02 - Mestrado - Ciências da Reabilitação
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Item Efeitos do exercício funcional em circuito (FEC) comparado ao treinamento aeróbico sobre desfechos relacionados à sarcopenia e estresse oxidativo em idosos saudáveis(2020-12-03) Maciel, Renata Pires Tricanico; Probst, Vanessa Suziane; Teixeira, Denilson de Castro; Lopes, JosianeIntrodução: O envelhecimento leva a um declínio na capacidade regenerativa dos tecidos musculares que causa perda de massa e força muscular com risco de eventos adversos como incapacidade física e funcional. Esse processo é denominado sarcopenia e estudos relacionam-a ao estresse oxidativo. O exercício físico regular pode trazer benefícios significativos à saúde. Existem evidências cada vez mais indicativas de que o exercício físico pode prolongar anos de vida independente e ativa, reduzir a incapacidade e melhorar a qualidade de vida de pessoas idosas. Objetivo: O objetivo deste estudo foi comparar o efeito de duas intervenções (exercício funcional em circuito (FEC) e exercício aeróbico) sobre variáveis metabólicas e funcionais relacionadas à sarcopenia e estresse oxidativo em idosos saudáveis. Métodos: Foram incluídos neste estudo 48 idosos que não praticavam exercícios físicos há pelo menos 6 meses. Foram avaliados o desempenho físico, força muscular, composição corporal, níveis de estresse oxidativo e marcadores metabólicos. Após a avaliação inicial, foram formados dois grupos e separadamente submetidos aos programas de exercício FEC e aeróbico por 12 semanas, 3 vezes por semana, com duração de 50 minutos cada sessão. Resultados: Nos testes de capacidade de exercício, ambos os grupos obtiveram melhora nos testes de caminhada de 6 minutos, velocidade de marcha de 4 metros e sit to stand 5 repetições (p<0,05). O grupo FEC apresentou diferença significativa na composição corporal após o treinamento, com aumento da massa livre de gordura e uma diminuição da massa gorda, além de aumento na circunferência da panturrilha (p<0,05 para todos). Já o grupo aeróbico teve diminuição da circunferência da panturrilha (p<0,05). Sobre o estresse oxidativo, no grupo FEC observamos aumento nos níveis de NO, FOX, GT, GSH, TRAP, SH e CAT (p<0,05) e no grupo aeróbico houve diminuição de FOX e aumento de SH e CAT (p<0,05). Em relação às variáveis metabólicas, o grupo FEC apresentou diminuição nos níveis de glicose, colesterol e triglicerídeos, e o grupo aeróbico nos níveis de LDL e HDL (p<0,05). Conclusão: O método FEC apresentou mais efeitos nas medidas funcionais de sarcopenia (massa muscular e função física), capacidade antioxidante e marcadores metabólicos em população idosa saudável em comparação com o exercício aeróbico.Item Mínima diferença importante de dois testes de força muscular de quadríceps femoral em pacientes com DPOC(2020-12-17) Martins, Laís Carolini Santin; Pitta, Fábio de Oliveira; Furlanetto, Karina Couto; Castro, Larissa Araújo deIntrodução: A avaliação da força do quadríceps femoral é recomendada por diretrizes internacionais para avaliar os resultados de programas de treinamento físico (TF) em pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC). Sua melhora é uma característica comum após o TF; no entanto, um valor que representa sua mínima diferença importante (MDI) ainda não foi identificado. Objetivo: Portanto, nosso objetivo foi identificar a MDI de dois métodos de avaliação da melhora da força de quadríceps femoral após um programa de TF de alta intensidade em indivíduos com DPOC, utilizando o teste de 1 repetição máxima (1RM) e contração isométrica voluntária máxima (CIVM). Métodos: Indivíduos com diagnóstico de DPOC estável de moderada a muito grave foram submetidos a um programa de TF de alta intensidade composto por exercícios em esteira e bicicleta associados a exercícios de fortalecimento muscular (3 dias / semana, 3 meses, 36 sessões). Avaliações da função pulmonar (espirometria), capacidade de exercício (teste de caminhada de 6 minutos [TC6min]) e força de quadríceps femoral (teste de 1RM realizado em um multigym e CIVM utilizando uma célula de carga) foram realizadas no início e após 12 semanas TF. Resultados: Vinte e um indivíduos (11 homens, 65 ± 8 anos, volume expiratório forçado no primeiro segundo 51 ± 16% previsto, TC6min 478 ± 56 metros) foram estudados. Ao final do programa de TF, a força do quadríceps femoral melhorou significativamente (8 ± 6 kg para 1RM e 10 ± 4 Nm para CIVM), assim como o TC6min (26 ± 43 m) (P <0,05 para todos). A MDI para melhora da força do quadríceps femoral calculado por métodos distribution- based encontra-se entre 9,4 a 16 Nm para a CIVM ou aumento entre 7,4% e 12,6% do valor basal, enquanto que para o teste de 1RM os valores foram entre 2,5 a 3 kg ou incremento na força muscular entre 12% e 15%. Estas MDIs não puderam ser calculadas por meio do método anchor-based. Conclusões: Esses resultados indicam que a MDI para melhora da força do quadríceps femoral após um programa de TF de alta intensidade em indivíduos com DPOC estável de moderada a grave situa-se entre 9,4 e 16 Nm para a CIVM medida com uma célula de carga, e 2,5 e 3 kg para o teste de 1RM.Item Cuidados paliativos em perinatologia e neonatologia: percepção da equipe multiprofissional(2021-04-05) Melo, Fernanda Pegoraro de Godoi; Probst, Vanessa Suziane; Fujisawa, Dirce Shizuko; Bernardes, Lisandra Stein; Zani, Adriana ValongoIntrodução: A melhora do manejo perinatal tem permitido cada vez mais a sobrevivência de recém-nascidos vulneráveis. No entanto, em situações críticas como bebês gravemente doentes, com malformações congênitas complexas, prematuros extremos, neonatos com sequelas graves ou com deficiências físicas e mentais, o aumento da sobrevida pode prolongar o sofrimento desses pacientes, dos seus familiares e da equipe cuidadora e gerar consequentemente, dilemas éticos. Perante isso, surge a discussão de Cuidados Paliativos em Perinatologia e Neonatologia. Com uma abordagem para melhoria da qualidade de vida de pacientes, familiares e equipe cuidadora que enfrentam uma doença ameaçadora à vida, por meio da identificação precoce e impecável avaliação e tratamento da dor e outros problemas físicos, psicossociais e espirituais. Considerando que tal abordagem ainda não é uma prática sistemática no hospital campo deste estudo, levantar informações sobre cuidados à gestante com anormalidades fetais e neonatos com mau prognóstico e suas famílias faz-se necessário. Objetivo: Identificar os aspectos positivos e negativos relacionados aos cuidados à gestante com anormalidades fetais e neonatos com mau prognóstico e suas famílias, segundo a percepção da equipe multiprofissional. Método: Este é um estudo qualitativo, tendo como referencial teórico metodológico a Técnica de Incidente Crítico. Os participantes foram profissionais de saúde atuantes nos serviços de obstetrícia e neonatologia de um hospital universitário do norte do Paraná. A coleta de dados ocorreu no período de junho de 2018 a maio de 2019, por meio de entrevistas semiestruturadas. Resultados: A amostra do estudo foi constituída por 56 profissionais: técnicos de enfermagem, enfermeiros, fisioterapeutas, psicólogo, médicos ginecologistas e obstetras e neonatologistas, residentes de enfermagem e médicos residentes da Ginecologia/Obstetrícia, Pediatria e Neonatologia. Emergiram 236 incidentes críticos, sendo 88 com referências positivas e 148 negativas. Destes relatos, classificou-se dez categorias: Pré-Natal, Cuidados Multidisciplinares, Divergência de Condutas, Comunicação de Más Notícias, Estrutura Física, Aspecto Emocional da Família, Desgaste Emocional da Equipe, Critérios de Elegibilidade, Crenças Familiares e Inserção da Família. Conclusão: Neste estudo foi possível identificar nos relatos dos profissionais um número significativo de referências negativas em detrimento às positivas. Isso demonstra que o serviço apresenta barreiras que se sobressaem às facilidades para que os Cuidados Paliativos Perinatal e Neonatal sejam empregados de maneira integral. No entanto, emergiram informações que irão possibilitar elaboração de metas para melhoria no atendimento dos pacientes elegíveis para os Cuidados Paliativos Perinatal e Neonatal e posterior implantação de um ambulatório de Perinatologia e um grupo de Cuidados Paliativos, bem como possibilitar treinamentos e sensibilização periódicas de toda equipe.Item Uso da escala Borg dispneia para identificar hiperinsuflação dinâmica durante o TC6min em indivíduos com DPOC estável moderada a grave(2022-06-20) Freitas, Ana Paula Vicentin Melendi de; Pitta, Fábio de Oliveira; Furlanetto, Karina Couto; Corso, Simone Dal; Belo, Letícia FernandesIntrodução: A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) é uma das principais causas de morbimortalidade no mundo, e cursa com sintomas pulmonares e extrapulmonares. A dispneia é o principal sintoma pulmonar da doença e um preditor independente de mortalidade. A literatura mostra que a hiperinsuflação dinâmica (HD) pode ser um dos principais determinantes da dispneia e sua avaliação pode contribuir para o melhor gerenciamento da doença. No entanto, métodos atuais para identificação de hiperinsufladores necessitam de equipamento espirométrico adequado e profissionais muito bem treinados, o que muitas vezes se mostra de difícil acesso na prática clínica. Levando em conta a relação entre HD e dispneia, seria de grande valia clínica desenvolver um método mais simples e acessível (e.g., utilizando a escala de Borg dispneia) que identificasse hiperinsufladores durante o esforço. Objetivos: Encontrar um ponto de corte para escala de Borg dispneia (BORG-D) avaliada durante o TC6min, que identifique indivíduos com DPOC (homens e/ou mulheres) que hiperinsuflam durante o esforço; e comparar os desfechos clínicos (i.e., antropométricos, de função pulmonar e capacidade de exercício) dos homens e mulheres, a fim de identificar diferenças entre eles. Métodos: Este estudo transversal foi desenvolvido com uma sub-análise de dados retrospectivos coletados previamente para um estudo desenvolvido no Laboratório de Pesquisa em Fisioterapia Pulmonar da Universidade Estadual de Londrina. Indivíduos com DPOC foram avaliados quanto à função pulmonar (espirometria e pletismografia), capacidade de exercício (teste de caminhada de seis minutos [TC6min]), dispneia durante o TC6min por meio da BORG-D e HD (manobras seriadas de capacidade inspiratória [CI]) realizadas durante o TC6min). HD foi definida quando houvesse redução pós-6MWT da CI = 150 ml ou 10% em relação ao pré-test (repouso). O ponto de corte foi determinado pela área sob a curva (AUC) da curva característica de operação do receptor (ROC). Diferenças entre os sexos foram analisadas por testes paramétricos, não-paramétricos e qui-quadrado, de acordo com a natureza da variável e a normalidade na distribuição dos dados. Resultados: 24 indivíduos com DPOC (67±7 anos; VEF1 56±18 %previsto), sendo que 18 deles (i.e., 75% da amostra) apresentaram HD durante o TC6min. Quando comparados, homens (n=13) e mulheres (n=11) da amostra apresentaram diferença de idade (69±5 vs 64±7 anos, respectivamente), VEF1 (47±14 vs 64±17 %predito), hiperinsuflação estática (índice VR/CPT 53±6 vs 46±7) e variação pós-pré da saturação periférica de oxigênio (-6±3 vs -2±3%) (P <0,05 para todas). O ponto de corte para a variação pós-pré TC6min da escala de BORG-D foi de 2,75 pontos para homens (AUC: 0,84; sensibilidade: 81%; especificidade: 100%). Não foi encontrado um ponto de corte estatisticamente satisfatório para mulheres. Conclusão: Uma variação =2,75 (ou 3) pontos na escala BORG-D no pós-pré TC6min é capaz de identificar homens com DPOC moderada-grave que hiperinsuflam durante o teste. Não houve ponto de corte satisfatório para as mulheres, embora o grupo feminino apresentasse doença mais leve. Novos estudos poderão investigar um ponto de corte para mulheres com doença moderada-grave, assim como identificado nos homens.Item Prevalência de atraso motor e fatores associados em crianças com cardiopatias congênitas: revisão sistemática(2022-07-28) Salvi, Luyne Lopes; Felcar, Josiane Marques; Oliveira, Vinicius Cavalheri de; Valenciano, Paola JaneiroINTRODUÇÃO: As cardiopatias congênitas (CCs) tem grande prevalência mundial (8:1.000 nascidos vivos), na maioria dos casos a intervenção cirúrgica é necessária e consequentemente o internamento na Unidade de Terapia Intensiva. Há grande risco de comprometimento no desenvolvimento motor no pós-cirúrgico de correção cardíaca. Existem instrumentos padronizados para avaliação do desenvolvimento infantil, entre eles se destacam: a Bayley Scales of Infants and Toddler Development (Bayley), o Denver Developmental Screening Test (DDST) e a Alberta Infant Motor Scales (AIMS). OBJETIVOS: Verificar a prevalência do atraso motor em crianças cardiopatas de 0 a 6 anos de idade, os fatores associados ao DM atípico. MÉTODOS: A pesquisa foi realizada em sete bases de dados eletrônicos do início das bases de dados até dezembro de 2021, três autores de forma independentes fizeram a seleção quanto a inclusão e extração de dados dos estudos. A qualidade dos estudos foi avaliada usando a Ferramenta de Avaliação de Qualidade do National Institutes of Health (NIH), validada de acordo com o desenho dos estudos, por dois revisores independentes. Foi realizada a meta-análise para analisar a prevalência geral de atraso motor em crianças cardiopatas e as que foram submetidas e não submetidas a cirurgia de correção cardíaca. Os dados foram analisados por meio do software Jamovi. O modelo de efeito randomizado de proporção foi realizado utilizando a análise DerSimonian-Laird. A heterogeneidade foi realizada e analisada com o I2 e interpretados (valores <25% considerados baixos, entre 50-75% moderados e >75% altos). A concordância com relação à qualidade dos estudos foi verificada pelo índice Kappa. RESULTADOS: Trinta e nove estudos (65% coortes) foram incluídos, predominantemente dos Estados Unidos (9) e envolveram 2.057 participantes com CCs. Para calcular a prevalência global do atraso motor, foram analisados 19 estudos envolvendo 1.142 participantes. A estimativa geral da prevalência de atraso motor nessa população foi de 37% [IC 95%: 27-48; P<0,001]. A heterogeneidade foi de 96,1% P<0,001. Dos pacientes que foram submetidos à cirurgia cardíaca 42% [IC 95%: 27-58; P<0,001] apresentaram atraso motor. A heterogeneidade foi de 96,23% P<0,001. Os pacientes que não fizeram cirurgia cardíaca demonstraram uma prevalência mais baixa de atrasos motores 29% [IC 95%: 20-39; P<0,001]. A heterogeneidade foi de 76,6% P<0,001. A prevalência do uso de circulação extracorpórea foi identificada em três estudos, a prevalência foi de 62% [IC 95%: 42- 82; P<0,001]. A heterogeneidade foi de 87,8% P<0,001. A variabilidade na amostragem e na metodologia entre os estudos revisados é a limitação mais importante desta revisão. CONCLUSÃO: Crianças com CCs diversas apresentam risco de atraso motor. Existem fatores que contribuem para uma maior prevalência de risco de atraso: idade da criança, peso, anormalidades hemodinâmicas, oxigenação cerebral, comorbidades, tipo da CC, cirúrgia, hospitalização, o uso de ventilação mecânica (VM) e circulação extracorpórea (CEC), a condição socioeconômica e a educação familiar. Os instrumentos validados utilizados para avaliar o desenvolvimento são muito variados, bem como os tipos de cardiopatias. O diagnóstico precoce das cardiopatias e do atraso motor são essenciais para minimizar os comprometimentos nessa populaçãoItem Efetividade da intervenção fisioterapêutica pré-operatória na incidência de complicações pulmonares após cirurgias cardíacas em crianças com Síndrome de Down(2022-10-02) Micheleti, Juliana Fonseca; Oliveira, Josiane Marques Felcar Piaie de; Probst, Vanessa Suziane; Borges, Daniel LagoIntrodução: Muitas crianças com Síndrome de Down (SD) apresentam cardiopatias congênitas (CCs) que necessitam de tratamento cirúrgico e as complicações pulmonares (CP) são comuns no pós-operatório. Fatores como tempo de ventilação mecânica e tempo de internação em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) aumentam a chance de CP. Além disso, pacientes com SD apresentam predisposição que aumenta o risco de CP como a disfunção imune, hipotonia, hipoplasia pulmonar, dentre outros. A intervenção fisioterapêutica (IF) no pós-operatório de cirurgia cardíaca reduz o risco de CP, utilizando técnicas de reexpansão pulmonar, terapia de remoção de secreção e extubação precoce. Entretanto, são escassos dados sobre a IF no pré-operatório nestes pacientes. Objetivo: Avaliar a efetividade da IF pré-operatória associada à pós-operatória na incidência de CP pós-operatórias em cirurgia cardíaca de crianças com SD. Métodos: Ensaio clínico aleatório incluindo crianças com SD com idade entre 0 e 6 anos que realizaram cirurgia cardíaca para correção de CCs. Os pacientes foram aleatorizados em dois grupos: IF pré-operatória associada à pós-operatória (G1) e somente IF pós-operatória (G2). O diagnóstico de CP foi feito por médicos, utilizando-se critérios radiológico e clínico, de acordo com Centers for Disease Control and Prevention. Foram utilizados os testes de Mann-Whitney e Qui-quadrado para comparação das variáveis entre os grupos. Foram calculados o risco absoluto e o número necessário para tratar. A significância estatística foi estipulada em 5%. Resultados: Foram analisados 80 pacientes, 39 do G1 (15 [38%] masculino, idade 5[3-14] meses) e 41 no G2 (28 [68%] masculino, idade 7[4-18] meses). Os pacientes do G1 apresentaram menos CP quando comparados ao G2 (P=0,04). Além disso, os pacientes do G1 permaneceram menos tempo em UTI (P=0,03). A redução do risco absoluto para CP foi 23% com IC 95% [1,58;41,64], ou seja, pacientes do G1 tiveram 23% menos chance de desenvolver CP do que pacientes do G2. O NNT foi 4,4, IC 95% [2;6,3]. Conclusão: A IF pré-operatória nos pacientes com SD diminuiu a frequência e o risco de complicações no pós-operatório de cirurgias cardíacas, bem como o tempo de internação em UTI.Item Estudo comparativo dos aspectos funcionais entre pacientes com fibrose pulmonar idiopática, esclerose sistêmica e seus controles(2022-10-17) Paula, Luiz Eduardo de; Mantoani, Leandro Cruz; Camillo, Carlos Augusto Marçal; Hernandes, Nidia AparecidaIntrodução: A esclerose sistêmica (ES) é uma doença do tecido conjuntivo caracterizada por fibrose da pele e órgãos internos, isquemia por obliteração vascular e autoimunidade. Além do quadro típico de envolvimento cutâneo, pode apresentar envolvimento de órgãos internos, com destaque para o acometimento pulmonar, que é motivo de maior morbimortalidade nessa população. O comprometimento pulmonar observado nesses pacientes se assemelha muito com o de indivíduos com outras doenças pulmonares intersticiais (DPIs), especialmente com Fibrose Pulmonar Idiopática (FPI). Apesar de algum grau de sobreposição em suas características clínicas e patogênese, a DPI associada à ES e a FPI possuem diferenças importantes, com implicações significativas para diagnóstico, avaliação e manejo clínico. Objetivos: Comparar variáveis de capacidade funcional em indivíduos com ES, FPI e uma amostra de indivíduos saudáveis. Metodologia: Neste estudo transversal, todos os participantes foram submetidos a avaliações de função pulmonar (pletismografia corporal), capacidade de exercício através do teste de caminhada de 6 minutos (TC6m), força muscular periférica através da contração isométrica voluntária máxima do quadríceps femoral (CIVM), teste de sentar e levantar (TSL, 5 repetições e de 1 minuto), atividade física de vida diária (monitor Actigraph wGT3X-BT®), avaliação da qualidade de vida (questionário SF-36), questionário do hospital Saint George na doença respiratória (SGRQ) e escala hospitalar de ansiedade e depressão (HADS). Resultados: Ao todo, 78 indivíduos (26 FPI, 64±9 anos, 27,9±4,7 Kg/m2, CVF 68±18%; 17 ES, 54±10 anos, 26,4±6 Kg/m2, CVF 74±22%; 35 saudáveis, 60±9 anos, 27,6±4,8Kg/m2, CVF 97±11%) foram estudados. Pacientes com FPI e ES demonstraram desempenhos inferiores de funcionalidade no TC6m (436±100 vs 455±98 vs 569±67, respectivamente, p<0,05) e no TSL de 1 minuto (23[20-27] vs 23[20-28] vs 28[25-38], p<0,05) quando comparados com indivíduos saudáveis. Pacientes com FPI e ES apresentaram menor número médio de passos por dia (4404 [2959-5968 vs 5533 [3730-6670] vs 6932 [5387-9939], p<0,05), tempo em pé em minutos por dia (267±86 vs 307±83 vs 374±78, p<0,05) e atividade física moderada a intensa (7 [3-10] vs 8 [2-11] vs 21 [12-36], p<0.05), quando comparados aos indivíduos saudáveis, porém sem apresentar diferenças significantes entre os grupos com doença pulmonar. Da mesma maneira, a força de quadríceps foi menor nos grupos FPI e ES (300 [250-442] vs 243 [226-323] vs 401 [347-516] N, p<0,05). No grupo FPI foi encontrada correlação positiva moderada do TC6m com força do quadríceps (r=0,59 p=0,001), tendência a moderada correlação positiva com TSL de 1 minuto (r=0,52 p=0,057) e fraca correlação positiva (r=0,47 p=0,01) com atividade física moderada a intensa. Nos pacientes com ES, o TC6m se correlacionou fortemente com o número de passos (r=0,77 p<0,001) e de maneira moderada com as variáveis tempo em atividade leve (r=0,67 p=0,004), tempo em atividade moderada a intensa (r=0,61 p=0,01) e tempo em pé (r=0,51 p=0,04). Conclusão: O presente estudo mostrou que os pacientes com ES e FPI apresentaram redução da capacidade funcional, menores níveis de AFVD e menor força da musculatura de quadríceps quando comparados à indivíduos saudáveis. A moderada correlação do TC6m com TSL de 1 minuto e força de quadríceps na população com FPI sugere que neste grupo a força dos membros inferiores podem ter influência importante no desempenho funcional.Item Tradução, adaptação transcultural e validação da versão em português do Brasil da escala de medo e escala de descontrole relacionado à COVID-19: um estudo multicêntrico(2022-10-18) Almeida, Rafaela Cristina de; Mantoani, Leandro Cruz; Furlanetto, Karina Couto; Bisca, Gianna Kelren WaldrichIntrodução: A pandemia de COVID-19 tem acarretado efeitos desfavoráveis a saúde mental da população como medo, ansiedade e descontrole emocional. Frente a isso, instrumentos têm sido desenvolvidos para investigação destes aspectos. Objetivos: Realizar a tradução e a adaptação transcultural da Escala de Medo e da Escala de Descontrole para o idioma português do Brasil, bem como investigar sua validade na população brasileira. Metodologia: Estudo multicêntrico internacional que investigou os efeitos da pandemia de COVID-19 na saúde da população. Duas escalas que avaliassem o medo e descontrole foram criadas em inglês. As versões em inglês das Escala de Medo e Descontrole passaram por um processo de tradução para a língua portuguesa do Brasil, realizada por dois tradutores bilingues (um nativo na língua alvo), seguido por uma retrotradução ao idioma original, retificação de discrepâncias e obtenção de uma versão semifinal para a aplicação de um piloto para então a obtenção da versão final. A coleta de dados se deu através de um questionário disponibilizado on-line, no qual os participantes responderam aos instrumentos autorrelatados sobre seus sentimentos de medo e descontrole frente a pandemia de COVID-19. Foram conduzidas Análise Fatorial Exploratória (AFE) e Confirmatória (AFC) das escalas, além da avaliação da validade convergente e confiabilidade interna. Resultados: Um total de 451 indivíduos brasileiros foram incluídos no estudo. A maioria do sexo feminino (70%), com menos de 25 anos (22%), empregados (68%) e com alto nível educacional (90%). Após a AFE os itens com carga fatorial =0,4 foram eliminados e a variância total explicada foi de 67% na Escala de Medo e de 62% na Escala de Descontrole. Ambas as escalas apresentaram Alpha de Cronbach = 0,9. A Escala de Medo e de Descontrole se correlacionaram de forma moderada com o Patient Health Questionnaire (PHQ-4) (r=0,54 e r=0,69, respectivamente). Conclusão: As escalas investigadas apresentaram propriedades psicométricas satisfatórias, podendo ser usadas para acessar sintomas de medo e descontrole frente a pandemia de COVID-19 na população brasileira.Item Prevalência, fatores associados e instrumentos de avaliação da disfunção do trato urinário em meninas de 5 a 17 anos: uma revisão sistemática com metanálise(2022-10-21) Cruz, Cassiana Azevedo; Mantoani, Leandro Cruz; Probst, Vanessa Suziane; Zamboti, Camile Ludovico; Sepúlveda-Loyola, Walter AquilesIntrodução: A disfunção do trato urinário inferior (DTUI) é definida como distúrbios do ciclo da micção em crianças acima de 5 anos, neurologicamente saudáveis e sem alterações obstrutivas. Predominante na população feminina e atinge cerca de 2% a 25% das crianças. De acordo com a Sociedade Internacional de Continência Infantil (ICCS em inglês), a classificação se divide em sintomas disfuncionais de armazenamento e esvaziamento da bexiga e outros sintomas relacionados. Dessa forma, ferramentas de avaliação válidas e detalhadas devem ser utilizadas, uma vez que há grande variabilidade na prevalência desses sintomas, assim como no emprego das terminologias, classificações, sobreposição dos sintomas e subnotificação dos casos, comprometendo o reconhecimento das reais causas da DTUI na população em geral. Objetivos: Definir a prevalência das DTUI em meninas de 5 a 17 anos, conhecer os fatores associados e a implicação clínica desses sintomas, além de identificar na literatura as ferramentas e instrumentos de avaliação utilizados na mensuração das disfunções miccionais. Métodos: Uma busca sistemática em 7 bases de dados: PubMed/Medline, Cinahl, Embase, Lilacs, Scielo, Scopus e Web of Science foi realizada em julho de 2020. Seguindo recomendações internacionais, foram realizadas buscas com termos e palavras-chaves MeSH do Pubmed em inglês como “child”, “lower urinary tract dysfunction”, “girls” e “epidemiology”. Foram incluídos estudos na população feminina de 5 a 17 anos, que apresentaram desfechos de prevalência, associação ou fatores de risco para os diferentes DTUI de causa funcional, no idioma inglês, português ou espanhol. E, excluídos estudos com dados insuficientes, indisponíveis ou não discriminados de acordo com o gênero e a idade, realizados por dois revisores independentes que também analisaram a qualidade das evidências (com o National Institutes of Health - NIH Quality Assessment Tool), e qualquer divergência foi resolvida por um terceiro avaliador. O protocolo do estudo foi registrado na plataforma PROSPERO (CRD42020187076). As análises quantitativas foram realizadas utilizando o software JAMOVI 2.3. Resultados: Dos 14.901 estudos, 26 foram incluídos com uma amostra de 49.562 meninas, e boa qualidade da evidência em 50% dos estudos. A prevalência feminina mundial da DTUI é de 14% (IC95% 12-15) nessa população. Até os 12 anos, dentre os sintomas de armazenamento, a enurese (EN) e a incontinência urinária (IU) atingem igualmente 8% das crianças, e na adolescência cerca de 2% e 6% respectivamente. E, as manobras de retenção atingem 28% de meninas e adolescentes. A EN esteve mais presente em meninas com desordens psiquiátricas e problemas de sono na infância. A disfunção do armazenamento miccional se relacionou à condições de saúde como obesidade, infecção do trato urinário (ITU), distúrbios psiquiátricos e problemas de sono, à fatores do ambiente escolar como bullying e o ambiente dos banheiros, ou biológicos como a gravidez na adolescência. Os instrumentos de avaliação dos hábitos urinários são, em sua maioria, questionários demográficos não validados ou recomendados pela ICCS. Conclusão: A DTUI é prevalente em 14% das meninas na infância e adolescência em todo o mundo, estando o sintoma noturno em maior evidência nos distúrbios do sono, do comportamento ou da aprendizagem. Um ou mais sintomas disfuncionais de armazenamento estão relacionados à obesidade, ITU, distúrbios psiquiátricos ou do sono, ambiente dos banheiros escolares, bullying e a gravidez na adolescência. Os instrumentos de avaliação da DTUI, em geral, estão em desacordo com as recomendações internacionais.Item Análise da funcionalidade, flexibilidade, força muscular e valores angulares em corredores recreacionais com e sem dor patelofemoral(2022-10-25) Nascimento, Daniele Pereira do; Macedo, Christiane de Souza Guerino; Lima, Pedro Olavo de Paula; Oliveira, Marcio Rogério deIntrodução: A dor patelofemoral (DPF) está relacionada a disfunções biomecânicas, entretanto as alterações dos movimentos são incertas em corredores. Objetivo: Analisar o volume semanal da corrida, capacidade funcional, flexibilidade, força muscular, valores angulares bidimensionais (2D) durante a corrida e no teste Step Down lateral (SDL) em corredores com e sem DPF. Materiais e método: Foram avaliados 81 corredores recreacionais, 40 com DPF (19 homens, 21 mulheres) e 41 sem dor (grupo controle, 24 homens, 17 mulheres). Todos responderam ao questionário de caracterização da amostra e da corrida, as escalas Anterior Knee Pain Scale e Lower Extremity Functional Scale. Foram avaliadas a flexibilidade dos isquiotibiais, quadríceps, sóleo e gastrocnêmios; e força muscular isométrica dos extensores de joelho e dos rotadores externos/abdutores do quadril. Além disso, obteve-se os valores angulares 2D durante o SDL e no apoio médio da corrida. Resultados: O grupo dos corredores com DPF apresentou menor volume de corrida semanal (p=0,049), pior capacidade funcional dos membros inferiores (p<0,001), maior inclinação ipsilateral do tronco durante o SDL (p=0,002), e maior inclinação ipsilateral do tronco (p<0,001) com menor queda contralateral da pelve (p=0,006) no plano frontal da corrida. Não houve diferenças para força muscular do quadríceps e quadril e flexibilidade do sóleo, gastrocnêmios e quadríceps, exceto para os isquiotibiais, os quais foram menos flexíveis no grupo controle. As correlações foram baixas (?=0,30 a 0,49) entre a força muscular, capacidade funcional, volume de corrida e variáveis angulares 2D analisadas. No entanto, no plano frontal da corrida, a adução do quadril no grupo DPF e inclinação ipsilateral de tronco no grupo controle, apresentaram correlação moderada com a força isométrica do quadríceps (?=0,50 a 0,69). Conclusão: Corredores recreacionais com dor patelofemoral percorrem distâncias menores, têm menor capacidade funcional dos membros inferiores, maior inclinação ipsilateral do tronco durante o SDL e maior inclinação ipsilateral do tronco e menor queda contralateral da pelve no apoio médio da corrida. Corredores sem dor patelofemoral apresentam maior rigidez muscular dos ísquiotibiais. Contudo, corredores recreacionais não demonstram diferenças em relação a força muscular independente da dor. Além disso, somente a força muscular do quadríceps se correlacionou moderadamente com a adução do quadril e inclinação lateral do tronco no plano frontal da corrida. Os achados sugerem que esses parâmetros podem ser úteis na avaliação de corredores recreativos com DFP e podem fornecer novas estratégias de prevenção e reabilitação.Item Associação da resistência das vias aéreas medida por pletismografia corporal com desfechos clínicos na doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC)(2022-12-14) Medeiros, Letícia da Silva; Pitta, Fábio de Oliveira; Gastaldi, Ada Clarice; Rodrigues, Antenor Luiz Lima; Andrello, Ana Carolina dos ReisIntrodução: A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) é uma doença sistêmica com sintomas e limitações multifatoriais. A avaliação da resistência das vias aéreas (Raw) na DPOC tem sido comumente utilizada na avaliação do acometimento de pequenas vias aéreas, diagnóstico precoce e melhor entendimento da sintomatologia apresentada por esses indivíduos. Diferentes estudos investigaram a relação dos parâmetros de Raw com desfechos clínicos da doença por meio da oscilometria de impulso, uma tecnologia moderna e relativamente pouco comum no contexto da prática clínica. No entanto, informações acerca da Raw obtida por outro método clinicamente mais comum, a pletismografia corporal, ainda são pouco disponíveis na literatura, assim como sua contribuição na avaliação da DPOC. Objetivo: Investigar a associação da resistência específica das vias aéreas (sRaw) avaliada pela pletismografia corporal com variáveis de função pulmonar, capacidade funcional e máxima de exercício, estado de saúde e limitação por dispneia em indivíduos com DPOC. Métodos: Estudo transversal com análise retrospectiva de dados basais de indivíduos recrutados para um programa de reabilitação pulmonar. Foram realizadas avaliações de função pulmonar completa pela espirometria e pletismografia corporal (Vmax®Carfusion, Germany). Também foram realizadas avaliações da capacidade funcional e máxima de exercício (teste de caminhada de seis minutos [TC6min] e teste cardiopulmonar de esforço [TCPE], respectivamente); estado de saúde (questionário COPD Assessment Test [CAT]); e limitação pela dispneia na vida diária (escala Medical Research Council [MRC]). O teste de Shapiro-Wilk foi utilizado para verificar a normalidade dos dados e o coeficiente de Spearman para analisar as correlações entre a sRaw e os demais desfechos. O teste de Kruskal-Wallis foi utilizado para comparação da sRaw nas diferentes gravidades da doença, classificadas de acordo com a Global Initiative for Chronic Obstructive Lung Disease (GOLD). Resultados: Foram estudados 73 indivíduos com DPOC estável (53% do sexo masculino, idade média 67±7 anos e limitação ao fluxo aéreo de moderada a muito grave). A sRaw apresentou correlações moderadas com FEF25-75%predito, VEF1/VEF6, VR/CPT e VEF1%predito (r=-0,45, r=-0,49, r=0,53, r=0,66, respectivamente). Não houve correlação clinicamente relevante com nenhum outro desfecho. Conclusão: A sRaw avaliada pela pletismografia corporal em indivíduos com DPOC moderada a muito grave se correlaciona moderadamente apenas com desfechos de função pulmonar também indicativos de distúrbio obstrutivo e aprisionamento aéreo, mas não com os outros desfechos clínicos avaliados como a capacidade de exercício e dispneia. Mesmo sem refletir outros desfechos clínicos da DPOC, a sRaw avaliada pela pletismografia corporal é útil por refletir desfechos importantes da função pulmonar, além de ser mais comumente encontrada na prática clínica.Item Perfil da atividade física na vida diária em indivíduos com insuficiência cardíaca(2022-12-15) Dias, Karina Lourenço; Pitta, Fábio de Oliveira; Dallago, Pedro; Karsten, Marlus; Hernandes, Nidia AparecidaIntrodução: O nível de atividade física na vida diária (AFVD) em indivíduos com insuficiência cardíaca (IC) é associado à qualidade de vida, mortalidade e risco de internação e descompensação da doença. No entanto, a literatura ainda carece de uma descrição mais detalhada das caraterísticas das AFVD avaliadas objetivamente, e isso dificulta o entendimento aprofundado sobre o grau de inatividade e sedentarismo dessa população. Objetivos: Caracterizar o perfil de AFVD em indivíduos com IC e compará-los com indivíduos saudáveis pareados; e correlacionar variáveis de AFVD com desfechos clínicos, sociodemográficos e físico-funcionais nos indivíduos com IC. Métodos: Estudo transversal que envolve a comparação de indivíduos com diagnóstico de IC e controles saudáveis pareados conforme sexo, idade e IMC. Todos os indivíduos tiveram seu nível de AFVD avaliado objetivamente por meio de um monitor de atividade física (AF) (Actigraph wGTX3) utilizado durante sete dias consecutivos. Os indivíduos também foram avaliados quanto à capacidade funcional de exercício (teste de caminhada de seis minutos, TC6min), fração de ejeção de ventrículo esquerdo (FEVE, por ecocardiografia), qualidade de vida (Minnesota Living with Heart Failure Questionnaire, MLHFQ) e funcionalidade (classificação da New York Heart Association, NYHA). A análise estatística incluiu o teste de Shapiro-Wilk para análise da normalidade na distribuição dos dados; os testes t de Student ou Mann-Whitney foram aplicados para as comparações intergrupos; e as correlações foram avaliadas pelos coeficientes de Pearson ou Spearman. Resultados: Foram avaliados 60 indivíduos, sendo 30 com IC e 30 controles. Os indivíduos com IC, no geral, apresentaram maior número de comorbidades e pior TC6min do que os controles. Quanto à AFVD, foram encontradas diferenças entre os grupos apenas nas seguintes variáveis: tempo gasto/dia em AF moderadas/vigorosas (IC vs Controle: 6 [3-17] vs 22 [7-31] min/dia; P=0,009) e número de passos/dia (4157±2751 vs 6594±3163 passos/dia; P=0,002). Foram observadas correlações estatisticamente significantes e moderadas do número de passos/dia com diferentes desfechos demográficos, antropométricos, clínicos e físico-funcionais no grupo IC (-0.40 < r < -0,64), sendo as correlações mais altas com TC6min (r= -0,64) e idade (r = -0,62). Tempo gasto/dia em AF leves e moderadas/vigorosas também se correlacionaram moderadamente com o TC6min, enquanto o tempo gasto/dia em AF sedentárias não se correlacionou significativamente com nenhuma variável estudada. Conclusão: Indivíduos com IC apresentam sedentarismo comparável a indivíduos pareados saudáveis, porém apresentam inatividade física mais acentuada. Essa inatividade física na IC se correlaciona moderadamente com desfechos demográficos, antropométricos, clínicos e físico-funcionais.Item Padrões de atividade física na vida diária de pacientes com DPOC, asma e fibrose pulmonar idiopática(2022-12-16) Polastri, Cláudia Barbosa; Mantoani, Leandro Cruz; Camilo, Carlos Augusto Marçal; Proença, Mahara-Daian Garcia LemesIntrodução: As doenças pulmonares crônicas têm se destacado como umas das principais causas de morbidade e mortalidade em todo o mundo. DPOC, asma e Fibrose Pulmonar Idiopática (FPI) assumem relevância ainda maior pela sua prevalência e gravidade. Além do comprometimento pulmonar, o sedentarismo e a inatividade física são características comuns dessas populações. Entretanto, pouco se sabe sobre como é o comportamento/padrão de atividade física de indivíduos com DPOC, asma ou FPI em diferentes horários ao longo da semana. Objetivo: Verificar o nível de atividade física / comportamento de três populações com problemas respiratórios crônicos (DPOC, Asma e FPI) em diferentes horários do dia ao longo da semana. Métodos: Estudo transversal que incluiu pacientes com DPOC, asma e FPI. Os indivíduos foram submetidos à caracterização antropométrica e avaliados quanto à função pulmonar (espirometria), capacidade de exercício (Teste de Caminhada de Seis Minutos – TC6min), força muscular periférica (1RM), dispneia (escala mMRC) e nível de ansiedade e depressão (escala HADS). Foi feita a avaliação do nível de atividade física na vida diária (AFVD) através do acelerômetro Actigraph GT3X por uma semana, durante pelo menos doze horas/dia e verificados: kcals, MET, contagem de passos e o nível de atividade física (sedentário, leve, moderado ou vigoroso), intragrupo. Para análise e exploração dos padrões de AFVD ao longo do dia, subdividimos os períodos do dia em: (M1) das 07:00 às 09:59h; (M2) das 10:00 às 12:59h; (T1) das 13:00 às 15:59h; e (T2) 16:00 às 18:59h. Os dados foram analisados no GraphPad Prism versão 6.0. Realizada a comparação das variáveis quantitativas e das médias, usados o teste de Shapiro-Wilk e dados com distribuição normal descritos usando média ± desvio padrão. Para dados não paramétricos usou-se mediana [intervalo interquartil 25-75%] e na comparação das variáveis de AFVD intragrupo nos diferentes dias e horários da semana o teste ANOVA medidas repetidas ou teste de Friedman. O nível de significância adotado foi de 5%. Resultados: Foram estudados 105 indivíduos (50 com asma, 38±6 anos, IMC 24±3 kg/m2; 31 com DPOC, 58±7 anos, IMC 26±3 kg/m2; 24 com FPI, 57±7 anos, IMC 24±3 kg/m2). Os parâmetros do acelerômetro no período matutino (soma dos dois períodos da manhã [M1+M2]), não apresentou diferença estatisticamente significante para nenhuma das variáveis estudadas em nenhum grupo de pacientes – gasto energético [Kcal], tempo gasto em atividades sedentárias [SED], tempo gasto em atividades leves [Light], tempo gasto em atividades moderadas a vigorosas [MVPA], número de passos/dia [STEPS] (p>0,05). Indivíduos com DPOC, tiveram maiores níveis de AFVD no período vespertino da sexta-feira quando comparados ao domingo 2071 [1508-4037] vs 1069 [548-1630] passos/dia respectivamente; p<0,05. Pacientes asmáticos, tiveram um maior nível de AFVD no início da semana comparados ao final de semana 11 [2-33] e 0 [0-11] kcal T1 segunda vs sábado, respectivamente; p<0,05. Algumas variações nos níveis de AFVD também foram observadas em indivíduos com FPI ao longo dos dias da semana; eles apresentaram menor tempo gasto em atividades sedentárias no período vespertino quinta vs domingo, 193 [0-244] vs 255 [209-279] minutos/dia, respectivamente; p<0,05. Conclusão: O presente estudo demonstrou que não existe variação significativa do comportamento de AFVD no período matutino nas 3 doenças estudadas. Entretanto, no período vespertino, observamos que nos 3 grupos foram encontradas diferenças significativas em relação à AFVD. Esses resultados são promissores e podem trazer grandes avanços para o campo da prescrição de atividade física, a fim de diminuir a inatividade de pacientes com doenças respiratórias crônicas.Item Influência da posição mandibular e lado de preferência de mastigação no apoio plantar de crianças de quatro a 11 anos(2023-03-10) Bittar, Karina Correia Bonalumi; Macedo, Christiane de Souza Guerino; Fujisawa, Dirce Shizuko; Seixas, Gabriela Fleury; Zamboti, Camile LudovicoIntrodução: O posicionamento mandibular propicia estímulos aferentes ao Sistema Nervoso Central que podem causar adaptações posturais globais, com consequente alteração no equilíbrio e no apoio plantar. Entretanto esta interferência ainda não está estabelecida, tampouco as mudanças do apoio plantar em função da faixa etária e lado de preferência de mastigação em crianças. Objetivos: Verificar a influência do posicionamento mandibular em lateralidade no apoio plantar de crianças e estabelecer as diferenças em relação à idade e ao lado de preferência de mastigação. Métodos: Este é um estudo transversal com avaliação de crianças saudáveis, entre quatro e 11 anos. Todas as crianças foram avaliadas por fotogrametria da face e, simultaneamente, a análise do apoio plantar por baropodometria, com a mandíbula em máxima interscuspidação (mandíbula centralizada) e lateralidade direita e esquerda. A distância do deslocamento mandibular para os lados direito e esquerdo foram comparados por meio do teste de Wilcoxon. A comparação da pressão média, pressão máxima e área de superfície plantares nos três posicionamentos mandibulares foi realizada por meio do teste de Friedman. As variáveis também foram comparadas em função da idade (4 - 7 anos e 8 - 11 anos) e pelo lado de preferência de mastigação. O coeficiente de correlação de Spearman foi utilizado para correlacionar as variáveis do apoio plantar com a idade, massa corporal e estatura das crianças. Resultados: Foram incluídas 93 crianças com idade de 8 [7 - 9] anos, 27 [21-34] quilos e 1,3 [1,21 - 1,41] metros. Houve maior deslocamento mandibular em lateralidade esquerda (13 [9-19] centímetros) em comparação com a lateralidade direita (7 [3,50-12,00] centímetros) (p<0,01). A mudança do posicionamento mandibular não estabeleceu diferenças na pressão média, pressão máxima e superfície de apoio plantar (p>0,05). Quando a mandíbula estava centralizada foram observadas maior pressão média, pressão máxima e área de superfície no pé esquerdo (p<0,01). As crianças mais velhas apresentaram maior deslocamento mandibular à esquerda (p<0,01), entretanto não foram observadas diferenças para as variáveis do apoio plantar em função da idade (p>0,05) e em função do lado de preferência de mastigação (p>0,05). Houve moderada a forte correlaçao entre idade, massa corporal, estatura e a área de superficie plantar (0,63Item Validade e confiabilidade do Y Balance Test-Upper Quarter em homens praticantes de CrossFit®(2023-03-30) Policarpo, Fernanda Nair Nicolau; Macedo, Christiane de Souza Guerino; Oliveira, Marcio Rogerio de; Lima, Pedro Olavo De Paula; Zamboti, Camile LudovicoIntrodução: O Y Balance Test-Upper Quarter (YBT-UQ) foi desenvolvido com para avaliar a estabilidade dinâmica do membro superior, entretanto não existem estudos que comprovem sua validade, e correlacionem seus resultados com a plataforma de força, equipamento o padrão ouro para análise de estabilidade, equilíbrio e controle postural. O CrossFit®, por utilizar amplamente os membros superiores, apresenta cerca de 26% de lesões no ombro, porém poucos estudos analisaram a estabilidade do membro superior. Objetivo: Verificar a validade do YBT-UQ para a avaliação da estabilidade do membro superior e a confiabilidade intra e inter examinadores do YBT-UQ desenvolvido sobre a plataforma de força em praticantes de CrossFit®. Métodos: Trata-se de um estudo transversal, com 31 praticantes de CrossFit®, do sexo masculino, com idade entre 18 e 35 anos. As avaliações foram desenvolvidas por dois avaliadores independentes, em dois dias, com intervalo de duas semanas, e sequência de realização previamente aleatorizada. Em um dos dias, ambos os avaliadores coletaram os dados do YBT-UQ sobre a plataforma de força, no outro dia o avaliador 1 coletou novamente os dados do YBT-UQ sobre a plataforma de força e o teste YBT-UQ no solo. A análise estatística foi realizada no programa SPSS® 22. O teste de Shapiro-Wilk estabeleceu a normalidade dos dados. A validade do YBT-UQ foi apontada por meio do coeficiente de correlação de Spearman. A confiabilidade intra e inter avaliador foi analisada por meio do coeficiente de correlação intraclasse (CCI). Para todos os testes foram calculados o Coeficiente de Correlação Intraclasse Intra e Inter avaliadores, Erro padrão de medida (EPM), Mínima mudança detectável (MMD) e efeito aprendizagem. Resultados: Somente o escore composto do YBT-UQ apresentou correlação moderada com todas as variáveis da plataforma de força (0,40Item Desfechos clínicos, físicos e psicológicos entre indivíduos com diferentes níveis de estado funcional pós COVID-19(2023-04-25) Panont, Aline Gil; Probst, Vanessa Suziane; Castro, Larissa Araújo de; Ramos, Ercy Mara Cipulo; Loyola, Walter SepúlvedaContextualização: A presente dissertação de mestrado versa sobre aspectos da avaliação física e funcional de pacientes com sequelas resultantes da COVID-19 (Coronavirus Disease 2019). O texto da dissertação envolve a revisão da literatura e artigo científico, que contém os resultados encontrados pelo estudo desenvolvido. Introdução: A COVID-19 é uma doença respiratória viral e altamente transmissível causada pelo vírus SARS-CoV-2 (Severe Acute Respiratory Syndrome Coronavirus 2). É comum a presença de vários sintomas, podendo levar ao desenvolvimento da doença de uma forma leve até grave, com necessidade de hospitalização. Devido à complexidade da doença e seu enorme impacto sobre o organismo do indivíduo, sobreviventes da infecção podem persistir a longo prazo com diferentes graus de comprometimento funcional, social e emocional, conhecidos como a Síndrome pós-COVID-19. Objetivo: Comparar desfechos clínicos, físicos e psicológicos entre indivíduos com diferentes níveis de estado funcional após internação por COVID-19. Métodos: Trata-se de um estudo transversal com 75 indivíduos que foram hospitalizados devido à COVID-19 e que após a alta hospitalar, ainda apresentavam queixas de fraqueza muscular, dispneia e/ou fadiga. Os indivíduos foram submetidos à avaliação da função pulmonar (espirometria simples), capacidade de exercício (teste de caminhada de seis minutos [TC6min]), funcionalidade (teste de sentar e levantar de 1 minuto [STS-1min]), força muscular periférica (teste de força de preensão palmar [FPP] e teste de uma repetição máxima [1RM]), sintomas de ansiedade e depressão (Hospital Anxiety and Depression Scale [HADS]), qualidade de vida (Short-Form Healthy Survey [SF-36]) e estado funcional (Post-COVID Functional Scale [PCFS]). Também foram levantados dados a respeito das características antropométricas, hábitos de vida, comorbidades, histórico da internação, uso de medicamentos e atividade profissional. Para análise, os indivíduos foram separados de acordo com o desempenho na PCFS em dois grupos: menor e maior limitação funcional (PCFS 1-2 e PCFS 3-4, respectivamente). A análise estatística foi realizada pelo software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) e a diferença estatisticamente significante foi considerada como P<0,05. Resultados: Os indivíduos com maior limitação funcional apresentaram pior qualidade de vida nos seguintes domínios do SF-36: Capacidade funcional (PCFS 1-2 50 [34-66] versus PCFS 3-4 40 [28-55] pontos; p=0,01); Dor (PCFS 1-2 61[41-90] versus PCFS 3-4 41[22-61] pontos; p=0,006) e Aspectos Sociais (PCFS 1-2 62[50-75] versus PCFS 3-4 50[25-62] pontos; p=0,01). Também houve diferença em relação à necessidade de internação em unidade de terapia intensiva [UTI] (PCFS 1-2 46% versus PCFS 3-4 71%; p=0,03) e o número de dias de internação em UTI (PCFS 1-2 0[0-11] versus PCFS 3-4 7[0-29] dias; p=0,04). Não houve diferença estatisticamente significante entre os grupos nos demais desfechos avaliados. Conclusões: Indivíduos com maior limitação funcional autorreferida pela escala PCFS apresentam pior qualidade de vida em relação aos domínios capacidade funcional, dor e aspectos sociais quando comparados aos com menor limitação. A necessidade de internação em UTI, bem como o número de dias em UTI foi maior nos indivíduos com maior limitação funcional autorreferida pela escala PCFS.Item Mensuração das propriedades métricas de três testes funcionais em indivíduos hospitalizados vítimas de queimaduras(2023-04-25) Hoshino, Angela Ayumi; Mantoani, Leandro Cruz; Anami, Elza Hiromi Tokushima; Reche, Gianna Kelren Waldrich BiscaIntrodução: Avaliar a capacidade funcional de indivíduos vítimas de queimaduras requer instrumentos confiáveis. Porém, até o momento, poucos instrumentos objetivos foram validados nesta população. Dessa forma, testes que sejam rápidos e práticos seriam de grande valia para medir os resultados de intervenções terapêuticas em ambientes hospitalares. Objetivos: Verificar as propriedades métricas dos testes Sit-to-Stand de 5 repetições (STS5r), Sit-to-Stand de 1 minuto (STS1min) e Timed Up and Go (TUG) em indivíduos hospitalizados vítimas de queimaduras. Adicionalmente, verificar os valores de erro padrão de medida (SEM), a mínima mudança detectável com 95% de intervalo de confiança (MDC95) e o efeito aprendizado dos testes. Métodos: Foi realizado um estudo longitudinal, com indivíduos vítimas de queimaduras internados no Centro de Tratamento de Queimados (CTQ) do Hospital Universitário de Londrina, em programação de alta hospitalar. Os indivíduos foram avaliados em duas ocasiões: próximo da alta hospitalar e após 30 dias no retorno ambulatorial. Para a validação concorrente e convergente, foram realizados o teste de caminhada de 6 minutos (TC6min) e mensurado a força muscular de quadríceps femoral (QF), respectivamente. Para a confiabilidade, os três testes em estudo foram aplicados de forma aleatorizada, por dois avaliadores em três momentos. Duas vezes pelo mesmo avaliador (intra-avaliador) com intervalo de 1 dia e uma vez por um segundo avaliador (interavaliador) após a primeira avaliação. Foram calculados o SEM e MDC95 de cada teste. Para análise do efeito aprendizado, os testes foram realizados duas vezes em cada momento por cada avaliador. Antes e após cada teste foram registrados os sinais vitais, a dor pela escala visual analógica e fadiga pela escala de Borg modificada. Por fim, para a responsividade foi calculado o tamanho de efeito (EF) e o Standardize Response Mean (SRM). Resultados: Sessenta e quatro indivíduos foram incluídos no estudo, 42 homens, 39,5±13 anos, porcentagem da superfície corporal queimada de 8 [4- 18] %, 67% apresentavam acometimento em membros inferiores (queimaduras ou presença de área doadora na região) e tempo de internação hospitalar de 14[10-21,5] dias. O teste TUG apresentou correlação muito forte (r= -0,90 p<0,0001) com o TC6min e os testes STS5r e STS1min apresentaram uma correlação moderada (r= -0,55 e r= 0,60, p<0,0001), também com o TC6min. Ao analisar os testes com a força muscular de QF, foi observado uma correlação moderada com o teste TUG (r= -0,41, p=0,0008), uma correlação fraca com o teste STS5r (r= -0,30, p=0,013) e nenhuma com o STS1min (r= 0,21, p=0,091). Os valores de coeficiente de correlação intraclasse (ICCs) mostraram-se bons a excelente (0,88 a 0,97) em todos os testes intra e interavaliadores. Todos os testes apresentaram valores de MDC95% (19 a 23%) aceitáveis. Foi observado uma melhora pequena, mas estatisticamente significativa em todos os testes quando realizados mais de uma vez, demonstrando um efeito aprendizado nos mesmos. Além disso, os três testes demonstraram um moderado a grande tamanho de efeito e responsividade, verificada pelo SRM. Conclusão: Os testes STS5r, STS1min e TUG mostraram-se válidos, confiáveis, responsivos e viáveis para avaliar a capacidade funcional de indivíduos vítimas de queimaduras antes da alta hospitalar. Os valores de SEM e MDC95 encontrados poderão ser utilizados na prática clínica e devido ao possível efeito aprendizado, o melhor valor de dois testes deve ser escolhido.Item Associações entre atividade física na vida diária, aptidão física e funcional, e risco de mortalidade em idosos fisicamente independentes.(2023-07-31) Santana, Natali Maciel Folster de; Teixeira, Denilson de Castro; Pitta, Fábio de Oliveira; Oliveira, Laís Campos deDurante o envelhecimento ocorrem alterações corporais, condicionadas à fatores intrínsecos e extrínsecos, que podem aumentar à vulnerabilidade do idoso à comorbidades, a reduzir a sua aptidão física e funcional e a aumentar o risco de mortalidade. A produção de conhecimento sobre fatores intervenientes que interferem nas condições de saúde do idoso deve ser estimulada para que intervenções mais eficazes sejam oferecidas à essa população. Sendo assim, essa dissertação teve como analisar as possíveis relações entre o nível de atividade física na vida diária (AFVD) com a aptidão física e funcional e a predição de mortalidade precoce em idosos fisicamente independentes. A dissertação foi composta por dois estudos realizados: o primeiro, com delineamento transversal que analisou as diferenças na aptidão física e funcional de homens e mulheres idosos que atingem ou não 5000 passos diários e o segundo, um estudo de coorte com base populacional que investigou a associação de diferentes pontos de corte de passos/dia para a AFVD com a mortalidade por todas as causas. Participaram dos estudos 396 idosos, homens e mulheres, fisicamente independentes, que tiveram os seus dados de base coletados entre 2009 e 2010, mediante entrevista estruturada com informações sociodemográficas e estado de saúde, medidas antropométricas para cálculo do IMC, testes de aptidão física e funcional mediante seis testes funcionais, nível de AFVD avaliado pelo pedômetro e taxas de mortalidade dos participantes em 10 anos de seguimento. Os dados foram analisados mediante o Test t Student, coeficiente de correlação de Spearman, Curva Roc, Qui-quadrado e Regressão de Cox. Os resultados referentes às comparações demonstraram os homens e mulheres idosos que realizavam em média =5000 passos/dia tiveram melhor desempenho nos testes de agilidade e equilíbrio dinâmico (AGI), no equilíbrio estático (EQUI) e no teste de sentar e levantar da cadeira (SLEV) do que os seus pares que atingiram =5000 passos/dia (p<0,05 para todos). Foram observadas correlações moderadas e negativas entre a AFVD e a AGI para os homens e mulheres (p<0,001 para todos) e o único teste com acurácia diagnóstica aceitável para discriminar baixos níveis de AFVD (<5000 passos/dia), foi o teste de AGI (AUC= 0,76 e 0,72 para homens e mulheres respectivamente). A regressão de Cox considerando os diferentes pontos de corte para a AFVD no modelo ajustado por covariáveis, identificou que quanto menor o nível de AFVD mais riscos os idosos apresentam para a mortalidade, ou seja, os idosos que realizam <2500, entre 2500 a 4999 e entre 5000 a 7999 passos/dia, possuem respectivamente 5,2, 2,6 e 3,2 vezes mais chances de irem a óbito em 10 anos do que os idosos que realizam =8000 passos/dia (p<0,05 para todos). Concluímos que os idosos, homens e mulheres mais ativos (=5000 passos/dia) possuem melhor aptidão física e funcional do que os menos ativos (<5000 passos/dia) e que o risco de mortalidade em 10 anos é maior nos idosos com menores níveis de AFVD.Item Qual variável de quantificação da atividade física na vida diária se associa melhor com desfechos físico-funcionais na DPOC: volume total de atividade física por semana ou tempo gasto por dia em atividades moderadas a vigorosas?(2023-10-26) Oliveira, Fernanda Subtil de; Pitta, Fábio de Oliveira; Mesquita, Rafael; Matte, Darlan Laurício; Silva, Humberto; Camillo, Carlos Augusto MarçalIntrodução: A atividade física na vida diária (AFVD) pode ser quantificada de várias formas, sendo o tempo gasto/dia em atividades físicas moderadas a vigorosas (AFMV) uma variável comumente utilizada na avaliação de diferentes populações, inclusive indivíduos com doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC). Por outro lado, a quantificação da AFVD mensurada por meio do volume total de atividade física por semana nos permite avaliar a AFVD de uma forma mais abrangente, contemplando todas as intensidades em uma única métrica, inclusive atividades leves e sedentárias. No entanto, ainda não há nenhum estudo disponível na literatura científica que mostre se esses dois métodos de quantificação de AFVD (i.e., tempo em AFMV e volume total de AF/semana) refletem similarmente outros desfechos clínicos da DPOC. Portanto, a presente dissertação de mestrado foi desenvolvida com o intuito de contribuir com evidências científicas envolvendo a avaliação de diferentes variáveis de AFVD na DPOC, mais especificamente verificando qual variável de quantificação da AFVD (volume total de AF por semana ou tempo gasto/dia em AFMV) se associa melhor com os desfechos físico-funcionais da DPOC. Métodos: Trata-se de um estudo transversal, no qual indivíduos com DPOC foram submetidos à avaliação da AFVD (monitor de atividade física Sensewear Armband), da função pulmonar (espirometria), capacidade de exercício (teste de caminhada de seis minutos [TC6min]), composição corporal (bioimpedância), força muscular de quadríceps femoral (teste de uma repetição máxima [1RM] e dispneia na vida diária (escala do Medical Research Council [MRC]. Os pacientes utilizaram o monitor de atividade física durante 7 dias consecutivos. O volume total de AFVD foi definido como o produto da média de intensidade em METs pela duração da atividade, e AFMV foi considerada como aquela que demandava >3 equivalentes metabólicos (MET). A análise da normalidade dos dados foi realizada pelo teste de Shapiro-Wilk. As correlações foram avaliadas pelo coeficiente de Spearman e regressão linear simples foi realizada para investigar as associações entre o volume total de AF/semana e tempo gasto/dia em AFMV com outros desfechos físico-funcionais. Resultados: Foram analisados 91 indivíduos com DPOC (45 homens, 66±8anos; VEF1 50±16%predito; IMC 27±5kg/m2). Tanto o tempo gasto/dia em AFMV quanto com o volume total de AF/semana se correlacionaram significativamente com TC6min, índice de massa corpórea, massa gorda e massa livre de gordura em magnitudes muito similares (0,23 < r < 0,46, p<0,05 para todas). Nenhuma das duas variáveis se correlacionou de forma significativa com os outros desfechos, e na regressão linear simples ambas variáveis apresentaram associações significativas com TC6min, massa gorda e massa livre de gordura. Conclusão: O volume total de AF/semana e o tempo gasto/dia em AFMV apresentaram associações similares com desfechos físico-funcionais em indivíduos com DPOC.Item Avaliação do controle postural de indivíduos com doença de Parkinson durante atividades funcionais sob diferentes demandas atencionais(2023-10-27) Silva, Patrícia Gonçalves Broto da; Smaili, Suhaila Mahmoud; Lavado, Edson; Oliveira, Marcio Rogério deIntrodução: Embora a instabilidade postural seja amplamente reconhecida como um sintoma prevalente na doença de Parkinson (DP), sua avaliação permanece restrita a posturas estáticas. Por isto, para melhor compreender os mecanismos e as estratégias de controle postural (CP) utilizadas por esses indivíduos, são necessárias novas abordagens de avaliação que levem em consideração a análise CP durante atividades funcionais. Objetivo: Comparar o CP de indivíduos com DP durante atividades funcionais sob diferentes demandas atencionais. Método: Estudo transversal, composto por 50 indivíduos com DP leve a moderada, avaliados pela plataforma de força durante as seguintes atividades: 1) tarefa de alimentação (servir-se e beber água), 2) tarefa de vestuário (vestir uma camisa e abotoá-la) e 3) tarefa de função executiva (guardar corretamente 20 objetos em uma prateleira distribuídos em quatro categorias: itens de higiene pessoal, itens de alimentação, itens de materiais de escritório e itens de ferramentas). Foram realizadas duas tentativas de 30 segundos para cada condição em simples tarefa (ST) e dupla tarefa (DT). Os parâmetros analisados foram a área de COP (center of pressure) (cm2), amplitude (cm) e velocidade (cm2) anteroposterior (AP) e mediolateral (ML). Para a análise de comparação do controle postural entre ST vs DT durante as atividades funcionais foi realizado o teste de Wilcoxon. Para a comparação da média de acertos na avaliação do CP entre a ST e a DT (atividade de função executiva) foi utilizado o teste t pareado. Resultados: Na atividade funcional de alimentação, foram verificadas diferenças estatisticamente significantes na área de COP (12,10 vs 10,67; P=0,004), amplitude ML (3,88 vs 3,86; P=0,029), velocidades AP (2,27 vs 2,11; P=0,003) e ML (1,90 vs 1,83; P=<0,001) com valores inferiores destes parâmetros durante a DT. Na atividade funcional de vestuário, houve diferença na amplitude AP (4,90 vs 4,53, P=0,009), com valor inferior deste parâmetro durante a DT. Na atividade funcional de função executiva, houve diminuição de todos os parâmetros: área de COP (55,82 vs 53,77; P=0,010), amplitude AP (7,23 vs 6,81; P=0,038); amplitude ML (10,66 vs 10,47, P=0,034); velocidades AP (3,70 vs 3,38; P=<0,001) e ML (4,09 vs 3,77; P=<0,001) quando comparadas as performances em ST e DT. Conclusão: Os indivíduos com DP apresentaram redução da oscilação postural em atividades funcionais quando submetidos a atividades associadas à DT, em hipótese ao aumento da rigidez axial e redução do controle ativo e coordenado dos músculos do tronco e membros inferiores quando há aumento da demanda atencional.