02 - Mestrado - Ciência Animal
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Item Avaliação do antígeno recombinante ROP2 do Toxoplasma gondii no ensaio imunoenzimático para detecção de anticorpos IgG e IgM em soro humano(2013-07-13) Pagliari, Sthefany; Navarro, Italmar Teodorico; Breganó, Regina Mitsuka; Mori, Fabiana Maria Ruiz Lopes; Reiche, Edna Maria VissociO Toxoplasma gondii é um parasito intracelular obrigatório de distribuição mundial que possui a capacidade de invadir uma enorme variedade de hospedeiros tendo os Felídeos como hospedeiros definitivos. O homem pode adquirir a infecção por meio da ingestão de oocistos esporulados presentes no meio ambiente, ingestão de cistos teciduais e pela via transplacentária. A transmissão congênita ocorre quando a mãe se infecta pela primeira vez durante o período da gestação, na maioria das vezes apresenta-se assintomática e tem o diagnóstico da infecção confirmado por exames imunológicos para pesquisa de anticorpos específicos contra o T. gondii. A elevada sensibilidade dos métodos imunológicos disponíveis atualmente, como o enzimaimunoensaio de captura de IgM ou quimioluminescência, trouxe a realidade da presença de anticorpos IgM anti-T. gondii residuais, que pode levá-la à interpretação incorreta no diagnóstico final. Diante disso, o presente trabalho teve como objetivo avaliar o emprego da proteína recombinante de roptrias ROP2 de T. gondii (rROP2) em um ensaio imunoenzimático (ELISA) indireto para a detecção de anticorpos específicos das classes IgM e IgG contra este antígeno em amostras de soro humano e comparar os resultados obtidos com o antígeno rROP2 aos obtidos com antígeno total solúvel do T. gondii (ELISA-STAg), na imunofluorescência indireta (IFI) e quimioluminescência (CMIA) . Foram avaliadas amostras de soro divididas em quatro grupos, de acordo com o perfil de anticorpos obtidos nos métodos de IFI e CMIA para detecção de IgG e IgM anti-T. gondii e avidez de IgG. No grupo I foram incluídas 72 amostras compatíveis com a fase aguda; no grupo II, 207 amostras compatíveis com fase crônica; grupo III, com 110 amostras de indivíduos não expostos ao T. gondii e grupo IV, com 21 amostras de pacientes com diagnóstico de outras doenças infecciosas ou autoimunes. Na detecção de anticorpos IgM anti-T. gondii pelo ELISA-rROP2 IgM, foi encontrada positividade de 94,3% (67/71) no grupo I e de 62,2% (99/159) em amostras do grupo II. Na detecção de anticorpos IgG anti-T. gondii pelo ELISA-rROP2, as amostras do grupo I apresentaram positividade de 72,2% (52/72) e as amostras do grupo II apresentaram 77,2% (122/158) de positividade. No ELISA-rROP2 IgG, apenas as amostras do grupo IV, com outras doenças não relacionadas ao T. gondii, foram discriminadas. Quando os resultados obtidos foram comparados com a CMIA, a ELISA rROP2 IgM apresentou 92,5% de sensibilidade e 38,3% de especificidade. Quando os resultados obtidos foram comparados com a IFI, o ELISA rROP2 IgG apresentou 75,6% de sensibilidade e 33,3% de especificidade e quando comparado com a CMIA, o ELISA rROP2 IgG apresentou 75,2% de sensibilidade e 32,9% de especificidade. O método de CMIA foi capaz de detectar um maior número de amostras com reatividade aos anticorpos IgG anti-T. gondii do que a IFI, apresentando sensibilidade de 99,2%, especificidade de 82,7% e concordância kappa de 0,86. Os resultados obtidos indicam que a CMIA mostrou -se capaz de caracterizar, de forma clara, as diferentes fases da infecção pelo T. gondii, sendo mais sensível que a IFI. Os resultados demonstraram que o ELISA-rROP2 fornece positividade para ambas as fases de infecção (aguda e crônica). No entanto, na determinação dos níveis de anticorpos IgM pelo ELISA-rROP2, observou-se uma diferença significativa nos níveis de IgM entre os grupos de amostras de infeção aguda versus crônica (p< 0,0001) e aguda versus negativo (p< 0,0001), demonstrando, portanto, uma maior afinidade por anticorpos pertencentes à fase aguda da infecção.Item Doenças sinalizadoras de fragilidades socioeconômicas e ambientais num contexto espacial: o exemplo de um município na região norte central do Paraná(2017-04-03) Mareze, Marcelle; Navarro, Italmar Teodorico; Biondo, Alexander Welker; Breganó, Regina MitsukaO controle e prevenção das zoonoses necessitam de saberes científicos e de políticas governamentais. A toxoplasmose é uma zoonose causada pelo protozoário intracelular obrigatório Toxoplasma gondii, de distribuição mundial, acomete animais de sangue quente, incluindo os seres humanos. A prevalência sorológica desta infecção varia entre as populações, pois está sob influência de diversos fatores sociais e regionais, como: hábitos culturais, alimentares, padrões de higiene e estado imunológico do hospedeiro. A leptospirose é uma doença negligenciada mundialmente, causada pela bactéria do gênero Leptospira, conhecida por apresentar sintomatologia febril, que pode ser subclínica, assintomático ou até mesmo se apresentar de forma grave. É uma doença de impacto social pela taxa de absenteísmo e econômico por ser um tratamento de alto custo hospitalar e alta letalidade. Sua ocorrência está associada a precárias condições sanitárias e presença de roedores infectados. O objetivo desse trabalho foi realizar um estudo epidemiológico da prevalência da toxoplasmose e leptospirose no município de Ivaiporã, com o intuito de melhorar a qualidade da saúde da população apontando para os principais fatores de riscos associados às doenças. Esse estudo foi baseado na sorologia, questionário socioeconômico e ambiental e a localização espacial de 715 moradores, participantes do programa de extensão desenvolvido pela prefeitura municipal intitulado “Ivaiporã em Ação”. A prevalência de anticorpos anti-T. gondii foi 73% (525/715, IC 95%:70,0-76,6), demonstrou ter associação a fatores ligados a idade, escolaridade e renda familiar. A prevalência de anticorpos anti-Leptospira spp. foi de 2,80% (20/715, IC 95%: 1,76-4,36), com a presença dos seguintes sorovares Grippothyphosa, Canicola, Pomona, Hardjo, Icterohaemorrhagiaes, Bratislava, Butembo e Pyrogenes, associados à escolaridade, ocupação e residir em regiões de baixo rendimento domiciliar. Apesar do município ter um índice de desenvolvimento humano de 0,730, considerado alto, existe áreas de vulnerabilidade social e econômica. A presença de anticorpos anti-T.gondii e anti-Leptospira foram indicadores de fragilidades socioeconômica e ambiental existentes no município. Por meio deste trabalho, investimentos financeiros públicos podem ser direcionados para os locais que necessitem de maior atenção, tanto em infraestrutura sanitária como em ações educativas para prevenção e promoção de saúde.Item Comparação anatômica, radiográfica e tomográfica post mortem da junção craniocervical de cães de pequeno porte com e sem displasia do occipital(2018-03-22) Valentim, Larissa Garbelini; Arias, Mônica Vicky Bahr; Gomes, Lucas Alécio; De Conti, Juliano BortoloA junção craniocervical de cães de raças pequenas pode apresentar diversas anormalidades anatômicas, que podem ou não causar alterações neurológicas. O objetivo deste trabalho foi comparar esta junção em cães neurologicamente normais, com e sem displasia do occipital (DO), por meio de radiografias simples, contrastadas, tomografia computadorizada e estudo anatômico. O crânio e coluna vertebral cervical cranial de 12 cães foram coletados e separados e dois grupos: com DO – grupo 1 e sem DO – grupo 2, de acordo com o formato do forame magno nas radiografias simples. A seguir, na tomografia computadorizada, foram calculadas as medidas do forame magno e o volume do crânio e da fossa caudal. Constatou-se diferença estatística entre a altura e o índice do forame magno, mas não na largura, sendo esses valores maiores no grupo 1. Os valores de volume do crânio, fossa caudal e razão entre elas foram iguais nos dois grupos, e esses valores apresentaram correlação com o peso dos cães. No exame radiográfico contrastado e estudo anatômico, os animais com DO apresentaram como diferença somente a membrana fibrosa que recobria o entalhe dorsal do forame magno e não havia herniação cerebelar em nenhum dos grupos. Excetuando-se isso e o formato mais arredondado do crânio dos cães braquicefálicos, os dois grupos foram semelhantes. Assim, nos animais do presente estudo, a DO foi somente uma variação anatômica.Item Características produtivas e reprodutivas de vacas holandesas de alta produção com diferentes contagens de folículos antrais(2019-02-08) Dröher, Ricardo Guella; Seneda, Marcelo Marcondes; Morotti, Fabio; Nogueira, Marcelo Fábio GouveiaDois estudos foram realizados com o objetivo de: I) Analisar as diferenças na taxa de concepção, nas características ovarianas e aspectos produtivos de vacas submetidas à inseminação artificial (IA; sêmen de um único touro) com baixa, intermediária e alta contagem de folículos antrais (CFA) e II) Comparar a CFA em três momentos distintos (IA, 30 e 60 dias de gestação) para investigar se a CFA alterava-se ao longo desse período de monitoramento. Foi utilizado um ultrassom, para avaliar a CFA e as variáveis do aparelho reprodutivo de vacas Holandesas lactantes confinadas. No estudo I foram selecionados 100 animais, com escore de condição corporal (ECC) de 2,5 a 4,5 (escala 1 a 5) e idade de 24 a 108 meses. No dia do estro, avaliou-se: a CFA = 2 mm de diâmetro, o ECC, peso corporal (PC), os diâmetros do folículo dominante (FD), dos cornos uterinos, dos ovários e do corpo lúteo dos animais. Aos 30 e 60 dias após a IA, o diagnóstico de gestação foi realizado. Considerando a CFA das vacas incluídas no estudo I os tercis T1, T2 e T3 foram estabelecidos e as fêmeas divididas em G-baixo (= 19 folículos), G-intermediário (= 20 e = 29 folículos) e G-alta (= 30 folículos). As análises foram realizadas pelo modelo linear generalizado, inserindo a CFA como efeito fixo e as demais fontes de variação como covariáveis. As médias foram comparadas pelo teste de Tukey (p ? 0,05). A taxa de concepção foi analisada por Regressão Logística Binária (p ? 0,05). Comparando alta CFA vs intermediária, o G-alta apresentou (p ? 0,05) menor diâmetro do FD (16,0 ± 2,6 vs 17,9 ± 2,6), maior ECC (3,6 ± 0,5 vs. 3,5 ± 0,6) e superiores taxas de concepção aos 30 (55,2% vs 29,3%) e 60 dias de gestação (48,3% vs 24,4%), respectivamente. Houve diferença (p = 0,01) no PC entre o G-alta (645,1 ± 62,9) e o G-baixa (589,1 ± 89,7). No Estudo II, foram utilizadas 54 vacas gestantes, avaliadas quanto a CFA, o ECC e o PC dos animais em três momentos (IA, 30 e 60 dias gestação). Na análise estatística, as variáveis (CFA, ECC e PC) foram analisadas por medidas repetidas empregando o modelo linear generalizado, tendo o efeito do tempo como efeito fixo e as demais fontes como covariáveis. As médias foram comparadas pelo teste de Tukey (p ? 0,05). Foi constatado que a CFA aumenta (p = 0,0001) do momento da IA (55,1 ± 3,1; vacas não gestantes) em relação aos 30 (82,6 ± 4,2) e 60 dias (115,2 ± 5,1) de gestação. Houve aumento (p = 0,01) no ECC entre o dia da IA (3.4 ± 0.1) e aos 60 dias de gestação (3.7 ± 0.1). Portanto, a CFA pode estar relacionada com as características produtivas, reprodutivas, bem como a taxa de concepção de vacas de leite de alta produção, porém o melhor desempenho reprodutivo de vacas de alta CFA ainda precisa ser estabelecido. A CFA é maior na vaca gestante em relação ao momento da inseminação artificial.Item Abordagens alternativas para estimativa de características de eficiência alimentar em bovinos de corte confinados(2021-01-26) Souza, Ana Paula de Oliveira de; Bumbieris Júnior, Valter Harry; Menezes, Gilberto Romeiro de Oliveira; Fernandes, Sergio Rodrigo; Gomes, Rodrigo da CostaNovas abordagens para tomar medidas de eficiência alimentar podem ser úteis para ampliar as possibilidades de mensurar e avaliar a eficiência alimentar, e aprimorar as metodologias que já existem. O primeiro estudo desta investigação propôs uma equação de predição de consumo de matéria seca (CMSpred) em bovinos confinados utilizando informações observadas de consumo de matéria seca (CMS), consumo hídrico (CH), peso corporal (PC) e ganho médio diário (GMD) para estimar medidas de eficiência alimentar. Utilizou-se bancos de dados de testes de desempenho da raça Senepol. Foram estimados CMS a partir de equações do NRC (1996, CMSnrc) e BR-CORTE (2016, CMSbr-corte) e análise de regressão múltipla foi empregada considerando CMS observado como variável dependente e CH, PC e GMD como variáveis independentes para gerar uma nova equação: CMSpred, CMSnrc e CMSbr-corte foram utilizados para estimar a eficiência alimentar bruta (EABpred, EABnrc e EABbr-corte) e consumo alimentar residual (CARpred, CARnrc e CARbr-corte). A correlação do CMSpred com CMS observado foi maior (0,73) que aquelas encontradas para CMSbr-corte (0,66) e CMSnrc (0,68). As correlações entre eficiência alimentar bruta (EAB) observada, EABpred, EABnrc e EABbr-corte foram positivas e altas, apresentando magnitudes semelhantes que variaram de 0,91 a 0,92. O CAR observado apresentou correlação moderada com CARpred (0,45) e baixas com CARbr-corte (-0,08) e CARnrc (0,00). A estimativa de consumo de alimentos a partir do desempenho e consumo hídrico pode ser útil para estimativas de características de eficiência alimentar em bovinos confinados. No segundo estudo, o objetivo foi avaliar os efeitos da duração do teste, do ganho médio diário pré-teste (pADG) e da abordagem aplicada para cálculo do consumo alimentar residual na estimativa de características de eficiência alimentar. Foram utilizados dados de testes de eficiência alimentar realizados com bovinos Nelore e Senepol. Foram calculados CMS, GMD, CA, EAB e CAR para durações de teste de 35, 42 e 56 dias. Os GMDs pré-teste foram calculados usando PC ao nascimento, ao desmame, ao sobreano e ao início do teste e foram usados para estimar medidas alternativas eficiência alimentar. Para fins deste estudo, o termo “edição de teste” será utilizado para se referir a cada teste realizado em animais de mesmo sexo em um mesmo período de tempo, e o termo “grupo de teste” será utilizado para se referir a um grupo de animais ocupando uma mesma baia em uma mesma edição de teste. O CAR foi calculado dentro do grupo de teste (CARg) e entre os grupos de teste (CARe, dentro da edição do teste, desconsiderando o grupo de teste). Altas correlações foram observadas para CMS, PC e CAR calculados em diferentes durações de teste, embora menor correlação tenha sido observada para GMD, CA e EAB em relação ao teste de 35d e 56d. As correlações entre o GMD medido no teste e as medidas pGMD foram baixas, assim como as correlações para CA e EAB alternativos. Correlações entre CAR calculado dentro do grupo de teste e CAR dentro da edição do teste foram inferiores a 0,9. Reduzir a duração do teste de 56 para 42 ou 35 dias pode afetar a acurácia das estimativas de eficiência alimentar. Usar o ganho de peso pré-teste para fins de cálculo da eficiência alimentar parece não ser viável. O método empregado para calcular o CAR em relação ao grupo de teste e à edição do teste pode levar a mudanças na acurácia de sua estimativaItem Ocorrência do vírus da febre catarral maligna em bovinos do estado do Paraná, sul do Brasil: um estudo imuno-histoquímico retrospectivo(Universidade Estadual de Londrina, 2021-02-19) Xavier, Ana Aparecida Correa; Headley, Selwyn Arlington; Okano, Werner; Lisboa, Julio Augusto NaylorResumo: A febre catarral maligna (FCM) é uma doença infecciosa viral causada por diversos agentes do grupo do complexo de vírus da febre catarral maligna (VFCM). No Brasil, gammaherpesvirus ovino tipo 2 (OvHV-2), até o momento, é o único agente desse complexo associado ao desenvolvimento de FCM em ruminantes. O objetivo desse estudo foi determinar a prevalência do VFCM nos bovinos do estado do Paraná entre 2010 a 2019, demonstrar a distribuição geográfica da ocorrência do VFCM, caracterizar os achados histopatológicos nos rins dos bovinos infectados pelo VFCM, além de associar as lesões histológicas encontradas com a presença intralesional do vírus identificado por ensaios imuno-histoquímicos. O diagnóstico da infecção foi determinado pela imunorreatividade positiva para os antígenos intralesionais nos tecidos renais de bovinos através de ensaios imuno-histoquímicos utilizando um anticorpo monoclonal que detecta todos os membros do grupo de VFCM. Os antígenos intracitoplasmáticos de VFCM foram identificados em 39,6% (n=44) dos 111 rins de bovinos avaliados durante o período de 10 anos. As taxas de morbidade, mortalidade e letalidade foram 5,2%, 3,6% e 86,5%, respectivamente, com a predominância de casos na mesorregião Norte Central. Não foram identificados predominância sexual, racial e sazonalidade significativas, porém, bovinos com idade igual ou menor de 12 meses foram mais frequentemente acometidos. Nefrite intersticial linfocítica (93,2%; 41/44), degeneração vascular renal (84,1%; 37/44) e degeneração balonosa dos túbulos renais (81,8%; 36/44) foram os achados histopatológicos mais frequentemente observados em associação à infecção imunorreatividade positiva pelo VFCM. Os resultados sugerem que os bovinos foram infectados pelo VFCM, provavelmente OvHV-2, sendo endêmico no estado do Paraná. A utilização de um diagnóstico in situ resultou numa quantidade maior de casos de infecção do que foi anteriormente descrito e o rim deve ser coletado quando houver suspeita de infecção por OvHV-2 em bovinos. Adicionalmente, alterações degenerativas renais devem ser consideradas no diagnóstico histológico da infecção pelo VFCM em bovinos.Item Transmissão interespécies de Edwardsiella ictaluri em três espécies de peixes (Oreochromis niloticus, Pseudoplatystoma corruscans e Clarias gariepinus)(Universidade Estadual de Londrina, 2021-02-26) Costa, Arthur Roberto da; Pereira, Ulisses de Pádua; Lorenzetti, Elis; Laterça, Maurício MartinsResumo: A piscicultura Brasileira alcança novos patamares a cada ano, com a tilápia-do-Nilo (Oreochromis niloticus) como espécie mais produzida, seguida pelos peixes nativos, como o tambaqui (Colossoma macropomum), o pintado (Pseudoplatystoma corruscans) e o pirarucu (Arapaima gigas). A intensificação da produção, a importação e fuga de espécies exóticas, podem contribuir para o estabelecimento de doenças alóctones no país, como os casos recentes de franciselose e Vírus da necrose infecciosa de baço e rim (ISKNV). Edwardsiella ictaluri é a bactéria responsável por ocasionar a septicemia entérica do bagre do canal (ESC), doença que causa prejuízos de milhões de dólares na indústria do bagre do canal (Ictalurus punctatus) nos Estados Unidos e, recentemente, se tornou um risco para a indústria do panga (Pangasianodon hypophthalmus) na Ásia e para a fauna nativa da Austrália, contudo, pouco se sabe sobre este patógeno na piscicultura nacional. No mês de abril de 2020, uma cepa de Edwardsiella sp. foi isolada causando doença em pintados, em uma piscicultura no noroeste do estado do Paraná. Os animais apresentavam ascite e sinais neurológicos, além de taxa de mortalidade maior que 50%. O objetivo deste trabalho foi confirmar se a bactéria se tratava de uma E. ictaluri e verificar se foi a responsável pela mortalidade dos animais; além de, avaliar se espécies exóticas introduzidas na região podem ter atuado como vetores para a disseminação deste patógeno nas pisciculturas locais. Foi conduzido um experimento de infecção por imersão e inoculação intraperitoneal, com pintados, tilápias do Nilo e bagres Africanos. Quarenta e oito animais de cada espécie foram divididos em seis aquários por espécie, contendo oito animais cada. Em paralelo, um experimento de infecção por coabitação com peixes de outras espécies previamente infectados foi realizado em três aquários contendo quatro peixes de cada espécie. Após o sequenciamento do gene 16S, a bactéria foi classificada como E. ictaluri. Todos os pintados desafiados por via intraperitoneal e imersão vieram a óbito em um período de onze e quinze dias, respectivamente. Houve mortalidade também nas coabitações entre todas as espécies. Os sinais clínicos observados foram compatíveis com os relatados na piscicultura e descritos na literatura como ESC. Nas análises histopatológicas foi possível notar a presença de infiltrado inflamatório, principalmente eosinófilos no cérebro de todas as espécies e no olho de tilápias; o fígado, principalmente dos pintados, apresentou alta depleção de glicogênio, congestão e necrose. A bactéria foi reisolada com sucesso de todas as espécies presentes no experimento, mostrando que mesmo os animais que não vieram a óbito se tornaram carreadores do patógeno. Com isto, comprovamos a suscetibilidade do pintado a E. ictaluri, adicionando-o a lista de espécies que podem ser acometidas por esta bactéria. Mais, demonstramos a capacidade de espécies exóticas invasivas, de atuarem como vetores desta bactéria.Item Caracterização molecular de Giardia duodenalis em amostras de fezes de humanos, cães e gatos(2021-02-26) Silva, Ana Clécia dos Santos; Garcia, João Luis; Barros, Luiz Daniel de; Almeida, Jonatas Campos deO protozoário Giardia duodenalis é responsável por causar doença intestinal em diversos hospedeiros em todo o mundo, inclusive seres humanos, e sabe-se que dentro dessa espécie existem diferentes assemblages. O objetivo do presente estudo foi caracterizar molecularmente G. duodenalis de amostras de fezes de humanos, cães e gatos. Foram selecionadas 59 amostras positivas para G. duodenalis nos exames direto ou centrifugo-flutuação em sulfato de zinco, das quais, sete eram de humanos, 34 de cães, e 18 de gatos. Após a extração de DNA, foi realizada uma nested-PCR (n-PCR) baseada no gene 18S onde as amostras que foram amplificadas foram submetidas à n-PCR para os genes β-Giardina, TPI e semi-nested-PCR para o gene GDH . Na PCR para o gene 18S, 49,2% (29/59) das amostras tiveram seu DNA amplificado, das quais, 42,9% (3/7) eram de humanos, 55,9% (19/34) de cães, e 38,9% (7/18) de gatos, e um total de 34,5% (10/29) foram amplificadas pelo gene β- Giardina sendo realizada uma RFLP para este gene. Com o gene GDH obtivemos 27,6% (8/29), e TPI 10,3% (3/29) de amostras amplificadas. As árvores filogenéticas resultaram em clusters separados para os assemblages C, D e F, os quais os foram encontrados: assemblage F em uma amostra de origem humana, duas amostras de cães e em uma amostra de gato, C em duas amostras de cães e D em três amostras de cães. A maior parte dos assemblages encontrados em nosso estudo são considerados específicos das espécies das quais foram isolados, exceto pela presença do assemblage F em uma amostra de origem humana e duas amostras de cães. A realização de estudos mais amplos é necessária para verificar a frequência com que ocorrem essas infecções, fornecendo informações que contribuam para a elaboração medidas de controle e profilaxia da giardíase.Item Elementos traço não essenciais e achados anatomopatológicos renais em odontocetos do Atlântico Sul(2021-03-26) Pires, Bárbara Giglio; Bracarense, Ana Paula Frederico Rodrigues Loureiro; Domit, Camila; Martinez, Claudia Bueno dos ReisOs animais marinhos estão diariamente expostos à interação antrópica e são frequentemente expostos a acentuada carga de poluentes sonoros, físicos ou químicos, responsáveis por graves alterações comportamentais e estruturais que podem levar ao óbito. Dentre os mamíferos marinhos, os cetáceos são considerados importantes sentinelas da saúde do ecossistema marinho, devido ao seu elevado nível na cadeia trófica e longevidade, estando também direta e indiretamente expostos a interação antrópica, são passíveis de diversas alterações estruturais e funcionais, assim como animais de companhia e mamíferos selvagens em decorrência à ação antrópica no ambiente. Os elementos traço são importantes contaminantes ambientais presentes no cotidiano da espécie humana. Este estudo tem como objetivo analisar alterações microscópicas de rins de odontocetos encalhados no litoral sul do Oceano Atlântico, abrangendo os estados do Paraná (PR), São Paulo (SP) e Santa Catarina (SC) no período entre setembro de 2015 e dezembro de 2019. As informações epidemiológicas, histopatológicas e a quantificação da concentração hepática de elementos traço foram obtidas através da base de dados pública do Sistema de Informação e Monitoramento da Biota aquática (SIMBA). Adicionalmente, fragmentos de tecido renal de animais encalhados no litoral do Paraná foram reprocessados e submetidos a técnicas de coloração histoquímica de ácido periódico de Shiff modificada (PAS -McManus) e tricrômio de Masson. 108 animais foram selecionados atendendo aos critérios de inclusão, dos quais 48 eram fêmeas e 60 machos. As alterações renais mais frequentes foram congestão (59/108), necrose tubular aguda (38/108), atrofia glomerular e espessamento da cápsula de Bowman (11/108) e as concentrações médias totais obtidas foram 39,52 mg.kg-1, 3,69 mg.kg-1, 0,04 mg.kg-1 e 0,89mg.kg-1 para mercúrio, cádmio, chumbo e arsênio, respectivamente. Não houve diferença significativa entre a presença total de lesões e a concentração de elemento traço, entretanto, houve associação estatisticamente significativa (p=0,01) em relação à média de concentração de mercúrio e a presença de cilindros hialinos e entre a presença de ao menos uma lesão tubular e/ou glomerular e a concentração média de chumbo hepático (p=0,048). Adicionalmente fragmentos de rins de 4 exemplares de Steno bredanensis encalhados no litoral do Paraná com alterações císticas macroscópicas, foram reavaliados e submetidos à coloração de PAS-McManus e tricrômio de Masson, para avaliação de alterações histológicas, dois dos animais analisados apresentaram características anatomopatológicas compatíveis com doença renal policistica. Nota-se a necessidade de maiores estudos em relação a alterações histopatológicas renais em cetáceos, sua relação com elementos potencialmente tóxicos e a presença de condições de caráter genético inerentes a espécie em paralelo com condições semelhantes já caracterizadas em outras espécies de mamíferos.Item Suplementação nutricional no periparto e sua influência no desempenho de ovelhas e cordeiros(2021-05-05) Franco, Marina; Ribeiro, Edson Luis de Azambuja; Castro, Filipe Alexandre Boscaro de; Fernandes Júnior, FranciscoO objetivo desse trabalho foi avaliar a influência da suplementação nutricional durante o período de periparto sobre o desempenho de ovelhas e cordeiros. A suplementação oferecida no experimento foi com ração concentrada com 18% de PB e 80% de NDT, sendo fornecida na proporção de 1,5% do peso corporal/animal por dia. O experimento foi conduzido no setor de ovinocultura da Fazenda Escola, da Universidade Estadual de Londrina. Utilizou-se 36 ovelhas da raça Santa Inês, com gestação de um cordeiro que foram divididas em quatro modelos experimentais, de forma inteiramente casualizada, com diferenciação apenas no manejo alimentar. As ovelhas do manejo alimentar1, receberam suplementação nutricional apenas no terço final da gestação (a partir dos 100 dias), as do manejo alimentar 2 receberam suplementação do parto até 30 dias pós parto, as ovelhas do manejo alimentar 3 receberam suplementação a partir do terço final da gestação (100 dias) até 30 dias pós parto, e as ovelhas do manejo alimentar 4 não receberam qualquer suplementação. Para as análises estatísticas dos dados levou-se em consideração os efeitos de tratamento e sexo do cordeiro, sendo que não houve interação (P>0,05) entre esses dois efeitos. De uma maneira geral, com raras exceções, os pesos, ganhos de peso e escores de condição corporal das ovelhas, do parto ao desmame, não diferiram (P>0,05) entre os manejos alimentares e os sexos dos cordeiros. De maneira similar ao que aconteceu com as ovelhas, os pesos e ganhos de peso, bem como as medidas biométricas dos cordeiros, do nascimento ao desmame (75 dias) não diferiram (P>0,05) de acordo com os manejos alimentares que as ovelhas receberam, nem de acordo com o sexo. As médias para os escores de habilidade materna das ovelhas demonstraram boa habilidade materna , independentemente dos tratamentos ou do sexo dos cordeiros, tendo interesse pelos filhos e produção de colostro. Os cordeiros apresentaram bom vigor, pois não demoraram para se levantar após o nascimento e procuraram o úbere das mães para ingerir o colostro. Desta maneira, conclui-se que o uso da suplementação no periparto não é recomendável, pois acrescentaria um custo a mais na atividade, sem proporcionar maior retorno em quilos de cordeiros a desmama, e que cordeiros machos e fêmeas apresentam desempenhos similares até o desmameItem Dosagem de Dimetilarginina Simétrica (SDMA) e a ultrassonografia Doppler de artéria renal e uterina em cadelas com complexo hiperplasia endometrial cística-piometra(Universidade Estadual de Londrina, 2021-06-07) Correia, Letícia Amanda dos Santos; Martins, Maria Isabel Mello; Gava, Fábio Nelson; Lopes, Maria DeniseResumo: O Complexo Hiperplasia Endometrial Cística (HEC)– piometra é uma afecção frequente de trato reprodutivo feminino de cadelas de caráter urgente e a lesão renal aguda é de comum ocorrência. Este estudo teve como objetivo a realização de exames hematológicos, bioquímicos, mensuração da SDMA, avaliação Dopplervelocimétrica de artérias uterinas e renais de paciente com complexo Hiperplasia Endometrial Cística-piometra no momento do diagnóstico e a média 6 meses para avaliação renal. Foram avaliadas cadelas em dois momentos: M1 (dia do diagnóstico de HEC-piometra) com n=36 e M2 (retorno médio após 6 meses após tratamento) com n=16. Para o grupo controle foram selecionadas seis cadelas sem alterações em exames hematológicos e bioquímicos, sem histórico de doenças anteriores, nas quais foram realizadas avaliação ultrassonográfica Doppler de artéria uterina e artérias renais. Em M1 foi realizado hemograma, creatinina, ureia, e SDMA sérico (n=15), relação proteína-creatinina urinária (UPC), aferição de pressão arterial sistólica, ultrassom Doppler de artéria uterina e das artérias renais, cultura de secreção uterina. Em M1 as pacientes foram classificadas em azotêmicas (AZO) e não azotêmicas (NAZO). No M2 foi realizado hemograma, creatinina, ureia, e SDMA sérico (n=16), UPC, aferição de pressão arterial sistólica e ultrassom Doppler de artérias renais (n=13). A comparação entre o M1 e M2 foi realizada entre os animais que estiveram presente nos dois momentos. Para avaliação de significância estatística foi considerado p<0,05. No M1 não houve diferença entre pacientes AZO e NAZO para leucócitos (p= 0,092), SDMA (p=0,059), porém as médias de SDMA estavam acima do limite de referência nos dois grupos. Em cadelas com complexo HEC -piometra o SDMA sérico obteve diferença (p=0,009) com valores superiores quando cérvix fechada comparadas a aberta. Em M2 os valores médios de creatinina, ureia e SDMA séricos foram de 0,92 mg/dL, 33,8 mg/dL, e 11,8μg/dL, respectivamente, e não houve azotemia em nenhum dos casos avaliados, porém houve aumento dos limites de referência do SDMA em duas cadelas (15 μg/dL) totalizando 12,5% dos animais. A comparação entre M1 e M2 foi significativa para SDMA e ureia (p=0,008 e p=0,037) e não significativa entre creatinina (p= 0,058). A UPC média dos animais de M1 foi de 0,82±0,35, com 71,5% considerado proteinúrico e 28,5% proteinúricos limítrofes, e em M2 a média foi de 0,25±0,17 com apenas uma paciente considerada proteinúrica. A média da pressão arterial sistólica em M1 e M2 foi de 123,86±28,77 e 144,58±11,37 respectivamente, onde a maioria das cadelas (66,6%) obtiveram pressão arterial em M2 classificada em pré-hipertensas e hipertensas com diferença estatística (p=0,021). Para avaliação ultrassonográfica houve diferença estatística entre animais controle e animais com HEC-piometra nos parâmetros velocidade de pico sistólico (PSV) artéria uterina (p=0,001), velocidade final diastólica (EDV) de artéria uterina (p<0,001), índice de pulsatilidade (PI) de artéria uterina (p=0,003), índice de resistividade (RI) de artéria uterina (p=0,001). Houve diferença significativa entre o grupo AZO E NAZO em PI de artéria renal esquerda e direita e RI de artéria renal direita (p=0,008), porém na comparação entre os momentos M1 e M2 não houve diferença, demonstrando persistência das alterações Dopplervelocimétricas renais a longo prazo. A presença de correlações em M1 foi observada entre SDMA e Creatinina (r= 0,721), SDMA e ureia (r= 0,808), SDMA e EDV ART UTER (r= 0,722), SDMA e PI RD (r=0,789), SDMA e PSV RIM ESQ (r=0,840) e SDMA e EDV RIM ESQ (r= 0,660), sendo correlações positivas fortes e moderadas. Este trabalho permite afirmar que o SDMA se encontra aumentado em pacientes com complexo HEC-piometra não azotêmicos e que a pressão arterial na maioria dos animais pode estar aumentada a longo prazo. Além das mensurações Dopplervelocimétricas de artéria uterina se encontram aumentadas em cadelas com HEC-Piometra e possuir altas correções com aumento de EDV de artéria uterina com SDMA e há aumento do fluxo sanguíneo de artérias renais no momento do diagnóstico e a média 6 meses.Item Efeito da lipemia pós-prandial sobre os parâmetros hemogasométricos caninos(2022-02-15) Bonatto, Natália Camila Minucci; Flaiban, Karina Keller Marques da Costa; Lisbôa, Júlio Augusto Naylor; Pereira, Priscilla Fajardo Valente; Almeida, Breno Fernando MartinsA hemogasometria é essencial na análise clínica de pacientes críticos humanos e veterinários, entretanto a avaliação da interferência da lipemia neste exame não foi elucidada. Este estudo objetivou avaliar o efeito da lipemia pós-prandial nos parâmetros hemogasométricos e sua interferência na avaliação do estado ácido base pela abordagem quantitativa do modelo de íons fortes. Para isso, 15 cães tiveram amostras de sangue venoso colhidas em jejum (M0) e uma (M1), três (M3) e cinco (M5) horas após a indução da lipemia por meio da ingestão de dieta hipercalórica. As variáveis foram testadas quanto à normalidade e as diferenças entre os momentos foram verificadas pelos testes de ANOVA com medidas repetidas e Friedman com pós-testes de Holm-Sidak ou Dunn. Os triglicerídeos (TG) e colesterol total (CT) foram utilizados para determinação da lipemia e posteriormente correlacionados pelos coeficientes de Pearson ou Spearman com os parâmetros hemogasométricos, com as variáveis do modelo de íons fortes e os analitos bioquímicos (albumina, fosfato e magnésio) utilizados para avaliação do estado ácido base. A lipemia não ocasionou alterações nos parâmetros hemogasométricos, sendo que apenas o anion gap teve diminuição no M5 (p = 0,01) sem correlação com CT e TG. Na avaliação do estado ácido base ocorreu diminuição da diferença de íons fortes aparente (SIDa) (p = 0,04) e hiato de íons fortes (SIG) (p = 0,0006) no M5. A diferença de íons fortes efetiva (SIDe) aumentou em M1 (p = 0,03) e M3 (p = 0,02), e a Atot, em M1(p = 0,001), M3 (p < 0,0001) e M5 (p = 0,003). Também aumentaram os níveis dos analitos albumina em M1 (p = 0,02) e M3 (p = 0,002), e fosfato em M1 (p = 0,01), M3 (p = 0,0001) e M5 (p = 0,02). Enquanto que o magnésio diminuiu no M5 (p = 0,02). Os TG tiveram correlação positiva fraca com albumina (r = 0,36; p = 0,004), Atot (r = 0,31; p = 0,01) e SIDe (r = 0,30; p = 0,01), e o CT teve correlação positiva moderada com Atot (r = 0,47; p = 0,0001), fosfato (r = 0,47; p = 0,0001) e magnésio (r = 0,49; p < 0,0001), e correlação fraca com albumina (r = 0,28; p = 0,02) e a SIDe (r = 0,27; p = 0,03). Contudo, a lipemia pós-prandial não interfere nos parâmetros hemogasométricos, mas pode ocasionar erros de diagnóstico em parâmetros utilizados para a avaliação do estado ácido base que são dependentes de analitos bioquímicos.Item Mycoplasma ovis e patógenos transmitidos por carrapatos em cavalos e carrapatos de um assentamento rural do sul do Brasil(Universidade Estadual de Londrina, 2022-02-21) Kakimori, Monica Tiemi Aline; Vieira, Rafael Felipe da Costa; Garcia, João Luís; Otomura, Flávio Haragushiku; Barros, Luiz Daniel deResumo: Patógenos transmitidos por carrapatos (PTC) são um importante grupo de organismos que podem afetar animais e seres humanos na América do Sul. Hemoplasmose em cavalos pode ser considerada uma infecção acidental ou incomum. Portanto, este estudo teve como objetivo determinar a ocorrência dos agentes como Theileria equi, Babesia caballi e Ehrlichia sp., e hemoplasmas em equinos de um assentamento rural, localizado no Sul do Brasil, identificar as espécies de carrapatos e determinar os fatores associados à exposição/infecção. Amostras de sangue de 22 cavalos foram triadas para anti-T. equi e anti-Ehrlichia spp. anticorpos por ensaios de anticorpos fluorescentes indiretos (IFA). As amostras também foram testadas por ensaios de PCR visando o gene 18S rRNA de T. equi e B. caballi, e o gene 16S rRNA de hemoplasmas. Além disso, ensaios de PCR direcionados ao gene 16S rRNA, proteína formadora de ligação dissulfeto (dsb) de Ehrlichia spp. também foram realizados. Carrapatos foram coletados dos animais (inspeção) e do ambiente (arrasto de flanela e armadilhas de gelo seco), estes foram identificados por meio de chave de identificação. Adicionalmente 28 carrapatos adultos provenientes dos animais e 4 ninfas provenientes do ambiente, tiveram as glandulas salivares extraídas e triadas para Ehrlichia spp. (dsb gene) e Mycoplasma spp. (16S gene). Anticorpos para T. equi e Ehrlichia spp. foram detectados em 22/09 (40,91%; IC 95%: 23,26-61,27%) e 22/07 (31,81%; IC 95%: 16,36-52,68%) cavalos, respectivamente. DNA de T. equi, B. caballi e Mycoplasma spp. foram encontrados em 13/22 (59,09%), 1/22 (4,55%) e 11/22 (50%) cavalos, respectivamente, e todos foram negativos para Ehrlichia spp. Todas as sequências apresentaram ≥99% de identidade com múltiplas sequências de T. equi (18S rRNA), B. caballi (rap-1) e Mycoplasma ovis (16S rRNA) depositadas no GenBank. Todos os carrapatos adultos foram identificados como Dermacentor nitens 44/47 (93,62%) e Rhipicephalus microplus 3/47 (6,38%). Todas as glândulas salivares foram negativas para o gene dsb de Erhlichia spp. Dois de 28 (7,14%) glândulas provenientes de adultos dos animais foram positivos por PCR convencional, 11/28 (39,29%) e duas de 4 ninfas (50%) provenientes do ambiente foram positivos por PCR real time para o gene 16S rRNA para Mycoplasma spp. Este é o primeiro relato de infecção por M. ovis em equinos no Brasil, utilizando técnicas moleculares. Mycoplasma spp. foi detectada em glândulas salivares de D. nitens e R. microplus, sendo necessários mais estudos para esclarecer a ação vetorial dessas espécies. Foi possível observar uma baixa ocorrência de Ehrlichia spp. e ausência de PCR positivo em região onde não foram encontrados carrapatos Amblyomma sculptum.Item Relação da contagem de folículos antrais sobre características reprodutivas de éguas receptoras de embrião(2022-02-25) Delchiaro, Sofia Botsaris; Seneda, Marcelo Marcondes; Gomes, Roberta Garbelini; Barreiros, Thales Ricardo RigoO objetivo deste trabalho foi realizar a estimativa da contagem de folículos antrais (CFA) em éguas receptoras de embrião através da ultrassonografia transretal e relacionar a CFA com a fertilidade. Um grupo de fêmeas equinas (n=77) de diferentes idades (entre 5 e 16 anos) e raças (sem raça definida) foi avaliado para CFA. O grupo de baixa foi definido com CFA = 11 folículos (n=43 éguas) e alta > 11 folículos (N = 34 éguas). O protocolo hormonal das receptoras dependeu da fase do ciclo estral em que elas se encontravam. Receptoras cíclicas foram sincronizadas juntamente com as doadoras e receberam o embrião entre os dias 4 e 6 (D4 – D6). As receptoras acíclicas receberam 5 mg de benzoato de estradiol (BE) via intramuscular (IM) no dia da ovulação da doadora (D0), 4 mg de BE via IM no dia seguinte (D-3 receptora; D1 doadora) e 3 mg de BE via IM (D-2 receptora; D2 doadora). Ademais, mais 1500 ml de progesterona (P4) via IM foram aplicados no D0 da receptora (D4 da doadora) e mais 1500 ml de P4 via IM aplicados no dia da TE (D4-6). No dia da transferência de embrião (TE) foram aferidos, além da CFA, o peso do animal, escore de condição corporal (ECC), diâmetro do corpo lúteo (CL), idade e grau de edema uterino, para estabelecer a relação desses parâmetros com a CFA. Ademais, foram considerados a ciclicidade da receptora e estação do ano da TE. No D12 foi feito o diagnóstico de gestação da receptora por meio da ultrassonografia transretal em modo B. Os dados foram analisados quanto à normalidade de distribuição pelo teste de Shapiro-Wilk e quanto à homogeneidade de variâncias pelo teste F. Diferenças entre os grupos estudados foram analisadas por ANOVA empregando modelo de efeito misto, em que o grupo CFA, a estacionalidade reprodutiva e a estação do ano foram consideradas efeitos fixos. Foi adotado um nível de significância quando P=0,05. A taxa de concepção foi maior em receptoras com baixa CFA em relação àquelas com alta CFA (P = 0,016). Não houve influência da estação do ano (P = 0,798), mas foi observado efeito de sazonalidade reprodutiva (P = 0,005; cíclica 81,40% vs. anestro estacional 58,82%), além de uma tendência (P = 0,06) a interação entre CFA e sazonalidade reprodutiva. A taxa de concepção foi maior em receptoras de baixa CFA e nas que eram cíclicas, demonstrando um efeito da sazonalidade reprodutiva. Contudo, não foi identificado interação entre a CFA e a ciclicidade. Ainda, o edema uterino também foi influenciado pela sazonalidade reprodutiva, éguas em anestro demonstraram um maior grau de edema uterino quando comparadas com as cíclicas.Item Parâmetros hemostáticos e avaliação cardíaca em cães naturalmente infectados por Leptospira spp.(2022-05-27) Luz, Patrick Eugênio; Pereira, Patrícia Mendes; Venturini, Danielle; Gomes, Lucas AlécioA leptospirose é uma doença de caráter zoonótico com distribuição global, sendo endêmica em países tropicais. Alguns estudos têm demonstrado a associação entre a doença e a ocorrência de miocardite, que se trata de uma lesão miocárdica aguda que pode ser causada por diversas doenças infectocontagiosas, que pode levar a insuficiência cardíaca, arritmias e ao óbito. Sendo assim, objetivou-se a avaliar os parâmetros hemostáticos e os achados preditivos de miocardite em cães com infecção por Leptospira spp.. Foi realizado um estudo transversal avaliando dezesseis cães, sendo sete saudáveis, constituindo o grupo controle (GC) e nove cães com leptospirose, constituindo o grupo leptospirose (GL). Foram realizados aferição da pressão arterial sistêmica (PAS), mensuração do tempo de protrombina (TP) e tempo de tromboplastina parcial ativada (TTPa), dosagem de creatinoquinase fração MB (CK MB) e troponina cardíaca I (cTnI), eletrocardiografia e ecodopplercardiografia convencional. Os exames foram realizados logo após a admissão dos pacientes. Os valores de dados foram submetidos ao teste normalidade de Shapiro Wilk e homogeneidade de variâncias Levene. Variáveis paramétricas foram submetidas ao teste t de Student e, quando significativas, ao teste de correlação de Pearson. Variáveis não paramétricas foram submetidas ao teste de Mann-Whitney e, quando significativas, ao teste de correlação de Spearman. As diferenças foram consideradas significativas quando o valor de p foi menor que 0,05. A média de idade do GL foi de 6,25 ± 3,41 anos e de peso foi de 12.1 ± 4.98 kg, do GC a média de idade foi 2,29 ± 1,5 anos e média de peso de 14,9 ± 10.1 kg. Cães com leptospirose apresentaram maiores valores de cTnI (GC: 0,004 ± 0,002 ng/ml; GL: 0,22 ± 2,70 ng/ml, p = 0,001), PAS (GC: 130 ± 23,8 mmHg; GL: 178 ± 34,1 mmHg; p = 0,009), duração do complexo QRS (GC: 41,4 ± 3,64 ms; GL: 50,0 ± 5,17 ms, p = 0,002), duração do intervalo QT (GC: 164 ± 13 ms, GL: 225 ± 24,3 ms, p < 0,001) e espessura do septo interventricular em diástole normalizada pelo peso (GC: 0,34 ± 0,15 mm; GL 0.54 ± 0,20 mm; p = 0,031) quando comparados ao GC. 5/9 cães apresentaram diagnóstico possível de miocardite. Observou-se correlação negativa entre os valores de cTnI e relação Em/Am septal (p = 0,007; rho = - 0,601) e cTnI e relação Em/Am parietal (p = 0,001, rho = - 0,703). Os valores de PAS se correlacionaram negativamente com os valores da relação Em/Am septal (p = 0,020; r = - 0,592) e parietal (p = 0,004; r = - 0,693), e positivamente com a duração do complexo QRS (p = <0,001; r = 0,766). Conclui-se que a leptospirose gera distúrbios de coagulação e alterações cardíacas, evidenciadas principalmente pela disfunção diastólica e aumento da troponinaItem Efeitos imediatos da administração intratesticular de cloreto de cálcio 20% associado ao DMSO 0,5% em gatos(2022-06-14) Schnitzer, Josiana de Fátima; Martins, Maria Isabel Mello; Sant’ Anna, Marcos Cezar; Paranzini, Cristiane SellaA castração química é um método de esterilização eficaz e pouco invasivo, com tempo de recuperação reduzido. A esterilização ocorre devido a reação inflamatória produzida no tecido testicular pelo agente esclerosante intratesticular. Este estudo teve como objetivo verificar a reação inflamatória imediata em testículos de gatos submetidos à injeção intratesticular de cloreto de cálcio a 20% associado ao dimetilsulfóxido 0,5% (CaCl2 20% + DMSO 0,5%). Foram utilizados 10 gatos machos, com idade entre 1 a 2 anos e peso de 3,88 ± 0,79 kg. O estudo foi dividido em quatro tempos: T0 foi a avaliação prévia à castração química em que foi realizado a avaliação termográfica infravermelha, ultrassonografia e biometria testicular com os animais anestesiados; TI momento da avaliação imediata após aplicação do agente esclerosante em que foi realizada biometria testicular; T2 foi realizado após duas horas com os animais recuperados da anestesia, foi avaliado a consistência testicular e realizada imagem termográfica; T4 avaliação após quatro horas em que os gatos foram novamente anestesiados, realizada avaliação termográfica, ultrassonografia e biometria testicular, e em seguida submetidos à orquiectomia. No T0, os gatos foram anestesiados com cetamina (5 mg/Kg) associada a cloridrato de dexmedetomidina (20 µg/Kg), foram realizadas as avaliações e foi aplicado intratesticular 0,25 mL de CaCl2 20% + DMSO 0,5%. Após as avaliações de TI foi realizada a reversão com atipamezole (40 µg/Kg). Para as avaliações em T4 os animais foram anestesiados com cetamina (12 mg/Kg) associada a cloridrato de dexmedetomidina (10 µg/Kg) e cloridrato de morfina (0,2 mg/kg). Imediatamente após a orquiectomia, os testículos foram fixados para a análise histológica. Na avaliação termográfica, foi observada a queda da temperatura testicular em T2 (p<0,05). Após a castração química a ultrassonografia dos testículos direito permaneceu com a ecogenicidade hipoecogênica em 80% dos animais avaliados em T4, e nos testículos esquerdo foram visibilizadas ecotextura heterogênea em 90% dos gatos em T4. No exame biométrico observou-se aumento do volume testicular direito em TI (p<0,05). Os achados histológicos foram degeneração, necrose do epitélio de túbulos seminíferos e hemorragia focal, com predomínio do processo degenerativo após quatro horas da castração química. Em conclusão, os resultados do presente trabalho indicam que a castração química com o cloreto de cálcio a 20% associado ao DMSO 0,5% induziu alterações imediata no parênquima testicular e a reação inflamatória imediata foi reduzida sem interferir com o bem-estar aos gatos.Item Monitoração não invasiva das ondas de pressão intracraniana em gatos submetidos a dois protocolos anestésicos(2022-06-15) Bernardes, Giselle de Lima; Arias, Mônica Vicky Bahr; Gava, Fábio Nelson; Kemper, Daniella GodoiA pressão intracraniana (PIC) é a pressão exercida dentro do crânio pelos componentes parênquima nervoso, volume sanguíneo e líquido cerebroespinhal. O encéfalo necessita de um suprimento contínuo de oxigênio e nutrientes que o alcançam por meio do fluxo sanguíneo cerebral (FSC). Em um paciente com encéfalo saudável, o FSC é mantido constante por meio de alterações no tônus vasomotor, e este é dependente da pressão arterial de dióxido de carbono (PaCO2) e pressão arterial sistêmica (PAS). Muitos agentes anestésicos causam alterações no FSC e, portanto, têm potencial de causar danos, sendo assim, monitorar a PIC durante a anestesia é importante para avaliar a ação dos fármacos anestésicos sobre o sistema nervoso central (SNC). Portanto, o objetivo deste estudo foi avaliar a eficácia do Monitor Brain4care® (B4C) na monitoração não invasiva das ondas da PIC (PIC-ni) de gatos saudáveis submetidos a dois protocolos anestésicos para procedimento de orquiectomia eletiva. Para isso, doze gatos foram incluídos e alocados em dois grupos que receberam a mesma medicação pré-anestésica (MPA), dexmedetomidina (10 µg/kg) e morfina (0,2 mg/kg) por via intramuscular (IM). A indução anestésica do Grupo INA (anestesia inalatória) foi realizada com propofol em dose efeito pela via intravenosa (IV) e a manutenção anestésica foi realizada com isofluorano. No Grupo DIS (anestesia dissociativa), a indução foi realizada com diazepan (0,3mg/kg IV) e cetamina (7,5mg/kg IV) e a manutenção anestésica foi realizada com bolus de cetamina. A monitoração das ondas da PIC-ni foi realizada por meio do uso do sensor de deformação do tipo “strain gauge” conectado ao B4C durante 5 minutos em dois momentos, sendo o primeiro momento (M1) realizado imediatamente antes da cirurgia e o segundo momento (M2) logo ao término. Observou-se aumento significativo da razão P2/P1 em M2 no grupo INA (M1: 0,88±0,26 vs M2: 1,23±0,09), já no grupo DIS não houve diferença da razão P2/P1 quanto ao tempo (M1: 1,10±0,17 vs M2: 1,20±0,16). O ETCO2 em M1 e M2 dos felinos do grupo DIS apresentaram maior média quando comparado ao grupo INA (M1: INA 26±3,14 vs DIS 40,4±8,48 e M2: INA 28±2,57 vs DIS 36,2±5,44). A PAS média entre ambos os grupos não apresentou diferença significativa. Sendo assim, foi visto que o monitor B4C foi capaz de detectar as ondas da PIC-ni em gatos. A razão P2/P1 apresentou menor variação com o uso da anestesia dissociativa, mas ambos os protocolos influenciaram negativamente a complacência cerebral. As medidas de concentração de dióxido de carbono expirado (ETCO2) foram diferentes entre os grupos, mas não influenciaram a razão P2/P1, portanto, a alteração da complacência cerebral possivelmente se deu exclusivamente aos efeitos dos fármacos anestésicos inalatórios e dissociativos sobre o SNCItem Hidratação enteral em vacas: comparação entre administração em fluxo contínuo e em bólus(2023-01-31) Campos, Lisandra de Camargo; Lisbôa, Júlio Augusto Naylor; Flaiban, Karina Keller Marques da Costa; Ribeiro Filho, José DantasBovinos doentes frequentemente apresentam desidratação e alterações no equilíbrio eletrolítico e ácido base, sendo necessária a administração de soluções eletrolíticas para restaurar a volemia e corrigir os desequilíbrios presentes. A hidratação enteral em bovinos é realizada mais comumente em bólus (B) por via ororruminal e a administração em fluxo contínuo (FC) por via nasoesofageana é uma alternativa viável. Não há estudos que comparem a eficácia dos dois métodos. Este estudo teve como objetivo comparar a eficiência da hidratação enteral em FC e em B para a correção de desequilíbrios hídrico, eletrolítico e ácido base em vacas. O protocolo de indução a desidratação, que consistiu em jejum hídrico e alimentar de 24 horas associado a duas administrações de furosemida por via intramuscular na dose de 3 mg/kg, foi aplicado duas vezes em 8 vacas sadias com intervalo de uma semana. Em delineamento cross-over, duas modalidades de infusão com a mesma solução eletrolítica enteral foram avaliadas. Volume igual a 12% do peso corporal (PC) foi administrado em FC por via nasoesofageana na taxa de 10 mL/kg/h, durante 12h (0h a 12h), enquanto o volume de 6% do PC foi infundido em B por via ororruminal duas vezes (0h e 6h). Variáveis clínicas, amostras de sangue venoso, de fezes, e a densidade urinária (DU) foram analisadas em -24h, 0h, 6h, 12h e 24h. As variáveis sanguíneas determinadas foram volume globular (VG), proteína plasmática total (PPT), pH, pressão parcial de gás carbônico (pCO2), excesso de bases (BE), concentração de bicarbonato (HCO3-), sódio (Na+), potássio (K+), cloreto (Cl-), glicose e lactato-L. Valores de hiato aniônico (AG), diferenças de íons fortes (SID3), concentração total de ácidos fracos não voláteis (Atot) e variação percentual do volume plasmático (VVP) foram calculados. ANOVA de medidas repetidas foi empregada. O protocolo de indução de desidratação foi eficaz e provocou desidratação moderada, além de alcalose metabólica hipoclorêmica nas duas vezes em que foi aplicado, e os dois métodos de hidratação enteral promoveram resultados parecidos, e foram capazes de corrigir esses desequilíbrios ao término do período de tratamento (12h). A colocação e fixação da sonda nasoesofageana de pequeno calibre para realização do FC foram fáceis. As vacas que receberam a hidratação enteral em FC não apresentaram intolerância aparente, mas para utilização desse método se faz necessário um sistema de infusão apropriado, permanência do animal na baia, e monitoramento do fluxo administrado. O método de hidratação em B é, por outro lado, muito mais prático e fácil de ser realizado na rotina clínica. Pode-se concluir que a hidratação enteral em B é tão eficaz quanto a hidratação em FC para reverter a desidratação e os desiquilíbrios eletrolíticos e ácido base em bovinos adultos e, devido à sua maior rapidez e praticidade, pode ser considerada mais vantajosa.Item Identificação de cepas de bal com atividade anti- listeira: caracterização e aplicação da cepa bacteriocinogênica no controle de listeria monocytogenes em queijo(Universidade Estadual de Londrina, 2023-02-23) Lira, Fernanda Montanholi de; Beloti, Vanerli; Giordano, Lucienne Garcia Pretto; Tamanini, Ronaldo; Pereira, Ulisses de PáduaResumo: As bactérias ácido láticas (BAL), são encontradas naturalmente em diversos alimentos, inclusive leite e derivados e podem contribuir como culturas iniciadoras ou adjuvantes para a produção de características desejáveis aos produtos alimentícios, além de produzirem substâncias com atividade antimicrobiana frente a patógenos alimentares como as bacteriocinas. Devido à crescente demanda dos consumidores por produtos sem aditivos químicos, as bacteriocinas podem ser consideradas uma alternativa bastante adequada para a conservação microbiológica de alimentos e proteção contra patógenos. Bacteriocinas têm sido usadas com o objetivo de inibir patógenos, como a Listeria monocytogenes em alimentos, através da adição de culturas microbianas produtoras de bacteriocinas ou da adição deste peptídeo antimicrobiano purificado ou semi-purificado. Os queijos, sobretudo os frescos ou de curta maturação, são especialmente vulneráveis à contaminação por patógenos, e em especial pela Listeria monocytogenes, que é um microrganismo ambiental frequente no leite e nas plantas de laticínios, e que pode re-contaminar o queijo em qualquer momento do processamento após a pasteurização do leite. O objetivo do estudo foi: identificar BALs produtoras de bacteriocina e caracterizar as cepas com atividade anti-listeria; caracterizar a bacteriocina e avaliar in vitro sua eficiência como conservante natural; avaliar o efeito antilisteria da cepa de Lactiplantibacillus plantarum bacteriocinogênica em queijos e produzir um filme comestível com efeito antilisterial. De 355 cepas de BAL testadas, duas (QS494 e QS530) foram capazes de produzir bacteriocina contra Listeria monocytogenes ATCC 7644 pelo método spot-on-lawn e foram identificadas como Lactiplantibacillus plantarum e Lactobacillus pentosus. Observou-se efeito bactericida do sobrenadante livre de células (CFS) da cepa QS494 (Lactiplantibacillus plantarum) já nas primeiras 8 horas, com redução de 1,7 log nas contagens de células viáveis de Listeria, enumeradas também em 0, 2, 4, 6, 8, 10, 12 e 24 horas a 36 °C. Ambas as cepas apresentaram boas características tecnológicas (atividade proteolítica e lipolítica, produção de diacetil) e ausência de produção de fatores de virulência (hemólise e gelatinase). Mudanças no pH do CFS obtido de Lactiplantibacillus plantarum não afetou sua atividade antimicrobiana. Além disso sua atividade antimicrobiana permaneceu estável após 10 min a 55, 80 e 100 °C. Nenhuma diminuição na atividade foi relatada após o tratamento por 15 min a 121° C e mesmo após submetido a congelamento (-20 °C) sua atividade inibitória foi observada após descongelamento por 12 semanas. Na avaliação do efeito anti-listeria em queijos, observou-se uma redução de 3 log na contagem de Listeria monocytogenes em 120 horas, nos queijos produzidos com a BAL bacteriocinogênica, enquanto nos queijos produzidos com cultura não bacteriocinogênica, observou-se um aumento de 2 log nas contagens. Filmes comestíveis produzidos com adição de bacteriocina precipitada nas concentrações de 50 e 25 mg/ml apresentaram efeito antimicrobiano contra Listeria monocytogenes ATCC 7644, com halos de 19 mm e 14 mm, respectivamente. Assim, as duas cepas estudadas possuem potencial tecnológico e de biossegurança, a bacteriocina por elas produzida apresentou bons resultados quando avaliada quanto à sua resistência às variações de pH e temperatura, e a cepa de Lactiplantibacillus plantarum apresentou excelente resultados no controle de Listeria monocytogenes em queijos, além disso a película comestível produzida com a bacteriocina também apresentou efeito anti-listeria in vitro. O que indica que as cepas apresentam potencial para serem utilizadas na indústria de alimentos para a elaboração de produtos lácteos, principalmente na produção de queijos.Item Análise espacial e fatores associados ao risco para ofidismo no Paraná, sul do Brasil(2023-02-23) Kono, Isabelli Sayuri; Freire, Roberta Lemos; Vasconcelos, Vitor Vieira; Zequi, João Antônio Cyrino; Faccin, Tatiane CargninOs acidentes ofídicos são causas de sequelas graves e óbitos que podem impactar a vida de um indivíduo bem como da comunidade em que está inserido. O estado do Paraná é o quarto estado brasileiro com maior produto interno bruto e o quinto em população. Além disso, abriga três dos cinco gêneros de serpentes de importância médica do Brasil e, por isso, entender os fatores que estão associados ao risco de ofidismo no Paraná se faz imperativo, visto que é um agravo considerado negligenciado. O objetivo deste trabalho foi determinar os fatores espaciais, ambientais e socioeconômicos associados ao risco de acidentes com serpentes a partir de dados de notificação dos casos no Estado do Paraná, coletados de 2007 a 2021 da plataforma online do Sistema Nacional de Agravos de Notificação (SINAN), através de análises espaciais. Os dados socioeconômicos foram coletados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os mapas de cobertura e uso do solo foram extraídos da plataforma Mapbiomas em formato raster e foram convertidas em vetor no software QGis versão Hannover 3.16. A partir desses dados, foram calculados a incidência anual para todos os municípios e a incidência média municipal para o período do 2007 a 2021. Também foram calculadas no software QGis as proporções em km² de uso e cobertura do solo a partir da contagem de pixels das imagens raster. Todos os dados obtidos foram tabelados no software Microsoft Excel 365. Para análise espacial, foi utilizado o software GeoDa versão 1.20, onde foi calculado o índice de Moran Global e Local para avaliar as correlações espaciais. A matriz de vizinhança escolhida foi a “rainha”. Foram considerados significativas as análises cujo Índice de Moran foi menor que -0,1 ou maior que 0,1, com pseudo-significância menor que 0,001 em 999 permutações. Com os resultados, foram gerados mapas de clusters de ofidismo e mapas temáticos. Foram 12877 notificações no período de 2007 a 2021. As regiões geográficas intermediárias com maiores incidências médias foram as de Guarapuava, Curitiba e Ponta Grossa. A maior incidência média foi da cidade litorânea e Área de Preservação Ambiental (APA) de Guaraqueçaba, com 146,54 acidentes por 100mil habitantes. Na análise espacial, os principais fatores atribuídos ao risco para ofidismo foram presença de formações florestais nativas e florestas plantadas para fins comerciais. Áreas com alta quantidade de remanescentes florestais apresentaram Índices de Moran predominantemente positivos. A fatia da população em maior risco são os moradores e trabalhadores rurais. Culturas intensivas, com alta mecanização, e áreas de pastagens apresentaram correlação espacial predominantemente negativa. Este trabalho permitiu identificar os principais fatores associados ao risco de ofidismo e assim, é possível direcionar melhor os esforços para prevenção de acidentes ofídicos às populações em risco. A total of 12,877 notifications were received in the period from 2007 to 2021. The IGRR with the highest average incidences were Guarapuava, Curitiba and Ponta Grossa. The highest average incidence was in the coastal city and Environmental Preservation Area (APA) of Guaraqueçaba, with 146.54 accidents per 100,000 inhabitants. In the spatial analysis, the main factors attributed to the risk for ophidism were the presence of native forest formations and forests planted for commercial purposes. Areas with a high amount of forest remnants showed predominantly positive Moran indices. The slice of the population most at risk are residents and rural workers. Intensive crops, with high mechanization, and pasture areas showed a predominantly negative spatial correlation. This work made it possible to identify the main factors associated with the risk of snakebite and thus, it is possible to better direct efforts to prevent snakebite accidents to populations at risk.