02 - Mestrado - Filosofia
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Item A constituição do Eu em Hannah Arendt(2024-01-23) Ribeiro-Cantu, Aline Maria; Müller, Maria Cristina; Schio, Sônia Maria; Santos, Eder SoaresEsta pesquisa analisa a constituição do Eu em Hannah Arendt, concentrando-se em dois momentos centrais de seus escritos: a abordagem da solidão como experiência existencial radical de perda do Eu e a dualidade da identidade na atividade do pensar, em que um Eu se transforma em dois, metaforizando o diálogo interno do pensar. Pergunta-se pela constituição do Eu em Hannah Arendt, de modo que o objetivo central é compreender como tal constituição se apresenta ao mundo. Utilizando a revisão bibliográfica como metodologia, foram examinados os textos Que é filosofia da existência, Origens do Totalitarismo, A Condição Humana e A Vida do Espírito, bem como Eichmann em Jerusalém, Karl Jaspers: uma laudatio e Karl Jaspers: Cidadão do Mundo. A análise permitiu localizar momentos específicos em que Arendt aborda a noção do Eu e discute temas relacionados, como a questão do ser, do pensamento, da identidade, da pessoa e da personalidade que emerge no mundo por meio de atos e palavras. Verificou-se que, em Arendt, o Eu é formado por meio de relações com os outros, com o mundo e consigo mesmo, caracterizado pela pluralidade do diálogo interior e do diálogo exterior. O Eu é concebido como plural, relacional e livre. Em contextos sociais fragilizados, a falta de responsabilidade pelo mundo resulta em indiferença e individualismo, culminando na busca de refúgio em um mundo lógico e coerente. Conclui-se que o Eu, se privado de relações, torna-se cindido, apresentando uma falta que fragiliza sua posição no mundo. Esse Eu fragilizado pode escolher não se responsabilizar pelo mundo em que vive, gerando uma disposição generalizada de indiferença em relação às demais perspectivas.Item A crítica de MacIntyre aos direitos humanos e a tradição tomista contemporânea(2024-04-08) Silva, Luís Henrique Toniolo Serediuk; Faggion, Andréa Luisa Bucchile; Feldhaus, Charles; Silva, Frederico Augusto BonaldoO trabalho cobre a crítica de MacIntyre sobre os direitos humanos, que é uma parte de sua crítica mais ampla à racionalidade moderna e ao inquérito moral moderno, e isso tendo como pano de fundo o tomismo contemporâneo. Pois diferentes tomistas ofereceram explicações diversas sobre como os direitos humanos surgiram na filosofia e prática ocidentais, o que resultou em respostas conflitantes para a "crise epistemológica" que veio com esse novo conceito de racionalidade prática. Alguns argumentaram em seu favor, vendo-o seja como produto direto de um contexto cristão e, mais especificamente, tomista (relação genética), seja ao menos como um conceito amistoso, compatível com um contexto tomista (relação complementar). Outros, dentre os quais, MacIntyre, enxergaram os direitos como um conceito completamente disruptivo que estorva a racionalidade tradicional (relação dialética) e leva apenas à incomensurabilidade e dissenso moral. Porém, o objetivo geral desta pesquisa não é apenas explicar a crítica de MacIntyre em sua relação com outros ramos do tomismo contemporâneo, mas ir além do próprio MacIntyre, considerando que ele aderiu a uma explicação tomista da lei natural várias décadas atrás. Um dos resultados aqui alcançados é que é possível falar de direitos (direitos-na-tradição, não o que comumente se entende por direitos humanos) que surgem de uma explicação tomista da lei natural, mesmo na teoria de MacIntyre, partindo de uma racionalidade ancorada numa tradição e em práticas, e numa explicação teleológico-essencialista da natureza humana, contra a explicação nominalista-mecanicista na qual vicejam os direitos humanos. Portanto, de uma análise da cultura moderna informada por tais princípios nominalistas-mecanicistas da razão prática, e indo além do ceticismo de MacIntyre quanto a direitos em geral, foi possível chegar a uma solução para a "crise epistemológica" com respeito ao tomismo e direitos humanos, com o que se pode chamar de "relação genética qualificada": direitos atribuíveis aos seres humanos só podem funcionar propriamente num contexto de razão prática informado por uma tradição de inquérito moral, e têm suas raízes, especificamente, na racionalidade cristã e pré-moderna. Uma vez retirado desse contexto, assim como outros conceitos que MacIntyre chama de "tabus", está fadada a falharItem A função crítica do ócio: a educação no período intermediário de Nietzsche(2023-04-14) Mazamboni, Gabriel; Weber, José Fernandes; Pitta, Maurício Fernando; Hardt, Lucia SchneiderAo abandonar os ideais de Schopenhauer e Wagner, sobretudo por identificar neles a reproducao de aspectos nocivos da Modernidade, Nietzsche escreve Humano, Demasiado Humano e inaugura uma nova fase em sua filosofia, que pode se caracterizar como uma reconciliacao com a ciencia a fim de combater a influencia moral, religiosa e metafisica para a construcao de uma cultura superior que toma a Grecia Antiga como aspiracao. Em um aforismo intitulado Em favor dos ociosos, Nietzsche expoe a decadencia dos eruditos e dos chamados “homens ativos” e a incapacidade destes de fruir uma vida contemplativa. A partir da valorizacao que o filosofo concebe ao ocio e a contemplacao, intende-se mapear suas concepcoes de modo a inseri-las no problema da educacao oriunda da Modernidade, questionar sua relevancia no Cultivo de Si, discutir a figura do espirito livre neste ambito, e identificar a ambiguidade da ciencia no periodo intermediario de sua producao tomando o perspectivismo como parametro.Item A liberdade intelectual em Schopenhauer(2022-12-16) Pereira Junior, Antonio Alves; Pavão, Aguinaldo Antonio Cavalheiro; Durante, Felipe dos Santos; Weber, José FernandesO objetivo principal da presente dissertação é a investigação sobre a formação e significação do conceito de liberdade intelectual que surge em Schopenhauer na obra Sobre a liberdade da vontade e aparece vez ou outra de modo direto ou indireto em outras de suas obras. No entanto, muitos conceitos importantes das discussões filosóficas schopenhauerianas também são trabalhados e abordados sob a perspectiva de aumentar a compreensão e de fornecer um detalhado e pormenorizado estudo da liberdade. São esses conceitos principalmente a responsabilidade moral, a justiça eterna, as formas de causalidade, a negação da vontade, o fatalismo e a loucura, que dão como que o intervalo tonal e compõem o campo harmônico para vez ou outra, recorrer de novo à tonalidade principal, ou seja, à liberdade intelectual. Uma importante reflexão levantada ao final da dissertação e que se configura como uma das suas principais contribuições para a comunidade filosófica schopenhaueriana especializada se trata da hipótese de pensar a loucura, no âmbito da filosofia e do entendimento de Schopenhauer, como que deslocada da estética para a ética, de modo a entendê-la não apenas como rompimento do fio da memória, mas também como estando nos santos e negadores da vontade como loucura divinatória, nas palavras de Sócrates e expostas por Platão, tal como busquei mostrar.Item A presentificação da irrealidade na consciência interna do tempo em Edmund Husserl e Eugen Fink(2025-01-27) Gonçalves, Vinícius Eliud; Weber, José Fernandes; Fontana, Vanessa Furtado; Santos, Eder SoaresEsta dissertação investiga a problemática da irrealidade na consciência interna do tempo, conforme concebida por Edmund Husserl e Eugen Fink. Parte-se da hipótese de que todo fenômeno presentificado é percebido como irrealidade devido à sua constituição pela consciência. Para isso, a pesquisa distingue a presentificação da consciência de imagem, com base na análise da consciência temporal. O primeiro capítulo examina a redução fenomenológica, método que suspende a atitude natural em relação ao mundo para revelar as essências das experiências conscientes. Analisa-se como Husserl e Fink empregam essa abordagem para desvelar a estrutura das vivências. O segundo capítulo aprofunda a compreensão da consciência interna do tempo, abordando conceitos como retenção, rememoração e a constituição da temporalidade. Explora-se o papel do fluxo temporal na percepção e memória, destacando como ele sustenta as noções de presença e presentificação. Por fim, o terceiro capítulo investiga a relação entre realidade e irrealidade, atribuindo à despresentificação o esquecimento progressivo da realidade na horizontalidade do tempo. Em contrapartida, a presentificação é apresentada como um modo de irrealidade que recupera o ausente no horizonte temporal.Item Ação e poder no pensamento de Hannah ArendtSampar, Rene Erick; Müller, Maria Cristina [Orientador]; Garcia, Bianco Zalmora; Alves, Fernando de BritoResumo: O objetivo da presente Dissertação é analisar a relação existente entre a ação e poder, no intuito de apresentar os fatores que, desde a Antiguidade, obstaram a atividade da ação em se constituir como vetor dos desígnios políticos, bem como expor as razões que levaram nossas instituições atuais a se pautarem na violência e, por conseguinte, não serem capazes de gerar poder na acepção de Hannah Arendt A discussão geral proposta nesta pesquisa, construída sobre o paralelo entre o pensamento filosófico e político tradicional e o pensamento de Arendt, vincula-se a uma indagação que subjaz a filosofia desta autora no que tange ao modo como a política tem sido conceituada sob uma fórmula hierárquica que divide a sociedade entre governantes e governados A fuga da fragilidade dos assuntos humanos perpetrados pela ação e suas frustrações conduz a uma trama política baseada apenas em noções idílicas de um governo que, na atualidade, administra as necessidades sociais, sem jamais estabelecer espaços para que todos possam participar dos assuntos públicos e encontrar o sentido da política Por sua vez, o poder, disposto na ideia de governo, tem sido conceituado como a capacidade de influência e controle que determinado grupo possui sobre o comportamento alheio, materializando-se em geral mediante o emprego e o monopólio dos meios de violência Ao distanciar suas reflexões desta concepção, Hannah Arendt fundamenta o poder na capacidade de ação conjunta das pessoas e a política como o espaço criado pela reunião dos indivíduos capazes de agir e de trazer a novidade ao mundo A violência, principal protagonista do enredo político de todos os tempos, não possui, neste sentido, o condão de criar o poder e a política, mas os elimina juntamente com a ação plural pelo seu caráter de dominação Ao repensar as estruturas paradigmáticas da política ocidental que confluem na formação das instituições do século XX, Arendt acena para a política construída sob o arrimo da pluralidade e o respeito à singularidade humanaItem Análise do comportamento enquanto uma ciência normal : possibilidades e consideraçõesPaulino, Lucas Roberto Pedrão; Silva, Marcos Rodrigues da [Orientador]; Dutra, Luiiz Henrique de Araújo; Santos, Éder SoaresResumo: O presente trabalho tem por objetivo investigar a possibilidade de compreensão da Análise do Comportamento enquanto uma ciência normal pela filosofia de Thomas Samuel Kuhn Essa compreensão envolve a evidenciação de características normais nas práticas analíticocomportamentais Assim, o primeiro capítulo apresenta de forma introdutória algumas ideias gerais de Kuhn, ressaltando os conceitos associados de “ciência normal” e “paradigma”; apresenta alguns conceitos kuhnianos essenciais para esse trabalho que estão intimamente relacionados com ciência normal: comunidade científica, matriz disciplinar, generalizações simbólicas, valores, modelos e exemplares O segundo capítulo estabelece relações possíveis entre os conceitos kuhnianos e a Análise do Comportamento Nele, defender-se-á que a comunidade formada por analistas do comportamento exibe, por meio de suas práticas, várias características de uma comunidade científica normal, compartilhando uma mesma matriz disciplinar; apresentar-se-á a seleção por consequências como uma generalização simbólica, a ordem, a previsão e o controle como valores, o discurso acerca do que é o comportamento como modelo, e os esquemas de reforçamento, os procedimentos de “escolha de acordo com o modelo” e as estruturas de treino como exemplares Mostrar-se-á que a Análise do Comportamento é uma empreitada comunitária que envolve a educação de novos analistas do comportamento e que se fundamenta firmemente em pesquisas anteriores realizadas na mesma matriz disciplinar O terceiro capítulo problematiza a Dissertação São levantadas questões sobre a Análise Aplicada do Comportamento enquanto ciência normal e sobre o uso da filosofia de Kuhn como chave de análise para a Análise do Comportamento Apresenta-se a característica interacional entre os contextos aplicado e experimental como fator suficiente para se considerar toda a Análise do Comportamento enquanto uma ciência normal, visto que ambos os contextos concordam com o uso dos mesmos exemplares Sugere-se a presença de exemplares próprios do contexto aplicado, utilizando-se da Psicoterapia Analíticofuncional como um exemplo de sub-estrutura refinada da Análise do Comportamento Expõem-se pelo menos dois aspectos importantes da Dissertação : diálogo com a comunidade filosófica e oferta de uma ferramenta interpretativa sobre a Análise do Comportamento por meio da concepção de Kuhn Tal ferramenta pode ajudar a mostrar um caráter integrativo entre todas suas sub-comunidades, podendo, com isso, conscientizar os analistas do comportamento da matriz disciplinar na qual estão inseridos Além disso, essa ferramenta pode colaborar com a articulação da matriz disciplinar analíticocomportamental ao fornecer novas interpretações ou novos modos de se olhar para o mundo analítico-comportamental Conclui-se que há elementos suficientes para se considerar Análise do Comportamento como uma ciência normal passível de ser compreendida pela filosofia de KuhnItem Animalidade humana na crítica ao antropocentrismo em Friedrich Nietzsche(2024-01-25) Dias, Matheus Becari; Weber, José Fernandes; Oliveira, Jelson Roberto de; Pitta, Maurício FernandoEsta dissertação pretende investigar a problemática da animalidade humana enquanto elemento central na crítica de Friedrich Nietzsche ao antropocentrismo, conforme delineado em seus escritos do primeiro e segundo período de sua obra. A pesquisa parte da hipótese de que a questão da animalidade humana não apenas se apresenta como pano de fundo de algumas das grandes críticas de Nietzsche à verdade, à moral e à metafísica, mas também se configura como uma ferramenta teórica essencial para questionar as bases do antropocentrismo predominante na tradição filosófica. O primeiro capítulo dedica-se à análise da caracterização da animalidade humana nos textos do jovem Nietzsche (1870-1876), examinando o embate estabelecido pelo filósofo com a tradição filosófica preponderante no Ocidente desde Sócrates. Esta tradição constituiu os alicerces do antropocentrismo a partir do estabelecimento da dualidade entre instinto e razão, mundo material e imaterial, ser humano e animal, assim como a superioridade atribuída ao intelecto sobre outros elementos da existência. Ao rejeitar o dualismo arraigado ao pensamento Ocidental, a crítica de Nietzsche se desdobra em uma crítica ao antropocentrismo, oferecendo uma visão alternativa da existência, onde a humanidade é concebida não como algo separado e superior, mas como parte integrante da animalidade. No segundo capítulo, a pesquisa avança para o período intermediário (1876-1882), examinando a evolução da compreensão nietzscheana sobre a natureza humana. A análise de aforismos selecionados destaca a relevância da animalidade na argumentação do filósofo, elucidando os aspectos conceituais incorporados à sua visão do ser humano e a articulação de sua contrariedade ao antropocentrismo. As variações na abordagem da animalidade nos dois primeiros períodos do pensamento de Nietzsche evidenciam a ligação intrínseca dessa temática com a resistência filosófica do autor ao antropocentrismo e sua defesa de uma interpretação da humanidade que a concebe como inseparável de seus impulsos instintivos e animalescosItem Aproximações entre pluralidade em Hannah Arendt e performatividade em Judith Butler : o espaço público(2024-12-12) Perioto, Danillo Augusto; Müller, Maria Cristina; Duarte, André de Macedo; Nalli, Marcos Alexandre GomesO tema da pesquisa diz respeito ao conceito de pluralidade de Hannah Arendt e de performatividade de Judith Butler. Problematiza-se em que sentido o cerceamento e a coibição da pluralidade e da performatividade de gênero no espaço público compromete o Estado Democrático de Direito e a ideia de liberdade que deveria fundá-lo. A pesquisa justifica-se haja vista que a liberdade é o fundamento de qualquer Estado que se afirme democrático, um direito fundamental que deve contemplar todos. Tendo como objetivo caracterizar a pluralidade e a performatividade de gênero como exemplos de realização da liberdade e da construção política nas perspectivas de Arendt e Butler sob o prisma do espaço público, busca-se construir um “diálogo” entre elas para reforçar – ou evidenciar – sua validade. A hipótese indica que a pluralidade é o ponto central da construção do espaço público e da política e desrespeitá-la torna o espaço público apolítico e pode abrir caminho a autoritarismos que, em geral, oprimem quem é distinto. A pesquisa utiliza como método a revisão bibliográfica de textos de Arendt e Butler, acrescido de textos de seus comentadores e de outros autores devotados ao tema. Hannah Arendt afirma que o espaço público é o espaço da liberdade e da aparência, que só ocorre entre as singularidades formadoras da pluralidade, sem as quais inexiste o espaço público. Butler concebe que, toda vez que um corpo é restringido em seu aparecer no espaço público, está enquadrado como uma não vida e marcado por uma política precária. Ao se analisar os conceitos de pluralidade em Arendt e de performatividade em Butler, constata-se uma convergência fundamental entre elas sobre o significado de espaço público, que ambas reivindicam ser o espaço de liberdade e de exercício dos direitos de todos. Ao final, é possível concluir que, enquanto a sociedade não for capaz de reconhecer a pluralidade e a diversidade humanas e, dentro delas, as performatividades de gênero, entre outras minorias sociais, continuar-se-á encenando uma pseudopolítica e pseudodemocracia, pois a condição de existência de todas as pessoas não é ideológica, mas o direito fundamental de existirem e de se expressarem.Item Arendt e o caso Eichmann : reflexões sobre a justiçaTuratto, Ana Carolina Turquino; Müller, Maria Cristina [Orientador]; Cenci, Elve Miguel; Gomes, Sérgio AlvesResumo: Trata-se de uma reflexão acerca da justiça a partir da análise de Hannah Arendt do julgamento de Eichmann pelo tribunal de Jerusalém, tendo por propulsão o porquê da concordância de Arendt com a pena de morte imposta ao réu e disso concluir pela realização da justiça ao caso, apesar das severas críticas tecidas ao processamento Da pesquisa teórica pela revisão bibliográfica das obras da filósofa e de seus comentadores, pode-se depreender que, segundo Arendt, seria o pensamento, em especial, o axioma socrático da não contradição em questões morais, o pensamento alargado e a imaginação que fazem com que pessoas não abram mão das faculdades do juízo e de fazerem escolhas certas, caso contrário não conseguiriam conviver consigo mesmas No caso Eichmann, embora consciente de seus atos, o réu optou por não pensar e julgar Diante dessa escolha, tornou-se um risco à humanidade, que decidiu por não querer conviver mais com ele, aplicando-lhe, por meio do tribunal, o axioma socrático Nesse sentido, a justiça feita teria sido política, no interesse não de um Estado específico, mas no interesse da humanidade, cuja existência se caracteriza pela pluralidadeItem O argumento da inferência da melhor explicação e o problema das alternativas não concebidasCastilho, Daiane Camila; Silva, Marcos Rodrigues da [Orientador]; Liston, Gelson; Plastino, Caetano ErnestoResumo: A questão acerca da aceitação de teorias científicas é um dos problemas centrais do debate entre realismo e antirrealismo científico A proposta deste trabalho é, em um primeiro momento, apresentar e analisar a estrutura do argumento realista da inferência da melhor explicação Em um segundo momento apresentaremos algumas críticas ao argumento da inferência da melhor explicação, como o argumento da indução pessimista, o problema da subdeterminação e o argumento do conjunto defeituoso Ainda nesse capítulo apresentaremos o problema das alternativas não concebidas, apontado recentemente por Kyle Stanford como uma nova abordagem crítica antirrealista em relação ao argumento da inferência da melhor explicação No último capítulo apresentaremos um exemplo da história da biologia, a teoria da pangênese de Darwin, que servirá para ilustrar o problema das alternativas não concebidas, permitindo uma melhor compreensão da crítica antirrealista de Kyle StanfordItem Uma arte de viver para um tempo de catástrofe : uma estética da existência em Albert CamusBalbino, Lorena de Paula; Nalli, Marcos Alexandre Gomes [Orientador]; Weber, José Fernandes; Cardoso Junior, Hélio RebelloResumo: A presente Dissertação busca traçar relações entre os conceitos de Estética da existência, Absurdo e Revolta de Albert Camus Nosso propósito é expor de que modo a ética indicada por Camus em O mito de Sísifo pode ser compreendida como uma ética da estilização da vida e de que modo essa ética toma preocupações políticas em O homem revoltado O absurdo constatado pelo homem aponta para a possibilidade de criar modalidades de existência em que uma subjetividade toma para si uma ética modalizadora fundada no absurdo O absurdo é, para Camus, a constatação primeira que possibilita ao homem o ato da criação ao informar que é ele o responsável por sua própria história O homem deve enfrentar o absurdo por meio de uma postura filosófica que Camus denominou de revolta A subjetividade só pode criar esteticamente a existência a partir do que é dado no real, ou seja, a partir do absurdo Entre o real e o desejo do homem é, segundo Camus, a estilização que move sua criaçãoItem Arthur Schopenhauer e o cristianismo : ascese, negação do mundo e sua relação com a ética(2024-02-20) Feliciano, Gabriel Pedrão; Pavão, Aguinaldo Antonio Cavalheiro; Weber, José Fernandes; Araldi, Clademir LuísEste projeto de pesquisa se propõe apresentar as duas diferentes perspectivas que Schopenhauer possui no que diz respeito ao cristianismo, principalmente no livro IV de O mundo como vontade e como representação, e o capítulo XVII do segundo tomo desta mesma obra, para assim, entender qual é a relação que Schopenhauer tem com a religião cristã: ela é imprescindível em sua filosofia ou não? Quando o assunto é o cristianismo, podemos notar dois lados opostos em seu pensamento: o cristão, que se relaciona com a religião, encontrado principalmente na ética, e o crítico, relacionado às alegorias e sua atuação. Perante a isso, nesta dissertação se buscará entender por qual motivo o filósofo considera sua filosofia cristã, defendendo uma diferenciação entre o cristianismo tradicional e o utilizado pelo autor. Desse modo, o entendimento de Schopenhauer sobre cristianismo é diferente do tradicional, e, quando se relaciona com a religião, o faz tendo base o verdadeiro cristianismo, aquele que sofre influência das religiões orientais, sediado no Novo Testamento, e quando critica, leva em conta o cristianismo com raízes judaicas. Por fim, com base nessa separação entre o verdadeiro cristianismo e o outro, é possível facilitar o entendimento sobre a verdade da ambivalência da religião cristã, e também, da não contradição de Schopenhauer, quando o assunto é o cristianismo.Item A articulação entre a liberdade da ação e a liberdade da vontade em Hannah ArendtSouza, Aline Monteiro de; Müller, Maria Cristina [Orientador]; Oliveira, Kathlen Luana de; Nalli, Marcos Alexandre GomesResumo: O presente estudo apresenta como tema a ideia de liberdade nas atividades da ação e do querer em Hannah Arendt (196–1975) Objetiva-se compreender a articulação entre a liberdade da ação e a liberdade da vontade, tendo por propulsão a indagação de como os seres humanos iniciam uma série de coisas no mundo Arendt propõe uma reflexão acerca da condição humana e a subdivide em duas dimensões distintas, porém conexas – dimensão ativa e dimensão contemplativa Desta reflexão surge a concepção de que a atividade da ação pertence ao modo de vida ativo, enquanto a atividade do querer pertence ao modo de vida interior, de modo que tais atividades realizam-se em esferas distintas Entretanto, a ação e o querer compartilham características similares – espontaneidade e natalidade A partir da afirmação de Arendt de que a liberdade só se efetiva como realidade tangível no mundo público, pretende-se entender qual a liberdade pertinente a cada atividade e quais implicações podem ser depreendidas da relação entre a liberdade da ação e a liberdade da vontade A ação é responsável pela manifestação da liberdade política como espontaneidade no mundo comum, ao passo que o querer lida com a liberdade de possibilidades Pode-se supor a existência de uma certa ligação entre a liberdade da ação e a liberdade interior Da pesquisa bibliográfica baseada em procedimentos como leitura, análise, compreensão e reconstrução teórica dos textos de Hannah Arendt e de seus comentadores, infere-se que há de fato uma ligação entre as liberdades, na medida em que a liberdade da vontade impele a ação por meio da escolha de como se aparecerá no mundo e como portadora da potência da liberdade, enquanto a liberdade da ação só se torna realidade no mundo público Nesse sentido, a relação entre a liberdade da vontade e a liberdade da ação não constituem uma conexão de cunho causal e determinado, mas sim de forma contingenteItem As críticas de Michel Foucault à psicanálise : o sujeito do desejo n’As confissões da carne(2025-01-23) Sanvesso, Lucas Koltun; Nalli, Marcos Alexandre Gomes; Balbino, Lorena de Paula; Garboza Junior, José MauroNa obra de Foucault é possível identificar quatro momentos de sua crítica em relação à psicanálise. A recente publicação da História da Sexualidade IV: As Confissões da carne, abre a possibilidade de se encontrar uma mudança, um novo momento de sua análise ou um possível avanço em sua crítica. É recorrente a perspectiva de que o projeto da História da sexualidade compreenderia uma genealogia da psicanálise, e em seu último volume, encontra-se a genealogia do sujeito do desejo. Reconstruindo as leituras que Foucault faz da psicanálise em sua obra e apontando suas especificidades e momentos de transição, este trabalho propõe um quinto momento da crítica foucaultiana à psicanálise, que tem como alvo a noção de sujeito do desejo presente em sua vertente lacaniana. A partir das obras que marcam os posicionamentos de Foucault em relação à psicanálise, apresenta-se como a construção e análise histórica do surgimento do sujeito do desejo está vinculada à leitura crítica dos fundamentos da psicanálise lacaniana, que orientam sua prática. Conclui-se que n’As Confissões da carne Foucault inclui o pensamento de Lacan em um processo histórico mais abrangente, em que estabelece um lastro comum entre santo Agostinho e Lacan em torno do sujeito do desejo.Item Autoconhecimento e sabedoria de vida : estudo sobre aprimoramento da conduta moral em SchopenhauerSilva, Rafael Ramos da; Pavão, Aguinaldo Antonio Cavalheiro [Orientador]; Debona, Vilmar; Weber, José FernandesResumo: O objetivo desta pesquisa consiste em investigar a possibilidade que Schopenhauer guarda para aquilo que chamamos de “aprimoramento de conduta moral” de forma conscientemente ponderada Considera-se este um problema relevante para o pensamento schopenhaueriano na medida em que a estrutura metafísica do mundo resguarda a liberdade como uma condição inteligível da Vontade como coisa-em-si, e que condena a vontade humana, empírica e individual, considerada como o caráter do homem, ao princípio de causalidade que rege todas as coisas; assim, fazendo da ação humana o resultado da estrutura moral dada a ele pela natureza e dos motivos que se apresentam a ele como objetos representados – o que faz também da escolha uma simples ilusão onde o sujeito pensa estar escolhendo quando na verdade estaria apenas observando o conflito dos motivos para que aquele que melhor se adequa ao caráter moral seja tomado como causa da ação praticada Por outro lado, Schopenhauer concebe ainda a noção de caráter adquirido como forma segundo a qual o caráter moral do homem se expõe da maneira mais adequada, dando a entender, assim, que haveria um equívoco em pensarmos a conduta humana como simples resultado de uma equação entre inclinações do caráter inteligível e motivos abstraídos pelo conhecimento Além disso, a noção de caráter adquirido aparece como uma explicação fundamental para a recusa de Schopenhauer do argos logos – crença turca ou fatalismo turco –, isto é, a crença segundo a qual se não há uma autoria consciente sobre nossas ações o mais correto seria que cada indivíduo se lançasse sobre quaisquer inclinações, pois não haveria sentido lutar contra elas quando, na verdade, não estaria sobre nosso poder escolher quem somos e nem mesmo como vamos agir A proposta que trazemos neste texto é de que o problema do sentido de nossos esforços em relação à nossa conduta de vida vai muito além do argumento de Schopenhauer contra a limitação da crença turca por ela não considerar a falta de conhecimento que um indivíduo tem acerca da própria estrutura moral, o que inviabilizaria o abandono dos nossos esforços contra inclinações Nas páginas que se seguem, argumentamos que há uma hipótese afastamento do fatalismo também porque a proposta dos Aforismos para a sabedoria de vida pode conter elementos de continuidade em relação à metafísica da Vontade, em especial à doutrina do caráter adquirido, que permitem não apenas que não se abandone os esforços contra inclinações, mas que permitem pensar ainda a possibilidade de que o autoconhecimento represente a possibilidade de aprimoramento da conduta individual em relação a uma conduta irrefletida e não ponderadaItem O canalha sensato como problema filosóficoPavanello, Paola; Faggion, Andréa Luisa Bucchile [Orientador]; Feldhaus, Charles; Dutra, Delamar José VolpatoResumo: O presente estudo possui como objetivo investigar o problema do canalha sensato a fim de compreender se há razões para lhe oferecer a fim de que não crie exceções do cumprimento das regras de justiça beneficamente para si enquanto os demais indivíduos as observam Para tanto, há uma dificuldade em solucionar o desafio na medida em que parece não haver razão para que esse indivíduo não se beneficie das violações da justiça quando sua ação não trará prejuízos consideráveis para si Assim, a partir da leitura e análise dos textos de David Hume, bem como de seus comentadores, o presente estudo apresenta o problema do canalha sensato, situando-o dentro da teoria moral e política do filósofo, para compreender o que esse indivíduo representa para a teoria do autor Nesse sentido, será analisada tanto a descrição do canalha pelo filósofo, como a resposta fornecida na tentativa de solucionar o desafio, e em que medida sua réplica pode ser considerada suficiente para silenciar o problema Ainda que o objetivo da réplica de Hume não seja o de convencer o canalha a seguir o caminho reto da justiça, sua resposta enfrenta os limites de sua própria teoria moral Isso, porque na medida em que a ação justa em Hume é fundada no interesse, a ação do canalha também é Desta maneira, a filosofia humeana não é capaz de fornecer uma resposta ao canalha a ponto de mostrar que ele teria boas razões para regular sua ação pela moralidade e sacrificar seu interesse Assim, ainda que a filosofia de Hume explique a motivação que falta no canalha que o leva a uma vida de violações ocultas, ela parece não oferecer recursos para que o interesse próprio não seja buscado em todos os casos Pela dificuldade em silenciá-lo, será crucial recorrer a outros sistemas filosóficos que não fundamentem a justiça no auto-interesse a fim de melhor compreendermos quais premissas filosóficas ensejam o canalha Para tanto, as teorias de Platão, Robert Nozick e Joseph Raz serão investigadas na busca de outros pressupostos filosóficos que respaldem a moralidade em uma base mais objetiva acerca dos valores, diferentemente da construção de HumeItem A ciência normal em Thomas Kuhn : apresentação, críticas e respostas dadas por Thomas KuhnPatrício, Maria Júlia de Oliveira Cyrino; Silva, Marcos Rodrigues da [Orientador]; Sousa, Claudiney José de; Nalli, Marcos Alexandre GomesResumo: O trabalho apresentado teve como o objetivo mostrar como se desenvolve a filosofia de Thomas Kuhn, mais precisamente, sua estrutura científica De inicio faço uma análise sobre a ciência normal para mostrar como ela funciona no meio científico de acordo com os pensamentos de Kuhn Porem, quando Karl Popper, Paul Feyerabend e Larry Laudan chegam as conclusões que Kuhn nos mostra em Estruturas das Revoluções Científicas, ás criticas começam a aparecer Portanto, as críticas perante a ciência normal de Thomas Kuhn são aprofundadas e por fim, a necessidade da resposta de Kuhn sobre as críticas dadas e uma sua tentativa de explicar que ele pode estar correto em suas colocações Concluimos que as críticas que foram dadas pelos filósofos foram pertinentes já que muito do que foi colocado ainda não havia sido pensado e talvez não teria sido se não fosse levado em consideração todas as críticas dadas por cada um e as críticas ficam ainda mais pertinentes, principalmente pelo recuo nítido que as vezes Kuhn consegue dar com sua retórica; deixando assim, alguns espaços sem soluções e os cientistas acabam por continuar seguindo os manuais de KuhnItem O conceito de alienação em Ludwig FeuerbachSilva, Jefferson Luiz Schafranski da; Feldhaus, Charles [Orientador]; Weber, José Fernandes; Schütz, RosalvoResumo: Esta Dissertação tem como objetivo reconstruir concepção materialista de Feuerbach na obra A essência do cristianismo, em particular a concepção de alienação religiosa A fim de explicar em que consiste uma abordagem adequada e inadequada à religião e à filosofia, Feuerbach trata da questão da essência do homem e, consequentemente o que aliena o ser humano, a saber, uma concepção equivocada do fenômeno religioso A religião não deve ser entendida como um empreendimento abstrato, que trata de um ser existente independente do ser humano e fora dele Esse texto também procura traçar algumas relações entre a concepção antropológica materialista do fenômeno religioso e suas implicações políticas Assim como Hegel antes dele e Marx depois dele, Feuerbach desenvolve uma concepção filosófica que tem como um elemento central a ideia de um movimento dialético da práxis Explicar essa dinâmica será um elemento importante na reconstrução da maneira como ele compreende a alienação religiosa, principalmente quando se trata da relação do ser humano material e real com a sua essência Feuerbach entende que tratar de forma adequada o fenômeno religioso implica tratar do ser humano enquanto um ser em gênero ou espécie, razão pela qual esse estudo baseando-se na obra A Essência do Cristianismo e outras obras de Feuerbach procura reconstruir tanto o fenômeno da consciência moral alienada quanto da consciência moral não alienada É importante ressaltar que a distinção não tem relevância apenas para a teologia e para a religião, mas também para a filosofia Por conseguinte, o conceito de alienação, um conceito muito utilizado e discutido por Marx, possui em Feuerbach um papel muito importante, uma vez que serve como parâmetro inclusive de uma filosofia que trataria de forma mais apropriada tanto da consciência religiosa quanto de outros problemas da filosofia Além disso, busca-se apresentar a função da crítica emancipatória do pensamento de Feuerbach, que compreende o ser humano como o ator ou agente ativo da realidade históricaItem O conceito de verdade em Ser e Tempo como possível resposta ao conceito de verdade em KantImpério, Fábio Augusto; Santos, Eder Soares [Orientador]; Florentino Neto, Antônio; Weber, José FernandesResumo: Pretende-se investigar, nesta Dissertação , o conceito de verdade em Ser e Tempo, no parágrafo 44, como possível resposta ao conceito de verdade em Kant O caminho para alcançarmos tal objetivo divide-se em três momentos: primeiro, o texto exporá as razões para defendermos o enfrentamento Heidegger/Kant acerca da questão da verdade Em seguida faremos um panorama do conceito tradicional de verdade, ressaltando o conceito de verdade em Kant e a posição de Heidegger em relação a essa tradição Por fim, veremos o conceito de verdade no parágrafo 44 de Ser e Tempo, identificando como o filósofo muda radicalmente o entendimento sobre a questão da verdade, retirando-a de uma análise a partir de uma epistemologia e colocando-a sob a perspectiva da problemática ontológico-fundamental Kant, por um lado, quer fundar uma analítica transcendental, Heidegger, por outro lado, quer fundar uma analítica existencial O percurso teórico aqui proposto tem a intenção de mostrar o conceito de verdade em ambas perspectivas, avaliando em que medida Heidegger consegue responder a Kant