02 - Mestrado - Microbiologia
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Item Avaliação do potencial de agentes biológicos e seus produtos no controle da cancro cítrico causado por Xanthomonas axonopodis pv. citri(2006-02-06) Camargo, Flávia Regina Spago; Andrade Filho, Galdino; Mello, João Carlos Palazzo de; Homechin, MartinO Cancro cítrico asiático, causado por Xanthomonas axonopodis pv. citri (Xac) (Hasse), é uma doença mundialmente conhecida na maioria das áreas de produção comercial de citrus. Estratégias limitadas existem para o controle do cancro cítrico nos cultivares mais susceptíveis. A aplicação de microrganismos como agentes para controlar a doença é um grande progresso ecológico para solucionar o problema. Os experimentos foram conduzidos em casa de vegetação e bactérias antagonistas (EC, FRC, LV e LN) e seus produtos (suspensões bacterianas, sobrenadantes livre-de-células e a fração acetato de etila obtida pelo tratamento do sobrenadante de LN com solventes orgânicos) foram testados para o controle da população de Xac, da incidência e severidade do cancro cítrico.em folhas de laranja(Citrus sinensis cv. Valencia). Os produtos bacterianos foram pulverizados nas folhas ou deixados em contato direto com as mesmas antes (pré) ou após (pós) a inoculação de Xac. Os resultados mostraram uma redução na população de Xac quando a suspensão bacteriana da cepa EC foi aplicada. Em outro experimento todas as cepas reduziram o número de lesões e a área de lesão quando as folhas foram tratadas com o sobrenadante livre-de-células, também foi observado o mesmo efeito quando as folhas foram tratadas com a fração de acetato de etila da cepa LN. Todos os efeitos inibitórios foram observados quando as folhas foram tratadas com os produtos bacterianos após a inoculação de Xac. Esses resultados mostram que bactérias antagonistas e seus produtos podem ser usados no controle do cancro cítrico.Item Atividade antimicrobiana de nanopartícuas de silênio sintetizadas a partir de extratos de Allium cepa, Malpighia emarginata e Vernonia condensata(2021-02-23) Souza, Lucas Marcelino dos Santos; Nakazato, Gerson; Kobayashi, Renata Katsuko Katayma; Medeiros, Leonardo PintoA resistência bacteriana aos antimicrobianos é um grande problema para a saúde pública e a nanotecnologia vem sendo empregada no controle do crescimento bacteriano, incluindo os multirresistentes. Nesse contexto estudos com nanopartículas de diferentes elementos, principalmente metais, como: prata, ouro e ferro, apresentam desejável atividade antimicrobiana. Outro elemento que vem se destacando é o selênio (Se), cuja nanopartículas possui alta bioatividade e ação antibacteriana. Portanto, o objetivo do trabalho foi realizar a biossíntese de nanopartículas de selênio (SeNps) a partir de extratos de três plantas: Allium cepa (cebola), Malpighia emarginata (Acerola), e Vernonia condensata (boldo-baiano). As nanopartículas sintetizadas foram caracterizadas por dynamic light scattering (DLS) e microscopia eletrônica de varredura (MEV). Foram utilizadas. A atividade antibacteriana foi avaliada pelos métodos de microdiluição em caldo e curva de sobrevivência contra cepas padrão Staphylococcus aureus ATCC 25923, Staphylococcus aureus resistente a meticilina (MRSA) BEC 9393, Pseudomonas aeruginosa ATCC 27853 e Escherichia coli ATCC 25922. Os efeitos citotóxicos das SeNps sintetizadas foram avaliados através da capacidade hemolítica. As SeNps apresentaram tamanho entre 219 a 340 nm e morfologia majoritariamente esférica, também tiveram ação contra todas as bactérias Gram positivas com CIM variando de 6,125 a 98 μg/ml, porém sem ação nas Gram negativas testadas. E em relação à hemólise as CC50 variaram de 0,82 a 2,1 mg/ml. Esses resultados indicam que elas podem ser usadas contra bactérias Gram positivas por possuírem boa atividade antimicrobiana, além de possuírem baixa concentração hemolítica abrindo uma grande variedade de opções para suas aplicações.Item Efeito da aspirina sobre a resposta inflamatória e interação de células raw 264.7 com vesículas extracelulares secretadas por Trypanosoma Cruzi(2022-06-24) Santos, Lucas Felipe; Pinge Filho, Phileno; Kobayashi, Renata Katsuko Katayma; Toledo, Karina Alves deDurante a infecção por Trypanosoma cruzi, agente etiológico da doença de Chagas, a resposta imunológica é importante para o controle do parasitismo e sobrevida do hospedeiro. Macrófagos são células com reconhecida ação tripanocida e que produzem diversos mediadores inflamatórios, como o óxido nítrico (NO) e eicosanóides que atuam no controle da carga parasitária e no desenvolvimento da infecção. Contudo, o parasito apresenta mecanismos de evasão, como a liberação de vesículas extracelulares, que ao carrearem moléculas funcionais, sinalizam para células do hospedeiro, modulando a resposta inflamatória favorecendo o parasito. Os processos de invasão celular e controle da carga parasitária estão sob forte influência de mediadores lipídicos, especialmente aqueles derivados das vias das ciclooxigenases 1 e 2 (COX-1/COX2). A aspirina (ASA) é classificada como um antiinflamatório não esteroidal que atua no bloqueio de COX-1/COX2 responsáveis pela conversão do ácido araquidônico em eicosanóides. Assim sendo, este trabalho teve como objetivo avaliar os efeitos da ASA sobre a ação exercida pelas vesículas extracelulares de T. cruzi cepa Y (EVs-Y). Foram realizados ensaios de viabilidade celular em macrófagos RAW 264.7 tratados com as concentrações de 0,625mM, 1,25mM e 2,5mM de ASA. Após a infecção dessas células foi determinado o índice de internalização do parasito e quantificado a produção de nitrito como estimativa da produção de NO. Análises estatísticas foram realizadas no programa “GraphPad Prism 8”, One-Way ANOVA seguida de teste de Turkey de comparações múltiplas. As concentrações de ASA utilizadas não apresentaram citotoxicidade. Macrófagos expostos à EVs-Y e posteriormente infectados com formas tripomastigotas de T. cruzi apresentaram menor produção de NO e aumento no número de formas amastigotas no citoplasma, demonstrando a modulação exercida pelas EVs-Y em favor do parasito. Surpreendentemente, quando os macrófagos foram tratados com ASA antes da exposição às EVs-Y e subsequente infecção com tripomastigotas, houve maior produção de NO, assim como menor internalização de parasitos e consequente menor presença de formas amastigotas no citoplasma das células, em comparação com os controles. Esses resultados sugerem que EVs-Y modula a resposta de macrófagos em favor do T. cruzi e indicam um papel para COX na modulação imune exercida por EVs-Y.Item Caracterização fenotípica e genotípica de isolados de Escherichia coli de um caso clínico de colite histiocítica ulcerativa canina(2021-05-17) Dibo, Miriam; Nakazato, Gerson; Rocha, Sérgio Paulo Dejato; Sarmiento, Juan Josue PuñoA colite histiocítica ulcerativa (CHU) é uma doença inflamatória intestinal que pode acometer principalmente cães jovens das raças Boxer e buldogue francês, sendo associada à presença de Escherichia coli Aderente-Invasiva (AIEC). Deste modo, o presente estudo teve como objetivo realizar as caracterizações fenotípica e genotípica de isolados de E. coli e sua associação a um CHU em uma fêmea da raça buldogue francês. Neste estudo, foram obtidos 46 isolados de E. coli, sendo todos resistentes a ampicilina, ciprofloxacino, enrofloxacino e sulfametoxazol trimetoprima. Também foram encontradas resistências a amoxicilina-ácido clavulânico, azitromicina, cefazolina, cloranfenicol, gentamicina e tetraciclina. Todos os isolados obtidos foram classificados como multirresistentes e apenas um deles foi positivo no teste fenotípico de produção de beta-lactamases de espectro extendido, pertencendo ao grupo CTX-M-2. Com relação à classificação filogenética de Clermont, a maioria das cepas pertence aos grupos C e B1, enquanto os grupos B2 e F apresentaram apenas um representante cada. Os genes de virulência de E. coli patogênica extraintestinal (ExPEC) encontrados foram ecpA, fimH, hlyF, iroN, iss, iutA, ompT, sitA e traT. Nenhuma das cepas apresentou capacidade de replicação no interior de macrófagos J774A.1 em 24 horas, no entanto, três cepas apresentaram capacidade de sobrevivência. A cepa 1.4 apresentou nove genes de virulência de ExPEC, ausência de fatores de virulência de E. coli diarreiogênica, e classificação no grupo filogenético B2. Essas características, juntamente com os sintomas apresentados pelo animal, indicam a possibilidade de que infecção por AIEC. No entanto, o teste de sobrevivência e replicação em macrófagos não apresentou resultados conclusivos, sendo necessário realizar os testes fenotípicos de adesão e invasão para confirmação da hipóteseItem Atividade antimicrobiana da fração F4A obtida de cultura de Pseudomonas aeruginosa LV em Staphylococcus aureus(2020-05-19) Gonçalves, Guilherme Bartolomeu; Ogatta, Sueli Fumie Yamada; Tavares, Eliandro Reis; Navarro, Miguel Octavio PérezStaphylococcus aureus é um patógeno relevante nos âmbitos comunitário e de assistência à saúde, conhecido pela dificuldade terapêutica associada à resistência antimicrobiana e à formação de biofilmes. A partir de 1940, S. aureus passou a ter notoriedade global, devido à resistência à penicilina e, em 1961, à meticilina. Como infecções causadas por essa bactéria dificultam a prática clínica, se faz notável a necessidade de pesquisas por novas substâncias antibióticas para tratar os pacientes acometidos. Ao longo da história, produtos naturais, especificamente metabólitos secundários de microrganismos, têm sido usados para combater patógenos. Assim, o objetivo deste estudo foi avaliar a atividade inibitória da fração F4A, obtida da purificação do sobrenadante de cultura de Pseudomonas aeruginosa cepa LV, sobre células planctônicas e sésseis de S. aureus, as alterações morfológicas causadas nessas células e sua toxicidade para células de mamíferos. Para isso, foram selecionados 26 isolados clínicos de S. aureus da coleção do Laboratório de Biologia Molecular de Microrganismos, da Universidade Estadual de Londrina (UEL). Os valores de CIM de F4A variaram de 1,56 a 6,25 µg/mL; 19 isolados apresentaram concentração inibitória mínima (CIM) de 3,13 µg/mL (73,1%), 6 apresentaram CIM de 1,56 µg/mL (23,1%) e 1 isolado apresentou CIM de 6,25 µg/mL(3,8%). Concentração bactericida mínima (CBM) de 3,13 µg/mL foi detectada em 84,6% dos isolados (n=21) e 18 apresentaram valores idênticos de CIM e CBM, evidenciando o potencial efeito bactericida da fração. Pela cinética do tempo de morte, observou-se que S. aureus reduziu significativamente o número de unidades formadoras de colônias (UFCs) a partir de 4 h de tratamento com a CIM/CBM de F4A. A microscopia eletrônica de transmissão das cepas de referência tratadas com a CIM/CBM de F4A evidenciou alterações ultraestruturais como: diminuição na eletrodensidade citoplasmática, discreto espessamento e diminuição na compactação da parede celular, inibição da formação de septo e descolamento da membrana citoplasmática. O biofilme de todos os isolados apresentou redução significativa na atividade metabólica nas concentrações de 12,5 e 25 µg/mL. A maioria dos isolados apresentou concentração inibitória mínima para 50% das células sésseis (SCIM50) de 6,25 µg/mL (n=15), seguido de 12,5 µg/mL (n=8), 3,13 µg/mL (n=2) e 25,0 µg/mL (n=1). Para a maior concentração testada (50 µg/mL), a atividade hemolítica foi superior a 3%, enquanto as outras concentrações (25 a 0,1 µg/mL) não ultrapassaram 1% de hemólise; a concentração citotóxica para 50% das células (CC50) LLCMK2 de F4A após 24 h foi de 3,44 µg/mL. Como conclusão, a fração F4A apresentou atividade bactericida contra S. aureus, incluindo atividade antibiofilme. Embora mais estudos sejam necessários em relação à sua toxicidade para células de mamíferos e ensaios in vivo, a fração F4A pode ser promissora para o tratamento de infecções causadas por S. aureus.Item Avaliação de efeitos da intoxicação aguda pela ocratoxina A em frangos e análise de tratamento com L-triptofano(2021-02-22) Galdino Ricci, Fernando; Itano, Eiko Nakagawa; Hirooka, Elisa Yoko; Kobayashi, Renata Katsuko Takayama; Venâncio, JoséA Ocratoxina A (OTA) é uma micotoxina produzida por Penicillium spp. e Aspergillus spp. que são capazes de contaminar produtos de origem vegetal, muto utilizados na alimentação dos animais. Através da exposição oral, pelo consumo dos alimentos contaminados, a OTA pode afetar vários sistemas dos animais, tais como os sistemas imunológico e gastrointestinal. Os objetivos do presente estudo foram avaliar o impacto da intoxicação pela OTA em pintainhos, e verificar se o tratamento com Ltriptofano pode inibir seus efeitos tóxicos. Após a inoculação de uma dose única de OTA (1,4 mg/kg de peso vivo) em frangos de um dia de idade (Cobb 500), no primeiro dia do experimento, foram administradas quatro doses diárias de L-triptofano (100 mg/kg de peso vivo). No 14º dia foram avaliadas as respostas do sistema imunológico sistêmico e local através de quantificação dos níveis de imunoglobulinas A e Y (IgY/IgA) plasmáticas e presentes no conteúdo cecal, níveis de leucócitos totais circulantes, titulação dos anticorpos vacinais maternos contra o Vírus da Doença de Newcastle (NDV) e contagem do número de células IgA positivas (IgA+) na mucosa do duodeno, além do impacto na mucosa local com a avaliação da morfometria do duodeno. Adicionalmente, foram avaliados alguns parâmetros hematológicos e bioquímicos. Para quantificação de IgA/IgY foi realizado o ensaio de imunoabsorção enzimática (ELISA) de imunocaptura, a revelação das células IgA+ por imunohistoquímica, a titulação de anticorpos vacinais por ELISA direto, os níveis de leucócitos totais circulantes por contagem (câmara de Neubauer) e a morfometria do duodeno pela mensuração dos tecidos corados com hematoxilina/eosina. Os níveis de IgA/IgY no conteúdo cecal, o número de células IgA+ e a altura das vilosidades e profundidade das criptas do duodeno dos animais contaminados apenas com OTA diminuíram significativamente, assim como os níveis de leucócitos totais circulantes e do hematócrito dos animais contaminados apenas por OTA (p<0,05), o que demonstrou seus efeitos tóxicos na mucosa local e na hematopoiese. O tratamento com L-triptofano foi benéfico para os animais em diversos parâmetros, os animais contaminados com OTA e tratados com L-triptofano tiveram níveis de IgA/IgY do conteúdo cecal, células IgA+ do duodeno e leucócitos totais circulantes similares aos animais do grupo controle, assim como o hematócrito e a altura das vilosidades do duodeno (p>0,05). Conclui-se que a exposição à uma dose alta de OTA no início da vida dos pintainhos induz a alterações na mucosa local e a utilização do tratamento com L-triptofano é válido para diminuir os efeitos prejudiciais da OTA, ao estimular a produção de imunoglobulinas locais e manter a integridade da mucosa.Item Cicatrização de feridas e biacúmulo de prata em ratos wistar tratados topicamente com o antimicrobiano nanopartícula de prata(2020-02-27) Camargo, Larissa Ciappina; Kobayashi, Renata Katsuko Takayama; Lonni, Audrey Alesandra Stinghen Garcia; Kobayashi, Renata Katsuko TakayamaInfecções nas feridas dos pacientes com queimaduras, pós-operatório, entre outros, são umas das mais temidas complicações, pois o ferimento atua como um meio de cultura ideal para a colonização e proliferação de microrganismos. Nesses casos a pele que normalmente serve como uma barreira física contra micróbios encontra-se lesionada e precisa ser reparada de forma rápida e adequada. Devido a essa problemática o objetivo do presente trabalho foi formular géis contendo nanopartículas de prata (bio-AgNP) obtidas a partir da biomassa de Fusarium oxysporum, e avaliar a sua atividade antibacteriana, cicatrizante e verificar a ocorrência do bioacúmulo da prata no organismo. Para o teste de cicatrização, foram usados 60 ratos adultos, da raça Wistar, nos quais foi feita uma lesão na região dorsal. As feridas foram tratadas diariamente com as formulações (F250 e F500), a base do produto (componentes da formulação sem bio-AgNP), a sulfadiazina de prata (controle positivo) e com solução fisiológica (controle negativo) de acordo com o grupo experimental. Registros da avaliação macroscópica e coleta do tecido epitelial da lesão foram feitos nos dias: 1°, 5°, 9° e 17° dias após a cirurgia, para avaliação histológica. Os animais tratados tiveram coletados o cérebro, um dos rins, o fígado, testículo, baço e sangue para quantificação de prata por espectrofotometria de absorção atômica. Para a verificação da atividade antimicrobiana dos produtos desenvolvidos foi realizada a técnica de curva de sobrevivência e morte. Os microrganismos testados foram Escherichia coli ATCC 25922, Staphylococcus aureus ATCC 25923 e Pseudomonas aeruginosa ATCC 9027. O resultado do ensaio in vitro mostrou que as formulações com bio-AgNP tiveram ação antimicrobiana, assim como o controle positivo (sulfadiazina de prata - SD). Referente à cicatrização, não foram observadas variações significativas entre as médias das áreas das lesões tratadas com as diferentes formulações em relação à solução fisiológica (CTL) e a SD. Quanto ao acúmulo de prata nos diversos órgãos e no sangue, não houve diferença significativa entre o grupo CTL e os grupos experimentais após 17 dias de tratamento, o que indica que os tratamentos com os produtos formulados não ocasionam acúmulo de prata no organismo. O produto formulado contendo nanopartículas de prata biológicas apresentou potente proteção contra microrganismos, pois diminuiu a carga microbiana na lesão no decorrer dos dias de tratamento. Além disso, mostrou que não interferiu no proceso de cicatrização e não resulta em acúmulo de prata nos órgãos estudados, sendo uma alternativa para o tratamento de pacientes com feridas.Item Alterações celulares e moleculares de morfotipos de Candida tropicalis pré e pós exposição ao fluconazol(2022-01-28) Santos, Murilo Moreira dos; Furlaneto, Márcia Cristina; Ishida, Kelly; Panaggio, Luciano AparecidoCandida tropicalis é uma das 15 espécies do gênero Candida que são patogênicas ao ser humano. A espécie tem sua relevância epidemiológica traduzida como a segunda ou terceira espécie mais isolada do gênero, com prevalência registrada em regiões tropicais e subtropicais, como América Latina e Ásia, incluindo o Brasil. A levedura tem capacidade de promover infecções com taxa de mortalidade semelhante à de Candida albicans e superiores às de outras espécies não-Candida albicans. O switching fenotípico, considerado um fator de virulência descrito como capaz de promover variabilidade a partir de linhagens isogênicas, podendo acarretar em aumento na virulência. Neste sentido, o presente trabalho teve o objetivo de avaliar o efeito do switching fenotípico em aspectos moleculares e celulares de morfotipos (linhagem parental, Variante Crepe e Revertente de Crepe – RC) de C. tropicalis expostos ao fluconazol. Para isso, as metodologias utilizadas visaram avaliar a influência do switching fenotípico pré e pós exposição ao fluconazol na concentração inibitória mínima (CIM) do fármaco, na expressão dos genes ERG11 (gene que codifica a enzima lanosterol 14-α-desmetilase da via de síntese do ergosterol) e CDR1 (gene que codifica uma bomba de efluxo para múltiplas drogas para o gênero Candida), na porosidade de parede celular, no tamanho e granulosidade celular, na quantidade de componentes de parede celular e na integridade de membrana plasmática. Os resultados demonstraram o morfotipo (RC) com o maior valor de CIM50, menor porosidade de parede celular e superexpressão do gene CDR1. Além disso, destaca-se a superexpressão do gene ERG11 para o morfotipo Crepe, sugerindo que há uma maquinaria molecular morfotipo dependente para morfotipos de C. tropicalis em resposta ao fluconazol. Para todas as análises foi possível evidenciar o efeito do switching fenotípico, mostrando que o fator de virulência tem a capacidade de modificar características moleculares e celulares em C. tropicalis.Item Atividade antibacteriana e anti-biofilme in vitro de enterocina isolada e combinada com vancomicina contra Enterococcus vancomicina resistente (VRE)Santana, Giovanna Caroline; Furlaneto, Márcia Cristina [Orientador]; Coelho, Alexandre Rodrigo; Rocha, Sérgio Paulo Dejato daResumo: Enterococcus sp são patógenos oportunistas reconhecidos por causar graves infecções hospitalares A resistência aos antibióticos glicopeptídios, como vancomicina e teicoplanina, é a preocupação atual da resistência dos Enterococcus e coincidiu com o aumento da resistência à penicilina e aos aminoglicosídeos, configurando assim um desafio Combinações entre peptídeos antimicrobianos e fármacos antibacterianos tradicionais, podem amenizar o problema da resistência bacteriana, pois o possível efeito sinérgico se torna estratégico, possibilitando o uso de doses menores dos fármacos no tratamento de doenças infecciosas, reduzindo os custos e diminuindo a toxicidade Neste trabalho, a ação de enterocinas não concentradas e não purificadas produzidas por Enterococcus sp obtidos de leite e queijo foi avaliada quanto ao seu potencial antibacteriano sobre isolados de Enterococcus sp resistentes à vancomicina, bem como a ação sinérgica in vitro entre enterocina, produzida pelo isolado de Enterococcus sp L3, e o antimicrobiano vancomicina (concentrações 16, 32 µg/mL) contra células planctonicas e biofilme de Enterococcus sp resistentes à vancomicina (VRE) Os isolados foram selecionados a partir de ensaio de PCR, onde foram avaliados os perfis de expressão de genes relacionados a produção de enterocina e genes relacionados à resistência à vancomicina Foi realizado o teste de ação antagônica por spot on lawn, seguido da obtenção do sobrenadante livre de células (CFS), o qual foi submetido a testes enzimáticos e de termoestabilidade O CFS obtido foi exposto aos isolados VRE utilizando a técnica de poço difusão A visualização de halos de inibição ao redor dos cultivos de Enterococcus VRE demonstrou a potencial ação antibacteriana dessas enterocinas sobre os isolados resistentes à vancomicina A análise da interação entre enterocina e vancomicina foi realizada pela metodologia de checkerboard Os resultados foram mensurados pela contagem celular e análise de densidade optica para compor o Indice de Concentração Inibitória Fracionada A viabilidade celular também foi mensurada a partir da visualização da coloração de Iodeto de propídeo em microscopia de fluorescência Foi demonstrado ação sinérgica contra 8% dos isolados VRE, sendo que para um isolado foi verificada interação parcial, os resultados obtidos trazem uma nova abordagem e perspectiva ao tratamento de infecções por VREItem Efeito da adubação e microrganismos promotores de crescimento no desenvolvimento de Schizolobium parahybaFreitas, Vanessa Fogaça de; Andrade Filho, Galdino [Orientador]; Leal, Alex Carneiro; Zangaro Filho, WaldemarResumo: A espécie Schizolobium parahyba da família Leguminoseae contém duas variedades, Schizolobium parahyba var parahyba, popularmente conhecida como guapuruvu, endêmica da Mata Atlântica e Schizolobium parahyba var amazonicum, mais conhecida como paricá, endêmica da Amazônia Por apresentarem um rápido crescimento, entre outras características, estas variedades tornam-se aptas para a produção de madeira e para o reflorestamento de áreas degradadas Diante disso, o objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito da adubação e de microrganismos promotores de crescimento, Rhizobium sp e Rhizophagus clarus, no desenvolvimento do paricá e do guapuruvu Os experimentos foram conduzidos em campo em duas áreas da estação experimental do IAPAR do município de Xambrê, Paraná, Brasil O delineamento experimental para ambas as áreas foi de blocos completos casualizados com cinco repetições e oito tratamentos: Controle; Rhizobium; R clarus; Adubo; Rhizobium + Adubo; Rhizobium + R clarus; R clarus + Adubo; Rhizobium + R clarus + Adubo Na área de estudo do guapuruvu foram amostradas 6 árvores por parcela e no experimento com o paricá 1 árvores por parcela Para a produção dos tratamentos foram utilizados 1 gramas de inóculo bruto do fungo micorrízico arbuscular R clarus, 1 mL de suspensão de células (3,3 x17 UFC/mL) da bactéria Rhizobium sp e 13 g de adubo químico NPK 2-5-2 por cova A altura total das plantas foi avaliada 37, 11, 25 e 36 dias após o plantio e o diâmetro do colo em 25 e 36 dias, a sobrevivência e análise foliar aos 36 dias As médias dos tratamentos foram analisadas pela ANOVA e comparadas pelo teste de Duncan (p<,5) Em todos os períodos avaliados ambas as variedades de S parahyba apresentaram um efeito positivo em altura, diâmetro e sobrevivência para os tratamentos adubados Com relação à analise foliar não houve diferença significativa na quantidade de nitrogênio e fósforo entre os tratamentos Para o guapuruvu os tratamentos com fungo MA e fungo MA + Rhizobium sp proporcionaram uma porcentagem de sobrevivência inferior ao controle, sugerindo que essa diminuição na sobrevivência pode ter ocorrido por haver crescimento de gramínea nas áreas experimentais, uma vez que, a competição com gramínea pode influenciar na interação entre os fungos MA e as espécies arbóreas iniciais causando depressão na espécie arbórea, o que intensifica os efeitos negativos da competição no solo Estes resultados demonstram que o adubo favoreceu o desenvolvimento das duas variedades de S parahyba e que a inoculação com microrganismos promotores de crescimentos mostra-se pouco eficiente quando cultivada em área com gramíneaItem Caracterização fenotípica e molecular de determinantes de resistência adquirida aos antimicrobianos e da produção de biofilme em Acinetobacter baumannii isolados de corrente sanguíneaRomanin, Priscila; Lioni, Lucy Megumi Yamauchi [Orientador]; Petroli, Suelen Balero de Paula; Tognim, Maria Cristina Bronharo; Carrara-Marroni, Floristher Elaine [Coorientador]Resumo: A baumannii multirresistentes constituem um dos maiores desafios mundiais no tratamento de infecções hospitalares A facilidade em adquirir determinantes de resistência somada a capacidade de formação de biofilme representam importantes fatores associados ao sucesso da disseminação e à permanência deste microrganismo nos hospitais Este estudo teve como objetivo caracterizar os principais mecanismos de resistência adquirida aos antimicrobianos e investigar a capacidade de formação de biofilme em isolados multirresistentes de A baumannii isolados de corrente sanguínea de pacientes internados no Hospital Universitário de Londrina (HU) no período de novembro de 26 a dezembro de 216 Um total de 13 isolados foram analisados, sendo todos identificados como A baumannii por meio da amplificação dos genes blaOXA-51-like e rpoB A análise dos aspectos clínicos revelou que os isolados de A baumannii foram recuperados predominantemente de pacientes do sexo masculino, com idade média de 6 anos, internados nas unidades de terapia intensiva, com uma média de permanência hospitalar de 28 dias O desfecho clínico que resultou em mortalidade foi observado na maioria (816%) dos pacientes Altas taxas de resistência (1%-17%) foram obtidas para os antimicrobianos avaliados incluindo colistina, polimixina B e tigeciclina e, na sua maioria, os isolados foram classificados como extensivamente resistentes (786%) A produção de carbapenemases foi observada em em 922% dos isolados Todos os isolados resistentes aos carbapenêmicos apresentaram um dos genes codificadores das carbapenem hydrolyzing class-D ß-lactamase (CHDL) adquiridas blaOXA-23-like (979%) ou blaOXA-143-like (21%) Nenhum dos isolados apresentou os genes blaOXA-24-like, blaOXA-58-like, blaOXA-48, blaKPC, blaNDM, blaSPM-1, blaSIM-1, blaVIM, blaIMP, blaGIM, blaGES, mcr-1, qnrA, qnrB, qnrC, qnrS, and qnrVc Como contexto genético do gene blaOXA-23-like predominou o Tn26 e em menor frequência o Tn28 Os isolados carreadores do gene blaOXA-143-like apresentaram a variante blaOXA-253-like O gene bap foi detectado em 835% dos isolados, e todos os isolados recuperados após o ano de 211 apresentaram este gene A maioria dos isolados apresentaram capacidade de formação de biofilme (98%), e 864% dos isolados foram fortes formadores de biofilme Um perfil policlonal foi observado dentre os isolados de A baumannii, sendo detectada a presença dos complexos clonais epidêmicos internacionais CC113/79, CC19/1, CC11/25, e CC13/15, com prevalência do CC113/79 Os dados obtidos mostram que a produção de CHDL e, principalmente, a permanência do gene blaOXA-23 constituiu um importante mecanismo de resistência aos carbapenêmicos em A baumannii no HU As altas taxas de resistência ao antimicrobianos obtidas e o número elevado de isolados extensivamente resistentes demonstram a dificuldade no tratamento das infecções causadas por A baumannii no HU e alertam para a emergência de infecções intratáveis O perfil policlonal, a prevalência de clones epidêmicos mundiais, e a capacidade de formação de biofilme reforçam a importância de medidas de controle de infecção e da necessidade continua do desenvolvimento de programas de stewardship para evitar a disseminação de novos determinantes de resistência e potenciais surtos por este patógenoItem Taxonomia polifásica de bactérias do gênero Agrobacterium isoladas de nódulos radiculares de Phaseolus vulgaris e Glycine maxScherer, Anderson José; Hungria, Mariangela [Orientador]; Delamuta, Jakeline Renata Marçon; Ribeiro, Renan AugustoResumo: Os membros do gênero Agrobacterium são Gram-negativos, alfaproteobacterias associadas a solo e plantas, e conhecidos por sua patogenicidade e pelo uso como ferramenta biotecnológica A ciência taxonômica faz uso de uma série de dados para a validação dos táxons O presente estudo utilizou isolados de nódulos de soja (Glycine max) e feijoeiro (Phaseolus vulgaris) pertencentes à “Coleção de Bactérias Diazotróficas e Promotoras de Crescimento Vegetal da Embrapa Soja” e que, em estudos prévios, apresentaram propriedades transitórias entre Rhizobium e Agrobacterium Foram avaliadas propriedades morfofisiológicas (morfologia de colônias, crescimento sob diferentes condições, perfil de ácidos graxos), genéticas (perfil de BOX-PCR, conteúdo G+C, sequenciamento do genoma) e filogenéticas (análise dos genes 16S RNAr e de genes housekeeping), visando uma análise polifásica A estirpe CNPSo 3391, isolada de um nódulo de soja na província de Zambézia, em Moçambique, foi identificada como Agrobacterium deltaense, cuja estirpe tipo foi isolada de um nódulo de Sesbania cannabina na China Já para a estirpe CNPSo 2736T, isolada de nódulo de feijoeiro inoculado com um solo do Mato Grosso do Sul, os resultados indicam que ela deve representar uma nova espécie, para a qual foi sugerido o nome de Agrobacterium fabaceae Quando os postulados de Koch foram seguidos, a habilidade de ambas estirpes nodular as leguminosas hospedeiras não foi confirmada, indicando que essas bactérias podem ser endofíticas, ou que adquirem facilmente um plasmídeo simbiótico que permite a nodulação temporária A condução de estudos sobre o papel dessas estirpes na simbiose com leguminosas é de grande relevância, pois pode fornecer informações valiosas sobre a evolução de bactérias simbióticas e patogênicasItem Caracterização genotípica e fenotípica dos fatores de virulência e resistência aos antimicrobianos de Proteus mirabilis isolados de carcaças de frango com celuliteSanches, Matheus Silva; Rocha, Sérgio Paulo Dejato da [Orientador]; Kobayashi, Renata Katsuko Takayama; Oba, Alexandre; Baptista, Ana Angelita Sampaio [Coorientadora]Resumo: Proteus mirabilis é um patógeno oportunista frequentemente associado a uma variedade de infecções em humanos, no qual as do trato urinário são consideradas as mais prevalentes Neste contexto, o presente trabalho teve como objetivo avaliar as características genotípicas e fenotípicas dos fatores de virulência e resistência aos antimicrobianos de 34 cepas de P mirabilis isoladas de carcaças de frango com celulite em um abatedouro no norte do estado do Paraná, Brasil, a fim de inferir um possível risco zoonótico Das 34 cepas, duas foram escolhidas para avaliar a sua capacidade em reproduzir as lesões de celulite experimentalmente em frangos de corte, sendo uma cepa com maior quantidade de fatores de virulência (LBUEL-A33) e outra com menor quantidade (LBUEL-A34) Os genes mrpA, atfA (fímbrias) ireA (sideróforo), ptA, zapA (proteases) e hpmA (hemolisina) foram encontrados em todos os isolados, enquanto os genes pmfA e ucaA (fímbrias) foram encontrados em 33 (97,6%) e 17 (5%) cepas respectivamente Todas as cepas expressaram adesão agregativa em células HEp-2 e formaram biofime Das 34 cepas, 28 (82,35%) exibiram efeito citotóxico em células Vero Em relação ao perfil de resistência, 25 (78,13%) cepas foram consideradas multirresistentes A presença de genes blaESBL e blaampC conferindo resistência aos ß-lactâmicos e qnr às quinolonas também foram detectados nos isolados após a presunção no teste fenotípico, no qual 7 (21,88%) isolados continham o grupo CTX-M-2, 11 (34,38 %) continham grupo CIT e 19 (59,38%) continham qnrD Tanto a cepa LBUEL-A33 quanto a LBUEL-A34 desenvolveram lesões de celulite em 24 horas pós-inoculação, no qual o grau das lesões foi estatisticamente similar ao grau das lesões causadas pelo controle positivo (p< ,5), uma Escherichia coli Patogênica de Aves (APEC 46) Microscopicamente, tanto a cepa LBUEL-A33 quanto a APEC 46 ocasionaram lesões similares, caracterizadas pela presença de infiltrado inflamatório e necrose da derme e das fíbras musculares Conclui-se com o presente trabalho que P mirabilis isolados de carcaças de frango com lesões de celulite representam um risco zoonótico, pois possuem uma diversidade de fatores de virulência e resistência aos antimicrobianos, bem como a capacidade de desenvolver lesões de celulite em frangos de corteItem Avaliação do potencial de Bacillus velezensis LABIM40 no biocontrole de fungos fitopatogênicosBaptista, Julia Pezarini; Oliveira Junior, Admilton Gonçalves de [Orientador]; Lescano, Luis Eduardo Azevedo Marques; Pereira, Ulisses de Pádua; Balbi-Peña, Maria Isabel [Coorientadora]Resumo: O desenvolvimento de produtos biológicos vem crescendo devido a vários fatores, entre eles a conscientização ambiental, a preocupação com a saúde humana e a seleção cada vez mais comum de patógenos resistentes aos produtos químicos sintéticos Dentre os gêneros estudados para o desenvolvimento de produtos biológicos, o gênero Bacillus spp tem se destacado devido a produção de muitas moléculas antimicrobianas e a resistência em condições ambientais adversas pela formação de endósporos Nesse contexto o objetivo do estudo foi identificar a cepa B velezensis LABIM4 para realizar análises in silico, envolvendo comparações filogenômicas e a predição dos metabólicos secundários Paralelamente, análises in vitro também foram realizadas para caracterização da atividade antifúngica de LABIM4, para isso, os ensaios foram conduzidos com os fungos: Sclerotinia sclerotiorum (SS), Macrophomina phaseolia (MP) e Botrytis cinerea (BC) As melhores condições de cultivo, a estabilidade aos valores de temperatura, pH e luz e a concentração inibitória mínima (CIM) foram avaliadas Além dessas análises, o efeito do sobrenadante de LABIM4 no micélio fúngico de SS foi visualizado em Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV) O resultado do sequenciamento indicou que LABIM4 pertence ao grupo Bvelezensis e as análises de comparação mostraram uma alta similaridade com outras cepas com potencial biotecnológico já descrito Os dados de predição do genoma de LABIM4 indicaram a presença de 33 BGCs (Biosynthetic Gene Clusters), dessas, 11 apresentaram algum nível de similaridade com alguma BGC já depositada na base de dados do Minimum Information about Biosynthetic Gene clusters (MiBiG) O sobrenadante de LABIM4 apresentou ter grande potencial antifúngico ao inibir mais de 6 % os fungos testados, não perdendo a atividade nos parâmetros de temperatura, pH e luz, no entanto a atividade caiu ao ser submetido as temperaturas de 7, 1 e 121 °C Os dados da CIM foram 1,2% para SS, 2,5% MP e 2% para BC e alterações estruturais nas hifas de SS ao ser tratada com o sobrenadante livre de células também foram visualizadas, concluindo que B velezensis LABIM4 produz metabólitos antifúngicos com estabilidade nos parâmetros testados, caracterizando os seus compostos para o uso em diferentes condições ambientais, sendo, portanto, um bom agente de biocontrole Contudo muitas pesquisas ainda devem ser realizadas para otimizar a produção dos metabólitos antifúngicos, para identificar o princípio ativo e caracterizar a atividade in vivoItem Caracterização de determinantes de resistência adquirida aos antimicrobianos e de genes de virulência em isolados clínicos e ambientais de Pseudomonas spp. multirresistentesPalermo, Raquel Lima; Ogatta, Sueli Fumie Yamada [Orientador]; Tognim, Maria Cristina Bronharo; Paula, Suelen Balero de; Carrara-Marroni, Floristher Elaine [Coorientador]Resumo: O surgimento de isolados de Pseudomonas spp multirresistentes aos antimicrobianos (MR-PS) é um problema de saúde pública, uma vez que a maioria dos determinantes de resistência aos antimicrobianos são adquiridos e podem ser disseminados entre isolados, em diversos ambientes, por meio da transferência lateral de genes O objetivo desta pesquisa foi realizar a vigilância epidemiológica de MR-PS no ambiente hospitalar e comunitário contribuindo para o controle de infecções hospitalares no Hospital Universitário de Londrina (HU) Foram analisadas a presença de genes que codificam resistência adquirida aos antimicrobianos e virulência, e a relação clonal entre os isolados A identificação e o perfil de resistência foram, primeiramente, realizados pelo sistema automatizado Vitek-2 (BioMéuriex®) para os isolados clínicos e por testes bioquímicos convencionais para os isolados ambientais seguido por identificação molecular baseada em análises do gene 16S rRNA para espécies de Pseudomonas Os genes codificadores de resistência aos beta-lactâmicos e carbapenêmicos de classe A, B e D de Ambler, quinolonas (qnr), aminoglicosídeos (rmt) e colistina (mcr-1) foram pesquisados por PCR e a identidade confirmada por sequenciamento O contexto dos genes codificadores de carbapenemases foi investigado por PCR-mapping e a relação clonal entre os isolados foi analisada por ERIC-PCR Um total de 198 isolados clínicos recuperados entre os anos de 215 e 216 foram selecionados para o estudo com base nos seguintes critérios: isolados únicos, consecutivos e não sensíveis a ceftazidima e/ou imipenem e meropenem Além disso, foram incluídos no presente trabalho sete isolados ambientais de MR-PS produtores de carbapenemases, os quais foram recuperados de efluentes e faziam parte de uma coleção de isolados de Pseudomonas spp do Laboratório de estudos moleculares e resistência aos antimicrobianos (LEMRA) do Ambulatório de Especialidades do HU (AEHU) Com exceção das polimixinas (1,% sensíveis), altas taxas de resistência foram obtidas para todos os antimicrobianos testados Taxas preocupantes foram detectadas para os carbapenêmicos em isolados clínicos: 81,5% e 82,5% para imipenem e meropenem, respectivamente Dentre os 198 isolados clínicos MR-PS, 38 (19,2%) apresentaram genes codificadores de beta-lactamases, dos quais 32 (16,1%) apresentaram genes codificadores de carbapenemases Desta forma, a nova distribuição dos genes codificadores de beta-lactamases foi: em 14 isolados o gene blaSPM-1, seguido por 1 isolados carreando o gene blaKPC-2, 2 blaIMP-16, 6 blaCTX-M-2 e 6 blaGES-5, indicando um aumento da taxa de isolados portadores de blaKPC e uma redução de isolados portadores de blaSPM em comparação com as pesquisas anteriores Os genes investigados que codificam resistência às quinolonas, aminoglicosídeos e colistina não foram detectados neste estudo Os 32 isolados clínicos de MR-PS que apresentaram genes de carbapenemases foram agrupados em 12 clones (A-L) distribuídos ao longo do período analisado em diversas unidades hospitalares Os isolados que carreiam o gene blaSPM-1 foram agrupados em um único clone (A), sugerindo uma disseminação clonal e que este clone A é o responsável pela manutenção desse determinante de resistência no HU Os isolados codificadores de blaIMP-16 foram agrupados em 2 clones que diferiram fenotipicamente do clone que se manteve no hospital por 1 anos caracterizado pela sensibilidade ao meropenem Dentre os 1 isolados portadores do gene blaKPC-2, obtiveram-se 7 clones revelando a adaptação deste determinante de resistência em nosso hospital, provavelmente movido pela pressão seletiva do uso de carbapenêmicos A presença de uma nova carbapenemase do tipo GES-5 foi detectada em 6 isolados pertencentes a um mesmo clone (B) Todos os isolados exibiram um padrão de genes de virulência que condiz com sua a capacidade patogênica, porém não apresentaram correlação com a produção de carbapenemases, mas podem estar relacionados a clones epidêmicos mundiais Os isolados ambientais apresentaram-se clonalmente distintos dos isolados clínicos, representando 7 clones diferentes (A-G) condizendo com a diversidade esperada em isolados ambientais Além disso, a frequência de genes de virulência foi menor, revelando uma menor capacidade patogênica quando comparado aos isolados clínicos A presença de isolados produtores de carbapenemases recuperados de efluentes é alarmante uma vez que este ambiente é caracterizado pela notável capacidade de disseminação da resistência Além disso, esses resultados mostram que as taxas e a distribuição dos genes de resistência adquirida aos antimicrobianos podem flutuar em uma instituição e que a sua vigilância é essencial para estabelecer as medidas de controle de infecção para resguardar a eficácia dos antimicrobianos no tratamento de infecções por Pseudomonas sppItem Diversidade de bactérias cultiváveis em solos : efeito da adubação nitrogenada e inoculação com bactérias promotoras do crescimento em cana-de-açúcar e trigoFerreira, Danielle Cristina; Oliveira, André Luiz Martinez de [Orientador]; Cruz, Leonardo Magalhães; Hungria, MariangelaResumo: A população bacteriana no solo apresenta-se diversa, variável e possui um papel-chave na ciclagem de nutrientes e na manutenção da fertilidade do solo Estas populações vêm sendo exploradas para identificar novos indivíduos com potencial de uso como bactérias promotoras do crescimento vegetal (BPCV) na forma de inoculantes O registro de novos inoculantes no Brasil é regulamentado pelo MAPA que requer, dentre outras informações, a determinação da população de bactérias diazotróficas nativas nos solos utilizados para validação das novas formulações Este trabalho objetivou desenvolver uma metodologia padronizada para avaliar a população nativa e isolar bactérias diazotróficas autóctones em solos agrícolas, identificando e caracterizando a diversidade bacteriana culturável de solos sob cultivo de trigo e cana-de-açúcar, submetidos a diferentes práticas de manejo: níveis de adubação nitrogenada e inoculação com BPCV O isolamento das bactérias diazotróficas presentes nos solos estudados foi realizado através do uso de meios seletivos (LGI, LGI-P, JMV, JNFb, NFb) e também o meio mínimo A diversidade genética dos isolados foi avaliada por técnicas moleculares de BOX-PCR, MALDI-TOF e sequenciamento do gene 16S rDNA Os resultados obtidos revelaram presença de grande número de bactérias relacionadas aos gêneros Azospirillum, Herbaspirillum, Gluconacetobacter e Burkholderia como componentes das populações dos solos estudados As maiores populações de bactérias diazotróficas foram identificadas no solo da Fazenda Escola da UEL (Londrina, Log1 = 5,4, 2,5 x 15 cél/g solo), associadas ao cultivo de trigo conduzido com adição de 12 kg N/ha e na ausência de inoculação As menores populações de diazotróficos ocorreram no solo da Estação Experimental Prof Antônio Carlos dos Santos Pessoa (Marecha cândido Rondon,Log1 = 4,87, 7,5 x14 cél/g solo), em solo sob cultivo de trigo inoculado com Azospirillum brasilense AbV5 1 mL/kg e conduzido com adição de 12 kg N/ha Do total de 183 isolados obtidos nos três solos avaliados, foi possível identificar 15 filos bacterianos, com predominância do filo Proteobacteria com 43,5% dos isolados Através das análises de BOX-PCR, foi possível verificar que os solos da Fazenda Escola UEL apresentaram grande diversidade genética entre os isolados obtidos, enquanto que no solo de Marechal Cândido Rondon não foi observada uma grande diversidade devido o baixo número de isolados obtidos As análises de diversidade realizadas através da ferramenta de MALDI-TOF confirmaram os resultados de diversidade por BOX-PCR, indicando grande diversidade entre os isolados, com poucas ocorrências de isolados clonalmente relacionados Apesar de uma tendência de agrupamento dos isolados com base no perfil de BOX-PCR ter sido observada, estes agrupamentos não estiveram relacionados ao uso da tecnologia de inoculação com BPCV Em conjunto, os resultados indicam a viabilidade do uso de uma metodologia normalizada para o acesso da diversidade bacteriana culturável em solos agrícolas, em especial à diversidade de diazotróficos, podendo servir de referência para os levantamentos requeridos pelo MAPA para o registro de formulações inoculantesItem Caracterização molecular e fenotípica de Escherichia coli diarreiogênica isoladas de água subterrânea no norte do estado do ParanáSilva, Caroline Rodrigues da; Pelayo, Jacinta Sanchez [Orientador]; Faccin-Galhardi, Ligia Carla; Kobayashi, Renata Katsuko TakayamaResumo: As doenças transmitidas pela água, como a diarreia causada pela Escherichia coli diarreiogênica (DEC), são um dos principais problemas de saúde pública nos países em desenvolvimento Nesse contexto, este trabalho analisou a qualidade microbiológica de amostras de água utilizadas para consumo humano provindas de minas e poços rasos do norte do Estado do Paraná, no Brasil, além de caracterizar genotípica e fenotipicamente as cepas de DEC isoladas Das 21 amostras estudadas, 153 (72,9%) apresentaram coliformes totais e 96 (45,7%) E coli e dessas, 27 (28,1%) apresentavam DEC, sendo 13 (48,1%) E coli produtora de toxina Shiga (STEC), oito (29,6%) E coli enteroagregativa (EAEC), quatro (14,8%) E coli enteropatogênica (EPEC), uma (3,7%) E coli enterotoxigênica (ETEC) e uma (3,7%) E coli enteroinvasora (EIEC) Foram encontrados 25 sorotipos diferentes e um isolado de EPEC atípica apresentou o sorotipo O4437:H7, pela primeira vez relatado no Brasil Em relação ao filogrupo, 17 (63%) pertenciam ao B1, cinco (18,5%) ao C, três (11,1%) ao B2 e dois (7,4%) ao E Em células HEp-2, 25 DEC (92,6%) foram aderentes e a adesão agregativa foi a mais prevalente, 2 (74%), e todas DEC formaram biofilme As 13 cepas de STEC produziram efeito citotóxico em células Vero e quatro (14,8%) DEC foram resistentes a um dos antibióticos testados Os resultados demostram que a água é um importante reservatório de DEC, podendo atuar como fonte de infecção para humanos e animais, e que medidas de prevenção como a proteção de minas e poços rasos e o tratamento da água devem ser adotadas, evitando assim, contaminaçõesItem Detecção de escherichia coli diarreiogênica em carne bovina na região norte do Estado do Paraná, BrasilElias Junior, Antonio Roberto; Pelayo, Jacinta Sanchez [Orientador]; Oliveira, Tereza Cristina Rocha Moreira de; Rocha, Sérgio Paulo Dejato daResumo: A carne moída bovina é muito consumida pela população e se constitui em um excelente meio para a multiplicação de microrganismos pelos nutrientes e pela manipulação que passa até o consumo, podendo conter microrganismos patogênicos, como o grupo da Escherichia coli diarreiogênica (DEC) O trabalho teve por objetivo verificar a presença de patotipos de DEC, em amostras de carne moída bovina comercializadas na cidade de Londrina – PR, no período de 214 – 215, utilizando a técnica da PCR para pesquisa dos genes de virulência, padrão de adesão em células HEp-2, sorotipagem, teste de sensibilidade a antimicrobianos e filogenia Dos 4 isolados de E coli, cinco (5%) foram caracterizadas como E coli enteroagregativa, três (3%) como E coli produtora de toxina Shiga e duas (2%) como E coli enteropatogênica De acordo com a filogenia, dos dez isolados de DEC, cinco amostras (5%) pertencem ao grupo A, duas (2%) ao grupo E, duas (2%) ao grupo B1 e uma (1%) não foi classificada em nenhum dos sete filogrupos Os sorotipos encontrados foram: O152:H8, O93:H46, O175:H7, O15ab:H7, O156:H1, O93:H9 e O3:H2 Em relação aos antimicrobianos, uma amostra (1%) foi resistente à ampicilina, duas (2%) à sulfametoxazol-trimetoprim e uma (1%) a cefalotina Conclui-se assim, que a carne moída bovina pode ser um reservatório de DEC para o homem enfatizando-se a importância da higiene adequada, desde o preparo da carne até sua exposição à mesaItem A resposta imunológica inata na infecção inicial por Listeria monocytogenes não é Influenciada pela ausência de 5-LipoxigenaseKakitani, Daniel Hideo; Saridakis, Halha Ostrensky [Orientador]; Felipe, Ionice; Delfino, Vinicius Daher AlvaresResumo: Listeriose é uma doença encontrada por todo mundo e atinge tanto humanos quanto animais Sua importância deve-se ao fato de causar doença severa e possuir a maior taxa de mortalidade entre as infecções alimentares, cerca de 3% Por anos Listeria monocytogenes é utilizada como modelo experimental para infecção intracelular, principalmente contribuindo para desvendar o funcionamento da resposta imunológica a estes patógenos Sabe-se que na infecção por L monocytogenes principalmente o fator de necrose tumoral alfa (TNF-alfa), interferon-gama (INF-?), interleucina-1 (IL-1), interleucina 6 (IL-6) e óxido nítrico (NO) possuem papel crucial no controle da infecção Os leucotrienos são mediadores inflamatórios muito relacionados com doenças inflamatórias crônicas, porem pouco se sabe em relação a inflamações agudas, entre elas as infecções O camundongo ALOX possui uma deleção genética para produção de 5-lipoxigenase, o que o torna deficiente na produção de leucotrienos Utilizando este camundongo em uma infecção por L monocytogenes em comparação com seu controle não foi encontrada diferenças significantes entre os resultados, a dosagem de plasmática de nitrato durante o curso da infecção sofreu um aumento continuo A contagem bacteriana não demonstrou diferenças significativas entre os grupos A IL-6 foi o mediador inflamatório com maior aumento entre os mediadores pesquisados, porem novamente sem diferença entre os gruposItem Avaliação da infecção por Paracoccidioides brasiliensis (Pb-18) e Paracoccidioides lutzii (LDR-2) no modelo de Galleria mellonellaArcos, Janneth Josefina Escobar; Itano, Eiko Nakagawa [Orientador]; Venâncio, Emerson José; Ono, Mário Augusto; Almeida, Ricardo Sérgio Couto de [Coorientador]Resumo: A Paracoccidioidomicose (PCM) causada pelo fungo dimórfico do gênero Paracoccidioides, é uma das micoses sistêmicas mais importantes da América Latina Por muito tempo, o fungo Paracoccidioides brasiliensis foi considerado como único agente causal da PCM, mas recentemente foi introduzida a nova espécie P lutzii também como agente da doença Vários modelos foram empregados na tentativa de simular a PCM humana, e o mais empregado tem sido o modelo murino Modelos invertebrados como as larvas de G mellonella foram introduzidas recentemente como uma alternativa para investigar esta infecção Com o objetivo de avaliar as interações patógeno-hospedeiro na infecção por P brasiliensis e P lutzii no modelo de G mellonella, foram analisadas curvas de sobrevivência, quantificação de melanização, densidade de hemócitos e ensaio de fagocitose Investigamos a capacidade de leveduras da espécie P lutzii para formar biofilme in vitro O presente trabalho é o primeiro estudo de biofilme in vivo de P brasiliensis e P lutzii em infecções experimentais entre células de biofilmes e células planctônicas As curvas de sobrevivência foram determinadas com três diferentes concentrações (5x16, 25x16, 1x16 células/larva) de P brasiliensis (Pb18) e P lutzii (LDR2) Para a determinação da densidade de hemócitos na hemolinfa, as larvas foram inoculadas com (5x16 células/larva) e a hemolinfa foi recolhida 2, 4 e 8 h após infecção, seguida de contagem de hemócitos totais Para biofilmes, foi utilizada uma placa de microtutulação de 24 poços com P brasiliensis (Pb18) e P lutzii (LDR2) na concentração de 1x18 células/mL durante 7 h, 48, 96 e 144 h e, a biomassa total determinada pela coloração de cristal violeta Para a quantificação da melanização, a hemolinfa das larvas foi coletada 4 e 12 horas pós-infecção Para o ensaio de fagocitose in vitro, os hemócitos e as leveduras foram coradas com MayGrünwald-Giemsa após 1 h de incubação a 37 ° C com 5% de CO2 A análise da curva de sobrevivência mostrou que, para P brasiliensis e P lutzii, 2 a 3 dias foram o tempo necessário para atingir 5% de morte (TD5%), e diferentes níveis de virulência de ambas espécies foram encontrados neste modelo (p<,5) A morte das larvas foi dependente do número de células/larva injetadas A quantificação da melanização indicou diferenças significativas entre as larvas inoculadas com P brasiliensis (Pb-18) e P lutzii (LDR2) após 4 e 12 h pós-infecção, e o acúmulo de melanina na hemolinfa aumentou ao longo do tempo A densidade de hemócitos diminuiu após 2 horas de infecção e esta diminuição permaneceu quase inalterada após 4 e 8 h de infecção em relação ao grupo controle, porém sem diferença significativa entre os dois fungos O ensaio de fagocitose in vitro mostrou que as células granulares e os plasmatócitos foram capazes de fagocitar estas células de levedura As infecções experimentais entre células planctônicas e biofilmes demonstraram que as células do biofilme de ambas espécies de fungos induziram a morte de 1% das larvas no período de observação Nossos dados confirmam diferentes níveis de virulência de ambas espécies com base nas curvas de sobrevivência e na quantificação da melanização As leveduras das duas espécies foram fagocitadas pelas células granulares e os plasmatócitos in vitro Demostramos a capacidade de leveduras do gênero P lutzii para formar biofilme in vitro As infecções experimentais em larvas de G mellonella com células de biofilme mostraram-se mais virulentas do que as células planctônicas Estudos adicionais são necessários para determinar o papel desses biofilmes in vivo envolvidos na morte prematura das larvas