Feminismos subalternizados e imprensa alternativa : encontros e disrupturas hegemônicas
Data
2023-07-25
Autores
Queiroz, Danyela Barros Santos Martins de
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Resumo
A imprensa alternativa produzida pelo movimento feminista brasileiro é entendida como um espaço de construção e manutenção de discursos não hegemônicos e de identidades de luta e resistência. Dentro dessa concepção, este trabalho tem como objetivo analisar de que forma as comunicações alternativas construídas por mulheres lésbicas e do movimento negro que participaram dos jornais Chanacomchana (1981-1987) e Nzinga Informativo (1985-1989) constituíram um espaço de disputa dentro do próprio movimento feminista, indicando assim a potencialidade de representação dos chamados feminismos subalternos (BALLESTRIN, 2017). A proposta metodológica da pesquisa é a Cartografia Sentimental (ROLNIK, 2016) com respaldo metodológico na análise documental e em entrevistas abertas de profundidade, com mulheres que participaram desses jornais. A construção dessa cartografia é resultado das potencialidades dos encontros entre pesquisadora e o tema de estudo: considerando subjetividades, construções de territórios e as afetações dos corpos vibráteis (ROLNIK, 2016) por uma diferente geração de mulheres. Para tanto faço uso de cartas como meio de produção da pesquisa. As produções de imprensa aqui investigadas demonstram a contribuição do pensamento feminista negro brasileiro ao pensamento feminista decolonial ao dar relevância às experiências de mulheres subalternizadas em suas formulações teóricas, revelando que a própria trajetória das mulheres constitui uma forma de produção de conhecimento que deve ser considerada na produção de teoria. Além de revelar que a escrita possibilitou para essas mulheres a articulação de várias tensões pelas quais estavam passando, o que proporcionou o direito de autonomeação, autodefinição, novos olhares e lugares de fala, enfim, deslocando as relações de poder e hierarquizações.
Descrição
Palavras-chave
Imprensa alternativa, Feminismos, Feminismos subalternizados, Decolonialidade, Cartografia sentimental