02 - Mestrado - Filosofia

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    Relacões pessoais e democracia : o reconhecimento como base da igualdade democrática em Axel Honneth
    Schimiti, Josilene Aparecida; Feldhaus, Charles [Orientador]; Melo, Rúrion; Faggion, Andrea
    Resumo: Esta Dissertação pretende realizar uma reconstrução dos principais elementos da teoria do reconhecimento de Axel Honneth, tal como desenvolvidos em obras como Luta por reconhecimento (23) e O Direito da Liberdade (215), a fim de tratar de questões relacionadas ao direito igualitário à participação democrática Honneth apresenta seu modelo de democracia radical baseado na teoria do reconhecimento em contraposição ao modelo liberal clássico de política, que compreende o exercício de participação democrática como restrito a pleitos regulares, ao modelo do republicanismo, que exige um papel muito forte das virtudes cívicas dos cidadãos, e ao modelo discursivo, que coloca grande peso nos procedimentos de tomada de decisão na esfera pública política Honneth desenvolve seu modelo de democracia radical baseado na teoria democrática de John Dewey em Democracia como cooperação reflexiva (1997) A proposta baseada na noção de reconhecimento de Honneth compreende três dimensões de reconhecimento intersubjetivo de amor, direitos e solidariedade, entre as pessoas da sociedade visando mitigar os efeitos negativos de práticas sociais desrespeitosas ao próprio exercício de tomada de decisão democrática Esse estudo pretende, partindo de uma reconstrução do modelo do reconhecimento, procurar mostrar como o modelo de reconhecimento compreende a questão do exercício da participação democrática, principalmente como o modelo de reconhecimento chama à atenção para aspectos pré-institucionais do exercício da participação democrática como indispensáveis a uma participação adequada dos cidadãos na esfera pública e deste modo evitar certas práticas de desrespeito como limitadoras de uma participação adequada Por conseguinte, a partir da ideia de desrespeito de Honneth discute algumas condições para a superação de formas de opressão social que recaem sobre os indivíduos e grupos sociais, atinge sua “estima social” e afetam sua participação política Estabelece-se desta maneira, que uma concepção normativa orientada pelo modelo da luta por reconhecimento poderia ser pensada como uma abordagem que trata de aspectos da democracia que são deixados de lado por outros modelos de democracia Qual a relação entre reconhecimento e democracia em Honneth? O respeito aos padrões intersubjetivos de reconhecimento pode ser entendido, na perspectiva de Honneth, como pré-condições a um exercício pleno da participação política na esfera pública
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    O despertar do infinito na finitude : uma análise da evolução da noção de jogo na filosofia de Eugen Fink
    Oliveira, Camila Ferreira de; Weber, José Fernandes [Orientador]; Giubilato, Giovanni Jan; Coli, Anna Luiza Andrade; Santos, Eder Soares; Giubilato, Giovanni Jan [Coorientador]
    Resumo: Este trabalho objetiva apresentar uma análise das diferentes dimensões da noção de jogo delineadas na filosofia de Eugen Fink a partir das perspectivas antropológica, ontológica e cosmológica Realiza-se uma introdução às considerações finkianas a respeito do jogo, podendo-se apontar para a possibilidade de compreender a importância dessa temática em sua obra A partir de uma abordagem antropológica, Fink compreende o acontecimento do jogo humano como um dos modos fundamentais da existência humana no mundo A abordagem ontológica desse acontecimento evidencia que o modo de ser do jogo aponta para a relação que o humano estabelece com o mundo e para a compreensão que o humano possui do mundo, ou seja, aponta para uma compreensão cosmológica do jogo A abordagem cosmológica do jogo é desenvolvida a partir da crítica à metafísica tradicional, direcionada especificamente à filosofia platônica, que não apenas concebeu o jogo como uma mera reprodução da realidade, como também realizou uma “cisão no mundo”, sistematizando uma compreensão ontológica que concebe o Ser a partir de dualidades fixas e imutáveis Fink, então, volta-se para os cultos ritualísticos na vida das comunidades primitivas e argumenta que, nesse contexto, a “não realidade” do mundo do jogo tinha um caráter ontológico elevado em relação às coisas ordinárias da realidade cotidiana Essa compreensão de jogo como uma abertura extasiante em relação à totalidade do mundo evidencia como Fink reabilita o problema do mundo em sua filosofia, radicalizando e superando o método da redução fenomenológica husserliana, por meio da abordagem cosmológica, que compreende o jogo como símbolo do mundo Fink enxerga no jogo o modo como o finito, o ser humano, relaciona-se com o infinito, o mundo, e, de forma especulativa, compreende o próprio mundo como jogo O percurso da filosofia finkiana em relação ao tema do jogo questiona os limites tradicionalmente estabelecidos por uma tradição que despotencializa a dimensão fragmentada e criativa da existência e da sua relação com o mundo Portanto, a interpretação de Fink acerca do jogo aponta para a possibilidade de despertarmos a dimensão de encantamento do mundo em nossa existência, ou seja, para a possibilidade do despertar do infinito na finitude
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    Migrante e Nômade : linhas filosóficas da vida intermezzo
    Stagliano, Déborah Cristina; Grisotto, Américo [Orientador]; Nalli, Marcos; Mansano, Sonia Regina Vargas
    Resumo: Migrantes, o que podem? Discorrer a respeito de migrações consiste em considerar intensamente os alcances da relação entre pensamento e Terra Dessa forma, o objetivo da presente Dissertação é apresentar um novo olhar, ou melhor, uma nova visão filosófica para as migrações a partir da seguinte afirmação de Gilles Deleuze e Félix Guattari, disponível na obra Mil Platôs: “Os nômades e os migrantes podem se misturar de muitas maneiras, ou formar um conjunto comum; não deixam, contudo, de ter formas e condições muito diferentes []” Por conseguinte, este estudo relaciona a pessoa do migrante ao conceito de nomadismo de modo a verificar em que situações e em que aspectos o migrante possui condições de pensar-se como nômade Para tanto, parte-se, primeiramente, da apreciação dos conceitos de Deleuze, muitos destes criados junto a Guattari, a fim de compreender que este processo simbiótico ocorre no pensamento, desfragmentando a imagem de que a pessoa do migrante é somente um itinerante que vai de um ponto ao outro, obedecendo códigos; mas, apresentar o migrante como um criador de sua realidade, de seu modo de vida, afinal, viver não é sobreviver, e sim, criar meios de resistência em potência de agir E para que essa possibilidade ocorra, o migrante deve vivenciar seu personagem conceitual nômade, utilizando-se do processo de fabulação e experimentação do fora; desviando seu pensamento, por fim, das amarras das linhas de morte e do poder
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    A concepção sociológica de Bruno Latour como problematização ao argumento da inferência da melhor explicação
    Minikoski, Debora Domingas; Silva, Marcos Rodrigues da [Orientador]; Plastino, Caetano Ernesto; Santos, Eder Soares
    Resumo: O objetivo deste trabalho é apresentar a concepção sociológica de ciência de Bruno Latour (211, 212 e 213) como uma problematização para a premissa b do argumento realista da inferência da melhor explicação (b) a hipótese H explicou melhor E que outras hipóteses rivais) O debate realismo/antirrealismo tem como dois de seus principais pontos de discussão a questão do processo de construção e de aceitação de teorias Em linhas gerais, realistas defendem que a aceitação de uma teoria implica na sustentação da crença em sua verdade (ou verdade aproximada) e na existência das entidades que ela postula (tanto observáveis quanto inobserváveis) Já antirrealistas defendem que a crença a ser mantida em relação a essas teorias não deve se ligar a verdade, mas se restringir ao seu sucesso empírico Para defender que a dinâmica da ciência ocorre sob a ótica do realismo, muitos realistas fazem uso do argumento da inferência da melhor explicação, que se estrutura da seguinte forma: a) uma evidência E deve ser explicada; b) a hipótese H explicou melhor E que outras hipóteses rivais; c) conclusão: H é passível de crença em sua verdade e as entidades postuladas por H devem ser inferidas Em contrapartida, antirrealistas lançam inúmeras dúvidas acerca do argumento, entre eles estão Bas C Van Fraassen (1989, 27) e Stanford (26) Ambos os autores construíram grandes desafios ao argumento realista no que diz respeito a confiabilidade da avaliação das hipóteses que é pressuposta na segunda premissa do argumento; van Fraassen o fez a partir de uma discussão essencialmente filosófica, já Stanford construiu sua crítica a partir de uma análise filosófica e histórica Há, porém, um terceiro nível de análise da ciência segundo a qual é possível problematizar o argumento realista (também a partir de sua segunda premissa), esse é o nível sociológico A partir da concepção sociológica de Latour, argumentaremos que a análise de ciência do autor suscita a seguinte pergunta: dadas as dificuldades (materiais e teóricas) em se reunir todos os elementos necessários para se construir uma hipótese rival, será que sempre haverá rivais disputando para explicar uma mesma evidência como a premissa b pressupõe?
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    A crítica de Hannah Arendt aos tratados e declarações de direitos do homem
    Pistori, Claudia Aparecida Galindo; Müller, Maria Cristina [Orientador]; Garcia, Bianco Zalmora; Cenci, Elve Miguel
    Resumo: O tema a ser abordado nesta pesquisa trata da crítica de Hannah Arendt aos Tratados e Declarações de Direitos do Homem de 1789 e de 1948, bem como dos documentos de proteção dos direitos humanos, que foram baseados nesta última Carta Com base na crítica de Hannah Arendt será feita uma análise dos refugiados sírios no século XXI e como os direitos humanos não alcançam estes indivíduos, a partir da perda da cidadania síria, de forma semelhante ao que acontecera com os judeus e minorias, no século XX, resguardando-se o contexto histórico e político que diferenciam as duas situações de apatridia Considerando o problema da escassez de proteção dos direitos humanos, a pesquisa detém quatro objetivos a serem alcançados: apresentar as falhas apontadas pela filósofa da Declaração de Direitos do Homem e do Cidadão de 1789, quais sejam: a destinação de proteção contida no documento, que se mostrará uma ilusão; os direitos humanos são impraticáveis; e, a proteção é restrita aos cidadãos Como segundo objetivo, serão apresentadas as dificuldades de proteção apontadas pelo filósofo irlandês Edmund Burke e por Norberto Bobbio, em referência à Declaração dos Direitos do Homem de 1789 O terceiro objetivo será demonstrar que a Declaração dos Direitos do Homem de 1948 é mera intenção de proteção, pois não foi positivada O quarto objetivo será apresentar o conceito de direito a ter direitos, formulado por Hannah Arendt, no sentido de efetiva participação política a todos os indivíduos A Metodologia aplicada será bibliográfica, utilizando-se as reflexões de Hannah Arendt, de Norberto Bobbio e de Celso Lafer Desse modo, observa-se que, de fato, existe um déficit de proteção dos direitos humanos, por estarem eles vinculados à condição de cidadão, o que permite concluir que, ao perder a cidadania, o indivíduo perde todos os direitos civis, políticos e humanos Resta claro, que Hannah Arendt apenas aponta as falhas da proteção dos direitos humanos, descarta a possibilidade de um governo mundial, mas, não diz como colocar em prática o conceito de direito a ter direitos Diante disso, o déficit de proteção dos direitos humanos é mantido e caberá à humanidade refletir sobre este assunto humano e buscar soluções No último tópico do terceiro capítulo desta pesquisa, foram apresentadas algumas sugestões de solução desta escassez de proteção dos direitos humanos, na visão de Celso Lafer que, baseando-se no conceito de soberania plena, que significa que ela deve ser associada aos ideais de autossuficiência e de autodomínio e, não no sentido construído, a partir da criação dos Estados-nações, que delimita a legitimidade do soberano dentro do território nacional Já na visão de Norberto Bobbio, a necessidade de instigar os Estados que ainda não possuem regras específicas para a tutela dos direitos humanos que o façam; e, para aqueles já possuem tais regras, que as aperfeiçoem, seja em relação ao número e qualidade dos direitos que veem a necessidade de serem tutelados, seja na quantidade e qualidade dos controles jurisdicionais utilizados Outras soluções poderão ser pensadas por futuros pesquisadores
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    As críticas de Karl Popper aos critérios de significado de Rudolf Carnap
    Santos, Kelly Cristina dos; Liston, Gelson [Orientador]; Cunha, Ivan Ferreira da; Santos, Eder Soares
    Resumo: O presente trabalho tem como objetivo abordar a posição de Carnap e de Popper a respeito do que ambos entendem como sendo o método mais adequado para avaliar as teorias científicas, bem como para demarcar a ciência da metafísica Tais questões perpassam a análise dos critérios de significado de Carnap, o verificacionismo e, posteriormente, o confirmacionismo Tais critérios foram elaborados com o intuito de proporcionar, por meio da análise lógica da linguagem, o rigor necessário ao conhecimento científico, fundamentado no método indutivo Em seguida, abordaremos o critério metodológico defendido por Popper, o falseacionismo Tal critério de falseabilidade ou refutabilidade do sistema teórico é um critério metodológico, que afirma como sendo científico um sistema teórico, que faz afirmativas que podem se chocar com observações, isto é, capaz de estar sempre exposto às refutações derivadas da experiência Através disso, objetiva-se aprofundar tais questões a partir da análise das críticas de Popper aos critérios de significado de Carnap, em que é possível evidenciar com maior clareza as contribuições lógicas e metodológicas dos argumentos de ambos os filósofos à epistemologia
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    O respeito por seres humanos : definição e justificação em Kant e Rawls
    Stobbe, Emanuel Lanzini; Pavão, Aguinaldo Antonio Cavalheiro [Orientador]; Feldhaus, Charles; Perez, Daniel Omar
    Resumo: A presente Dissertação tem como objetivo tratar da questão filosófica “por que devemos respeitar seres humanos?”, partindo da filosofia moral de Immanuel Kant e da filosofia política de John Rawls – tratando de início, nesse sentido, respectivamente de uma questão ética e outra política sobre o respeito A fim de buscar uma resposta para a questão (ou questões), lanço mão de dois tipos de condições de adequação, segundo as quais uma tentativa de resposta seria bem-sucedida: primeiro, condições para uma definição do respeito (que não seja auto-contraditória, circular ou insuficiente); segundo, condições para uma justificação para o respeito, visando uma resposta válida, que apoie a definição anterior e busque o máximo possível de universalidade) Uma vez colocadas tais condições já em um primeiro momento, (1) trato da filosofia moral kantiana – em especial em Grundlegung zur Metaphysik der Sitten (1785) – para buscar uma definição e uma justificação de respeito, enquanto uma questão inicialmente de cunho ético Argumento que Kant pode, em grande medida, ser considerado bem-sucedido em sua tentativa de definição, mas não de justificação para o requerimento de respeito (considerando sobretudo a estratégia justificatória da dupla cidadania dos seres humanos nos mundos sensível e inteligível) – tendo problemas com relação às condições de adequação para uma justificação Deste modo, (2) buscando escapar dos problemas justificativos de Kant, notadamente dos dualismos aos quais ele recorre, e de um debate metaético entre realistas e anti-realistas morais acerca de uma questão metaética sobre respeito, lanço mão da interpretação construtivista feita por John Rawls da filosofia moral de Kant, especificamente tratando o imperativo categórico como um procedimento de construção de princípios morais – dentre os quais o próprio requerimento de respeito –, a ser considerado como uma primeira alternativa justificatória para a questão Partindo disso, (3) considero ainda a filosofia política de John Rawls, ao tentar responder a uma questão política sobre respeito, de modo a tomar seu próprio construtivismo político como alternativa de resposta, particularmente considerando as noções de “pessoa”, “sociedade bem-ordenada” e “procedimentos de construção” em A Theory of Justice (1971), “Kantian Constructivism in Moral Theory” (198) e Political Liberalism (1993) Minha hipótese é de que a resposta de Rawls também não basta para responder à questão sobre respeito (sendo que as questões ética e política seriam redutíveis a uma mesma questão, de pontos de vista diversos), ao não fornecer uma resposta nem necessariamente internamente consistente, nem suficientemente universal (não satisfazendo, assim, às condições de adequação para justificação)
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    Vínculo e relação entre a metafísica do belo e a ética de Schopenhauer
    Almeida, Camila Berehulka de; Pavão, Aguinaldo Antonio Cavalheiro [Orientador]; Debona, Vilmar; Weber, José Fernandes
    Resumo: O intuito deste trabalho encontra-se justificado na própria definição de Schopenhauer sobre sua filosofia: trata-se de um pensamento único, com diferentes lados, que poderia se chamar tanto ética, quanto metafísica do Belo e ainda, metafísica propriamente dita Portanto, vincular a ética e a contemplação estética torna-se algo elementar na filosofia schopenhaueriana que inclui, além disso, a tarefa de relacionar os conceitos de Belo com a compaixão, a justiça e a caridade e a relação do Sublime com a negação da Vontade Ambas as relações terão em vista o modo como o sujeito opera a ultrapassagem do principium individuationis, ou seja, quando a individualidade já não opera a separação entre o sujeito e os demais seres, tornando viável a identificação com o outro Por conseguinte, além de operar como peça chave nas virtudes morais, ultrapassar o princípio de individuação também é indispensável para o conhecimento independente do princípio de razão suficiente, do qual depende a contemplação estética, em que o conhecimento deixa de estar atrelado ao particular Deste modo, a vinculação entre a ética e o Belo em Schopenhauer pode ser abordada a fim de esclarecer o seguinte questionamento: o conhecimento estético pode ser considerado negação da Vontade? A fim de sustentar uma resposta negativa – pois a negação da Vontade é um processo distinto da supressão do querer no Belo – será preciso elaborar uma panorâmica da filosofia de Schopenhauer a fim de sustentar que o conhecimento puro é o cerne que vincula ética e estética, bem como é o que pode promover a relação entre os conceitos principais de ambas as teorias e que, não implica necessariamente que a elevação do sujeito ao conhecimento puro seja uma negação da Vontade Este exercício panorâmico servirá também para esclarecer algumas dúvidas e defender o pensamento de Schopenhauer de críticas, como por exemplo, acerca da Vontade como coisa-em-si, conhecida pela via interna (corpo), acusada de ser uma contradição tendo em vista a adoção da divisão entre coisa-em-si e fenômeno, que, amiúde, são realizadas sem a devida compreensão da proposta do filósofo de O Mundo como Vontade e como Representação
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    Habitamus, ergo sumus : topologia e subjetividade de Heidegger a Sloterdijk
    Pitta, Maurício Fernando; Weber, José Fernandes [Orientador]; Santos, Eder Soares; Valentim, Marco Antônio
    Resumo: Esta Dissertação pretende articular o problema da relação entre lugar e subjetividade, utilizando de referencial teórico as obras de Martin Heidegger e Peter Sloterdijk Nosso ponto de partida se encontra na discussão proposta por Heidegger na conferência O caminho para a linguagem sobre o caráter originário da linguagem com relação ao ente humano, em sua acepção topológica de casa do ser, isto é, meio universal de sentido ontológico primário Distanciando-se de concepções instrumentalistas, Heidegger afirma que a linguagem ocorre, antes, como lugar de acontecimento de doação do ser ao ente, antecedendo e fundando a própria noção de linguagem como expressão subjetiva A própria subjetividade, em Heidegger, se dissolve como um momento do acontecimento do ser, próprio da modernidade, e que culminaria no acabamento da metafísica como técnica planetária Sloterdijk, por sua vez, a partir de uma leitura sui generis dos escritos de Heidegger, questiona o caráter originário da linguagem como casa do ser ao repensar a questão da técnica, propondo que o próprio ser, que dá sentido ao ente humano, é produto de técnicas de autogenia, insulamento e criação de lugares cossubjetivos de imunidade e intimidade Tais lugares são denominados por Sloterdijk de esferas, conceito que implica a salvaguarda da noção de subjetividade através do deslocamento dela do campo ontológico do individualismo representacionalista moderno para o de uma ontologia relacional, híbrida, cibernética e não-substancialista Propomo-nos investigar, a partir de tais considerações, sobre a maneira como o conceito de esfera, exposto em Esferas I, resolve o desnível na relação entre subjetividade e lugar, no sentido de que a esfera, em que o humano, simultaneamente construindo-a e habitando-a, se encontra sempre em relação com outros, concilia as noções de lugar e de subjetividade, antecedendo e servindo mesmo de base para qualquer configuração linguístico-topológica do espaço habitado Para alcançar esse objetivo, pretendemos primeiramente resgatar os pressupostos da filosofia tardia de Heidegger e a discussão de sua conferência sobre a linguagem, para depois expor o panorama geral de sua obra, a fim de sustentar as divergências entre os pensamentos heideggeriano e sloterdijkiano com o intuito de, por fim, explorar a dissidência de Sloterdijk com relação à tematização da espacialidade, seu conceito de esfera e suas implicações antropológicas e cibernéticas, bem como a noção de subjetividade na obra sloterdijkiana, possibilitando lidar com nossa problemática
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    Criação e impessoalidade em torno do pensamento deleuziano
    Souza, Geysa Gonçalves Rodrigues de; Grisotto, Américo [Orientador]; Weber, José Fernandes; Müller Junior, Guilherme
    Resumo: Partindo do interesse pela criação, a filosofia de Deleuze contribuiu na compreensão da exigência da impessoalidade nesse processo, atestada desde suas primeiras obras A impessoalidade criativa não universaliza, pelo contrário, é o que permite relacionar singularidades múltiplas Surge daí um pensamento sem autoria, múltiplo também nos meios expressivos O tema da impessoalidade é frequente no pensamento do filósofo francês, ocupando e marcando presença mesmo quando não mencionado diretamente, repetindo-se sempre diferenciando-se a cada novo agenciamento que o autor faz, levando ao encontro de conceitos como: transcendental, o fora, hecceidade, virtualidade, memória, corpo sem órgãos, estilo, afecto e percepto
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    Zhuangzi e a desconstrução da substancialidade nos paradoxos lógicos de Huizi
    Tsai, Plinio Marcos; Santos, Eder Soares [Orientador]; Florentino Neto, Antônio; Weber, José Fernandes
    Resumo: A Filosofia Chinesa possui duas correntes de interpretação das coisas, uma é a substancialista, que se aproxima daquela substancialidade clássica da Filosofia Ocidental, enquanto que a outra corrente é da desconstrução da substancialidade, a afirmação de que as coisas são interdependentes e estão em um fluxo constante A primeira é defendida nos escritos de Huizi, a segunda é defendida nos escritos de Zhuangzi A primeira foi responsável pela instauração de uma ideologia que foi capaz de criar o primeiro império chinês, unificou a nação e estabeleceu um padrão de linguagem A segunda foi responsável também por um império que promoveu a maior integração cultural já vista na China antiga Zhuangzi escreve para demonstrar como a substancialidade expressa na lógica de Huizi pode ser desconstruída por meio do vazio de substancialidade e do fluxo-da-interdependência-em-curso Essa analise da desconstrução só é possível no Ocidente pela Filosofia Continental Contemporanea que se inicia em Heidegger, e se desdobra para seus sucessores como Derrida, e de conceitos importantes do precedessor dela, o filosofo Nietzche
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    O egoísmo enquanto virtude : considerações acerca da filosofia moral objetivista de Ayn Rand
    Senra, Franciny Costantin; Faggion, Andréa Luisa Bucchile [Orientador]; Cenci, Elve Miguel; Esteves, Julio Cesar Ramos
    Resumo: Esta Dissertação tem como intuito apresentar e explorar a proposta filosófica elaborada por Ayn Rand (195-1982), denominada de Objetivismo; com ênfase em sua abordagem moral Sendo o Objetivismo um sistema filosófico, inicialmente será abordada a concepção epistemológica, que indica pressupostos necessários que possibilitam o desenvolvimento de sua filosofia moral Em seguida, conceitos centrais apresentados pela autora deverão ser devidamente esclarecidos e compreendidos, quais sejam: egoísmo e razão – verificando em que medida estes se desenvolvem no quadro de suas afirmações acerca da moralidade A partir disso, poderá ser aprofundado o trabalho, no que envolve a crítica ao altruísmo, a valorização do indivíduo, bem como a necessidade de uma reformulação dos valores vigentes entre os homens, através da criação de um novo código de valores moral Serão apresentados os principais conceitos fundantes de duas vertentes do liberalismo clássico; o jusnaturalismo de John Locke e o convencionalismo de David Hume, o que tornará possível tanto uma melhor compreensão da relação do Objetivismo com a tradição liberal quanto uma apreciação crítica das propostas de Ayn Rand Posteriormente, será realizada uma análise do que foi exposto sobre a teoria objetivista, destacando não só sua relevância como também a possibilidade de defesa acerca do que foi indicado A intenção é lançar um olhar mais crítico sobre a proposta de Rand, tendo como objetivo considerar as consequentes possibilidades e limites; compreendendo se a moral objetivista oferece um pensamento rigoroso, digno de reflexão, e observando em que medida o estudo pode seguir adiante ou quais falhas deveriam ser reparadas Por fim, o que se pretende é verificar como ocorreria – e se é plausível – uma nova concepção acerca dos valores morais e no que isso acarreta, principalmente, ao final, numa determinação de um sentido novo para a vida humana na perspectiva de Rand
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    Schopenhauer : a intuição primordial de significação do mundo para além do argumento da analogia
    Cuenca, Juliana dos Reis; Weber, José Fernandes [Orientador]; Pavão, Aguinaldo Antônio Cavalheiro; Debona, Vilmar
    Resumo: A Dissertação visa apresentar outra interpretação para a relação entre a intuição primordial de significação do mundo e a vontade como coisa em si para além do argumento da analogia na filosofia schopenhaueriana O texto indica que o argumento da analogia, por se basear nas formas do conhecimento em sujeito e objeto e nos tipos de conhecimento subjetivo e objetivo, não é suficiente para sanar alguns problemas na metafísica imanente de Schopenhauer O trabalho propõe, por fim, um caminho alternativo para entender a ligação entre a vontade em geral e a intuição primordial, reconhecida por meio da necessidade metafísica do homem, através do conceito de “impossível”
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    Ludwig Feuerbach e a religião enquanto afirmação do homem
    Melo, Adriano Aparecido Ferreira; Espíndola, Arlei de [Orientador]; Pinto, Rodrigo Hayasi; Albertuni, Carlos Alberto
    Resumo: O objetivo da presente Dissertação é a de analisar o problema antropológico religioso em Feuerbach, no qual nos deparamos com consequências filosóficas e religiosas A antropologia se torna um problema a ser discutido, porque é partir dela que Feuerbach dá uma solução à filosofia especulativa, ou seja, tudo o que é abstrato é afirmado como ente real e este ente real nada mais é do que o homem Ao trabalhar esse tema, temos como hipótese a ideia de que a religião, vista como algo positivo, está fundamentada numa releitura da filosofia e da própria religião e ambas se encontram fundadas na antropologia Com a repercussão positiva da religião temos uma estrutura materialista da mesma, pois a partir de Feuerbach a religião não trata mais do ser em abstrato, mas do ser real, assim também será a nova filosofia, uma religião e uma filosofia que se desenvolve com o verdadeiro ser No centro de toda essa discussão está a antropologia, pois esta é a filosofia e a religião por excelência, a religião se torna antropologia e a filosofia é também antropologia e o homem só é afirmado como ente real a partir do momento em que se aceita essa releitura religiosa e filosófica
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    Narciso : ou o individualismo moderno em Gilles Lipovetsky
    Pelogia, Thiago; Nalli, Marcos Alexandre Gomes [Orientador]; Mansano, Sônia Regina Vargas; Pinezi, Gabriel Victor Rocha
    Resumo: Gilles Lipovetsky é um filósofo francês – ainda vivo – que faz uma interpretação do individualismo moderno a partir da ideia de uma atualização na modernidade ocorrida entre os anos 195 e 197 (de modernidade para hipermodernidade) e, desse modo, a partir da ideia de uma atualização do individualismo, consequente de uma segunda revolução individualista, distinta da primeira E nessa investigação ele reconhece mudanças no processo de individualização e na figura do indivíduo moderno, que se dão através do processo de personalização, gerando Narciso, o indivíduo hipermoderno A pesquisa que aqui se apresenta busca levantar análises acerca da concepção de Lipovetsky sobre do individualismo moderno, no esforço por compreender como são constituídos – numa base geral – os processos de individualização do primeiro e do segundo individualismo Para esse trabalho foram consideradas importantes as principais obras do autor que tratam da questão do individualismo, de modo direto ou mesmo indireto, buscando abranger mudanças e atualizações no pensamento do autor, não se atendo a uma determinada faixa cronológica de seu pensamento A partir dessas análises, bem como dos conceitos do autor que abarcam essa questão, buscou-se demonstrar que o pensamento de Lipovetsky possui elementos suficientes que nos permitem considerar que, em sua interpretação do individualismo moderno, cada processo de individualização – tanto da primeira quanto da segunda modernidade – possui uma base geral distinta: o primeiro processo de individualização se dá sobre uma base acumulativa e linear, enquanto o segundo processo de individualização se dá sobre uma base episódica em rede
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    O conceito de verdade em Ser e Tempo como possível resposta ao conceito de verdade em Kant
    Império, Fábio Augusto; Santos, Eder Soares [Orientador]; Florentino Neto, Antônio; Weber, José Fernandes
    Resumo: Pretende-se investigar, nesta Dissertação , o conceito de verdade em Ser e Tempo, no parágrafo 44, como possível resposta ao conceito de verdade em Kant O caminho para alcançarmos tal objetivo divide-se em três momentos: primeiro, o texto exporá as razões para defendermos o enfrentamento Heidegger/Kant acerca da questão da verdade Em seguida faremos um panorama do conceito tradicional de verdade, ressaltando o conceito de verdade em Kant e a posição de Heidegger em relação a essa tradição Por fim, veremos o conceito de verdade no parágrafo 44 de Ser e Tempo, identificando como o filósofo muda radicalmente o entendimento sobre a questão da verdade, retirando-a de uma análise a partir de uma epistemologia e colocando-a sob a perspectiva da problemática ontológico-fundamental Kant, por um lado, quer fundar uma analítica transcendental, Heidegger, por outro lado, quer fundar uma analítica existencial O percurso teórico aqui proposto tem a intenção de mostrar o conceito de verdade em ambas perspectivas, avaliando em que medida Heidegger consegue responder a Kant
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    Pluralismo razoável e democracia : uma reformulação da ideia rawlsiana de uso público da razão e o papel da religião na esfera pública
    Balera, José Eduardo Ribeiro; Feldhaus, Charles [Orientador]; Faggion, Andréa Luisa Bucchile; Dutra, Delamar José Volpato
    Resumo: A sociedade contemporânea é marcada pelo pluralismo de doutrinas abrangentes, religiosas e seculares, que interagem no âmbito político público a partir de suas distintas perspectivas de vida boa Tendo em vista este cenário, o presente trabalho pretende reconstruir o debate estabelecido pelos pensadores John Rawls e Jürgen Habermas acerca do papel da religião na esfera pública, com base na ideia de uso público da razão e de uma ordem democrática plural e inclusiva Deste modo, almeja-se evidenciar a aceitabilidade ou não do recurso a argumentos religiosos no debate público sobre questões relacionadas a elementos constitucionais essenciais e de justiça básica Se admitida sua utilização, propõe-se a avaliar o modo mais apropriado a sua apresentação no processo político deliberativo e em prol da fundamentação segundo razões corretas (freestanding view) que possam ser, igualmente, endossadas pelos cidadãos Inicialmente, expõe-se os alicerces da teoria política rawlsiana e analisa-se sua proposta de razão pública exclusivista e, posteriormente, sua visão ampla de cultura política pública, caracterizada pela inserção da cláusula de tradutibilidade ou também denominada de proviso Em seguida, são apresentados os elementos basilares do pensamento de Jürgen Habermas e retomam-se suas críticas a respeito das possíveis fragilidades do pensamento de Rawls no que tange à participação de religiosos em deliberações públicas, por exemplo, o excessivo ônus argumentativo, mental e psicológico atribuído ao religioso e a colaboração destes nos debates políticos É apresentada também a proposta habermasiana de uma postura pós-secular e não secularista Por fim, investiga-se particularidades advindas deste debate, como a concepção de tolerância adotada pelo pensador norte-americano e pelo filósofo alemão, a viabilidade da neutralidade e do abandono das verdades pelo uso público da razão
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    A história da dupla hélice interpretada a partir do quadro conceitual de Ludwik Fleck
    Luiz, Caio César Malassise; Silva, Marcos Rodrigues da [Orientador]; Nalli, Marcos Alexandre Gomes; Sousa, Claudiney José de
    Resumo: O quadro conceitual de Ludwik Fleck será o ponto norteador da presente Dissertação , que tem por objetivo a análise de um episódio da história da ciência a partir da teoria epistemológica proposta por Fleck O primeiro capítulo, portanto, terá como objetivo sistematizar os principais conceitos de Ludwik Fleck e sua proposta epistemológica, com enfoque nos conceitos de estilo de pensamento e de coletivo de pensamento O passo seguinte será o de expor a história apresentada do conceito de dupla hélice da biologia, tendo em vista a identificação dos elementos que servirão de base para o desenvolvimento do terceiro capítulo, a saber, a detecção do estilo de pensamento vigente, do coletivo de pensamento da época e do contexto científico do período em questão O terceiro capítulo será, portanto, o mais analítico, no qual os dois capítulos anteriores serão utilizados e onde a história da formação do conceito de dupla hélice do DNA será submetida a análise a partir dos conceitos de Fleck desenvolvidos no decorrer da Dissertação
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    Jacobi e a questão do idealismo como niilismo
    Ribeiro, Sergio Adriano; Weber, José Fernandes [Orientador]; Paschoal, Antônio Edmilson; Rabelo, Rodrigo Cumpre
    Resumo: Propõe-se uma compreensão sobre a temática do Idealismo como niilismo E, para tal propósito, busca-se uma abordagem da “Carta de Jacobi a Fichte sobre o niilismo”, redigida em março e publicada no outono de 1799 É a partir da crítica de Jacobi ao Idealismo que surge propriamente o conceito filosófico do niilismo, o qual pode ser localizado no final do século XVIII O contexto da carta revela uma intensa discussão filosófica que envolve Spinoza, Kant e Fichte Jacobi viu em Spinoza a eliminação da subjetividade real; em Kant, o problema concernente a finitude do pensar e da subjetividade em relação ao problema da coisa em si; e em Fichte a questão do ateísmo e niilismo Partimos do pressuposto de que é, sobretudo, na interpretação de Jacobi, a respeito da identidade do niilismo, que o termo adquire maior consistência, apresentando-o como responsável pelo processo de aniquilação da realidade, provocado pela redutiva posição fundamental do status monológico da razão que quebra a relação ontológica Essa força do niilismo é parte integrante da subjetividade racional, em que a pura razão é artificial, uma percepção niilista da realidade
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    Consciência como negatividade e indeterminismo em Sartre
    Bastos, Jackson Valentim; Santos, Eder Soares [Orientador]; Perius, Cristiano; Weber, José Fernandes
    Resumo: O propósito deste trabalho é analisar como se configura o pensamento sartreano a respeito da conduta humana, em que bases ela se constitui, que tipo de existência ela confere ao homem e como a noção de presença contribui para esse debate Nesse intuito percorremos alguns escritos de Sartre, com especial atenção em A transcendência do ego e O ser e o nada, tendo em vista assimilar como a noção de consciência coopera para a caracterização da condição humana, tendo em vista o modo como o homem fundamenta sua conduta e pode vislumbrar as possibilidades de se constituir no mundo A reflexão se debruça sobre algumas noções, como natureza humana, existência, conduta, situação, consciência e presença, que merecem uma atenção especial para pensar a condição humana na perspectiva da filosofia de Sartre Desse modo, a pergunta que rege nossa investigação é: qual a visão de Sartre a respeito da existência humana e como a noção de consciência que ele adota corrobora com a efetivação do comportamento humano?