofloxacina, norfloxacina e ácido nalidíxico e aos ß-lactâmicos, além de conhecer os sorogrupos, ST e a classificação filogenética das amostras resistentes às quinolonas. Metodologia: Foram estudadas as uroculturas realizadas pelo Laboratório Central da Prefeitura (Centrolab) de mulheres atendidas nas Unidades Básicas de Saúde e Pronto Atendimento do município de Londrina, de junho de 2016 a maio de 2017. As culturas positivas foram selecionadas para avaliação no Laboratório do Hospital Universitário. A identificação dos isolados e os testes de sensibilidade a antimicrobianos foram processados pelo Sistema Automatizado VITEK® 2 (bioMérieux). As amostras foram sequenciadas utilizando-se o kit Nextera® XT Sample Preparation (Illumina), no equipamento MiSeq® System (Illumina), pela plataforma NextSeq (Illumina). A classificação filogenética foi executada por PCR. Resultados: No período foram realizadas 56.555 uroculturas, das quais 8.832 foram positivas para E. coli, sendo 5.377 de mulheres. Dessas amostras, 4,7% eram enterobactérias produtoras de betalactamases de espectro estendido (ESBL) e 15,5% resistentes às quinolonas. O SMX-TMP se mostrou resistente em mais de 30% das amostras em todas as faixas etárias dos pacientes. Entre os isolados resistentes às quinolonas, também a resistência à cefalotina, ampicilina e sulfametoxazol-trimetoprim foi maior que 60%. Somente a nitrofurantoína apresentou resultados superiores a 90% de sensibilidade. Nas 33 amostras selecionadas de E. coli para a realização do sequenciamento, obteve-se os seguintes resultados: o ST131”serotype”O25:H4 (n=8) e o ST648”serotype” 01:H6 (n=6) foram os mais frequentes, o gene blaCTX M15 foi o mais encontrado. As mutações nas regiões Gyr A e ParC (QRDR) e o gene aca(6´)-ib-cr na resistência à quinolona mediada por plasmídio (PMQR) foram os mecanismos mais frequentes, produzindo resistência às quinolonas. O grupo filogenético B2 foi o mais encontrado com 54,5% (n=18), seguido pelo grupo B19% (n=3); o grupo não identificado foi responsável por 12,1% (n=4) e os grupos A, C, E e F foram responsáveis por 6,1%. Entre as 33 amostras estudadas, todas tinham pelo menos um fator de virulência, sendo os mais frequentes o iss (n=24), seguido pelo pfA (n=17), gag (n=16), iha (n=12), eilA (n=11) e air (n=10). Conclusão: O SMX-TMP apresentou resistência superior a 30% e a nitrofurantoína manteve altas taxas de sensibilidade, maiores do que 90%. A maioria dos isolados apresentava mutações nas regiões gyrA e parC (QRDR) e os genes aca(6´)-ib-cr e blaCTX M15, pertenciam ao grupo filogenético B2, aos ST131 e ST648 de grande importância epidemiológica, presentes em ITU na comunidade de Londrina. A combinação de genes de resistência a quinolonas associada a genes ESBL diminui o arsenal de antimicrobianos a serem usados em infecções urinárias não complicadas, principalmente na comunidade. Demonstra, assim, a necessidade de estabelecer sistemas de monitoramento locais e nacionais da resistência antimicrobiana no Brasil para fornecer dados às diretrizes de tratamento de ITU na comunidade.