02 - Mestrado - Ciências da Reabilitação
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Item Dor musculoesquelética em ciclistas recreacionais: diferenças e relações da altura, inclinação e deslizamento anteroposterior do selim da bicicleta(2024-10-04) Paula, Jorge Augusto Schulhan de; Macedo, Christiane de Souza Guerino; Oliveira, Marcio Rogério de; Bertoncello, DernivalIntrodução: Ciclistas recreacionais estão sujeitos à dores musculoesqueléticas, mas não se sabe se as posições do selim se relacionam ou determinam estas dores. Objetivos: Comparar as características dos ciclistas, dos treinos e das posições do selim da bicicleta de ciclistas recreacionais com e sem dores musculoesqueléticas, correlacionar as posições do selim com as dores musculoesqueléticas e o que melhor as determina. Métodos: Foram avaliados 58 ciclistas recreacionais, 29 com dor musculoesquelética (10 homens e 19 mulheres) e 29 sem dor (11 homens e 18 mulheres). Analisaram-se os dados de caracterização da amostra, da prática do ciclismo, intensidade da dor pela escala visual analógica de dor (EVA) e as medidas do selim (altura, inclinação e deslizamento anteroposterior). Os resultados foram comparados, correlacionados e na sequência aplicou-se a análise de regressão linear simples. Resultados: Os grupos foram semelhantes nos dados de caracterização da amostra, quilômetros pedalados na semana, frequência treinos semanais, altura, inclinação e deslizamento do selim. Os ciclistas com dores musculoesqueléticas apontaram queixas na coluna lombar (30,6%; EVA=2[1-3]), quadril (14,5%; EVA =2[1-2]), períneo (14,5%; EVA =2[2-2,5]) e joelho (16,1%; EVA =2[1-2]). Para a amostra total a correlação foi alta e significativa entre dor no quadril e: dias de treinos na semana (rho=0,70) e inclinação do selim (rho=0,70), e de insignificante à moderada nas demais análises. Estabeleceu-se os dias pedalados na semana determinam 74% da dor no quadril e 68% da dor na região de períneo, e que a inclinação posterior do selim determina 82% da dor na região de quadril. Para as ciclistas mulheres com dores musculoesqueléticas a dor no quadril (EVA=1,5[1-3]) demonstrou correlação alta e significativa com dias de treinos na semana (rho=0,90), nas demais correlações foram de insignificantes à moderadas. Os dias pedalados na semana determinaram 74% da dor no quadril e 78% de dor na região do períneo, e a inclinação posterior do selim determinou 65% de dor no quadril das ciclistas mulheres. Para os ciclistas homens houve correlação alta, significativa e inversa entre todas as queixas de dor e: inclinação do selim (rho=-0,80), deslizamento anteroposterior do selim (rho=-0,80) e inversa e moderada com a idade (rho=-0,60), assim como para a dor lombar (EVA=1,6 (0,5)) e: inclinação do selim (rho=-0,80), deslizamento anteroposterior do selim (rho=-0,70) e inversa e moderada com a idade (rho=-0,70). As dores no geral foram determinadas em 73% pela inclinação do selim, em 60% pelo deslizamento do selim e em 48% pela idade. A dor lombar nos ciclistas homens pode ser determinada em 67% pela inclinação e em 59% pelo deslizamento do selim. Conclusão: Os ciclistas recreacionais com e sem dores musculoesqueléticas tem as mesmas características físicas, de treinamento e de posição do selim. Algumas características dos treinos e da posição do selim se relacionam e podem determinar as dores musculoesqueléticas, de forma diferente em ciclistas recreacionais homens e mulheres.Item Preditores de falha no desmame da ventilação pulmonar mecânica em pacientes acometidos pela Covid-19(2024-10-21) Silva, Natália Trindade da; Probst, Vanessa Suziane; Brandão, Daniella Cunha; Carvalho, Celso Ricardo Fernandes de; Okamura, Larissa Araújo de CastroIntrodução: Durante a pandemia de COVID-19, uma importante parcela dos indivíduos acometidos cursou com insuficiência respiratória aguda e necessidade de ventilação mecânica invasiva (VMI). Uma vez que esse suporte se torna necessário, grandes são os esforços para conduzir um desmame ventilatório bem-sucedido e prevenir os efeitos deletérios associados ao uso prolongado de pressão positiva. Portanto, identificar as características clínicas de pacientes acometidos pela COVID- 19 que obtiveram falha ou sucesso no desmame ventilatório pode fornecer subsídios para otimizar o manejo ventilatório. Objetivo: Identificar preditores de falha no desmame da ventilação mecânica de pacientes acometidos pela COVID-19, internados em um hospital de referência. Metodologia: Trata-se de um estudo de coorte retrospectivo. As seguintes informações foram obtidas por meio de análise de prontuário eletrônico: dados pessoais, clínicos, parâmetros da VMI e de mecânica ventilatória nas primeiras 72 horas, tempo de VMI, de internação em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e hospitalar, desfecho de alta ou óbito. Foram incluídos todos os indivíduos diagnosticados com COVID-19, internados em um hospital terciário do sul do Brasil entre março de 2020 e abril de 2021, =18 anos de idade e que necessitaram de VMI. Os indivíduos que atingiram os critérios de desmame da ventilação mecânica foram separados em dois grupos: sucesso (SD) e falha (FD) no desmame. SD foi definido como retirada da prótese orotraqueal sem a necessidade de novo procedimento de intubação em até 48 horas ou, no caso de pacientes traqueostomizados, desconexão da ventilação mecânica por um período de =48 horas sem retorno da VMI. Resultados: Foram incluídos 2.198 indivíduos no estudo, dentre os quais, 229 (56 [45-65] anos, 129 homens, índice de massa corpórea 29 [25-33] Kg/m2) preencheram os critérios para desmame ventilatório e permaneceram nas análises (SD: n=180; 96 homens e FD: n=49; 33 homens). Os indivíduos do grupo SD se mostraram mais novos (SD 55 [43-63] vs FD 62 [52-70] anos; p<0,0001), além de terem permanecido menos tempo na UTI (SD 17 [10-27] vs FD 31[17-47] dias; p<0,0001) e menos tempo em VMI (SD 13 [7-20] vs FD 28 [18-40] dias; p<0,0001). A idade (OR [IC 95%] 1,070 [1,023 - 1,119]), o tempo de internação hospitalar (OR [IC 95%] 0,939 [0,888 - 0,993]), o tempo em VMI (OR [IC 95%] 1,147 [1,066 - 1,236]) e a driving pressure (OR [IC 95%] 4,215 [1,004 - 17,703]) se mostraram preditores de falha no desmame ventilatório, independente do sexo e do número de comorbidades. A proporção de indivíduos que evoluíram para óbito foi significantemente maior no grupo FD (FD: 69% vs SD: 24%; p <0,0001). Conclusão: Indivíduos acometidos pela COVID-19, com idade mais avançada, mecânica ventilatória mais comprometida e que permanecem por mais tempo em VMI, constituem um grupo específico que apresenta maiores chances de falha no desmame ventilatório. Portanto, atenção especial deve ser dada a esse grupo, a fim de minimizar as consequências deletérias no insucesso do desmame, com o aumento da mortalidade associada às falhas de extubação.Item Características clínico-funcionais em adolescentes com cardiopatia congênita e saudáveis(2024-02-05) Sato, Karina Massari Parra; Oliveira, Josiane Marques Felcar Piaie de; Probst, Vanessa Suziane; Reis, Cardine Martins dosIntrodução: Com o avanço da tecnologia e das técnicas cirúrgicas, a sobrevida de crianças com cardiopatia congênita (CC) está aumentando. No entanto, a CC promove alterações hemodinâmicas que podem reduzir a capacidade funcional. Objetivos: Comparar características clínico-funcionais como a capacidade de exercício, força muscular, função pulmonar e atividade física de adolescentes com CC e adolescentes saudáveis. Comparar a percepção de qualidade de vida de adolescentes com CC com seus responsáveis e com adolescentes saudáveis. Metodologia: Estudo transversal, foram incluídos adolescentes de 13 a 17 anos, ambos os sexos, com CC e adolescentes saudáveis. Os critérios de exclusão foram condições ortopédicas, neurológicas e respiratórias que impedissem as avaliações propostas. Inicialmente, foi preenchida ficha com dados da condição clínica do paciente e coletados dados antropométricos. Em seguida, realizaram testes como espirometria para avaliação da função pulmonar, manovacuometria para força muscular respiratória, teste de uma repetição máxima e o teste de sentar e levantar de 30 segundos para força muscular periférica, teste de caminhada de seis minutos (TC6min) para capacidade de exercício, pedômetro e questionário internacional de atividade física - versão curta (IPAQ) para atividade física e questionário Pediatric Quality of Life Inventory versão 4.0 (PedsQL™) para qualidade de vida. Adicionalmente foi utilizado o questionário Pediatric Cardiac Quality of Life Inventory (PCQLI) na avaliação da percepção de qualidade de vida dos cardiopatas e seus responsáveis. A distribuição dos dados foi analisada pelo teste de Shapiro-Wilk e para comparar as variáveis numéricas foi utilizado o teste de Mann-Whitney ou teste t não pareado. Para as variáveis categóricas foi utilizado o teste do Qui-quadrado (com ou sem correção de Yates) ou teste exato de Fisher. A significância estatística adotada foi P<0,05. Resultados: Foram avaliados 42 adolescentes, 21 adolescentes com CC, 14 (14-16) anos e 21 adolescentes saudáveis, 16 (14-17) anos. Não houve diferença estatisticamente significativa (P>0,05) em sexo masculino/feminino e índice de massa corpórea (IMC) entre os adolescentes com cardiopatia 12 (57%) / 9 (43%); 20 (19-25) Kg/m2, e os saudáveis 13 (62%) / 8 (38%); 22 (18- 25) Kg/m2, respectivamente. A cardiopatia mais frequente, foi a comunicação interventricular (24%). Quando comparados, houve diferença significativa na distância percorrida do TC6min 586 ±83 metros nos cardiopatas e 651 ±67 metros nos saudáveis (P=0,007) e no teste de sentar e levantar de 30 segundos com 13 (12-15) repetições nos cardiopatas e 17 (15-18) nos saudáveis (P=0,001). Os saudáveis apresentaram força muscular maior nos músculos bíceps (P=0,017), tríceps (P=0,027) e quadríceps (P=0,029). Na força muscular respiratória e função pulmonar não houve diferença em nenhuma das variáveis, bem como na atividade física na vida diária avaliada por meio do pedômetro. Na classificação do IPAQ (P=0,043), os saudáveis tiveram prevalência de “ativos” e muito ativos” e os cardiopatas de “ativos” e “irregularmente ativos A”. Na percepção de qualidade de vida, em ambos os questionários, não houve diferença significativa. Conclusão: Os adolescentes com CC apresentam redução da capacidade de exercício, força muscular periférica e atividade física quando comparados com saudáveisItem Prevalência de atraso motor e fatores associados em crianças com cardiopatias congênitas: revisão sistemática(2022-07-28) Salvi, Luyne Lopes; Felcar, Josiane Marques; Oliveira, Vinicius Cavalheri de; Valenciano, Paola JaneiroINTRODUÇÃO: As cardiopatias congênitas (CCs) tem grande prevalência mundial (8:1.000 nascidos vivos), na maioria dos casos a intervenção cirúrgica é necessária e consequentemente o internamento na Unidade de Terapia Intensiva. Há grande risco de comprometimento no desenvolvimento motor no pós-cirúrgico de correção cardíaca. Existem instrumentos padronizados para avaliação do desenvolvimento infantil, entre eles se destacam: a Bayley Scales of Infants and Toddler Development (Bayley), o Denver Developmental Screening Test (DDST) e a Alberta Infant Motor Scales (AIMS). OBJETIVOS: Verificar a prevalência do atraso motor em crianças cardiopatas de 0 a 6 anos de idade, os fatores associados ao DM atípico. MÉTODOS: A pesquisa foi realizada em sete bases de dados eletrônicos do início das bases de dados até dezembro de 2021, três autores de forma independentes fizeram a seleção quanto a inclusão e extração de dados dos estudos. A qualidade dos estudos foi avaliada usando a Ferramenta de Avaliação de Qualidade do National Institutes of Health (NIH), validada de acordo com o desenho dos estudos, por dois revisores independentes. Foi realizada a meta-análise para analisar a prevalência geral de atraso motor em crianças cardiopatas e as que foram submetidas e não submetidas a cirurgia de correção cardíaca. Os dados foram analisados por meio do software Jamovi. O modelo de efeito randomizado de proporção foi realizado utilizando a análise DerSimonian-Laird. A heterogeneidade foi realizada e analisada com o I2 e interpretados (valores <25% considerados baixos, entre 50-75% moderados e >75% altos). A concordância com relação à qualidade dos estudos foi verificada pelo índice Kappa. RESULTADOS: Trinta e nove estudos (65% coortes) foram incluídos, predominantemente dos Estados Unidos (9) e envolveram 2.057 participantes com CCs. Para calcular a prevalência global do atraso motor, foram analisados 19 estudos envolvendo 1.142 participantes. A estimativa geral da prevalência de atraso motor nessa população foi de 37% [IC 95%: 27-48; P<0,001]. A heterogeneidade foi de 96,1% P<0,001. Dos pacientes que foram submetidos à cirurgia cardíaca 42% [IC 95%: 27-58; P<0,001] apresentaram atraso motor. A heterogeneidade foi de 96,23% P<0,001. Os pacientes que não fizeram cirurgia cardíaca demonstraram uma prevalência mais baixa de atrasos motores 29% [IC 95%: 20-39; P<0,001]. A heterogeneidade foi de 76,6% P<0,001. A prevalência do uso de circulação extracorpórea foi identificada em três estudos, a prevalência foi de 62% [IC 95%: 42- 82; P<0,001]. A heterogeneidade foi de 87,8% P<0,001. A variabilidade na amostragem e na metodologia entre os estudos revisados é a limitação mais importante desta revisão. CONCLUSÃO: Crianças com CCs diversas apresentam risco de atraso motor. Existem fatores que contribuem para uma maior prevalência de risco de atraso: idade da criança, peso, anormalidades hemodinâmicas, oxigenação cerebral, comorbidades, tipo da CC, cirúrgia, hospitalização, o uso de ventilação mecânica (VM) e circulação extracorpórea (CEC), a condição socioeconômica e a educação familiar. Os instrumentos validados utilizados para avaliar o desenvolvimento são muito variados, bem como os tipos de cardiopatias. O diagnóstico precoce das cardiopatias e do atraso motor são essenciais para minimizar os comprometimentos nessa populaçãoItem Efetividade da dupla tarefa associada ao treino de marcha e neuromodulação na qualidade de vida e preocupação em cair em indivíduos com doença de Parkinson : ensaio clínico controlado randomizado(2024-08-23) Melanda, Alessandra Cattaneo Estrada; Smaili, Suhaila Mahmoud; Machado, Daniel Gomes da Silva; Lavado, Edson LopesIntrodução: Estudos sobre qualidade de vida (QV) e preocupação com quedas na doença de Parkinson (DP) buscam, em geral, compreender como os sintomas motores e não motores impactam nesses desfechos. Por se tratar de desfechos complexos e multifatoriais, é necessário que a QV e a preocupação com quedas tenham protagonismo em estudos clínicos, bem como quais abordagens terapêuticas são mais efetivas e se há benefício adicional em terapias combinadas para o seu manejo. Objetivo: Verificar a efetividade do treino de dupla tarefa (DT) associada ao treino de marcha em esteira e eletroestimulação transcraniana por corrente contínua (ETCC) anódica na QV e preocupação em cair em indivíduos com DP. Métodos: Trata-se de um ensaio clínico randomizado controlado, cego, composto por 37 indivíduos de ambos os sexos, com DP leve a moderada e sem declínio cognitivo, alocados em dois grupos: 1) Grupo Experimental (GE; n = 19) que realizou treino de DT + treino de marcha em esteira + ETCC anódica e 2) Grupo Controle (GC; n = 18) que realizou treino de marcha em esteira + ETCC anódica. Foram realizadas 12 sessões de intervenção, três vezes por semana. O treino de DT baseou-se na aplicação de um protocolo composto por 3 níveis, com 6 tarefas em cada nível e com evolução gradativa de complexidade, aplicadas durante 18 minutos do treino de marcha na esteira. A corrente foi aplicada no córtex pré-frontal dorsolateral esquerdo, com intensidade de 2 mA, concomitante ao treino de marcha. Para avaliação da qualidade de vida foi utilizado o Parkinson’s Disease Questionnaire (PDQ-39) e a preocupação em cair foi avaliada pela Escala Internacional de Eficácia de Quedas (FES-I). As avaliações foram realizadas em três momentos: pré-intervenção, pós-intervenção e após um período de follow up de 4 semanas. A ANOVA two way de medidas repetidas foi utilizada para comparação dos grupos de acordo com a intervenção, o tempo e a interação grupo vs tempo. Resultados: Um total de 37 indivíduos foram analisados. Houve melhora significante da QV no GE (efeito tempo) entre os momentos pré e pós-intervenção, nos domínios: mobilidade, bem-estar emocional e pontuação total da PDQ-39; e entre os momentos pré-intervenção e follow up no domínio cognição e na pontuação total da PDQ-39. Para o GC, houve melhora entre os momentos pré e pós-intervenção nos domínios desconforto corporal e pontuação total da PDQ-39. Não foram observadas diferenças entre os grupos. Entretanto, houve interação do tempo vs. grupo, apenas para o domínio cognição (p=0,015), com melhora entre os momentos pré e follow up, a favor do GE (d=-0,71). Com relação à preocupação em cair medida pela FES-I, não houve diferenças significantes quando considerado o fator tempo, grupo e a interação tempo vs. grupo. Conclusão: A adição da DT a um protocolo combinado de treino de marcha em esteira e ETCC anódica, não foi efetiva em melhorar a QV e preocupação em cair nos indivíduos com DP, com exceção do domínio cognição da PDQ-39.Item Avaliação do controle postural de indivíduos com doença de Parkinson durante atividades funcionais sob diferentes demandas atencionais(2023-10-27) Silva, Patrícia Gonçalves Broto da; Smaili, Suhaila Mahmoud; Lavado, Edson; Oliveira, Marcio Rogério deIntrodução: Embora a instabilidade postural seja amplamente reconhecida como um sintoma prevalente na doença de Parkinson (DP), sua avaliação permanece restrita a posturas estáticas. Por isto, para melhor compreender os mecanismos e as estratégias de controle postural (CP) utilizadas por esses indivíduos, são necessárias novas abordagens de avaliação que levem em consideração a análise CP durante atividades funcionais. Objetivo: Comparar o CP de indivíduos com DP durante atividades funcionais sob diferentes demandas atencionais. Método: Estudo transversal, composto por 50 indivíduos com DP leve a moderada, avaliados pela plataforma de força durante as seguintes atividades: 1) tarefa de alimentação (servir-se e beber água), 2) tarefa de vestuário (vestir uma camisa e abotoá-la) e 3) tarefa de função executiva (guardar corretamente 20 objetos em uma prateleira distribuídos em quatro categorias: itens de higiene pessoal, itens de alimentação, itens de materiais de escritório e itens de ferramentas). Foram realizadas duas tentativas de 30 segundos para cada condição em simples tarefa (ST) e dupla tarefa (DT). Os parâmetros analisados foram a área de COP (center of pressure) (cm2), amplitude (cm) e velocidade (cm2) anteroposterior (AP) e mediolateral (ML). Para a análise de comparação do controle postural entre ST vs DT durante as atividades funcionais foi realizado o teste de Wilcoxon. Para a comparação da média de acertos na avaliação do CP entre a ST e a DT (atividade de função executiva) foi utilizado o teste t pareado. Resultados: Na atividade funcional de alimentação, foram verificadas diferenças estatisticamente significantes na área de COP (12,10 vs 10,67; P=0,004), amplitude ML (3,88 vs 3,86; P=0,029), velocidades AP (2,27 vs 2,11; P=0,003) e ML (1,90 vs 1,83; P=<0,001) com valores inferiores destes parâmetros durante a DT. Na atividade funcional de vestuário, houve diferença na amplitude AP (4,90 vs 4,53, P=0,009), com valor inferior deste parâmetro durante a DT. Na atividade funcional de função executiva, houve diminuição de todos os parâmetros: área de COP (55,82 vs 53,77; P=0,010), amplitude AP (7,23 vs 6,81; P=0,038); amplitude ML (10,66 vs 10,47, P=0,034); velocidades AP (3,70 vs 3,38; P=<0,001) e ML (4,09 vs 3,77; P=<0,001) quando comparadas as performances em ST e DT. Conclusão: Os indivíduos com DP apresentaram redução da oscilação postural em atividades funcionais quando submetidos a atividades associadas à DT, em hipótese ao aumento da rigidez axial e redução do controle ativo e coordenado dos músculos do tronco e membros inferiores quando há aumento da demanda atencional.Item Análise da capacidade funcional e das propriedades de medidas de testes funcionais em mulheres com Síndrome da Dor do Grande Trocânter(2024-04-11) Silva, Laryssa Oliveria; Macedo, Christiane de Souza Guerino; Lima, Pedro Olavo de Paula; Lobato, Daniel Ferreira MoreiraIntrodução: A síndrome da dor do grande trocânter (SDGT) é comum em mulheres, e se relaciona com diminuição da capacidade funcional. Entretanto, ainda não existem testes funcionais com validade e confiabilidade, ou que possam discriminar esta disfunção. Objetivo: Comparar a capacidade funcional, estabelecer as propriedades de medidas de testes funcionais e apresentar qual teste funcional melhor discrimina mulheres com e sem SDGT. Métodos: Participaram do estudo 46 mulheres de 35 a 60 anos com e sem SDGT em dois diferentes dias, com intervalo de 7 a 14 dias. No primeiro dia, dois avaliadores cegos e independentes avaliaram a força muscular do quadríceps e complexo póstero lateral do quadril e o desempenho nos testes funcionais sentar e levantar de 30 segundos (TSL30), teste de subida de escadas (TSE), testes de descida de escadas (TDE) e Timed Up and Go Test (TUG). No segundo dia o avaliador 1 repetiu a mesma bateria de testes funcionais. A confiabilidade intra e interavaliador foi estabelecida pelo coeficiente de correlação intraclasse e a validade pela correlação do desempenho dos testes com o escore obtido junto ao questionário VISA-G e testes de força muscular pelo coeficiente de correlação de Spearman. Por fim, foi realizada a Análise Discriminante com dois grupos, para estabelecer quais testes funcionais são melhores para distinguir mulheres com e sem SDGT. Resultados: A amostra foi composta por 46 participantes (23 com SDGT e 23 controles). Os grupos foram semelhantes em idade (p=0,740), massa corporal (p=0,830), estatura (p=0,562) e IMC (p=0,538). O grupo SDGT apresentou pior pontuação no VISA-G (p<0,001) e pior desempenho no TSE (p=0,009), TDE (p=0,033) e TUG (p=0,039). A confiabilidade intraexaminador dos testes funcionais variou de moderada à excelente (CCI de 0,59 à 0,91), e a interexaminador de boa à excelente (CCI de 0,78 à 0,97). A validade dos testes funcionais não pôde ser estabelecida, pois as correlações entre testes funcionais, testes de força muscular e questionário VISA-G foram fracas. Somente os testes de subida de escadas e o Timed Up and Go foram capazes de discriminar indivíduos com e sem SDGT. Conclusão: Mulheres com SDGT apresentam pior capacidade funcional avaliada pelos testes TDE, TSE e TUG quando comparadas a mulheres assintomáticas. Os testes funcionais (TSL30, TDE, TSE e TUG) apresentam boa confiabilidade intra e interexaminador, porém não estabeleceram validade para esta população. Somente o TSE e TUG devem ser utilizados para discriminar indivíduos com e sem SDGT.Item Adaptação transcultural, validação e reprodutibilidade do teste alusti para avaliação da capacidade física e funcional de idosos brasileiros(2024-01-31) Ribeiro, Isabella Servilha; Probst, Vanessa Suziane; Dellarosa, Mara Solange Gomes; Teixeira, Denilson de Castro; Loyola, Walter Aquiles SepúlvedaIntrodução: O Teste Alusti, desenvolvido na Espanha em 2018, é uma escala de avaliação multidimensional da situação funcional da pessoa idosa. No entanto, tal instrumento ainda não foi adaptado transculturalmente para a língua Portuguesa. Objetivo: Realizar a adaptação transcultural do Teste Alusti para a língua portuguesa do Brasil, bem como avaliar suas propriedades psicométricas. Método: O processo de adaptação transcultural para o Português brasileiro foi feito de acordo com as recomendações internacionais. Após este processo, a escala foi aplicada em 100 indivíduos com idade igual ou superior a 60 anos, de ambos os sexos, residentes na comunidade e em instituições de longa permanência. Uma ficha de avaliação com dados pessoais, antropométricos, demográficos e nível de escolaridade foi preenchida, o estado cognitivo foi avaliado pela versão brasileira do Montreal Cognitive Assessment (MoCA) e a presença de comorbidades foi identificada por meio do Índice de Comorbidades de Charlson. A reprodutibilidade intraobservador da escala foi avaliada em dois momentos diferentes (D1 e D2, respectivamente), com intervalo entre 7 a 10 dias entre eles (teste-reteste) por meio do coeficiente de correlação intraclasse (CCI). A consistência interna foi avaliada por meio do Coeficiente alfa de Cronbach. Finalmente, a validação do Teste Alusti em relação à Escala de Barthel e à Short Physical Performance Battery foi verificada por meio do coeficiente de correlação de Spearman. Resultados: A versão brasileira do Teste Alusti apresentou excelente coeficiente de correlação intraclasse (CCI = 0,997 [0,996 – 0,998]). A consistência interna foi verificada obtendo-se um valor de Alpha de Crobanch de 0,96. Houve correlação positiva, forte e significativa entre o Teste Alusti com a escala de Barthel (r=0,93) e SPPB (r=0,94); p<0,0001 para ambas. Conclusão: A versão em língua portuguesa do Teste Alusti proposta neste estudo demonstrou ser válida e reprodutível em pessoas idosas, fornecendo uma nova ferramenta para avaliar a capacidade funcional da população geriátrica.Item Mínima diferença importante de dois testes de força muscular de quadríceps femoral em pacientes com DPOC(2020-12-17) Martins, Laís Carolini Santin; Pitta, Fábio de Oliveira; Furlanetto, Karina Couto; Castro, Larissa Araújo deIntrodução: A avaliação da força do quadríceps femoral é recomendada por diretrizes internacionais para avaliar os resultados de programas de treinamento físico (TF) em pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC). Sua melhora é uma característica comum após o TF; no entanto, um valor que representa sua mínima diferença importante (MDI) ainda não foi identificado. Objetivo: Portanto, nosso objetivo foi identificar a MDI de dois métodos de avaliação da melhora da força de quadríceps femoral após um programa de TF de alta intensidade em indivíduos com DPOC, utilizando o teste de 1 repetição máxima (1RM) e contração isométrica voluntária máxima (CIVM). Métodos: Indivíduos com diagnóstico de DPOC estável de moderada a muito grave foram submetidos a um programa de TF de alta intensidade composto por exercícios em esteira e bicicleta associados a exercícios de fortalecimento muscular (3 dias / semana, 3 meses, 36 sessões). Avaliações da função pulmonar (espirometria), capacidade de exercício (teste de caminhada de 6 minutos [TC6min]) e força de quadríceps femoral (teste de 1RM realizado em um multigym e CIVM utilizando uma célula de carga) foram realizadas no início e após 12 semanas TF. Resultados: Vinte e um indivíduos (11 homens, 65 ± 8 anos, volume expiratório forçado no primeiro segundo 51 ± 16% previsto, TC6min 478 ± 56 metros) foram estudados. Ao final do programa de TF, a força do quadríceps femoral melhorou significativamente (8 ± 6 kg para 1RM e 10 ± 4 Nm para CIVM), assim como o TC6min (26 ± 43 m) (P <0,05 para todos). A MDI para melhora da força do quadríceps femoral calculado por métodos distribution- based encontra-se entre 9,4 a 16 Nm para a CIVM ou aumento entre 7,4% e 12,6% do valor basal, enquanto que para o teste de 1RM os valores foram entre 2,5 a 3 kg ou incremento na força muscular entre 12% e 15%. Estas MDIs não puderam ser calculadas por meio do método anchor-based. Conclusões: Esses resultados indicam que a MDI para melhora da força do quadríceps femoral após um programa de TF de alta intensidade em indivíduos com DPOC estável de moderada a grave situa-se entre 9,4 e 16 Nm para a CIVM medida com uma célula de carga, e 2,5 e 3 kg para o teste de 1RM.Item Efeitos do exercício funcional em circuito (FEC) comparado ao treinamento aeróbico sobre desfechos relacionados à sarcopenia e estresse oxidativo em idosos saudáveis(2020-12-03) Maciel, Renata Pires Tricanico; Probst, Vanessa Suziane; Teixeira, Denilson de Castro; Lopes, JosianeIntrodução: O envelhecimento leva a um declínio na capacidade regenerativa dos tecidos musculares que causa perda de massa e força muscular com risco de eventos adversos como incapacidade física e funcional. Esse processo é denominado sarcopenia e estudos relacionam-a ao estresse oxidativo. O exercício físico regular pode trazer benefícios significativos à saúde. Existem evidências cada vez mais indicativas de que o exercício físico pode prolongar anos de vida independente e ativa, reduzir a incapacidade e melhorar a qualidade de vida de pessoas idosas. Objetivo: O objetivo deste estudo foi comparar o efeito de duas intervenções (exercício funcional em circuito (FEC) e exercício aeróbico) sobre variáveis metabólicas e funcionais relacionadas à sarcopenia e estresse oxidativo em idosos saudáveis. Métodos: Foram incluídos neste estudo 48 idosos que não praticavam exercícios físicos há pelo menos 6 meses. Foram avaliados o desempenho físico, força muscular, composição corporal, níveis de estresse oxidativo e marcadores metabólicos. Após a avaliação inicial, foram formados dois grupos e separadamente submetidos aos programas de exercício FEC e aeróbico por 12 semanas, 3 vezes por semana, com duração de 50 minutos cada sessão. Resultados: Nos testes de capacidade de exercício, ambos os grupos obtiveram melhora nos testes de caminhada de 6 minutos, velocidade de marcha de 4 metros e sit to stand 5 repetições (p<0,05). O grupo FEC apresentou diferença significativa na composição corporal após o treinamento, com aumento da massa livre de gordura e uma diminuição da massa gorda, além de aumento na circunferência da panturrilha (p<0,05 para todos). Já o grupo aeróbico teve diminuição da circunferência da panturrilha (p<0,05). Sobre o estresse oxidativo, no grupo FEC observamos aumento nos níveis de NO, FOX, GT, GSH, TRAP, SH e CAT (p<0,05) e no grupo aeróbico houve diminuição de FOX e aumento de SH e CAT (p<0,05). Em relação às variáveis metabólicas, o grupo FEC apresentou diminuição nos níveis de glicose, colesterol e triglicerídeos, e o grupo aeróbico nos níveis de LDL e HDL (p<0,05). Conclusão: O método FEC apresentou mais efeitos nas medidas funcionais de sarcopenia (massa muscular e função física), capacidade antioxidante e marcadores metabólicos em população idosa saudável em comparação com o exercício aeróbico.Item Validade e confiabilidade do Y Balance Test-Upper Quarter em homens praticantes de CrossFit®(2023-03-30) Policarpo, Fernanda Nair Nicolau; Macedo, Christiane de Souza Guerino; Oliveira, Marcio Rogerio de; Lima, Pedro Olavo De Paula; Zamboti, Camile LudovicoIntrodução: O Y Balance Test-Upper Quarter (YBT-UQ) foi desenvolvido com para avaliar a estabilidade dinâmica do membro superior, entretanto não existem estudos que comprovem sua validade, e correlacionem seus resultados com a plataforma de força, equipamento o padrão ouro para análise de estabilidade, equilíbrio e controle postural. O CrossFit®, por utilizar amplamente os membros superiores, apresenta cerca de 26% de lesões no ombro, porém poucos estudos analisaram a estabilidade do membro superior. Objetivo: Verificar a validade do YBT-UQ para a avaliação da estabilidade do membro superior e a confiabilidade intra e inter examinadores do YBT-UQ desenvolvido sobre a plataforma de força em praticantes de CrossFit®. Métodos: Trata-se de um estudo transversal, com 31 praticantes de CrossFit®, do sexo masculino, com idade entre 18 e 35 anos. As avaliações foram desenvolvidas por dois avaliadores independentes, em dois dias, com intervalo de duas semanas, e sequência de realização previamente aleatorizada. Em um dos dias, ambos os avaliadores coletaram os dados do YBT-UQ sobre a plataforma de força, no outro dia o avaliador 1 coletou novamente os dados do YBT-UQ sobre a plataforma de força e o teste YBT-UQ no solo. A análise estatística foi realizada no programa SPSS® 22. O teste de Shapiro-Wilk estabeleceu a normalidade dos dados. A validade do YBT-UQ foi apontada por meio do coeficiente de correlação de Spearman. A confiabilidade intra e inter avaliador foi analisada por meio do coeficiente de correlação intraclasse (CCI). Para todos os testes foram calculados o Coeficiente de Correlação Intraclasse Intra e Inter avaliadores, Erro padrão de medida (EPM), Mínima mudança detectável (MMD) e efeito aprendizagem. Resultados: Somente o escore composto do YBT-UQ apresentou correlação moderada com todas as variáveis da plataforma de força (0,40Item Desfechos clínicos, físicos e psicológicos entre indivíduos com diferentes níveis de estado funcional pós COVID-19(2023-04-25) Panont, Aline Gil; Probst, Vanessa Suziane; Castro, Larissa Araújo de; Ramos, Ercy Mara Cipulo; Loyola, Walter SepúlvedaContextualização: A presente dissertação de mestrado versa sobre aspectos da avaliação física e funcional de pacientes com sequelas resultantes da COVID-19 (Coronavirus Disease 2019). O texto da dissertação envolve a revisão da literatura e artigo científico, que contém os resultados encontrados pelo estudo desenvolvido. Introdução: A COVID-19 é uma doença respiratória viral e altamente transmissível causada pelo vírus SARS-CoV-2 (Severe Acute Respiratory Syndrome Coronavirus 2). É comum a presença de vários sintomas, podendo levar ao desenvolvimento da doença de uma forma leve até grave, com necessidade de hospitalização. Devido à complexidade da doença e seu enorme impacto sobre o organismo do indivíduo, sobreviventes da infecção podem persistir a longo prazo com diferentes graus de comprometimento funcional, social e emocional, conhecidos como a Síndrome pós-COVID-19. Objetivo: Comparar desfechos clínicos, físicos e psicológicos entre indivíduos com diferentes níveis de estado funcional após internação por COVID-19. Métodos: Trata-se de um estudo transversal com 75 indivíduos que foram hospitalizados devido à COVID-19 e que após a alta hospitalar, ainda apresentavam queixas de fraqueza muscular, dispneia e/ou fadiga. Os indivíduos foram submetidos à avaliação da função pulmonar (espirometria simples), capacidade de exercício (teste de caminhada de seis minutos [TC6min]), funcionalidade (teste de sentar e levantar de 1 minuto [STS-1min]), força muscular periférica (teste de força de preensão palmar [FPP] e teste de uma repetição máxima [1RM]), sintomas de ansiedade e depressão (Hospital Anxiety and Depression Scale [HADS]), qualidade de vida (Short-Form Healthy Survey [SF-36]) e estado funcional (Post-COVID Functional Scale [PCFS]). Também foram levantados dados a respeito das características antropométricas, hábitos de vida, comorbidades, histórico da internação, uso de medicamentos e atividade profissional. Para análise, os indivíduos foram separados de acordo com o desempenho na PCFS em dois grupos: menor e maior limitação funcional (PCFS 1-2 e PCFS 3-4, respectivamente). A análise estatística foi realizada pelo software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) e a diferença estatisticamente significante foi considerada como P<0,05. Resultados: Os indivíduos com maior limitação funcional apresentaram pior qualidade de vida nos seguintes domínios do SF-36: Capacidade funcional (PCFS 1-2 50 [34-66] versus PCFS 3-4 40 [28-55] pontos; p=0,01); Dor (PCFS 1-2 61[41-90] versus PCFS 3-4 41[22-61] pontos; p=0,006) e Aspectos Sociais (PCFS 1-2 62[50-75] versus PCFS 3-4 50[25-62] pontos; p=0,01). Também houve diferença em relação à necessidade de internação em unidade de terapia intensiva [UTI] (PCFS 1-2 46% versus PCFS 3-4 71%; p=0,03) e o número de dias de internação em UTI (PCFS 1-2 0[0-11] versus PCFS 3-4 7[0-29] dias; p=0,04). Não houve diferença estatisticamente significante entre os grupos nos demais desfechos avaliados. Conclusões: Indivíduos com maior limitação funcional autorreferida pela escala PCFS apresentam pior qualidade de vida em relação aos domínios capacidade funcional, dor e aspectos sociais quando comparados aos com menor limitação. A necessidade de internação em UTI, bem como o número de dias em UTI foi maior nos indivíduos com maior limitação funcional autorreferida pela escala PCFS.Item Efetividade da intervenção fisioterapêutica pré-operatória na incidência de complicações pulmonares após cirurgias cardíacas em crianças com Síndrome de Down(2022-10-02) Micheleti, Juliana Fonseca; Oliveira, Josiane Marques Felcar Piaie de; Probst, Vanessa Suziane; Borges, Daniel LagoIntrodução: Muitas crianças com Síndrome de Down (SD) apresentam cardiopatias congênitas (CCs) que necessitam de tratamento cirúrgico e as complicações pulmonares (CP) são comuns no pós-operatório. Fatores como tempo de ventilação mecânica e tempo de internação em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) aumentam a chance de CP. Além disso, pacientes com SD apresentam predisposição que aumenta o risco de CP como a disfunção imune, hipotonia, hipoplasia pulmonar, dentre outros. A intervenção fisioterapêutica (IF) no pós-operatório de cirurgia cardíaca reduz o risco de CP, utilizando técnicas de reexpansão pulmonar, terapia de remoção de secreção e extubação precoce. Entretanto, são escassos dados sobre a IF no pré-operatório nestes pacientes. Objetivo: Avaliar a efetividade da IF pré-operatória associada à pós-operatória na incidência de CP pós-operatórias em cirurgia cardíaca de crianças com SD. Métodos: Ensaio clínico aleatório incluindo crianças com SD com idade entre 0 e 6 anos que realizaram cirurgia cardíaca para correção de CCs. Os pacientes foram aleatorizados em dois grupos: IF pré-operatória associada à pós-operatória (G1) e somente IF pós-operatória (G2). O diagnóstico de CP foi feito por médicos, utilizando-se critérios radiológico e clínico, de acordo com Centers for Disease Control and Prevention. Foram utilizados os testes de Mann-Whitney e Qui-quadrado para comparação das variáveis entre os grupos. Foram calculados o risco absoluto e o número necessário para tratar. A significância estatística foi estipulada em 5%. Resultados: Foram analisados 80 pacientes, 39 do G1 (15 [38%] masculino, idade 5[3-14] meses) e 41 no G2 (28 [68%] masculino, idade 7[4-18] meses). Os pacientes do G1 apresentaram menos CP quando comparados ao G2 (P=0,04). Além disso, os pacientes do G1 permaneceram menos tempo em UTI (P=0,03). A redução do risco absoluto para CP foi 23% com IC 95% [1,58;41,64], ou seja, pacientes do G1 tiveram 23% menos chance de desenvolver CP do que pacientes do G2. O NNT foi 4,4, IC 95% [2;6,3]. Conclusão: A IF pré-operatória nos pacientes com SD diminuiu a frequência e o risco de complicações no pós-operatório de cirurgias cardíacas, bem como o tempo de internação em UTI.Item Influência da posição mandibular e lado de preferência de mastigação no apoio plantar de crianças de quatro a 11 anos(2023-03-10) Bittar, Karina Correia Bonalumi; Macedo, Christiane de Souza Guerino; Fujisawa, Dirce Shizuko; Seixas, Gabriela Fleury; Zamboti, Camile LudovicoIntrodução: O posicionamento mandibular propicia estímulos aferentes ao Sistema Nervoso Central que podem causar adaptações posturais globais, com consequente alteração no equilíbrio e no apoio plantar. Entretanto esta interferência ainda não está estabelecida, tampouco as mudanças do apoio plantar em função da faixa etária e lado de preferência de mastigação em crianças. Objetivos: Verificar a influência do posicionamento mandibular em lateralidade no apoio plantar de crianças e estabelecer as diferenças em relação à idade e ao lado de preferência de mastigação. Métodos: Este é um estudo transversal com avaliação de crianças saudáveis, entre quatro e 11 anos. Todas as crianças foram avaliadas por fotogrametria da face e, simultaneamente, a análise do apoio plantar por baropodometria, com a mandíbula em máxima interscuspidação (mandíbula centralizada) e lateralidade direita e esquerda. A distância do deslocamento mandibular para os lados direito e esquerdo foram comparados por meio do teste de Wilcoxon. A comparação da pressão média, pressão máxima e área de superfície plantares nos três posicionamentos mandibulares foi realizada por meio do teste de Friedman. As variáveis também foram comparadas em função da idade (4 - 7 anos e 8 - 11 anos) e pelo lado de preferência de mastigação. O coeficiente de correlação de Spearman foi utilizado para correlacionar as variáveis do apoio plantar com a idade, massa corporal e estatura das crianças. Resultados: Foram incluídas 93 crianças com idade de 8 [7 - 9] anos, 27 [21-34] quilos e 1,3 [1,21 - 1,41] metros. Houve maior deslocamento mandibular em lateralidade esquerda (13 [9-19] centímetros) em comparação com a lateralidade direita (7 [3,50-12,00] centímetros) (p<0,01). A mudança do posicionamento mandibular não estabeleceu diferenças na pressão média, pressão máxima e superfície de apoio plantar (p>0,05). Quando a mandíbula estava centralizada foram observadas maior pressão média, pressão máxima e área de superfície no pé esquerdo (p<0,01). As crianças mais velhas apresentaram maior deslocamento mandibular à esquerda (p<0,01), entretanto não foram observadas diferenças para as variáveis do apoio plantar em função da idade (p>0,05) e em função do lado de preferência de mastigação (p>0,05). Houve moderada a forte correlaçao entre idade, massa corporal, estatura e a área de superficie plantar (0,63Item Padrões de atividade física na vida diária de pacientes com DPOC, asma e fibrose pulmonar idiopática(2022-12-16) Polastri, Cláudia Barbosa; Mantoani, Leandro Cruz; Camilo, Carlos Augusto Marçal; Proença, Mahara-Daian Garcia LemesIntrodução: As doenças pulmonares crônicas têm se destacado como umas das principais causas de morbidade e mortalidade em todo o mundo. DPOC, asma e Fibrose Pulmonar Idiopática (FPI) assumem relevância ainda maior pela sua prevalência e gravidade. Além do comprometimento pulmonar, o sedentarismo e a inatividade física são características comuns dessas populações. Entretanto, pouco se sabe sobre como é o comportamento/padrão de atividade física de indivíduos com DPOC, asma ou FPI em diferentes horários ao longo da semana. Objetivo: Verificar o nível de atividade física / comportamento de três populações com problemas respiratórios crônicos (DPOC, Asma e FPI) em diferentes horários do dia ao longo da semana. Métodos: Estudo transversal que incluiu pacientes com DPOC, asma e FPI. Os indivíduos foram submetidos à caracterização antropométrica e avaliados quanto à função pulmonar (espirometria), capacidade de exercício (Teste de Caminhada de Seis Minutos – TC6min), força muscular periférica (1RM), dispneia (escala mMRC) e nível de ansiedade e depressão (escala HADS). Foi feita a avaliação do nível de atividade física na vida diária (AFVD) através do acelerômetro Actigraph GT3X por uma semana, durante pelo menos doze horas/dia e verificados: kcals, MET, contagem de passos e o nível de atividade física (sedentário, leve, moderado ou vigoroso), intragrupo. Para análise e exploração dos padrões de AFVD ao longo do dia, subdividimos os períodos do dia em: (M1) das 07:00 às 09:59h; (M2) das 10:00 às 12:59h; (T1) das 13:00 às 15:59h; e (T2) 16:00 às 18:59h. Os dados foram analisados no GraphPad Prism versão 6.0. Realizada a comparação das variáveis quantitativas e das médias, usados o teste de Shapiro-Wilk e dados com distribuição normal descritos usando média ± desvio padrão. Para dados não paramétricos usou-se mediana [intervalo interquartil 25-75%] e na comparação das variáveis de AFVD intragrupo nos diferentes dias e horários da semana o teste ANOVA medidas repetidas ou teste de Friedman. O nível de significância adotado foi de 5%. Resultados: Foram estudados 105 indivíduos (50 com asma, 38±6 anos, IMC 24±3 kg/m2; 31 com DPOC, 58±7 anos, IMC 26±3 kg/m2; 24 com FPI, 57±7 anos, IMC 24±3 kg/m2). Os parâmetros do acelerômetro no período matutino (soma dos dois períodos da manhã [M1+M2]), não apresentou diferença estatisticamente significante para nenhuma das variáveis estudadas em nenhum grupo de pacientes – gasto energético [Kcal], tempo gasto em atividades sedentárias [SED], tempo gasto em atividades leves [Light], tempo gasto em atividades moderadas a vigorosas [MVPA], número de passos/dia [STEPS] (p>0,05). Indivíduos com DPOC, tiveram maiores níveis de AFVD no período vespertino da sexta-feira quando comparados ao domingo 2071 [1508-4037] vs 1069 [548-1630] passos/dia respectivamente; p<0,05. Pacientes asmáticos, tiveram um maior nível de AFVD no início da semana comparados ao final de semana 11 [2-33] e 0 [0-11] kcal T1 segunda vs sábado, respectivamente; p<0,05. Algumas variações nos níveis de AFVD também foram observadas em indivíduos com FPI ao longo dos dias da semana; eles apresentaram menor tempo gasto em atividades sedentárias no período vespertino quinta vs domingo, 193 [0-244] vs 255 [209-279] minutos/dia, respectivamente; p<0,05. Conclusão: O presente estudo demonstrou que não existe variação significativa do comportamento de AFVD no período matutino nas 3 doenças estudadas. Entretanto, no período vespertino, observamos que nos 3 grupos foram encontradas diferenças significativas em relação à AFVD. Esses resultados são promissores e podem trazer grandes avanços para o campo da prescrição de atividade física, a fim de diminuir a inatividade de pacientes com doenças respiratórias crônicas.Item Uso da escala Borg dispneia para identificar hiperinsuflação dinâmica durante o TC6min em indivíduos com DPOC estável moderada a grave(2022-06-20) Freitas, Ana Paula Vicentin Melendi de; Pitta, Fábio de Oliveira; Furlanetto, Karina Couto; Corso, Simone Dal; Belo, Letícia FernandesIntrodução: A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) é uma das principais causas de morbimortalidade no mundo, e cursa com sintomas pulmonares e extrapulmonares. A dispneia é o principal sintoma pulmonar da doença e um preditor independente de mortalidade. A literatura mostra que a hiperinsuflação dinâmica (HD) pode ser um dos principais determinantes da dispneia e sua avaliação pode contribuir para o melhor gerenciamento da doença. No entanto, métodos atuais para identificação de hiperinsufladores necessitam de equipamento espirométrico adequado e profissionais muito bem treinados, o que muitas vezes se mostra de difícil acesso na prática clínica. Levando em conta a relação entre HD e dispneia, seria de grande valia clínica desenvolver um método mais simples e acessível (e.g., utilizando a escala de Borg dispneia) que identificasse hiperinsufladores durante o esforço. Objetivos: Encontrar um ponto de corte para escala de Borg dispneia (BORG-D) avaliada durante o TC6min, que identifique indivíduos com DPOC (homens e/ou mulheres) que hiperinsuflam durante o esforço; e comparar os desfechos clínicos (i.e., antropométricos, de função pulmonar e capacidade de exercício) dos homens e mulheres, a fim de identificar diferenças entre eles. Métodos: Este estudo transversal foi desenvolvido com uma sub-análise de dados retrospectivos coletados previamente para um estudo desenvolvido no Laboratório de Pesquisa em Fisioterapia Pulmonar da Universidade Estadual de Londrina. Indivíduos com DPOC foram avaliados quanto à função pulmonar (espirometria e pletismografia), capacidade de exercício (teste de caminhada de seis minutos [TC6min]), dispneia durante o TC6min por meio da BORG-D e HD (manobras seriadas de capacidade inspiratória [CI]) realizadas durante o TC6min). HD foi definida quando houvesse redução pós-6MWT da CI = 150 ml ou 10% em relação ao pré-test (repouso). O ponto de corte foi determinado pela área sob a curva (AUC) da curva característica de operação do receptor (ROC). Diferenças entre os sexos foram analisadas por testes paramétricos, não-paramétricos e qui-quadrado, de acordo com a natureza da variável e a normalidade na distribuição dos dados. Resultados: 24 indivíduos com DPOC (67±7 anos; VEF1 56±18 %previsto), sendo que 18 deles (i.e., 75% da amostra) apresentaram HD durante o TC6min. Quando comparados, homens (n=13) e mulheres (n=11) da amostra apresentaram diferença de idade (69±5 vs 64±7 anos, respectivamente), VEF1 (47±14 vs 64±17 %predito), hiperinsuflação estática (índice VR/CPT 53±6 vs 46±7) e variação pós-pré da saturação periférica de oxigênio (-6±3 vs -2±3%) (P <0,05 para todas). O ponto de corte para a variação pós-pré TC6min da escala de BORG-D foi de 2,75 pontos para homens (AUC: 0,84; sensibilidade: 81%; especificidade: 100%). Não foi encontrado um ponto de corte estatisticamente satisfatório para mulheres. Conclusão: Uma variação =2,75 (ou 3) pontos na escala BORG-D no pós-pré TC6min é capaz de identificar homens com DPOC moderada-grave que hiperinsuflam durante o teste. Não houve ponto de corte satisfatório para as mulheres, embora o grupo feminino apresentasse doença mais leve. Novos estudos poderão investigar um ponto de corte para mulheres com doença moderada-grave, assim como identificado nos homens.Item Estudo comparativo dos aspectos funcionais entre pacientes com fibrose pulmonar idiopática, esclerose sistêmica e seus controles(2022-10-17) Paula, Luiz Eduardo de; Mantoani, Leandro Cruz; Camillo, Carlos Augusto Marçal; Hernandes, Nidia AparecidaIntrodução: A esclerose sistêmica (ES) é uma doença do tecido conjuntivo caracterizada por fibrose da pele e órgãos internos, isquemia por obliteração vascular e autoimunidade. Além do quadro típico de envolvimento cutâneo, pode apresentar envolvimento de órgãos internos, com destaque para o acometimento pulmonar, que é motivo de maior morbimortalidade nessa população. O comprometimento pulmonar observado nesses pacientes se assemelha muito com o de indivíduos com outras doenças pulmonares intersticiais (DPIs), especialmente com Fibrose Pulmonar Idiopática (FPI). Apesar de algum grau de sobreposição em suas características clínicas e patogênese, a DPI associada à ES e a FPI possuem diferenças importantes, com implicações significativas para diagnóstico, avaliação e manejo clínico. Objetivos: Comparar variáveis de capacidade funcional em indivíduos com ES, FPI e uma amostra de indivíduos saudáveis. Metodologia: Neste estudo transversal, todos os participantes foram submetidos a avaliações de função pulmonar (pletismografia corporal), capacidade de exercício através do teste de caminhada de 6 minutos (TC6m), força muscular periférica através da contração isométrica voluntária máxima do quadríceps femoral (CIVM), teste de sentar e levantar (TSL, 5 repetições e de 1 minuto), atividade física de vida diária (monitor Actigraph wGT3X-BT®), avaliação da qualidade de vida (questionário SF-36), questionário do hospital Saint George na doença respiratória (SGRQ) e escala hospitalar de ansiedade e depressão (HADS). Resultados: Ao todo, 78 indivíduos (26 FPI, 64±9 anos, 27,9±4,7 Kg/m2, CVF 68±18%; 17 ES, 54±10 anos, 26,4±6 Kg/m2, CVF 74±22%; 35 saudáveis, 60±9 anos, 27,6±4,8Kg/m2, CVF 97±11%) foram estudados. Pacientes com FPI e ES demonstraram desempenhos inferiores de funcionalidade no TC6m (436±100 vs 455±98 vs 569±67, respectivamente, p<0,05) e no TSL de 1 minuto (23[20-27] vs 23[20-28] vs 28[25-38], p<0,05) quando comparados com indivíduos saudáveis. Pacientes com FPI e ES apresentaram menor número médio de passos por dia (4404 [2959-5968 vs 5533 [3730-6670] vs 6932 [5387-9939], p<0,05), tempo em pé em minutos por dia (267±86 vs 307±83 vs 374±78, p<0,05) e atividade física moderada a intensa (7 [3-10] vs 8 [2-11] vs 21 [12-36], p<0.05), quando comparados aos indivíduos saudáveis, porém sem apresentar diferenças significantes entre os grupos com doença pulmonar. Da mesma maneira, a força de quadríceps foi menor nos grupos FPI e ES (300 [250-442] vs 243 [226-323] vs 401 [347-516] N, p<0,05). No grupo FPI foi encontrada correlação positiva moderada do TC6m com força do quadríceps (r=0,59 p=0,001), tendência a moderada correlação positiva com TSL de 1 minuto (r=0,52 p=0,057) e fraca correlação positiva (r=0,47 p=0,01) com atividade física moderada a intensa. Nos pacientes com ES, o TC6m se correlacionou fortemente com o número de passos (r=0,77 p<0,001) e de maneira moderada com as variáveis tempo em atividade leve (r=0,67 p=0,004), tempo em atividade moderada a intensa (r=0,61 p=0,01) e tempo em pé (r=0,51 p=0,04). Conclusão: O presente estudo mostrou que os pacientes com ES e FPI apresentaram redução da capacidade funcional, menores níveis de AFVD e menor força da musculatura de quadríceps quando comparados à indivíduos saudáveis. A moderada correlação do TC6m com TSL de 1 minuto e força de quadríceps na população com FPI sugere que neste grupo a força dos membros inferiores podem ter influência importante no desempenho funcional.Item Prevalência, fatores associados e instrumentos de avaliação da disfunção do trato urinário em meninas de 5 a 17 anos: uma revisão sistemática com metanálise(2022-10-21) Cruz, Cassiana Azevedo; Mantoani, Leandro Cruz; Probst, Vanessa Suziane; Zamboti, Camile Ludovico; Sepúlveda-Loyola, Walter AquilesIntrodução: A disfunção do trato urinário inferior (DTUI) é definida como distúrbios do ciclo da micção em crianças acima de 5 anos, neurologicamente saudáveis e sem alterações obstrutivas. Predominante na população feminina e atinge cerca de 2% a 25% das crianças. De acordo com a Sociedade Internacional de Continência Infantil (ICCS em inglês), a classificação se divide em sintomas disfuncionais de armazenamento e esvaziamento da bexiga e outros sintomas relacionados. Dessa forma, ferramentas de avaliação válidas e detalhadas devem ser utilizadas, uma vez que há grande variabilidade na prevalência desses sintomas, assim como no emprego das terminologias, classificações, sobreposição dos sintomas e subnotificação dos casos, comprometendo o reconhecimento das reais causas da DTUI na população em geral. Objetivos: Definir a prevalência das DTUI em meninas de 5 a 17 anos, conhecer os fatores associados e a implicação clínica desses sintomas, além de identificar na literatura as ferramentas e instrumentos de avaliação utilizados na mensuração das disfunções miccionais. Métodos: Uma busca sistemática em 7 bases de dados: PubMed/Medline, Cinahl, Embase, Lilacs, Scielo, Scopus e Web of Science foi realizada em julho de 2020. Seguindo recomendações internacionais, foram realizadas buscas com termos e palavras-chaves MeSH do Pubmed em inglês como “child”, “lower urinary tract dysfunction”, “girls” e “epidemiology”. Foram incluídos estudos na população feminina de 5 a 17 anos, que apresentaram desfechos de prevalência, associação ou fatores de risco para os diferentes DTUI de causa funcional, no idioma inglês, português ou espanhol. E, excluídos estudos com dados insuficientes, indisponíveis ou não discriminados de acordo com o gênero e a idade, realizados por dois revisores independentes que também analisaram a qualidade das evidências (com o National Institutes of Health - NIH Quality Assessment Tool), e qualquer divergência foi resolvida por um terceiro avaliador. O protocolo do estudo foi registrado na plataforma PROSPERO (CRD42020187076). As análises quantitativas foram realizadas utilizando o software JAMOVI 2.3. Resultados: Dos 14.901 estudos, 26 foram incluídos com uma amostra de 49.562 meninas, e boa qualidade da evidência em 50% dos estudos. A prevalência feminina mundial da DTUI é de 14% (IC95% 12-15) nessa população. Até os 12 anos, dentre os sintomas de armazenamento, a enurese (EN) e a incontinência urinária (IU) atingem igualmente 8% das crianças, e na adolescência cerca de 2% e 6% respectivamente. E, as manobras de retenção atingem 28% de meninas e adolescentes. A EN esteve mais presente em meninas com desordens psiquiátricas e problemas de sono na infância. A disfunção do armazenamento miccional se relacionou à condições de saúde como obesidade, infecção do trato urinário (ITU), distúrbios psiquiátricos e problemas de sono, à fatores do ambiente escolar como bullying e o ambiente dos banheiros, ou biológicos como a gravidez na adolescência. Os instrumentos de avaliação dos hábitos urinários são, em sua maioria, questionários demográficos não validados ou recomendados pela ICCS. Conclusão: A DTUI é prevalente em 14% das meninas na infância e adolescência em todo o mundo, estando o sintoma noturno em maior evidência nos distúrbios do sono, do comportamento ou da aprendizagem. Um ou mais sintomas disfuncionais de armazenamento estão relacionados à obesidade, ITU, distúrbios psiquiátricos ou do sono, ambiente dos banheiros escolares, bullying e a gravidez na adolescência. Os instrumentos de avaliação da DTUI, em geral, estão em desacordo com as recomendações internacionais.Item Tradução, adaptação transcultural e validação da versão em português do Brasil da escala de medo e escala de descontrole relacionado à COVID-19: um estudo multicêntrico(2022-10-18) Almeida, Rafaela Cristina de; Mantoani, Leandro Cruz; Furlanetto, Karina Couto; Bisca, Gianna Kelren WaldrichIntrodução: A pandemia de COVID-19 tem acarretado efeitos desfavoráveis a saúde mental da população como medo, ansiedade e descontrole emocional. Frente a isso, instrumentos têm sido desenvolvidos para investigação destes aspectos. Objetivos: Realizar a tradução e a adaptação transcultural da Escala de Medo e da Escala de Descontrole para o idioma português do Brasil, bem como investigar sua validade na população brasileira. Metodologia: Estudo multicêntrico internacional que investigou os efeitos da pandemia de COVID-19 na saúde da população. Duas escalas que avaliassem o medo e descontrole foram criadas em inglês. As versões em inglês das Escala de Medo e Descontrole passaram por um processo de tradução para a língua portuguesa do Brasil, realizada por dois tradutores bilingues (um nativo na língua alvo), seguido por uma retrotradução ao idioma original, retificação de discrepâncias e obtenção de uma versão semifinal para a aplicação de um piloto para então a obtenção da versão final. A coleta de dados se deu através de um questionário disponibilizado on-line, no qual os participantes responderam aos instrumentos autorrelatados sobre seus sentimentos de medo e descontrole frente a pandemia de COVID-19. Foram conduzidas Análise Fatorial Exploratória (AFE) e Confirmatória (AFC) das escalas, além da avaliação da validade convergente e confiabilidade interna. Resultados: Um total de 451 indivíduos brasileiros foram incluídos no estudo. A maioria do sexo feminino (70%), com menos de 25 anos (22%), empregados (68%) e com alto nível educacional (90%). Após a AFE os itens com carga fatorial =0,4 foram eliminados e a variância total explicada foi de 67% na Escala de Medo e de 62% na Escala de Descontrole. Ambas as escalas apresentaram Alpha de Cronbach = 0,9. A Escala de Medo e de Descontrole se correlacionaram de forma moderada com o Patient Health Questionnaire (PHQ-4) (r=0,54 e r=0,69, respectivamente). Conclusão: As escalas investigadas apresentaram propriedades psicométricas satisfatórias, podendo ser usadas para acessar sintomas de medo e descontrole frente a pandemia de COVID-19 na população brasileira.Item Análise da funcionalidade, flexibilidade, força muscular e valores angulares em corredores recreacionais com e sem dor patelofemoral(2022-10-25) Nascimento, Daniele Pereira do; Macedo, Christiane de Souza Guerino; Lima, Pedro Olavo de Paula; Oliveira, Marcio Rogério deIntrodução: A dor patelofemoral (DPF) está relacionada a disfunções biomecânicas, entretanto as alterações dos movimentos são incertas em corredores. Objetivo: Analisar o volume semanal da corrida, capacidade funcional, flexibilidade, força muscular, valores angulares bidimensionais (2D) durante a corrida e no teste Step Down lateral (SDL) em corredores com e sem DPF. Materiais e método: Foram avaliados 81 corredores recreacionais, 40 com DPF (19 homens, 21 mulheres) e 41 sem dor (grupo controle, 24 homens, 17 mulheres). Todos responderam ao questionário de caracterização da amostra e da corrida, as escalas Anterior Knee Pain Scale e Lower Extremity Functional Scale. Foram avaliadas a flexibilidade dos isquiotibiais, quadríceps, sóleo e gastrocnêmios; e força muscular isométrica dos extensores de joelho e dos rotadores externos/abdutores do quadril. Além disso, obteve-se os valores angulares 2D durante o SDL e no apoio médio da corrida. Resultados: O grupo dos corredores com DPF apresentou menor volume de corrida semanal (p=0,049), pior capacidade funcional dos membros inferiores (p<0,001), maior inclinação ipsilateral do tronco durante o SDL (p=0,002), e maior inclinação ipsilateral do tronco (p<0,001) com menor queda contralateral da pelve (p=0,006) no plano frontal da corrida. Não houve diferenças para força muscular do quadríceps e quadril e flexibilidade do sóleo, gastrocnêmios e quadríceps, exceto para os isquiotibiais, os quais foram menos flexíveis no grupo controle. As correlações foram baixas (?=0,30 a 0,49) entre a força muscular, capacidade funcional, volume de corrida e variáveis angulares 2D analisadas. No entanto, no plano frontal da corrida, a adução do quadril no grupo DPF e inclinação ipsilateral de tronco no grupo controle, apresentaram correlação moderada com a força isométrica do quadríceps (?=0,50 a 0,69). Conclusão: Corredores recreacionais com dor patelofemoral percorrem distâncias menores, têm menor capacidade funcional dos membros inferiores, maior inclinação ipsilateral do tronco durante o SDL e maior inclinação ipsilateral do tronco e menor queda contralateral da pelve no apoio médio da corrida. Corredores sem dor patelofemoral apresentam maior rigidez muscular dos ísquiotibiais. Contudo, corredores recreacionais não demonstram diferenças em relação a força muscular independente da dor. Além disso, somente a força muscular do quadríceps se correlacionou moderadamente com a adução do quadril e inclinação lateral do tronco no plano frontal da corrida. Os achados sugerem que esses parâmetros podem ser úteis na avaliação de corredores recreativos com DFP e podem fornecer novas estratégias de prevenção e reabilitação.