Avaliação do antígeno recombinante ROP2 do Toxoplasma gondii no ensaio imunoenzimático para detecção de anticorpos IgG e IgM em soro humano

Data

2013-07-13

Autores

Pagliari, Sthefany

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Resumo

O Toxoplasma gondii é um parasito intracelular obrigatório de distribuição mundial que possui a capacidade de invadir uma enorme variedade de hospedeiros tendo os Felídeos como hospedeiros definitivos. O homem pode adquirir a infecção por meio da ingestão de oocistos esporulados presentes no meio ambiente, ingestão de cistos teciduais e pela via transplacentária. A transmissão congênita ocorre quando a mãe se infecta pela primeira vez durante o período da gestação, na maioria das vezes apresenta-se assintomática e tem o diagnóstico da infecção confirmado por exames imunológicos para pesquisa de anticorpos específicos contra o T. gondii. A elevada sensibilidade dos métodos imunológicos disponíveis atualmente, como o enzimaimunoensaio de captura de IgM ou quimioluminescência, trouxe a realidade da presença de anticorpos IgM anti-T. gondii residuais, que pode levá-la à interpretação incorreta no diagnóstico final. Diante disso, o presente trabalho teve como objetivo avaliar o emprego da proteína recombinante de roptrias ROP2 de T. gondii (rROP2) em um ensaio imunoenzimático (ELISA) indireto para a detecção de anticorpos específicos das classes IgM e IgG contra este antígeno em amostras de soro humano e comparar os resultados obtidos com o antígeno rROP2 aos obtidos com antígeno total solúvel do T. gondii (ELISA-STAg), na imunofluorescência indireta (IFI) e quimioluminescência (CMIA) . Foram avaliadas amostras de soro divididas em quatro grupos, de acordo com o perfil de anticorpos obtidos nos métodos de IFI e CMIA para detecção de IgG e IgM anti-T. gondii e avidez de IgG. No grupo I foram incluídas 72 amostras compatíveis com a fase aguda; no grupo II, 207 amostras compatíveis com fase crônica; grupo III, com 110 amostras de indivíduos não expostos ao T. gondii e grupo IV, com 21 amostras de pacientes com diagnóstico de outras doenças infecciosas ou autoimunes. Na detecção de anticorpos IgM anti-T. gondii pelo ELISA-rROP2 IgM, foi encontrada positividade de 94,3% (67/71) no grupo I e de 62,2% (99/159) em amostras do grupo II. Na detecção de anticorpos IgG anti-T. gondii pelo ELISA-rROP2, as amostras do grupo I apresentaram positividade de 72,2% (52/72) e as amostras do grupo II apresentaram 77,2% (122/158) de positividade. No ELISA-rROP2 IgG, apenas as amostras do grupo IV, com outras doenças não relacionadas ao T. gondii, foram discriminadas. Quando os resultados obtidos foram comparados com a CMIA, a ELISA rROP2 IgM apresentou 92,5% de sensibilidade e 38,3% de especificidade. Quando os resultados obtidos foram comparados com a IFI, o ELISA rROP2 IgG apresentou 75,6% de sensibilidade e 33,3% de especificidade e quando comparado com a CMIA, o ELISA rROP2 IgG apresentou 75,2% de sensibilidade e 32,9% de especificidade. O método de CMIA foi capaz de detectar um maior número de amostras com reatividade aos anticorpos IgG anti-T. gondii do que a IFI, apresentando sensibilidade de 99,2%, especificidade de 82,7% e concordância kappa de 0,86. Os resultados obtidos indicam que a CMIA mostrou -se capaz de caracterizar, de forma clara, as diferentes fases da infecção pelo T. gondii, sendo mais sensível que a IFI. Os resultados demonstraram que o ELISA-rROP2 fornece positividade para ambas as fases de infecção (aguda e crônica). No entanto, na determinação dos níveis de anticorpos IgM pelo ELISA-rROP2, observou-se uma diferença significativa nos níveis de IgM entre os grupos de amostras de infeção aguda versus crônica (p< 0,0001) e aguda versus negativo (p< 0,0001), demonstrando, portanto, uma maior afinidade por anticorpos pertencentes à fase aguda da infecção.

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Palavras-chave

T. gondii, Diagnóstico sorológico, Roptrias, Antígeno recombinante, ROP2

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