Efeito do treinamento resistido sobre a função cardíaca, força muscular, composição corporal, aptidão funcional e indicadores de risco cardiovascular em mulheres idosas e suas implicações para a prevenção de insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada: ensaio clínico randomizado controlado
Data
2023-11-29
Autores
Rodrigues, Ricardo José
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Resumo
O envelhecimento pode acarretar modificações em diversos sistemas biológicos que favorecem o desenvolvimento de inúmeras doenças, como a insuficiência cardíaca. Além do tratamento farmacológico, a prática de exercícios físicos pode ser uma alternativa valiosa para prevenir e/ou retardar tais condições clínicas. Portanto, o propósito desta investigação foi analisar o efeito do treinamento resistido (TR) sobre a função cardíaca, força muscular, composição corporal, aptidão funcional e indicadores de risco cardiovascular em mulheres idosas. Para tanto, 82 mulheres idosas (> 60 anos) foram divididas em grupo treinamento (GT) e grupo controle (GC). Dois ensaios clínicos aleatorizados foram conduzidos, sendo que o primeiro teve duração de 24 semanas de intervenção e se limitou a analisar somente o comportamento da função cardíaca e as modificações na força muscular. No segundo experimento, a função cardíaca foi acompanhada ao longo de dois anos, conjuntamente com a composição corporal, aptidão funcional e indicadores de risco cardiovascular. O programa de TR foi realizado em três sessões semanais e incluiu oito exercícios para o corpo inteiro (três séries, 8-12 repetições, três sessões semanais em dias alternados). Exames de imagens (ecocardiografia e absortometria radiológica de dupla energia), testes de força máxima (1-RM), testes funcionais e biomarcadores de risco cardiovascular foram utilizados. No primeiro experimento uma interação grupo vs. tempo (P < 0,05) foi revelada para o volume diastólico final do ventrículo esquerdo (GT = -8,3% vs. GC = -0,6%), volume sistólico final do ventrículo esquerdo (GT = - 10,6% vs. GC = +1,1%) e índice de volume atrial esquerdo (GT = -9,1% vs. GC = +3,9%). Um efeito principal do tempo (P < 0,05) foi encontrado para o índice de massa ventricular esquerda (GT = +4,9% vs. GC = -0,6%), espessura septal (GT = +3,3% vs. GC = -1,7%), fração de ejeção (GT = +3,7% vs. GC = -0,5%), E'/E septal (GT = -4,8% vs. GC = +0,5%), tempo de desaceleração (GT = -4,1% vs. GC = + 3,9%), E septal (GT = +4,6% vs. GC = -0,6%) e E lateral (GT = +5,2% vs. GC = -1,1%). No segundo experimento uma interação grupo vs. tempo (P < 0,05) foi revelada para o índice de massa ventricular esquerda (GT = -5,5% vs. GC = +11%), espessura septal (GT = -3,8% vs. GC = +7,3%) e espessura da parede posterior (GT = -2,8% vs. GC = 13,6%), volume diastólico final do ventrículo esquerdo (GT = -9,0% vs. GC = +20,0%), volume sistólico final do ventrículo esquerdo (GT = -7,8% vs. GC = +23,3%), índice de volume atrial esquerdo (GT = -7,1% vs. GC = +28,1%), fração de ejeção (GT = -1,0% vs. GC = -4,9%), E'/E septal (GT = -11,0% vs. GC = +22,1%), E septal (GT = +14,9% vs. GC = -19,2%) e E lateral (GT = +12,7% vs. GC = -22,8%). Um efeito principal do tempo (P < 0,05) foi identificado para o tempo de desaceleração (GT = -0,9% vs. GC = +9,0%). Além disso, a prática do TR resultou em melhoria (P < 0,05) da glicemia, colesterol total, LDL-c, massa muscular e força muscular quando comparado ao GC. Nossos resultados sugerem que 24 semanas de TR provocam melhoria da função cardíaca e tais mudanças são preservadas ou até mesmo melhoradas ao longo de dois anos de intervenção, sendo acompanhadas de outros benefícios para a saúde de mulheres idosas, com destaque para melhoria da força, massa muscular e indicadores de risco cardiovascular.
Descrição
Palavras-chave
Função diastólica, Morfologia cardíaca, Envelhecimento, Treinamento de força, Saúde da mulher, Insuficiência cardíaca - Mulheres idosas, Treinamento resistido - Função cardíaca - Mulheres idosas