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Item Elaboração e validação da proposição do diagnóstico de enfermagem Sede Perioperatória(2000-12-12) Nascimento, Leonel Alves do; Fonseca, Lígia Fahl; Cruz, Diná de Almeida Lopes Monteiro da; Lira, Ana Luisa Brandao de Carvalho; Ribeiro, Renata Perfeito; Tramontini, Cibele Cristina; Lopes, Marcos Venícios de OliveiraIntrodução: A sede perioperatória é fenômeno de cuidado e investigação na enfermagem. Não obstante, apesar de sua alta prevalência e desconforto observados no paciente cirúrgico, seu manejo não é amplamente utilizado. A proposição do diagnóstico de enfermagem de Sede Perioperatória pode ampliar a visibilidade na prática clínica. Objetivo: Desenvolver e validar a proposição do diagnóstico de enfermagem Sede Perioperatória. Método: Estudo metodológico dividido em três fases: Fase I: Análise de conceito baseada no referencial de Walker e Avant, instrumentalizada por uma revisão integrativa da literatura nas bases SCOPUS, CINAHL, PUBMED, LILACS e WOS. A elaboração desta proposição diagnóstica seguiu as diretrizes da NANDA Internacional. Fase II: Estudo de análise de conteúdo. Os juízes julgaram os componentes da estrutura da proposição diagnóstica quanto à relevância, clareza e precisão. Fase III: Estudo de acurácia das características definidoras, realizado com 150 pacientes cirúrgicos no pré e pós operatório imediato. A sensibilidade e especificidade dessas características foi identificada por meio da análise de classe latente. Resultados: Fase I: Analisados 41 estudos, percebeu-se que a Sede Perioperatória é prevalente e intensa, tendo como núcleo do conceito os atributos viscerais e comportamentais. Antecedentes indicam que o paciente cirúrgico é vulnerável e como consequentes 16 sinais e sintomas foram organizados, assim como a elaboração de casos-modelo e adicionais. Fase II: O índice de validade de conteúdo alcançou níveis entre 0,87-1,00. Os componentes finais da proposição do diagnóstico incluíram como características definidoras os itens: boca seca, garganta seca, lábios ressecados, saliva grossa, língua grossa, constante deglutição de saliva, vontade de beber água, gosto ruim na boca e relato do cuidador. Fatores relacionados: jejum pré e pós-operatório, respiração oral, desidratação, hipovolemia, perda insensível de hidratação pela respiração, boca seca, hábito de beber água e temperatura ambiental elevada. Condições associadas: intubação, utilização de anticolinérgicos muscarínicos e nicotínicos e restrição hídrica. Fase III: Dois modelos de classe latente foram propostos, o primeiro referente às características definidoras no período pré-operatório e o segundo, no período pós-operatório. Garganta seca e constante deglutição de saliva no pré operatório e gosto ruim na boca no pós-operatório imediato apresentaram as melhores medidas de sensibilidade e especificidade em pacientes com a presença da proposição diagnóstica de sede perioperatória. Os fatores relacionados temperatura ambiental elevada e boca seca apresentaram associação significativa com a sede, assim como as condições associadas utilização de anticolinérgicos e intubação. A prevalência de sede foi de 62,6% e 50,2% nos dois momentos respectivamente. Conclusão: Foi possível construir e validar uma proposição diagnóstica de Sede Perioperatória. Assim, acredita-se que a referida proposição diagnóstica pode auxiliar os enfermeiros a reduzir ou mesmo prevenir o desconforto desta condição, melhorando a experiencia cirúrgica, sem afetar a segurança do paciente.Item Alterações imunológicas em pacientes esquizofrênicos e esquizoafetivos e familiares biológicos(2004-11-26) Nunes, Sandra Odebrecht Vargas; Itano, Eiko Nakagawa; Watanabe, Maria Angélica Ebara; Venancio, Emerson José; Elkis, Hélio; Borelli, Sueli DonizetiObjetivos: Com o objetivo de determinar as características clínicas e imunológicas associadas à esquizofrenia e ao transtorno esquizoafetivo, o presente trabalho avaliou dados clínicos e mensurou os níveis séricos de interleucina-6 (IL-6), receptor solúvel de interleucina-2 (sIL-2R), interleucina-2 (IL-2), alfa (a) 1,2 beta e gama globulina, imunoglobulinas (Ig), anticorpos anti-hipocampo, e do sangue total foram genotipadas moléculas de HLA classe I e II, a detecção do vírus da Borna e contagem de células matadoras naturais (NK), em pacientes esquizofrênicos, esquizoafetivos, familiares biológicos e controles saudáveis. Métodos: Os critérios de exclusão foram indivíduos menores de 18 anos e maiores de 55 anos, portadores de doenças crônicas ou submetidos a tratamento que afetasse o sistema imunológico. Foram selecionados 50 pacientes esquizofrênicos e esquizoafetivos, 48 controles saudáveis, 41 familiares em primeiro grau sem transtorno mental e 48 familiares em primeiro grau com transtorno de humor. Todos os sujeitos foram submetidos à entrevista clínica estruturada para o DSM-IV, transtornos do Eixo I (SCID-I versão clínica). Os métodos utilizados para medidas imunológicas foram: ELISA e/ou quimioluminescência (interleucinas, IgE e anticorpos anti-hipocampo), eletroforese (a1, a2, gama, beta globulina e albumina), nefelometria (IgA, IgG e IgM), citometria de fluxo (NK), SSP-PCR (HLA) e RT-PCR (Doença do vírus da Borna –VDB). Resultados: A duração média da doença nos pacientes esquizofrênicos e esquizoafetivos foi de 15,341 ± 9,90 anos e a idade média de início da doença foi de 22,4 ± 7,371 anos. Não houve diferença significativa no gênero (p = 0,057), idade (p = 0,96), albumina (p = 0,64) e índice de massa corpórea (Kg/m2) (p = 0,07) entre pacientes, controles e familiares. Pacientes e familiares com e sem transtorno de humor tiveram significativamente maiores níveis séricos de IL-6 pelo método de quimioluminescência (p = 0,008) e ELISA (p = 0,003). A dosagem de a2 globulina foi significativamente maior entre pacientes do que entre controles (p = 0,002). Não houve diferença significativa em relação a sIL-2R (p = 0,1), IL-2 (p = 0,8), NK (p = 0,07), IgE (p = 0,06), IgG (p = 0,64) e IgM (p = 0,51) entre pacientes, familiares e controles. Pacientes, familiares com transtorno de humor e familiares sem transtorno mental tiveram maiores valores de auto-anticorpos dirigidos contra o hipocampo, 0,167 ± 0,077, 0,158 ± 0,058, 0,164 ± 0.092, respectivamente, do que os controles, 0,143 ± 0,037, mas não significativos (p = 0,53). A associação positiva com HLA B*15 foi encontrada significativamente maior nos pacientes, familiares com transtorno de humor e familiares sem transtorno mental (p = 0,003) do que em controles saudáveis. A associação negativa com HLA B*35 foi encontrada significativamente maior nos familiares sem transtorno mental (p = 0,03) do que nos controles saudáveis. A VDB teve significativamente maior presença nos pacientes e familiares biológicos do que nos controles (p = 0,04). Conclusão: Os resultados sugerem a existência de envolvimento imunológico ou inflamatório e mecanismos imunogenéticos em pacientes esquizofrênicos, esquizoafetivos e em familiares biológicos.Item Prevalência de sintomas de asma, rinite e eczema atópico em escolares de 6 e 7 anos da cidade de Londrina-PR(2009-09-28) Castro, Luci Keiko Kuromoto de; Ferreira Filho, Olavo Franco; Bonameti, Ana Maria; Cerci Neto, AlcindoIntrodução: A elevada prevalência de doenças alérgicas na infância e tendências de aumento detectadas em diversos estudos no mundo tem motivado pesquisadores a buscar melhor conhecimento da real prevalência dessas doenças e os fatores que estejam envolvidos em sua manifestação. No Brasil há poucos dados publicados. Objetivo: Verificar a prevalência de sintomas de asma, rinite e eczema atópico e do diagnóstico médico, em escolares de 6 e 7 anos na cidade de Londrina-PR. Método: Estudo de prevalência de base populacional, utilizando o questionário do International Study of Asthma and Allergies in Childhood (ISAAC) padronizado e validado para o Brasil, nos módulos de asma, rinite e eczema atópico, em escolares de 6 e 7 anos de 38 escolas públicas de Londrina-PR. Resultados: Foram entregues 3.963 questionários, sendo que 3.600 (90,8%) estavam completamente respondidos pelos pais ou responsáveis. Sintomas de asma, rinite e eczema nos últimos 12 meses foram de 22%, 27,3% e 9,6%, respectivamente. O diagnóstico médico foi de 10,4% para asma, 23,4% para rinite e 11,4% para eczema atópico. Rinoconjuntivite ocorreu em 13,6% e eczema em local específico em 6,6% dos escolares. Para sintomas de asma e rinite houve predomínio para o sexo masculino, mas não para eczema atópico. Conclusão: A prevalência de sintomas de asma, rinite e eczema em Londrina-PR está dentro da variação encontrada em centros brasileiros que participaram da Fase I e Fase III do ISAAC. A baixa taxa de diagnóstico médico de asma sugere que esta morbidade ainda é subdiagnosticada.Item Convivendo com o diabetes mellitus em um distrito rural de Londrina-PR(2010-11-08) Valentim, Silvana Aparecida; Haddad, Maria do Carmo Fernandez Lourenço; Sales, Catarina Aparecida; Garanhani, Mara LúciaO Diabetes Mellitus (DM) configura-se como uma epidemia mundial, traduzindo-se em um grande desafio para os sistemas de saúde de todo o mundo. O envelhecimento da população, a urbanização crescente e a adoção de estilos de vida pouco saudáveis como sedentarismo, dieta inadequada e obesidade são os grandes responsáveis pelo aumento da incidência e prevalência dessa doença, com consequências humanas, sociais e econômicas devastadoras. Muitos dos portadores de DM têm complicações renais, visuais, vasculares, e demonstram muitas dificuldades em mudar hábitos de vida. Esta pesquisa, com delineamento qualitativo, tem o objetivo de verificar como o portador do Diabetes Mellitus convive com sua doença em um distrito rural de Londrina-PR. O estudo foi realizado no Distrito de Lerroville que se situa à distância de 54 km de Londrina e a população de estudo foi selecionada dentre os portadores de DM tipo 2 com idades entre 40 a 60 anos por meio do método de saturação de dados e coincidência de informações, utilizando-se do processo de entrevistas gravadas com perguntas norteadoras. A avaliação dos dados foi conduzida pelo enfoque da estrutura do fenômeno situado. Foram entrevistadas 12 pessoas portadoras de DM tipo 2, sendo 7 mulheres e 5 homens com variações de tempo de doença entre 3 a 26 anos. Dos resultados podemos considerar vinte subcategorias oriundas da interpretação dada aos relatos, enumeradas em três grandes categorias. Destaca-se que a vivência do DM em uma região rural, na primeira categoria, aponta facilidades como o acompanhamento da ESF, o apoio familiar, a plantação de verduras e legumes, o ambiente rural, a espiritualidade, a compreensão do sentido da vida. A segunda categoria revela diversas dificuldades do diabético entre elas algumas limitações: como a distância dos grandes centros de especialidades, o problema de falta de transporte e estradas. A terceira categoria revela as mudanças que ocorreram na alimentação, na adesão ao exercício físico e à terapia medicamentosa. A ruralidade dos endereços dos diabéticos e o seu modo de viver registram facilidades, dificuldades e agitam-se mudanças boas, outras nascidas do medo das perdas, das complicações e do medo de morrer. Considera-se que o diabético morador de uma área rural vivência sua doença entre as ambiguidades da própria existência e as necessidades da sua vida. E preciso encontrar parcerias multiprofissionais e educação permanente para que a ESF fortaleça-se e ampare com maior amplitude de ações o seu doente portador de DM.Item Acolhimento com avaliação e classificação de risco: o significado para o usuário(2010-11-30) Miranda, Juranda Maia de; Garanhani, Mara Lúcia; Nunes, Elisabete de Fátima Pólo de Almeida; Rodrigues, Inês GimenesAs práticas de humanização nos serviços de saúde constituem-se em desafios para todos os profissionais da área da saúde na atualidade. Estudos sobre as perspectivas do usuário em relação a tais práticas são relevantes para fornecerem dados que possam contribuir efetivamente para o aperfeiçoamento da produção do cuidado nos serviços de saúde. O presente estudo trata-se de uma pesquisa qualitativa descritiva com o objetivo de compreender a percepção do usuário sobre a prática de Acolhimento com Avaliação e Classificação de Risco (AACR), em um pronto socorro de um hospital público estadual, de porte secundário da região sul no município de Londrina-Pr. Buscou-se revelar o significado do AACR para os usuários atendidos nesse serviço utilizando como técnica de coleta de dados a entrevista semi-estruturada, realizada no período de novembro de 2009. Os participantes da pesquisa foram usuários adultos, acima de 18 anos, classificados na cor verde e azul que aguardavam atendimento médico na recepção do hospital, totalizando 19 pacientes. A análise dos dados realizou-se mediante a análise do discurso de acordo com Martins e Bicudo, a qual desvelou o significado do AACR em três categorias temáticas: acolhimento é ter acesso ao serviço de saúde; é submeter-se ao processo de AACR e; é ser cuidado com competência. Os resultados revelaram também o sofrimento do usuário quando há demora no atendimento médico, mesmo depois de ter se submetido à prática do AACR. Os usuários também expressaram satisfação com o serviço oferecido, sentiram-se acolhidos e consideram válida a metodologia do AACR, revelando um vínculo positivo com a instituição. Eles relacionaram o atendimento de suas necessidades com a consulta médica, com a competência dos profissionais da saúde e com a informação sobre o seu risco de saúde. O tempo de espera foi um fator marcante para eles. Concluímos que o acolhimento para os usuários está associado ao acesso aos serviços de saúde e ao atendimento de suas necessidades, muitas vezes representado pelo atendimento médico.Item Avaliação da capacidade de exercício por meio de testes de campo na saúde e na doença: valores de referência para o incremental shuttle walking test e reprodutibilidade do teste de caminhada de 6 minutos em doença pulmonar obstrutiva crônica(2012-08-23) Fujii, Nidia Aparecida Hernandes; Pitta, Fábio de Oliveira; Dal Corso, Simone; Teixeira, Denilson de Castro; Ferreira Filho, Olavo Franco; Mazzuco, Tânia LongoTestes de campo como o incremental shuttle walk test (ISWT) e o teste de caminhada de 6 minutos (TC6) são amplamente utilizados para avaliar a capacidade de exercício de pacientes portadores de doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC). Apesar da vasta literatura existente sobre esses testes, valores de referência do ISWT ainda não foram solidamente estabelecidos, e a reprodutibilidade do TC6 é inconsistente. Objetivos: investigar quais variáveis determinam o ISWT em indivíduos saudáveis, bem como estabelecer uma equação de valores de referência do ISWT; e investigar a reprodutibilidade do TC6 em pacientes com DPOC, quantificar o efeito aprendizado existente entre dois TC6 e estudar os fatores determinantes de mudanças no segundo TC6. Métodos: No primeiro estudo, 242 indivíduos saudáveis realizaram dois ISWT e tiveram avaliados peso, altura e índice de massa corpórea (IMC). No segundo estudo, 1514 pacientes com DPOC realizaram dois TC6 em dias subsequentes e foram submetidos à avaliação de composição corporal, dispneia e comorbidades (índice Charlson). Resultados: Gênero, idade e IMC foram preditores independentes dos valores de referência do ISWT (ISWTpred=1449,701–(11,735*idade)+(241,897*gênero)–(5,686*IMC); r2=0,71; p<0,0001). No segundo estudo, o coeficiente de correlação intraclasse (CCI) entre os dois TC6 foi de 0,93 (p<0,0001), embora os pacientes tenham apresentado distância percorrida significativamente maior no segundo teste (27m (IC95%: -37-107). Os fatores determinantes do aumento no segundo TC6 foram: primeiro TC6<350m, índice Charlson<2 e IMC<30 kg.m-2. Conclusões: A maior parte da variação do ISWT em indivíduos saudáveis é explicada por idade, gênero e IMC. Baseada nessas variáveis, uma equação para predição de valores de referência do ISWT foi estabelecida. Alto CCI foi observado entre os dois TC6 em pacientes com DPOC, embora um efeito aprendizado significativo tenha ocorrido. Desempenho ruim no primeiro TC6, poucas comorbidades e ausência de obesidade foram associados ao aumento da distância percorrida no segundo teste.Item Análise epidemiológica dos atropelamentos atendidos por serviços de urgência pré-hospitalar(2016-03-29) Moreno, Nilvana Teixeira da Silva; Martins, Eleine Aparecida Penha; Dalma, José Carlos; Andrade, Selma Maffei deOs pedestres representam grande parte das vítimas fatais em acidentes de trânsito, dada a sua vulnerabilidade frente a um veículo. Considerando o processo de urbanização acelerado e o crescimento de frota de veiculo no Brasil, a adoção de medidas preventivas a este evento deve ser instigada. Dessa forma, o presente estudo tem por objetivo caracterizar os atropelamentos atendidos por serviços de urgência pré-hospitalar móvel em um município do norte do Paraná. Trata-se de um estudo epidemiológico, transversal, com análise de dados retrospectiva, de abordagem quantitativa, que analisou as características dos atropelamentos atendidos por serviços de atendimento pré-hospitalar em um município do norte do Paraná nos últimos quatro anos. A fonte de dados foram os Registros de Atendimento do Socorrista (RAS), e utilizou-se a análise exploratória dos dados, técnica da estatística descritiva, com aplicação do teste Qui-quadrado em algumas variáveis. A população foi composta por 1.663 vítimas, sendo 469 de 2011; 431 de 2012; 408 de 2013; e 355 de 2014. Em relação à vítima, o gênero masculino foi o mais acometido, porém houve predominância dos atropelamentos envolvendo mulheres nos dias úteis e nos períodos da manha e tarde. A idade mediana encontrada foi de 39 anos, sendo a idade mínima de um ano e a máxima de 92 anos, apresentando uma afluência relevante de crianças e adolescentes. Quanto a lesões, prevaleceram os traumatismos leves, evidenciados pela escala de coma e trauma, havendo menor necessidade de atendimento médico. Entre as lesões constatadas, a maioria foi de contusão e escoriação, entretanto observou-se a frequência de queimaduras durante o verão. Houve associação significativa dos atropelamentos no período noturno e às sextas-feiras, seguidas dos sábados. Os atropelamentos tiveram maior registro em ruas, provocados por carro, na região central do município, com ocorrências durante o outono, seguidas do inverno. Houve diminuição de encaminhamentos de vítimas para hospitais terciários. Destaca-se que a implementação local de medidas preventivas pode se tornar um passo importante para a redução da morbimortalidade das vítimas de atropelamento, e também a necessidade de demais estudo sobre o tema, utilizando outros métodos e outras fontes de informação.Item O processo de cuidar da pessoa idosa na atenção primária em saúde(2017-03-14) Cabral, Rosângela; Dellaroza, Mara Solange Gomes; Carvalho, Brígida Gimenez; Zani, Adriana ValongoA visão de pessoa idosa presente na sociedade mescla percepções entre o envelhecimento bem-sucedido o quanto possível isento de patologias e presença de incapacidade e dependência, expondo assim uma vulnerabilidade pessoal e social. Estas diferentes realidades estão presentes nos serviços de saúde e especialmente na atenção primária onde a maioria dos idosos buscam atenção e cuidado. A pesquisa objetivou compreender a percepção de pessoa idosa para os profissionais da Atenção Primária em Saúde (APS) e revelar como se dá o processo do cuidar. Trata-se de um Estudo de Caso de caráter analítico e abordagem qualitativa, no qual se utilizou o recurso de Triangulação de dados, embasado no referencial teórico da Vulnerabilidade de Ayres. Realizado em um pequeno município na região norte do Paraná. A coleta de dados ocorreu no período de novembro de 2015 a março de 2016 e dividiu-se em quatro etapas distintas, visita ao município e entrevista com a coordenação regional, observação da rotina dos profissionais na assistência ao idoso, análise documental de prontuários e a realização de dois grupos focais, o primeiro constituído de sete profissionais de nível superior e o segundo com onze profissionais de nível médio que atuam na APS do município. As entrevistas e grupos focais foram gravados, seguidos por transcrições e análise de conteúdo, sendo extraídas as unidades de registro de maior destaque e agrupadas por categorias temáticas. O resultado da análise referente a opinião dos profissionais sobre a percepção de pessoa idosa revelou três categorias: “Visão de idoso oscilando entre o afastamento e a inserção na sociedade digital”, “Percepção da solidão e da relevância do apoio social, familiar, religioso e do autocuidado” e “O idoso transitando entre a condição de ativo e a situação de dependência”. Sobre o processo de cuidar da Atenção Primária em Saúde apresentaram-se outras três categorias: “Atenção Primária em Saúde como fonte de apoio emocional e afetivo, “Serviços organizados em rede e voltados para o cuidado integral e “Dificuldade de recursos humanos e financeiros”. Conclui-se que a percepção de idoso incorpora aspectos positivos como o envelhecimento ativo, mas enfrenta desafios da senescência associados a doenças crônicas que impõem incapacidades, dependências e fragilidade, deixando clara a vulnerabilidade individual, social e programática deste grupo. Dificuldades operacionais como a falta de recursos humanos impelem os profissionais a assumir funções que poderiam ser divididas com serviços de saúde de nível secundário e terciário, desta forma, desviando as ações de promoção e prevenção para ações curativas, com caráter biologista e terapêutico. Políticas de gestão da saúde e da área social, poderiam potencializar ações e estratégias que diminuíssem a vulnerabilidade individual e social com ações educativas e de fortalecimento da rede social. A práxis ainda não reflete o conhecimento expresso, detendo-se em obstáculos que denunciam a vulnerabilidade programática do serviço. A concepção integral da pessoa idosa se devidamente estimulada pode se transformar em estratégia de trabalho em rede e com o correto investimento pode efetivar a assistência necessária integral e de qualidade que se almeja.Item Associação entre marcadores inflamatórios, anti-inflamatórios e metabólicos com a doença carotídea aterosclerótica subclínica em pacientes vivendo com HIV/AIDS(2019-08-16) Bellinati, Philipe Quagliato; Reiche, Edna Maria Vissoci; Breganó, José Wander; Capobiango, Jaqueline DarioIntrodução: O uso da terapia antirretroviral combinada (cART) pelas pessoas infectadas pelo vírus da imunodeficiência humana tipo 1 (HIV-1) tem proporcionado maior sobrevida destes indivíduos. Com isto, são expostos aos efeitos da idade e a outros fatores de risco relacionados à doença cardiovascular (DCV). A espessura da camada íntima-média da carótida interna (cIMT) tem sido associada com marcadores inflamatórios. No entanto, estudos da associação entre marcadores anti-inflamatórios com a cIMT são escassos e com resultados conflitantes. Objetivo: Determinar a associação entre marcadores da resposta inflamatória, anti-inflamatória e metabólica com a doença carotídea aterosclerótica subclínica em um grupo de pacientes infectados pelo HIV-1. Métodos: Foi realizado um estudo transversal em 49 pacientes com infecção pelo HIV-1 sem sintomas de doença aterosclerótica estabelecida, adultos, ambos os sexos e em tratamento com cART há, pelo menos, cinco anos, atendidos no Ambulatório de Especialidades do Hospital Universitário da Universidade Estadual de Londrina (AEHU/UEL). Foram inseridos, também 85 controles. A ultrassonografia doppler (USGD) de carótida foi realizada nos pacientes que foram, posteriormente, categorizados de acordo com a cIMT (<0,9 ou =0,9mm), grau de estenose (<50,0 ou = 50,0%) e presença de placa (=1,5 mm). Dados demográficos, fatores de estilo de vida e história médica foram coletados pela avaliação clínica e aplicação de um questionário padrão. Os marcadores avaliados foram leucócitos periféricos, níveis plasmáticos de fator de necrose tumoral (TNF)-a, interleucina (IL)-6, IL-10, adiponectina, proteína C reativa com método ultrassensível (usPCR), perfil lipídico, glicose, insulina e homocisteína. Além disso, foram avaliadas a contagem de linfócitos T CD4+ e a quantificação plasmática do RNA do HIV-1. As variáveis significativas obtidas no teste de análise de variância (ANOVA) entre os grupos com cIMT < 0,09 mm versus = 0,9 mm foram avaliadas usando três modelos diferentes de análise de regressão logística binária automática controlada por covariáveis que poderiam confundir a associação de interesse. Além disso, avaliamos a cIMT em dados contínuos por regressão linear em duas etapas e em 5 modelos, com os dados sociodemográficos (modelo #1), a presença de comorbidades (modelo #2), metabólicas (modelo #3), biomarcadores inflamatórios (modelo # 4) e dados associados à infecção pelo HIV-1 (modelo #5). Posteriormente, avaliamos as variáveis significativas na primeira etapa, os demais dados sociodemográficos e variáveis relacionadas ao HIV-1. Correlação de Spearman foi empregada para verificar a correlação entre cIMT, biomarcadores inflamatórios, anti-inflamatórios e metabólicos e variáveis relacionadas ao HIV-1. Odds ratio (OR) e intervalo de confiança de 95% (IC) também foram determinados. Resultados: Pacientes com HIV-1 apresentaram níveis mais elevados de usPCR (p=0,032), TNF-a (p<0,001), IL-6 (p=0,006), IL-10 (p=0,003), triglicerídeos (p=0,001) e insulina (p<0,001), e baixos níveis de adiponectina (p<0,001), colesterol total (p=0,015) e colesterol de lipoproteína de baixa densidade (LDL-C) (p=0,024) do que os controles, após ajuste por idade, sexo, etnia, circunferência abdominal e uso de hipolipemiantes. A cIMT = 0,9 mm ou placa aterosclerótica nas artérias carótidas foi observada em 24 (48,9%) pacientes. Níveis diminuídos de adiponectina foram independentemente associados com cIMT = 0,9 mm, após ajustados por covariáveis de interesse [OR: 0,267, intervalo de confiança (IC) 95%: 0,089-0,801, p=0,019] e explicaram 18,7% dos resultados da variância da cIMT. A idade e tabagismo foram positivamente associados com cIMT (p=0,033 e p=0,028, respectivamente) e os níveis de adiponectina foram negativamente associados com cIMT (p=0,008); estas três variáveis explicaram 27,3% da variância dos valores da cIMT. As variáveis cART, contagem de LT CD4+ e a carga viral de HIV-1 não apresentaram associação com a cIMT, estenose e presença de placa. Além disso, os níveis plasmáticos de adiponectina foram negativamente correlacionados com cIMT (r=-0,319, p=0,026), tempo de diagnóstico do HIV-1 (r=-327, p=0,009), leucócitos periféricos (r=-0,442 , p=0,002), IL-6 (r=-0,370, p=0,009), IL-10 (r=-0,394, p=0,005), triglicerídeos (r=-0,564, p <0,001) e insulina (r=-0,487, p <0,001) em pacientes infectados pelo HIV-1. Ademais, a adiponectina foi correlacionada positivamente com o HDL-colesterol (r=0,573, p <0,001). Conclusão: Os resultados mostraram a elevada frequência de aterosclerose subclínica nos pacientes com infecção pelo HIV-1, bem como a associação entre os níveis reduzidos de adiponectina com a aterosclerose subclínica. Juntamente com a idade e tabagismo, a diminuição de adiponectina pode contribuir para o aumento do risco de DCV nestes pacientes. Portanto, os níveis de adiponectina podem ser um bom candidato para a previsão de aterosclerose subclínica. É um teste de baixo custo, fácil de usar em larga escala, mais acessível e pode ser útil para o manejo de pacientes com HIV-1 nos cuidados de saúde pública, principalmente onde o USGD não está disponível.Item Efeito sinérgico do óleo essencial de orégano com nanopartículas de prata sobre Leishmania amazonensis(2020-04-17) Alves, Alex Barbosa; Costa, Ivete Conchon; Bidóia, Danielle Lazarin; Simão, Andréa Name ColadoA Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA) é uma zoonose causada por protozoários do gênero Leishmania. O tratamento atual apresenta vários problemas como a dificuldade de administração, baixa eficiência, toxicidade e resistência dos parasitos, levando a busca de novas substâncias ou associações como terapias alternativas. Produtos naturais como o óleo essencial de orégano (OEO), extraído da planta selvagem Origanum vulgare, possui uma gama de efeitos já estudados, como ação antiparasitária, antibacteriana e antifúngica. A associação do OEO com nanopartículas de prata (AgNp), que também possuem ações antimicrobianas, apresentaram efeitos sinérgicos em bactérias. Entretanto, não havia estudos desta associação em Leishmania. Portanto, o presente estudo investigou o efeito sinérgico leishmanicida da associação do OEO com AgNp sobre L. amazonensis. Para isso, foram utilizadas diferentes proporções de associação do OEO com AgNp para obtenção de uma dose que eliminasse 50% dos parasitos. Os dados obtidos das doses das combinações de OEO+AgNp foram avaliadas matematicamente verificando o efeito sinérgico entre elas. O ensaio antipromastigota foi realizado através da contagem em câmara de Neubauer, onde verificamos o efeito antileishmania do tratamento. Após isso, por microscopia eletrônica de varredura (MEV) e microscopia eletrônica de transmissão (MET), foram observadas alterações morfológicas e ultraestruturais em promastigotas tratadas com a associação OEO+AgNp, como rugosidade da superfície celular, arredondamento e redução do corpo celular, flagelo reduzido, extravazamento de conteúdo citoplasmático, inchaço mitocondrial, acúmulo de corpos lipídicos e de vacúolos autofágicos no citoplasma, desorganização do DNA nuclear e danos à membrana plasmática. Além disso, o tratamento com a associação induziu em promastigotas um aumento de espécies oxidantes, despolarização mitocondrial e exposição da fosfatidilserina, que acarretaram na morte celular por apoptose tardia. Em seguida, verificamos o efeito anti-amastigota da associação em macrófagos infectados com L. amazonensis e a formação de marcadores microbicidas como óxido nítrico (NO) e espécies reativas de oxigênio (EROs). Ao final, conclui-se que a associação de OEO+AgNp possui um efeito sinérgico em sua ação leishmanicida e induz a morte de promastigotas por um processo de apoptose tardia e apresenta um efeito anti-amastigota através da produção de EROs e NO por macrófagos infectados. Assim, a associação OEO+AgNp se apresenta como uma potencial alternativa de tratamento em uma realidade onde fármacos tóxicos e de baixa eficiência são utilizados no tratamento de LTA.Item Avaliação de fatores associados ao tempo para o óbito de pacientes críticos em um Hospital Universitário Público(2020-07-01) Mezzaroba, Ana Luiza; Grion, Cíntia Magalhães Carvalho; Carrilho, Cláudia Maria Dantas de Maio; Cardoso, Lucienne Tibery Queiroz; Almeida, Silvio Henrique Maia de; Delfino, Vinicius Daher AlvaresIntrodução: Entre os pacientes não sobreviventes internados em unidade de terapia intensiva (UTI), uma parte apresenta mortalidade mais precoce e geralmente relacionada à gravidade do diagnóstico inicial da internação e os demais possuem evolução favorável quanto à doença inicial mas morrem mais tardiamente por complicações relacionadas à internação. A sepse destaca-se como uma das principais causadoras de disfunção de múltiplos órgãos e determinante de mortes precoces e tardias em pacientes críticos. O conhecimento dos fatores associados ao tempo para o óbito de pacientes internados em UTI possui implicações organizacionais e éticas. O reconhecimento desses fatores poderia melhorar a avaliação prognóstica dos pacientes e auxiliar no tratamento e otimização de recursos, com atuação mais agressiva e direta sobre fatores específicos mais comumente relacionados ao óbito. Objetivo: Identificar os fatores associados ao tempo para o óbito de pacientes críticos em uma UTI geral de um hospital universitário público terciário. Métodos: Estudo longitudinal retrospectivo realizado por meio da coleta de dados dos prontuários dos pacientes internados na UTI do Hospital Universitário da Universidade Estadual de Londrina (HU/UEL), entre janeiro de 2008 e dezembro de 2017. Dados gerais foram coletados de todos os pacientes inseridos no estudo até o desfecho hospitalar e também foram coletados dados da internação na UTI, como presença de doença crônica, necessidade de ventilação mecânica e de diálise, uso de drogas vasoativas e os escores Acute Physiology and Chronic Health Evaluation II (APACHE II), Sequential Organ Failure Assessment (SOFA) do primeiro dia de internação na UTI e Therapeutic Intervention Scoring System 28 (TISS 28). Para a análise estatística, algumas definições foram estabelecidas. Os pacientes não sobreviventes na UTI foram divididos em três grupos conforme o tempo para o óbito após admissão na UTI: precoce (até 5 dias), intermediário (6 a 28 dias) e tardio (mais de 28 dias). Foram considerados sépticos os pacientes que tinham o diagnóstico de sepse anotado na admissão na UTI. Resultados: Foram analisados dados de 6.596 pacientes. A mediana de idade dos pacientes internados foi de 60 (intervalo interquartílico-ITQ 45-73) anos, com predomínio do sexo masculino (56,9%) e a maioria proveniente da sala de emergência (56,2%). A mediana do escore SOFA foi 6 (ITQ 3-11). Os pacientes avaliados tiveram mortalidade de 32,9% na UTI e 43,3% de mortalidade hospitalar. Foi observado que quanto maior o número de disfunções orgânicas à admissão na UTI, maiores as taxas de mortalidade. Entre as disfunções orgânicas analisadas, nenhuma se destacou com maior associação com morte em comparação às outras. As maiores taxas de morte ocorreram no grupo intermediário (47,9%). O diagnóstico de sepse na admissão da UTI foi associado com maior taxa de mortalidade na UTI (48,8%) e hospitalar (61,6%). O diagnóstico de sepse não foi associado com diferença na proporção de mortes precoces ou tardias quando comparado aos outros diagnósticos. A análise multivariada identificou idade maior que 60 anos (hazard ratio-HR 1,009; intervalo de confiança-IC95% 1,005-1,013; p<0,001), sexo masculino (HR 1,192; IC95% 1,046-1,358; p=0,009), uso de ventilação mecânica na admissão na UTI (HR 1,476; IC95% 1,161-1,876; p=0,001), realização de diálise na UTI (HR 2,297; IC95% 1,966-2,684; p<0,001) e SOFA de admissão na UTI maior que 6 (HR 1,319; IC 95% 1,292-1,345; p<0,001) como fatores de risco para morte na UTI. Conclusões: Foi descrito o perfil epidemiológico dos pacientes atendidos na UTI de um hospital terciário ao longo de dez anos. A proporção de mortes intermediárias e tardias foi maior do que a morte precoce nos pacientes analisados e o diagnóstico de sepse não foi associado a mudanças nesse padrão. Entre as disfunções orgânicas analisadas, nenhuma se destacou com maior associação com morte em comparação às outras. O diagnóstico de sepse foi associado a maior mortalidade quando comparado a pacientes não sépticos.Item Efeitos do exercício funcional em circuito (FEC) comparado ao treinamento aeróbico sobre desfechos relacionados à sarcopenia e estresse oxidativo em idosos saudáveis(2020-12-03) Maciel, Renata Pires Tricanico; Probst, Vanessa Suziane; Teixeira, Denilson de Castro; Lopes, JosianeIntrodução: O envelhecimento leva a um declínio na capacidade regenerativa dos tecidos musculares que causa perda de massa e força muscular com risco de eventos adversos como incapacidade física e funcional. Esse processo é denominado sarcopenia e estudos relacionam-a ao estresse oxidativo. O exercício físico regular pode trazer benefícios significativos à saúde. Existem evidências cada vez mais indicativas de que o exercício físico pode prolongar anos de vida independente e ativa, reduzir a incapacidade e melhorar a qualidade de vida de pessoas idosas. Objetivo: O objetivo deste estudo foi comparar o efeito de duas intervenções (exercício funcional em circuito (FEC) e exercício aeróbico) sobre variáveis metabólicas e funcionais relacionadas à sarcopenia e estresse oxidativo em idosos saudáveis. Métodos: Foram incluídos neste estudo 48 idosos que não praticavam exercícios físicos há pelo menos 6 meses. Foram avaliados o desempenho físico, força muscular, composição corporal, níveis de estresse oxidativo e marcadores metabólicos. Após a avaliação inicial, foram formados dois grupos e separadamente submetidos aos programas de exercício FEC e aeróbico por 12 semanas, 3 vezes por semana, com duração de 50 minutos cada sessão. Resultados: Nos testes de capacidade de exercício, ambos os grupos obtiveram melhora nos testes de caminhada de 6 minutos, velocidade de marcha de 4 metros e sit to stand 5 repetições (p<0,05). O grupo FEC apresentou diferença significativa na composição corporal após o treinamento, com aumento da massa livre de gordura e uma diminuição da massa gorda, além de aumento na circunferência da panturrilha (p<0,05 para todos). Já o grupo aeróbico teve diminuição da circunferência da panturrilha (p<0,05). Sobre o estresse oxidativo, no grupo FEC observamos aumento nos níveis de NO, FOX, GT, GSH, TRAP, SH e CAT (p<0,05) e no grupo aeróbico houve diminuição de FOX e aumento de SH e CAT (p<0,05). Em relação às variáveis metabólicas, o grupo FEC apresentou diminuição nos níveis de glicose, colesterol e triglicerídeos, e o grupo aeróbico nos níveis de LDL e HDL (p<0,05). Conclusão: O método FEC apresentou mais efeitos nas medidas funcionais de sarcopenia (massa muscular e função física), capacidade antioxidante e marcadores metabólicos em população idosa saudável em comparação com o exercício aeróbico.Item Mínima diferença importante de dois testes de força muscular de quadríceps femoral em pacientes com DPOC(2020-12-17) Martins, Laís Carolini Santin; Pitta, Fábio de Oliveira; Furlanetto, Karina Couto; Castro, Larissa Araújo deIntrodução: A avaliação da força do quadríceps femoral é recomendada por diretrizes internacionais para avaliar os resultados de programas de treinamento físico (TF) em pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC). Sua melhora é uma característica comum após o TF; no entanto, um valor que representa sua mínima diferença importante (MDI) ainda não foi identificado. Objetivo: Portanto, nosso objetivo foi identificar a MDI de dois métodos de avaliação da melhora da força de quadríceps femoral após um programa de TF de alta intensidade em indivíduos com DPOC, utilizando o teste de 1 repetição máxima (1RM) e contração isométrica voluntária máxima (CIVM). Métodos: Indivíduos com diagnóstico de DPOC estável de moderada a muito grave foram submetidos a um programa de TF de alta intensidade composto por exercícios em esteira e bicicleta associados a exercícios de fortalecimento muscular (3 dias / semana, 3 meses, 36 sessões). Avaliações da função pulmonar (espirometria), capacidade de exercício (teste de caminhada de 6 minutos [TC6min]) e força de quadríceps femoral (teste de 1RM realizado em um multigym e CIVM utilizando uma célula de carga) foram realizadas no início e após 12 semanas TF. Resultados: Vinte e um indivíduos (11 homens, 65 ± 8 anos, volume expiratório forçado no primeiro segundo 51 ± 16% previsto, TC6min 478 ± 56 metros) foram estudados. Ao final do programa de TF, a força do quadríceps femoral melhorou significativamente (8 ± 6 kg para 1RM e 10 ± 4 Nm para CIVM), assim como o TC6min (26 ± 43 m) (P <0,05 para todos). A MDI para melhora da força do quadríceps femoral calculado por métodos distribution- based encontra-se entre 9,4 a 16 Nm para a CIVM ou aumento entre 7,4% e 12,6% do valor basal, enquanto que para o teste de 1RM os valores foram entre 2,5 a 3 kg ou incremento na força muscular entre 12% e 15%. Estas MDIs não puderam ser calculadas por meio do método anchor-based. Conclusões: Esses resultados indicam que a MDI para melhora da força do quadríceps femoral após um programa de TF de alta intensidade em indivíduos com DPOC estável de moderada a grave situa-se entre 9,4 e 16 Nm para a CIVM medida com uma célula de carga, e 2,5 e 3 kg para o teste de 1RM.Item Violência laboral e qualidade de vida profissional em enfermeiros de unidades básicas de saúde(2020-12-18) Fabri, Natalia Violim; Martins, Júlia Trevisan; Galdino, Maria José Quina; Ribeiro, Renata PerfeitoO trabalho se apresenta como uma atividade que dignifica a vida do ser humano, bem como permeia a relação homem e sociedade. Os trabalhadores sempre conviveram com a violência ocupacional, porém, nas últimas décadas, têm aumentado significantemente, em especial, contra os profissionais de enfermagem, podendo interferir na qualidade de vida profissional e privada. Objetivo: analisar a violência laboral e sua associação com a qualidade de vida profissional em enfermeiros de Unidades Básicas de Saúde. Método: trata-se de estudo descritivo e transversal. A coleta de dados ocorreu nos meses de novembro de 2019 a fevereiro de 2020, em 40 Unidades Básicas de Saúde de uma cidade do norte paranaense. A amostra foi constituída por 101 enfermeiros. Os dados foram coletados por meio de instrumento composto por questionário de características sociodemográficas, ocupacionais e hábitos de vida. A avaliação da qualidade de vida profissional foi realizada pelo instrumento Professional Quality of life Scale que avalia três dimensões: burnout, fadiga e satisfação por compaixão. Para verificar a violência ocupacional utilizou-se o instrumento Survey Questionnaire Workplace Violence in the Health Sector. Os dados foram analisados no Statistical Package of Social Sciences, versão 20.0 por estatística descritiva e regressão logística, adotando-se p-valor <0,05 como estatisticamente significativo. Resultados: a prevalência da violência laboral foi de 65,3% verbal, 29,7% assédio moral e 17,8% física. Das variáveis de caracterização que se associaram com a violência, a discriminação racial associou-se com a cor da pele (p=0,045) o assédio moral com a cor da pele (p=0,026) e o uso de ansiolíticos (p=0,037). Entre os enfermeiros agredidos verbalmente predominou o assédio moral (p=0,009). O assédio sexual esteve associado à discriminação racial (p=0,010). Sofrer violência física e a falta de oportunidade para o relato da violência (p=0,018) associou-se ao estresse traumático secundário (p=0,047). Bom relacionamento interpessoal (p=0,025) e ser reconhecido no trabalho (p=0,049) diminuíram as chances de baixa satisfação por compaixão. O burnout teve probabilidade menor quando associado a ter bons ou excelentes relacionamentos interpessoais no trabalho (p=0,040). A satisfação por compaixão teve associação com assédio moral no trabalho (p=0,047) e estímulo para relatar a violência (p=0,040). A violência física no trabalho esteve associada com o estresse traumático secundário (p=0,047), assim como procedimentos para relatar a violência (p=0,018). Ainda, o bom relacionamento interpessoal diminuiu as chances de baixa satisfação por compaixão (p=0,025) e burnout (p=0,049). Conclusão: as variáveis de caracterização se associaram com a ocorrência de violência no que diz respeito à discriminação racial com a cor da pele, o assédio moral com a cor da pele e o uso de ansiolíticos. O assédio sexual esteve associado à discriminação racial. Sofrer violência física e não ter a quem relatar provocou estresse traumático secundário. Ocorreu alta satisfação quando foram tomadas providências contra o agressor. O bom relacionamento interpessoal teve associação com a satisfação por compaixão e o burnout, assim, como sentir-se reconhecido pelo trabalho realizado. A maioria dos enfermeiros mesmo com altos níveis de satisfação, sentem-se cansados, reforçando a necessidade de maior atenção ao trabalho desenvolvido pelos enfermeiros das Unidades Básicas de Saúde pelos gestores.Item Produção de anticorpos IgY e sua interação com beta-lactâmicos contra Acinetobacter baumannii e Pseudomonas aeruginosa multirresistentes(2020-12-18) Gameiro, Juliana Gutschow; Venâncio, Emerson José; Costa, Ivete Conchon; Fernandes, Eduardo Vignoto; Marroni, Floristher Elaine CarraraA preocupação com a resistência bacteriana a antimicrobianos tem levado a investigação de novas estratégias para o tratamento de infecções bacterianas, especialmente as causadas por Acinetobacter baumannii e Pseudomonas aeruginosa. Imunoglobulina Y (IgY) é uma classe de anticorpos presente na gema de ovos de aves que tem sua ação antimicrobiana investigada contra diversas espécies de bactérias. Deste modo, o objetivo do presente estudo foi obter anticorpos IgY específicos e avaliar in vitro a sua atividade contra P. aeruginosa e A. baumannii multirresistentes em combinação com beta-lactâmicos. Para isso, galinhas poedeiras receberam sete inoculações com amostras inativadas das cepas selecionadas com intervalos de 15 a 45 dias entre as inoculações. A partir da terceira semana os ovos foram coletados e a IgY extraída. Inicialmente foi determinada a Concentração Inibitória Mínima (CIM) dos antibióticos ceftazidima, meropenem e imipenem para microrganismos testados e a atividade antibacteriana dos anticorpos IgY produzidos contra Acinetobacter baumannii e Pseudomonas aeruginosa multirresistentes. A seguir foi avaliada a interação dos antibióticos e os anticorpos IgY produzidos. Como resultados, após a terceira imunização foi obtido IgY específica, com variações no tempo para a estabilização da produção de IgY entre as diferentes cepas. Houve uma redução de quatro vezes na CIM da cepa OXA-253 para o meropenem e duas vezes para as CIMs do meropenem e ceftazidima da cepa OXA-23 quando associado à IgY. Este estudo demonstrou que há diferenças na produção de IgY em resposta as diferentes cepas. Além disso, houve redução nos valores de CIM no teste de sinergismo, para meropenem nas cepas OXA-23 e OXA-253 e ceftazidima na cepa OXA-253, nas demais cepas essa ação não foi observada. Como opções terapêuticas em microrganismos multirresistentes é limitada, estes resultados abrem caminhos para a aplicação da IgY como um complemento de terapias antimicrobianas entre bactérias multirresistentes.Item Investigação da contaminação ambiental e avaliação da efetividade da desinfecção em áreas críticas hospitalares.(2021-01-15) Soares, Jéssica Heloiza Rangel; Kerbauy, Gilselena; Perugini, Marcia Regina Eches; Tacla, Mauren Teresa Grubsich Mendes; Perugini, Marcia Regina EchesIntrodução: As infecções relacionadas à assistência à saúde representam risco à segurança do paciente. O ambiente hospitalar pode contribuir para a multiplicação e disseminação de microrganismos patogênicos e resistentes aos antimicrobianos, principalmente em áreas críticas hospitalares, como Unidade de Terapia Intensiva. Para controle desses focos microbianos é importante uma efetiva desinfecção e monitoramento da qualidade deste processo. Objetivos: Avaliar por análise microbiológica a efetividade da desinfecção concorrente, bem como realizar o mapeamento microbiológico da contaminação ambiental e etiologia multirresistente das culturas clínicas em unidade de terapia intensiva. Método: Trata-se de um estudo transversal, descritivo e observacional, que se propôs a investigar a contaminação do ambiente hospitalar através de análises de culturas microbiológicas da unidade do paciente e clínicas (materiais biológicos dos pacientes). As amostras de superfícies e equipamentos investigados foram selecionados com base na frequência de contato com as mãos dos profissionais e a proximidade com os pacientes de acordo com padronização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária. A pesquisa foi realizada nas unidades de terapia intensiva adulto e de queimados de um hospital universitário. Para avaliar a contaminação ambiental foram friccionados swabs nas superfícies da área correspondente à unidade do paciente, nos momentos pré e pós-desinfecção concorrente utilizando álcool 70%. Os microrganismos foram qualificados em relação à espécie bacteriana, perfil de resistência aos antimicrobianos e quantificados em Unidades Formadoras de Colônia por centímetro quadrado (UFC/cm2) da superfície analisada. Dados de culturas microbiológicas dos pacientes hospitalizados nos leitos estudados foram extraídos do prontuário eletrônico, e seus resultados foram comparados aos das culturas ambientais realizadas nesta pesquisa. Resultados: Foram analisadas 14 unidades do paciente, sendo oito de terapia intensiva adulto e seis do centro de queimados. Na análise quantitativa, as superfícies que apresentaram maior contagem de UFC no momento pré-desinfecção foram o painel touch screen do ventilador mecânico (6040 UFC/mL - 85,71%), seguido da bancada lateral (2380 UFC/mL - 57,14%) e grade lateral da cama (650 UFC/mL – 42,86%). No momento pós-desinfecção foi observado redução total de 73,87% no crescimento bacteriano em todas as superfícies, sendo mais expressiva a redução na unidade de terapia intensiva de queimados (80,46%). Do total de superfícies analisadas (42), houve crescimento bacteriano em 26 (62,0%) no momento da pré-desinfecção. Dessas 17 (65,3%) superfícies alcançaram redução total na contaminação ambiental após a desinfecção. Na análise de farmacorresistência, dos 14 pacientes analisados, 13 (92,86%) apresentavam alguma infecção ou colonização por microrganismos multirresistentes. Em relação às amostras clínicas, a resistência antimicrobiana mais frequente foi aos carbapenêmicos (64,0%), com prevalência do microrganismo Acinetobacter baumannii resistente aos carbapenêmicos (28,0%). Na amostra ambiental, evidenciou-se contaminação de 11 unidades (78,57%) sendo A. baumannii resistente aos carbapenêmicos (47,05%) o microrganismo mais frequente. Entre os pacientes hospitalizados nos leitos investigados, 57,14% (8) apresentavam concordância da espécie e perfil fenotípico de resistência entre as amostras clínicas e ambientais. Conclusão: Os resultados do presente estudo evidenciaram que em ambas as unidades de terapia intensiva as superfícies dos painéis touch screen dos ventiladores mecânicos apresentaram maior frequência de contaminação. Houve redução expressiva na contagem quantitativa de microrganismos para as duas unidades após a desinfecção com álcool 70%, comprovando sua efetividade. Observou-se também a presença de microrganismos farmacorresistentes nas superfícies da unidade do paciente em terapia intensiva, com destaque para as superfícies das camas e prevalência de resistência aos carbapenêmicos. Encontrou-se elevada concordância entre as espécies e perfil fenotípico dos isolados clínicos e ambientais.Item Cuidados paliativos em neonatologia: percepções e vivências do enfermeiro(2021-01-18) Dantas, Cíntia Martins Lacerda; Zani, Adriana Valongo; Ferrari, Rosângela Aparecida Pimenta; Marcon, Sonia SilvaIntrodução: Em muitos serviços, a dificuldade de implantação de cuidados paliativos pode ser complexa, principalmente na população neonatal. Em unidades de terapia intensiva, mesmo os profissionais referindo a importância da paliação, como belíssima, ainda é preciso romper o estigma sobre a visão do paliativismo ser confundido com terminalidade. Objetivo: Apreender as percepções e vivências do enfermeiro atuante nos serviços de terapia intensiva referente aos cuidados paliativos em neonatologia. Materiais e Método: Trata-se de uma pesquisa descritiva de abordagem qualitativa, utilizando-se como base conceitual cuidados paliativos. Participaram deste estudo 20 enfermeiros atuantes na Unidade de Terapia Intensiva neonatal de três hospitais da região norte do Paraná. A coleta de dados ocorreu no período de novembro de 2019 a janeiro de 2020, por meio de entrevistas semiestruturadas. Para a análise dos dados foi utilizado o referencial metodológico do Discurso do Sujeito Coletivo. Resultados: Em relação a caracterização dos enfermeiros, 13 tinham entre 20-30 anos de idade e 14 com menos de 5 anos de atuação em Unidade de Terapia Intensiva neonatal. Com relação a formação acadêmica, 18 dos participantes possuem pós-graduação a nível lato-sensu e dois, stricto sensu nível mestrado. Do material analisado emergiram seis temas: Cuidado paliativo da formação a vivência profissional; Significando o cuidado paliativo em neonatologia; Elegibilidade para os cuidados paliativos neonatais, Vivências dos enfermeiros nos cuidados paliativos; Facilidades para implantação dos cuidados paliativos neonatais e Dificuldades da equipe para a realização dos cuidados paliativos. O profissional enfermeiro refere problemas em seu processo de formação para a assistência ao recém-nascido em cuidados paliativos. No entanto, demonstram compreensão sobre o significado desse cuidado, com vistas a qualidade de vida de bebês acometidos por uma situação ou doença incurável, incluindo a família. Em sua vivência, apontam as dificuldades tanto para a realização dos cuidados na prática, quanto para a implantação de uma comissão em seu serviço, assim como suas facilidades. Conclusão: Dada a importância da capacitação profissional no âmbito hospitalar, nesta área da saúde, sugere-se que os gestores, em suas distintas instituições, promovam ações estratégicas e contínuas, destinadas a equipe multidisciplinar, favorecendo discussões de caso, incluindo o familiar, sensibilizações concretizando a implantação de comissão especializada, própria e com a presença de todos os envolvidos, afim de contribuir com uma assistência mais segura, digna e holística aos pacientes e seus familiares.Item Avaliação da sensibilidade aos antimicrobianos e caracterização molecular de e. coli isoladas de uroculturas de mulheres atendidas em unidades básicas de saúde e pronto atendimento no município de Londrina(2021-01-29) Tano, Zuleica Naomi; Pavanelli, Wander Rogério; Kobayashi, Renata Katsuko Katayma; Carrilho, Cláudia Maria Dantas de Maio; Perugini, Márcia Regina Eches; Costa, Ivete Conchon; Vespero, Eliana CarolinaIntrodução: A infecção do trato urinário (ITU) é uma das infecções mais comuns de procura ao serviço médico, acometendo milhões de pessoas no mundo todo, sendo a Escherichia coli o principal agente responsável. A resistência aos antimicrobianos tem aumentado expressivamente nos últimos anos, e o perfil de sensibilidade varia de região para região. Os principais antimicrobianos utilizados no tratamento de primeira escolha da ITU são: sulfametoxazol-trimetropim (SMX-TMP), nitrofurantoína, a fosfomicina e as quinolonas, além das cefalosporinas de primeira geração e a amoxicilina-clavulanato como escolha para gestantes. Estudos mostram que a sensibilidade ao SMX-TPM ultrapassa 30% em vários locais do mundo, sendo substituído por alternativas nos guidelines. A presença de bactérias produtoras de betalactamase é muito estudada em ambiente hospitalar, porém sabe-se que essas bactérias alcançaram também as infecções comunitárias, como as ITUs. E. coli Sequency Type (ST)131 e ST648 são responsáveis por ITUs recorrentes e de difícil tratamento com antibióticos de primeira escolha pela alta resistência aos antimicrobianos. A resistência às quinolonas, muito utilizadas em outras infecções, como as respiratórias e abdominais, tem alcançado níveis de alarme em muitos locais, principalmente pelo uso inadequado nas ITUs não complicadas. Objetivo: Caracterizar o perfil de sensibilidade aos antimicrobianos de E. coli de uroculturas de mulheres atendidas em Unidades Básicas de Saúde e de Pronto Atendimento no município de Londrina. Caracterizar os mecanismos moleculares de resistência de isolados resistentes à ciprofloxacina, norfloxacina e ácido nalidíxico e aos ß-lactâmicos, além de conhecer os sorogrupos, ST e a classificação filogenética das amostras resistentes às quinolonas. Metodologia: Foram estudadas as uroculturas realizadas pelo Laboratório Central da Prefeitura (Centrolab) de mulheres atendidas nas Unidades Básicas de Saúde e Pronto Atendimento do município de Londrina, de junho de 2016 a maio de 2017. As culturas positivas foram selecionadas para avaliação no Laboratório do Hospital Universitário. A identificação dos isolados e os testes de sensibilidade a antimicrobianos foram processados pelo Sistema Automatizado VITEK® 2 (bioMérieux). As amostras foram sequenciadas utilizando-se o kit Nextera® XT Sample Preparation (Illumina), no equipamento MiSeq® System (Illumina), pela plataforma NextSeq (Illumina). A classificação filogenética foi executada por PCR. Resultados: No período foram realizadas 56.555 uroculturas, das quais 8.832 foram positivas para E. coli, sendo 5.377 de mulheres. Dessas amostras, 4,7% eram enterobactérias produtoras de betalactamases de espectro estendido (ESBL) e 15,5% resistentes às quinolonas. O SMX-TMP se mostrou resistente em mais de 30% das amostras em todas as faixas etárias dos pacientes. Entre os isolados resistentes às quinolonas, também a resistência à cefalotina, ampicilina e sulfametoxazol-trimetoprim foi maior que 60%. Somente a nitrofurantoína apresentou resultados superiores a 90% de sensibilidade. Nas 33 amostras selecionadas de E. coli para a realização do sequenciamento, obteve-se os seguintes resultados: o ST131”serotype”O25:H4 (n=8) e o ST648”serotype” 01:H6 (n=6) foram os mais frequentes, o gene blaCTX M15 foi o mais encontrado. As mutações nas regiões Gyr A e ParC (QRDR) e o gene aca(6´)-ib-cr na resistência à quinolona mediada por plasmídio (PMQR) foram os mecanismos mais frequentes, produzindo resistência às quinolonas. O grupo filogenético B2 foi o mais encontrado com 54,5% (n=18), seguido pelo grupo B19% (n=3); o grupo não identificado foi responsável por 12,1% (n=4) e os grupos A, C, E e F foram responsáveis por 6,1%. Entre as 33 amostras estudadas, todas tinham pelo menos um fator de virulência, sendo os mais frequentes o iss (n=24), seguido pelo pfA (n=17), gag (n=16), iha (n=12), eilA (n=11) e air (n=10). Conclusão: O SMX-TMP apresentou resistência superior a 30% e a nitrofurantoína manteve altas taxas de sensibilidade, maiores do que 90%. A maioria dos isolados apresentava mutações nas regiões gyrA e parC (QRDR) e os genes aca(6´)-ib-cr e blaCTX M15, pertenciam ao grupo filogenético B2, aos ST131 e ST648 de grande importância epidemiológica, presentes em ITU na comunidade de Londrina. A combinação de genes de resistência a quinolonas associada a genes ESBL diminui o arsenal de antimicrobianos a serem usados em infecções urinárias não complicadas, principalmente na comunidade. Demonstra, assim, a necessidade de estabelecer sistemas de monitoramento locais e nacionais da resistência antimicrobiana no Brasil para fornecer dados às diretrizes de tratamento de ITU na comunidade.Item Exploração do tema espiritualidade em estudantes de graduação em enfermagem(2021-02-01) Silva, Sonia Hutul; Martins, Eleine Aparecida Penha; Scorsolini-Comin, Fábio; Okamura, Carlos TakeoEste estudo teve como objetivo explorar o tema espiritualidade/religiosidade na percepção dos estudantes de graduação em enfermagem durante a formação acadêmica, ou seja, estudantes matriculados no primeiro e último ano de quatro universidades em uma cidade de médio porte no sul do país. Para a seleção dos estudantes optou-se pela técnica em cadeia de referência ou “bola de neve”. O período de coleta de dados foi de julho a agosto de 2020. O estudo foi realizado em duas etapas independentes: um estudo de abordagem qualitativa, cuja orientação metodológica ancora-se na Análise de Conteúdo. Os resultados foram analisados à luz do referencial da Teoria do Cuidado Humano Transpessoal de Jean Watson - teoria de Jean Watson. A segunda etapa trata-se de um estudo quantitativo, o qual utilizou-se um questionário composto pela caracterização sociodemográfica e por duas escalas: Escala de avaliação da espiritualidade - Spirituality Self-Rating Scale (SSRS) e a Escala de Bem Estar Espiritual (EBE) - (Spiritual Well-Being Scale), que foram analisadas por meio de estatística analítica e descritiva. O perfil sóciodemográfico dos participantes da pesquisa se apresentou como 89,4% (n= 59) do sexo feminino e 50%(n=33) da religião católica. A renda familiar predominante foi de um a três salários mínimos com 57,6% (n= 38). No estudo 1, foram identificadas as categorias: percepção do estudante (des)favorável sobre o conteúdo de religiosidade e espiritualidade durante sua formação de enfermagem, e a ótica da importância do conteúdo de religiosidade e espiritualidade para o cuidado de enfermagem. Revelou-se a importância de questões subjetivas do cuidado bem como o olhar do estudante para uma dimensão que vai além da dor física, desconforto e medo. A presença de conceitos empíricos sobre religiosidade e espiritualidade demonstra a oportunidade de esclarecimentos e subsídios para a formação do estudante de enfermagem em situações que demandem este saber. No estudo2 obteve-se o alto score de espiritualidade, entretanto. quase metade do grupo se apresenta com score de bem-estar espiritual negativo, dado que aponta para a oportunidade da abordagem da religiosidade e espiritualidade em sua formação a fim de preparar o profissional para atender às necessidades espirituais dos pacientes nos diversos cenários das práxis da enfermagem. Conclui-se que a Teoria do Cuidado Humano Transpessoal de Jean Watson é um forte elemento a ser utilizado. Além disso, a maioria dos estudantes do presente estudo tem influência da religiosidade e se esforçam em viver de acordo com sua crença religiosa assim como sua vida está baseada na espiritualidade que possui. Na escala de Bem-estar Espiritual observou-se pouca diferença entre os índices positivo e negativo de bem-estar espiritual no grupo. Com os dados dessa pesquisa, reforça-se que conhecer a percepção dos estudantes e a produção científica em religiosidade/espiritualidade faz-se necessário para a instrumentalização tanto para formadores e, principalmente, para os acadêmicos de enfermagem e corrobora com a necessidade de inserção destas discussões e reflexões em espaços acadêmicos curriculares.Item Diagnóstico da assistência ao puerpério em três Regionais de Saúde do Estado do Paraná(2021-02-04) Lakoski, Mariana Charif; Cardelli, Alexandrina Aparecida Maciel; Nogueira, Danielly Negrão Guassú; Maciel, Sandra MaraINTRODUÇÃO: o puerpério é considerado um período de profundas transformações que podem resultar em vulnerabilidades e agravos para a saúde da mulher que o vivencia. O puerpério imediato (1º ao 10º dia) e o puerpério tardio (a partir 10º dia) apresentam necessidades de saúde específicas. OBJETIVO: analisar a assistência prestada no puerpério em três Regionais de Saúde do Estado do Paraná. MÉTODOS: recorte transversal, descritivo de uma coorte prospectiva, desenvolvida em três RS do Estado do Paraná (9ª, 10ª. e 17ª). A população foram mulheres atendidas em maternidades de referência para o parto na RMP dentro das três RS. A coleta de dados ocorreu de julho de 2017 a março de 2018, com transcrição dados do prontuário, carteira de gestante e entrevistas agendadas previamente a partir de seis meses após o parto, com o apoio de um formulário semiestruturado. Para analise dos dados utilizou-se como referência as politicas de saúde pública da mulher. RESULTADOS: apresentou-se maior proporção de mulheres de 19 a 34 anos, brancas, com escolaridade média e companheiro fixo. Quase a totalidade das mulheres realizaram acompanhamento pré-natal (99%) e cerca de 60% eram de risco habitual. O número de cesarianas e parto vaginais obteve proporções similares nas três RS sendo quase 60% gestações não planejadas. A amamentação na primeira hora de vida e o contato pele a pele não ocorreram conforme recomendação ministerial. A hemorragia foi a intercorrência mais frequente no puerpério imediato. A consulta de revisão puerperal foi realizada em 51,2% das puérperas da 09ª RS e 82,4% das puérperas da 10ª RS, enquanto na 17ª RS não foi realizada para 55,8% das mulheres. A avaliação das mamas e palpação uterina não foram realizadas em mais de metade da amostra. 51% das puérperas da 09ª RS tiveram a ferida operatória e/ ou períneo avaliados pelo profissional de saúde, sendo que 57,6% na 10ª RS e 56,8% na 17ª RS não receberam esta avaliação. A avaliação da loquiação não foi realizada em mais de 70% das puérperas nas três RS. A orientação de anticoncepção no retorno puerperal foi ofertada para uma maior parcela das puérperas, somado a prescrição de métodos contraceptivos realizada para mais de 80% das puérperas. Mais da metade das puérperas na 09ª RS e 17ª RS não receberam suplementação vitamínica. A orientação e estímulo para o aleitamento materno foi realizada para mais de 70% das mulheres nas três RS. CONCLUSÃO: a assistência ao puerpério imediato foi focalizada no bebê, através do estímulo e promoção do aleitamento materno. O cuidado no puerpério tardio apresentou lacunas importantes segundo os pressupostos do PRMP nas três RS, representados pela baixa cobertura de consulta puerperal na 09ª RS e 17ª RS e fragilidades na avaliação clínica ginecológica e nas orientações voltadas ao bem estar da mulher neste período. É necessário valorizar o cuidado à saúde da mulher no período pós parto, considerando suas singularidades e as suas necessidades em saúde, desvinculando a mulher da sua individualidade no processo de maternagem, garantindo além do binômio, o bem estar materno.