02 - Mestrado - Letras
URI Permanente para esta coleção
Navegar
Navegando 02 - Mestrado - Letras por Autor "Alves, Regina Célia dos Santos"
Agora exibindo 1 - 15 de 15
Resultados por página
Opções de Ordenação
Item A paisagem em José María Arguedas: por uma heterogeneidade espacial(2022-12-22) Mendonça, Felipe da Silva; Alves, Regina Célia dos Santos; Maioli, Juliana Bevilacqua; Brito, LucianaEsta dissertação tem como objetivo analisar a paisagem em Os rios profundos (1958), de José María Arguedas. Para tanto, estabelecemos um diálogo entre Literatura e Geografia por meio do conceito de paisagem, o qual é compreendido como uma expressão humana informada por códigos culturais determinados, ou seja, a paisagem não é natureza, mas é o mundo humano inscrito na natureza ao percebê-la e transformá-la. Ao realizar uma análise espacial com base no referido conceito, precisamos olhar tanto para a materialidade do espaço, quanto para a sua percepção, isto é, examinamos a objetividade e a subjetividade espacial. José María Arguedas, conhecido por ocupar um entrelugar entre o espanhol e o quéchua, o indígena e o ocidental, foi um escritor cujas obras permitiram a parte da crítica refletir a respeito do encontro e conflito de culturas. Dentre as principais ideias resultantes da análise da produção de Arguedas, destacamos a de Antonio Cornejo Polar: a heterogeneidade, que está centrada na convergência conflitiva de universos socioculturais distintos, por isso o crítico peruano pontua que a visão de mundo arguediana não tenta ser totalizadora na direção da conciliação harmônica dos conflitos. Em Os rios profundos, a percepção espacial de Ernesto ao longo de seus deslocamentos por comunidades andinas e durante sua estadia no internato de Abancay é reveladora de sua construção identitária, daí o nosso interesse em investigar a relação do menino com o espaço em que está inserido e quais os sentimentos e significações que podem ser extraídos dessa vivência. Buscamos, portanto, verificar como a paisagem em Os rios profundos expressa uma heterogeneidade espacial, isto é, como a relação de Ernesto com as construções e lugares autóctones e espanhóis exprime o conflito de culturas e a sua condição migrante. Como base teórica nos pautamos em estudiosos cujas reflexões são direcionadas à nação e à identidade: Anderson (2008), Bauman (2005), García Canclini (2019), Hall (2006), Silva (2014); à literatura latino-americana e à produção arguediana: Bareiro Saguier (1979), Candido (1979), Cornejo Polar (1989, 1997, 2000, 2003), Moraña (1997, 1999, 2000), Moreiras (2001), Rama (2001, 2008), Santiago (2000), Uslar Pietri (2007); e ao conceito de paisagem: Alves (2013), Berque (2012, 2018), Bessa (2020), Besse (2014), Collot (2012, 2013), Dardel (2015), Tuan (2012, 2013). Ao final de nossa análise, verificamos como a heterogeneidade, oriunda do conflito de culturas, está presente tanto na materialidade quanto na percepção do espaço, bem como destacamos a importância do corpo e dos cinco sentidos, especialmente da audição, na relação que Ernesto estabelece com o espaço.Item "As academias de Sião" : uma desconstrução do paradigma da androginia balzaquianaSantos, Cíntia Machado; Santos, Adilson dos [Orientador]; Lima, Sheila Oliveira de; Alves, Regina Célia dos SantosResumo: O arquétipo do andrógino constitui, de acordo o Dicionário de símbolos (212), de Chevalier e Gheerbrant, a figuração antropomórfica do ovo cósmico encontrada no alvorecer de toda cosmogonia, como também no final de toda escatologia, figurando nas mitologias de todas as culturas ao redor do mundo; caracterizando, sobretudo, uma espécie original de ser humano e um ideal de perfeição a ser alcançado/restaurado pela espécie humana Paradoxalmente a esta noção de totalidade e perfeição, Miguet (22) afirma que a figura arquetípica do andrógino evoca também a imagem da cisão do ser em termos cosmogônicos, resultante de uma queda que distancia o indivíduo da divindade Neste sentido, o andrógino personifica, de igual maneira, tanto a integralidade do homem, quanto a noção da dualidade de um mundo das aparências, a ânsia de salvação e de restauração da fusão com a realidade divina, a busca pela unicidade fundamental Como trabalho vinculado ao projeto O fantástico na contística do século XIX, coordenado pelo docente Adilson dos Santos, no Programa de Pós-Graduação em Letras, área de concentração de Estudos Literários, na linha de pesquisa de Literatura comparada, esta análise teve como objetivo realizar a leitura comparativa das obras Seráfita (1836) e “As academias de Sião” (1884), tomando como base o texto balzaquiano, tido como paradigma da representação da androginia na literatura para aprofundar a análise do símbolo no conto machadiano Na literatura, o grande modelo de representação do andrógino é Seráfita, do escritor francês Honoré de Balzac O texto balzaquiano não deixa dúvidas quanto ao caráter judaico-cristão na sua concepção do percurso do homem para realização da perfeição espiritual, e também da sua incapacidade para acessar a real natureza do mundo e da divindade, trazendo por traz do tema uma perspectiva doutrinária e pedagógica, especialmente no que tange ao papel da mulher na sociedade Apesar de se contrapor marcadamente ao andrógino paradigmático balzaquiano, o andrógino de Machado de Assis traz em si elementos arquetípicos da representação que marcam tanto referência ao mito quanto sua relação com o romance do escritor francês Deste modo, as confluências entre os textos aqui comparados, a saber, o tema da androginia, a ênfase na face feminina deste andrógino e a evocação da capacidade da ciência e da razão humana em responder a determinadas questões revelam duas diferentes percepções da realidade social e ideológica do século XIX Enquanto Balzac defende os pressupostos cientificistas e deterministas tanto no delineamento das suas personagens como na estrutura da sua narrativa, Machado de Assis os desestabiliza, delineando, de modo dissimulado e oblíquo como lhe é característico, uma crítica tanto ao cientificismo como à própria estética realista em seus aspectos doutrinador, simplificador da realidade e deterministaItem A cidade de Rubem Braga : o espaço urbano nas crônicasAntonio, Luciano; Simon, Luiz Carlos Santos [Orientador]; Alves, Regina Célia dos Santos; Franco Junior, ArnaldoResumo: A crônica, que no Brasil adquiriu identidade própria, traz entre seu repertório algumas imagens do espaço urbano E, para entendermos melhor como esse gênero se associa à cidade, funcionando, muitas vezes, como espelho das alterações tanto do espaço quanto do homem citadino, faz-se mister analisar o que podemos chamar provisoriamente de trajetória da crônica urbana na literatura brasileira Se em José de Alencar os textos estão relacionados com o projeto romântico, e sua crônica-folhetinesca registra a paisagem do Rio, principalmente, da efervescência cultural que se integra à cidade, Machado de Assis, por seu turno, aborda aspectos da cidade, destilando ironia também no registro das vicissitudes do homem do seu tempo e espaço Ainda nesta perspectiva, temos, no início do século XX, a figura de Lima Barreto, escritor suburbano que transita pela cidade e capta não só as mudanças arquitetônicas entre o centro e o subúrbio, mas também e, especialmente, a condição de vida dos habitantes desses dois espaços ao mesmo tempo distantes e integrados Calcados na análise desses cronistas citados, pretendemos cotejar de que forma Rubem Braga se insere na perspectiva da crônica urbana A princípio levantamos a hipótese de que na sua produção, a cidade é vista não só como espaço heterogêneo, mas também como elemento fomentador que não pode ser dissociada da imagem do homem e de sua posição enquanto ser urbano Assim, analisaremos as implicações que esse lugar pode significar, tanto em termos de condição social como também em relação à própria identidade do sujeito Para tanto, analisaremos dois blocos: as crônicas que se centram nas diversas imagens da paisagem urbana e aquelas que focalizam a cidade a partir da perspectiva do homem citadinoItem Configurações do amar : as afetividades em Luiz VilelaVaz, Paula Gerez Robles Campos; Simon, Luiz Carlos Santos [Orientador]; Rodrigues, Rauer Ribeiro; Alves, Regina Célia dos SantosResumo: Este trabalho propõe a reflexão a respeito do tratamento dado pela literatura brasileira contemporânea à temática amorosa Parte-se do princípio de que aconteceram mudanças substanciais nos modelos de estabelecimentos de vínculos afetivo-sexuais desde a instauração da modernidade até meados do século XX Acredita-se ainda na relevância de se considerar a ligação visceral existente entre prática social e manifestação artística O corpus central da pesquisa são os contos de Luiz Vilela Por se considerar que a produção literária de determinado período constitui um universo discursivo, julgou-se necessário acrescentar ao corpus contos de mais quatro autores para a composição de um limitado panorama Esses autores são Wander Piroli, Lygia Fagundes Telles, Márcia Denser e Sérgio Sant’AnnaItem De um francês para um paraense : flânerie, memória e identidadeSilva, Byanca Gabriely; Brandini, Laura Taddei [Orientador]; Alves, Regina Célia dos Santos; Pinheiro, Valter CésarResumo: O Brasil, desde a chegada dos Europeus no continente americano, sempre foi um dos temas frequentes nos relatos de viagem ou fantásticos de diversos escritores ao decorrer dos anos O mesmo acontece atualmente, como nós vemos em Gilles Lapouge (1923-22), autor fundamental para nossa pesquisa, um escritor francês que tematizou o Brasil de inúmeras maneiras em suas obras literárias Entre os livros escritos por Lapouge, nós selecionamos a obra Nuits Tranquilles à Belém (215), onde lemos a história de um Francês que viaja à Belém com a intenção de fazer um estudo cartográfico Contudo, o projeto do personagem mudou completamente com a chegada de Ricardo, menino paraense que confundiu o viajante com seu pai Esse mal-entendido ofereceu ao francês a oportunidade de viver uma nova vida, pela experimentação de uma cultura, língua e família diferentes daquilo que ele conhecia desde sua infância Esse trabalho visa estudar por meio desse romance a maneira como a flânerie, a memória e a identidade são essenciais para a construção da personalidade do Francês que procura se tornar o pai de Ricardo, assumindo a vida de Luís Carlos Buscamos tornar claro como a flânerie baudelairiana, a memória e os espaços se associam na construção da identidade do narrador-personagem francês Além de um estudo dentro do campo das relações entre as literaturas brasileira e francesa sob um ponto de vista comparativoItem Ecos de Aldous Huxley no Diário crítico de Sérgio MillietAlves, Danusia Regina; Brandini, Laura Taddei [Orientador]; Alves, Regina Célia dos Santos; Leal, Tacel Ramberto CoutinhoResumo: O Diário Crítico de Sérgio Milliet é composto por dez volumes que concentram ensaios, crônicas, poemas e críticas do escritor, publicados no jornal O Estado de São Paulo, ao longo de mais de uma década (194 – 1956) A presente pesquisa debruça-se sobre o trabalho crítico millietiano publicado nessas obras A definição "homem-ponte", feita por Antonio Candido, para caracterizar a maneira de Milliet exercer sua criticidade, partiu do entendimento daquele autor sobre o diálogo que este promovia entre a "velha" e a "nova" geração de intelectuais literários brasileiros O sentido de "homem-ponte" pode também ser trabalhado a partir de outras abordagens: a formação europeia do crítico instigou-lhe um olhar cosmopolita, que possibilitou que ele realizasse uma troca cultural entre Brasil e Europa, principalmente a França, em seus textos, mas também entre países de língua inglesa O foco desta Dissertação , dessa maneira, é a análise millietiana sobre um autor de língua inglesa específico, Aldous Huxley, que se fez como presença frequente nos rodapés do Diário Crítico, ao longo dos anos São analisados nesta Dissertação os romances huxleyanos Admirável Mundo Novo (1932), a mais conhecida obra do autor inglês, Sem Olhos em Gaza (1936) e Também o Cisne Morre (1939), os quais o crítico apresenta e analisa em seus rodapésItem Leitura e cultura de massa : as fotonovelas da revista CaprichoTessaroli, Mariely Grigoletto; Joanilho, André Luiz [Orientador]; Joanilho, Mariângela Peccioli Galli; Alves, Regina Célia dos SantosResumo: O objetivo geral desta Dissertação é afirmar que a leitura e os diferentes processos que os leitores executam ao se apropriar dos códigos textuais são ações, produções em que são atribuídos sentidos diferentes daqueles estabelecidos pelos veículos de comunicação como a revista Capricho de fotonovelas Para chegarmos a esta afirmação baseamo-nos nos conceitos da Estética da Recepção, importante ruptura no campo literário com a ideia de leitores e leituras ideais; na concepção de apropriação da história das mentalidades, produzida pela chamada “Escola dos Anais” e nos estudos de Michel de Certeau que considera a leitura como uma produção nas práticas cotidianas, inclusive no consumoItem A moda enquanto metáfora moderna em Virginia WoolfRomero, Ana Carolina; Rio Doce, Cláudia Camardella [Orientador]; Silva, Maria das Graças Gomes Villa da; Alves, Regina Célia dos SantosResumo: O presente trabalho tem por objetivo veicular a ideia de que o fenômeno da moda, a partir da definição de Walter Benjamin, pode funcionar enquanto uma metáfora a representar o funcionamento e as características pertencentes à modernidade de um modo geral Para tanto, pressupõe-se a ideia de que a literatura de Virginia Woolf disponibiliza um material de análise interessante Isso porque, conforme explicitará a interpretação que o trabalho prioriza, as personagens de Woolf que aqui encontrarão espaço, em sua maioria, circundam-se pela experiência da moda Para isso, são destacados os enredos de Mrs Dalloway, romance de importância inquestionável na trajetória de Woolf, e os contos “A duquesa e o joalheiro”, “A sociedade”, “O vestido novo” e “Phyllis e Rosamond” Os títulos mencionados, sem exceção, promovem uma alternativa de réplica ao questionamento postulado por Walter Benjamin no tocante à moda e seus possíveis desdobramentos na modernidade Ainda, em relação a Benjamin, aborda-se, além do que o autor declara a respeito da moda como um fenômeno do tempo moderno, seu conceito de continuidade histórica e suas reflexões a respeito do que é nomeada perda de experiência na modernidade e, por fim, sua análise a respeito do autor enquanto produtor A pesquisa também inclui os escritos de Susan Buck-Morss, que explanam de maneira esclarecedora boa parte do legado intelectual de Walter Benjamin, além do que Giorgio Agamben acrescenta à discussão relacionada à contemporaneidade e a contribuição de Jacques Rancière no que diz respeito ao anacronismo e suas características Traça-se, por último, paralelos entre a modernidade tal qual experimentada por Charles Baudelaire e aquela que foi alvo de críticas na literatura de Virginia Woolf, posto que, aliadas, as reflexões levantam pontos significativos A introdução esclarece quais preceitos direcionam o trabalho – a ideia a princípio levantada e os caminhos traçados com a intenção de que ela pudesse, enfim, ser manifestada por uma escrita edificada Em seguida, o capítulo teórico visa retomar as teorias que permitem interligações com o raciocínio que a obra literária, enquanto ponto de partida, desperta Depois, apresenta-se a análise literária daqueles que formam o corpus do estudo – o romance e os contos de Virginia Woolf já mencionados A partir dos estudos de Benjamin e ilustrado pelas personagens de Woolf, compreende-se a moda como uma metáfora que explicita o funcionamento da modernidade sobre a qual Virginia Woolf e Walter Benjamin escrevemItem O negro em romances brasileiros menos canônicos de 1880 e 1890(2024-07-30) Alcantara, André Henrique de; Simon, Luiz Carlos Santos; Rocha, Fernando de Sousa; Godoy, Maria Carolina de; Alves, Regina Célia dos SantosA partir dos romances menos canônicos O Marido da Adúltera, de Lúcio de Mendonça (1882), Rosaura, a enjeitada, de Bernardo Guimarães (1883), Hóspede, de Pardal Mallet (1887), A carne, de Júlio Ribeiro (1888), Dona Guidinha do Poço, de Manuel de Oliveira Paiva (1892), Tentação, de Adolfo Caminha (1896), A Viúva Simões, de Júlia Lopes de Almeida (1897) e A Rainha do ignoto, de Emília Freitas (1899), além dos romances canônicos O Mulato, de Aluísio Azevedo (1881) e O Bom-Crioulo, de Adolfo Caminha (1895), busca-se nessa dissertação deslindar como o negro aparece nos romances das décadas de 1880 e 1890, tendo-se em vista que são anos que antecedem e sucedem a abolição da escravização no Brasil, ocorrida em 1888, com a sanção da Lei Áurea pela princesa Isabel. Ademais, esse período é marcado pela forte influência de um ideário cientificista advindo da Europa, que teorizava o racismo, dando-lhe um aspecto científico. Ou seja, o deslindamento desses romances torna-se assaz importante, pois auxiliam a compreender como o processo da abolição foi sendo concretizado e a construção da imagem da pessoa negra na sociedade brasileira. Em outras palavras, por meio da análise dessas obras, é possível identificar explanações de problemas que não foram sanados até o tempo presente, visto que o racismo permanece enraigado na sociedade brasileira do século XXI. A pesquisa é feita majoritariamente a partir de romances menos canônicos, pelo fato de que há diversos trabalhos realizados com obras canônicas. Por isso, além de impedir que esses romances sejam olvidados ou permaneçam ignorados, o escrutínio dessas obras permite observar se há distinções em como o negro é representado nos romances menos canônicos e nos canônicos. A determinação do que é canônico ou não está de acordo com o que afirma Márcia Abreu. Em síntese, a classificação de canônico ou não canônico se dá não somente pelo que está escrito, mas pelo veredito das “instâncias de legitimação”, que são compostas pelos historiógrafos literários, pela crítica literária, pelos universitários e pelos professores que escolhem as obras literárias que estarão nos materiais didáticos. Por conseguinte, o que não é reconhecido por essas instâncias, não integra o cânone, o qual, segundo Roberto Acízelo de Souza é a junção de todas as obras consideradas modelo, exemplar. Portanto, por meio de romances, sendo oito menos canônicos e dois canônicos, dos últimos vinte anos do século XIX, é deslindado como as mudanças sociais ocorridas durante esse período influíram na maneira como o negro é representado nas publicações dessas décadas. Isso porque é um momento histórico em que o pensamento cientificista importado do continente europeu inspirava romancistas naturalistas, bem como o movimento abolicionista ganhava cada vez mais força, até o cessar da escravização em território brasileiro.Item Um olhar para Le Spleen de Paris : melancolia e nostalgia nos pequenos poemas em prosaGonçalves, Max Alexandre de Paula; Joanilho, André Luiz [Orientador]; Joanilho, Mariângela Peccioli Galli; Fernandes, Frederico Augusto Garcia; Silveira, Célia Regina da; Alves, Regina Célia dos SantosResumo: Nossa proposta de trabalho consiste em analisar os elementos de melancolia e nostalgia no livro Le Spleen de Paris, de Charles Baudelaire Para a realização dessa tarefa, optamos pela divisão de nosso texto em três capítulos Respectivamente, o primeiro diz respeito ao literato Charles Baudelaire Nessa parte, investigamos a formação literária desse poeta por meio de seus escritos – o que inclui ensaios, poesias e textos mais íntimos, tais como cartas e diários –, desde a sua saída precoce de casa até o momento em que consideramos haver uma guinada em sua poética, as jornadas revolucionárias de 1848 Já no segundo capítulo, nosso olhar incide sobre a escrita da coletânea dos pequenos poemas em prosa A partir da obrigação de reescrever Les Fleurs du Mal, devido a uma condenação jurídica, Baudelaire repensou o projeto estético dos poemas em prosa, o que nos permite examinar como Le Spleen de Paris dialoga com o restante de sua produção literária, como o ensaio Le peintre de la vie moderne Ademais, é possível ver temas abordados por Baudelaire no decorrer de sua produção literária surgirem novamente nos poemas em prosa com outro olhar, tais como a modernidade, a arte e a cidade Por último, a terceira parte de nosso trabalho tem como objetivo investigar os elementos de melancolia e nostalgia em Le Spleen de Paris A partir da teoria das correspondências, é interessante ver o tom que Baudelaire forneceu aos dois elementos que entendemos compor a sua percepção da sensibilidade do homem imerso na modernidade Além disso, observamos também que melancolia e nostalgia correspondem, respectivamente, aos termos spleen e ideal em sua obra Dessa forma, autor, obra e a problemática escolhida por nós formam um conjunto pertinente ao nosso estudo literárioItem Tormento e melancolia nos poemas de Lúcio CardosoHodas, Flávia Aparecida; Corrêa, Alamir Aquino [Orientador]; Alves, Silvio Cesar dos Santos; Alves, Regina Célia dos SantosResumo: No decorrer da história das produções literárias, a melancolia frequentemente se revelou como um afeto que possui um forte vínculo com as manifestações poéticas Nesse sentido, mais do que um simples afeto ou doença, a melancolia se fez presente em diversas obras poéticas, destacando-se com imagens peculiares e topois recorrentes que delineariam um discurso melancólico Dentre todos os escritores que desvelaram em seus versos um discurso repleto de imagens taciturnas e obscuras, Lúcio Cardoso assoma como um poeta essencialmente melancólico Mergulhando nas camadas mais profundas da alma humana, os poemas cardosianos manifestam de forma recorrente uma tristeza premente e intransponível, a qual engendra uma forma especial de entrever e sentir o mundo Afinal, como fala a melancolia e como os poetas fazem-na falar em versos? Procurando as respostas para essas perguntas, a presente Dissertação tem como objetivo, portanto, analisar os elos que se estabelecem entre a melancolia e a poesia e, mais especificamente, como eles se manifestam nos versos de Lúcio Cardoso Desde as suas primeiras obras poéticas até os seus poemas publicados postumamente, as obras cardosianas possuem um forte vínculo com o sentimento melancólico e, ademais, tornam-se, como aponta o crítico literário Almeida Filho (1942), o leitmotiv de todo o seu projeto poético Ao transitar pelas nuanças melancólicas que perfazem a sua poética, seja por meio da constatação da brevidade da vida, da infância perdida, do desconcerto diante de um mundo que lhe é hostil e, até mesmo, pela ausência de um objeto amado e perdido, esta Dissertação busca analisar como a melancolia se faz presente no decurso dos versos cardosianos por meio de seus recursos retóricos-poéticos específicos e que, revelam, em última instância, um discurso essencialmente melancólicoItem Trauma, memória e silêncio : os instrumentos de Sinfonia em brancoZambrim, Tatiane; Leite, Suely [Orientador]; Alves, Regina Célia dos Santos; Rodrigues, Flávio Luis FreireResumo: Esta pesquisa objetiva a análise do romance Sinfonia em branco (21), de Adriana Lisboa, com ênfase na representação feminina sob os aspectos do trauma, da memória e do silêncio A narrativa apresenta a história de duas irmãs, Clarice e Maria Inês Clarice sofre abuso sexual praticado pelo pai, o que vai desencadear uma série de traumas e consequências na vida das duas personagens e das pessoas que as cercam As duas irmãs, a partir de suas memórias, percorrem o enredo que se faz cheio de silêncios, recuos, dor, abandono, solidão, e apresentamos as formas e os caminhos diferentes de como resistiram ao acontecido O percurso do estudo se inicia com uma trajetória pelas produções literárias femininas, perpassa pelo papel da crítica feminista, versa sobre as marcas da violência contra a mulher, física e simbólica, bem como a cultura do estupro e traz a análise do romance, evidenciando a representação feminina, a partir dos três principais temas: trauma, memória e silêncioItem Travessia e movimento: a paisagem em contos de Marina Colasanti(2023-02-28) Souza, Luísa Negrão de; Alves, Regina Célia dos Santos; Godoy, Maria Carolina de; Pinheiro, AndréO presente trabalho dedica-se ao estudo dos elementos da paisagem horizonte, vento e água e suas relações com os temas travessia e movimento em alguns contos de Marina Colasanti. Para tanto, são levados em consideração não somente os aspectos físicos e a percepção da paisagem, mas seus elementos enquanto geradores de interação entre sujeito e o espaço no qual ele está posto e com o qual ele se relaciona. O corpus selecionado são contos maravilhosos de Marina Colasanti, reunidos na obra Mais de 100 histórias maravilhosas (2015), que foram agrupados de acordo com a reincidência dos elementos levados em conta: o horizonte, o vento e a água. Assim, é fundamental a ideia de Michel Collot (2013) de que os componentes da paisagem na literatura constroem uma imagem do mundo e do eu, isto é, constroem a paisagem de um autor. Portanto, importa mostrar que a constituição da paisagem em um conjunto de contos maravilhosos de Marina Colasanti, desenhada de diferentes maneiras em cada um deles, é dinamizada por elementos recorrentes da materialidade da paisagem representada, os quais, por sua vez, fundamentam uma imagem e um sentido mais profundos da paisagem na escrita da autora, alicerçados na ideia de travessia e movimento. Defende-se, pois, que a travessia e o movimento – que são elementos da constituição semântica e formal do texto – se ligariam a valores subjetivos, éticos e estéticos da autora. Os contos que constituem o objeto de estudo deste trabalho são: “A moça tecelã”, “A mulher ramada”, “Sem asas, porém”, “Doze reis e a moça no labirinto do vento”, “O último rei”, “Tomando-o do mar” e “Um cantar de mar e vento”, fortemente marcados pela subjetividade e relação visceral das personagens com a paisagem. Por fim, importa justificar que os elementos horizonte, vento e água parecem ser indicadores de um movimento de travessia das personagens não apenas de um espaço para outro, mas de visões de mundo, de experiências, de confissões, ou seja, são percursos marcados pela travessia de espaços concretos e também simbólicos, isto é, de espaços, como bem afirma Jean-Marc Besse (2014), marcados pela experiência sensível.Item Versões do feminino proletário : a representação da mulher trabalhadora em três escritoras brasileirasFernandes, Cassiano Motta; Joanilho, André Luiz [Orientador]; Andreazza, Maria Luiza; Alves, Regina Célia dos SantosResumo: Esta Dissertação tem como escopo analisar a representação da mulher proletária na literatura sob a ótica de três escritoras brasileiras do século XX A pesquisa se pauta a partir da apreciação dos livros Parque industrial (1933) de Patrícia Galvão, escrito sob o pseudônimo de Mara Lobo, Quarto de despejo: diário de uma favelada (196) de Carolina Maria de Jesus e A hora da estrela (1977) de Clarice Lispector O enfoque central deste trabalho concentra-se na maneira utilizada por cada uma das escritoras para caracterizar e representar a mulher trabalhadora, possibilitando, ao mesmo tempo, uma análise histórica, social e literária das obras Privilegia-se, assim, a investigação do recorte ideológico dos textos em confluência com o projeto artístico de cada autora, visto tratar-se de obras de diferentes gêneros – romance, diário e novela Com isso, pretende-se estabelecer os limites de tais representações com ênfase nas diferentes perspectivas e contradições elegidas pelas autoras na construção de suas personagens proletárias, próprias das diferentes épocas que representam bem como dos diferentes ambientes que tanto elas quanto suas personagens figuraramItem Virando outro : uma leitura de A queda do céu a partir da antropofagiaMartins, Thaís Artoni; Rio Doce, Cláudia Camardella [Orientador]; Cota, Débora; Alves, Regina Célia dos SantosResumo: Esta pesquisa se constrói com o objetivo de estabelecer uma possibilidade de leitura da obra A queda do céu: palavras de um xamã yanomami (21) como práxis da Weltanschauung ou cosmovisão poético-filosófica Antropofágica, conforme proposta por Oswald de Andrade Oswald, tendo nascido no final do século XIX e vivido até meados do século XX, foi um dos expoentes do Modernismo no Brasil Bastante envolvido e interessado pelas vanguardas da época, Oswald encontra no chamado “primitivismo” algumas bases para a constituição de sua obra e do que viria a se tornar a Antropofagia Ao contrário das vanguardas europeias, Andrade não vê o primitivismo como algo “externo”, mas sim como algo próprio, nosso, constituinte da nossa história e que foi apagado pelo processo de colonização Assim, ele propõe um movimento de “reabilitação do primitivo”, que ocorreria através da prática da Antropofagia, ou seja, da deglutição dos valores do outro, do olhar voltado à alteridade, de releitura de um “passado” apagado (a partir do ponto de vista dos que foram silenciados) para reconstrução do tempo presente Anos mais tarde, no final do século XX, o líder indígena e xamã yanomami Davi Kopenawa e o seu amigo e antropólogo marroquino Bruce Albert, motivados por um senso de urgência diante da exploração ilegal da floresta amazônica, iniciam a escrita do que mais tarde (2 anos mais tarde) seria conhecido como A queda do céu Este livro de gênero único (testemunho autobiográfico, profecia xamânica, manifesto contra a destruição da floresta, livro de relatos yanomami, contra-antropologia, entre outras possíveis leituras) reúne uma série de narrativas contadas por Kopenawa em idioma yanomami e traduzidas, transcritas/escritas e estruturadas por Albert, num movimento de construção conjunta entre o indígena e o branco em prol da leitura (por parte do branco) do conhecimento e do ponto de vista yanomami Percebemos, nas narrativas contadas e no exercício de criação da própria obra, aproximações com o que Oswald pensou enquanto Antropofagia Para fazer esta leitura, tomamos como guia central os dois ensaios mais completos e mais maduros do modernista: “A Crise da Filosofia Messiânica” (195) e “A Marcha das Utopias” (1953) Assim, propomos a Antropofagia enquanto enlace teórico-poético de leitura do mundo e, nesse sentido, relacionamos a prática antropofágica (a partir da poesia, da narração e do compartilhamento) a (i) o mundo atual e às lutas e desafios que o concernem e (ii) a outros campos do conhecimento