Perseu contra Medusa : uma desconstrução do olhar petrificante sobre A bagaceira

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Resumo: O trabalho em questão objetiva a reavaliação da importância literária da obra A bagaceira de José Américo de Almeida, publicada em 1928 e convencionalmente dada como fundadora da geração de trinta Discordando das repetidas avaliações críticas sobre o romance e, consequentemente, colocando em xeque julgamentos que afirmam a narrativa almeidiana como o romance da seca, de linguagem direta, repleto de realismo primário, marcado por alta dose de pitoresco, desenhado por preconceitos, com personagens sem humanidade e divididos enormemente entre bons e maus, a tese construirá sua própria visão sobre o objeto Para tanto, seus capítulos serão organizados de forma a combinar teoria, crítica e literatura A intenção é formular um trabalho no qual, na mesma medida em que os discursos críticos repetidos vão sendo questionados, haja a análise do objeto e, igualmente, a comparação com alguns romances expressivos, produzidos desde o Romantismo até a década de trinta Todos os capítulos trarão à baila os aspectos mais controversos da crítica em torno da obra e, em seu interior, oportunizarão comparações com os romances de ambiente não urbano de José de Alencar, especialmente O sertanejo, Til e O tronco do ipê, com as produções de Franklin Távora, maiormente O Cabeleira, com a narrativa Luzia-Homem, de Domingos Olímpio, com Urupês, de Monteiro Lobato, com Macunaíma, de Mário de Andrade, com os romances mais expressivos de José Lins do Rego, sobretudo Menino de engenho, Banguê e Fogo morto e com as produções de Graciliano Ramos, São Bernardo e Vidas secas Procedendo desta maneira, verificaremos como algumas características literárias que, ao longo da história da literatura brasileira, mereceram elogios da crítica em outras narrativas, acabaram avaliadas como defeitos no romance de Almeida ou como estas mesmas peculiaridades são ignoradas no romance objeto Neste percurso, perceberemos A bagaceira como obra marcada por aspectos oriundos de diversos momentos da literatura nacional, sendo possível a consideração de que sua condenação seja decorrente da ausência de uma filiação incondicional ao movimento modernista de vinte e dois, de suas ligações com os romances de temática regional ou, ainda, prejudicada pela contínua relação que se constrói entre o político José Américo de Almeida, candidato à presidência da República, e sua produção literária, especialmente A bagaceira Contrariando a afirmação de Costa Lima: “a obra não é mais apta a despertar, por si mesma, o interesse do crítico e do leitor” (LIMA, 1986, p 338), procuraremos, em A bagaceira, qualidades capazes de comprovar sua importância para a história da literatura nacional

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Palavras-chave

Ficção brasileira, Crítica literária, Brazilian fiction, History and criticism, Literary criticism

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