Histórias de mulheres negras nas Regiões Norte e Noroeste do Paraná: memórias do fazer-se professoras
Data
2024-03-11
Autores
Moreira, Ana Paula Aparecida de Souza
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Resumo
A presente pesquisa apresenta e discute a história de três mulheres negras que atuaram como professoras entre os anos de 1980 e 2010. A pergunta norteadora foi: como elas se constituíram professoras negras nas Regiões Norte e Noroeste do Estado do Paraná? As fontes se circunscrevem nos relatos das três professoras acerca da formação e a atuação, adquiridas por meio de entrevistas. A participação foi voluntária e os critérios de escolha foram a raça, o tempo de serviço e a atuação durante a implantação da Lei nº 10639/2003. Iniciou-se com a discussão acerca da temática raça como uma construção social até chegar ao movimento negro e a promulgação da Lei nº 10639/2003. A pesquisa buscou respaldo teórico em autores como Munanga (2003; 2005; 2006; 2022), Schwartz (1993), Gomes (2011; 2012; 2017) e Almeida (2021), que auxiliaram na discussão deste conceito. Quanto à metodologia, foi realizado um levantamento bibliográfico em teses e dissertações disponibilizadas na Biblioteca Digital de Teses e Dissertações, bem como em artigos nas principais revistas nacionais de História da Educação, a fim de verificar a proximidade com a temática estudada e o quanto o trabalho poderia contribuir com os estudos relativos à formação de professoras negras. Os resultados alcançados foram: a) na região onde estas professoras moravam os aspectos raciais são mais evidentes, bem como que o contexto social e familiar pode ter influenciado o caminho percorrido por estas professoras; b) mesmo que estas mulheres tinham por objetivo serem professoras e gostarem de estudar, houve a mudança da legislação, que tornou obrigatório ter o Ensino Superior para permanecer na profissão; c) constatou-se a permanência no Ensino Superior como solitária, tendo ligação com a cor da pele; d) verificou-se o distanciamento de duas das três professoras da Lei nº 10.639/2003, mesmo que o recorte temporal venha até 2010; e) observou-se o preconceito velado e sua naturalização pela forma de já aguardar sua ocorrência e o ignorar para seguir trilhando o caminho; f) destaca-se a não existência de racismo na fazenda e o encontro com o racismo na cidade; g) foi necessário provar as capacidades e competências tanto quanto alunas como professoras, pois primeiro chegava a cor da pele
Descrição
Palavras-chave
Professoras negras, Memórias, Formação, Questões raciais, Educação - Aspectos sociais - Brasil, História da educação - Brasil, Formação de professores, Ensino superior - Parana