02 - Mestrado - Filosofia

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    A constituição do Eu em Hannah Arendt
    (2024-01-23) Ribeiro-Cantu, Aline Maria; Müller, Maria Cristina; Schio, Sônia Maria; Santos, Eder Soares
    Esta pesquisa analisa a constituição do Eu em Hannah Arendt, concentrando-se em dois momentos centrais de seus escritos: a abordagem da solidão como experiência existencial radical de perda do Eu e a dualidade da identidade na atividade do pensar, em que um Eu se transforma em dois, metaforizando o diálogo interno do pensar. Pergunta-se pela constituição do Eu em Hannah Arendt, de modo que o objetivo central é compreender como tal constituição se apresenta ao mundo. Utilizando a revisão bibliográfica como metodologia, foram examinados os textos Que é filosofia da existência, Origens do Totalitarismo, A Condição Humana e A Vida do Espírito, bem como Eichmann em Jerusalém, Karl Jaspers: uma laudatio e Karl Jaspers: Cidadão do Mundo. A análise permitiu localizar momentos específicos em que Arendt aborda a noção do Eu e discute temas relacionados, como a questão do ser, do pensamento, da identidade, da pessoa e da personalidade que emerge no mundo por meio de atos e palavras. Verificou-se que, em Arendt, o Eu é formado por meio de relações com os outros, com o mundo e consigo mesmo, caracterizado pela pluralidade do diálogo interior e do diálogo exterior. O Eu é concebido como plural, relacional e livre. Em contextos sociais fragilizados, a falta de responsabilidade pelo mundo resulta em indiferença e individualismo, culminando na busca de refúgio em um mundo lógico e coerente. Conclui-se que o Eu, se privado de relações, torna-se cindido, apresentando uma falta que fragiliza sua posição no mundo. Esse Eu fragilizado pode escolher não se responsabilizar pelo mundo em que vive, gerando uma disposição generalizada de indiferença em relação às demais perspectivas.
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    Da paridade de participação como paradigma normativo na concepção de justiça de Nancy Fraser
    (2024-01-24) Prestupa, Pamela Pereira; Feldhaus, Charles; Britto, Evandro Oliveira de; Scherer, Fábio César
    Partindo da teoria crítica de Nancy Fraser, sob a discussão redistribuição-reconhecimento como foco inicial, o presente trabalho almeja examinar o princípio da paridade de participação como fundamento normativo de sua concepção de justiça. Para tal fim, é necessário pontuar as divergências e convergências entre as esferas de redistribuição e reconhecimento, bem como tratar dos comentários e críticas da autora às teorias monistas, de modo a examinar seus efeitos práticos nas reivindicações sociais. Para tanto, faz-se necessário explorar conceitos básicos de formação da estrutura social contemporânea e o diagnóstico das injustiças decorrentes desta de modo que se compreenda a sociedade contemporânea como uma ordem institucional multifacetada, na qual coexistem diversos eixos de subordinação e de opressão, que se entrecruzam e se reforçam mutuamente em uma sociedade transnacional. Como conclusão, pretende-se defender o princípio da paridade de participação como paradigma normativo central na concepção de justiça de Nancy Fraser demonstrando a sua efetividade para a métrica das demandas sociais na atualidade, que requerem uma análise integrada: redistribuição, reconhecimento e representação.
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    O compromisso com a equidade : um estudo sobre os mecanismos de justificação em Rawls, seus críticos e uma possibilidade de aplicação
    (2023-07-27) Souza, Rafaela Ferreira de; Feldhaus, Charles; Faggion, Andréa Luisa Bucchile; Dutra, Delamar José Volpato
    Este estudo visa a reconstruir os principais elementos das estratégias de justificação da concepção de justiça de Rawls, especialmente em suas obras Uma teoria da justiça e Liberalismo político. Rawls fundamenta-se nos valores compartilhados de liberdade e igualdade nas sociedades contemporâneas, criando um conjunto de conceitos, tais como a posição original, equilíbrio reflexivo, consenso sobreposto e o ideal de razão pública, para identificar e justificar princípios de justiça. Nesse estudo, buscamos compreender como Rawls desenvolve sua estratégia argumentativa nessas obras e aplicar os princípios estabelecidos a questões concretas, embora reconheçamos algumas dificuldades práticas e culturais que essa aplicação pode enfrentar. Também abordaremos as críticas aos mecanismos de justificação feitas por Habermas e Dworkin. Um aspecto fundamental da teoria de Rawls destacado neste estudo é a importância da equidade, argumentando que a justiça requer tratamento igualitário para todos os cidadãos, garantindo que as desigualdades sociais sejam justificadas e que aqueles em posições menos privilegiadas tenham oportunidades justas de alcançar uma vida digna. Além disso, examinaremos como a razão pública pode auxiliar na resolução de questões religiosas em sociedades pluralistas, onde a laicidade do Estado é um princípio importante. Compreendendo as estratégias de justificação da concepção política de justiça de Rawls, esperamos contribuir para o debate sobre o papel da filosofia política na construção de sociedades mais justas e equitativas, além de compreender as possibilidades e limitações da aplicação de seus princípios em sociedades reais. Ao analisar os diferentes mecanismos de justificação de Rawls, é possível entender as diversas abordagens para justificar princípios de justiça e avaliar qual deles é mais adequado para uma determinada sociedade. Ademais, ao estudar esses mecanismos, podemos identificar limitações e desafios à aplicação da razão pública em sociedades concretas, buscando encontrar soluções úteis e eficazes para promover a justiça em cada contexto.
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    Modificações de kant na sua concepção de direito dos estados e cosmopolitismo : um estudo das exposições de 1784 e 1795
    (2023-07-31) Costa, Angélica Godinho da; Scherer, Fábio César; Cunha, Bruno; Feldhaus, Charles
    O presente trabalho trata do cosmopolitismo e, por aderência, do direito dos Estados, dado que aquele por vezes está atrelado com esse, em duas das suas principais exposições em Kant, a saber, nos escritos Ideia de uma história universal com um propósito cosmopolita (1784) e À paz perpétua (1795). Recentes estudos apontam mudanças na visão kantiana do cosmopolitismo — e de conceitos a ele vinculados — entre as décadas de 1780 e 1790 (Pauline Kleingeld, Joel Thiago Klein, Georg Cavallar, Claudio Corradetti e Martha C. Nussbaum, entre outros intérpretes kantianos) que, por muitos anos, teriam sido negligenciadas. Neste contexto se insere a nossa pesquisa, que pretende investigar se houve de fato alterações nestas concepções, bem como indicar como elas devem ser interpretadas no escopo kantiano: enquanto desenvolvimento linear, em que há explicitação de características de uma mesma concepção originalmente posta, ou na esteira de uma nova proposta, marcada pela reconfiguração das características legislativas e executórias no direito dos Estados, e pelo novo status e função do cosmopolitismo no corpus jurídico kantiano. Iniciamos a análise de cada uma das exposições kantianas com a apresentação dos pressupostos e do arcabouço teórico em que os tópicos em questão se encontram inseridos e, em seguida, buscamos identificar as suas notas típicas, visando a posterior investigação se houve alterações significativas entre as exposições e onde elas ocorreram de forma mais acentuada. Ao final do trabalho, a título de anexo, apresentamos a tradução (de minha autoria) do artigo On Dealing with Kant’s Sexism and Racism de Pauline Kleingeld, visando enriquecer a discussão sobre alguns aspectos que intersectam com a concepção kantiana de direito dos povos e cosmopolitismo e, sobretudo ilustrar o perfil flexível do pesquisador Kant que busca adequar as suas visões aos princípios da sua filosofia, tal como faz ao remodelar a sua visão sobre a hierarquia das raças, a superioridade branca, o colonialismo e a escravidão a partir da metade da década de 90 com a introdução do “direito cosmopolita” enquanto uma esfera própria do direito público.
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    O método de Wittgenstein e a alternativa ao nativismo: a gramática como objeto de investigação gramatical
    (2024-01-24) Soares, Thauan Santos; Donat, Mirian; El-Jaick, Ana Paula Grillo; Peruzzo Júnior, Léo
    O propósito desta dissertação é conduzir uma investigação sobre a aquisição da linguagem e da gramática, explorando o embate entre a Teoria da Linguagem como Instinto, aqui personificada por Steven Pinker e fundamentada em Noam Chomsky, e a tradição da Teoria da Aquisição da Linguagem Baseada no Uso, encabeçada por Michael Tomasello e enraizada na filosofia de Ludwig Wittgenstein. Nossa meta é sustentar, a partir de uma perspectiva Wittgensteiniana, que as explicações propostas pelas teorias nativistas não contribuem efetivamente para o entendimento dos fenômenos que buscam esclarecer. Em vez disso, ao fundamentar suas explicações no idealismo e no mentalismo, essas teorias tendem a obscurecer ainda mais a compreensão dos processos linguísticos. Assim, ao contrapor o nativismo à abordagem baseada no uso, nosso objetivo principal é demonstrar a viabilidade de desenvolver abordagens alternativas para a compreensão da gramática, especialmente no que concerne às diversas práticas que conferem sentido a ela. Para alcançar nossos objetivos delineados, examinaremos os principais componentes do método de investigação gramatical concebido por Wittgenstein, a fim de destacar as ferramentas metodológicas que possam se revelar benéficas tanto para desafiar o nativismo como para construir uma teoria da aquisição da linguagem ancorada no uso. Posteriormente, nossa abordagem incluirá uma análise do contraste entre Pinker e Tomasello sob duas óticas distintas. A primeira perspectiva engloba uma avaliação comparativa das origens da linguagem e dos fatores biológicos, sociais e ontogenéticos que facilitam a aquisição e o desenvolvimento linguístico. A segunda perspectiva se concentra nos próprios processos de aquisição da linguagem.
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    Consciência da morte e indestrutibilidade do ser: uma conexão entre os capítulos 17 e 41 do tomo II de o mundo como vontade e representação de Arthur Schopenhauer
    (2023-06-23) Gomes Weber, Camila; Pavão, Aguinaldo; Rodrigues, Eli Vagner Francisco; Feldhaus, Charles
    Este trabalho consiste em sustentar que a compreensão schopenhaueriana dos vínculos entre a disposição metafísica do humano e o problema da morte, considerações de Schopenhauer apresentadas no capítulo 17 dos Suplementos aos quatro livros do primeiro tomo de O mundo como vontade e como representação, intitulado Sobre a necessidade metafísica do ser humano, adquire alcance e profundidade plenos quando complementadas com as reflexões expressas no capítulo 41 dos mesmos Suplementos, intitulado Sobre a morte e sua relação com a indestrutibilidade de nosso ser em si, acerca do que É a morte e o que é ATINGIDO por meio dela. Assim, para que o objetivo seja alcançado, serão apresentados os principais componentes da filosofia de Schopenhauer sobre a morte presentes em ambos os capítulos supracitados, quais sejam: 1. O temor da morte como manifestação da Vontade de vida no indivíduo; 2. A especificidade das compreensões filosóficas e religiosas da necessidade metafísica do ser humano; 3. A teoria da Ideia e Espécie como superação dos condicionantes individuais; 4. A distinção entre Vontade e Intelecto para a compreensão da indestrutibilidade da verdadeira essência; e, por fim, 5. A Vontade como o núcleo indestrutível de nosso ser que a morte não afeta, visto que ela é apenas uma ação sobre a dimensão representativa do humano. A partir disso, será mostrado que os capítulos 17 e 41 do Tomo II d'O Mundo são complementares de forma indispensável para a compreensão da metafísica da morte em Schopenhauer, já apresentada inicialmente no parágrafo 54 do Tomo I d’O Mundo.
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    J.-J. Rousseau: do cuidado com a natureza e o viver em harmonia
    (2023-04-13) Santos, Fábio José dos; Espíndola, Arlei de; Moscateli, Renato; Scherer, Fábio César
    O trabalho enfatiza a compreensão de Jean-Jacques Rousseau sobre os elementos que compõem a interioridade do homem e dos diferentes ambientes naturais em que este se insere, bem como as relações entre essas duas esferas. A natureza é fator preponderante e estruturante para a construção das ideias do genebrino, de modo que, ela percorre toda a sua obra. Assim, o trabalho busca evidenciar, em várias de suas obras, a formação do ambiente natural construído a partir do conceito de natureza proposto pelo genebrino. No primeiro capítulo tratamos sobre o estado de natureza, com destaque ao ambiente natural que envolvia o bom selvagem e, posteriormente, o desenvolvimento do jovem Emílio, utilizando como referências a primeira parte do Segundo Discurso e os Livros I, II e III do Emílio. No segundo capítulo dissertamos sobre a ordem da natureza e o ambiente natural que se têm na relação entre o homem e a sua natureza, de maneira mais espiritual, religiosa e sentimental. Para esse fim utilizamos como referências a Profissão de fé do vigário saboiano (presente no Livro IV de Emílio) e a Sétima Caminhada dos Devaneios. Já o terceiro capítulo aborda as aproximações do homem, já corrompido pela sociedade, com a natureza, de forma a criar um ambiente natural nesses espaços. Aqui utilizamos como referências o Livro V do Emílio, a Quinta Caminhada dos Devaneios e as Cartas XI (Quarta Parte) e II (Quinta Parte) de Júlia ou A Nova Heloísa. Tem-se como resultado que o ambiente natural, mesmo que não seja diretamente mencionado pelo pensador, apresenta-se como um elemento externo na relação do homem com tudo o que o cerca, de modo a evidenciar um ordenamento em que o homem possa, mesmo em determinados espaços de tempo, viver harmoniosamente numa reconciliação de sua natureza com a cultura.
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    Política moral em Kant
    (2023-03-28) Santos, Cleiton Marcolino Isidoro dos; Scherer, Fábio César; Pavão, Aguinaldo Antônio Cavalheiro; Perez, Daniel Omar; Hahn, Alexandre; Feldhaus, Charles
    Esta dissertação tem como objetivo apresentar os pressupostos jurídicos e morais da política em Kant, a fim de evidenciar que, além dos estritos elementos jurídicos que abarcam o conceito de política, há também elementos morais que fundamentam o agir público. Isto posto, a questão central desta pesquisa configura na demonstração de pressupostos morais que permeiam a ação política. Para isso, se fará necessário identificar os pressupostos jurídicos de fundamentação da política apontados na Doutrina do direito apresentada por Kant na Metafísica dos costumes, além de definir o caráter exercitante da política como aplicação da doutrina do direito. Por conseguinte, iniciará o questionamento quanto aos pressupostos morais que circundam a política. Nessa perspectiva, se apresentará a relação entre o direito e a moral sob a discussão se há elementos morais na fundamentação do direito e; a relação entre a política e a moral sob a apresentação de circunstâncias onde o agir político harmoniza-se com o mandamento moral. Feito tais apontamentos, esta pesquisa pretende clarificar os elementos jurídicos e morais que consubstanciam o agir político na sociedade civil, apresentando como ponto fulcral o papel da moral em tal proceder.
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    “Self-ownership” e propriedade privada: o conflito normativo sobre direitos de propriedade privada e a justiça distributiva no libertarianismo de direita e de esquerda
    (2023-04-04) Motta, Caio; Faggion, Andréa Luisa Bucchile; Vita, Álvaro de; Feldhaus, Charles
    No debate contemporâneo sobre filosofia política e justiça distributiva, o conceito de self-ownership aparece, especialmente no libertarianismo, como um importante elemento do argumento moral que justifica tanto os direitos que os indivíduos têm sobre o próprio corpo, como direitos de propriedade privada em recursos externos. Nesse sentido, nosso problema de pesquisa diz respeito à possibilidade de se conciliar self-ownership e uma distribuição igualitária de recursos externos, ou se a self-ownership somente nos confere o direito de não providenciar recursos e serviços a outros indivíduos, legitimando uma distribuição desigual de recursos externos. Desse modo, essa pesquisa tem como objetivo analisar, por meio da comparação dos argumentos normativos utilizados nas duas vertentes da teoria libertariana, como o libertarianismo de direita (representado, nessa pesquisa, por Eric Mack e Jan Narveson) e o libertarianismo de esquerda (representado por Hillel Steiner e John Christman) pensam a natureza da self-ownership como justificativa de direitos de propriedade privada e legitima moralmente distribuições igualitárias ou desiguais de recursos externos. A partir dessa discordância, propomos entender como ambas as visões pensam consequências distintas e contraditórias para a self-ownership no campo da justiça distributiva. No final, concluímos que self-ownership não pode ser conciliada com uma distribuição igualitária de recursos externos.
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    A função crítica do ócio: a educação no período intermediário de Nietzsche
    (2023-04-14) Mazamboni, Gabriel; Weber, José Fernandes; Pitta, Maurício Fernando; Hardt, Lucia Schneider
    Ao abandonar os ideais de Schopenhauer e Wagner, sobretudo por identificar neles a reproducao de aspectos nocivos da Modernidade, Nietzsche escreve Humano, Demasiado Humano e inaugura uma nova fase em sua filosofia, que pode se caracterizar como uma reconciliacao com a ciencia a fim de combater a influencia moral, religiosa e metafisica para a construcao de uma cultura superior que toma a Grecia Antiga como aspiracao. Em um aforismo intitulado Em favor dos ociosos, Nietzsche expoe a decadencia dos eruditos e dos chamados “homens ativos” e a incapacidade destes de fruir uma vida contemplativa. A partir da valorizacao que o filosofo concebe ao ocio e a contemplacao, intende-se mapear suas concepcoes de modo a inseri-las no problema da educacao oriunda da Modernidade, questionar sua relevancia no Cultivo de Si, discutir a figura do espirito livre neste ambito, e identificar a ambiguidade da ciencia no periodo intermediario de sua producao tomando o perspectivismo como parametro.
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    Keiji Nishitani e o esvaziar-se: sunyata (vacuidade) como alternativa à consciência
    (2023-03-01) Fávaro, Eduardo Gomes; Santos, Eder Soares; Weber, José Fernandes; Tsai, Plínio Marcos
    Esse trabalho tem como objetivo geral compreender a análise de Keiji Nishitani acerca da consciência e sua proposta de intervenção a esse modelo de existência que levou o homem a sentir-se desconectado do mundo e dos outros seres. Para isso, parte-se da leitura das obras Religion and Nothingness e On Buddhism, bem como de seus principais comentadores. Diante disso, abordam-se os seguintes tópicos: a importância da religião para o Nishitani, a construção das bases filosóficas ocidentais a partir de Descartes, a análise do niilismo e seus desdobramentos, a proposta de Nishitani que parte do conceito de sunyata derivado do budismo e a consequência desse modelo de existência. Com isso, compreendem-se alguns pontos relevantes da contribuição Nishitani ao pensamento universal e sua crítica social. Dentre elas, tem-se a descrição do autor sobre o fato do progresso realizado no O cidente ter levado o homem a um sentimento de solidão cósmica. Isso ocorreu devido às relações com a natureza e com Deus, que davam sentido e significado a existência, terem sido rompidas, ocasionando o niilismo. Deste derivaram-se duas formas, o criptoniilismo, marcado por um movimento não percebido pelas massas, que deslocam suas atenções a atividades que buscam justificar as próprias vidas, e também um niilismo consciente, mas que ainda se percebe e sente-se como um estrangeiro no mundo. Como proposta, Nishitani resgata os valores da religião primitiva ao buscar uma possibilidade de intervenção através de uma análise budista, na qual a racionalidade mal direcionada e o ego são evidenciados como obstáculos à vacuidade (Sunyata). Sunyata possibilita ao indivíduo não só entrar em contato profundo com a realidade, natureza e outros seres, mas também tornar-se realidade, natureza e outros seres em uma visão cosmo-ética que remodela toda a forma de existência e relação com o mundo, que até então se baseavam principalmente no cogito cartesiano. Portanto, a grande contribuição de Nishitani, se dá a partir da ideia de que podemos caminhar pela vida sem fugir para outras transcendências, reconhecendo a vacuidade. Esta possibilita um existir profundo no aqui e agora que tem como base o esvaziar-se do “eu” desvelando a talidade de si e do todo.
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    Hannah Arendt e a questão da ideologia
    (2023-03-29) Cruz, Robson José Valentino; Müller, Maria Cristina; Correia, Adriano; Nalli, Marcos Alexandre Gomes
    O tema da presente pesquisa é a concepção de ideologia apresentada por Hannah Arendt. Questionam-se o que é ideologia para Arendt e como a modernidade contribui para o seu uso como dominação. A pesquisa justifica-se por considerar que a ideologia na concepção de Arendt é um fenômeno da era moderna. A ideologia, como lógica de uma ideia, se configura como força que controla e guia o pensamento das pessoas e suas ações, vindo a substituir o senso comum. O senso comum, o “sexto sentido”, que possibilita o juízo reflexivo, é substituído pela ideologia transformando-se em força material da psicologia das massas. Arendt assevera que os movimentos totalitários modernos fazem uso da ideologia para controlar externa e internamente as pessoas; a linguagem, a história, o racismo e a religião assumem papel preponderante, contribuindo para a dominação da ideologia. Deste modo, a pesquisa tem como objetivo analisar como a ideologia é realizada materialmente na sociedade no que diz respeito à linguagem, a história, ao racismo e a religião. A pesquisa preocupa-se também em debater fenômenos que exemplificam como as ideologias funcionam para a fundamentação e propagação do racismo, como estopins para guerras civis, fundamento para o nacionalismo e para os movimentos étnicos e de classe, bem como para fundar e manter regimes totalitários comuns na Europa do Século XX. A hipótese aponta que a recusa ao pensar livremente é um aspecto importante das ideologias, uma recusa ativa de abertura ao mundo que destrói o poder de julgar e de compreender. Mais importante do que o conteúdo teórico, bem como a doutrina que a ideologia professa, é a cegueira que ela causa, em virtude da recusa ao mundo real e da falta de qualquer espaço para a pluralidade; recusa aos elementos que propiciam o exercício do julgamento e da autonomia de julgamento. A pesquisa é bibliográfica e concentra-se principalmente na obra de Hannah Arendt Origens do totalitarismo. Conclui-se que os regimes totalitários e os Estados Nacionais fizeram uso das ideologias — em seu aspecto político e racial — para alcançar o objetivo de dominação total de maneira a culminar não apenas no isolamento político, que está ligado à vida pública dos cidadãos, mas também na destruição interna da capacidade das pessoas refletirem e estabelecerem juízos acertados.
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    A liberdade intelectual em Schopenhauer
    (2022-12-16) Pereira Junior, Antonio Alves; Pavão, Aguinaldo Antonio Cavalheiro; Durante, Felipe dos Santos; Weber, José Fernandes
    O objetivo principal da presente dissertação é a investigação sobre a formação e significação do conceito de liberdade intelectual que surge em Schopenhauer na obra Sobre a liberdade da vontade e aparece vez ou outra de modo direto ou indireto em outras de suas obras. No entanto, muitos conceitos importantes das discussões filosóficas schopenhauerianas também são trabalhados e abordados sob a perspectiva de aumentar a compreensão e de fornecer um detalhado e pormenorizado estudo da liberdade. São esses conceitos principalmente a responsabilidade moral, a justiça eterna, as formas de causalidade, a negação da vontade, o fatalismo e a loucura, que dão como que o intervalo tonal e compõem o campo harmônico para vez ou outra, recorrer de novo à tonalidade principal, ou seja, à liberdade intelectual. Uma importante reflexão levantada ao final da dissertação e que se configura como uma das suas principais contribuições para a comunidade filosófica schopenhaueriana especializada se trata da hipótese de pensar a loucura, no âmbito da filosofia e do entendimento de Schopenhauer, como que deslocada da estética para a ética, de modo a entendê-la não apenas como rompimento do fio da memória, mas também como estando nos santos e negadores da vontade como loucura divinatória, nas palavras de Sócrates e expostas por Platão, tal como busquei mostrar.
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    Uma arqueologia da noção de contracontrole
    (2022-07-22) Cicotte, Luiz Guilherme Nunes; Nalli, Marcos Alexandre Gomes; Lopes, Carlos Eduardo; Pez, Tiaraju Dal Pozzo
    B. F. Skinner é um autor fundamental para uma certa proposta de Psicologia, haja visto o Comportamentalismo. Há em seu pensamento um conceito denominado “contracontrole” que, dentre os autores contemporâneos, parece ser essencial para as discussões políticas. Oriundas desde a década de 1970, tais discussões se configuram como uma aproximação entre a perspectiva comportamentalista e política. Sendo assim, a presente pesquisa procurou apresentar uma matriz conceitual sobre a noção de contracontrole. Inicialmente nos textos do autor e, em seguida, mapear sua dispersão na literatura especializada de matriz anglófona e brasileira. No primeiro capítulo foi realizada uma investigação nos livros publicados pelo autor, cobrindo da década de 1930 a 1980. No segundo, foi apresentado como o conceito de contracontrole é discutido na literatura especializada anglófona e tal organização das discussões resulta nos seguintes pontos: a) contracontrole como algo desejável; b) contracontrole como algo indesejável; c) contracontrole e liberdade; d) contracontrole e resistência. Por fim, no terceiro capítulo, foi realizado o mesmo movimento em relação à literatura especializada de matriz brasileira, investigando agora, artigos publicados em revistas, dissertações e teses. A discussão nessa literatura resultou nos seguintes aspectos: a) efeito do controle aversivo, sendo um efeito colateral indesejado, subproduto de contingências aversivas nas quais o organismo está submetido; b) tratado como comportamentos específicos com exemplos genéricos; c) em termos de contingências contracontroladoras. Adotou-se a postura arqueológica para tais investigações. A arqueologia se configura como uma forma de pensamento que desenvolve temas para além de ser meramente uma questão metodológica. Como contribuição para os estudos em relação à noção de contracontrole, em linhas gerais o conceito pode ser organizado da seguinte maneira: uma classe de comportamentos controlados por contingências contracontroladoras que tem por função, seja direta ou indiretamente, diminuir, eliminar, destruir o controle por contingências opressivas, podendo se dar no nível individual e no nível grupal. Por fim, observou-se que no campo da psicologia comportamentalista parece que tem se apresentado uma certa insegurança em sua própria cientificidade, no sentido de sua primazia em relação aos outros campos. Há um movimento cada vez maior de abertura às questões. A própria noção de contracontrole, apesar de não ser tão desenvolvida tanto na matriz anglófona quanto na brasileira, está aparecendo e sendo discutida no campo da política. A partir disso, parece que um novo campo de possibilidades se abre, no qual a noção de contracontrole pode ter um papel fundamental.
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    Relacões pessoais e democracia : o reconhecimento como base da igualdade democrática em Axel Honneth
    Schimiti, Josilene Aparecida; Feldhaus, Charles [Orientador]; Melo, Rúrion; Faggion, Andrea
    Resumo: Esta Dissertação pretende realizar uma reconstrução dos principais elementos da teoria do reconhecimento de Axel Honneth, tal como desenvolvidos em obras como Luta por reconhecimento (23) e O Direito da Liberdade (215), a fim de tratar de questões relacionadas ao direito igualitário à participação democrática Honneth apresenta seu modelo de democracia radical baseado na teoria do reconhecimento em contraposição ao modelo liberal clássico de política, que compreende o exercício de participação democrática como restrito a pleitos regulares, ao modelo do republicanismo, que exige um papel muito forte das virtudes cívicas dos cidadãos, e ao modelo discursivo, que coloca grande peso nos procedimentos de tomada de decisão na esfera pública política Honneth desenvolve seu modelo de democracia radical baseado na teoria democrática de John Dewey em Democracia como cooperação reflexiva (1997) A proposta baseada na noção de reconhecimento de Honneth compreende três dimensões de reconhecimento intersubjetivo de amor, direitos e solidariedade, entre as pessoas da sociedade visando mitigar os efeitos negativos de práticas sociais desrespeitosas ao próprio exercício de tomada de decisão democrática Esse estudo pretende, partindo de uma reconstrução do modelo do reconhecimento, procurar mostrar como o modelo de reconhecimento compreende a questão do exercício da participação democrática, principalmente como o modelo de reconhecimento chama à atenção para aspectos pré-institucionais do exercício da participação democrática como indispensáveis a uma participação adequada dos cidadãos na esfera pública e deste modo evitar certas práticas de desrespeito como limitadoras de uma participação adequada Por conseguinte, a partir da ideia de desrespeito de Honneth discute algumas condições para a superação de formas de opressão social que recaem sobre os indivíduos e grupos sociais, atinge sua “estima social” e afetam sua participação política Estabelece-se desta maneira, que uma concepção normativa orientada pelo modelo da luta por reconhecimento poderia ser pensada como uma abordagem que trata de aspectos da democracia que são deixados de lado por outros modelos de democracia Qual a relação entre reconhecimento e democracia em Honneth? O respeito aos padrões intersubjetivos de reconhecimento pode ser entendido, na perspectiva de Honneth, como pré-condições a um exercício pleno da participação política na esfera pública
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    O despertar do infinito na finitude : uma análise da evolução da noção de jogo na filosofia de Eugen Fink
    Oliveira, Camila Ferreira de; Weber, José Fernandes [Orientador]; Giubilato, Giovanni Jan; Coli, Anna Luiza Andrade; Santos, Eder Soares; Giubilato, Giovanni Jan [Coorientador]
    Resumo: Este trabalho objetiva apresentar uma análise das diferentes dimensões da noção de jogo delineadas na filosofia de Eugen Fink a partir das perspectivas antropológica, ontológica e cosmológica Realiza-se uma introdução às considerações finkianas a respeito do jogo, podendo-se apontar para a possibilidade de compreender a importância dessa temática em sua obra A partir de uma abordagem antropológica, Fink compreende o acontecimento do jogo humano como um dos modos fundamentais da existência humana no mundo A abordagem ontológica desse acontecimento evidencia que o modo de ser do jogo aponta para a relação que o humano estabelece com o mundo e para a compreensão que o humano possui do mundo, ou seja, aponta para uma compreensão cosmológica do jogo A abordagem cosmológica do jogo é desenvolvida a partir da crítica à metafísica tradicional, direcionada especificamente à filosofia platônica, que não apenas concebeu o jogo como uma mera reprodução da realidade, como também realizou uma “cisão no mundo”, sistematizando uma compreensão ontológica que concebe o Ser a partir de dualidades fixas e imutáveis Fink, então, volta-se para os cultos ritualísticos na vida das comunidades primitivas e argumenta que, nesse contexto, a “não realidade” do mundo do jogo tinha um caráter ontológico elevado em relação às coisas ordinárias da realidade cotidiana Essa compreensão de jogo como uma abertura extasiante em relação à totalidade do mundo evidencia como Fink reabilita o problema do mundo em sua filosofia, radicalizando e superando o método da redução fenomenológica husserliana, por meio da abordagem cosmológica, que compreende o jogo como símbolo do mundo Fink enxerga no jogo o modo como o finito, o ser humano, relaciona-se com o infinito, o mundo, e, de forma especulativa, compreende o próprio mundo como jogo O percurso da filosofia finkiana em relação ao tema do jogo questiona os limites tradicionalmente estabelecidos por uma tradição que despotencializa a dimensão fragmentada e criativa da existência e da sua relação com o mundo Portanto, a interpretação de Fink acerca do jogo aponta para a possibilidade de despertarmos a dimensão de encantamento do mundo em nossa existência, ou seja, para a possibilidade do despertar do infinito na finitude
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    Migrante e Nômade : linhas filosóficas da vida intermezzo
    Stagliano, Déborah Cristina; Grisotto, Américo [Orientador]; Nalli, Marcos; Mansano, Sonia Regina Vargas
    Resumo: Migrantes, o que podem? Discorrer a respeito de migrações consiste em considerar intensamente os alcances da relação entre pensamento e Terra Dessa forma, o objetivo da presente Dissertação é apresentar um novo olhar, ou melhor, uma nova visão filosófica para as migrações a partir da seguinte afirmação de Gilles Deleuze e Félix Guattari, disponível na obra Mil Platôs: “Os nômades e os migrantes podem se misturar de muitas maneiras, ou formar um conjunto comum; não deixam, contudo, de ter formas e condições muito diferentes []” Por conseguinte, este estudo relaciona a pessoa do migrante ao conceito de nomadismo de modo a verificar em que situações e em que aspectos o migrante possui condições de pensar-se como nômade Para tanto, parte-se, primeiramente, da apreciação dos conceitos de Deleuze, muitos destes criados junto a Guattari, a fim de compreender que este processo simbiótico ocorre no pensamento, desfragmentando a imagem de que a pessoa do migrante é somente um itinerante que vai de um ponto ao outro, obedecendo códigos; mas, apresentar o migrante como um criador de sua realidade, de seu modo de vida, afinal, viver não é sobreviver, e sim, criar meios de resistência em potência de agir E para que essa possibilidade ocorra, o migrante deve vivenciar seu personagem conceitual nômade, utilizando-se do processo de fabulação e experimentação do fora; desviando seu pensamento, por fim, das amarras das linhas de morte e do poder
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    A concepção sociológica de Bruno Latour como problematização ao argumento da inferência da melhor explicação
    Minikoski, Debora Domingas; Silva, Marcos Rodrigues da [Orientador]; Plastino, Caetano Ernesto; Santos, Eder Soares
    Resumo: O objetivo deste trabalho é apresentar a concepção sociológica de ciência de Bruno Latour (211, 212 e 213) como uma problematização para a premissa b do argumento realista da inferência da melhor explicação (b) a hipótese H explicou melhor E que outras hipóteses rivais) O debate realismo/antirrealismo tem como dois de seus principais pontos de discussão a questão do processo de construção e de aceitação de teorias Em linhas gerais, realistas defendem que a aceitação de uma teoria implica na sustentação da crença em sua verdade (ou verdade aproximada) e na existência das entidades que ela postula (tanto observáveis quanto inobserváveis) Já antirrealistas defendem que a crença a ser mantida em relação a essas teorias não deve se ligar a verdade, mas se restringir ao seu sucesso empírico Para defender que a dinâmica da ciência ocorre sob a ótica do realismo, muitos realistas fazem uso do argumento da inferência da melhor explicação, que se estrutura da seguinte forma: a) uma evidência E deve ser explicada; b) a hipótese H explicou melhor E que outras hipóteses rivais; c) conclusão: H é passível de crença em sua verdade e as entidades postuladas por H devem ser inferidas Em contrapartida, antirrealistas lançam inúmeras dúvidas acerca do argumento, entre eles estão Bas C Van Fraassen (1989, 27) e Stanford (26) Ambos os autores construíram grandes desafios ao argumento realista no que diz respeito a confiabilidade da avaliação das hipóteses que é pressuposta na segunda premissa do argumento; van Fraassen o fez a partir de uma discussão essencialmente filosófica, já Stanford construiu sua crítica a partir de uma análise filosófica e histórica Há, porém, um terceiro nível de análise da ciência segundo a qual é possível problematizar o argumento realista (também a partir de sua segunda premissa), esse é o nível sociológico A partir da concepção sociológica de Latour, argumentaremos que a análise de ciência do autor suscita a seguinte pergunta: dadas as dificuldades (materiais e teóricas) em se reunir todos os elementos necessários para se construir uma hipótese rival, será que sempre haverá rivais disputando para explicar uma mesma evidência como a premissa b pressupõe?
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    A crítica de Hannah Arendt aos tratados e declarações de direitos do homem
    Pistori, Claudia Aparecida Galindo; Müller, Maria Cristina [Orientador]; Garcia, Bianco Zalmora; Cenci, Elve Miguel
    Resumo: O tema a ser abordado nesta pesquisa trata da crítica de Hannah Arendt aos Tratados e Declarações de Direitos do Homem de 1789 e de 1948, bem como dos documentos de proteção dos direitos humanos, que foram baseados nesta última Carta Com base na crítica de Hannah Arendt será feita uma análise dos refugiados sírios no século XXI e como os direitos humanos não alcançam estes indivíduos, a partir da perda da cidadania síria, de forma semelhante ao que acontecera com os judeus e minorias, no século XX, resguardando-se o contexto histórico e político que diferenciam as duas situações de apatridia Considerando o problema da escassez de proteção dos direitos humanos, a pesquisa detém quatro objetivos a serem alcançados: apresentar as falhas apontadas pela filósofa da Declaração de Direitos do Homem e do Cidadão de 1789, quais sejam: a destinação de proteção contida no documento, que se mostrará uma ilusão; os direitos humanos são impraticáveis; e, a proteção é restrita aos cidadãos Como segundo objetivo, serão apresentadas as dificuldades de proteção apontadas pelo filósofo irlandês Edmund Burke e por Norberto Bobbio, em referência à Declaração dos Direitos do Homem de 1789 O terceiro objetivo será demonstrar que a Declaração dos Direitos do Homem de 1948 é mera intenção de proteção, pois não foi positivada O quarto objetivo será apresentar o conceito de direito a ter direitos, formulado por Hannah Arendt, no sentido de efetiva participação política a todos os indivíduos A Metodologia aplicada será bibliográfica, utilizando-se as reflexões de Hannah Arendt, de Norberto Bobbio e de Celso Lafer Desse modo, observa-se que, de fato, existe um déficit de proteção dos direitos humanos, por estarem eles vinculados à condição de cidadão, o que permite concluir que, ao perder a cidadania, o indivíduo perde todos os direitos civis, políticos e humanos Resta claro, que Hannah Arendt apenas aponta as falhas da proteção dos direitos humanos, descarta a possibilidade de um governo mundial, mas, não diz como colocar em prática o conceito de direito a ter direitos Diante disso, o déficit de proteção dos direitos humanos é mantido e caberá à humanidade refletir sobre este assunto humano e buscar soluções No último tópico do terceiro capítulo desta pesquisa, foram apresentadas algumas sugestões de solução desta escassez de proteção dos direitos humanos, na visão de Celso Lafer que, baseando-se no conceito de soberania plena, que significa que ela deve ser associada aos ideais de autossuficiência e de autodomínio e, não no sentido construído, a partir da criação dos Estados-nações, que delimita a legitimidade do soberano dentro do território nacional Já na visão de Norberto Bobbio, a necessidade de instigar os Estados que ainda não possuem regras específicas para a tutela dos direitos humanos que o façam; e, para aqueles já possuem tais regras, que as aperfeiçoem, seja em relação ao número e qualidade dos direitos que veem a necessidade de serem tutelados, seja na quantidade e qualidade dos controles jurisdicionais utilizados Outras soluções poderão ser pensadas por futuros pesquisadores
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    As críticas de Karl Popper aos critérios de significado de Rudolf Carnap
    Santos, Kelly Cristina dos; Liston, Gelson [Orientador]; Cunha, Ivan Ferreira da; Santos, Eder Soares
    Resumo: O presente trabalho tem como objetivo abordar a posição de Carnap e de Popper a respeito do que ambos entendem como sendo o método mais adequado para avaliar as teorias científicas, bem como para demarcar a ciência da metafísica Tais questões perpassam a análise dos critérios de significado de Carnap, o verificacionismo e, posteriormente, o confirmacionismo Tais critérios foram elaborados com o intuito de proporcionar, por meio da análise lógica da linguagem, o rigor necessário ao conhecimento científico, fundamentado no método indutivo Em seguida, abordaremos o critério metodológico defendido por Popper, o falseacionismo Tal critério de falseabilidade ou refutabilidade do sistema teórico é um critério metodológico, que afirma como sendo científico um sistema teórico, que faz afirmativas que podem se chocar com observações, isto é, capaz de estar sempre exposto às refutações derivadas da experiência Através disso, objetiva-se aprofundar tais questões a partir da análise das críticas de Popper aos critérios de significado de Carnap, em que é possível evidenciar com maior clareza as contribuições lógicas e metodológicas dos argumentos de ambos os filósofos à epistemologia