01 - Doutorado - Estudos da Linguagem
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Navegando 01 - Doutorado - Estudos da Linguagem por Autor "Altenhofen, Cléo Vilson"
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Item Atlas linguístico topodinâmico do território incaracterísticoCuba, Marigilda Antônio; Isquerdo, Aparecida Negri [Orientador]; Altenhofen, Cléo Vilson; Abdlhack Rasky; Aguilera, Vanderci de Andrade; Altino, Fabiane CristinaResumo: Até meados do século XX, a área compreendida entre a fronteira boliviana do Brasil com Mato Grosso e entre este Estado com Amazonas, Pará e o então Estado de Goiás era mata fechada e praticamente inabitada, fatores que levaram o linguista brasileiro Antenor Nascentes, em 1953, a considerar essa região como incaracterística do ponto de vista linguístico, na sua proposta de divisão dos falares brasileiros em seis subfalares, reunidos em dois grupos: o do norte (amazônico, nordestino e baiano) e o do sul (fluminense, mineiro e sulista) Nessa divisão considerou como “território incaracterístico”, a zona entre a fronteira boliviana (rios Verde, Guaporé, Mamoré até Abunã) e a fronteira de Mato Grosso com o Amazonas e o Pará, cuja área abrange, atualmente, localidades da região Centro-Oeste (norte de Mato Grosso e oeste de Goiás) e Norte (leste de Rondônia e oeste de Tocantins) Essa área, nas décadas de 4 e 5, sofreu uma grande urbanização, devido a Projetos de povoamento do Oeste do País, como a Marcha para o Oeste, a transferência da capital federal para Brasília, a abertura de rodovias pavimentadas, a mecanização da agricultura, dentre outros fatores, que provocaram um intenso direcionamento dos fluxos migratórios para essas áreas Do mesmo modo, os modernos meios de transporte e a tecnologia da informação colaboraram para tornar possível a busca de caracterização dessa área Considerando esse contexto, subsidiada pelos pressupostos teóricos da Dialetologia pluridimensional e relacional, com foco em sua vertente topodinâmica, esta Tese intentou, por meio da elaboração do Atlas Linguístico Topodinâmico do Território Incaracterístico – ALTTI, documentar e descrever as variedades do português falado na área conhecida como território incaracterístico na denominação de Nascentes (1953) Foram objetivos específicos deste estudo i) identificar as variedades e variantes que compõem o português falado nessa região e que, sabemos, provêm, em grande parte, de migrações de áreas linguísticas distintas do português brasileiro; ii) descrever o produto variável do contato intervarietal entre essas variedades migradas no estágio atual; iii) verificar se há mudanças linguísticas em andamento, produto do contato intervarietal, evidenciadas na fala dos informantes das diferentes localidades que compõem a rede de pontos e; iv) fornecer dados linguísticos que poderão contribuir para o aprimoramento do ensino/aprendizagem da língua portuguesa O estudo desenvolveu-se em onze localidades: duas em Rondônia – Guajará-Mirim (RO1) e Ji-Paraná (RO2); sete em Mato Grosso – Aripuanã (MT1), Guarantã do Norte (MT2), Luciara (MT3), Juara (MT4), Sinop (MT5), Diamantino (MT6) e Nova Xavantina (MT7); uma em Tocantins – Formoso do Araguaia (TO1); uma em Goiás – Pilar de Goiás (GO1), escolhidas considerando-se: i) distribuição geográfica (dentro e nos limites do traçado de Nascentes (1953); ii) fatores motivadores da colonização e povoamento da localidade; iii) grupos migratórios responsáveis pelo povoamento; iv) aspectos da sociologia da localidade Em cada localidade, foram inquiridos dois homens e duas mulheres, de 18 a 3 anos, nascidos na localidade, com escolaridade até o Ensino Médio e dois homens e duas mulheres, de 55 a 7 anos, vindos de outros Estados da Federação, com escolaridade até o Ensino Médio, já que havia, sempre que possível, dois informantes com o mesmo perfil, atendendo, assim, à pluralidade simultânea de informantes, critério adotado para a pesquisa O Atlas Linguístico, produto da Tese, contém 7 cartas introdutórias e 13 cartas linguísticas divididas em 16 fonéticas, 69 lexicais, 12 morfossintáticas e 6 sintéticas Os dados nos levam a propor a existência uma área multivarietal que mostram, de modo geral, o contato entre duas principais frentes migratórias: uma mais nortista, que se estende a leste e a oeste do “território incaracterístico”, e outra mais sulista, sobretudo, paranaense e rio-grandense que avança, sobretudo, para o centro da área de estudoItem O português de cá e de lá : variedades em contato na fronteira entre Brasil e ParaguaiCarlos, Valeska Gracioso; Isquerdo, Aparecida Negri [Orientador]; Altenhofen, Cléo Vilson; Margotti, Felício Wessling; Aguilera, Vanderci de Andrade; Altino, Fabiane CristinaResumo: O Oeste do estado do Paraná caracteriza-se por uma peculiar diversidade linguística, resultado do contato do português com as línguas dos descendentes de imigrantes europeus, oriundos de Santa Catarina e Rio Grande do Sul na década de 6, e do contato com as línguas faladas na região da fronteira Tendo em vista que nessa época muitos brasileiros migraram para o Paraguai, em busca de terras propícias para a agricultura, hoje existem cidades cuja maioria absoluta da população é formada por brasileiros A pesquisa teve como objetivo descrever a língua portuguesa falada na região da fronteira do Brasil com o Paraguai, mais especificamente em duas localidades do Estado do Paraná: Terra Roxa e Missal, e duas do Departamento de Alto Paraná: San Alberto e Santa Rosa del Monday, buscando apurar, não só a questão do contato entre grupos sociais da fronteira, mas também a interinfluência da variedade linguística de migrantes do Sul do Brasil (variante sulista) contrastando com os que vieram das outras regiões como a Sudeste e a Nordeste (variante nortista) Portanto, entrevistamos não apenas informantes nascidos e criados nas localidades, como era de praxe em pesquisas da Dialetologia Tradicional, ao contrário, interessou-nos documentar também a fala dos grupos móveis, ponderando a recente formação das localidades em questão O estudo segue os pressupostos teóricos da Dialetologia Pluridimensional e Relacional, que busca aliar a variação diatópica (horizontal) com a variação diastrática (vertical), convertendo o estudo tradicional da superfície bidimensional em estudo do espaço tridimensional da variação linguística Para a seleção dos informantes considerou-se a dimensão diassexual (homens e mulheres), a dimensão diastrática (escolaridade até o ensino fundamental e com o ensino superior completo), a dimensão diageracional (18 a 3 e 5 a 65 anos), a dimensão diatópico-cinética (jovens nascidos da localidade e os mais velhos oriundos de outras regiões), ainda mulheres e homens jovens, paraguaios, das duas escolaridades, nascidos nas localidades paraguaias Além da dimensão diatópica (variação atribuída a distintas localidades), e o perfil do informante, a análise dos dados foi contraposta à dimensão dialingual (duas ou mais línguas/variedades em contato), à dimensão diafásica (diferenciação entre respostas de questionários e conversas livres), à dimensão diarreferencial (modo de falar do informante contrastado à sua consciência linguística) A coleta de dados foi realizada in loco, por meio de questionários previamente definidos conforme os objetivos da pesquisa, e cartografados em cartas fonéticas, semântico-lexicais e morfossintáticas Os resultados apontam que não há grandes interinfluências das língua espanhola e guarani na fala dos brasileiros, contudo, a língua portuguesa se manifesta pelo contato e pela mídia na fala dos paraguaios A manutenção dos traços linguísticos sulistas está diretamente ligada à geração topodinâmica e mais velha, enquanto os jovens apresentam uma preferência ao uso de variantes nortistasItem Variação linguística do português em contato com o espanhol e o guarani na perspectiva do Atlas Linguístico-Contatual da Fronteira entre Brasil/Paraguai (ALF-BR PY)Reis, Regiane Coelho Pereira; Aguilera, Vanderci de Andrade [Orientador]; Isquerdo, Aparecida Negri; Altenhofen, Cléo Vilson; Mota, Jacyra Andrade; Altino, Fabiane CristinaResumo: Este trabalho tem como objeto de investigação o registro das línguas em contato na fronteira do Brasil, regiões sul-mato-grossenses, com a República do Paraguai Foram investigados dez (1) localidades: Isla Margarita (Paraguai) divisa com Porto Murtinho (Brasil), Bella Vista Norte (Paraguai) divisa com Bela Vista (Brasil), Pedro Juan Caballero (Paraguai) divisa com Ponta Porã (Brasil); Capitán Bado (Paraguai) divisa com Coronel Sapucaia (Brasil) e, por fim, Pindoty Porã (Paraguai) divisa com Sete Quedas (Brasil) Como objetivos foram propostos: i) descrever a variante diatópica da fala dos habitantes fronteiriços; ii) apresentar a variação da língua portuguesa em contato com o espanhol e o guarani; III) identificar influências das línguas espanhola e guarani sobre a língua portuguesa falada na fronteira; v) descrever alguns aspectos lexicais da variante diatópica dos habitantes fronteiriços; vi) demonstrar por meio de cartas linguísticas o marcas de contato para alguns empréstimos linguísticos e/ou culturais que migraram do Paraguai para o Brasil ou vice-versa Para nortear a pesquisa, estabelecemos três hipóteses centrais: a) o plurilinguísmo presente na fronteira Brasil/Paraguai pode propiciar o registro de mudanças em curso e/ou marcas de conservadorismo linguístico desencadeados pelo contato de línguas nesse espaço; b) a cartografia pluridimensional pode evidenciar as inter-influências das línguas em contato que migram de um território para outro atribuindo à zona de fronteira peculiaridades linguísticas e culturais Quanto à cartografia dos dados linguísticos, adotamos pressupostos pluridimensionais nas seguintes dimensões de variação: a diatópica (espaço geográfico – Brasil/Paraguai); a dialingual (espanhol-português/guarani- português / espanhol-português-guarani/entre outros contatos); a diageracional (jovem-idoso) e a diassexual (homem-mulher) Consideramos também marcas etnolinguísticas ao adotar a inserção de imagens nas cartas que retratam a cultura material difundida na fronteira A fundamentação teórico-metodológica pautou-se nos princípios da Dialetologia e Geolinguística pluridimensional O estudo registrou fatos linguísticos oriundos das línguas em contato na fronteira, com variações e mudanças na dinâmica interna da língua provocada por fatores externos ou sociais, os quais, numa visão de conjunto, ajudarão a compor a fotografia dialetal das regiões fronteiriças, de modo particular, já que coexistem em seus territórios os idiomas português, espanhol e guarani