02 - Mestrado - Ciências da Reabilitação

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    Análises da capacidade funcional, controle postural, força de reação do solo e equilíbrio dinâmico em corredores de rua com e sem tendinopatia proximal dos isquiotibiais.
    (2025-04-10) Ogasawara, Karoline Tiemy; Macedo, Christiane de Souza Guerino; Vanderlei, Franciele Marques; Oliveira, Rodrigo Ribeiro de
    Introdução: A tendinopatia proximal dos isquiotibiais (TPIT) é caracterizada pela dor persistente e perda da função associada à sobrecarga mecânica na origem dos tendões na tuberosidade isquiática. É comum entre corredores de média e longa distância, com prevalência de 12,5% em corredores recreacionais. Tem causa multifatorial, com muitas lacunas a serem preenchidas. Objetivos: Estabelecer as alterações da capacidade funcional, controle postural, força de reação do solo e equilíbrio dinâmico em corredores de rua com e sem tendinopatia proximal dos isquiotibiais. Bem como, estabelecer a validade e confiabilidade do Star Excursion Balance Test modificado (SEBTm) em corredores com TPIT. Métodos: Estudo transversal, com 23 corredores de rua com TPIT (GTPIT) e 23 corredores sem queixas (GC). Todos responderam ao Victorian Institute Of Sport Assessment – Hamstring versão Brasileira (VISA-H-Br). O controle postural foi avaliado em apoio unipodal estático e em mini-agachamento unipodal. A força vertical de reação do solo (FRSv) foi avaliada na subida e descida de degraus. O equilíbrio dinâmico foi avaliado por meio do SEBTm por dois avaliadores independentes. Os grupos foram comparados e foi estabelecida a validade e confiabilidade do SEBTm para corredores com TPIT. Resultados: O GTPIT apresentou mais dor e limitações funcionais no VISA-H-Br (P < 0,001). O controle postural no apoio unipodal e no mini agachamento não apontou diferenças entre os grupos. GTPIT apresentou maior FRSv durante a descida de degraus, na fase de aceitação do peso (P = 0,041, d = 0,619). Não houve diferenças significativas entre os grupos nas análises do equilíbrio dinâmico com o SEBTm, que se mostrou um teste válido e com excelente confiabilidade intra (CCI = 0,94–0,96) e interavaliadores (CCI = 0,93–0,96). Conclusão: Corredores de rua com TPIT apresentam mais dor, maior comprometimento funcional e maior FRSv na fase de aceitação do peso ao descer degraus. O SEBTm mostrou-se um instrumento válido e confiável para a avaliação do equilíbrio dinâmico em corredores de rua com TPIT.
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    Qual variável de quantificação da atividade física na vida diária se associa melhor com desfechos físico-funcionais na DPOC: volume total de atividade física por semana ou tempo gasto por dia em atividades moderadas a vigorosas?
    (2023-10-26) Oliveira, Fernanda Subtil de; Pitta, Fábio de Oliveira; Mesquita, Rafael; Matte, Darlan Laurício; Silva, Humberto; Camillo, Carlos Augusto Marçal
    Introdução: A atividade física na vida diária (AFVD) pode ser quantificada de várias formas, sendo o tempo gasto/dia em atividades físicas moderadas a vigorosas (AFMV) uma variável comumente utilizada na avaliação de diferentes populações, inclusive indivíduos com doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC). Por outro lado, a quantificação da AFVD mensurada por meio do volume total de atividade física por semana nos permite avaliar a AFVD de uma forma mais abrangente, contemplando todas as intensidades em uma única métrica, inclusive atividades leves e sedentárias. No entanto, ainda não há nenhum estudo disponível na literatura científica que mostre se esses dois métodos de quantificação de AFVD (i.e., tempo em AFMV e volume total de AF/semana) refletem similarmente outros desfechos clínicos da DPOC. Portanto, a presente dissertação de mestrado foi desenvolvida com o intuito de contribuir com evidências científicas envolvendo a avaliação de diferentes variáveis de AFVD na DPOC, mais especificamente verificando qual variável de quantificação da AFVD (volume total de AF por semana ou tempo gasto/dia em AFMV) se associa melhor com os desfechos físico-funcionais da DPOC. Métodos: Trata-se de um estudo transversal, no qual indivíduos com DPOC foram submetidos à avaliação da AFVD (monitor de atividade física Sensewear Armband), da função pulmonar (espirometria), capacidade de exercício (teste de caminhada de seis minutos [TC6min]), composição corporal (bioimpedância), força muscular de quadríceps femoral (teste de uma repetição máxima [1RM] e dispneia na vida diária (escala do Medical Research Council [MRC]. Os pacientes utilizaram o monitor de atividade física durante 7 dias consecutivos. O volume total de AFVD foi definido como o produto da média de intensidade em METs pela duração da atividade, e AFMV foi considerada como aquela que demandava >3 equivalentes metabólicos (MET). A análise da normalidade dos dados foi realizada pelo teste de Shapiro-Wilk. As correlações foram avaliadas pelo coeficiente de Spearman e regressão linear simples foi realizada para investigar as associações entre o volume total de AF/semana e tempo gasto/dia em AFMV com outros desfechos físico-funcionais. Resultados: Foram analisados 91 indivíduos com DPOC (45 homens, 66±8anos; VEF1 50±16%predito; IMC 27±5kg/m2). Tanto o tempo gasto/dia em AFMV quanto com o volume total de AF/semana se correlacionaram significativamente com TC6min, índice de massa corpórea, massa gorda e massa livre de gordura em magnitudes muito similares (0,23 < r < 0,46, p<0,05 para todas). Nenhuma das duas variáveis se correlacionou de forma significativa com os outros desfechos, e na regressão linear simples ambas variáveis apresentaram associações significativas com TC6min, massa gorda e massa livre de gordura. Conclusão: O volume total de AF/semana e o tempo gasto/dia em AFMV apresentaram associações similares com desfechos físico-funcionais em indivíduos com DPOC.
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    Associações entre atividade física na vida diária, aptidão física e funcional, e risco de mortalidade em idosos fisicamente independentes.
    (2023-07-31) Santana, Natali Maciel Folster de; Teixeira, Denilson de Castro; Pitta, Fábio de Oliveira; Oliveira, Laís Campos de
    Durante o envelhecimento ocorrem alterações corporais, condicionadas à fatores intrínsecos e extrínsecos, que podem aumentar à vulnerabilidade do idoso à comorbidades, a reduzir a sua aptidão física e funcional e a aumentar o risco de mortalidade. A produção de conhecimento sobre fatores intervenientes que interferem nas condições de saúde do idoso deve ser estimulada para que intervenções mais eficazes sejam oferecidas à essa população. Sendo assim, essa dissertação teve como analisar as possíveis relações entre o nível de atividade física na vida diária (AFVD) com a aptidão física e funcional e a predição de mortalidade precoce em idosos fisicamente independentes. A dissertação foi composta por dois estudos realizados: o primeiro, com delineamento transversal que analisou as diferenças na aptidão física e funcional de homens e mulheres idosos que atingem ou não 5000 passos diários e o segundo, um estudo de coorte com base populacional que investigou a associação de diferentes pontos de corte de passos/dia para a AFVD com a mortalidade por todas as causas. Participaram dos estudos 396 idosos, homens e mulheres, fisicamente independentes, que tiveram os seus dados de base coletados entre 2009 e 2010, mediante entrevista estruturada com informações sociodemográficas e estado de saúde, medidas antropométricas para cálculo do IMC, testes de aptidão física e funcional mediante seis testes funcionais, nível de AFVD avaliado pelo pedômetro e taxas de mortalidade dos participantes em 10 anos de seguimento. Os dados foram analisados mediante o Test t Student, coeficiente de correlação de Spearman, Curva Roc, Qui-quadrado e Regressão de Cox. Os resultados referentes às comparações demonstraram os homens e mulheres idosos que realizavam em média =5000 passos/dia tiveram melhor desempenho nos testes de agilidade e equilíbrio dinâmico (AGI), no equilíbrio estático (EQUI) e no teste de sentar e levantar da cadeira (SLEV) do que os seus pares que atingiram =5000 passos/dia (p<0,05 para todos). Foram observadas correlações moderadas e negativas entre a AFVD e a AGI para os homens e mulheres (p<0,001 para todos) e o único teste com acurácia diagnóstica aceitável para discriminar baixos níveis de AFVD (<5000 passos/dia), foi o teste de AGI (AUC= 0,76 e 0,72 para homens e mulheres respectivamente). A regressão de Cox considerando os diferentes pontos de corte para a AFVD no modelo ajustado por covariáveis, identificou que quanto menor o nível de AFVD mais riscos os idosos apresentam para a mortalidade, ou seja, os idosos que realizam <2500, entre 2500 a 4999 e entre 5000 a 7999 passos/dia, possuem respectivamente 5,2, 2,6 e 3,2 vezes mais chances de irem a óbito em 10 anos do que os idosos que realizam =8000 passos/dia (p<0,05 para todos). Concluímos que os idosos, homens e mulheres mais ativos (=5000 passos/dia) possuem melhor aptidão física e funcional do que os menos ativos (<5000 passos/dia) e que o risco de mortalidade em 10 anos é maior nos idosos com menores níveis de AFVD.
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    Mensuração das propriedades métricas de três testes funcionais em indivíduos hospitalizados vítimas de queimaduras
    (2023-04-25) Hoshino, Angela Ayumi; Mantoani, Leandro Cruz; Anami, Elza Hiromi Tokushima; Reche, Gianna Kelren Waldrich Bisca
    Introdução: Avaliar a capacidade funcional de indivíduos vítimas de queimaduras requer instrumentos confiáveis. Porém, até o momento, poucos instrumentos objetivos foram validados nesta população. Dessa forma, testes que sejam rápidos e práticos seriam de grande valia para medir os resultados de intervenções terapêuticas em ambientes hospitalares. Objetivos: Verificar as propriedades métricas dos testes Sit-to-Stand de 5 repetições (STS5r), Sit-to-Stand de 1 minuto (STS1min) e Timed Up and Go (TUG) em indivíduos hospitalizados vítimas de queimaduras. Adicionalmente, verificar os valores de erro padrão de medida (SEM), a mínima mudança detectável com 95% de intervalo de confiança (MDC95) e o efeito aprendizado dos testes. Métodos: Foi realizado um estudo longitudinal, com indivíduos vítimas de queimaduras internados no Centro de Tratamento de Queimados (CTQ) do Hospital Universitário de Londrina, em programação de alta hospitalar. Os indivíduos foram avaliados em duas ocasiões: próximo da alta hospitalar e após 30 dias no retorno ambulatorial. Para a validação concorrente e convergente, foram realizados o teste de caminhada de 6 minutos (TC6min) e mensurado a força muscular de quadríceps femoral (QF), respectivamente. Para a confiabilidade, os três testes em estudo foram aplicados de forma aleatorizada, por dois avaliadores em três momentos. Duas vezes pelo mesmo avaliador (intra-avaliador) com intervalo de 1 dia e uma vez por um segundo avaliador (interavaliador) após a primeira avaliação. Foram calculados o SEM e MDC95 de cada teste. Para análise do efeito aprendizado, os testes foram realizados duas vezes em cada momento por cada avaliador. Antes e após cada teste foram registrados os sinais vitais, a dor pela escala visual analógica e fadiga pela escala de Borg modificada. Por fim, para a responsividade foi calculado o tamanho de efeito (EF) e o Standardize Response Mean (SRM). Resultados: Sessenta e quatro indivíduos foram incluídos no estudo, 42 homens, 39,5±13 anos, porcentagem da superfície corporal queimada de 8 [4- 18] %, 67% apresentavam acometimento em membros inferiores (queimaduras ou presença de área doadora na região) e tempo de internação hospitalar de 14[10-21,5] dias. O teste TUG apresentou correlação muito forte (r= -0,90 p<0,0001) com o TC6min e os testes STS5r e STS1min apresentaram uma correlação moderada (r= -0,55 e r= 0,60, p<0,0001), também com o TC6min. Ao analisar os testes com a força muscular de QF, foi observado uma correlação moderada com o teste TUG (r= -0,41, p=0,0008), uma correlação fraca com o teste STS5r (r= -0,30, p=0,013) e nenhuma com o STS1min (r= 0,21, p=0,091). Os valores de coeficiente de correlação intraclasse (ICCs) mostraram-se bons a excelente (0,88 a 0,97) em todos os testes intra e interavaliadores. Todos os testes apresentaram valores de MDC95% (19 a 23%) aceitáveis. Foi observado uma melhora pequena, mas estatisticamente significativa em todos os testes quando realizados mais de uma vez, demonstrando um efeito aprendizado nos mesmos. Além disso, os três testes demonstraram um moderado a grande tamanho de efeito e responsividade, verificada pelo SRM. Conclusão: Os testes STS5r, STS1min e TUG mostraram-se válidos, confiáveis, responsivos e viáveis para avaliar a capacidade funcional de indivíduos vítimas de queimaduras antes da alta hospitalar. Os valores de SEM e MDC95 encontrados poderão ser utilizados na prática clínica e devido ao possível efeito aprendizado, o melhor valor de dois testes deve ser escolhido.
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    Dor musculoesquelética em ciclistas recreacionais: diferenças e relações da altura, inclinação e deslizamento anteroposterior do selim da bicicleta
    (2024-10-04) Paula, Jorge Augusto Schulhan de; Macedo, Christiane de Souza Guerino; Oliveira, Marcio Rogério de; Bertoncello, Dernival
    Introdução: Ciclistas recreacionais estão sujeitos à dores musculoesqueléticas, mas não se sabe se as posições do selim se relacionam ou determinam estas dores. Objetivos: Comparar as características dos ciclistas, dos treinos e das posições do selim da bicicleta de ciclistas recreacionais com e sem dores musculoesqueléticas, correlacionar as posições do selim com as dores musculoesqueléticas e o que melhor as determina. Métodos: Foram avaliados 58 ciclistas recreacionais, 29 com dor musculoesquelética (10 homens e 19 mulheres) e 29 sem dor (11 homens e 18 mulheres). Analisaram-se os dados de caracterização da amostra, da prática do ciclismo, intensidade da dor pela escala visual analógica de dor (EVA) e as medidas do selim (altura, inclinação e deslizamento anteroposterior). Os resultados foram comparados, correlacionados e na sequência aplicou-se a análise de regressão linear simples. Resultados: Os grupos foram semelhantes nos dados de caracterização da amostra, quilômetros pedalados na semana, frequência treinos semanais, altura, inclinação e deslizamento do selim. Os ciclistas com dores musculoesqueléticas apontaram queixas na coluna lombar (30,6%; EVA=2[1-3]), quadril (14,5%; EVA =2[1-2]), períneo (14,5%; EVA =2[2-2,5]) e joelho (16,1%; EVA =2[1-2]). Para a amostra total a correlação foi alta e significativa entre dor no quadril e: dias de treinos na semana (rho=0,70) e inclinação do selim (rho=0,70), e de insignificante à moderada nas demais análises. Estabeleceu-se os dias pedalados na semana determinam 74% da dor no quadril e 68% da dor na região de períneo, e que a inclinação posterior do selim determina 82% da dor na região de quadril. Para as ciclistas mulheres com dores musculoesqueléticas a dor no quadril (EVA=1,5[1-3]) demonstrou correlação alta e significativa com dias de treinos na semana (rho=0,90), nas demais correlações foram de insignificantes à moderadas. Os dias pedalados na semana determinaram 74% da dor no quadril e 78% de dor na região do períneo, e a inclinação posterior do selim determinou 65% de dor no quadril das ciclistas mulheres. Para os ciclistas homens houve correlação alta, significativa e inversa entre todas as queixas de dor e: inclinação do selim (rho=-0,80), deslizamento anteroposterior do selim (rho=-0,80) e inversa e moderada com a idade (rho=-0,60), assim como para a dor lombar (EVA=1,6 (0,5)) e: inclinação do selim (rho=-0,80), deslizamento anteroposterior do selim (rho=-0,70) e inversa e moderada com a idade (rho=-0,70). As dores no geral foram determinadas em 73% pela inclinação do selim, em 60% pelo deslizamento do selim e em 48% pela idade. A dor lombar nos ciclistas homens pode ser determinada em 67% pela inclinação e em 59% pelo deslizamento do selim. Conclusão: Os ciclistas recreacionais com e sem dores musculoesqueléticas tem as mesmas características físicas, de treinamento e de posição do selim. Algumas características dos treinos e da posição do selim se relacionam e podem determinar as dores musculoesqueléticas, de forma diferente em ciclistas recreacionais homens e mulheres.
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    Preditores de falha no desmame da ventilação pulmonar mecânica em pacientes acometidos pela Covid-19
    (2024-10-21) Silva, Natália Trindade da; Probst, Vanessa Suziane; Brandão, Daniella Cunha; Carvalho, Celso Ricardo Fernandes de; Okamura, Larissa Araújo de Castro
    Introdução: Durante a pandemia de COVID-19, uma importante parcela dos indivíduos acometidos cursou com insuficiência respiratória aguda e necessidade de ventilação mecânica invasiva (VMI). Uma vez que esse suporte se torna necessário, grandes são os esforços para conduzir um desmame ventilatório bem-sucedido e prevenir os efeitos deletérios associados ao uso prolongado de pressão positiva. Portanto, identificar as características clínicas de pacientes acometidos pela COVID- 19 que obtiveram falha ou sucesso no desmame ventilatório pode fornecer subsídios para otimizar o manejo ventilatório. Objetivo: Identificar preditores de falha no desmame da ventilação mecânica de pacientes acometidos pela COVID-19, internados em um hospital de referência. Metodologia: Trata-se de um estudo de coorte retrospectivo. As seguintes informações foram obtidas por meio de análise de prontuário eletrônico: dados pessoais, clínicos, parâmetros da VMI e de mecânica ventilatória nas primeiras 72 horas, tempo de VMI, de internação em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e hospitalar, desfecho de alta ou óbito. Foram incluídos todos os indivíduos diagnosticados com COVID-19, internados em um hospital terciário do sul do Brasil entre março de 2020 e abril de 2021, =18 anos de idade e que necessitaram de VMI. Os indivíduos que atingiram os critérios de desmame da ventilação mecânica foram separados em dois grupos: sucesso (SD) e falha (FD) no desmame. SD foi definido como retirada da prótese orotraqueal sem a necessidade de novo procedimento de intubação em até 48 horas ou, no caso de pacientes traqueostomizados, desconexão da ventilação mecânica por um período de =48 horas sem retorno da VMI. Resultados: Foram incluídos 2.198 indivíduos no estudo, dentre os quais, 229 (56 [45-65] anos, 129 homens, índice de massa corpórea 29 [25-33] Kg/m2) preencheram os critérios para desmame ventilatório e permaneceram nas análises (SD: n=180; 96 homens e FD: n=49; 33 homens). Os indivíduos do grupo SD se mostraram mais novos (SD 55 [43-63] vs FD 62 [52-70] anos; p<0,0001), além de terem permanecido menos tempo na UTI (SD 17 [10-27] vs FD 31[17-47] dias; p<0,0001) e menos tempo em VMI (SD 13 [7-20] vs FD 28 [18-40] dias; p<0,0001). A idade (OR [IC 95%] 1,070 [1,023 - 1,119]), o tempo de internação hospitalar (OR [IC 95%] 0,939 [0,888 - 0,993]), o tempo em VMI (OR [IC 95%] 1,147 [1,066 - 1,236]) e a driving pressure (OR [IC 95%] 4,215 [1,004 - 17,703]) se mostraram preditores de falha no desmame ventilatório, independente do sexo e do número de comorbidades. A proporção de indivíduos que evoluíram para óbito foi significantemente maior no grupo FD (FD: 69% vs SD: 24%; p <0,0001). Conclusão: Indivíduos acometidos pela COVID-19, com idade mais avançada, mecânica ventilatória mais comprometida e que permanecem por mais tempo em VMI, constituem um grupo específico que apresenta maiores chances de falha no desmame ventilatório. Portanto, atenção especial deve ser dada a esse grupo, a fim de minimizar as consequências deletérias no insucesso do desmame, com o aumento da mortalidade associada às falhas de extubação.
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    Associação da resistência das vias aéreas medida por pletismografia corporal com desfechos clínicos na doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC)
    (2022-12-14) Medeiros, Letícia da Silva; Pitta, Fábio de Oliveira; Gastaldi, Ada Clarice; Rodrigues, Antenor Luiz Lima; Andrello, Ana Carolina dos Reis
    Introdução: A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) é uma doença sistêmica com sintomas e limitações multifatoriais. A avaliação da resistência das vias aéreas (Raw) na DPOC tem sido comumente utilizada na avaliação do acometimento de pequenas vias aéreas, diagnóstico precoce e melhor entendimento da sintomatologia apresentada por esses indivíduos. Diferentes estudos investigaram a relação dos parâmetros de Raw com desfechos clínicos da doença por meio da oscilometria de impulso, uma tecnologia moderna e relativamente pouco comum no contexto da prática clínica. No entanto, informações acerca da Raw obtida por outro método clinicamente mais comum, a pletismografia corporal, ainda são pouco disponíveis na literatura, assim como sua contribuição na avaliação da DPOC. Objetivo: Investigar a associação da resistência específica das vias aéreas (sRaw) avaliada pela pletismografia corporal com variáveis de função pulmonar, capacidade funcional e máxima de exercício, estado de saúde e limitação por dispneia em indivíduos com DPOC. Métodos: Estudo transversal com análise retrospectiva de dados basais de indivíduos recrutados para um programa de reabilitação pulmonar. Foram realizadas avaliações de função pulmonar completa pela espirometria e pletismografia corporal (Vmax®Carfusion, Germany). Também foram realizadas avaliações da capacidade funcional e máxima de exercício (teste de caminhada de seis minutos [TC6min] e teste cardiopulmonar de esforço [TCPE], respectivamente); estado de saúde (questionário COPD Assessment Test [CAT]); e limitação pela dispneia na vida diária (escala Medical Research Council [MRC]). O teste de Shapiro-Wilk foi utilizado para verificar a normalidade dos dados e o coeficiente de Spearman para analisar as correlações entre a sRaw e os demais desfechos. O teste de Kruskal-Wallis foi utilizado para comparação da sRaw nas diferentes gravidades da doença, classificadas de acordo com a Global Initiative for Chronic Obstructive Lung Disease (GOLD). Resultados: Foram estudados 73 indivíduos com DPOC estável (53% do sexo masculino, idade média 67±7 anos e limitação ao fluxo aéreo de moderada a muito grave). A sRaw apresentou correlações moderadas com FEF25-75%predito, VEF1/VEF6, VR/CPT e VEF1%predito (r=-0,45, r=-0,49, r=0,53, r=0,66, respectivamente). Não houve correlação clinicamente relevante com nenhum outro desfecho. Conclusão: A sRaw avaliada pela pletismografia corporal em indivíduos com DPOC moderada a muito grave se correlaciona moderadamente apenas com desfechos de função pulmonar também indicativos de distúrbio obstrutivo e aprisionamento aéreo, mas não com os outros desfechos clínicos avaliados como a capacidade de exercício e dispneia. Mesmo sem refletir outros desfechos clínicos da DPOC, a sRaw avaliada pela pletismografia corporal é útil por refletir desfechos importantes da função pulmonar, além de ser mais comumente encontrada na prática clínica.
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    Perfil da atividade física na vida diária em indivíduos com insuficiência cardíaca
    (2022-12-15) Dias, Karina Lourenço; Pitta, Fábio de Oliveira; Dallago, Pedro; Karsten, Marlus; Hernandes, Nidia Aparecida
    Introdução: O nível de atividade física na vida diária (AFVD) em indivíduos com insuficiência cardíaca (IC) é associado à qualidade de vida, mortalidade e risco de internação e descompensação da doença. No entanto, a literatura ainda carece de uma descrição mais detalhada das caraterísticas das AFVD avaliadas objetivamente, e isso dificulta o entendimento aprofundado sobre o grau de inatividade e sedentarismo dessa população. Objetivos: Caracterizar o perfil de AFVD em indivíduos com IC e compará-los com indivíduos saudáveis pareados; e correlacionar variáveis de AFVD com desfechos clínicos, sociodemográficos e físico-funcionais nos indivíduos com IC. Métodos: Estudo transversal que envolve a comparação de indivíduos com diagnóstico de IC e controles saudáveis pareados conforme sexo, idade e IMC. Todos os indivíduos tiveram seu nível de AFVD avaliado objetivamente por meio de um monitor de atividade física (AF) (Actigraph wGTX3) utilizado durante sete dias consecutivos. Os indivíduos também foram avaliados quanto à capacidade funcional de exercício (teste de caminhada de seis minutos, TC6min), fração de ejeção de ventrículo esquerdo (FEVE, por ecocardiografia), qualidade de vida (Minnesota Living with Heart Failure Questionnaire, MLHFQ) e funcionalidade (classificação da New York Heart Association, NYHA). A análise estatística incluiu o teste de Shapiro-Wilk para análise da normalidade na distribuição dos dados; os testes t de Student ou Mann-Whitney foram aplicados para as comparações intergrupos; e as correlações foram avaliadas pelos coeficientes de Pearson ou Spearman. Resultados: Foram avaliados 60 indivíduos, sendo 30 com IC e 30 controles. Os indivíduos com IC, no geral, apresentaram maior número de comorbidades e pior TC6min do que os controles. Quanto à AFVD, foram encontradas diferenças entre os grupos apenas nas seguintes variáveis: tempo gasto/dia em AF moderadas/vigorosas (IC vs Controle: 6 [3-17] vs 22 [7-31] min/dia; P=0,009) e número de passos/dia (4157±2751 vs 6594±3163 passos/dia; P=0,002). Foram observadas correlações estatisticamente significantes e moderadas do número de passos/dia com diferentes desfechos demográficos, antropométricos, clínicos e físico-funcionais no grupo IC (-0.40 < r < -0,64), sendo as correlações mais altas com TC6min (r= -0,64) e idade (r = -0,62). Tempo gasto/dia em AF leves e moderadas/vigorosas também se correlacionaram moderadamente com o TC6min, enquanto o tempo gasto/dia em AF sedentárias não se correlacionou significativamente com nenhuma variável estudada. Conclusão: Indivíduos com IC apresentam sedentarismo comparável a indivíduos pareados saudáveis, porém apresentam inatividade física mais acentuada. Essa inatividade física na IC se correlaciona moderadamente com desfechos demográficos, antropométricos, clínicos e físico-funcionais.
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    Características clínico-funcionais em adolescentes com cardiopatia congênita e saudáveis
    (2024-02-05) Sato, Karina Massari Parra; Oliveira, Josiane Marques Felcar Piaie de; Probst, Vanessa Suziane; Reis, Cardine Martins dos
    Introdução: Com o avanço da tecnologia e das técnicas cirúrgicas, a sobrevida de crianças com cardiopatia congênita (CC) está aumentando. No entanto, a CC promove alterações hemodinâmicas que podem reduzir a capacidade funcional. Objetivos: Comparar características clínico-funcionais como a capacidade de exercício, força muscular, função pulmonar e atividade física de adolescentes com CC e adolescentes saudáveis. Comparar a percepção de qualidade de vida de adolescentes com CC com seus responsáveis e com adolescentes saudáveis. Metodologia: Estudo transversal, foram incluídos adolescentes de 13 a 17 anos, ambos os sexos, com CC e adolescentes saudáveis. Os critérios de exclusão foram condições ortopédicas, neurológicas e respiratórias que impedissem as avaliações propostas. Inicialmente, foi preenchida ficha com dados da condição clínica do paciente e coletados dados antropométricos. Em seguida, realizaram testes como espirometria para avaliação da função pulmonar, manovacuometria para força muscular respiratória, teste de uma repetição máxima e o teste de sentar e levantar de 30 segundos para força muscular periférica, teste de caminhada de seis minutos (TC6min) para capacidade de exercício, pedômetro e questionário internacional de atividade física - versão curta (IPAQ) para atividade física e questionário Pediatric Quality of Life Inventory versão 4.0 (PedsQL™) para qualidade de vida. Adicionalmente foi utilizado o questionário Pediatric Cardiac Quality of Life Inventory (PCQLI) na avaliação da percepção de qualidade de vida dos cardiopatas e seus responsáveis. A distribuição dos dados foi analisada pelo teste de Shapiro-Wilk e para comparar as variáveis numéricas foi utilizado o teste de Mann-Whitney ou teste t não pareado. Para as variáveis categóricas foi utilizado o teste do Qui-quadrado (com ou sem correção de Yates) ou teste exato de Fisher. A significância estatística adotada foi P<0,05. Resultados: Foram avaliados 42 adolescentes, 21 adolescentes com CC, 14 (14-16) anos e 21 adolescentes saudáveis, 16 (14-17) anos. Não houve diferença estatisticamente significativa (P>0,05) em sexo masculino/feminino e índice de massa corpórea (IMC) entre os adolescentes com cardiopatia 12 (57%) / 9 (43%); 20 (19-25) Kg/m2, e os saudáveis 13 (62%) / 8 (38%); 22 (18- 25) Kg/m2, respectivamente. A cardiopatia mais frequente, foi a comunicação interventricular (24%). Quando comparados, houve diferença significativa na distância percorrida do TC6min 586 ±83 metros nos cardiopatas e 651 ±67 metros nos saudáveis (P=0,007) e no teste de sentar e levantar de 30 segundos com 13 (12-15) repetições nos cardiopatas e 17 (15-18) nos saudáveis (P=0,001). Os saudáveis apresentaram força muscular maior nos músculos bíceps (P=0,017), tríceps (P=0,027) e quadríceps (P=0,029). Na força muscular respiratória e função pulmonar não houve diferença em nenhuma das variáveis, bem como na atividade física na vida diária avaliada por meio do pedômetro. Na classificação do IPAQ (P=0,043), os saudáveis tiveram prevalência de “ativos” e muito ativos” e os cardiopatas de “ativos” e “irregularmente ativos A”. Na percepção de qualidade de vida, em ambos os questionários, não houve diferença significativa. Conclusão: Os adolescentes com CC apresentam redução da capacidade de exercício, força muscular periférica e atividade física quando comparados com saudáveis
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    Prevalência de atraso motor e fatores associados em crianças com cardiopatias congênitas: revisão sistemática
    (2022-07-28) Salvi, Luyne Lopes; Felcar, Josiane Marques; Oliveira, Vinicius Cavalheri de; Valenciano, Paola Janeiro
    INTRODUÇÃO: As cardiopatias congênitas (CCs) tem grande prevalência mundial (8:1.000 nascidos vivos), na maioria dos casos a intervenção cirúrgica é necessária e consequentemente o internamento na Unidade de Terapia Intensiva. Há grande risco de comprometimento no desenvolvimento motor no pós-cirúrgico de correção cardíaca. Existem instrumentos padronizados para avaliação do desenvolvimento infantil, entre eles se destacam: a Bayley Scales of Infants and Toddler Development (Bayley), o Denver Developmental Screening Test (DDST) e a Alberta Infant Motor Scales (AIMS). OBJETIVOS: Verificar a prevalência do atraso motor em crianças cardiopatas de 0 a 6 anos de idade, os fatores associados ao DM atípico. MÉTODOS: A pesquisa foi realizada em sete bases de dados eletrônicos do início das bases de dados até dezembro de 2021, três autores de forma independentes fizeram a seleção quanto a inclusão e extração de dados dos estudos. A qualidade dos estudos foi avaliada usando a Ferramenta de Avaliação de Qualidade do National Institutes of Health (NIH), validada de acordo com o desenho dos estudos, por dois revisores independentes. Foi realizada a meta-análise para analisar a prevalência geral de atraso motor em crianças cardiopatas e as que foram submetidas e não submetidas a cirurgia de correção cardíaca. Os dados foram analisados por meio do software Jamovi. O modelo de efeito randomizado de proporção foi realizado utilizando a análise DerSimonian-Laird. A heterogeneidade foi realizada e analisada com o I2 e interpretados (valores <25% considerados baixos, entre 50-75% moderados e >75% altos). A concordância com relação à qualidade dos estudos foi verificada pelo índice Kappa. RESULTADOS: Trinta e nove estudos (65% coortes) foram incluídos, predominantemente dos Estados Unidos (9) e envolveram 2.057 participantes com CCs. Para calcular a prevalência global do atraso motor, foram analisados 19 estudos envolvendo 1.142 participantes. A estimativa geral da prevalência de atraso motor nessa população foi de 37% [IC 95%: 27-48; P<0,001]. A heterogeneidade foi de 96,1% P<0,001. Dos pacientes que foram submetidos à cirurgia cardíaca 42% [IC 95%: 27-58; P<0,001] apresentaram atraso motor. A heterogeneidade foi de 96,23% P<0,001. Os pacientes que não fizeram cirurgia cardíaca demonstraram uma prevalência mais baixa de atrasos motores 29% [IC 95%: 20-39; P<0,001]. A heterogeneidade foi de 76,6% P<0,001. A prevalência do uso de circulação extracorpórea foi identificada em três estudos, a prevalência foi de 62% [IC 95%: 42- 82; P<0,001]. A heterogeneidade foi de 87,8% P<0,001. A variabilidade na amostragem e na metodologia entre os estudos revisados é a limitação mais importante desta revisão. CONCLUSÃO: Crianças com CCs diversas apresentam risco de atraso motor. Existem fatores que contribuem para uma maior prevalência de risco de atraso: idade da criança, peso, anormalidades hemodinâmicas, oxigenação cerebral, comorbidades, tipo da CC, cirúrgia, hospitalização, o uso de ventilação mecânica (VM) e circulação extracorpórea (CEC), a condição socioeconômica e a educação familiar. Os instrumentos validados utilizados para avaliar o desenvolvimento são muito variados, bem como os tipos de cardiopatias. O diagnóstico precoce das cardiopatias e do atraso motor são essenciais para minimizar os comprometimentos nessa população
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    Efetividade da dupla tarefa associada ao treino de marcha e neuromodulação na qualidade de vida e preocupação em cair em indivíduos com doença de Parkinson : ensaio clínico controlado randomizado
    (2024-08-23) Melanda, Alessandra Cattaneo Estrada; Smaili, Suhaila Mahmoud; Machado, Daniel Gomes da Silva; Lavado, Edson Lopes
    Introdução: Estudos sobre qualidade de vida (QV) e preocupação com quedas na doença de Parkinson (DP) buscam, em geral, compreender como os sintomas motores e não motores impactam nesses desfechos. Por se tratar de desfechos complexos e multifatoriais, é necessário que a QV e a preocupação com quedas tenham protagonismo em estudos clínicos, bem como quais abordagens terapêuticas são mais efetivas e se há benefício adicional em terapias combinadas para o seu manejo. Objetivo: Verificar a efetividade do treino de dupla tarefa (DT) associada ao treino de marcha em esteira e eletroestimulação transcraniana por corrente contínua (ETCC) anódica na QV e preocupação em cair em indivíduos com DP. Métodos: Trata-se de um ensaio clínico randomizado controlado, cego, composto por 37 indivíduos de ambos os sexos, com DP leve a moderada e sem declínio cognitivo, alocados em dois grupos: 1) Grupo Experimental (GE; n = 19) que realizou treino de DT + treino de marcha em esteira + ETCC anódica e 2) Grupo Controle (GC; n = 18) que realizou treino de marcha em esteira + ETCC anódica. Foram realizadas 12 sessões de intervenção, três vezes por semana. O treino de DT baseou-se na aplicação de um protocolo composto por 3 níveis, com 6 tarefas em cada nível e com evolução gradativa de complexidade, aplicadas durante 18 minutos do treino de marcha na esteira. A corrente foi aplicada no córtex pré-frontal dorsolateral esquerdo, com intensidade de 2 mA, concomitante ao treino de marcha. Para avaliação da qualidade de vida foi utilizado o Parkinson’s Disease Questionnaire (PDQ-39) e a preocupação em cair foi avaliada pela Escala Internacional de Eficácia de Quedas (FES-I). As avaliações foram realizadas em três momentos: pré-intervenção, pós-intervenção e após um período de follow up de 4 semanas. A ANOVA two way de medidas repetidas foi utilizada para comparação dos grupos de acordo com a intervenção, o tempo e a interação grupo vs tempo. Resultados: Um total de 37 indivíduos foram analisados. Houve melhora significante da QV no GE (efeito tempo) entre os momentos pré e pós-intervenção, nos domínios: mobilidade, bem-estar emocional e pontuação total da PDQ-39; e entre os momentos pré-intervenção e follow up no domínio cognição e na pontuação total da PDQ-39. Para o GC, houve melhora entre os momentos pré e pós-intervenção nos domínios desconforto corporal e pontuação total da PDQ-39. Não foram observadas diferenças entre os grupos. Entretanto, houve interação do tempo vs. grupo, apenas para o domínio cognição (p=0,015), com melhora entre os momentos pré e follow up, a favor do GE (d=-0,71). Com relação à preocupação em cair medida pela FES-I, não houve diferenças significantes quando considerado o fator tempo, grupo e a interação tempo vs. grupo. Conclusão: A adição da DT a um protocolo combinado de treino de marcha em esteira e ETCC anódica, não foi efetiva em melhorar a QV e preocupação em cair nos indivíduos com DP, com exceção do domínio cognição da PDQ-39.
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    Avaliação do controle postural de indivíduos com doença de Parkinson durante atividades funcionais sob diferentes demandas atencionais
    (2023-10-27) Silva, Patrícia Gonçalves Broto da; Smaili, Suhaila Mahmoud; Lavado, Edson; Oliveira, Marcio Rogério de
    Introdução: Embora a instabilidade postural seja amplamente reconhecida como um sintoma prevalente na doença de Parkinson (DP), sua avaliação permanece restrita a posturas estáticas. Por isto, para melhor compreender os mecanismos e as estratégias de controle postural (CP) utilizadas por esses indivíduos, são necessárias novas abordagens de avaliação que levem em consideração a análise CP durante atividades funcionais. Objetivo: Comparar o CP de indivíduos com DP durante atividades funcionais sob diferentes demandas atencionais. Método: Estudo transversal, composto por 50 indivíduos com DP leve a moderada, avaliados pela plataforma de força durante as seguintes atividades: 1) tarefa de alimentação (servir-se e beber água), 2) tarefa de vestuário (vestir uma camisa e abotoá-la) e 3) tarefa de função executiva (guardar corretamente 20 objetos em uma prateleira distribuídos em quatro categorias: itens de higiene pessoal, itens de alimentação, itens de materiais de escritório e itens de ferramentas). Foram realizadas duas tentativas de 30 segundos para cada condição em simples tarefa (ST) e dupla tarefa (DT). Os parâmetros analisados foram a área de COP (center of pressure) (cm2), amplitude (cm) e velocidade (cm2) anteroposterior (AP) e mediolateral (ML). Para a análise de comparação do controle postural entre ST vs DT durante as atividades funcionais foi realizado o teste de Wilcoxon. Para a comparação da média de acertos na avaliação do CP entre a ST e a DT (atividade de função executiva) foi utilizado o teste t pareado. Resultados: Na atividade funcional de alimentação, foram verificadas diferenças estatisticamente significantes na área de COP (12,10 vs 10,67; P=0,004), amplitude ML (3,88 vs 3,86; P=0,029), velocidades AP (2,27 vs 2,11; P=0,003) e ML (1,90 vs 1,83; P=<0,001) com valores inferiores destes parâmetros durante a DT. Na atividade funcional de vestuário, houve diferença na amplitude AP (4,90 vs 4,53, P=0,009), com valor inferior deste parâmetro durante a DT. Na atividade funcional de função executiva, houve diminuição de todos os parâmetros: área de COP (55,82 vs 53,77; P=0,010), amplitude AP (7,23 vs 6,81; P=0,038); amplitude ML (10,66 vs 10,47, P=0,034); velocidades AP (3,70 vs 3,38; P=<0,001) e ML (4,09 vs 3,77; P=<0,001) quando comparadas as performances em ST e DT. Conclusão: Os indivíduos com DP apresentaram redução da oscilação postural em atividades funcionais quando submetidos a atividades associadas à DT, em hipótese ao aumento da rigidez axial e redução do controle ativo e coordenado dos músculos do tronco e membros inferiores quando há aumento da demanda atencional.
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    Análise da capacidade funcional e das propriedades de medidas de testes funcionais em mulheres com Síndrome da Dor do Grande Trocânter
    (2024-04-11) Silva, Laryssa Oliveria; Macedo, Christiane de Souza Guerino; Lima, Pedro Olavo de Paula; Lobato, Daniel Ferreira Moreira
    Introdução: A síndrome da dor do grande trocânter (SDGT) é comum em mulheres, e se relaciona com diminuição da capacidade funcional. Entretanto, ainda não existem testes funcionais com validade e confiabilidade, ou que possam discriminar esta disfunção. Objetivo: Comparar a capacidade funcional, estabelecer as propriedades de medidas de testes funcionais e apresentar qual teste funcional melhor discrimina mulheres com e sem SDGT. Métodos: Participaram do estudo 46 mulheres de 35 a 60 anos com e sem SDGT em dois diferentes dias, com intervalo de 7 a 14 dias. No primeiro dia, dois avaliadores cegos e independentes avaliaram a força muscular do quadríceps e complexo póstero lateral do quadril e o desempenho nos testes funcionais sentar e levantar de 30 segundos (TSL30), teste de subida de escadas (TSE), testes de descida de escadas (TDE) e Timed Up and Go Test (TUG). No segundo dia o avaliador 1 repetiu a mesma bateria de testes funcionais. A confiabilidade intra e interavaliador foi estabelecida pelo coeficiente de correlação intraclasse e a validade pela correlação do desempenho dos testes com o escore obtido junto ao questionário VISA-G e testes de força muscular pelo coeficiente de correlação de Spearman. Por fim, foi realizada a Análise Discriminante com dois grupos, para estabelecer quais testes funcionais são melhores para distinguir mulheres com e sem SDGT. Resultados: A amostra foi composta por 46 participantes (23 com SDGT e 23 controles). Os grupos foram semelhantes em idade (p=0,740), massa corporal (p=0,830), estatura (p=0,562) e IMC (p=0,538). O grupo SDGT apresentou pior pontuação no VISA-G (p<0,001) e pior desempenho no TSE (p=0,009), TDE (p=0,033) e TUG (p=0,039). A confiabilidade intraexaminador dos testes funcionais variou de moderada à excelente (CCI de 0,59 à 0,91), e a interexaminador de boa à excelente (CCI de 0,78 à 0,97). A validade dos testes funcionais não pôde ser estabelecida, pois as correlações entre testes funcionais, testes de força muscular e questionário VISA-G foram fracas. Somente os testes de subida de escadas e o Timed Up and Go foram capazes de discriminar indivíduos com e sem SDGT. Conclusão: Mulheres com SDGT apresentam pior capacidade funcional avaliada pelos testes TDE, TSE e TUG quando comparadas a mulheres assintomáticas. Os testes funcionais (TSL30, TDE, TSE e TUG) apresentam boa confiabilidade intra e interexaminador, porém não estabeleceram validade para esta população. Somente o TSE e TUG devem ser utilizados para discriminar indivíduos com e sem SDGT.
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    Adaptação transcultural, validação e reprodutibilidade do teste alusti para avaliação da capacidade física e funcional de idosos brasileiros
    (2024-01-31) Ribeiro, Isabella Servilha; Probst, Vanessa Suziane; Dellarosa, Mara Solange Gomes; Teixeira, Denilson de Castro; Loyola, Walter Aquiles Sepúlveda
    Introdução: O Teste Alusti, desenvolvido na Espanha em 2018, é uma escala de avaliação multidimensional da situação funcional da pessoa idosa. No entanto, tal instrumento ainda não foi adaptado transculturalmente para a língua Portuguesa. Objetivo: Realizar a adaptação transcultural do Teste Alusti para a língua portuguesa do Brasil, bem como avaliar suas propriedades psicométricas. Método: O processo de adaptação transcultural para o Português brasileiro foi feito de acordo com as recomendações internacionais. Após este processo, a escala foi aplicada em 100 indivíduos com idade igual ou superior a 60 anos, de ambos os sexos, residentes na comunidade e em instituições de longa permanência. Uma ficha de avaliação com dados pessoais, antropométricos, demográficos e nível de escolaridade foi preenchida, o estado cognitivo foi avaliado pela versão brasileira do Montreal Cognitive Assessment (MoCA) e a presença de comorbidades foi identificada por meio do Índice de Comorbidades de Charlson. A reprodutibilidade intraobservador da escala foi avaliada em dois momentos diferentes (D1 e D2, respectivamente), com intervalo entre 7 a 10 dias entre eles (teste-reteste) por meio do coeficiente de correlação intraclasse (CCI). A consistência interna foi avaliada por meio do Coeficiente alfa de Cronbach. Finalmente, a validação do Teste Alusti em relação à Escala de Barthel e à Short Physical Performance Battery foi verificada por meio do coeficiente de correlação de Spearman. Resultados: A versão brasileira do Teste Alusti apresentou excelente coeficiente de correlação intraclasse (CCI = 0,997 [0,996 – 0,998]). A consistência interna foi verificada obtendo-se um valor de Alpha de Crobanch de 0,96. Houve correlação positiva, forte e significativa entre o Teste Alusti com a escala de Barthel (r=0,93) e SPPB (r=0,94); p<0,0001 para ambas. Conclusão: A versão em língua portuguesa do Teste Alusti proposta neste estudo demonstrou ser válida e reprodutível em pessoas idosas, fornecendo uma nova ferramenta para avaliar a capacidade funcional da população geriátrica.
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    Mínima diferença importante de dois testes de força muscular de quadríceps femoral em pacientes com DPOC
    (2020-12-17) Martins, Laís Carolini Santin; Pitta, Fábio de Oliveira; Furlanetto, Karina Couto; Castro, Larissa Araújo de
    Introdução: A avaliação da força do quadríceps femoral é recomendada por diretrizes internacionais para avaliar os resultados de programas de treinamento físico (TF) em pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC). Sua melhora é uma característica comum após o TF; no entanto, um valor que representa sua mínima diferença importante (MDI) ainda não foi identificado. Objetivo: Portanto, nosso objetivo foi identificar a MDI de dois métodos de avaliação da melhora da força de quadríceps femoral após um programa de TF de alta intensidade em indivíduos com DPOC, utilizando o teste de 1 repetição máxima (1RM) e contração isométrica voluntária máxima (CIVM). Métodos: Indivíduos com diagnóstico de DPOC estável de moderada a muito grave foram submetidos a um programa de TF de alta intensidade composto por exercícios em esteira e bicicleta associados a exercícios de fortalecimento muscular (3 dias / semana, 3 meses, 36 sessões). Avaliações da função pulmonar (espirometria), capacidade de exercício (teste de caminhada de 6 minutos [TC6min]) e força de quadríceps femoral (teste de 1RM realizado em um multigym e CIVM utilizando uma célula de carga) foram realizadas no início e após 12 semanas TF. Resultados: Vinte e um indivíduos (11 homens, 65 ± 8 anos, volume expiratório forçado no primeiro segundo 51 ± 16% previsto, TC6min 478 ± 56 metros) foram estudados. Ao final do programa de TF, a força do quadríceps femoral melhorou significativamente (8 ± 6 kg para 1RM e 10 ± 4 Nm para CIVM), assim como o TC6min (26 ± 43 m) (P <0,05 para todos). A MDI para melhora da força do quadríceps femoral calculado por métodos distribution- based encontra-se entre 9,4 a 16 Nm para a CIVM ou aumento entre 7,4% e 12,6% do valor basal, enquanto que para o teste de 1RM os valores foram entre 2,5 a 3 kg ou incremento na força muscular entre 12% e 15%. Estas MDIs não puderam ser calculadas por meio do método anchor-based. Conclusões: Esses resultados indicam que a MDI para melhora da força do quadríceps femoral após um programa de TF de alta intensidade em indivíduos com DPOC estável de moderada a grave situa-se entre 9,4 e 16 Nm para a CIVM medida com uma célula de carga, e 2,5 e 3 kg para o teste de 1RM.
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    Efeitos do exercício funcional em circuito (FEC) comparado ao treinamento aeróbico sobre desfechos relacionados à sarcopenia e estresse oxidativo em idosos saudáveis
    (2020-12-03) Maciel, Renata Pires Tricanico; Probst, Vanessa Suziane; Teixeira, Denilson de Castro; Lopes, Josiane
    Introdução: O envelhecimento leva a um declínio na capacidade regenerativa dos tecidos musculares que causa perda de massa e força muscular com risco de eventos adversos como incapacidade física e funcional. Esse processo é denominado sarcopenia e estudos relacionam-a ao estresse oxidativo. O exercício físico regular pode trazer benefícios significativos à saúde. Existem evidências cada vez mais indicativas de que o exercício físico pode prolongar anos de vida independente e ativa, reduzir a incapacidade e melhorar a qualidade de vida de pessoas idosas. Objetivo: O objetivo deste estudo foi comparar o efeito de duas intervenções (exercício funcional em circuito (FEC) e exercício aeróbico) sobre variáveis metabólicas e funcionais relacionadas à sarcopenia e estresse oxidativo em idosos saudáveis. Métodos: Foram incluídos neste estudo 48 idosos que não praticavam exercícios físicos há pelo menos 6 meses. Foram avaliados o desempenho físico, força muscular, composição corporal, níveis de estresse oxidativo e marcadores metabólicos. Após a avaliação inicial, foram formados dois grupos e separadamente submetidos aos programas de exercício FEC e aeróbico por 12 semanas, 3 vezes por semana, com duração de 50 minutos cada sessão. Resultados: Nos testes de capacidade de exercício, ambos os grupos obtiveram melhora nos testes de caminhada de 6 minutos, velocidade de marcha de 4 metros e sit to stand 5 repetições (p<0,05). O grupo FEC apresentou diferença significativa na composição corporal após o treinamento, com aumento da massa livre de gordura e uma diminuição da massa gorda, além de aumento na circunferência da panturrilha (p<0,05 para todos). Já o grupo aeróbico teve diminuição da circunferência da panturrilha (p<0,05). Sobre o estresse oxidativo, no grupo FEC observamos aumento nos níveis de NO, FOX, GT, GSH, TRAP, SH e CAT (p<0,05) e no grupo aeróbico houve diminuição de FOX e aumento de SH e CAT (p<0,05). Em relação às variáveis metabólicas, o grupo FEC apresentou diminuição nos níveis de glicose, colesterol e triglicerídeos, e o grupo aeróbico nos níveis de LDL e HDL (p<0,05). Conclusão: O método FEC apresentou mais efeitos nas medidas funcionais de sarcopenia (massa muscular e função física), capacidade antioxidante e marcadores metabólicos em população idosa saudável em comparação com o exercício aeróbico.
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    Validade e confiabilidade do Y Balance Test-Upper Quarter em homens praticantes de CrossFit®
    (2023-03-30) Policarpo, Fernanda Nair Nicolau; Macedo, Christiane de Souza Guerino; Oliveira, Marcio Rogerio de; Lima, Pedro Olavo De Paula; Zamboti, Camile Ludovico
    Introdução: O Y Balance Test-Upper Quarter (YBT-UQ) foi desenvolvido com para avaliar a estabilidade dinâmica do membro superior, entretanto não existem estudos que comprovem sua validade, e correlacionem seus resultados com a plataforma de força, equipamento o padrão ouro para análise de estabilidade, equilíbrio e controle postural. O CrossFit®, por utilizar amplamente os membros superiores, apresenta cerca de 26% de lesões no ombro, porém poucos estudos analisaram a estabilidade do membro superior. Objetivo: Verificar a validade do YBT-UQ para a avaliação da estabilidade do membro superior e a confiabilidade intra e inter examinadores do YBT-UQ desenvolvido sobre a plataforma de força em praticantes de CrossFit®. Métodos: Trata-se de um estudo transversal, com 31 praticantes de CrossFit®, do sexo masculino, com idade entre 18 e 35 anos. As avaliações foram desenvolvidas por dois avaliadores independentes, em dois dias, com intervalo de duas semanas, e sequência de realização previamente aleatorizada. Em um dos dias, ambos os avaliadores coletaram os dados do YBT-UQ sobre a plataforma de força, no outro dia o avaliador 1 coletou novamente os dados do YBT-UQ sobre a plataforma de força e o teste YBT-UQ no solo. A análise estatística foi realizada no programa SPSS® 22. O teste de Shapiro-Wilk estabeleceu a normalidade dos dados. A validade do YBT-UQ foi apontada por meio do coeficiente de correlação de Spearman. A confiabilidade intra e inter avaliador foi analisada por meio do coeficiente de correlação intraclasse (CCI). Para todos os testes foram calculados o Coeficiente de Correlação Intraclasse Intra e Inter avaliadores, Erro padrão de medida (EPM), Mínima mudança detectável (MMD) e efeito aprendizagem. Resultados: Somente o escore composto do YBT-UQ apresentou correlação moderada com todas as variáveis da plataforma de força (0,40
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    Desfechos clínicos, físicos e psicológicos entre indivíduos com diferentes níveis de estado funcional pós COVID-19
    (2023-04-25) Panont, Aline Gil; Probst, Vanessa Suziane; Castro, Larissa Araújo de; Ramos, Ercy Mara Cipulo; Loyola, Walter Sepúlveda
    Contextualização: A presente dissertação de mestrado versa sobre aspectos da avaliação física e funcional de pacientes com sequelas resultantes da COVID-19 (Coronavirus Disease 2019). O texto da dissertação envolve a revisão da literatura e artigo científico, que contém os resultados encontrados pelo estudo desenvolvido. Introdução: A COVID-19 é uma doença respiratória viral e altamente transmissível causada pelo vírus SARS-CoV-2 (Severe Acute Respiratory Syndrome Coronavirus 2). É comum a presença de vários sintomas, podendo levar ao desenvolvimento da doença de uma forma leve até grave, com necessidade de hospitalização. Devido à complexidade da doença e seu enorme impacto sobre o organismo do indivíduo, sobreviventes da infecção podem persistir a longo prazo com diferentes graus de comprometimento funcional, social e emocional, conhecidos como a Síndrome pós-COVID-19. Objetivo: Comparar desfechos clínicos, físicos e psicológicos entre indivíduos com diferentes níveis de estado funcional após internação por COVID-19. Métodos: Trata-se de um estudo transversal com 75 indivíduos que foram hospitalizados devido à COVID-19 e que após a alta hospitalar, ainda apresentavam queixas de fraqueza muscular, dispneia e/ou fadiga. Os indivíduos foram submetidos à avaliação da função pulmonar (espirometria simples), capacidade de exercício (teste de caminhada de seis minutos [TC6min]), funcionalidade (teste de sentar e levantar de 1 minuto [STS-1min]), força muscular periférica (teste de força de preensão palmar [FPP] e teste de uma repetição máxima [1RM]), sintomas de ansiedade e depressão (Hospital Anxiety and Depression Scale [HADS]), qualidade de vida (Short-Form Healthy Survey [SF-36]) e estado funcional (Post-COVID Functional Scale [PCFS]). Também foram levantados dados a respeito das características antropométricas, hábitos de vida, comorbidades, histórico da internação, uso de medicamentos e atividade profissional. Para análise, os indivíduos foram separados de acordo com o desempenho na PCFS em dois grupos: menor e maior limitação funcional (PCFS 1-2 e PCFS 3-4, respectivamente). A análise estatística foi realizada pelo software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) e a diferença estatisticamente significante foi considerada como P<0,05. Resultados: Os indivíduos com maior limitação funcional apresentaram pior qualidade de vida nos seguintes domínios do SF-36: Capacidade funcional (PCFS 1-2 50 [34-66] versus PCFS 3-4 40 [28-55] pontos; p=0,01); Dor (PCFS 1-2 61[41-90] versus PCFS 3-4 41[22-61] pontos; p=0,006) e Aspectos Sociais (PCFS 1-2 62[50-75] versus PCFS 3-4 50[25-62] pontos; p=0,01). Também houve diferença em relação à necessidade de internação em unidade de terapia intensiva [UTI] (PCFS 1-2 46% versus PCFS 3-4 71%; p=0,03) e o número de dias de internação em UTI (PCFS 1-2 0[0-11] versus PCFS 3-4 7[0-29] dias; p=0,04). Não houve diferença estatisticamente significante entre os grupos nos demais desfechos avaliados. Conclusões: Indivíduos com maior limitação funcional autorreferida pela escala PCFS apresentam pior qualidade de vida em relação aos domínios capacidade funcional, dor e aspectos sociais quando comparados aos com menor limitação. A necessidade de internação em UTI, bem como o número de dias em UTI foi maior nos indivíduos com maior limitação funcional autorreferida pela escala PCFS.
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    Efetividade da intervenção fisioterapêutica pré-operatória na incidência de complicações pulmonares após cirurgias cardíacas em crianças com Síndrome de Down
    (2022-10-02) Micheleti, Juliana Fonseca; Oliveira, Josiane Marques Felcar Piaie de; Probst, Vanessa Suziane; Borges, Daniel Lago
    Introdução: Muitas crianças com Síndrome de Down (SD) apresentam cardiopatias congênitas (CCs) que necessitam de tratamento cirúrgico e as complicações pulmonares (CP) são comuns no pós-operatório. Fatores como tempo de ventilação mecânica e tempo de internação em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) aumentam a chance de CP. Além disso, pacientes com SD apresentam predisposição que aumenta o risco de CP como a disfunção imune, hipotonia, hipoplasia pulmonar, dentre outros. A intervenção fisioterapêutica (IF) no pós-operatório de cirurgia cardíaca reduz o risco de CP, utilizando técnicas de reexpansão pulmonar, terapia de remoção de secreção e extubação precoce. Entretanto, são escassos dados sobre a IF no pré-operatório nestes pacientes. Objetivo: Avaliar a efetividade da IF pré-operatória associada à pós-operatória na incidência de CP pós-operatórias em cirurgia cardíaca de crianças com SD. Métodos: Ensaio clínico aleatório incluindo crianças com SD com idade entre 0 e 6 anos que realizaram cirurgia cardíaca para correção de CCs. Os pacientes foram aleatorizados em dois grupos: IF pré-operatória associada à pós-operatória (G1) e somente IF pós-operatória (G2). O diagnóstico de CP foi feito por médicos, utilizando-se critérios radiológico e clínico, de acordo com Centers for Disease Control and Prevention. Foram utilizados os testes de Mann-Whitney e Qui-quadrado para comparação das variáveis entre os grupos. Foram calculados o risco absoluto e o número necessário para tratar. A significância estatística foi estipulada em 5%. Resultados: Foram analisados 80 pacientes, 39 do G1 (15 [38%] masculino, idade 5[3-14] meses) e 41 no G2 (28 [68%] masculino, idade 7[4-18] meses). Os pacientes do G1 apresentaram menos CP quando comparados ao G2 (P=0,04). Além disso, os pacientes do G1 permaneceram menos tempo em UTI (P=0,03). A redução do risco absoluto para CP foi 23% com IC 95% [1,58;41,64], ou seja, pacientes do G1 tiveram 23% menos chance de desenvolver CP do que pacientes do G2. O NNT foi 4,4, IC 95% [2;6,3]. Conclusão: A IF pré-operatória nos pacientes com SD diminuiu a frequência e o risco de complicações no pós-operatório de cirurgias cardíacas, bem como o tempo de internação em UTI.
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    Influência da posição mandibular e lado de preferência de mastigação no apoio plantar de crianças de quatro a 11 anos
    (2023-03-10) Bittar, Karina Correia Bonalumi; Macedo, Christiane de Souza Guerino; Fujisawa, Dirce Shizuko; Seixas, Gabriela Fleury; Zamboti, Camile Ludovico
    Introdução: O posicionamento mandibular propicia estímulos aferentes ao Sistema Nervoso Central que podem causar adaptações posturais globais, com consequente alteração no equilíbrio e no apoio plantar. Entretanto esta interferência ainda não está estabelecida, tampouco as mudanças do apoio plantar em função da faixa etária e lado de preferência de mastigação em crianças. Objetivos: Verificar a influência do posicionamento mandibular em lateralidade no apoio plantar de crianças e estabelecer as diferenças em relação à idade e ao lado de preferência de mastigação. Métodos: Este é um estudo transversal com avaliação de crianças saudáveis, entre quatro e 11 anos. Todas as crianças foram avaliadas por fotogrametria da face e, simultaneamente, a análise do apoio plantar por baropodometria, com a mandíbula em máxima interscuspidação (mandíbula centralizada) e lateralidade direita e esquerda. A distância do deslocamento mandibular para os lados direito e esquerdo foram comparados por meio do teste de Wilcoxon. A comparação da pressão média, pressão máxima e área de superfície plantares nos três posicionamentos mandibulares foi realizada por meio do teste de Friedman. As variáveis também foram comparadas em função da idade (4 - 7 anos e 8 - 11 anos) e pelo lado de preferência de mastigação. O coeficiente de correlação de Spearman foi utilizado para correlacionar as variáveis do apoio plantar com a idade, massa corporal e estatura das crianças. Resultados: Foram incluídas 93 crianças com idade de 8 [7 - 9] anos, 27 [21-34] quilos e 1,3 [1,21 - 1,41] metros. Houve maior deslocamento mandibular em lateralidade esquerda (13 [9-19] centímetros) em comparação com a lateralidade direita (7 [3,50-12,00] centímetros) (p<0,01). A mudança do posicionamento mandibular não estabeleceu diferenças na pressão média, pressão máxima e superfície de apoio plantar (p>0,05). Quando a mandíbula estava centralizada foram observadas maior pressão média, pressão máxima e área de superfície no pé esquerdo (p<0,01). As crianças mais velhas apresentaram maior deslocamento mandibular à esquerda (p<0,01), entretanto não foram observadas diferenças para as variáveis do apoio plantar em função da idade (p>0,05) e em função do lado de preferência de mastigação (p>0,05). Houve moderada a forte correlaçao entre idade, massa corporal, estatura e a área de superficie plantar (0,63