01 - Doutorado - Estudos da Linguagem
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Navegando 01 - Doutorado - Estudos da Linguagem por Autor "Aguilera, Vanderci de Andrade [Orientador]"
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Item Atitudes linguísticas na região sudeste com base nos dados do Projeto Atlas Linguístico do Brasil : ALiBPagani, Edh Carlos Soares; Aguilera, Vanderci de Andrade [Orientador]; Mota, Jacyra Andrade; Botassini, Jacqueline Ortelan Maia; Corbari, Clarice Cristina; Altino, Fabiane CristinaResumo: Os estudos das atitudes linguísticas, vertente das investigações da sociolinguística, têm auxiliado a compreensão da mudança linguística, da manutenção e as manifestações de preferência de um dialeto sobre o outro Esta tese apresenta os resultados de uma investigação sobre as atitudes linguísticas de informantes da Região Sudeste do Brasil, observando os princípios da Sociolinguística Variacionista (LABOV, 28), da Dialetologia Pluridimensional e Relacional (THUN, 2) e os estudos sobre crenças e atitudes (LÓPEZ MORALES, 1993; AGUILERA, 28; BOTASSINI, 213; CORBARI, 213, entre outros) Investigamos a consciência linguística sobre a existência de dialetos, tanto na localidade de inquérito quanto em outras regiões, e as avaliações linguísticas que informantes de quatro estados brasileiros, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais e São Paulo, manifestam sobre as variedades linguísticas locais e externas Para constituição do corpus de pesquisa, utilizamos dados do Projeto Atlas Linguístico do Brasil – ALiB, o qual entrevistou, em 25 localidades distribuídas pelo Brasil, do Oiapoque ao Chuí, 11 informantes, considerando as variáveis extralinguísticas sexo, idade, nível escolar e origem, dos quais examinamos as respostas dadas por 34 informantes às questões de 2 a 5 das Perguntas Metalinguísticas (COMITÊ NACIONAL DO ALiB, 21) Os dados obtidos por entrevistas gravadas foram transcritos e processados em software computacional, o Programa R Dos resultados gerais, a grande maioria dos informantes da Região Sudeste não reconhece os dialetos locais e, quando os reconhece, manifesta atitude negativa apoiada em percepções como, por exemplo, o nível escolar baixo, a fala caipira e o uso de gírias Sobre a identificação dos dialetos, ou falares de outras localidades, os informantes reconhecem muitos deles e, também, manifestam mais atitudes negativas tanto em relação aos dialetos dos estados vizinhos como aos da Região NordesteItem Atlas linguístico do norte pioneiro do Paraná : ALINPIPRRibeiro, Thiago Leonardo; Aguilera, Vanderci de Andrade [Orientador]; Mota, Jacyra Andrade; Altino, Fabiane Cristina; Loregian-Penkal, Loremi; Romano, Valter PereiraResumo: O Norte Pioneiro do Paraná, também conhecido por Norte Velho, região do Valuto e Panema, uma das dez mesorregiões do Estado que apresenta marcante perfil agropecuário, recebeu grande fluxo de povos europeus, asiáticos, além de brasileiros de outras regiões, como desbravadores daquele espaço Composta por 46 cidades, já foi, em parte, explorada em algumas pesquisas geolinguísticas, como o ALPR (AGUILERA, 1994; ALTINO, 27), o ALERS (KOCH et al, 22, 211) e o ALiB (CARDOSO et al, 214a, 214b), mas não possui um registro específico do português brasileiro falado na área Faltava uma pesquisa especialmente destinada a essa mesorregião que contemplasse um número maior de localidades e de informantes de modo a retratar mais fielmente o acervo lexical e fonético de seus falantes Assim, imbuídos dos princípios teórico-metodológicos da Dialetologia e Geolinguística, empreendemos uma investigação em dez cidades distribuídas equitativamente pela região, inquirindo informantes homens e mulheres de 16 a 24 anos, de 3 a 5 anos, e de 6 a 8 anos, com questionário elaborado a partir dos instrumentos de coleta de dados dos atlas já citados e no Questionário para verificação do léxico na Rota do Café – QVLRC (RIBEIRO, 217) Utilizamos para a cartografação, o programa [?GVCLin] (SEABRA, ROMANO e OLIVEIRA, 214), que distribui os dados pela base cartográfica confeccionada por geógrafo Com isso, apresentamos um panorama linguístico (fonético-fonológico, semântico-lexical e morfossintático) da área geográfica tão importante para o Estado do Paraná, por onde se iniciou a segunda etapa do povoamentoItem Atlas lingüístico do Parana : ALPR IIAltino, Fabiane Cristina; Aguilera, Vanderci de Andrade [Orientador]; Brandão, Sílvia Figueiredo; Isquerdo, Aparecida Negri; Durão, Adja Balbino de Amorim Barbieri; Santos, Ludoviko Carnasciali dosResumo: O corpus constituído para o Atlas Lingüístico do Paraná, embora já tenha sido explorado por inúmeros pesquisadores e acadêmicos (de graduação e pósgraduação) das diversas áreas de estudo da linguagem, não foi totalmente cartografado As comunicações, artigos, dissertações corroboram a necessidade de sistematização e apresentação, em forma de cartas lingüísticas, dessa parte do corpus ainda inédito Desta forma, o objetivo geral deste trabalho é cartografar os dados coletados para a pesquisa de Aguilera (1994) não contemplados no Atlas Lingüístico do Paraná, dando, assim, continuidade aos estudos iniciados por essa pesquisadora e possibilitando o acesso à totalidade dos dados coletados As questões inéditas, 54% do questionário aplicado, são o objeto deste projeto de pesquisa A exemplo da obra de Aguilera (1994), as cartas apresentam informações semântico-lexicais, fonético-fonológicas e notas das ocorrências únicas para reproduzir as variantes registradas nos 65 pontos de estudo As transcrições das entrevistas, foram revisadas e armazenadas em MD marca Sony de 74 min A análise das respostas, feitas através do método dialetométrico, discute, por meio dos Índices Relativos de Distância e Identidade (IRD e IRI, respectivamente), a diversidade lexical apresentada pela localização geográfica e pela colonização localItem Atlas linguístico do sul amazonense - ALSAMMaia, Edson Galvão; Aguilera, Vanderci de Andrade [Orientador]; Margotti, Felício Wessling; Cruz-Cardoso, Maria Luiza de Carvalho; Altino, Fabiane Cristina; Kailer, Dircel AparecidaResumo: Esta tese trata de uma investigação sobre o falar de seis municípios da mesorregião do Sul Amazonense - Boca do Acre, Lábrea, Tapauá, Humaitá, Manicoré e Borba - em alguns de seus aspectos fonético-fonológicos e semântico-lexicais Além da dimensão diatópica, abrangeu ainda as dimensões diastrática, diassexual e diageracional, segundo o que preceitua a Dialetologia Pluridimensional A pesquisa contou com 48 informantes, estratificados em sexo, idade (2-35 anos e 5-65 anos) e escolaridade (4-7 anos de escolaridade e 1-13 anos de escolaridade), e se deu por meio da aplicação de questionários (Questionário Semântico-lexical e Questionário Fonético-fonológico) Os dados coletados e transcritos deram origem a 435 cartas linguísticas (64 na versão em CD) que compõem o Atlas Linguístico do Sul Amazonense - ALSAM, das quais 285 no âmbito lexical e 15, no fonético Esses mapas representam uma amostra do falar sul amazonense do qual se destacam: (i) a realização fechada das vogais médias pretônicas; (ii) a pronúncia alveolar do /S/ em coda silábica; (iii), a concorrência entre o apagamento e a presença do /R/ em coda final; (iv) a pronúncia alveolar da lateral antes de vogal [i]; (v) a semivocalização e o apagamento da nasal palatal, além de outras características no campo fonético No campo lexical, revelam a variação observada nas áreas semânticas Meio Físico, Meio Biótico e Meio Antrópico e em suas respectivas subáreas Em todas se observam as influências das configurações geográficas, históricas, socioeconômicas e culturais da mesorregião As variáveis sociais foram consideradas na cartografia das formas lexicais, o que gerou um número de 172 cartas pluridimensionais A análise multivariada evidenciou a influência da vogal tônica fechada e da nasalidade fonológica na vogal tônica para a realização fechada da vogal média anterior pretônica, da antecedência ao /S/ em coda silábica para o alçamento dessa vogal e das vogais tônicas baixa, médias baixas (abertas) e altas para sua realização aberta Da mesma forma, constatou-se que as vogais tônicas médias altas e altas são favorecedoras do fechamento da vogal média posterior pretônica, assim como o maior nível de escolaridade, a posição inicial, a proximidade com a vogal tônica e as localidades de Humaitá, Manicoré e Tapauá, enquanto a presença em hiato, a posição medial e as vogais tônicas altas e médias altas favorecem o alçamento dessa vogal e as vogais baixa e médias baixas, a nasalidade fonológica da vogal tônica e a distância da tônica favorecem a sua abertura Já a palatalização da lateral antes de [i] é favorecida pelas localidades de Manicoré e Borba, pelo sexo feminino e pelo contexto subsequente a consoantes palatais e vogal baixa [a] A palatalização do /S/ em coda silábica, por sua vez, recebe influência do contexto subsequente, em que a oclusiva alveolar [t] e a africada [??] se apresentam como favorecedoras desse fenômeno, além da localidade de Manicoré e Borba, do nível mais alto de escolaridade, do sexo feminino e da posição medial no vocábulo O enfraquecimento do /S/ em coda recebe influência do contexto subsequente a laterais, africadas, oclusiva alveolar sonora /d/ e nasal, além das localidades de Manicoré e Borba, do nível mais baixo de escolaridade e da presença do fonema /S/ em sílaba átonaItem Atlas linguístico topodinâmico e topoestático do estado do Tocantins (ALITTETO)Silva, Greize Alves da; Aguilera, Vanderci de Andrade [Orientador]; Brandão, Sílvia Figueiredo; Margotti, Felício Wessling; Isquerdo, Aparecida Negri; Altino, Fabiane CristinaResumo: O atual estado do Tocantins, em seus primórdios pertencente à porção norte de Goiás, foi marcado pelas constantes migrações interestaduais e pelos deslocamentos internos Geograficamente, faz fronteira com outras seis unidades federativas, conduzindo sua população a um híbrido cultural e, consequentemente, linguístico, posto que grande parcela de seus habitantes é procedente de contexto migratório, seja por iniciativa familiar ou por disposição individual na busca por melhores condições de sobrevivência Buscamos, com este trabalho, traçar o perfil dialetológico do falar da população tocantinense por meio da confecção de um atlas linguístico estadual, a saber: o Atlas Linguístico Topodinâmico e Topoestático do Estado do Tocantins (ALiTTETO) Para tanto, fez-se uso da metodologia da Dialetologia Pluridimensional, dadas as possibilidades de defrontar a binariedade oriunda das dimensões diatópia (areal) e diatópica-cinética, cujo contraponto são as variedades linguísticas provenientes dos informantes topoestáticos (nascidos nas localidades de pesquisa) em contraste com os topodinânicos (oriundos de migrações ou de deslocamentos) Além do parâmetro areal estabelecido como pedra fundamental, outras variáveis sociais também fizeram parte da coleta e da análise, tais como as variações decorrentes da diageracionalidade e da diassexualidade Para isso, foram inquiridos 96 informantes, de ambos os sexos, de duas faixas etárias, distribuídos entre 12 localidades tocantinenses, das mais antigas às mais populosas e recentes As análises apontam que a identificação fonética dos informantes demostra aproximação com a variante nordestina No léxico, ora a assimilação atrela-se ao Nordeste, ora com o Norte ou com o Centro-Oeste Além disso, neste último nível, há a identificação de duas áreas lexicais: a do eixo histórico, situada no Sudeste do território, divisa com a Bahia, e denotada por Nascentes (1953) como pertencente ao falar Baiano; a outra área compreende o Sudoeste, o Norte e o Nordeste do Tocantins e apresenta identificação, a depender da variante, com aspectos dialetais presentes nos estados nortistas, nordestinos e centro-oestinosItem Avaliação de dispositivos acionados por voz e texto para o português brasileiroManfio, Edio Roberto; Aguilera, Vanderci de Andrade [Orientador]; Kailer, Dircel Aparecida; Barbosa, Cinthyan Renata Sachs Camerlengo de; Viccari, Rosa Maria; Razky, AbdelhakResumo: O objetivo deste trabalho foi avaliar como equipamentos acionados com comandos por voz reagem a diferentes realizações linguísticas de determinadas regiões do Brasil Embora dispositivos comandados por voz não sejam novidade, a popularização dos computadores e o barateamento de algumas tecnologias permitiram que tais recursos se tornassem mais presentes no cotidiano das pessoas A hipótese, no entanto, previa que apenas uma minoria desses equipamentos pode ser acionada de modo eficiente por qualquer falante do Português Brasileiro sem exigir treinamento prévio quanto à pronúncia ou adições constantes de registros em áudio para as bibliotecas dos softwares envolvidos A realização deste estudo baseou-se em dados contidos no Projeto ALiB - Atlas Linguístico do Brasil pelo fato de que um equipamento desta natureza teoricamente deve funcionar bem com realizações de fala de qualquer região do Brasil Paralelamente à pesquisa bibliográfica, três representantes da categoria equipamentos/dispositivo foram testados: o IBM Via Voice, o buscador por voz da Google e o Voice Recognition Module V2 Tais testes foram realizados à luz de teorias voltadas às áreas de Sociolinguística, Geolinguística Pluridimensional, Processamento de Linguagem Natural e outras interdisciplinares e diretamente relacionadas à área de Desenvolvimento de Sistemas Por extensão, abriu-se a oportunidade de desenvolver um aplicativo denominado Tical com o qual todos os testes feitos na tríade de experimentos citados puderam ser recriados, dando ainda mais lastro àquilo que se buscava demonstrar: conseguiu-se um projeto de aplicação amplo e ao mesmo tempo um objeto de pesquisaItem Contribuições para o estudo da gramaticalização do item onde na história do português brasileiro : documentos paranaensesSouza, Adriana dos Santos; Aguilera, Vanderci de Andrade [Orientador]; Altino, Fabiane Cristina; Pante, Maria Regina; Souza, Emília Helena P. M. de; Cyrino, Sônia Maria LazzariniResumo: Nos estudos sobre as mudanças linguísticas no Português Brasileiro, à luz da abordagem funcionalista, encontram-se muitas pesquisas concernentes ao ONDE, tanto em visão sincrônica, diacrônica como pancrônica Diante deste quadro, a presente pesquisa objetiva compreender o processo de gramaticalização do item em questão, no que diz respeito aos valores não preconizados pela gramática tradicional, mas já registrados em sincronias anteriores Também visa a observar como essa mudança está acontecendo, a partir dos estágios de Hopper (1991) O corpus do trabalho é constituído por documentos que compõem o projeto Para a História do Português Paranaense: estudos diacrônicos em manuscritos dos séculos XVII a XIX – PHPP São manuscritos pertencentes à antiga 5ª comarca de São Paulo (atual estado do Paraná), guardados no Arquivo Público do Estado de São Paulo, sendo transcritos e editados pela equipe do projeto acima mencionado, na Universidade Estadual de Londrina Em face dessas considerações, esta tese é composta por um capítulo sobre a história do Paraná e do Projeto PHPP; um histórico sobre os advérbios e os pronomes, classes a que pertence, em geral, o elemento pesquisado; uma seção destinada às reflexões sobre a gramaticalização; a descrição do corpus e análise dos dados e, por fim, a discussão dos resultados A metodologia empregada envolveu a pesquisa bibliográfica e a análise quantitativa e qualitativa Foi realizado um pequeno tratamento dos dados a partir da junção e/ou separação de palavras para a aplicação do programa de busca de ocorrências NOTEPAD+++, adquirido por meio do convênio CAPES/COFECUB, que proporcionou à doutoranda um estágio de cinco meses no LDI da Université Paris 13 Os resultados indicaram que o item se encontra, no período estudado (séculos XVIII e XIX), na primeira fase proposta por Hopper (1991) do processo, ou seja, a estratificação Também foram verificadas como as políticas linguísticas pombalinas para a educação influenciaram o uso da norma culta da Língua Portuguesa nas sincronias assinaladas, contribuindo para que o ONDE não tivesse usos tão afastados do seu valor canônicoItem Crenças e atitudes linguísticas : um estudo dos róticos em coda silábica no norte do ParanáBotassini, Jacqueline Ortelan Maia; Aguilera, Vanderci de Andrade [Orientador]; Castro, Vandersí Sant Ana; Frosi, Vitalina Maria; Sella, Aparecida Feola; Kailer, Dircel AparecidaResumo: Estudos sobre crenças e atitudes linguísticas têm apontado que os posicionamentos em relação à língua refletem os posicionamentos em relação aos usuários dela e que essas atitudes, que podem ser de lealdade ou de aversão, são, em parte, responsáveis pela manutenção ou pela mudança linguística Este trabalho, baseado nos princípios da Sociolinguística Variacionista e nos estudos de Crenças e Atitudes linguísticas, tem como objetivo principal descrever as crenças e as atitudes linguísticas de falantes brasileiros, naturais de diferentes regiões e possuidores de diferentes dialetos, em relação ao uso dos róticos, classe de sons do fonema /r/, registrando e descrevendo as variantes desse fonema que concorrem em posição de coda silábica Para tanto, entrevistaram-se 48 informantes: 16 naturais do Norte do Paraná, 16 cariocas e 16 gaúchos, todos residentes no Norte do Paraná há, pelo menos, oito anos Os dados da fala foram obtidos por meio de conversação gravada O tipo de conversação utilizada foi a dirigida, em que se seguem uma ordem e um conteúdo planejados, com o objetivo de obter a maior quantidade de dados úteis no menor tempo possível A entrevista compõe-se de cinco partes: narrativa, descrição, questionário fonético-fonológico, leitura, perguntas específicas para avaliar crenças e atitudes linguísticas As quatro primeiras partes foram estruturadas de forma a obter diferentes graus de formalidade na entrevista, indo desde a situação mais informal, menos estruturada, até chegar à situação mais formal e mais controlada, em um contexto favorável à utilização de róticos em coda silábica A última parte destinou-se a verificar a forma como os informantes avaliam algumas variedades linguísticas (positiva ou negativamente) bem como os grupos que as produzem Após a seleção, a audição e a transcrição fonética dos dados, procedeu-se à sua codificação, seguindo as especificações do programa Varbrul, a fim de submeter os dados a tratamento estatístico adequado Os resultados estatísticos obtidos, registrados em tabelas e submetidos à análise quantitativa e qualitativa, apontaram como variantes típicas dos dialetos norte-paranaense, carioca e gaúcho, respectivamente, os róticos retroflexo, velar e tepe Todas as hipóteses aventadas para esta tese em relação às realizações dos róticos foram confirmadas, a saber: os informantes mudam a variante rótica dependendo do grau de formalidade das partes que compõem a entrevista; as mulheres e os informantes com curso superior privilegiam as variantes de maior status; o rótico retroflexo apresenta intensa vitalidade, apesar de seu propalado desprestígio Quanto às quatro hipóteses levantadas sobre as questões voltadas especificamente para as crenças e as atitudes linguísticas, duas foram ratificadas: os informantes norte-paranaenses são mais desleais linguisticamente do que os cariocas e os gaúchos; os informantes mais escolarizados são menos preconceituosos Já a hipótese de que os informantes da segunda faixa etária são mais resistentes à mudança no seu dialeto do que os informantes mais novos só se confirmou para os informantes gaúchos Do mesmo modo, a hipótese de que os informantes cariocas e gaúchos são mais resistentes à mudança e à influência linguísticas só se confirmou plenamente para os informantes cariocas, embora tanto estes quanto aqueles apresentem atitude positiva em relação ao próprio dialetoItem Em busca de falares a partir de áreas lexicais no centro-sul do BrasilRomano, Valter Pereira; Aguilera, Vanderci de Andrade [Orientador]; Castro, Vansersí Sant Ana; Margotti, Felício Wessling; Mota, Jacyra Andrade; Isquerdo, Aparecida NegriResumo: A necessidade de estabelecer áreas dialetais brasileiras subjaz aos trabalhos de cunho dialetológico implícita ou explicitamente Antenor Nascentes, em O Linguajar Carioca (1922), apresenta um mapa dialetológico do Brasil, reformulado em 1953 O autor divide o português brasileiro em seis subfalares compreendidos em dois grandes grupos – Norte e Sul O primeiro engloba o subfalar Amazônico e Nordestino e o segundo compreende os subfalares Baiano, Fluminense, Mineiro e Sulista Soma-se a esse conjunto de falares uma área denominada como Território Incaracterístico Discute-se, nesta pesquisa, a divisão dialetal de Antenor Nascentes (1953) no que se refere à área geográfica do subfalar sulista, sob a perspectiva lexical, com vistas a propor uma reformulação Como objetivos específicos, busca-se revelar as diferenças lexicais dessa área geográfica e delimitar linhas de isoléxicas e/ou heteroléxicas que podem refletir traços da história social do português A hipótese central do trabalho pauta-se no pressuposto de que a região correspondente ao subfalar sulista não apresenta homogeneidade no que diz respeito ao léxico Para alcançar os objetivos estabelecidos, adotam-se os pressupostos teóricos e metodológicos da Dialetologia e da Geolinguística e utilizam-se como corpus de análise os dados do Projeto ALiB correspondentes a 118 municípios brasileiros, perfazendo o total de 472 informantes A rede de pontos contempla os Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Mato Grosso do Sul e parte do território de Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso Foram selecionadas 5 questões do Questionário Semântico-Lexical para validar a hipótese da pesquisa, a saber: 1 – córrego; 39 – tangerina; 132 – menino; 156 – bolinha de gude e 177 – geleia A partir da observação do comportamento diatópico das variantes documentadas para as questões supramencionadas e do tratamento estatístico para validar hipóteses sobre a homogeneidade ou heterogeneidade lexical na área do subfalar sulista, pode-se chegar à conclusão de que a porção setentrional do território investigado apresenta diferenças em relação à parte meridional, evidenciando a existência de dois grandes falares: o paulista e o sulista Apesar de os limites e abrangência desses dois falares serem virtuais e fluidos, o falar paulista localiza-se, principalmente, no Estado de São Paulo e adjacências: norte do Paraná, oeste do Mato Grosso do Sul, sul de Goiás, de Minas Gerais e Triângulo Mineiro Este falar caracteriza-se pelo menor número de variantes lexicais e áreas de coocorrência de itens, predominando o uso da forma considerada padrão Já o falar sulista, de influência sul-rio–grandense, localiza-se no Estado do Rio Grande do Sul expandindo-se para o oeste de Santa Catarina e sudoeste parananese Este falar revela traços do português em contato com outras línguas por conta de movimentos imigratórios e apresenta maior número de variantes lexicais delimitadas pelas linhas de heteroléxicas A esses dois falares somam-se subáreas lexicais que ora se identificam com o falar paulista, ora com o sulistaItem Em busca de uma história social para o léxico rural paranaenseRodrigues, Rosa Evangelina de Santana Belli; Aguilera, Vanderci de Andrade [Orientador]; Santos, Aparecida Negri dos; Santos, Irenilde Pereira dos; Baronas, Joyce Elaine de AlmeidaResumo: Esta tese toma por objetivo principal investigar a interação entre parte do vocabulário rural usado na região do Estado do Paraná, Sul do Brasil, e sua história social, buscando explicar a dinâmica do léxico rural paranaense Para isso, toma como base teórica a abordagem da variação proposta pela Geografia Lingüística Seu corpus é composto por noventa cartas lexicais, que representam um recorte no rol daquelas apresentadas no Atlas Lingüístico do Paraná – ALPR (AGUILERA, 199/1994), obra concluída em 199 e publicada em 1994, cuja base de dados é constituída cento e noventa e uma cartas geolingüísticas, das quais noventa e duas lexicais Para levar a cabo a pesquisa, foram feitos estudos sobre a história social do Paraná, sobre os trabalhos que têm sido preparados sobre o léxico do Estado e sobre as obras não-científicas, como relatos de viagens, existentes desde o século XIX Após a análise lexicológica e geolingüística dos mapas, observamos que o Paraná possui três grandes áreas lexicais, que interagem e estão mediadas por áreas de transição O Norte do Estado possui suas próprias características léxicas, com um vocabulário oriundo em parte dos mineiros, paulistas e nordestinos que, a partir do século XX, desenvolveram a região A região Sul possui também características próprias e as variantes que nela ocorrem resultam em boa parte do contato com indivíduos da região sul, catarinenses e gaúchos que povoaram a região também a partir do século XX No centro norte do Estado, localiza-se uma área de transição na qual as variantes coocorrem Essa área ficou localizada na altura do ponto nº 29 ou nº 24, Campo Mourão ou São Pedro do Ivaí Além disso, a região denominada Paraná Tradicional revela características também peculiares, como variantes oriundas do tupi e de uso antigo na língua portuguesa Também foram encontrados vestígios da influência dos imigrantes no léxico do informante do Atlas, mas não foram encontrados traços da presença dos tropeiros, importante atividade que gerou desenvolvimento para a região paranaenseItem Um estudo geossociolinguístico da fala do Oeste do ParanáBusse, Sanimar; Aguilera, Vanderci de Andrade [Orientador]; Mota, Jacyra Andrade; Santana, Vandersi de Castro; Sella, Aparecida Feola; Isquerdo, Aparecida NegriResumo: A região Oeste, última área do Estado do Paraná a ser colonizada, é caracterizada pelo seu polimorfismo linguístico Os movimentos de povoamento da região, realizados pelo colono sulista, na década de 196, e pelos lavradores, operários e prestadores de serviços, provindos de distintas regiões do Paraná e do Brasil, a partir da década de 197, culminou na transferência, na troca e na adoção de elementos da cultura, da língua e da economia dos diferentes grupos que se reuniram nas suas terras O cenário multicultural motivou esta pesquisa, que, a partir dos princípios teórico-metodológicos da Dialetologia e da Geolinguística, busca descrever o português brasileiro falado na região, identificando a formação de áreas que se destacam pela homogeneidade, na manutenção de traços da fala dos grupos de origem dos primeiros moradores, e pela heterogeneidade, resultado do convívio dos diferentes grupos O roteiro de investigação é previsto como uma tentativa de perceber o percurso da história dos dialetos do português brasileiro e das línguas presentes na região, trajeto este que se encontra diretamente constituído no interior da história das comunidades A pesquisa se volta para o estudo da fala de informantes residentes no meio rural, tomando este como espaço geográfico que ainda abriga falantes dos períodos de povoamento das localidades, auxiliando, assim, na elaboração de um quadro da fala a partir da descrição e análise das variáveis que orientam os processos de conservação, inovação, transição, difusão e irradiação das formas linguísticas Para uma descrição da fala no seu contexto móvel e complexo, utilizamos os princípios metodológicos da Dialetologia Pluridimensional com relação à seleção do informante e à cartografia dos dados Além da dimensão diatópica, areal, realizamos o desdobramento da dimensão sociocultural nas dimensões diassexual, diageracional e diastrática Esse procedimento metodológico favoreceu a exposição, nas cartas linguísticas, do movimento das variantes linguísticas pelo espaço do Oeste paranaense, nas nove localidades da rede de pontos, e no interior das variáveis sociaisItem Interferências no português falado por imigrantes libaneses em situação de contatos linguísticos-culturais em LondrinaAbreu, Maria Youssef; Aguilera, Vanderci de Andrade [Orientador]; Jubran, Safa Alferd A. C.; Damke, Ciro; Isquerdo, Aparecida Negri; Santos, Ludoviko Carnasciali dosResumo: O contato entre línguas gera situações propícias a inevitáveis fenômenos de interferências, permitindo que uma língua infiltre formas/estruturas no interior da outra Com o fluxo imigratório ocorrido no início do século XX, levas de imigrantes libaneses adentraram o Brasil, efetivando uma nova etapa na história do contato entre o árabe e o português brasileiro A relevância do estudo da interferência entre as línguas em presença fundamentase, sobretudo, na necessidade de pesquisas sistemáticas que preencham a lacuna existente no quadro descritivo do contato desencadeado pelo português brasileiro e as línguas de imigrantes no Brasil O propósito central desta pesquisa é analisar as interferências no português falado por imigrantes libaneses em situação de contato na cidade de Londrina - Norte do Paraná, sob uma perspectiva contrastiva e sociolinguística O roteiro da investigação é previsto como tentativa de identificar em que medida fatores linguísticos e extralinguísticos determinam interferências na fala produzida pelos sujeitos envolvidos Partimos do conceito de interferência iniciado por Weinreich (1953), considerando a redefinição sofrida pelo conceito, na qual ele rompeu os laços com o behaviorismo e assumiu uma essência mentalista O corpus constitui-se da fala de dezesseis falantes bilíngues, divididos em dois grupos religiosos, cristãos e muçulmanos, sendo esses, de sexo masculino e feminino, distribuídos em dois níveis de escolaridade, 1º e 2º graus Para descrever a fala, em seu contexto móvel e dinâmico, utilizamos os princípios metodológicos da Sociolinguística, no tocante à coleta dos dados linguísticos, seleção dos informantes e das variáveis socioculturais Além da identificação dos fatores extralinguísticos que entram no cenário das línguas em contato, a análise contrastiva de formas das duas línguas possibilitou a verificação das possíveis causas linguísticas de interferências A análise de dados, do ponto de vista linguístico e extralinguístico, entre outros, demonstrou que as interferências do nível fonético-fonológico devem-se à distância entre os dois sistemas fonológicos, à ausência de aprendizado formal do português e ao estatus do árabe No nível léxico-semântico, as interferências decorrem da assimetria léxico-semântica entre as línguas, efetivada, fundamentalmente, pela necessidade de um vocabulário específico para nomear os referentes do universo sociocultural dos falantes Apresenta-se também um Glossário de Arabismos da Imigração Libanesa no Brasil, constituído de 117 verbetes distribuídos em cinco campos semânticosItem Manuscritos da Vila Nova de Castro : um estudo filológico de documentos dos séculos XVIII e XIXToniolo, Ênnio José; Aguilera, Vanderci de Andrade [Orientador]; Megale, Heitor; Moraes, Carlos Eduardo mendes de; Binato, Cláudia Valéria Penavel; Galembeck, Paulo de TarsoResumo: Esta tese fundamenta-se na interdependência entre a sincronia e a diacronia, conforme tem sido proposto por vários estudiosos, especialmente nas últimas décadas Nessa abordagem, fatos sincrônicos atuais explicam-se a partir de diacronias pretéritas O trabalho tem por objetivo específico, respeitando as normas vigentes, editar textos oficiais produzidos na Vila de Castro (Paraná), no final do século XVIII e início do XIX, com o intento de comprovar que tais textos, embora majoritariamente de natureza oficial, podem servir de corpus para o estudo da língua portuguesa no Paraná e fazer parte de um grande banco de dados que constituirá a base fatual para o conhecimento das mudanças sofridas pela língua portuguesa no Brasil O trabalho está dividido em cinco partes principais: A apresentação, em que se discorre a respeito do corpus que serve de base à tese e a introdução, com as relações entre sincronia e diacronia e os objetivos do trabalho A seguir, o resumo da história da Província e da vila de Castro (para se compreender o contexto social em que foram produzidos os manuscritos) e os critérios de edição, que é conservadora, por se destinar ao estudo lingüístico Em seguida, o estudo ortográfico-fonético do corpus, com uma análise grafemática e ortográfica dos documentos editados, em que se trata das marcas da oralidade presentes nos documentos, e também um levantamento dos topônimos e antropônimos Em quarto lugar, figuram as normas glossariais, seguidas de um glossário seletivo Finalmente, a conclusão, as referências bibliográficas e o corpus manuscrito com a transcrição justalinearItem A motivação semântica nas respostas dos informantes do Atlas Linguístico do Estado de AlagoasBarbosa-Doiron, Maranúbia Pereira; Aguilera, Vanderci de Andrade [Orientador]; Carpitelli, Elisabetta; Brandão, Sílvia; Contini, Michel; Saramago, João; Carpitelli, Elisabetta [Coorientadora]Resumo: O linguista Antenor Nascentes, em 1953, propôs a clássica divisão dialetal do Brasil em dois grandes falares, os do Norte, subdividos em três subfalares: amazônico, nordestino e baiano; e os do Sul: fluminense, mineiro e sulista Além dessas subdivisões, considerou uma área denominada como território incaracterístico Alagoas, um dos nove Estados do Nordeste do Brasil, o segundo menor em superfície geográfica do País, com cerca de 27 mil quilômetros quadrados, na divisão de Nascentes, insere-se no subfalar nordestino Considerando a proposta de Nascentes, e amparada pelos pressupostos teóricometodológicos da Geolinguística (DAUZAT, 1922) e da Dialetologia Pluridimensional (THUN, 1998), esta tese incumbiu-se, por meio de um atlas linguístico, de atestar se o Estado de Alagoas encontra-se dentro do subfalar nordestino O ALEAL, produto da pesquisa, documenta e descreve a realidade linguística de falantes da zona urbana do referido Estado, em seu espaço areal, considerando, prioritariamente, as diferenças diatópicas em seus aspectos fônicos, léxico-semânticos e morfossintáticos A rede de pontos segue as orientações de Nascentes (1958), com 21 localidades visitadas Os informantes são em número de dois por localidade, um homem e uma mulher, na faixa dos 3 a 5 anos, com nível de escolaridade fundamental, completa ou incompleta Para verificar a influência da variável faixa etária – dimensão diageracional – em sete cidades dentre as mais antigas do Estado foram entrevistados quatro informantes distribuídos entre 55 a 75 anos, também com o mesmo nível de instrução Os questionários aplicados são os mesmos do Atlas Linguístico de Brasil O ALEAL é composto de dois volumes: do primeiro constam a introdução, hipóteses, objetivos, metodologia e fundamentos teóricos da Geolinguística e Dialetologia Nesse mesmo volume estão ainda os referenciais teóricos concernentes à motivação na criação lexical (Guiraud, Dalbera, Alinei, Contini, entre os principais), teorias essas que vêm a embasar a análise de algumas designações registradas pelos informantes do ALEAL O estudo motivacional, cujo propósito foi verificar se o signo linguístico é motivado no ato da criação, recobre três campos semânticos, sendo os quais: fauna silvestre; fenômenos climáticos e atmosféricos; plantas e produtos que delas derivam A esses dados do ALEAL são contrastados registros dos mesmos referentes encontrados em alguns atlas regionais brasileiros, no ALiB, no ALIR e ALE Constam do segundo volume, 88 cartas linguísticas distribuídas entre fonéticas, lexicais e morfossintáticas Em toda a base de dados coletada, entre os fatos linguísticos registrados, ao menos um deles indica que a divisão dialetal de Nascentes procede: predominam no Estado as vogais médias pretônicas abertas No que tange à análise motivacional das designações estabelecidas, foi possível comprovar que a criação lexical é motivada na origemItem Normas lexicais no português brasileiro : uma descrição de regionalismos nos dados do campo semântico da alimentação e cozinha do Projeto Atlas Linguístico do Brasil (ALiB)Yida, Vanessa; Aguilera, Vanderci de Andrade [Orientador]; Isquerdo, Aparecida Negri; Romano, Valter Pereira; Loregian-Penkal, Loremi; Altino, Fabiane CristinaResumo: O conceito de norma linguística, sistematizado e somado à dicotomia saussuriana (langue e parole) por Coseriu (1979), propõe a noção de norma atrelada a realizações comuns que integram a comunidade linguística Com base nessa concepção, a língua pode abarcar variadas normas lexicais, que se relacionam às formas habituais de comunicação, associando os registros da comunidade linguística ao espaço sócio-geográfico Sob esse prisma, as normas linguísticas interpenetram-se e a sua documentação revela as formas mais produtivas e mais disseminadas em espaço areal, as normas gerais, e as normas regionais, usos linguísticos vinculados a comunidades restritas a determinados espaços (BIDERMAN, 21c), e que são denominados regionalismos Esta tese, pautada nos pressupostos teórico-metodológicos da Geolinguística e da Lexicologia, tem como objetivo central discutir a respeito da noção de norma geral, normas regionais e normas locais, a partir da análise da distribuição espacial das variantes lexicais coletadas como respostas para cinco questões da área semântica da Alimentação e Cozinha do Questionário Semântico Lexical (QSL) do Projeto ALiB, nas entrevistas realizadas em 25 cidades no interior e capitais do Brasil contempladas pelo projeto Trata-se das questões que buscam designações para: 179 (curau com coco), 18 (curau sem coco), 181(mugunzá/canjica), 185 (bala) e 186 (pão francês) (COMITÊ NACIONAL DO ALiB, 21) Como objetivos específicos, buscamos: (i) identificar as possíveis normas gerais, normais regionais e locais para nomear os conceitos descritos em cada uma das questões em estudo; (ii) delimitar normas lexicais cotejando sua distribuição espacial à divisão do Brasil em regiões culturais, segundo Diégues Junior (196), às áreas de formação humana vinculadas à base econômica, conforme Ribeiro (26), bem como, à divisão dialetal de Nascentes (1953); (iii) fornecer material linguístico para atualização de marcas de uso em dicionários; (iv) classificar as unidades lexicais complexas, possíveis sequências fixas, quanto ao grau de fixidez e critérios de transparência/opacidade (MEJRI, 1997) Para dar cumprimento aos objetivos, analisamos os dados do Projeto ALiB, coletados na fala de 1 informantes com escolaridade fundamental, estratificados segundo os parâmetros estabelecidos pelo projeto No cômputo geral, foram obtidas 4735 ocorrências para 77 variantes, contabilizando as formas rotuladas como outras A análise do corpus demonstrou que: (i) a elaboração de uma série de cartas linguísticas pode subsidiar a interpretação de áreas delimitadas por isoléxicas e evidenciar possíveis normais gerais, normas regionais e locais; (ii) as variantes documentadas apresentaram comportamento distinto, tendo sido verificada a integração de normas lexicais gerais para as questões 185 (bala) e 186 (pão francês) e em todas as perguntas foram observadas algumas formas regionais; (iii) tendo em vista o caráter fluido da distribuição das variantes lexicais, que seguem a dinâmica das populações, muitas formas regionais disseminaram-se para mais de uma área geográfica; (iv) apenas algumas áreas demarcadas por isoléxicas coincidiram com as divisões estipuladas por Nascentes (1953), Diégues Junior (196) e Ribeiro (26); (v) as obras lexicográficas consultadas auxiliaram na identificação das variantes e sua validação; (vi) a maioria das estruturas morfológicas das unidades complexas segue um paradigma recorrente e as formas candidatas a sequências fixas atenderam ao critério de composicionalidade e transparênciaItem Para um atlas lingüístico de São Francisco do Sul (ALSFS) : há nesta ilha um falar específicoGuimarães, Tânia Braga; Aguilera, Vanderci de Andrade [Orientador]; Brandão, Sílvia Figueiredo; Durão, Adja Balbino de Amorim Barbieri; Santos, Ludoviko Carnasciali dos; Aguilera, Vanderci de andrade [Coorientadora]Item Pelas veredas do /r/ retroflexoSilva, Hélen Cristina da; Aguilera, Vanderci de Andrade [Orientador]; Blanco, Rosario Álvarez; Brandão, Sílvia Figueiredo; Altino, Fabiane Cristina; Kailer, Dircel Aparecida; Blanco, Rosario Álvarez [Coorientadora]Resumo: No ano de 192, Amadeu Amaral, em sua obra pioneira no campo da Dialetologia no Brasil, O dialeto caipira, descreve essa variedade falada na antiga província de São Paulo até o final do século XIX, apresentando dentre suas características o uso do [?] retroflexo, ou, por derivação de sua origem e propagação pelo interior paulista, o /r/ caipira As mudanças sociais da época levaram o autor a afirmar que o dialeto caipira, acantoado em pequenas localidades que não acompanharam de perto o movimento geral do progresso (), acha-se condenado a desaparecer em prazo mais ou menos breve Entretanto, pesquisas sobre o tema (AGUILERA e SILVA, 214; SILVA 212; BRANDÃO, 27; CASTRO, 26) tendem a contrariar tal previsão, sobretudo no tocante à vitalidade do /r/ retroflexo, uma das marcas mais autênticas do dialeto caipira, demonstrando que esse rótico, fruto do contato do português lusitano com o tupi e disseminado pelas bandeiras paulistas, encontra-se vivo e em expansão no Português Brasileiro (PB) Diante do exposto, a presente pesquisa, pautada nos pressupostos teórico-metodológicos da Dialetologia Plurimensional (THUN, 1998), tem como objetivo central comprovar a hipótese da manutenção e da expansão do /r/ caipira, no PB, e mapeá-lo em posição de coda silábica, buscando fornecer subsídios para a delimitação de isófonas que possam contribuir para a demarcação das áreas dialetais brasileiras, no que tange à Região Sudeste do país, especificamente São Paulo, onde se localiza um dos maiores focos de irradiação da variante caipira Como objetivos específicos, almejamos verificar as influências linguísticas e extralinguísticas atuantes na realização do /r/ retroflexo Além disso, abordamos questões sócio-históricas da região estudada que possam evidenciar a presença do rótico em questão Para dar cumprimento aos objetivos, partimos da análise de dados, ainda inéditos, coletados pelo Projeto Atlas Linguístico do Brasil (ALiB) em 8 localidades, incluindo as capitais e o interior, subdivididas da seguinte forma: 38 do estado de São Paulo; 23 de Minas Gerais; 14 do Rio de Janeiro e cinco do Espírito Santo, perfazendo o total de 336 informantes estratificados conforme os parâmetros estabelecidos pelo ALiB As questões selecionadas para o estudo, integrantes do Questionário Fonético-Fonológico (QFF) (Comitê Nacional, 21), apresentam, como possíveis respostas, palavras com o /r/ em coda silábica interna e externa A análise desse corpus, dentre outros resultados, revela que o /r/ caipira constitui a base rótica da fala do estado de São Paulo, estando presente, inclusive em mais de 3% dos dados referentes à capital No estado mineiro, ratificamos a ocorrência dessa variante, concentrada no Triângulo e no Sul de Minas, já detectada, em 1977, pelo Esboço de um Atlas Linguístico de Minas Gerais (RIBEIRO, et al) No Rio de Janeiro e no Espírito Santo sua ocorrência é tímida e encontra-se distribuída de forma esparsa No que concerne às variáveis extralinguísticas, constatamos, no conjunto dos dados, que são os homens, sobretudo, os jovens os que mais utilizam o [?] Tais resultados nos levam a afirmar que a previsão de Amaral (192) não se cumpriu, pois essa variante, uma das marcas mais representativas do dialeto caipira, apresenta-se com muita vitalidade, mesmo passado quase um século da publicação de sua obraItem Variação linguística do português em contato com o espanhol e o guarani na perspectiva do Atlas Linguístico-Contatual da Fronteira entre Brasil/Paraguai (ALF-BR PY)Reis, Regiane Coelho Pereira; Aguilera, Vanderci de Andrade [Orientador]; Isquerdo, Aparecida Negri; Altenhofen, Cléo Vilson; Mota, Jacyra Andrade; Altino, Fabiane CristinaResumo: Este trabalho tem como objeto de investigação o registro das línguas em contato na fronteira do Brasil, regiões sul-mato-grossenses, com a República do Paraguai Foram investigados dez (1) localidades: Isla Margarita (Paraguai) divisa com Porto Murtinho (Brasil), Bella Vista Norte (Paraguai) divisa com Bela Vista (Brasil), Pedro Juan Caballero (Paraguai) divisa com Ponta Porã (Brasil); Capitán Bado (Paraguai) divisa com Coronel Sapucaia (Brasil) e, por fim, Pindoty Porã (Paraguai) divisa com Sete Quedas (Brasil) Como objetivos foram propostos: i) descrever a variante diatópica da fala dos habitantes fronteiriços; ii) apresentar a variação da língua portuguesa em contato com o espanhol e o guarani; III) identificar influências das línguas espanhola e guarani sobre a língua portuguesa falada na fronteira; v) descrever alguns aspectos lexicais da variante diatópica dos habitantes fronteiriços; vi) demonstrar por meio de cartas linguísticas o marcas de contato para alguns empréstimos linguísticos e/ou culturais que migraram do Paraguai para o Brasil ou vice-versa Para nortear a pesquisa, estabelecemos três hipóteses centrais: a) o plurilinguísmo presente na fronteira Brasil/Paraguai pode propiciar o registro de mudanças em curso e/ou marcas de conservadorismo linguístico desencadeados pelo contato de línguas nesse espaço; b) a cartografia pluridimensional pode evidenciar as inter-influências das línguas em contato que migram de um território para outro atribuindo à zona de fronteira peculiaridades linguísticas e culturais Quanto à cartografia dos dados linguísticos, adotamos pressupostos pluridimensionais nas seguintes dimensões de variação: a diatópica (espaço geográfico – Brasil/Paraguai); a dialingual (espanhol-português/guarani- português / espanhol-português-guarani/entre outros contatos); a diageracional (jovem-idoso) e a diassexual (homem-mulher) Consideramos também marcas etnolinguísticas ao adotar a inserção de imagens nas cartas que retratam a cultura material difundida na fronteira A fundamentação teórico-metodológica pautou-se nos princípios da Dialetologia e Geolinguística pluridimensional O estudo registrou fatos linguísticos oriundos das línguas em contato na fronteira, com variações e mudanças na dinâmica interna da língua provocada por fatores externos ou sociais, os quais, numa visão de conjunto, ajudarão a compor a fotografia dialetal das regiões fronteiriças, de modo particular, já que coexistem em seus territórios os idiomas português, espanhol e guaraniItem O vocabulário em documentos escolares de morretes oitocentista no Paraná : um estudo filológicoSilva, Elvira Barbosa da; Aguilera, Vanderci de Andrade [Orientador]; Telles, Célia Marques; Castilho, Ataliba Teixeira de; Isquerdo, Aparecida Negri; Baronas, Joyce Elaine de AlmeidaResumo: Esta tese está embasada no estudo do léxico de documentos escolares em Morretes no Paraná, por intermédio da análise de manuscritos produzidos naquele município Para o intento, utilizei a abordagem filológica que tem por característica o estudo de documentos de época O objetivo geral é compor um vocabulário com as unidades léxicas extraídas do corpus Os objetivos específicos visam a fazer a edição semidiplomática dos manuscritos produzidos em Morretes nos anos 18; buscar nos estudos lexicológicos e lexicográficos estudos que comprovam o reflexo da sociedade letrada na construção da realidade linguístico-social de Morretes nos anos 18 Este trabalho está dividido em: Introdução, em que apresento, além dos objetivos já citados, a questão-problema, as hipóteses e outros 5 capítulos O primeiro é a metodologia que delimitou os passos para se chegar à elaboração do vocabulário proposto, a estrutura dos manuscritos e seus autores e o tipo de edição, bem como as normas para a transcrição No capítulo 2 a contextualização histórica situa o leitor no tempo-espaço dos manuscritos para melhor compreensão de fatos extralinguísticos que podem ter colaborado para a ocorrência de transformações na língua portuguesa, paranaense A historiografia da escolarização paranaense mostra que o começo indigno da educação no Brasil onera os necessários investimentos de uma sociedade que urge avançar No capítulo 3, as discussões teóricas debatem o estudo do léxico em terras paranaenses, analisam a influência das comunidades na produção de sua linguagem e como abrigam os termos pertencentes a determinado momento sócio-histórico-cultural nos manuscritos, além do percurso de um fazer lexicográfico e lexicológico O capítulo 4 contém os passos para a elaboração do vocabulário, os itens para compô-lo, os estudos dos termos adequados com embasamento de obras que tratam das técnicas lexicográficas Apresento no capítulo 5 o vocabulário, objetivo do trabalho As considerações finais apontam que as hipóteses desta tese são legítimas, pois identifiquei problemas pouco investigados As referências contêm as obras que alimentaram o arcabouço teórico deste trabalho Ao final, apresento o anexo com a grade curricular da época estudada Um segundo volume traz os manuscritos oitocentistas e sua transcrição justalinearItem Vozes da ditadura franquista : uma análise do léxico espanhol veiculado em notícias de 1940 e 1975Ramires, Andréia C. Roder Carmona; Aguilera, Vanderci de Andrade [Orientador]; Morán, María Teresa Fuentes; Silva, Odair L. Nadin da; Isquerdo, Aparecida Negri; Baronas, Joyce Elaine de AlmeidaResumo: Esta pesquisa tem por objetivo descrever e analisar os sentidos que algumas unidades léxicas, referentes ao contexto político-militar franquista, adquiriram nos anos 194 e 1975 Essas duas décadas caracterizam-se como importantes momentos históricos para a Espanha, haja vista que, em 194, o poder de Franco se estabeleceu e, em 1975, ocorreu sua morte e iniciou-se a transição do regime político naquele país A opção pela descrição e análise do vocabulário dessa época se justifica pelo fato de, por meio do conhecimento do léxico de uma língua, podermos ampliar nosso conhecimento sobre a cultura, história e sobre a identidade de um povo O corpus utilizado para a coleta das unidades descritas e analisadas constitui-se de exemplares do Jornal La Vanguardia e a metodologia para a sua constituição é baseada nos princípios teórico-metodológicos da Linguística de Corpus (BERBER-SARDINHA, 24; FROMM, 23; PIÑOL, 212) Para tanto, inicialmente selecionamos, no referido jornal, notícias que divulgavam situações de desacordo ou de conflito em dois anos do período ditatorial espanhol (194/1975) Após salvarmos os textos do site do jornal, que se apresentavam em formato pdf, os transformamos em formato doc e os gravamos, novamente, em formato txt Em seguida, formamos listas de frequência para selecionar, por meio do programa computacional Léxico3, unidades léxicas e seus respectivos contextos para a posterior descrição e análise De posse da lista inicial das unidades léxicas mais frequentes, para efeito de descrição e análise, orientamo-nos em princípios da Lexicologia (FERNÁNDEZ-SEVILLA, 1982; BIDERMAN, 1998, 21; OLANO, 24) e da Semântica Lexical (LOPES e PIETROFORTE, 24; HENRIQUES, 21-211; ESCANDELL VIDAL, 212; WACHOWICZ, 213) Ademais, para melhor contextualizar a pesquisa, elaboramos dois capítulos contendo informações a respeito de estudos históricos sobre a política e a sociedade espanhola dos referidos anos, bem como da formação da Língua Espanhola peninsular Deparamo-nos, em nossas conclusões, com unidades léxicas que expressam informações relevantes sobre o período histórico estudado, bem como realidades vividas e relacionadas ao contexto político daquela época, tais como paz, Caudillo, Movimiento, ley, rojo, política, gobierno, lucha entre outras Em vista dessas considerações, e da necessidade de maior desenvolvimento de pesquisa na área do léxico em Língua Espanhola, analisamos as unidades léxicas mais frequentes, bem como o que refletiam seus significados com relação ao contexto histórico político-militar expressos no vocabulário da publicação noticiosa em Língua Espanhola