02 - Mestrado - Comunicação
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Item Poéticas de terreiro : uma cartografia ancestral com o Ylê Axé Òpó Omim(2023-12-04) Alvanhan, Larissa de Menezes; Kaseker, Mônica Panis; Aulicino, Marcos Rodrigues; Moreira, ReginaldoEsta pesquisa propõe uma cartografia ancestral, como desdobramento de uma cartografia sentimental, nos termos propostos por Suely Rolnik. Trata-se de um trabalho epistemológico decolonial que acontece nas encruzilhadas das espirais temporais do orixá Exu com e através da Comunidade Tradicional de Matriz Africana Ylê Axé Òpó Omim. Por meio do contato com a minha ancestralidade materna e paterna, assim como, com os ancestrais ilustres do Ylê, temas como memória, fabulação, identidades raciais, filosofia nagô, pensamento afrodiaspórico, fotografia e acervo arquivístico de candomblé, dançam em um contínuo movimento anti-horário do Xirê Ancestral. Aqui os orixás Xangô e Oxum são invocados nas discussões e lutas epistemológicas por modos e vivências disruptivas, tendo como base as reflexões da matripotência presente no pensamento Oxunista. Os conhecimentos ancestrais de minha mãe de santo, Mãe Omin, fundadora e matriarca do Ylê Axé Òpó Omim, constituem-se, também, como base estruturante deste trabalho. A indagação que move essa pesquisa se refere a como as ancestralidades e as identidades culturais de terreiro expressam-se e refletem-se no acervo fotográfico arquivístico do Ylê, tornando-o um objeto de memória e de continuidade dessa Comunidade Tradicional de Matriz Africana. Propõe-se uma pesquisa decolonial nas lutas por outras vivências e epistemologias, a fim de ser e trazer a ancestralidade para o centro das discussões acadêmicas. As conclusões deste trabalho vislumbram a importância da preservação da memória de terreiro pelo acervo arquivístico de fotografias, além de despontar para a abertura epistemológica e a continuidade das pesquisas decoloniais em comunicação no contato com pensamento nagô afrodiaspórico. Portanto, Poéticas de terreiro: uma cartografia ancestral com o Ylê Axé Òpó Omim é pensamento decolonial em continuo movimento espiralado anti-horário, contra-hegemônico e político, que se dá nas e por meio das encruzilhadas epistemológicas.Item Cartografias de um corpo-território : uma análise dos afetos produzidos por Célia Xakriabá na plataforma instagram(2022-09-02) Vessoni, Dominique Xavier; Keseker, Mônica Panis; Silva, Elizângela Cardoso de Araújo; Buzalaf, Márcia NemeA atuação política dos povos indígenas através comunicação digital tem sido amplamente reverberada na contemporaneidade. A oralidade e a corporalidade são aspectos tradicionais da comunicação de tais povos, agora reeditados pela digitalização de seus corpos, práticas e discursos nas plataformas de redes sociais na internet, mas ainda meios de luta e de resistência. Neste sentido, a presente pesquisa visa cartografar os sentidos e afetos produzidos pela liderança indígena Célia Xakriabá na plataforma Instagram. O referencial teórico utilizado compreende conceitos de colonialidade do poder e do saber, bem como, discute a dissidência do corpo indígena em relação a concepção cartesiana de corpo e natureza. A pesquisa também perpassa conceitos cosmológicos de epistemológicos dos povos indígenas tendo no conceito de corpo-território o alicerce da reflexão proposta pela presente pesquisa. A metodologia utilizada será a cartografia, já que a pesquisa visa o aprendizado da pesquisadora com a sujeita pesquisada. A partir de postagens selecionadas em seu perfil na plataforma Instagram, os afetos e sentidos produzidos pelas visualidades de Célia Xakriabá serão cartografados, tendo como embasamento o referencial teórico, bem como, a retórica de seus enunciados.Item Elize Matsunaga: Era Uma Vez Um Crime” (2021): as potencialidades e as vozes sobre as mulheres que cometem crimes(2023-11-21) Bittencourt, Lilian Ramos; Buzalaf, Márcia Neme; Carvalhaes, Flávia Fernandes de; Kaseker, Mônica PanisDe que forma a produção audiovisual “Elize Matsunaga: Era Uma Vez um Crime” (2021), que revisita fatos vinculados à morte do empresário Marcos Matsunaga pela sua esposa, Elize, em 2012, reforça ou refuta os estereótipos da mulher que cometeu um crime? A estrutura narrativa da série é composta por depoimentos de pessoas que conviveram com Elize antes do crime (como os familiares e um colega de faculdade), amigos de Marcos, os envolvidos na investigação e no julgamento do homicídio (como os advogados de defesa e de acusação, o Promotor de Justiça e o Delegado responsável pela prisão de Elize), jornalistas e da própria Elize, que nunca anteriormente havia dado qualquer entrevista. A hipótese presente neste trabalho é que as mulheres são estereotipadas, na sociedade ocidental, a partir de um lugar de cuidado, docilidade e submissão, o que causa uma comoção desproporcional quando mulheres cometem crimes, evidenciando-se que, à mulher, não é facultado o mesmo lugar social que aos homens. Para o desenvolvimento desta pesquisa, servirão de base teórica os conceitos de estereótipo, de Edward Said, a construção da visão do Outro na historiografia, de Peter Burke, e os debates sobre a mulher que cometeu crime proporcionado pela pesquisadora Flávia Carvalhaes.Item Corpo, espaço e rito: pandemia da COVID-19 e lives de missas católicas(2023-12-15) Menani, Beatriz de Paula; Klein, Alberto Carlos Augusto; Londero, Rodolfo Rorato; Marques, Bárbara CristinaA pandemia da COVID-19 alterou as relações do sujeito com o corpo e com a tecnologia. A religião católica precisou se adaptar ao mundo digital e se utilizou do recurso de lives em redes sociais para possibilitar a presença dos fiéis no rito da missa. O objetivo deste trabalho é estudar as relações que se constroem entre sujeito, corpo e espaço quando o rito católico da missa se desloca para o ambiente das lives nas redes sociais devido a pandemia da COVID-19. Dentre os autores utilizados estão Hartmut Rosa, Byung-Chul Han, Jorge Miklos, Vilém Flusser e Norval Baitello Jr. A metodologia da pesquisa conta com análise documental, coleta e análise de dados, utilizando documentos católicos e estudo de caso. Pensa-se a nulodimensão a partir de Vilém Flusser. Discute-se como as ações na pandemia da COVID-19 impuseram o deslocamento do rito católico e das relações entre a comunidade católica para a nulodimensão, transformando a maneira com que o fiel experiencia o rito, e as relações deste com espaço e o corpo. O católico sacraliza a mídia e o ambiente doméstico que se tornam extensões do templo, transformando as telas e as não-coisas em parte do sagrado. Experiencia, também, uma nova forma de comunidade e comunhão, construindo uma comunidade em comunhão na nulodimensão.Item As fantasias d* verm*: histórias sobre a construção de meus afetos a partir das personagens de animações(2023-12-09) Braga, Bruno Azzani; Moreira, Reginaldo; Jimenez, Maria Luisa; Carvalhaes, Flavia Fernandes deA partir da metodologia (ou antimetodologia) da cartografia sentimental de Sueli Rolnik, se construiu 3 histórias que respondem à pergunta: seriam as personagens de animação tecnologias de gênero ? Articula-se também os conceitos de Tereza de Lauretis e as perspectivas dos estudos Cuír / Kuir / Queer . A partir do relato pessoal do pesquisador Bruno Azzani Braga a respeito das suas relações com as personagens Pernalonga (“Looney Tunes”), Ele (“As Meninas Superpoderosas”) e Shun (Cavaleiros do Zodíaco), foi mapeado como este construiu sua subjetividade articulada com essas figuras enquanto estratégia para sobreviver dos preconceitos, abusos e agressões. Ao longo da pesquisa, se faz uma defesa da importância da construção de estudos com as autorias implicadas em Cis-tema não cisheteronormativas, pensando que as fabulações podem construir outras subjetividades e revelar outras histórias que não as mesmas divulgadas por essa norma. A noção de interseccionalidade a respeito dos privilégios de branco, cisgênero, heteronormativo e de classe média são debatidas. O texto é construído de maneira literária seguindo a própria antimetodologia. O texto se encerra com uma discussão que articula as ideias já mencionadas com a noção do uso dos afetos, como proposto, enquanto uma ação decolonial, reiterando a perspectiva fracasso (Jack Halbestam) e do passivo (Javier Sáez e Sejo Carrascosa) como produtores de novas possibilidades de afetos.Item Lampião da Esquina para além da bichas: as memórias e histórias em outras corporalidades dissidentes no fim da ditadura(2024-09-13) Barros Junior, Marco Antonio; Buzalaf, Márcia Neme; Moreira, Reginaldo; Quinalha, Renan HonórioA imprensa alternativa nos anos da ditadura abriu caminho para a produção de uma série de jornais reconhecidos pela luta e resistência contra hegemônica durante aquele período marcado pela violência, repressão e censura. Nesse cenário, o Lampião da Esquina (1978 - 1981), jornal fundado por 11 homens abertamente homossexuais, figura como objeto de pesquisa neste trabalho que rememora os principais materiais publicados pelo jornal que pautavam dissidências além das bichas (foco editorial do Lampião). Para tanto, a pesquisa encontra respaldo metodológico na cartografia sentimental (ROLNIK, 2017) com análise documental e produção de cartas, sob uma escrita encarnada que dialoga com autorias decoloniais (BALESTRIN, 2013). Os materiais publicados pelo Lampião da Esquina que abordam temas como trasgeneridades/travestis, povos originários, movimento negro e feminismos subalternizados, são tensionados por meio de formulações teóricas, afetos e produções culturais, como filmes, músicas e textos literários. Com o cuidado em não causar anacronismos, a pesquisa busca evidenciar o diálogo que o Lampião da Esquina teve com outros corpos marginalizados no fim da ditadura. Grupos que assim como as bichas que produziram o jornal, também eram silenciados, violentados, mortos ontem e também hoje, apesar dos avanços.Item Feminismos subalternizados e imprensa alternativa : encontros e disrupturas hegemônicas(2023-07-25) Queiroz, Danyela Barros Santos Martins de; Moreira, Reginaldo; Buzalaf, Márcia Neme; Carvalhaes, Flavia Fernandes deA imprensa alternativa produzida pelo movimento feminista brasileiro é entendida como um espaço de construção e manutenção de discursos não hegemônicos e de identidades de luta e resistência. Dentro dessa concepção, este trabalho tem como objetivo analisar de que forma as comunicações alternativas construídas por mulheres lésbicas e do movimento negro que participaram dos jornais Chanacomchana (1981-1987) e Nzinga Informativo (1985-1989) constituíram um espaço de disputa dentro do próprio movimento feminista, indicando assim a potencialidade de representação dos chamados feminismos subalternos (BALLESTRIN, 2017). A proposta metodológica da pesquisa é a Cartografia Sentimental (ROLNIK, 2016) com respaldo metodológico na análise documental e em entrevistas abertas de profundidade, com mulheres que participaram desses jornais. A construção dessa cartografia é resultado das potencialidades dos encontros entre pesquisadora e o tema de estudo: considerando subjetividades, construções de territórios e as afetações dos corpos vibráteis (ROLNIK, 2016) por uma diferente geração de mulheres. Para tanto faço uso de cartas como meio de produção da pesquisa. As produções de imprensa aqui investigadas demonstram a contribuição do pensamento feminista negro brasileiro ao pensamento feminista decolonial ao dar relevância às experiências de mulheres subalternizadas em suas formulações teóricas, revelando que a própria trajetória das mulheres constitui uma forma de produção de conhecimento que deve ser considerada na produção de teoria. Além de revelar que a escrita possibilitou para essas mulheres a articulação de várias tensões pelas quais estavam passando, o que proporcionou o direito de autonomeação, autodefinição, novos olhares e lugares de fala, enfim, deslocando as relações de poder e hierarquizações.Item Indígenas como sujeitos comunicacionais : revisitando trajetórias em destaque no jornalismo hegemônico(2024-07-01) Ota, Angela Yoshiko; Kaseker, Mônica Panis; Buzalaf, Márcia Neme; Fernandes, Jose CarlosA história dos povos originários é marcada por lutas, em todos os sentidos, inclusive, quando se pensa em almejar um espaço como sujeitos comunicacionais na mídia hegemônica. Com base neste contexto, esta pesquisa busca refletir como os indígenas vieram ocupando o espaço midiático, em específico do telejornalismo, ao longo da história do país e de que forma a comunicação hegemônica tem se relacionado com a temática indígena. Em especial, nos interessa pensar nas possibilidades de decolonizar as representações midiáticas dos povos indígenas na abordagem jornalística, a partir da necessária superação do paradigma da tutela, para que os indígenas tornem-se sujeitos comunicacionais. Para isso, a pesquisa aplica conceitos de colonialidade e interculturalidade e analisa, com base em autores como Bourdieu, Wolf e Medina, os processos de fazer jornalístico, permeados pela visão eurocentrista. O estudo utiliza autores indígenas, como Kopenawa, Krenak, Luciano Baniwa, Werá e Tupinambá, que apresentam os fatos sob a perspectiva dos povos originários, se debruça sobre personagens indígenas em diferentes períodos da história e como eles foram mostrados em reportagens jornalísticas da época, e aplica a netnografia como metodologia de pesquisa, que é baseada no trabalho de campo online. A pesquisa explora ainda uma reportagem do Jornal Nacional na série “Brasil em Constituição”, que mostra a importância da Constituição Federal para a garantia dos direitos dos povos originários e analisa o relacionamento da mídia atual com os indígenas, sinalizando a precursão de uma abordagem mais dialógica. Destaca-se que o giro decolonial da autorrepresentação dos povos indígenas auxiliou na transformação da representação desses povos e possibilitou o maior protagonismo indígena nas produções telejornalísticas. Conclui-se que os povos originários passaram a utilizar a comunicação como arma de luta por direitos, principalmente durante a Constituinte, a partir do momento em que entendem que é fundamental a presença na mídia para alcançar conquistas coletivas. Assim, a visibilidade no telejornalismo é empregada também para reafirmar suas posições como cidadãos brasileiros.Item Vendo o gol : a semiologia da narração esportiva no rádio(2024-02-02) Lima, Carlos Guilherme Caldeira; Contani, Miguel Luiz; Miani, Rozinaldo Antonio; Dias, Emerson dos SantosA linguagem radiofônica é de emoção, ao mesmo tempo em que também necessita ser descritiva, sobretudo nas transmissões de partidas de futebol. A linguagem visual precisa ser adotada e convertida em fala, a fim de realizar aquilo que o futebol no rádio mais requer: informar e emocionar. Com análise de quatro narrações de gol pela Rádio Paiquerê 91.7 FM de Londrina-PR (uma de cada um dos narradores da emissora), nos jogos do Londrina Esporte Clube, o trabalho visa avaliar o grau em que emoção e descrição estão em equilíbrio, e aptas oferecer uma informação mais detalhada e que facilite o entendimento do ouvinte, sobretudo permitir que visualize o que está ouvindo. A fundamentação teórico-metodológica está amparada nas conceituações da semiologia de Roland Barthes, com ênfase na linguagem fotográfica, para aferir e mensurar o nível de possibilidade de compreensão por parte do torcedor/ouvinte/receptor da mensagem, e lançar luz sobre o processo de produção de sentido nessa modalidade de linguagem midiática. Trata-se de conhecer, de um ponto de vista semiológico, o que a narração radiofônica de uma partida de futebol, ensina como peça de comunicação, tendo por base a experiência de quem hoje incorpora uma tradição deixada pelos brilhantes locutores de outras épocas. Os jogos analisados ocorreram no Estádio do Café, sede das partidas do Londrina Esporte Clube, e isso amplia a carga emocional para o narrador, com a presença de público na praça esportiva. Em virtude da pandemia mundial da covid-19, o recorte foi de eventos do período pré-pandêmico. Os resultados permitem afirmar que os profissionais buscaram escolher palavras adequadas para “desenhar” a jogada e oferecer elementos para que o ouvinte montasse mentalmente o gol. Foram encontradas palavras que ajudaram a trazer uma carga emocional ao que foi contado, com pormenores técnicos, em busca de equilíbrio entre descrição e emoção, a fim de que o torcedor que não acompanhou o lance do gol no instante em que ele foi marcado, tivesse a possibilidade de compreender como foi conquistado o tento.Item Professores pelos olhos do jornal Gazeta do Povo : análise de discurso de textos publicados entre 2018 e 2021(2024-03-22) Kowalski, Marcelle Oliveira; Yamamoto, Eduardo Yuji; Tanaca, Jozélia Jane Corrente; Buzalaf, Márcia Neme; Bastos, Manoel DouradoEste trabalho se propõe a fazer uma reflexão analítica sobre como o professor, da Educação Básica ao Ensino Superior, é representado em textos publicados entre 2018 e 2021 no jornal Gazeta do Povo, averiguando possíveis reproduções de estereótipos e o docente brasileiro é protagonista nos textos jornalísticos. A Gazeta foi escolhida como mídia para análise pois a identidade que o público tem dos professores, especialmente no Paraná, é, em grande parte, influenciada por esse veículo. Sabe-se que o contexto em que um discurso é constituído, incluindo suas forças políticas, culturais e econômicas, é de suma importância, pois é ele que favorece determinados discursos em detrimento de outros. Apresentaremos uma perspectiva histórica do docente para evidenciar o modo como esse contexto, especialmente com o advento do neoliberalismo nos anos de 1970, pode ter afetado a representação da educação e, portanto, do professor. Investimos na análise de produção de discursos para examinar como sucedem as construções ideológicas no texto jornalístico. A concepção teórica e conceitual da pesquisa se ampara em autores como: Hannah Arendt, Michael Foucault, Muniz Sodré e Stuart Hall. Verificamos que o discurso jornalístico constrói discursos da realidade, numa espécie de construção simbólica, que deixa entrever a ausência contínua da voz dos professores, frequentemente estigmatizando-os.Item O que foi notícia no Instagram durante a pandemia : uma análise do perfil do G1 e da reação do público online(2024-03-27) Posso, Lara Victória de Camargo Dal; Londero, Rodolfo Rorato; Fonseca, André Azevedo da; Silveira, Fábio AlvesO objetivo desta pesquisa é compreender os principais valores-notícia nas publicações sobre a Covid-19 no perfil do Portal G1 no Instagram e analisar como o público online reagiu a esses conteúdos. A pesquisa apresenta os conceitos de redes sociais de Recuero e explora as escolhas editoriais utilizando os critérios de noticiabilidade da teoria do newsmaking, discutida pelos autores Felipe Pena, Mauro Wolf, Antônio Hohlfeldt e Axel Bruns. A metodologia inclui análise de conteúdo quantitativa e qualitativa. A análise quantitativa determina os valores-notícia mais presentes nas publicações, enquanto a análise qualitativa permeia os comentários, analisando as reações do público a elas. Os resultados mostram que a maior parte das publicações durante o período analisado envolve o valor-notícia relacionado a figuras políticas, o que reflete diretamente o cenário político do Brasil durante a pandemia. No entanto, a pesquisa também demonstra que publicações que envolviam situações inesperadas ou curiosas foram aquelas que tiveram a maior média de comentários, mostrando o interesse do público online por temas insólitos, uma característica que perpassa toda a história do jornalismo.Item Louvado seja satã : a figura da bruxa e seus estereótipos em O mundo sombrio de Sabrina(2023-03-31) Rantin, Cristiano; Fonseca, André Azevedo da; Klein, Alberto Carlos Augusto; Munhoz, Cláudia MalheirosPersonagem criada em 1962, a bruxa Sabrina foi representada em diversas versões em histórias em quadrinhos, animações, séries e filmes. Em 2018, o seriado O Mundo Sombrio de Sabrina foi lançado pela Netflix, apresentando uma protagonista que trouxe novos elementos às representações midiáticas da figura da bruxa. Através de análise fílmica, a presente pesquisa analisou em que medida a série ressignificou estereótipos históricos em sua narrativa. Uma vez que compreender a representação das bruxas nas mídias é também estudar a representação das mulheres, o estudo se faz importante dentro das discussões sobre o imaginário social e de questões de gênero na sociedade. Em nossa pesquisa, fomos capazes de identificar que, ainda que nem todo estereótipo seja ressignificado ou bem aproveitado, a maioria deles é utilizada como metáfora para discutir pautas feministas contemporâneas e contribuir para a narrativa sobre a luta contra as opressões do patriarcado.Item O que a crítica da economia política da comunicação tem a dizer ao TSE : disparo massivo de mensagens e notícias falsas nas eleições presidenciais de 2018(2023-04-24) Panho, Isabella Alonso; Bastos, Manoel Dourado; Buzalaf, Márcia Neme; Zanardi, Reinaldo CésarAs eleições de 2018 foram um processo eleitoral ímpar, marcado pela disseminação de notícias falsas e pelo disparo massivo de mensagens. Um esquema de compra dessa ferramenta foi relevado pela Folha de S. Paulo, mas o TSE decidiu não investigar o caso naquele ano. Por meio de uma triagem de todos os casos envolvendo a palavra-chave “WhatsApp”, foram isoladas três Ações de Investigação Judicial Eleitoral, nas quais o TSE entendeu que estaria mero exercício da liberdade de expressão. Esta dissertação se debruça sobre essa circunstância e busca analisá-la de acordo com as teorias da Crítica da Economia Política da Comunicação e do método da derivação das formas sociais. O método de pesquisa foi bibliográfico e os principais autores que embasam a pesquisa são César Bolaño, Camilo Onoda Caldas, Alysson Leandro Mascaro, Dallas Smythe, Silvia Viana, José Eduardo Faria e a própria jornalista Patricia Campos Mello. O objetivo da pesquisa é demonstrar que o que aconteceu em 2018 encontra explicações mais apuradas na seara da comunicação, por se tratar de comércio de mercadoria audiência, particularidade dos produtos da Indústria Cultural.Item A produção do livro como práxis comunicacional : Madame Bovary e os primórdios da Indústria cultural na França provincial do século XIX(2023-03-07) Alves, Camila Coelho; Bastos, Manoel Dourado; Londero, Rodolfo Rorato; Lima, Luisa GuimarãesEste trabalho consiste em uma análise de cunho discursivo-teórico, de natureza histórico-bibliográfica, que possui como principal objeto de estudo a obra do escritor francês Gustave Flaubert, Madame Bovary: Costumes de província. Publicado primeiramente de forma seriada na revista literária Revue de Paris, em 1856, e no ano seguinte no formato de livro, dedicamos a ele o seguinte questionamento de pesquisa: seria possível afirmar que o processo que envolve a obra Madame Bovary se constituiu como uma práxis comunicacional na ordem de uma proto-indústria cultural na França do século XIX? Para tanto, o desenvolvimento da pesquisa tem como fundamentação teórica Roger Chartier, com o estudo do livro e sua materialidade, sendo um produto comunicacional relevante não apenas em sua época de publicação, a França do século XIX, mas para nossa realidade do século XXI. Também temos suporte em Theodor Adorno com o conceito de Indústria Cultural, a noção de práxis de Karl Marx e a ideia da arte pela arte de Pierre Bourdieu. Justificamos a escolha desta pesquisa pois percebemos como a vertente da História Cultural é um excelente recurso teórico-metodológico para a análise de um romance como práxis comunicacional, capaz de desvendar aspectos formativos prototípicos da Indústria Cultural na França do século XIX. Ao final do trabalho, observa-se por meio desses teóricos as dificuldades e os limites de um livro sendo mais do que ficção, mas uma forma de diálogo entre o público leitor e seu escritor.Item A mulher e o mundo do trabalho : as representações de gênero nas charges do jornal Tribuna Metalúrgica na década de 1990(2022-04-28) Souza, Pamella Cristina Basseti de; Miani, Rozinaldo Antonio; Londero, Rodolfo Rorato; Figueiredo, Daniel de OliveiraEssa pesquisa analisa as charges do jornal Tribuna Metalúrgica durante a década de 1990, a fim de entender como a mulher foi representada nas charges do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC paulista no referido período. A pesquisa se divide em duas etapas, a primeira de levantamento teórico e bibliográfico e a segunda de análise do material propriamente dito. A segunda etapa do trabalho ainda se desdobra em outras duas fases, uma de análise estatística do acervo de charges e outra de análise mais qualitativa da produção chárgica. O trabalho apresenta como direcionamento teórico as discussões marxistas sobre o conceito de trabalho e de sindicato, bem como os estudos sobre comunicação popular, comunicação sindical e charges sindicais desenvolvidos por Miani (2005). Para as análises de gênero e de gênero no sindicato estamos amparados pelas discussões teóricas propostas por Kergoat (2010), Izquierdo (1990), Saffioti (2013), Souza-Lobo (2021), dentre outras autoras. A pesquisa aponta que as mulheres estão presentes em apenas 19% das charges produzidas no período, e são representadas, majoritariamente, como esposas e mães metalúrgicas, relegando a segundo plano a condição de trabalhadoras e de companheiras de luta. Em geral, as reflexões e as análises apontam que a presença da mulher nas charges e na comunicação sindical, bem como a participação feminina nos sindicatos, durante a década de 1990, se deu de forma secundária e desigual. Apesar dos esforços de inclusão das mulheres no contexto da comunicação sindical, observamos que os discursos destoam das práticas sindicais, principalmente, no que diz respeito à retratação das pautas femininas na produção chárgica e às discussões acerca de gênero no interior do movimento sindical.Item Mitos da identidade sulista : o imaginário separatista do movimento o sul é meu País(2020-08-11) Melo, Michele; Fonseca, André Azevedo da; Miani, Rozinaldo Antonio; Souza, Rose Mara Vidal de; Londero, Rodolfo RoratoO Sul é o Meu País é um movimento que empreende uma série de ações de comunicação e mobilização em busca da separação política dos três estados da região Sul do Brasil. A presente pesquisa tem o objetivo de identificar as mitologias políticas manipuladas nas práticas de comunicação do movimento para forjar uma identidade cultural sulista e reafirmar seus discursos. Para isso, empregamos os métodos da pesquisa bibliográfica, da análise documental e da mitocrítica em um conjunto de fontes constituídas por entrevistas na imprensa, pelos livros de propaganda ideológica e pela série de vídeos “Mateando com o Sul”, veiculada nas redes sociais. Como resultado, observamos que os mitos da origem, da conspiração e da união sagrada se constituem nas metáforas obsessivas que o movimento reitera para legitimar sua causa e mobilizar seus seguidores.Item A Europa socialista sob o olhar latino: jornalismo literário em Noventa dias na Cortina de Ferro, de Gabriel García Márquez(2024-03-19) Souza, Caroline Aparecida de; Fonseca, André Azevedo da; Guirado, Maria Cecília; Silveira, FabioGabriel García Márquez é um dos maiores representantes do jornalismo literário da América Latina. Em meados de 1955, em plena Guerra Fria, García Márquez viajou para os países da Europa socialista e compôs Noventa dias na Cortina de Ferro. O objetivo deste trabalho é analisar, a partir da perspectiva do jornalismo literário, as características da construção narrativa nesta obra. Por meio da revisão de literatura e pesquisa bibliográfica de caráter exploratório, foi possível identificar um conjunto de elementos advindos de sua experiência no jornalismo, assim como de suas influências literárias. Ao registrar um retrato do socialismo europeu nos anos do pós-guerra, suas limitações na língua estrangeira e sua habilidade em representar o cotidiano por meio de um relato extraordinário se combinaram para produzir uma obra que exibe um repertório amplo de recursos posteriormente definidos como caracterizadores do jornalismo literário, em uma narrativa que não está isenta de uma dose de ficção.Item Perfis de pesquisadoras brasileiras da economia política da comunicação(2024-03-05) Vilela, Karime Peres; Bastos, Manoel Dourado; Buzalaf, Márcia Neme; Santos, Verlane Aragão; Londero, Rodolfo RoratoEste trabalho traz os perfis de quatro pesquisadoras brasileiras da Economia Política da Comunicação. A partir disso, descreve-se e se analisa criticamente a atuação de mulheres inseridas como pesquisadoras na EPC, uma abordagem crítica da comunicação, em um contexto geral marcado pelo patriarcado. A abordagem é qualiquantitativa, com enfoque dialético, entendido como o mais indicado para o tratamento crítico dos fatores que influenciam a produção de conhecimento nas condições e dentro dos limites revelados. Os dados são provenientes de entrevistas semiestruturadas, pesquisa bibliográfica e documental. São também identificados indicadores na revista Eptic, adotada como objeto e fonte desta pesquisa e base para sustentar questionamentos sobre as relações de gênero na produção intelectual. Os resultados permitem afirmar que as pesquisadoras se integram no espaço institucional a que pertencem, geram produções de conhecimento nos níveis esperados, mas ainda se deparam com entraves persistentes explicados no campo da práxis sócio-histórica.Item Recortes históricos da produção audiovisual por cineastas brasileiros no exílio(2023-04-28) Lopes, Elton Vinicius Telles; Buzalaf, Márcia Neme; Aguiar, Carolina Amaral de; Bastos, Manoel DouradoNo Brasil, no decorrer da ditadura civil-militar (1964 - 1985), a censura às mais diversas expressões artísticas foi uma prática recorrente que transparecia um claro instrumento de controle social. No campo do cinema, dezenas de produções nacionais - e estrangeiras - foram alvos dos censores. Perseguidos pelo Estado e impedidos de exercerem a liberdade artística por meio do audiovisual, muitos cineastas deram continuidade à sua carreira cinematográfica no exterior. Amparado nas considerações da historiadora Denise Rollemberg, este trabalho propõe traçar as experiências heterogêneas no exílio de quatro diretores brasileiros (Carlos Diegues, Silvio Tendler, Murilo Salles e Helena Solberg), bem como abordar a temática política retratada em seus filmes realizados em terras estrangeiras, que revelam estimável valor histórico e para a memória audiovisual. Para sustentar a argumentação, o trabalho utiliza-se da pesquisa bibliográfica e da análise fílmica do título “A nova mulher” (1974), de Helena Solberg, cuja produção ocorreu nos Estados Unidos.Item “Você será meu presidente. Não aceito outro”: análise dos mitos políticos nos comentários dos usuários do Instagram na manifestação de Bolsonaro após a eleição de 2022(2023-04-14) Braga, Thales Ernesto Cristino; Fonseca, André Azevedo da; Klein, Alberto Carlos Augusto; Munhoz, Cláudia MalheirosEm 2018, Bolsonaro manipulou mitologias políticas para firmar sua imagem pública e venceu as eleições. Em 2022, seguiu o mesmo viés, perdeu a disputa e não reconheceu a derrota. Após 3 dias de silêncio, divulgou um vídeo cheio de entrelinhas. O objetivo desta pesquisa é analisar, sob a perspectiva dos mitos políticos, os comentários dos usuários em sua primeira manifestação no Instagram após o revés. O método empregado foi a análise documental. Concluiu-se que o mito do salvador foi uma das narrativas utilizadas com mais frequência, uma vez que evocou a figura de um líder providencial capaz de combater as conspirações que ele mesmo fabulava sobre a situação política do país.