Cuidados paliativos em neonatologia: percepções e vivências do enfermeiro
Data
2021-01-18
Autores
Dantas, Cíntia Martins Lacerda
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Resumo
Introdução: Em muitos serviços, a dificuldade de implantação de cuidados paliativos pode ser complexa, principalmente na população neonatal. Em unidades de terapia intensiva, mesmo os profissionais referindo a importância da paliação, como belíssima, ainda é preciso romper o estigma sobre a visão do paliativismo ser confundido com terminalidade. Objetivo: Apreender as percepções e vivências do enfermeiro atuante nos serviços de terapia intensiva referente aos cuidados paliativos em neonatologia. Materiais e Método: Trata-se de uma pesquisa descritiva de abordagem qualitativa, utilizando-se como base conceitual cuidados paliativos. Participaram deste estudo 20 enfermeiros atuantes na Unidade de Terapia Intensiva neonatal de três hospitais da região norte do Paraná. A coleta de dados ocorreu no período de novembro de 2019 a janeiro de 2020, por meio de entrevistas semiestruturadas. Para a análise dos dados foi utilizado o referencial metodológico do Discurso do Sujeito Coletivo. Resultados: Em relação a caracterização dos enfermeiros, 13 tinham entre 20-30 anos de idade e 14 com menos de 5 anos de atuação em Unidade de Terapia Intensiva neonatal. Com relação a formação acadêmica, 18 dos participantes possuem pós-graduação a nível lato-sensu e dois, stricto sensu nível mestrado. Do material analisado emergiram seis temas: Cuidado paliativo da formação a vivência profissional; Significando o cuidado paliativo em neonatologia; Elegibilidade para os cuidados paliativos neonatais, Vivências dos enfermeiros nos cuidados paliativos; Facilidades para implantação dos cuidados paliativos neonatais e Dificuldades da equipe para a realização dos cuidados paliativos. O profissional enfermeiro refere problemas em seu processo de formação para a assistência ao recém-nascido em cuidados paliativos. No entanto, demonstram compreensão sobre o significado desse cuidado, com vistas a qualidade de vida de bebês acometidos por uma situação ou doença incurável, incluindo a família. Em sua vivência, apontam as dificuldades tanto para a realização dos cuidados na prática, quanto para a implantação de uma comissão em seu serviço, assim como suas facilidades. Conclusão: Dada a importância da capacitação profissional no âmbito hospitalar, nesta área da saúde, sugere-se que os gestores, em suas distintas instituições, promovam ações estratégicas e contínuas, destinadas a equipe multidisciplinar, favorecendo discussões de caso, incluindo o familiar, sensibilizações concretizando a implantação de comissão especializada, própria e com a presença de todos os envolvidos, afim de contribuir com uma assistência mais segura, digna e holística aos pacientes e seus familiares.
Descrição
Palavras-chave
Enfermagem neonatal, Tratamento paliativo, Unidade de tratamento intensivo, Recém-nascidos