Avaliação do controle postural de indivíduos com doença de Parkinson durante atividades funcionais sob diferentes demandas atencionais

Data

2023-10-27

Autores

Silva, Patrícia Gonçalves Broto da

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Resumo

Introdução: Embora a instabilidade postural seja amplamente reconhecida como um sintoma prevalente na doença de Parkinson (DP), sua avaliação permanece restrita a posturas estáticas. Por isto, para melhor compreender os mecanismos e as estratégias de controle postural (CP) utilizadas por esses indivíduos, são necessárias novas abordagens de avaliação que levem em consideração a análise CP durante atividades funcionais. Objetivo: Comparar o CP de indivíduos com DP durante atividades funcionais sob diferentes demandas atencionais. Método: Estudo transversal, composto por 50 indivíduos com DP leve a moderada, avaliados pela plataforma de força durante as seguintes atividades: 1) tarefa de alimentação (servir-se e beber água), 2) tarefa de vestuário (vestir uma camisa e abotoá-la) e 3) tarefa de função executiva (guardar corretamente 20 objetos em uma prateleira distribuídos em quatro categorias: itens de higiene pessoal, itens de alimentação, itens de materiais de escritório e itens de ferramentas). Foram realizadas duas tentativas de 30 segundos para cada condição em simples tarefa (ST) e dupla tarefa (DT). Os parâmetros analisados foram a área de COP (center of pressure) (cm2), amplitude (cm) e velocidade (cm2) anteroposterior (AP) e mediolateral (ML). Para a análise de comparação do controle postural entre ST vs DT durante as atividades funcionais foi realizado o teste de Wilcoxon. Para a comparação da média de acertos na avaliação do CP entre a ST e a DT (atividade de função executiva) foi utilizado o teste t pareado. Resultados: Na atividade funcional de alimentação, foram verificadas diferenças estatisticamente significantes na área de COP (12,10 vs 10,67; P=0,004), amplitude ML (3,88 vs 3,86; P=0,029), velocidades AP (2,27 vs 2,11; P=0,003) e ML (1,90 vs 1,83; P=<0,001) com valores inferiores destes parâmetros durante a DT. Na atividade funcional de vestuário, houve diferença na amplitude AP (4,90 vs 4,53, P=0,009), com valor inferior deste parâmetro durante a DT. Na atividade funcional de função executiva, houve diminuição de todos os parâmetros: área de COP (55,82 vs 53,77; P=0,010), amplitude AP (7,23 vs 6,81; P=0,038); amplitude ML (10,66 vs 10,47, P=0,034); velocidades AP (3,70 vs 3,38; P=<0,001) e ML (4,09 vs 3,77; P=<0,001) quando comparadas as performances em ST e DT. Conclusão: Os indivíduos com DP apresentaram redução da oscilação postural em atividades funcionais quando submetidos a atividades associadas à DT, em hipótese ao aumento da rigidez axial e redução do controle ativo e coordenado dos músculos do tronco e membros inferiores quando há aumento da demanda atencional.

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Palavras-chave

Doença de Parkinson, Controle postural, Atividades cotidianas, Dupla tarefa, Fisioterapia, Doença de Parkinson - Reabilitação, Doença de Parkinson - Fisioterapia

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