Poéticas de terreiro : uma cartografia ancestral com o Ylê Axé Òpó Omim

Data

2023-12-04

Autores

Alvanhan, Larissa de Menezes

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Resumo

Esta pesquisa propõe uma cartografia ancestral, como desdobramento de uma cartografia sentimental, nos termos propostos por Suely Rolnik. Trata-se de um trabalho epistemológico decolonial que acontece nas encruzilhadas das espirais temporais do orixá Exu com e através da Comunidade Tradicional de Matriz Africana Ylê Axé Òpó Omim. Por meio do contato com a minha ancestralidade materna e paterna, assim como, com os ancestrais ilustres do Ylê, temas como memória, fabulação, identidades raciais, filosofia nagô, pensamento afrodiaspórico, fotografia e acervo arquivístico de candomblé, dançam em um contínuo movimento anti-horário do Xirê Ancestral. Aqui os orixás Xangô e Oxum são invocados nas discussões e lutas epistemológicas por modos e vivências disruptivas, tendo como base as reflexões da matripotência presente no pensamento Oxunista. Os conhecimentos ancestrais de minha mãe de santo, Mãe Omin, fundadora e matriarca do Ylê Axé Òpó Omim, constituem-se, também, como base estruturante deste trabalho. A indagação que move essa pesquisa se refere a como as ancestralidades e as identidades culturais de terreiro expressam-se e refletem-se no acervo fotográfico arquivístico do Ylê, tornando-o um objeto de memória e de continuidade dessa Comunidade Tradicional de Matriz Africana. Propõe-se uma pesquisa decolonial nas lutas por outras vivências e epistemologias, a fim de ser e trazer a ancestralidade para o centro das discussões acadêmicas. As conclusões deste trabalho vislumbram a importância da preservação da memória de terreiro pelo acervo arquivístico de fotografias, além de despontar para a abertura epistemológica e a continuidade das pesquisas decoloniais em comunicação no contato com pensamento nagô afrodiaspórico. Portanto, Poéticas de terreiro: uma cartografia ancestral com o Ylê Axé Òpó Omim é pensamento decolonial em continuo movimento espiralado anti-horário, contra-hegemônico e político, que se dá nas e por meio das encruzilhadas epistemológicas.

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Palavras-chave

Cartografia ancestral, Filosofia nagô, Candomblé, Comunicação decolonial, Pensamento afrodiaspórico, Comunicação, Educação decolonial, Cartografia, Fotografia, Raças, Liberdade de culto

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