01 - Doutorado - Análise do Comportamento

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    Lugar de fala e comportamentalismo radical: explorando a dimensão política do comportamento verbal
    (2023-07-25) López, Denisse Brust; Lopes, Carlos Eduardo; Laurenti, Carolina; Costa, Maria de Nazaré Pereira da; Fernandes, Diego Mansano; Pompermaier, Henrique Mesquita
    O conceito de “lugar de fala” tem ganhado uma presença marcante no debate público, especialmente no espaço virtual. O termo comumente permeia discussões de caráter social, relacionadas a questões raciais, de gênero, sexualidade e política. A definição de lugar de fala, porém, permanece pouco delimitada, dando margem para usos diferentes, difusos e inclusive contraditórios do conceito. Apesar dessa vagueza conceitual, algumas autoras brasileiras têm se preocupado em resgatar a história e a relevância do conceito, mostrando como as noções de discurso e de poder têm um papel central para seu entendimento. O crescente interesse por temáticas de natureza sociocultural, assim como a possibilidade de compreensão do discurso e da fala em termos de comportamento verbal e práticas culturais, tornam a Análise do Comportamento uma proposta psicológica promissora para discutir o conceito. Considerando esses pontos, o objetivo deste estudo foi demonstrar as implicações políticas de uma interlocução entre o conceito de lugar de fala e a teoria skinneriana do comportamento verbal. Para tanto, foi realizada uma pesquisa de natureza teórico-conceitual dividida em quatro etapas: 1) Mapeamento do usos do conceito de lugar de fala na literatura acadêmica; 2) Discussão de seus pressupostos teórico-filosóficos; 3) Caracterização da noção skinneriana de comportamento verbal; e 4) Demonstração das implicações políticas de uma interlocução entre o conceito de lugar de fala e a teoria skinneriana do comportamento verbal. Os resultados mostraram que, mesmo havendo diversos campos de investigação que fazem uso do conceito, é no contexto do feminismo negro que o lugar de fala ganha destaque no cenário brasileiro, consolidando-se como um conceito deliberadamente político que confronta as dinâmicas discursivas de exploração e dominação a partir de uma crítica interseccional das relações de poder. Uma interpretação pluralista do comportamentalismo radical partilha da visão de mundo relacional e contextualista do feminismo negro, segundo a qual discursos e silêncios são sempre situados, nos corpos, nas relações sociais e culturais, sendo, portanto, parciais. As análises feministas negras destacam que essa localização é sempre numa matriz de dominação interseccionada, evidenciando, assim, que as dinâmicas políticas dos discursos são uma questão estrutural. Nesse contexto, o comportamentalismo radical fornece ferramentas filosóficas, teóricas e conceituais para a efetiva explicitação do controle social institucionalizado exercido pelos grupos hegemônicos mediante os discursos, assim como para explorar, junto com movimentos sociais como o feminismo negro, possibilidades para seu desmantelamento. Conclui-se que a desestabilização das estruturas de poder somente é possível num movimento coletivo de resistência que parta dos grupos marginalizados, pois a probabilidade dos grupos hegemônicos se comportarem para limitar os próprios reforçadores tende a ser muito menor. Ademais, sua sensibilidade comportamental tende a ser mais estreita, pois as práticas verbais que controlam grande parte de seu comportamento instituíram apenas uma pequena parcela da população como seres humanos cuja dor e cujo silêncio são, de fato, percebidos como importantes. Portanto, os discursos das margens, se construídos no contexto de comunidades verbais alternativas cujas práticas verbais não coincidam com aquelas das agências controladoras, se constituem como uma peça-chave na construção de uma sociedade mais igualitária
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    Resistência do comportamento à mudança em função do número de respostas por reforço
    (2023-04-24) Luiz, André Connor de Méo; Costa, Carlos Eduardo; Fonseca Júnior, Amilcar Rodrigues; Estanislau, Célio Roberto; Velasco, Saulo Missiaggia; Haydu, Verônica Bender
    A Teoria do Momentum Comportamental pressupõe que a resistência do comportamento à mudança é um fenômeno comportamental produto da relação estímulo-estímulo (S-S) e independente da relação resposta-estímulo (R-S). Alinhado com estudos que estabelecem limites para esse pressuposto o presente estudo teve como objetivo investigar a resistência à mudança em função do número de respostas (R) emitidos por reforço (REF) obtido (i.e., R/REF). Nos Experimentos 1 e 2, universitários foram expostos à um esquema de reforço múltiplo razão fixa (FR) FR FR durante a linha de base (LB). No Experimento 3, participantes foram expostos à um múltiplo tandem VI FR VI FR VI FR com diferentes razões entre os componentes. Em cada componente um número específico de respostas era exigido para a obtenção de pontos que, ao final de cada sessão, foram trocados por dinheiro. No Teste do Experimento 1, extinção ou DRO foram usados como operações perturbadoras. No Teste dos Experimentos 2 e 3, perda de pontos foi utilizada como operação perturbadora. Os resultados obtidos sugeriram que, ao menos nos parâmetros utilizados, a relação R/REF parece não afetar a resistência à mudança