Diagnóstico da assistência ao puerpério em três Regionais de Saúde do Estado do Paraná

Data

2021-02-04

Autores

Lakoski, Mariana Charif

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Resumo

INTRODUÇÃO: o puerpério é considerado um período de profundas transformações que podem resultar em vulnerabilidades e agravos para a saúde da mulher que o vivencia. O puerpério imediato (1º ao 10º dia) e o puerpério tardio (a partir 10º dia) apresentam necessidades de saúde específicas. OBJETIVO: analisar a assistência prestada no puerpério em três Regionais de Saúde do Estado do Paraná. MÉTODOS: recorte transversal, descritivo de uma coorte prospectiva, desenvolvida em três RS do Estado do Paraná (9ª, 10ª. e 17ª). A população foram mulheres atendidas em maternidades de referência para o parto na RMP dentro das três RS. A coleta de dados ocorreu de julho de 2017 a março de 2018, com transcrição dados do prontuário, carteira de gestante e entrevistas agendadas previamente a partir de seis meses após o parto, com o apoio de um formulário semiestruturado. Para analise dos dados utilizou-se como referência as politicas de saúde pública da mulher. RESULTADOS: apresentou-se maior proporção de mulheres de 19 a 34 anos, brancas, com escolaridade média e companheiro fixo. Quase a totalidade das mulheres realizaram acompanhamento pré-natal (99%) e cerca de 60% eram de risco habitual. O número de cesarianas e parto vaginais obteve proporções similares nas três RS sendo quase 60% gestações não planejadas. A amamentação na primeira hora de vida e o contato pele a pele não ocorreram conforme recomendação ministerial. A hemorragia foi a intercorrência mais frequente no puerpério imediato. A consulta de revisão puerperal foi realizada em 51,2% das puérperas da 09ª RS e 82,4% das puérperas da 10ª RS, enquanto na 17ª RS não foi realizada para 55,8% das mulheres. A avaliação das mamas e palpação uterina não foram realizadas em mais de metade da amostra. 51% das puérperas da 09ª RS tiveram a ferida operatória e/ ou períneo avaliados pelo profissional de saúde, sendo que 57,6% na 10ª RS e 56,8% na 17ª RS não receberam esta avaliação. A avaliação da loquiação não foi realizada em mais de 70% das puérperas nas três RS. A orientação de anticoncepção no retorno puerperal foi ofertada para uma maior parcela das puérperas, somado a prescrição de métodos contraceptivos realizada para mais de 80% das puérperas. Mais da metade das puérperas na 09ª RS e 17ª RS não receberam suplementação vitamínica. A orientação e estímulo para o aleitamento materno foi realizada para mais de 70% das mulheres nas três RS. CONCLUSÃO: a assistência ao puerpério imediato foi focalizada no bebê, através do estímulo e promoção do aleitamento materno. O cuidado no puerpério tardio apresentou lacunas importantes segundo os pressupostos do PRMP nas três RS, representados pela baixa cobertura de consulta puerperal na 09ª RS e 17ª RS e fragilidades na avaliação clínica ginecológica e nas orientações voltadas ao bem estar da mulher neste período. É necessário valorizar o cuidado à saúde da mulher no período pós parto, considerando suas singularidades e as suas necessidades em saúde, desvinculando a mulher da sua individualidade no processo de maternagem, garantindo além do binômio, o bem estar materno.

Descrição

Palavras-chave

Período pós-parto, Cuidado pós-natal, Saúde materna, Bem-estar materno, Enfermagem obstétrica

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