Processos identitários indígenas em Dourados : leitura dos discursos midiáticos e escolares em uma perspectiva semiótica

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Resumo

Resumo: A sociedade é alicerçada por discursos que revelam o modo como os sujeitos se relacionam, constituem o outro ou a si mesmos Nesse sentido, este trabalho parte de uma configuração social específica: a relação entre indígenas e não indígenas, na cidade de Dourados-MS, a partir dos discursos proferidos pela mídia e pela escola O objetivo principal é investigar os regimes de interação e os processos identitários indígenas construídos entre esses sujeitos Para isso, optamos pela pesquisa qualitativa de tipo participativa, com discussões realizadas em processo de diagnóstico e de intervenção, a partir de abordagem de natureza etnográfica O corpus é composto por textos da mídia local, entrevistas com educadores, produções escritas e desenhos dos alunos do Ensino Fundamental II de duas escolas do município – uma indígena e uma não indígena –, sendo da primeira alunos de 6° ao 9º ano e, da segunda, do 6º ano B Contamos, ainda, com gravações e anotações de discursos proferidos por esses sujeitos ao longo do processo de pesquisa, principalmente no acompanhamento da Semana dos Povos Indígenas, na escola da aldeia, e em atividades de interação entre as duas unidades escolares A base teórica é a semiótica greimasiana e, mais especificamente, as considerações da sociossemiótica, tendo como propósito pensar os sentidos construídos na vivência, na relação entre o Eu e o Outro, considerando-se as condições de produção e a apreensão do sentido em ato Também integram esta proposta conceitos ligados à Educação, à Linguística Aplicada, aos Estudos Culturais, a fim de complementar as discussões realizadas no decorrer do estudo O resultado da pesquisa aponta que a mídia, ao manejar o que quer fazer-ver, propaga o clima de conflito entre indígenas e não indígenas Frente aos novos espaços de atuação daqueles, o ser indígena é colocado em questionamento, a tendência é para sua segregação e/ou assimilação Nos discursos coletados nas escolas, esse questionamento também está presente; o indígena coloca-se na posição para ser visto, tenta participar das relações de poder com o não indígena como forma de sobrevivência de sua identidade culturalmente fundada Na escola não indígena, ainda reina o distanciamento do outro, alunos e professores emitem estereótipos do indígena marginalizado socialmente, invisibilizando sua participação social Diante disso, acreditamos que apenas uma mudança social poderá encaminhar uma futura comunhão entre todos Aos profissionais da educação cabe uma postura mais crítica diante da realidade, tendo em vista o trabalho de parceria na construção dos saberes, entendendo que a identidade deve ser trabalhada como processo que implica a diferença, valores interdependentes, emanados do inteligível e do sensível e edificados nas relações de poder constantemente negociadas socialmente

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Palavras-chave

Semiótica, Mídia, Índios, Identidade, Semiotcs

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