02 - Mestrado - Saúde Coletiva

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    Dor em professores da educação básica : associação com atividade física e tempo vendo televisão
    Santos, Mayara Cristina da Silva; Mesas, Arthur Eumann [Orientador]; Girotto, Edmarlon; Gabani, Flávia Lopes; Araújo, Paula Cristina Alves; Girotto, Edmarlon [Coorientador]
    Resumo: Introdução: Os sintomas dolorosos, quer sejam de caráter crônico ou agudo, têm consequências para a saúde individual e os serviços de saúde Certos comportamentos, como a inatividade física e o tempo vendo televisão, estão potencialmente relacionados à etiologia e cronificação desses sintomas No entanto, não está claro como as mudanças ou a manutenção desses comportamentos podem afetar a incidência, a persistência ou a frequência de dor geral ou da dor crônica musculoesquelética Objetivo: Investigar a associação entre dor crônica musculoesquelética e percepção de dor, durante o dia ou antes de dormir, com a prática de atividade física e o tempo vendo televisão em professores da educação básica Objetivos específicos: 1) Analisar a associação longitudinal da mudança na prática de atividade física no lazer e do tempo vendo televisão com a incidência e a persistência de dor crônica musculoesquelética; e 2) Analisar a relação entre a prática de atividade física no tempo livre, autorreferida em entrevista pessoal, e a sensação de dor durante o dia ou antes de dormir, registrada pelo próprio indivíduo ao longo de sete dias consecutivos Métodos: Os objetivos específicos foram contemplados na forma de dois estudos, com resultados e discussões abordados separadamente A população estudada fez parte do projeto Pró-Mestre, que aborda questões de saúde, estilo de vida e trabalho de professores da rede pública Professores das 2 escolas de maior porte do município de Londrina, PR, Brasil, que atuavam em sala de aula ao menos um período da semana e eram responsáveis por uma ou mais disciplinas foram incluídos no estudo e entrevistados em duas ocasiões: entre 212 e 213 (baseline) e após 24 meses (follow-up) No follow-up, uma subamostra de professores preencheu um diário de atividades durante sete dias consecutivos Para o desfecho dor crônica musculoesquelética considerou-se a percepção de sintomas dolorosos há 6 meses ou mais nas seguintes regiões: ombros, braços, costas, joelhos, pernas e pés Definiu-se como dor durante o dia e dor antes de dormir quando esse sintoma era reportado ao menos uma vez ao longo de sete dias As variáveis independentes foram a atividade física no lazer (ou no tempo livre) e o tempo vendo televisão diariamente Para as análises de associação, utilizou-se a regressão logística Resultados: Um total de 527 professores foram estudados para contemplar o primeiro objetivo Aumentar o tempo de lazer dedicado à prática de atividade física (mudar =12 para >12 minutos de AFL semanalmente) associou-se com menor chance de dor crônica musculoesquelética persistente (odds ratio, OR=,3; intervalo de confiança de 95%, IC95%=,11-,79) em comparação com manter-se fisicamente inativo Um total de 141 professores foram estudados para contemplar o segundo objetivo Entre esses, praticar mais de 24 minutos por semana de atividade física no tempo livre associou-se com uma chance menor de reportar dor durante o dia (OR=,18; IC95%=,6-,54) e antes de dormir (OR=,28; IC95%=,1-,79), entretanto, as associações perderam significância estatística após o ajuste pelo escore de sintomas depressivos Conclusões: Em síntese, este estudo mostrou que, comparado com se manter inativo, passar a praticar mais de duas horas de atividade física no lazer semanalmente é um comportamento associado com menor chance de persistência de dor crônica musculoesquelética Além disso, praticar mais de quatro horas semanais de atividade física no tempo livre está relacionado com menor frequência de dor durante o dia ou antes de dormir, independente dos principais confundidores, exceto sintomas depressivos
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    Organização do processo de trabalhado vivenciado durante um programa de qualificação da Atenção Primária à Saúde
    Beraldi, Mariana Lectícia; Mendonça, Fernanda de Freitas [Orientador]; Lopes, Maria Lúcia da Silva; Félix, Sarah Beatriz Coceiro Meirelles
    Resumo: A Educação Permanente em Saúde (EPS) constitui-se em uma estratégia que busca transformar as práticas profissionais e a organização do processo de trabalho a partir das demandas do próprio trabalho Ela atua como componente do Programa de Qualificação da Atenção Primária à Saúde (APSUS), ocorrido no ano de 211 a 218, que corresponde a um programa do governo do Estado do Paraná que propõe a melhoria da Atenção Primária à Saúde (APS) em todo o Estado para que ela possa exercer seu papel de coordenadora do cuidado Como segunda etapa do programa, ocorre a tutoria, que busca contribuir com as equipes de saúde a incorporar mudanças e adequações do processo de trabalho e para isso utiliza-se de um instrumento norteador que impulsiona a prática dos profissionais, o Selo da Qualidade O selo da qualidade em sua segunda etapa, etapa prata, visa aferir o gerenciamento dos processos O objetivo deste estudo foi analisar a organização do processo de trabalho vivenciada durante um programa de qualificação da APS A pesquisa ocorreu com profissionais de uma Unidade de Saúde da Família (USF), localizada no município de Londrina, Paraná, participante do processo de tutoria, buscando a certificação da qualidade do nível prata O estudo foi feito com todos os trabalhadores da unidade, incluindo profissionais residentes que atuavam juntamente a equipe e tutores do programa A pesquisa tem caráter qualitativo, descritivo e exploratório, do tipo estudo de caso Utilizou-se como ferramenta de coleta de dados observação-participante, realizada no período de julho a outubro de 218, e entrevistas semiestruturadas com os profissionais da USF, feitas em dezembro de 218 até abril de 219 Os dados foram analisados de acordo com a proposta de Martins e Bicudo Da análise dos resultados emergiram três manuscritos: Reflexos de um processo de qualificação da Atenção Primária à Saúde na rotina e no cuidado produzido pelos trabalhadores; Estratégias de gestão do trabalho durante um processo de qualificação da Atenção Primária à Saúde; Resultados de um processo de qualificação da Atenção Primária à Saúde Os resultados apontaram para organização do processo de trabalho, oportunidade de refletir sobre a prática, sobrecarga física e mental dos profissionais, ênfase em questões burocráticas em detrimento do cuidado e dificuldade do programa em contemplar as singularidades do território e possibilitou Diversas estratégias foram desenvolvidas pela equipe: reuniões de equipe e gerais, mutirões de estratificação de risco e criação atendimentos coletivos em formato de grupo, que possibilitaram a organização do processo e melhoria da qualidade da atenção A participação no selo permitiu melhor conscientização do processo de trabalho, organização do fluxo e sistematização de atividades, resgate de populações negligenciadas e monitoramento da população com condições crônicas A EPS mostrou-se como eixo transversal que percorreu todo o processo de trabalho, permitindo problematizações, trabalho em equipe e reflexão sobre a prática profissional A EPS desenvolvida pelos próprios profissionais possibilitou sair da lógica da captura impositiva do processo e dar qualidade a gestão do trabalho
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    A produção do cuidado no contexto familiar na atenção básica : uma cartografia
    Marandola, Thalita da Rocha; Melchior, Regina [Orientador]; Carvalho, Brígida Gimenez; Silva, Ana Lúcia Abrahão da; Lima, Josiane Vivian de Camargo [Coorientadora]
    Resumo: O cuidado é uma temática inerente a todo trabalhador em saúde, sua prática está presente nos hospitais, nas clínicas, ambulatórios, nas unidades básicas de saúde, nos domicílios, entre outros E é no campo da atenção domiciliar, mais especificamente o cuidado domiciliar na atenção básica à saúde, que nos aproximamos para experimentar a produção do cuidado O objetivo deste estudo foi compreender como ocorre a produção do cuidado em saúde na atenção domiciliar, na prática da Estratégia Saúde da Família, em uma Unidade Básica de Saúde de um município de grande porte, na região sul do Brasil A pesquisa ocorreu no período de agosto/216 a agosto/217 Para tanto, utilizei a perspectiva cartográfica, que por meio do uso do dispositivo de pesquisa da família-guia possibilitou encontros e experimentações da produção do cuidado conforme estes foram sendo produzidos O ponto de partida do campo de pesquisa foi o serviço da atenção domiciliar e posteriormente o território de uma unidade básica de saúde; neste último, a partir da escolha da família-guia extrapolamos os limites do território geográfico da unidade, produzindo e percorrendo a rede viva produzida pela própria família A partir dos encontros com os outros pontos da rede e com os trabalhadores surgiram pistas que indicaram o processo de produção do cuidado da família selecionada As pistas identificadas foram: O que trazemos e o que opera nos encontros? A disputa do cuidado; As redes; A reflexão sobre o processo de trabalho A partir delas pude inferir que no processo do cuidado tanto trabalhadores quanto usuários levam para o encontro marcas que pulsam de acordo com a intensidade do encontro e que vão interferir no cuidado prestado e ainda, que o cuidar ou ser cuidado requer a identificação e reflexão dos nossos valores universais e regimes de verdades, que podem influenciar a forma como operamos o cuidado no encontro Além disso, a disputa do cuidado entre trabalhadores e trabalhadores/usuários aparece como elemento que pode potencializar ou fragilizar este processo, o que frequentemente surge quando a rede de cuidados é acionada Sobre a rede de cuidados foi observado que a rede formal é a mais reconhecida e a rede viva produzida pelo usuário ainda é pouco valorizada pelos trabalhadores apesar de suas potencialidades Durante esta jornada, notou-se o quão importante foi a análise do processo de trabalho em saúde para a melhor construção do cuidado, dando vasão as afetações e espaço para as experimentações o que resulta no cuidado dos cuidadores/trabalhadores da saúde
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    Percepção de profissionais de enfermagem frente à cultura de segurança do paciente em instituições de alta complexidade
    Sanchis, Desirée Zago; Silva, Ana Maria Rigo [Orientador]; Girotto, Edmarlon; Haddad, Maria do Carmo Fernandez Lourenço
    Resumo: A cultura de segurança nas instituições de saúde é aquela em que cada profissional reconhece suas responsabilidades frente à segurança do paciente e procura contribuir para melhoria na qualidade do cuidado As organizações necessitam de culturas únicas, com fusão de valores, crenças e comportamentos que determinem a forma de seu funcionamento Objetivo: Analisar a percepção dos profissionais de enfermagem acerca das dimensões da cultura de segurança do paciente em instituições de alta complexidade Métodos: Trata-se de um estudo descritivo, transversal e com abordagem quantitativa A população de estudo foi constituída por enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem que atuavam na assistência direta ao paciente, em três instituições de alta complexidade A fim de avaliar a cultura de segurança do paciente, foi utilizado o questionário Hospital Survey on Patient Safety Culture (HSPSC), de 24 A coleta de dados ocorreu entre fevereiro e abril de 217, por meio de abordagem individual Foi realizada análise descritiva, com uso de frequências absolutas e relativas A cultura de segurança foi avaliada utilizando o cálculo dos percentuais de respostas positivas para cada dimensão do instrumento, à partir do cálculo dos percentuais foram atribuídas categorias, com a seguinte classificação: áreas consideradas fortalecidas (= 75,% de respostas positivas), áreas com potencial de melhoria (<75,% a >5,%), e áreas enfraquecidas/fragilizadas (= 5,%) Além disto, foi utilizando a análise de associação, por meio da regressão de Poisson com cálculo da Razão de Prevalência (RP) e Intervalo de Confiança 95% (IC 95%) Para análise dos dados utilizou-se o programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) Resultados: Participaram do estudo 587 indivíduos, 42,8% eram enfermeiros e 57,2% técnicos ou auxiliares de enfermagem A taxa de resposta atingiu 75,8% da população alvo A maioria dos respondentes era do sexo feminino (88,4%), tinham entre 2 e 39 anos (6,8%), atuava na instituição há menos de cinco anos (57,8%) e não possuía outro vínculo de trabalho (79,2%) As dimensões caracterizadas como enfraquecidas nas instituições, foram: ‘’Apoio da gestão hospitalar para segurança do paciente’’ (48,5%), ‘’Percepções generalizadas sobre a segurança do paciente’’ (45,5%), ‘’Transferências internas e passagens de plantão’’(4,9%), ‘’Adequação de profissionais’’ (37,8%), ‘’Trabalho em equipe entre as unidades hospitalares’’ (37,%), ‘’Abertura para as comunicações’’ (29,5%) e ‘’Respostas não punitivas aos erros’’ (18,8%) Sobre os indicadores de segurança do paciente, 52,5% dos profissionais consideraram a segurança do paciente como excelente ou muito boa, e 58,5% dos enfermeiros não notificaram ao menos um evento adverso em doze meses Quanto aos fatores associados à percepção negativa, os profissionais que atuavam em unidades semicríticas do hospital 1 avaliaram negativamente com maior frequência a dimensão ‘’abertura para as comunicações’’ – RP: 1,246 (IC 95%: 1,7-1,54, p=,42) Para a dimensão ‘’respostas não punitivas aos erros’’, os participantes do hospital 1 com mais de seis anos de atuação avaliaram negativamente com maior frequência quando comparados aos participantes com menos de seis anos – RP: 1,76 (IC 95%: 1,2-1,155, p=,43) Ainda sobre a dimensão ‘’respostas não punitivas aos erros’’, os profissionais que atuavam em unidades semicríticas avaliaram negativamente com maior frequência quando comparados aos que atuavam em unidades críticas – RP: 1,639 (IC 95%: 1,282-2,96, p <,1) no hospital 2 Assim como os profissionais do gênero masculino no hospital 2 – RP: 1,538 (IC 95%: 1,198-1,975, p=,1) e 3 – RP: 1,194 (IC 95%: 1,43-1,365, p=,1) Conclusão: Conclui-se que há necessidade do apoio da alta gestão hospitalar frente à disseminação da cultura segurança do paciente, por meio de programas de sensibilização aos profissionais nas instituições, com incentivo a criação de uma cultura justa e não punitiva Com isto os profissionais terão incentivo para notificarem os incidentes, e assim a alta gestão poderá trabalhar os incidentes de forma educativa
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    A relação público-privado para a atenção de média complexidade em uma região de saúde
    Silva, João Felipe Marques da; Carvalho, Brígida Gimenez [Orientador]; Menicucci, Telma Maria Gonçalves; Mendonça, Fernanda de Freitas
    Resumo: O processo de municipalização dos serviços de saúde delegou ao ente municipal a responsabilidade sobre o sistema de saúde de seu território, principalmente quanto à coordenação da Atenção Básica Ocorre que, para garantir a integralidade da atenção à saúde, princípio e diretriz estruturante do SUS, este ente também assumiu os serviços de Média Complexidade (MC), e por consequência, a relação com o prestador privado complementar ao sistema, constituindo, portanto, a relação público-privado deste nível de atenção Neste contexto, especialmente em municípios de pequeno porte (MPP), esta relação ocorre, sobretudo para a compra de consultas especializadas, procedimentos hospitalares diagnósticos, clínicos e cirúrgicos, por meio de relação contratual com o setor privado complementar, ainda que o serviço esteja localizado em outro município ou sob gestão do Estado A relação entre os MPP e o serviço privado complementar se constrói em um cenário de descentralização política-administrativa, sendo diretamente influenciada pelos resultados da micro e macro organização das políticas de saúde; das matrizes institucionais sobre o comportamento dos atores sociais e políticos; e pelas práticas clientelistas vigentes nestes espaços Nesta perspectiva, esta pesquisa propõe-se compreender a relação entre gestores públicos e prestadores do sistema privado complementar para a atenção de MC em uma região de saúde de municípios de pequeno porte (MPP) Trata-se de um estudo de caso de natureza qualitativa, realizada nos municípios da região de Ivaiporã (22ª Regional de Saúde do Paraná), entre o período de dezembro de 216 a fevereiro de 217, utilizando entrevistas por meio de roteiro semiestruturado Os sujeitos da pesquisa foram os gestores municipais, prestadores de serviços, membros gestores da regional de saúde, consórcio intermunicipal de saúde, e apoiador do COSEMS A análise dos resultados se deu em duas etapas, a primeira por meio de análise documental, e na segunda as entrevistas foram submetidas à técnica de análise do discurso proposta por Martins e Bicudo (23) A análise possibilitou a caracterização sócio assistencial da região, e a construção de quatro categorias: demanda; financiamento; contratos; gestão e planejamento de serviços Os resultados apontam que os fatores identificados nas categorias de análise referentes à demanda e ao financiamento dos serviços de MC, permitem e favorecem a relação; enquanto as características observadas nas categorias de contrato e gestão, as estabelecem e as mantém Estes fatores estão relacionados à organização das políticas de saúde e das políticas institucionais Destacam-se, entre outros aspectos, a influência da formação médica na demanda de serviços de MC e o excesso de intervenções diagnósticas, além de práticas de reservas de mercado para a assistência médica na região Quanto ao financiamento os municípios custeiam os serviços de MC com recursos próprios, minimizando os investimentos na Atenção Básica Observa-se, também, que os contratos são executados em desencontro às normas operacionais do sistema A relação público-privado nesta região atravessa e afeta o processo de regionalização desses municípios; é marcada por forte interdependência entre gestores públicos e privados; assimetrias de poder; interesses ao acesso; e benefícios à gestão municipal, a depender da tipificação de contrato entre o município - exclusivo ou não exclusivo, com o prestador Entre eles, vantagens, práticas clientelistas, hierarquizadas, e de maximização de resultados de atores envolvidos, são possibilitadas pela naturalização destas ações nos espaços em que ocorrem Conclui-se que a relação estabelecida fere o comando único do sistema, possibilita práticas clientelistas, e é reforçada pelo incipiente processo de planejamento e de medidas regulatórias pela gestão pública municipal e estadual; além de apresentar a fragilidade do papel do Estado na região, bem como, das instâncias colegiadas Os resultados demonstram a necessidade de investir em ações que favoreçam a governança e o processo de regionalização, a capacidade regulatória de governos locais, e o controle social nesta região Esta relação deve ser aperfeiçoada por tecnologias de gestão, e modalidades de contratos que possibilitem a integralidade das ações e a autonomia dos municípios perante os prestadores
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    Incidência de hipertensão arterial na população de 40 anos ou mais em Cambé - PR : estudo VIGICARDIO 2011-2015
    Silva, Dannyele Cristina da; Silva, Ana Maria Rigo [Orientador]; Bortoletto, Maira Sayuri Sakay; Venturini, Danielle
    Resumo: A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é uma condição clínica multifatorial e complexa, sendo um dos fatores de risco mais importantes para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares Este estudo tem como objetivo analisar a incidência e fatores preditores da Hipertensão Arterial em adultos com 44 anos ou mais residentes em Cambé (PR) Trata-se de estudo com delineamento longitudinal prospectivo, com quatro anos de seguimento A população foi composta por moradores de 4 ou mais anos, do município de Cambé – PR A primeira coleta de dados foi realizada em 211, contou com 118 participantes e o seguimento ocorreu no ano de 215 com 885 participantes Para este estudo foram investigados 42 indivíduos que fizeram parte das duas coletas e que eram livres de HAS na linha de base (211) Em ambas as etapas foram realizadas aferições da pressão arterial, medidas antropométricas e exames laboratoriais A HAS foi definida como a média (três medidas) da pressão arterial elevada (PAS =14 mmHg; PAD =9 mmHg) e/ou uso de medicamento anti-hipertensivo As análises foram processadas no programa SPSS versão 19, utilizou-se a Regressão de Poisson, com variância robusta para o cálculo do risco relativo A incidência de hipertensão arterial foi de 38,8%, 155 casos incidentes Após ajustes com as variáveis demográficas, socioeconômicas, hábitos de vida e condições de saúde, entre as mulheres, ser idoso (acima dos 6 anos) (RR1,5; IC95% 1,6 – 2,11), a inatividade física no lazer (RR1,73; IC95% 1,16 – 2,56), ter sobrepeso ou obesidade (RR1,6; IC95% 1,12 – 2,28), níveis elevados de triglicérides (RR1,7; IC95% 1,2 – 2,39) e níveis elevados de glicose (RR2,14; IC95% 1,45 – 3,17), estiveram associados à incidência de hipertensão arterial Entre os homens após os ajustes apenas os níveis elevados de LDL (RR 1,53; IC95% ,99 – 2,39) mantiveram a associação com significância estatística A compreensão das causas de uma patologia crônica revela a necessidade de ampliar as politicas públicas, favorecendo a adoção de hábitos saudáveis A diferença nos preditores entre os sexos, reflete a necessidade de conhecer melhor os determinantes dessa distribuição
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    Cultura de segurança do paciente na atenção primária à saúde, Londrina, Paraná
    Macedo, Lilian Louzada; Girotto, Edmarlon [Orientador]; Silva, Ana Maria Rigo; Haddad, Maria do Carmo Fernandez Lourenço
    Resumo: Atualmente vivencia-se uma sociedade de risco, em que tecnologias, novos hábitos de vida e processos de trabalho podem gerar altos e danosos custos para os indivíduos A assistência à saúde não fica de fora desses problemas, submetendo-se a diversos riscos, perigos e danos à integridade do paciente Estudos e iniciativas com relação à segurança do paciente no nível hospitalar têm sido desenvolvidos de forma mais expressiva quando comparados à atenção primária à saúde, apesar de já se identificar a ocorrência de erros e eventos adversos na atenção primária Desta forma, identificou-se a importância de estudos que retratem aspectos relacionados à cultura de segurança do paciente na atenção básica O objetivo deste estudo foi analisar a cultura de segurança do paciente entre trabalhadores da atenção primária à saúde em município de grande porte do Paraná Para tal, foi realizado um estudo transversal com trabalhadores em saúde atuantes da atenção primária do município de Londrina, Paraná A obtenção de informações sobre cultura de segurança foi realizada com o uso do instrumento autopreenchido Medical Office Survey on Patient Safety Culture, traduzido e adaptado para a realidade brasileira, que avalia as atitudes e percepções do profissional quanto à segurança do paciente A análise dos dados foi realizada com o uso do programa Statistical Package for the Social Sciences, versão 19 O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual de Londrina Foram entrevistados 55 trabalhadores, maioria do sexo feminino (83,5%) e com idade média de 42 anos Detectou-se que as seções “processo de tralbaho no serviço de saúde”, “comunicação e acompanhamento dos pacientes” e “serviço de saúde de atuação” apresentaram avaliações neutras quanto à segurança (51,%, 65,% e 73,2%, de respostas positivas respectivamente) Sobre a avaliação global da qualidade do cuidado, houve predominância de respostas positivas (79,%) Destaca-se também que 35,7% dos profissionais avaliaram como muito bom ou excelente a segurança do paciente Já em relação ao apoio dos gestores na cultura de segurança, houve apenas 38,4% de respostas positivas Trabalhadores das unidades de saúde da família da região sul avaliaram de forma menos positiva a segurança no que se refere a comunicação e acompanhamento do paciente, apoio de gestores e aos aspectos do serviço de saúde em que atuam Técnicos de enfermagem apresentaram avaliação menos positiva quanto ao processo de trabalho, comunicação e acompanhamento do paciente, e aspectos do serviço de saúde Sugere-se a modificação das estratégias para melhoria da cultura de segurança do paciente para estratégias que visem a construção de uma cultura com participação multiprofissional, de caráter não punitivo e que seja fortificadora das relações interprofissionais e com o paciente, o que certamente modificará valores, atitudes e futuras percepções da equipe da atenção primária à saúde
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    Mudança na situação conjugal e associação com a incidência e manutenção de comportamentos positivos de saúde : estudo Vigicardio (2011-2015)
    Evedove, André Ulian Dall; Loch, Mathias Roberto [Orientador]; Carvalho, Wladithe Organ de; Dellaroza, Mara Solange Gomes
    Resumo: Introdução: Algumas evidências apontam que a situação conjugal está associada a indicadores de saúde, em geral, indicando que pessoas com companheiros/as (casadas ou em união estável) possuem menores taxas de morbimortalidade se comparadas às pessoas sem companheiros/as (solteiras, divorciadas/separadas ou viúvas) Entretanto, existem poucos estudos epidemiológicos e longitudinais que associam a transição conjugal com comportamentos de saúde, principalmente na América Latina Objetivo: Verificar a associação entre mudança na situação conjugal com a incidência e a manutenção de comportamentos positivos de saúde Métodos: Estudo longitudinal prospectivo, que faz parte do projeto: “Incidência de mortalidade, morbidade, internações e modificações nos fatores de risco para doenças cardiovasculares em amostra de residentes com 4 anos ou mais de idade em um município de médio porte do Sul do Brasil: Estudo coorte Vigicardio 211-215” realizado com indivíduos de 4 anos (em 211) ou mais residentes em Cambé/PR Para este estudo, participaram 883 pessoas nos dois momentos da pesquisa As variáveis dependentes foram: atividade física no tempo livre, consumo de frutas, consumo de verduras e legumes, tabagismo e consumo abusivo de álcool Foram ainda realizadas análises com a combinação (análise de simultaneidade) dos comportamentos relacionados à saúde considerados A variável independente foi a situação conjugal, comparando-se a situação de cada sujeito nos quatro anos do estudo Assim, os sujeitos foram divididos em quatro grupos Grupo 1: pessoas que tinham companheiro(a) nos dois momentos (n=583); Grupo 2: pessoas que tinham companheiro(a) em 211, mas não em 215 (n=72); Grupo 3: pessoas que não tinham companheiro(a) nos dois momentos (n=24); Grupo 4 (n=24): pessoas que não tinham companheiro(a) em 211 mas tinham em 215 Assim, o grupo 1 e 3 manteve a mesma situação conjugal, enquanto os grupos 2 e 4 teve transição na sua situação conjugal A análise dos dados, foi feita aos pares (grupo 1 x grupo 3; e grupo 2 x grupo 4), de modo a melhor explorar a possível associação da manutenção ou incidência de comportamentos positivos com a mudança na situação conjugal Além das variáveis dependentes e a independente, foram consideradas as seguintes variáveis de confusão: sexo, faixa etária, classe econômica e escolaridade Os dados foram analisados no Programa SPSS vs 19, através da regressão de Poisson bruta e ajustada Resultados: Os participantes que deixaram de ter companheiro(a) apresentaram menor incidência de abandono ao tabaco (RR:,29,IC95%:,12-,68), de consumo regular de frutas (RR:,43,IC95%:,2-,9) e de manutenção de pelo menos dois comportamentos positivos de saúde (RR:,8,IC95%:,7-,92) do que os sujeitos que tinham companheiro(a) nas duas coletas Já os participantes que passaram a ter companheiro(a) tiveram maior incidência de pelo menos um comportamento positivo de saúde (RR:1,76,IC95%:1,7-2,88) e maior incidência de consumo regular de frutas (RR:2,42,IC95%:1,4-4,18) comparados com aqueles que não tinham companheiro(a) em 211 e 215 Por outro lado, vale mencionar que algumas variáveis dependentes, especificamente: atividade física no tempo livre e consumo de verduras e legumes não se mostraram associadas à mudança na situação conjugal Conclusão: Tais resultados são importantes para um melhor planejamento do cuidado à saúde
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    Incidência de autopercepção negativa e positiva de saúde e relação com mudanças nos comportamentos de saúde : estudo Vigicardio (2011-2015)
    Andrade, Giovana Frazon de; Loch, Mathias Roberto [Orientador]; Silva, Ana Maria Rigo; Radovanovic, Cremilde Aparecida Trindade
    Resumo: Incorporada como medida epidemiológica desde a década de 195, um dos indicadores do estado geral de saúde mais utilizados na atualidade é a autopercepção de saúde Considerando que a forma como os indivíduos percebem sua saúde é influenciada por diversos aspectos, investigar estes fatores auxilia a compreensão das classificações positivas e negativas do estado de saúde O objetivo deste estudo foi analisar se alterações nos comportamentos relacionados à saúde se associam a incidência de autopercepção positiva e negativa de saúde Foi realizado um estudo de coorte prospectivo, de base populacional no baseline (211) com seguimento realizado em 215 Foram entrevistados 883 indivíduos de 4 anos ou mais residentes no município de Cambé-PR Ambas as coletas de dados foram por meio de visitas domiciliares com aplicação de questionário semiestruturado A variável dependente foi a autopercepção de saúde, mensurada através da pergunta “Como o(a) senhor(a) classifica seu estado de saúde? Aqueles que responderam “muito bom” ou “bom” foram considerados com autopercepção positiva de saúde, os que responderam “regular”, “ruim” ou “muito ruim” com autopercepção negativa As variáveis independentes foram mudanças de alguns comportamentos relacionados à saúde: atividade física no tempo livre (AFTL), consumo de frutas e hortaliças (CFH), consumo abusivo de álcool (CAA) e tabagismo A análise de dados foi realizada no programa Statistical Package for the Social Sciences – SPSS® , onde se calculou o Risco Relativo (RR) pela regressão de Poisson bruta e ajustada por variáveis sociodemográficas (modelo 1), sociodemográficas e de saúde (modelo 2) e sociodemográficas, de saúde e comportamentais (modelo 3) A incidência de autopercepção negativa de saúde foi de 27,2% e de autopercepção positiva de saúde foi de 27, 7% A incidência de autopercepção negativa de saúde associou-se aos indivíduos que se tornaram inativos (RR=1,74; IC95%1,8–2,8), mantendo-se no modelo 1 (RR=1,65; IC95%1,4-2,62), modelo 2 (RR=1,92; IC95%1,19-3,1) e modelo 3 (RR=1,88; IC95%1,17-3,5), aos que deixaram de consumir regularmente frutas e hortaliças (RR=1,84; IC95%1,16-2,92), mantendo-se no modelo 1 (RR=1,85; IC95%1,14-3,1), modelo 2 (RR=2,3; IC95%1,25-3,3) e modelo 3 (RR=1,95; IC95%1,15-3,28) e aos que deixaram de consumir álcool abusivamente (RR=2,29; IC95%1,3-5,8), mantendo-se no modelo 2 (RR= 2,42; IC95% 1,12-5,25) A incidência de autopercepção positiva de saúde associou-se aos indivíduos que se tornaram ativos (RR= 1,48; IC95% 1,3-2,15), mantendo-se no modelo 2 (RR= 1,47; IC95%1,2-2,13) e aos que deixaram de ser tabagistas no modelo 1 (RR=2,58; IC95%1,16-5,71), modelo 2 (RR=5,78; 2,18-15,36) e modelo 3 (RR=8,37; IC95%2,79-25,9) Os indivíduos que passaram a consumir irregularmente frutas e hortaliças apresentaram menor incidência de autopercepção positiva de saúde no modelo 1 (RR=,52; IC95%,29-,94), modelo 2 (RR=,54; IC95%,31-,97) e modelo 3 (RR=,29; IC95%,29-,9) Conclui-se que as mudanças nos comportamentos relacionados à saúde se associam a mudança na autopercepção de saúde, fato importante que reforça a orientação de possíveis soluções para melhora da saúde e bem-estar dos indivíduos e populações
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    Barreiras para o consumo de frutas e de verduras ou legumes em indivíduos de 44 anos ou mais do município de Cambé, Paraná
    Santos, Graziela Maria Gorla Campiolo dos; Silva, Ana Maria Rigo [Orientador]; Rech, Cassiano Ricardo; Carvalho, Wladithe Organ de; Loch, Mathias Roberto [Coorientador]
    Resumo: Introdução: O consumo insuficiente de frutas, legumes e verduras encontram-se entre os dez principais fatores de risco para a carga global de doenças em todo o mundo Objetivo: Analisar barreiras percebidas para o consumo de frutas e de verduras ou legumes em uma amostra com 44 anos ou mais do município de Cambé, Paraná Método: Estudo transversal que faz parte de um projeto mais abrangente denominado “Doenças Cardiovasculares no Estado do Paraná: Mortalidade, Perfil de Risco, Terapia Medicamentosa e Complicações” (VIGICARDIO) Em 211 foi realizado um estudo de base populacional no município de Cambé (PR), em que foram entrevistados 118 sujeitos de 4 anos ou mais de idade Em 215, os mesmos sujeitos foram novamente procurados e 884 aceitaram participar novamente do estudo O presente estudo considerou apenas os dados coletados em 215 Após algumas exclusões por falta de informações a respeito das principais variáveis deste estudo, a amostra foi composta por 877 adultos de 44 anos ou mais de idade Os dados foram coletados entre março e outubro de 215 por meio de entrevistas domiciliares As barreiras para o consumo de frutas e de verduras ou legumes foram levantadas em perguntas sobre cinco possíveis barreiras: não gostar do sabor; família não tem o hábito/costume; custo pesa no orçamento da família; necessidade do preparo e falta de tempo para ir ao mercado/feira com frequência para comprar estes alimentos frescos Foram também levantadas informações sobre características sociodemográficas e frequência semanal de consumo de frutas, verduras ou legumes Para a análise de associação entre as barreiras percebidas e as variáveis sociais e demográficas foi utilizada a regressão logística binária, com análises brutas e ajustadas Resultados: Dos entrevistados, a maioria era do sexo feminino (55,9%), pertenciam à faixa etária de 5 a 59 anos (38,1%), 6,2% se declararam brancos, 44,7% tinham até quatro anos completos de estudo, 64,4% foram classificados no nível econômico C ou inferior e 65,4% referiram ser casados (as) Quanto ao consumo irregular de frutas (menor que cinco dias por semana) a prevalência observada foi de 42,5% sendo superior nos homens, entre os com idade entre 44 e 49 anos, entre os que referiram cor da pele parda/preta/indígena, com 5 a 8 anos de estudo e entre os com menor nível econômico Em relação ao consumo irregular de verduras ou legumes (menor que cinco dias por semana), a prevalência foi de 3,2% e foi superior entre os homens, entre os que referiram cor da pele parda/preta/indígena, com menor escolaridade e entre os indivíduos com menor nível econômico Em relação às barreiras para o consumo de frutas, a mais mencionada foi o “custo pesa no orçamento da família", com prevalência de 57,7% A chance de apresentar esta barreira foi significativamente maior entre as mulheres (OR=1,93; IC95%=1,45-2,57) e nos que tinham escolaridade entre e 4 anos (OR=1,57; IC95%=1,7-2,31) A barreira a "família não tem hábito/costume de consumir frutas" foi citada por 16,4% da amostra e a chance de apresentar esta barreira foi maior entre os indivíduos com idade entre 5 a 59 anos (OR=2,1; IC95%=1,3-3,1) A barreira "falta de tempo para ir ao mercado/feira com frequência para comprar frutas frescas" foi citada por 8,% da amostra e a chance de apresentar esta barreira foi maior entre as mulheres (OR=1,79; IC95%=1,3-3,12) e entre os que não tinham companheiro (OR=1,92; IC95%=1,14-3,24) A barreira "necessidade de preparo" foi citada por 7,6% da amostra e a chance de apresentar esta barreira foi maior entre os indivíduos da faixa etária de 44 a 49 anos (OR=2,37; IC95%=1,1-5,12) e 5 a 59 anos (OR=2,35; IC95%=1,22-4,51) A barreira “não gostar do sabor das frutas” foi citada por 6,2% da amostra e não foi associada a nenhuma variável sociodemográfica Quanto às barreiras para o consumo de verduras ou legumes a mais mencionada foi o “custo pesa no orçamento da família", com prevalência de 49,9% A chance de apresentar esta barreira foi maior entre as mulheres (OR=1,63; IC95%=1,23-2,16), indivíduos com até 4 anos de estudo (OR=1,79; IC95%=1,22-2,63) e com nível econômico B e C (OR=2,1; IC95%=1,1-3,99) A barreira a "família não tem hábito/costume de consumir verduras ou legumes" foi citada por 1,9% da amostra e não foi observada associação com as variáveis sociodemográficas A barreira "necessidade de preparo" foi citada por 9,7% da amostra e a chance de apresentar esta barreira foi maior entre as mulheres (OR=1,69; IC95%=1,3-2,76) A barreira "falta de tempo para ir ao mercado/feira com frequência para comprar verduras ou legumes frescos" foi citada por 7,6% da amostra e não foi observada associação com as variáveis sociodemográficas A barreira “não gostar do sabor das verduras ou legumes” foi citada por 6,6% da amostra e a chance de apresentar esta barreira foi maior entre os indivíduos com cor da pele parda/preta/indígena (OR=2,43; IC95%=1,38-4,26) Conclusão: Mais de 4% dos indivíduos apresentava consumo irregular de frutas e 3% o de verduras ou legumes A principal barreira percebida para o consumo de frutas e de verduras ou legumes foi relacionada ao custo destes alimentos, seguida pela falta de hábito da família Estes achados podem ajudar na orientação de políticas públicas que objetivem o aumento do consumo de frutas, legumes e verduras
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    Apego psicológico ao trabalho, sono e outros fatores associados em professores da educação básica
    Melo, Juliana Moura de; Mesas, Arthur Eumann [Orientador]; Andrade, Selma Maffei de; Haddad, Maria do Carmo Fernandez Lourenço
    Resumo: A melhoria da educação pública tem sido tema constante nas agendas do governo e nas exigências da população Entretanto, apesar de sua relevância social, a profissão docente continua cercada por condições de trabalho desgastantes, que implicam no adoecimento desses profissionais O apego psicológico ao trabalho (APT), mediante o comprometimento de processos de recuperação do estresse, como o sono, pode ser um elemento importante na relação entre estresse ocupacional e a saúde Considerando a complexidade desse contexto, o objetivo do presente estudo foi identificar a frequência do apego psicológico ao trabalho e fatores a ele associados, com enfoque para o sono A população de estudo compreendeu 151 professores atuantes na Educação Básica em Londrina-PR, participantes do estudo Pró- Mestre Os dados sobre o apego psicológico ao trabalho e avaliação subjetiva do sono foram obtidos por meio do preenchimento de um diário ao longo de 7 dias, realizado pelos professores, e por entrevista, para o Índice de Qualidade do Sono de Pittsburgh (PSQI-BR) A análise objetiva do sono baseou-se no uso de actígrafo, de forma contínua, durante o mesmo período de preenchimento do diário O APT apresentou elevada frequência na população estudada, sendo que 3,5% dos professores apresentaram APT hoje (questões vivenciadas no dia corrente, antes de dormir), 47% APT amanhã (questões a serem vivenciadas no dia seguinte) e 28,5 % apresentaram APT hoje e amanhã (ambas as situações) As seguintes variáveis se mostraram associadas ao APT hoje: sexo feminino (p=,13), sintomas depressivos (p=,), maior pressão de tempo (p=,3), maior latência do sono registrada no diário (p=,13) e pior qualidade do sono (PSQI-BR) (p=,7) O APT amanhã, por sua vez, associou-se ao sexo feminino (p=,3), a sintomas depressivos (p=,), à ansiedade diagnosticada (p=,1) e respectivo tratamento (p=,), a trabalhar em até dois períodos do dia (p=,5), à maior pressão de tempo (p=,2) e pior qualidade do sono (PSQI-BR) (p=,2) Por fim, foi encontrada associação significativa entre o APT hoje e amanhã e as variáveis: sexo feminino (p=,4), depressão (p=,), ansiedade diagnosticada (p=,28), trabalhar em até dois períodos do dia (p=,26), maior pressão de tempo (p=,2) e pior qualidade do sono (PSQI-BR) (p=,2) Além de identificar características individuais de professores que apresentam apego psicológico ao trabalho com maior frequência, este estudo permite concluir que pensar em situações do trabalho momentos antes de dormir tem potencial para comprometer a qualidade do sono, o que deve ser considerado na prevenção e no tratamento de distúrbios do sono nessa população
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    Alteração de peso e circunferência abdominal em população de 40 anos e mais, após 4 anos de seguimento
    Pinto, Agnes Carolina Ribeiro; Silva, Ana Maria Rigo [Orientador]; Fernandes, Karen Barros Parron; Bortoletto, Maira Sayuri Sakay
    Resumo: Introdução: As mudanças demográficas e epidemiológicas ocorridas nos últimos anos propiciaram o aumento de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) mundialmente, com o sobrepeso e a obesidade sendo considerados importantes fatores de risco Objetivos: Analisar mudanças de peso, das categorias do IMC e circunferência abdominal, em adultos de 4 anos e mais, entre 211 e 215 Métodos: Estudo longitudinal prospectivo, que faz parte do projeto: “Estudo de coorte Vigicardio 211-215”, realizado em Cambé (PR), com indivíduos de 4 anos e mais, residentes em todos os setores censitários urbanos O índice de massa corporal (IMC) foi classificado conforme as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN), com pontos de corte distintos para cada faixa etária A circunferência abdominal (CA) foi classificada em baixo risco (<8 cm em mulheres e <94 cm em homens), risco moderado (=8 cm em mulheres e =94 cm em homens) e alto risco (=88 cm em mulheres e =12 cm em homens) A alteração percentual de peso foi definida em perda =1%, perda >5 a <1%, manutenção =5 a =5%, ganho >5 e <1% e ganho =1% As análises estatísticas foram realizadas ao nível de confiança de 95% (p-valor significativo <,5), para as características sexo, faixa etária e tercis de classificação econômica Utilizou-se cálculo de frequências absolutas e percentuais, intervalos de confiança de 95% com correção de Bonferroni e o testes de Shapiro-Wilk para verificar normalidade dos dados Para avaliar as diferenças nas medidas de peso e CA foi feito o teste de Wilcoxon para dados pareados Para verificar diferenças entre sexo, faixa etária e tercis da classificação econômica em cada uma das categorias de IMC e classificações da CA foi feito o teste Qui-quadrado ou o teste Exato de Fisher, seguido do teste z para comparação das porcentagens entre as colunas A pesquisa foi autorizada pelo CEP-UEL (CAEE nº 3959561445231) e realizada após assinatura do termo de consentimento pelo participante Resultados: Participaram do estudo 863 indivíduos, com média de idade de 54,18 anos (±9,68) e que apresentaram características sociodemográficas semelhantes à amostra original Não houve diferença estatisticamente significativa nas classificações de IMC e CA entre 211 e 215 Após 4 anos, a maioria dos indivíduos manteve o peso inicial, em ambos os sexos, faixas etárias e tercis econômicos Os percentuais de manutenção do peso foram maiores em homens (63,2%), idosos (6,2 a 64,2%), e semelhantes em todos os tercis econômicos (aproximadamente 58%), entretanto não foram estatisticamente significativas A alteração das classificações do IMC e da CA também foram marcadas pela manutenção das classificações de 211, com importantes diferenças entre os sexos, faixas etárias e tercis econômicos Conclusão: Os indivíduos avaliados apresentaram elevados percentuais de manutenção das classificações de IMC e CA para todas as características analisadas (sexo, faixa etária e tercis econômicos) A alteração percentual de peso também foi caracterizada pela manutenção de peso entre os sexos, faixas etárias e tercis econômicos
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    A produção do cuidado na rede maternoinfantil : um olhar para a atenção básica
    Rocha, Clariana Fernandes Muniz; Melchior, Regina [Orientador]; Nunes, Elisabete de Fátima Polo de Almeida; Lopes, Maria Lucia Silva
    Resumo: As Redes de Atenção à Saúde são estratégias para organizar as ações e os serviços, e procuram garantir um cuidado integral às condições de saúde da população Considerando que o cuidar é central nos serviços de saúde, e que a produção do cuidado implica no modo de construção dos encontros entre profissionais e usuários, este trabalho teve como objetivo compreender o processo de produção de cuidado a partir dos olhares de usuários e de trabalhadores da saúde na Rede de Atenção Maternoinfantil Para tanto se desenvolveu uma pesquisa exploratória qualitativa Em relação à escolha dos sujeitos da pesquisa, foi adotado um dispositivo metodológico denominado caso traçador Neste estudo foi investigada a produção do cuidado a partir da trajetória de uma usuária gestante, durante o pré-natal ao parto Foi realizado um total de oito entrevistas semiestruturadas, no período de agosto a setembro de 215, com sete participantes, entre eles: a usuária, dois familiares, médico, enfermeira, auxiliar de enfermagem e agente comunitário de saúde O trabalho de campo foi realizado no município de Londrina, em território de uma Unidade Básica de Saúde (UBS) Para a análise do material, produtos das transcrições das entrevistas, complementados com percepções descritas no diário de campo e nos documentos do caso traçador, foi utilizada a análise de conteúdo, resultando em três categorias Na primeira categoria, O Cuidado na Percepção dos Usuários e Profissionais da Saúde, foram observadas as diferentes percepções do cuidado, tanto para quem cuida como quem é cuidado, e que para ambos o cuidado passa por conceitos como acolhimento e vínculo, mas também por acesso às tecnologias e insumos disponíveis para a assistência à saúde A segunda categoria, A Compreensão dos Profissionais da Saúde e dos Usuários sobre a Rede Mãe Paranaense, em que a compreensão por parte dos profissionais da rede estudada mostrou que há diferentes apreensões, dependendo das inserções dos profissionais na equipe e do tempo de contratação, e por parte dos usuários nota-se o desconhecimento do tema A última categoria, Experiência de Aurora na Rede Maternoinfantil, foi encontrado que se seguiu todo o protocolo estabelecido para essa Rede, de consultas e exames Porém, isso não foi suficiente para aliviar a angústia e o medo relacionados ao parto que a usuária sentia, recolocando os aspectos subjetivos das necessidades individuais e do cuidado Também foi encontrado, que embora haja uma rede formal estabelecida, também existe uma rede viva, desenhada pelo usuário, na busca da resolução das suas necessidades Por fim, olhar a necessidade do usuário, no interior dos protocolos e fluxos estabelecidos para as redes de atenção, permite a singularização da atenção e uma ampliação das possibilidades de cuidado
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    Satisfação no trabalho e absenteísmo entre professores da rede estadual de ensino básico de Londrina
    Levorato, Adrieli de Fatima Massaro; Andrade, Selma Maffei de [Orientador]; Matsuda, Laura Misue; Durán González, Alberto; Girotto, Edmarlon [Coorientador]
    Resumo: Devido às reformas educacionais e intensificação do trabalho, professores têm enfrentado inúmeros obstáculos na profissão docente Assim, muitos experimentam insatisfação no trabalho, com prejuízo à sua saúde física e mental, o que pode contribuir para o absenteísmo Nesse sentido, este estudo objetivou analisar a relação entre satisfação no trabalho e absenteísmo em professores da educação básica Trata-se de estudo epidemiológico do tipo transversal, com população de estudo composta por professores das 2 escolas da Rede Estadual de Ensino de Londrina-PR com maior número de docentes A coleta de dados ocorreu entre agosto de 212 a junho de 213, por entrevista e preenchimento de um questionário pelos professores A satisfação no trabalho foi avaliada por meio da escala Occupational Stress Indicator, utilizando o percentil 25 como ponto de corte para definição de menor satisfação O absenteísmo foi considerado presente quando o professor referiu ter faltado ao trabalho por problema de saúde nos 12 meses anteriores à entrevista Foram realizadas análises descritivas e por regressão de Poisson, com cálculo de razão de prevalência (RP) e intervalo de confiança (IC) de 95% Participaram deste estudo 899 professores, com idade média de 42 anos e a maior parte composta por mulheres (68,3%) Os componentes com menores níveis de satisfação foram salário (46,9%), volume de trabalho (29,6%) e oportunidades para atingir aspirações e ambições (21,5%) Os componentes da escala de satisfação no trabalho mais bem avaliados foram: conteúdo do trabalho (58,4%) e relacionamentos (58,1%) Metade dos professores (5,4%) referiu absenteísmo por problema de saúde, com duração principalmente entre 1 e 3 dias (37,5%) Os principais motivos de falta ao trabalho foram doenças respiratórias (22,3%), problemas osteomusculares (14,1%) e transtornos mentais (11,%) Após análise ajustada, o absenteísmo associou-se com a menor satisfação no trabalho (RP=1,21; IC=1,5-1,39), independentemente das variáveis sexo, idade, tempo de profissão, carga horária de trabalho, percepção quanto ao equilíbrio entre a vida profissional e pessoal, dor crônica, doença crônica, capacidade física e mental para o trabalho e qualidade do sono Também se apresentaram associadas ao absenteísmo a idade superior a 4 anos (RP=1,19; IC=1,1-1,39) e presença de doença crônica (RP=1,65; IC=1,27-2,15) Os resultados mostram associação entre absenteísmo e menor satisfação no trabalho no exercício da profissão docente, independentemente de outras variáveis Desta forma, tornam-se necessárias medidas para melhorar a satisfação no trabalho docente, como a melhoria das condições e redução da carga de trabalho
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    Consórcios intermunicipais de saúde e o processo de implantação do COMSUS no estado do Paraná
    Antoniaconi, Gisele; González, Alberto Durán [Orientador]; Carvalho, Brígida Gimenez; Campos, João José Batista de
    Resumo: Introdução: Os Consórcios Intermunicipais de Saúde (CIS) são os principais responsáveis pela prestação de serviços de Média Complexidade no estado do Paraná O Programa de Apoio aos Consórcios Intermunicipais de Saúde (COMSUS) foi proposto pela Secretaria de Estado de Saúde com o objetivo de adequação dos CIS ao modelo das Redes de Atenção à Saúde (RAS), por meio de contratualização de metas e repasse de recursos Objetivo: Compreender a relação entre os Consórcios Intermunicipais de Saúde e a Secretaria de Estado de Saúde na implantação do Programa Estadual de Apoio aos Consórcios Intermunicipais de Saúde no estado do Paraná Método: Pesquisa qualitativa utilizando como técnica de análise a análise temática proposta por Bardin A pesquisa desenvolveu-se entre os anos de 213 e 215 Foram entrevistados cinco agentes formuladores de políticas de saúde e um representante do CIS, dois CIS participaram de grupos focais A partir da análise dos dados foram definidas três categorias: Consórcios Intermunicipais de Saúde: características e Relações Anteriores à Implantação do COMSUS; Implantação do COMSUS: caminhos percorridos pelos Consórcios Intermunicipais de Saúde e pela Secretaria de Estado de Saúde; Uma nova relação: mudanças na relação entre os Consórcios Intermunicipais de Saúde e os municípios Resultado e discussão: O processo de implantação do COMSUS desencadeou nova forma de relacionamento entre os Consórcios e a SESA Com as adequações às RAS os CIS passaram de prestadores de serviços para parceiros na execução da política de saúde do estado Porém os Consórcios responderam às propostas de maneiras diferentes Os CIS melhores estuturados traçaram estratégia de negociação das propostas, objetivando equilibrio entre as ações desenvolvidas pelos CIS e as propostas da SESA Os Consócios menos estruturados basearam a relação na aceitação das modificações, uma vez que essa era a possibilidade de melhoria do trabalho do CIS Além das modificações na relação com a SESA o COMSUS influenciou o vínculo dos Consórcios com os municípios, prestadores de serviços e usuários Considerações Finais:O COMSUS deixa suas primeiras marcas na saúde pública paranaense, traçando caminhos de mudanças que ainda não podem ser avaliadas, mas que já começam a se estruturar
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    Retinopatia diabética em indivíduos com diabetes e pré-diabetes no município de Cambé-PR
    Oliveira, Ivan Luís Idalgo de; Cabrera, Marcos Aparecido Sarria [Orientador]; Souza, Regina Kazue Tanno de; Casella, Antônio Marcelo Barbante
    Resumo: Introdução: A retinopatia é uma das complicações mais comuns do diabetes Esta patologia pode levar à cegueira irreversível, porém, se diagnosticada e tratada precocemente, os danos à visão podem ser reduzidos Objetivos: Analisar a frequência da retinopatia em participantes do projeto VIGICARDIO - 215, que apresentam distúrbios hiperglicêmicos há pelo menos 4 anos Métodos: Estudo transversal, realizado no munícipio de Cambé – PR, entre março e dezembro de 215 A amostra foi constituída por participantes da primeira fase do programa VIGICARDIO, em 211, que foram classificados com distúrbios hiperglicêmicos Os indivíduos foram avaliados em 3 etapas: entrevista, exames laboratoriais e exame de fundo de olho Os participantes foram estratificados em três grupos: pré-diabetes, diabetes há menos de 4 anos e diabetes há pelo menos 4 anos Verificou-se associação entre a retinopatia e sua gravidade com os estratos descritos e fatores de risco cardiovascular Resultados: Participaram do estudo 272 pessoas O diabetes estava presente em 49,3% da amostra, sendo que 19,9% tornaram-se diabéticos há menos de 4 anos A retinopatia foi identificada em 61 (22,4%) pessoas, dentre eles 4 (1,5%) de retinopatia diabética não proliferativa severa e 2 (,7%) de retinopatia diabética proliferativa A presença de retinopatia nos diferentes estratos foi: 8,%, 11,1% e 55,% em pré-diabetes, diabetes há menos de 4 anos e diabetes há pelo menos 4 anos, respectivamente O descontrole glicêmico, caracterizado pela alteração da hemoglobina glicada, e a hipertensão arterial apresentaram associação com a alteração da retina Conclusão: A retinopatia está associada ao maior tempo de diabetes, porém, as alterações na retina estão presentes, também, nas fases iniciais e até antes dos indivíduos serem classificados como diabéticos Portanto, o sistema de saúde deve estar preparado para detectar os indivíduos com possíveis alterações da glicemia, de forma precoce, e buscar o controle dessa glicemia, evitando complicações vasculares como a retinopatia, que devem ser investigadas e tratadas a fim de evitar casos de cegueira
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    Estratégias utilizadas por gestores de municípios de pequeno porte para garantia de acesso aos usuários do SUS a serviços de média complexidade
    Silva, Camila Ribeiro; Carvalho, Brígida Gimenez [Orientador]; Silva, Regina Lúcia Dalla Torre; Cordoni Junior, Luiz
    Resumo: A organização do sistema de saúde de saúde no Brasil sofreu modificações ao longo dos anos, abrangendo todos os cidadãos a partir da Constituição Federal de 1988 A descentralização do Sistema a nível municipal foi baseada nos princípios de universalidade, equidade e integralidade da atenção à saúde As ações e procedimentos se dispuseram nos blocos de Atenção Básica (AB) e o de Média e Alta Complexidade (MAC) A municipalização do Sistema, tendo a Atenção Básica como modelo de atenção não foi acompanhada de investimentos proporcionais na organização dos demais níveis de atenção e nem na articulação entre eles O contexto do financiamento em saúde demonstra grande peso sobre os municípios, que acabam financiando ações e serviços em saúde além da AB, sobretudo nos municípios de pequeno porte (MPP), que em sua maioria não conseguem arrecadar o suficiente para arcar com os procedimentos da AB, nem com os de MAC, para os quais acabam por ter que garantir acesso aos usuários Os municípios pequenos ficam na dependência de serviços localizados em municípios maiores e faz com que seus gestores tenham que articular diversas estratégias para a garantia de acesso aos serviços de MAC O Sistema de saúde brasileiro encontra-se fragmentado e essa fragmentação fica mais evidente em municípios de pequeno porte O estudo objetivou analisar as estratégias dos municípios de pequeno porte para a garantia de acesso a serviços de média complexidade, por meio da metodologia de estudo de caso único, com várias unidades de análise O caso estudado foi o da 18ª Regional de Saúde do Estado do Paraná, tendo seus 18 municípios de pequeno porte como unidade de análise A população de estudo foi composta pelos gestores e os responsáveis pela regulação de consultas especializadas de cada município e também a Diretora Administrativa do CISNOP (Consórcio Intermunicipal de Saúde do Estado do Paraná) As especialidades com maior dificuldade de acesso são: Vascular, Proctologia, Geriatria, Endocrinologia, Ortopedia, Neuro-pediatria, Urologia, Reumatologia, Oftalmologia e Otorrinolaringologia Os municípios foram categorizados em alta, média e baixa dependência do Consórcio, conforme o sucesso de suas estratégias para a garantia de acesso a consultas especializadas As estratégias levantadas foram organizadas em três categorias: sem custo adicional do município; com custo adicional para o município e com custo para o usuário e vão desde compra de serviços diretamente de prestador particular, a terceirização de serviços e também compra de consultas especializadas de outras regionais A situação da fragmentação do sistema, no que diz respeito à garantia de acesso a serviços especializados não tem perspectiva de solução a médio prazo, assim, ficando o sucesso para a garantia de acesso aos serviços de média complexidade aos usuários, dependendo da capacidade de gestão e governança dos secretários municipais de saúde
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    Acidentes de trabalho com material biológico em equipe de enfermagem de Unidades de Pronto Atendimento : ocorrência, subnotificação e medidas preventivas
    Domingos, Cinthia Marina do Nascimento; Andrade, Selma Maffei de [Orientador]; Durán González, Alberto; Nunes, Elisabete de Fátima Pólo de Almeida; Sêcco, Iara A. de Oliveira; González, Alberto Durán [Coorientador]
    Resumo: Os riscos ambientais a que o trabalhador de saúde se expõe são diversos, tais como: riscos químicos, físicos, ergonômicos e biológicos O risco biológico é um dos que mais contribuem para a insalubridade Após acidente com material biológico, o trabalhador pode desenvolver várias doenças, como aids e hepatites B (HBV) e C Esta pesquisa objetivou analisar a ocorrência de acidentes com material biológico e sua notificação entre membros da equipe de enfermagem de Unidades de Pronto Atendimento da rede pública de Londrina, Paraná Trata-se de um estudo transversal Os dados foram coletados entre abril e junho de 213 por meio de um formulário com questões relacionadas às características sociodemográficas, do trabalho e do acidente com material biológico Para o processamento e tabulação dos dados foram utilizados os programas Excel, Epi Info versão 354 e Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) versão 19 Foram entrevistados 224 trabalhadores Em relação ao esquema vacinal contra hepatite B, 1,3% (n=3) responderam que não eram vacinados e 1,8% (n=4) declararam ter tomado somente uma ou duas doses A realização do exame Anti-Hbs, que avalia a imunidade contra HBV, foi referida por 149 (67,4%) dos entrevistados A prevalência de acidentes com material biológico nos últimos 12 meses foi de 9,4% (n=21) Os procedimentos invasivos (retirada de acesso venoso, manipulação de instrumentais cirúrgicos, medicação intramuscular e subcutânea e HGT) foram os mais referidos como procedimento executado durante o acidente pelos entrevistados (61,9%), seguidos pelo descarte de materiais (19%) Acidentes percutâneos causados por agulhas de injeção e cateteres periféricos/centrais foram os mais frequentes (76,1%) A prevalência de subnotificação de acidente de trabalho com material biológico entre a equipe de enfermagem foi de 9,5% Os resultados fornecem informações importantes para a implementação de ações preventivas, como revisão dos processos de trabalho, vigilância em relação à imunização contra hepatite B e capacitação sobre normas de biossegurança
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    Condutas alimentares e fatores associados em professores da Rede Estadual de Ensino de Londrina-PR
    Dias, Ana Luísa; Mesas, Arthur Eumann [Orientador]; Souza, Regina Kazue Tanno de; Gigante, Denise Petrucci; González, Alberto Durán [Coorientador]
    Resumo: A profissão docente é reconhecida por sua importância na formação da sociedade, porém vem sofrendo grande desvalorização, caracterizando-se como profissão de ritmo acelerado e estressante e, em alguns casos, de pluriemprego, resultando em menos tempo para questões relacionadas à saúde como alimentação, atividade física, sono e lazer Nesse contexto, evitar certas condutas alimentares não recomendadas e adotar outras condutas tidas como recomendadas pode ser difícil tarefa no cotidiano de professores Vista a importância social e escassez de trabalhos que estudem as características do perfil das condutas alimentares adotadas por essa população, objetivou-se caracterizar as condutas alimentares de professores de Escolas Estaduais de Londrina, Paraná, e os fatores associados Realizou-se estudo transversal com todos os professores atuantes nas 2 escolas estaduais com maior número de professores de Londrina Informações foram coletadas por meio de entrevista individual que incluiu questões sobre alimentação, atividade física, hábitos de vida, aspectos sociodemográficos e condições de trabalho Os dados foram analisados de forma descritiva e as associações estudadas mediante regressão logística multinomial não ajustada para estimação das odds ratio Foram incluídos 978 professores, com 68,5% do sexo feminino e média de idade (± desvio padrão) de 41,5 ± 1 anos, variando de 19 a 68 anos Quatro em cada dez professores atuavam em dois vínculos empregatícios, a média de carga horária semanal total de trabalho foi de 37 horas e 54 minutos, e a maior parte (42,%) atuava de 4 a 49 horas semanais Em relação às condutas alimentares, verificou-se que grande parte dos professores adotava condutas não recomendadas com média frequência, variando de 4,6% (comer assistindo televisão ou em frente ao computador) a 58,% (comer salgadinhos ou doces entre as refeições principais) Quanto às condutas alimentares recomendadas, uma considerável parcela dos entrevistados as adotava com alta frequência (sempre ou diariamente), variando de 44,9% (consumir frutas) a 6,% (retirar a pele da carne de frango) Com relação aos fatores associados, observou-se que, de maneira geral, professores com até 5 anos de idade e que referiram consumo de álcool apresentaram menor chance de adotar condutas alimentares recomendadas e maior chance de seguir condutas não recomendadas quando comparado com professores com idade acima de 5 anos e com os que não consumiam álcool, respectivamente Concluiu-se que professores da Rede Estadual que atuam na educação básica referiram adotar com maiores frequências condutas alimentares que influenciem positivamente em sua saúde Além disso, características sociodemográficas e de estilo de vida parecem ser fatores mais importantes para compreender o comportamento alimentar desses professores que as condições de trabalho
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    Prevalência de obesidade e fatores associados em adultos de 40 anos e mais : estudo de base populacional
    Siqueira, Daniele Gonzales Bronzatti; Souza, Regina Kazue Tanno de [Orientador]; Souza, Rejane Dias das Neves; Mesas, Arthur Eumann
    Resumo: Introdução: O excesso de peso, especialmente a obesidade, é um problema de saúde pública, pelo aumento crescente da prevalência na população e sua associação com outros agravos como as doenças cardiovasculares e metabólicas que diminuem a qualidade e a expectativa de vida das pessoas Certas características relacionadas ao estilo de vida e às condições sociodemográficas relacionam-se ao ganho excessivo de peso em todas as fases do curso de vida Objetivos: Verificar a prevalência de excesso de peso global e abdominal e os fatores associados à obesidade abdominal (OA) em adultos a partir de 4 anos de idade Métodos: Estudo transversal de base populacional parte de um projeto mais abrangente (VIGICARDIO), realizado no município de Cambé (PR), com indivíduos de 4 anos ou mais de idade, residentes em todos os setores censitários urbanos O peso (kg), a altura (m) e a circunferência da cintura - CC (cm) foram aferidos no momento da entrevista no domicílio O excesso de peso global foi definido pelo índice de massa corporal (IMC) = 25 kg/m² e a obesidade global (OG) como IMC =3 kg/m² O excesso de peso abdominal foi definido como CC =8 cm para mulheres e CC = 94 cm para homens e a OA definida como CC =88 cm para mulheres e CC =12 cm para homens Na análise dos fatores associados o desfecho foi a obesidade abdominal A análise foi realizada para cada sexo, por meio da regressão de Poisson hierarquizada baseada em modelo teórico conceitual, com seleção de variáveis distais (sociodemográficas), intermediárias (hábitos de vida) e proximais (condições de saúde) Resultados: A prevalência de excesso de peso global na população foi de 68,3%, sendo 3,% de OG Para o excesso de peso abdominal observou-se prevalência de 73,3% sendo 49,7% de OA Maiores prevalências de excesso de peso, tanto global quanto abdominal, foram observadas nas mulheres e a de OA foi mais que o dobro da verificada entre os homens (RP = 2,29 – IC 95% 1,98-2,65) A prevalência de OA aumentou com a idade para ambos os sexos As variáveis que permaneceram associadas à OA, após ajuste, foram a inatividade física no lazer, idade e hipertensão arterial em ambos os sexos Classe econômica, tabagismo e diabetes associaram-se à OA apenas entre as mulheres Conclusão: As altas prevalências de excesso de peso global e abdominal para ambos os sexos, mais elevadas entre as mulheres, assim como a presença de alguns fatores associados distintos entre os sexos, evidenciam a necessidade de ações diferenciadas de enfrentamento Reitera-se a importância do acompanhamento do estado nutricional na rotina do serviço de saúde por meio de avaliação das medidas antropométricas, contribuindo para a identificação precoce e suspeição de outros agravos, o que permite ao profissional de saúde intervir adequadamente