01 - Doutorado - Ciências Biológicas

URI Permanente para esta coleção

Navegar

Submissões Recentes

Agora exibindo 1 - 20 de 55
  • Item
    Samambaias e licófitas em remanescentes de Mata Atlântica no sul do Brasil
    Lehn, Carlos Rodrigo; Bianchini, Edmilson [Orientador]; Bueno, Marcelo Lenadro; Vieira, Ana Odete Santos; Ribeiro, José Eduardo Lahoz da Silva; Torezan, José Marcelo Domingues
    Resumo: A representividade e os aspectos estruturais das assembleias de samambaias e licófitas associadas a ambientes marginais do domínio atlântico, permanecem pouco conhecidos Apesar dos avanços nos estudos envolvendo as samambaias e licófitas encontradas no domínio atlântico, ao longo desse processo, algumas regiões permaneceram subamostradas, como é o caso da Floresta Estacional Semidecidual Dessa forma, o presente estudo tem como objetivos contribuir para o conhecimento das samambaias e licófitas a remanescentes de Mata Atlântica no sul do Brasil, considerando três aspectos principais: florística das espécies, estrutura fitossociológica e efeitos da fragmentação sobre as assembleias Este estudo foi realizado em 11 remanscentes de Floresta Estacional Semidecidual no sul do Brasil O estudo florístico contemplou amostragens realizadas em trilhas e caminhos pré-existentes em cada uma das áreas Para o estudo fitossociológico, foram implantas em cada área 2 parcelas tendo como objetivo verificar se a diversidade de Shannon possui relação com o tamanho do fragmento ou com a relação perímetro/área A análise do efeito de borda sobre as assembleias, contemplou a amostragem nos distintos ambientes e a medição de variáveis ambientais, como temperatura, umidade relativa do ar, umidade do solo, pH, inclinação do terreno, acúmulo de serrapilheira, competição com espécies de outros grupos e a abertura do dossel no inverno e no verão Foram encontradas 92 espécies, das quais quatro representam as licófitas Pteridaceae e Polypodiaceae e o gênero Asplenium apresentaram as maiores riquezas A diversidade de Shannon variou entre 1,32 e 2,91 indnats-1 Foi verificada diferença significativa entre a borda e interior dos fragmentos considerando a riqueza (P<,5) e a composição de espécies (P<,1), havendo ainda perda de diversidade funcional na faixa de borda promovida pelo processo de fragmentação florestal (P=,5) A diversidade funcional não está relacionada com o tamanho do fragmento (r2=,12, P=,453), possivelmente devido à redundância funcional apresentada pelas espécies amostradas As características apresentadas pelas assembleias estudadas permitem considerar que a manutenção da riqueza e da diversidade das de samambaias e licófitas nas áreas de Floresta Estacional Semidecidual, depende diretamente da preservação de todos os remanescentes, em especial aqueles com tamanho superior a 4 hectares (apresentam maior riqueza e maior diversidade de Shannon) e que preferencialmente representem unidades de conservação de proteção integral
  • Item
    Integridade biótica e culicideofauna terrestre no norte do Paraná
    Espinoza, Andréia Avian; Zequi, João Antonio Cyrino [Orientador]; Julio, Carlos Eduardo de Alvarenga; Lopes, José; Orsi, Mário Luis; Silva, Mário Antônio Navarro da
    Resumo: A diversidade biológica resulta de eventos históricos e ecológicos, locais e regionais, sendo reduzida pela desestabilização do sistema ecológico devido a ação antrópica O objetivo geral deste trabalho foi estudar a composição da culicidiofauna (aquática e terrestre), de áreas urbana, periurbana e natural no norte do Paraná relacionando-a com a entomofauna aquática associada, para um diagnóstico ambiental e avaliação do estado de integridade das áreas estudadas Foram estudadas 13 áreas com diferentes níveis de cobertura vegetal, distribuídas em três tipos de ambientes que diferem pela proximidade com as fontes poluidoras características dos núcleos urbanos: ambiente urbano, periurbano e natural Nestas 13 áreas, foram demarcados 4 pontos (réplicas) de amostragem Os trabalhos foram divididos em duas etapas, organizadas e descritas nos dois capítulos que compõem esta tese Na primeira etapa, avaliou-se, através de diagnóstico ambiental, o grau de integridade em cursos d’água localizados nas 13 áreas de estudo, com base na composição da entomofauna aquática Foi utilizada metodologia de coleta com Rede D e aplicado, em cada área, um Protocolo de Avaliação Rápida que se baseia nas características do hábitat e de conservação da vegetação marginal; também foram registradas as variáveis físico-químicas da água Através da composição da entomofauna, foi possível calcular o ìndice biótico BMWP (Biological Monitoring Working Party System), para classificar a qualidade das águas, e os atributos ecológicos que descrevem a qualidade da matéria orgânica e as relações tróficas, baseando-se nos grupos funcionais de alimentação Foram coletados um total de 1719 insetos, distribuídos em 26 famílias Observou-se que áreas com maior cobertura vegetal e distantes dos núcleos urbanos possuem maior diversidade, riqueza, características físico-químicas da água satisfatórias e, consequentemente, melhores condições de conservação do ambiente, da qualidade da água e das relações tróficas Quanto maior a exposição de um local às atividades antrópicas (desmatamento, alterações no cursos das águas, despejo de esgoto, entre outros) mais pobre, homogênea e desestruturada se torna a comunidade, piorando a qualidade das águas Foi realizado um levantamento da entomofauna terrestre, com ênfase na culicideofauna adulta, com o objetivo de analisar a composição destas comunidades nas 13 áreas de estudo Para captura dos insetos utilizou-se Aspirador de Nasci e armadilha luminosa do tipo CDC Foram capturados um total 3475 insetos, dos quais 58 pertenciam à família Culicidae (Diptera) A culicideofauna foi mais diversa nas áreas de mata que possuiam alguma proximidade com as fontes de poluição de origem antrópica, e que não necessariamente tiveram os melhores desempenhos no diagnóstico ambiental Tais áreas estavam colonizadas por espécies características de ambientes silvestres e espécies que tem algum valor epidemiológico, cuja ocorrência está relacionada à presença humana Isso demonstra como a ação antrópica afeta mesmo as áreas supostamente protegidas por uma maior cobertura vegetal Áreas sem vegetação e que tiveram desempenho ruim quanto à sua integridade, mostraram prevalência de mosquitos com alto grau de sinantropia e vetores de patógenos que, frequentemente, causam perturbações aos seres humanos Estes resultados sugerem que a ação humana altera as comunidades (aquáticas e terrestres), com consequências que vão além do comprometimento na qualidade dos recursos hídricos e a integridade das áreas naturais, mas também oferecendo riscos à saúde pública por abrir possibilidades à organismos com larga capacidade adaptativa à ambientes antropizados
  • Item
    Ant-plant interactions mediated by extrafloral nectaries in the Brazilian Amazon : a network approach
    Miranda, Patrícia Nakayama; Ribeiro, José Eduardo Lahoz da Silva [Orientador]; Torezan, José Marcelo Domingues; Sofia, Silvia Helena; Faria, Aparecida Donisete de; Pasini, Amarildo; Dáttilo, Wesley [Coorientador]
    Resumo: Algumas espécies de formigas se alimentam de néctar produzido por determinadas espécies de plantas em glândulas conhecidas como nectários extraflorais (NEFs) Ao forragearem nestas glândulas, as formigas acabam protegendo a planta contra ataques herbívoros Esta interação tem sido bastante estudada, e nos últimos anos tem aumentado o número de trabalhos que utilizam uma abordagem de redes de interações para avaliar esta associação em nível de comunidade O objetivo deste trabalho foi estudar as interações formiga-planta mediadas por NEFs em uma abordagem de rede O trabalho foi realizado no Estado do Acre, Amazônia brasileira, mais especificamente em 1 fragmentos florestais cujos tamanhos variaram entre aproximadamente 5 e 3 ha A partir das amostragens realizadas, foi possível a elaboração de quatro capítulos, os quais abordam diferentes fatores que influenciam na estrutura destas redes, tais como morfologia dos NEFs, categoria de matrizes de dados (binário ou ponderados), sazonalidade das chuvas e modificação do hábitat (isto é, fragmentação florestal) No primeiro capítulo, utilizando-se de imagens de microscopia eletrônica de varredura, foi realizada a descrição morfológica dos NEFs de 68 espécies de plantas As famílias mais representativas foram Fabaceae, Bignoniaceae e Malpighiaceae Os NEFs denominados elevados foram os mais frequentes, seguidos dos morfotipos achatados, sem forma, côncavos, ocos e transformados Esta maior representatividade dos NEFs do tipo elevado evidencia a importância do sistema de defesa de formigas contra a herbivoria nas florestas da Amazônia brasileira, pois estas glândulas são as que produzem maior volume de néctar, sendo consequentemente bastante visitadas por formigas No segundo capítulo, a estrutura destas redes de interações formiga-planta foi avaliada a partir de diferentes categorias de dados (presença e ausência da interação, frequência de interação e abundância de formigas) O uso de diferentes categorias de dados resultou em diferenças estruturais significativas destas redes de interações, no que diz respeito a descritores de rede como generalidade, vulnerabilidade, aninhamento e modularidade Estes resultados destacam a necessidade de se expandir a discussão sobre categorias de dados em estudos de interação ecológica a fim de se evitar inferências inapropriadas No terceiro capítulo, foram detectadas diferenças significativas da estrutura destas redes de interações formiga-planta (isto é, número de interações, diversidade de interações e aninhamento) entre estação de chuvas intensas e de seca Estes resultados indicam que a sazonalidade das chuvas na Amazônia é um fator determinante na organização estrutural destas redes, sendo essencial se considerar a dinâmica sazonal destas glândulas em estudos similares, a fim de se garantir que a maior parte das possibilidades de interação entre formigas e plantas para uma dada localidade esteja presente nas redes Finalmente, os resultados do quarto capítulo indicam que a estrutura das redes formigaplanta é relativamente estável à fragmentação florestal O único descritor de rede afetado foi o aninhamento Especificamente, foi observado que o aninhamento diminuiu com o aumento da irregularidade da borda A relativa estabilidade estrutural das redes estudadas está possivelmente relacionada à constância das espécies de formigas nos núcleos centrais de espécies altamente interativas Em suma, os resultados observados indicam que a abordagem de redes é uma ferramenta adequada para o estudo das interações formiga-planta mediadas por NEFs em nível de comunidade, e alertam para alguns cuidados relacionados à definição da categoria de dados a ser usada e ao período amostral apropriado, considerando a dinâmica sazonal destas glândulas
  • Item
    Ecologia trófica em riachos de montanha da Mata Atlântica
    Bernardino, Débora Fernandes Silva; Bennemann, Sirlei Terezinha [Orientador]; Birindelli, José Luís Olivan [Coorientador]
    Resumo: Fazer inferências e estabelecer comparações sobre a alimentação de peixes de riachos tropicais é algo difícil, devido à lacuna de conhecimentos sobre a disponibilidade de recursos alimentares e à insuficiente caracterização dos ambientes estudados (o tipo de riacho e seu estado de conservação são raramente mencionados) Neste contexto, o presente trabalho tem como foco o estudo da ecologia trófica em riachos de montanha da Mata Atlântica Três riachos em uma mesma região foram amostrados: riacho Varanal, o referência, e os riachos João Pinheiro e Preto, com graus de interferências antrópicas Para conhecer quais os alimentos utilizados e sua importância relativa, os recursos alimentares consumidos foram analisados qualitativa e quantitativamente, bem como a proporção por origem dos alimentos e como as alterações ambientais influenciam na utilização destes recursos (Capítulo 1) Além disso, foram analisados os tratos digestórios de alguns organismos coletados no ambiente e consumidos pelos peixes a fim de se estabelecer uma teia trófica para o trecho médio do riacho referência (Capítulo 2) Por fim, no capítulo 3, a espécie Trichomycterus davisi foi selecionada, por ser única na nascente do riacho Varanal e dominante nos demais trechos, para verificar as relações entre sua dieta e a disponibilidade de alimento Os dois capítulos iniciais fazem parte de um estudo mais amplo sobre Ecologia de riachos de montanha da Mata Atlântica Os resultados revelaram uma alta variedade de organismos consumida pelos peixes, mas poucos foram destacados em valores de ocorrência e dominância, acima de 1%, e os insetos aquáticos se destacaram entre os principais Nos trechos dos riachos impactados houve diminuição do consumo de insetos e houve aumento na utilização de detrito pelos peixes, assim como aumento de alimentos de origem mista No riacho referência o item Chironomidae, de maior abundância, foi utilizado pela metade da população, enquanto nos riachos impactados esse mesmo item foi utilizado por quase toda população Foi constatado que no riacho íntegro os peixes aproveitam a maioria dos recursos alimentares disponíveis, maximizando a tomada de alimentos Nestes tipos de ambiente, a vegetação ripária preservada fornece a matéria orgânica de origem alóctone, que é utilizada pelos macroinvertebrados e, de forma indireta, pelos peixes, e constitui a base da cadeia de detritos em riachos de montanha
  • Item
    Fenologia reprodutiva em áreas de restauração ativa e passiva de floresta estacional semidecidual
    Toscan, Maria Angélica Gonçalves; Torezan, José Marcelo Domingues [Orientador]; Milani, Jaçanan Eloisa de Freitas; Garcia, Leticia Couto; Bianchini, Edmilson; Ribeiro, José Eduardo Lahoz da Silva; Temponi, Lívia Godinho [Coorientadora]
    Resumo: A fenologia da floração e da frutificação pode informar sobre a reprodução das espécies vegetais e a disponibilidade de recursos para a fauna em ambientes naturais ou em restauração, permitindo inferir aspectos da dinâmica e da sustentabilidade desses ecossistemas O presente trabalho teve como objetivo (I) comparar a fenologia reprodutiva (floração e frutificação) de espécies arbóreas em áreas de restauração passiva de Floresta Estacional Semidecidual de Mata Atlântica (duas florestas secundárias; estágio avançado (FS1) e intermediário (FS2) de sucessão) e áreas de restauração ativa (reflorestamentos de duas idades, inicial 13 anos (SR1) e avançado 37 anos (SR2)), usando como referência um fragmento de floresta madura (FM), localizado no oeste do estado do Paraná, Brasil; e (II) comparar a disponibilidade de espécies e indivíduos em frutificação de espécies arbóreas zoocóricas para a comunidade frugívora entre as mesmas áreas A fenologia da floração (botão e antese) e da frutificação (frutos imaturos e maduros) de 124 espécies (8 zoocóricas) foi analisada mensalmente por 24 meses, quanto à similaridade florística das espécies com a floresta de referência, à riqueza de espécies em cada fenofase, à sazonalidade das fenofases, às relações da floração e da frutificação com as variáveis meteorológicas e à disponibilidade de espécies zoocóricas em frutificação para a fauna associada As espécies amostradas na restauração passiva apresentaram maior similaridade florística com a floresta de referência que a restauração ativa A riqueza de espécies encontradas nas áreas de restauração em cada fenofase e ao longo do ano foi inferior em relação à área de referência, esta com a maior riqueza, seguida de FS1 e SR2, de FS2 e de SR1 A floração foi sazonal, com maior concentração na primavera (setembro a dezembro) A sazonalidade na frutificação foi ausente, pois esta tende a ser mais distribuída ao longo do ano O comprimento do dia foi a variável que mais influenciou a floração e a frutificação As áreas com maior disponibilidade de espécies zoocóricas e distribuídos de forma mais constante ao longo do ano foram FM, FS1 e SR2, onde não houve sazonalidade na frutificação das espécies zoocóricas Em SR2, foram amostradas espécies não nativas, o que gerou alteração na fenologia reprodutiva, sendo que com todas as espécies amostradas, SR2 não apresentou sazonalidade para todas as zoocóricas, porém passou a ser sazonal com o expurgo das exóticas FS2 e SR1, apresentaram sazonalidade na frutificação das zoocóricas, destas FS2 apresentou grande porcentagem de suas espécies florescendo e frutificando, e SR1 apresentou os menores valores e a menor disponibilidade de recursos florais e de frutos Apesar das diferenças entre as áreas estudadas, todos os sítios de restauração são importantes fontes de recursos em uma matriz composta por atividades agropecuárias
  • Item
    Dados de landmark : uma nova luz na filogenia de Pseudopimelodidae (Teleostei: Siluriformes)
    Jarduli, Lucas Ribeiro; Shibatta, Oscar Akio [Orientador]; Birindelli, José Luís Olivan; Catalano, Santiago Andres; Martins, Fernanda de Oliveira; Souza-Shibatta, Lenice; Jerep, Fernando Camargo [Coorientador]
    Resumo: A sistemática de Pseudopimelodidae, Fernández-Yépez & Antón, 1966 passou por análises e revisões acerca de sua posição filogenética e também de seus agrupamentos internos até o reconhecimento do monofiletismo e nível taxonômico atual As filogenias produzidas até o momento para Pseudopimelodidae são baseadas em caracteres morfológicos e moleculares Com o avanço de novas técnicas para o uso da morfometria geométrica em sistemática, implementações no programa TNT permitiram incorporar dados quantitativos diretamente em análises cladísticas Isso possibilita traduzir os dados obtidos da morfometria geométrica em caracteres filogenéticos capazes de refletir homologias na forma das espécies Afim de encontrar caracteres morfométricos para a família Pseudopimelodidae testamos o LAUP (Análise de Landmark sob Parcimônia) que estabelece estados ancestrais para um caráter que muda em duas ou três dimensões, escolhendo para cada ponto ancestral as posições que minimizam o deslocamento de um marco ao longo de todos os landmarks ancestrais/descendentes Assim, as posições semelhantes de landmark em diferentes táxons podem ser explicadas por ancestralidade comum A análise foi baseada em dados de morfologia externa, utilizando quatorze caracteres discretos e três configurações que representam diferentes estruturas Trinta e oito marcos biologicamente homólogos foram selecionados para cada espécie Foram testados diferentes alinhamentos e seus efeitos na melhoria da pontuação na árvore e das configurações de landmarks Nossos dados mostram que a filogenia de Pseudopimelodidae baseada somente em configurações de landmark da morfologia externa não são informativas quando tratadas de forma independente, mas fornecem informações relevantes quando combinadas com dados discretos Com base na morfologia externa, mostramos que os caracteres de morfometria geométrica podem ser adicionados em análises filogenéticas e fornecem evidências que somadas a outras fontes de caracteres trazem uma nova luz na filogenia de Pseudopimelodidade, como a compreensão da evolução morfológica da família Esta foi a primeira hipótese filogenética produzida usando LAUP na sistemática de peixes de água doce neotropicais Além deste estudo, descrevemos uma nova espécie de Microglanis, publicada recentemente na revista Ichthyological Exploration of Freshwaters, Volume 27, Número 3, páginas 193-22 (Apêndice 4) Microglanis nigrolineatus, é descrita de riachos da bacia do rio Bermejo, Argentina e se distingue de congêneres por possuir um padrão único de coloração: uma linha escura fina que se estende longitudinalmente através do meio do corpo e região dorsal da cabeça uniformemente escura sem áreas claras na região da nuca Apesar dos estudos realizados por diversos autores, à medida que novas espécies vão sendo descobertas e novos táxons vão sendo adicionados à família, novas análises de relações filogenéticas são necessárias para compreender melhor a posição da família com relação as mais próximas, além das relações entre seus gêneros e espécies Nesse sentido, os caracteres extraídos com esse novo método foram úteis para melhor compreensão da evolução morfológica dos Pseudopimedodidae
  • Item
    Revisão taxonômica e filogenia do gênero Anostomoides Pellegrin, 1909 (Characiformes) com base em caracteres morfológicos e descrição de um novo gênero de Anostomidae
    Assega, Fernando Massayuki; Birindelli, José Luís Olivan [Orientador]; Moreira, Cristiano Luis Rangel; Silva, Gabriel de Souza da Costa e; Garavello, Júlio Cesar; Shibatta, Oscar Akio
    Resumo: O conhecimento sobre sistemática é essencial para os estudos das demais áreas da Biologia Nesse sentido, os maiores grupos de peixes de água doce, os Siluriformes, Characiformes, Cyprinodontiformes e Gymnotiformes tem sido foco de grandes projetos de pesquisa do Brasil e no mundo A família Anostomidae (Characiformes) é composta por 15 gêneros e 147 espécies conhecidas popularmente como piaus e aracús O gênero Anostomoides (Anostomidae) possui três espécies nominais: A atrianalis, A laticeps e A passionis, sendo a primeira descrita para o rio Orinoco (Venezuela), a segunda para o rio Essequibo (Guiana), e a última para o médio rio Xingu No entanto, Steindachner (1876) descreveu Leporinus nattereri, uma espécie pouco documentada até o momento, com corpo alto e boca supraterminal, semelhante a A passionais As informações disponíveis sobre Anostomoides e suas espécies são insuficientes para diagnosticar as espécies e, portanto, para verificar a validade e distribuição geográfica das mesmas Desse modo, o presente estudo teve como objetivo: realizar uma revisão taxonômica de Anostomoides, reavaliando todas as espécies nominais e suas distribuições geográficas; e testar a monofilia do gênero por meio de uma filogenia com base em caracteres morfológicos e moleculares Para isso, dados merísticos, morfométricos e moleculares de exemplares depositados em coleções científicas foram obtidos e analisados A revisão taxonômica não encontrou um caracter morfológico exclusivo para definir o gênero Anostomoides No entanto, demonstrou que A laticeps é sinônimo Junior de A atrianalis, enquanto que A passionis é sinônimo Junior de Leporinus nattereri, sendo o último nome então transferido para Anostomoides formando a nova combinação: Anostomoides nattereri Posteriormente, uma análise filogenética foi realizada Para isso, uma matriz de caracteres morfológicos foi obtida na literatura, e os caracteres foram codificados para exemplares das duas espécies de Anostomoides A matriz final foi utilizada numa análise de parcimônia Paralelamente, dados moleculares de cinco genes foram obtidos no GenBank Adicionalmente, exemplares das duas espécies de Anostomoides foram obtidos e os tecidos sequenciados, e as sequências incluídas na matriz de caracteres moleculares Esses dados foram então usados para uma análise de Máxima Verossimilhança Ambas as análises demonstraram que Anostomoides, conforme anteriormente definido, é um gênero polifilético Desta forma, um novo gênero, possivelmente grupo irmão de todos os anostomídeos (ou de todos, exceto Leporellus) é descrito detalhadamente e comparado aos demais gêneros de Anostomidae Os principais caracteres que suportam as hipóteses de relacionamento do gênero novo são discutidos
  • Item
    Ecologia de riachos de montanha da Mata Atlântica
    Silva, João Fernando Marques da; Bennemann, Sirlei Terezinha [Orientador]; Teixeira, Gustavo Monteiro; Magnoni, Ana Paula Vidotto; Casatti, Lilian; Suárez, Yzel Rondon; Jerep, Fernando Camargo [Coorientador]
    Resumo: A ecologia de comunidades busca entender a relação espécie-ambiente e como fatores ambientais de diferentes escalas moldam os processos da biodiversidade Este entendimento é essencial para a aplicação de estratégias efetivas de conservação Os riachos abrigam uma grande parcela da diversidade neotropical e, apesar do aumento de interesse no estudo dos riachos brasileiros, o conhecimento gerado não acompanha a crescente degradação a que estes ambientes estão sujeitos, como o desmatamento e construção de barragens hidrelétricas Devido a necessidade de gerar conhecimento relevante para estes ambientes impactados, esta tese teve por objetivo avaliar o impacto causado por modificações antrópicas nas assembleias de macroinvertebrados e de peixes de riachos de montanha brasileiros, bem como verificar a importância de variáveis locais, de bacia, espaciais e sazonais na estruturação da ictiofauna Nos capítulos 1, 2 e 3, parte de um amplo programa de pesquisa sobre riachos de montanha da Mata Atlântica, a estrutura do habitat e das assembleias de peixes e macroinvertebrados de um riacho pristino foram comparadas com dois riachos que apresentam diferentes impactos ambientais Mais oito riachos foram investigados para alcançar o segundo objetivo, que resultou na elaboração de dois capítulos No capítulo 4 foi discutido o estado de ameaça de uma espécie endêmica e no capítulo 5 foi verificada a influência de variáveis de múltiplas escalas na ictiofauna A comparação entre riachos integro e impactados revelou que as assembleias respondem de maneiras distintas às condições ambientais e, dentre as variáveis de múltiplas escalas, as locais foram mais relevantes na estruturação da ictiofauna
  • Item
    Efeitos dos contaminantes emergentes cafeína e triclosan em teleósteo Neotropical
    Santos-Silva, Thais Graciano; Martinez, Cláudia Bueno dos Reis [Orientador]; Assis, Helena Cristina da Silva de; Souza, Marta Marques de; Rocha, Juliana Delatim Simonato; Santos, Dayana Moscardi dos
    Resumo: Contaminantes emergentes são compostos frequentemente encontrados em baixas concentrações nos ecossistemas aquáticos e que podem ocasionar danos à biota local, mas que ainda não possuem leis que regularizem seu descarte nesses ambientes Produtos farmacêuticos e de higiene pessoal merecem destaque nesta categoria de contaminantes, uma vez que são substâncias de uso diário relacionadas à saúde e bem-estar da espécie humana Diante disso, o objetivo deste trabalho foi avaliar os efeitos de dois contaminantes emergentes, cafeína e triclosan, para o peixe Neotropical Prochilodus lineatus, por meio de biomarcadores bioquímicos, genéticos, fisiológicos, hematológicos e comportamentais, após 24 e 168 h de exposição Para isso, peixes jovens foram colocados em aquários contendo água limpa (CTR), concentrações de cafeína de ,3; 3 e 3 µgL-1 (CAF ,3; CAF 3 e CAF 3), concentrações de triclosan de ,1; 1 e 1 µgL-1 (TCS ,1; TCS 1 e TCS 1) ou metanol (solvente do triclosan) Dos resultados obtidos pode-se destacar que a cafeína aumentou a atividade de enzimas de biotransformação no fígado e diminui no cérebro após 168 h, porém isto não se refletiu num estado de estresse oxidativo A cafeína também promoveu alterações nas concentrações plasmáticas de alguns íons e redução na atividade branquial de ezimas de transporte iônico, tanto em 24 h quanto em 168 h O comportamento na natação de P lineatus também foi afetado pela cafeína, porém esta interferência parece não estar relacionada com a atividade da acetilcolinesterase muscular Por sua vez, o triclosan foi mais tóxico para P lineatus ocasionando a morte de alguns indivíduos e promovendo danos oxidativos no fígado dos peixes expostos à maior concentração (TCS1) durante 168 h Em conjunto, esses resultados mostram que a exposição ao triclosan causa danos mais severos no fígado enquanto a cafeína atua mais nas brânquias e no sistema nervoso, influenciando o comportamento de P lineatus Além disso, cabe ressaltar que tanto a cafeína como o triclosan precisam ser incluídos na legislação ambiental, uma vez que a presença destes contaminantes em corpos de água promovem alterações significativas na homeostase de uma espécie de peixe Neotropical
  • Item
    Influência da urbanização sobre assembleias de peixes de riachos no sul do Brasil
    Claro García, Alexander; Shibatta, Oscar Akio [Orientador]; Martinez, Cláudia Bueno dos Reis; Magnoni, Ana Paula Vidotto; Oliveira, Edson Fontes de; Cetra, Mauricio
    Resumo: A história da humanidade revela uma forte relação de suas civilizações com os ambientes aquáticos, uma vez que essas áreas oferecem recursos importantes para sua manutenção No entanto, a relação tem sido desastrosa, principalmente nas ultimas décadas, decorrente do crescimento demográfico, industrialização e ocupação desordenada do solo Neste estudo avaliaram-se os efeitos da urbanização sobre as assembleias de peixes de riachos, com relação à sua composição, diversidade funcional e alimentação Para isso, foram elaborados três capítulos a partir da amostragem da ictiofauna em riachos preservados e influenciados pela urbanização na bacia do rio Tibagi, Estado de Paraná, Brasil Capitulo 1: Foram comparadas assembleias de peixes presentes em riachos conservados e riachos que sofrem influência da urbanização, a partir da premissa que atividades humanas que afetam a qualidade da água e a estrutura física dos ambientes aquáticos podem atuar como um filtro ambiental para a seleção de determinadas espécies ou traços funcionais Foram encontradas evidências de alterações tanto na estrutura taxonômica como funcional das assembléias de peixes nos riachos influenciados pela urbanização Capitulo 2: A dieta de Astyanax paranae e Trichomycterus davisi foi investigada para entender a influência e resposta das espécies à urbanização Foi observado que a flexibilidade no comportamento é uma resposta importante para adaptação e ajuste ao processo de urbanização Capitulo 3: Foi investigada a estrutura e distribuição das assembleias de peixes de riachos nas porções média e baixa da bacia do rio Tibagi Foram observadas fortes ameaças influenciadas por atividade humanas como urbanização, indústria, agricultura e a construção de hidrelétricas O processo acelerado de urbanização causa mudanças nas condições ambientais, tornando-se uma ameaça evidente à biodiversidade, afetando a estrutura trófica, a composição de espécies, e o funcionamento dos ecossistema, devido à perda de traços funcionais
  • Item
    Respostas da vegetação a diferentes frequências e intensidades de incêndios no sudeste da Bacia Amazônica
    Cury, Roberta Thays dos Santos; Torezan, José Marcelo Domingues [Orientador]; Marimon, Beatriz Schwantes; Vieira, Simone Aparecida; Rodrigues, Efraim; Oliveira, Halley Caixeta de; Brando, Paulo Monteiro [Coorientador]
    Resumo: O desmatamento, a fragmentação florestal e as mudanças no clima têm chamado a atenção pelos seus efeitos na intensificação das secas e nos regimes de incêndios nas florestas tropicais, alterando a diversidade nos fragmentos remanescentes Este estudo traz informações sobre algumas das respostas da vegetação a diferentes frequências e intensidades de incêndios no sudeste da Bacia Amazônica No capítulo 1, analisamos o efeito da variação de combustível (serapilheira) na mortalidade de indivíduos lenhosos, nos danos, na área queimada e na regeneração pós-fogo Observamos que o aumento de 5% no combustível elevou a mortalidade espécies de lenhosas em 14% (indivíduos entre 1-5 cm de DAP), os danos em 21% (indivíduos = 5 cm DAP) e a área queimada em 33% No capítulo 2, investigamos os efeitos de incêndios anuais (repetidos seis vezes; tratamento B6) e trienais (repetidos três vezes; tratamento B3) na diversidade de espécies regenerantes em comparação com o controle, não queimado (B) A riqueza de espécies florestais da Amazônia, florestais coocorrentes no Bioma de Cerrado, espécies de hábito arbóreo-arbustivo e lianas foi reduzida na mesma proporção em ambos os tratamentos Pyrostegia venusta foi a liana mais abundante em ambos os tratamentos, com ~42% dos indivíduos Myrcia multiflora e Mabea fistulifera foram as arbóreas mais abundantes em B3 Todas as espécies arbóreas tardias na sucessão foram excluídas de B6 O número de espécies foi menor em B6 devido à redução do rebrotamento Em contrapartida, o potencial de invasão da gramínea Aristida longifolia foi aumentado em B6 No capítulo 3, discutimos como os incêndios anuais e trienais alteram as fontes de sementes, plântulas e rebrotas; como estes são afetados pela borda florestal, e se as plântulas e as rebrotas persistem nos primeiros anos após os incêndios Houve redução na chuva de sementes (-36%) e no banco de sementes (-56%) em B3 em comparação com B6 As sementes também foram reduzidas nas bordas As plântulas foram afetadas em ambos os tratamentos (2,4% de recrutamento no controle, contra ,6% em B3 e ,7 em B6) e ao longo da borda As rebrotas aumentaram no primeiro ano pós-fogo, principalmente em B3 (+5,5 rebrotas), mas declinaram nos anos subsequentes Concluímos que deve haver maior investimento público no combate aos incêndios na floresta de transição Amazônia-Cerrado, a qual não está adaptada a incêndios recorrentes e intensos, uma vez que as principais vias de regeneração são negativamente afetadas
  • Item
    Diversidade funcional de aves na Mata Atlântica
    Bochio, Gabriela Menezes; Anjos, Luiz dos [Orientador]; Duarte, Leandro da Silva; Piratelli, Augusto João; Jerep, Fernando Camargo; Torezan, José Marcelo Domingues
    Resumo: A importância da diversidade de espécies para o funcionamento dos ecossistemas tem emergido como uma questão chave na ecologia já que as espécies não são iguais em suas características funcionais As medidas tradicionais de diversidade, que consideram apenas o número de espécies e suas abundâncias têm se mostrado estimativas pouco preditivas da estrutura e do funcionamento de uma comunidade Em contrapartida as abordagens sob uma perspectiva funcional tem atraído um maior interesse dos ecólogos, pois melhor representam a relação entre as funções dos organismos e as condições ambientais refletindo os aspectos da organização e da estrutura das comunidades biológicas A Mata Atlântica está distribuída por diferentes condições climáticas e topográficas, com diferentes altitudes, apresentando uma considerável variedade de fisionomias florestais Na porção sul do Brasil, a Mata Atlântica é marcada pela ocorrência de três tipos de floresta: a floresta ombrófila densa, a floresta ombrófila mista e a floresta estacional semidecidual Este bioma apresenta níveis alarmantes de perda e fragmentação de habitats Estimativas mostram que restam por volta de 11% da sua cobertura original distribuídas em fragmentos florestais de tamanho reduzido onde muitos deles se encontram isolados uns dos outros A descrição da biodiversidade de aves na Mata Atlântica vem sendo realizada a partir de descritores clássicos como a riqueza e a diversidade taxonômica No entanto, os padrões de diversidade funcional das comunidades de aves ainda não foram avaliados ao longo desses diferentes tipos florestais Desta forma, o primeiro capítulo deste trabalho teve como finalidade de investigar as comunidades de aves que habitam a Mata Atlântica no sul do Brasil As paisagens fragmentadas e suas comunidades de aves vêm sendo investigadas há muitos anos nos diferentes tipos de ecossistemas florestais no estado do Paraná, principalmente no ecossistema da floresta estacional semidecidual Por outro lado, o conhecimento sobre o impacto da fragmentação na funcionalidade do ecossistema nessas paisagens fragmentadas é ainda superficial, o que limita ações mais efetivas para a conservação Devido a isso o segundo capítulo teve como objetivo investigar as comunidades de aves numa paisagem fragmentada sob a perspectiva funcional Por outro lado, o conhecimento sobre o impacto da fragmentação na funcionalidade do ecossistema nessas paisagens fragmentadas é ainda superficial, o que limita ações mais efetivas para a conservação Este trabalho amplia os conhecimentos sobre o papel das aves na funcionalidade dos ecossistemas da Mata Atlântica
  • Item
    Estudo demográfico de espécies arbóreas de diferentes grupos ecológicos em um fragmento de floresta estacional semidecidual do sul do Brasil
    Bovolenta, Yves Rafael; Pimenta, José Antonio [Orientador]; Portela, Rita de Cássia Quitete; Bianchini, Edmilson; Ribeiro, José Eduardo Lahoz da Silva; Silva, Weliton José da
    Resumo: Estudos populacionais permitem entender a história de vida das espécies e sua estabilidade no espaço e tempo A compreensão da dinâmica populacional requer a quantificação das taxas vitais básicas (crescimento, sobrevivência, decrescimento e fecundidade) e os conhecimentos adquiridos podem ser aplicados à conservação, prevendo trajetórias da população e para entender processos de regulação dos sistemas naturais, principalmente em habitats modificados pelo homem Nesse sentido, o objetivo foi avaliar a demografia de dez espécies arbóreas em um fragmento protegido e em regeneração Foi investigado (1) se duas populações ameaçadas de extinção e alvos de exploração no passado (Euterpe edulis Mart e Aspidosperma polyneuron MüllArg) apresentaram crescimento populacional em uma área protegida; e (2) se oito populações arbóreas de diferentes grupos ecológicos apresentaram estratégias demográficas distintas em um habitat em regeneração Aspidosperma polyneuron apresentou declínio populacional, devido principalmente a lenta transição para tamanhos maiores, demorando a repor os adultos removidos na exploração Euterpe edulis apresentou aumento populacional, devido principalmente ao crescimento rápido dos indivíduos jovens e fecundidade A maioria das populações não exploradas, independentemente das características ecológicas, apresentou estabilidade populacional, porém, as estratégias demográficas que levaram à estabilidade foram diferentes para cada uma delas A sobrevivência foi o parâmetro demográfico que mais contribuiu para o valor da taxa finita de crescimento populacional, seja positiva ou negativamente Os resultados reforçam a importância de áreas protegidas na manutenção de espécies e indicaram grande diversidade de estratégias demográficas, sendo que cada espécie tem uma combinação única de crescimento, sobrevivência e fecundidade, com consequências para a regeneração, coexistência e manutenção da diversidade de espécies em habitats modificados
  • Item
    Filogeografia de Microglanis cottoides (Boulenger, 1891) (Siluriformes: Pseudopimelodidae)
    Souza-Shibatta, Lenice; Sofia, Silvia Helena [Orientador]; Dias, Ana Lúcia; Birindelli, José Luís Olivan; Oliveira, Cláudio; Ribeiro, Alexandre Cunha; Shibatta, Oscar Akio [Coorientador]
    Resumo: Microglanis cottoides é amplamente distribuída em bacias hidrográficas ao longo da costa Atlântica brasileira que estão isoladas entre si, bem como das grandes drenagens do interior, pelas montanhas escarpadas da margem oriental do escudo cristalino brasileiro, conferindo a esta espécie qualidades apropriadas para estudos filogeográficos Além disso, existe a hipótese de ocorrência de espécies crípticas e sinônimos em M cottoides, tornando o estudo desta espécie de grande importância para a sistemática e o entendimento da evolução deste grupo de peixes Identificação e descrição de espécies, tradicionalmente, são feitas com base em caracteres morfológicos, mas na atualidade ferramentas moleculares têm sido utilizadas, em conjunto com a morfologia, para o estudo da diversidade biológica A proposta deste trabalho foi (1) testar as relações filogenéticas entre diferentes populações de M cottoides e (2) analisar a estrutura genética, demografia histórica e padrões temporais de divergência nas populações de M cottoides, ao longo de sua área de distribuição, além da relação filogenética entre seus congêneres As relações filogenéticas e filogeográficas, a estrutura genética e a demografia histórica foram analisadas utilizando uma combinação de marcadores morfológicos e moleculares (microssatélites e DNAmt-COI) A alta divergência genética encontrada entre os indivíduos da bacia do rio Uruguai e demais bacias costeiras sugere que a espécie designada como M cottoides para a bacia do rio Uruguai, seja uma espécie nova de Microglanis que se enquadra no critério de espécie críptica Por outro lado, as populações de M cibelae apresentaram baixas divergências genéticas entre M cottoides das demais bacias costeiras, o que é compatível para indivíduos de uma mesma espécie Assim, M cottoides, como atualmente diagnosticado, forma um grupo não monofilético, pois inclui uma espécie morfológica e geneticamente distinta da bacia do rio Uruguai e exclui uma espécie morfológica e geneticamente similar das bacias dos rios Tramandaí e Mampituba (M cibelae) Para as análises filogeográficas, a distribuição de M cottoides restringiu-se às drenagens costeiras, considerando as populações das bacias dos rios Tramandaí e Mampituba, previamente identificadas como M cibelae, como pertencentes a esta espécie Os níveis de variação genética observados em M cottoides estão dentro do esperado quando comparados com outras espécies de Siluriformes e os loci investigados mostraram um alto nível de polimorfismo De forma geral, a diversidade genética encontrada nas populações de M cottoides foi alta e semelhante ao que geralmente é encontrada em populações de peixes selvagens No entanto, observou-se forte estruturação genética principalmente entre as amostras de Paranaguá, Guaratuba e Itapocu e menor estruturação entre Araranguá e Mampituba, e entre Tramandaí e Patos, indicando maior possibilidade de fluxo gênico entre essas populações e, consequentemente, maior similaridade entre elas Contudo, considerando a distância geográfica e principalmente o isolamento das bacias costeiras que, provavelmente, ocorreu entre 6 a 1 anos antes do presente, a similaridade entre as populações sugere fluxos gênicos históricos, refletindo um período em que as bacias estavam conectadas Paleocanais fluviais presentes na plataforma continental podem indicar que estas drenagens tinham comunicação com outras drenagens de bacias próximas, permitindo a ampla distribuição de M cottoides em drenagens que hoje estão isoladas Entretanto, nota-se que as divergências genéticas entre os indivíduos das bacias costeiras aumentam com a distância, e observa-se que entre o sul de Santa Catarina e o norte do Rio Grande do Sul há uma quebra filogeográfica de cerca de 1,9 Ma, causando a divisão das populações de M cottoides em dois filogrupos As análises filogeográficas e filogenéticas demonstraram que as espécies litorâneas, M parahybae e M cottoides, são filogeneticamente mais relacionadas e divergiram-se há aproximadamente 5 Ma Já M garavelloi da bacia do Alto Paraná e Microglanis sp da bacia do rio Uruguai divergiram dessas espécies do litoral há pelo menos 8 Ma, coincidindo com a época de diversificação da maior parte da ictiofauna Neotropical, que ocorreu entre 3 e 1 Ma Portanto, tudo indica que a história filogeográfica de M cottoides envolveu eventos vicariantes de origem tectônica como a formação das drenagens costeiras a partir de episódios orogenéticos e, mais recentemente, por eventos climáticos pleistocênicos que isolaram várias populações Porém, em períodos de glaciação, quando as drenagens voltam a se encontrar, as populações de M cottoides possivelmente trocam informações genéticas e por isso mantêm sua unidade específica
  • Item
    Megathyrsus maximus (capim-colonião) no contexto da restauração ecológica
    Dias, Jézili; Torezan, José Marcelo Domingues [Orientador]; Pivello, Vânia Regina; Bianchini, Edmilson; Oliveira, Halley Caixeta de; Melo, Antônio Carlos Galvão de
    Resumo: A gramínea exótica invasora Megathyrsus maximus (Jacq) B K Simon & S W L Jacobs (capim-colonião) pode causar problemas para a regeneração natural nos primeiros anos de restauração florestal e em muitos casos, pode persistir nestas áreas por vários anos Entender como a presença desta gramínea está relacionada com o desenvolvimento dos reflorestamentos é importante para o manejo destas áreas Os objetivos deste trabalho foram avaliar: (i) os sítios de restauração florestal, relacionando a biomassa e a abundância de M maximus com a idade do reflorestamento, densidade de árvores, cobertura de dossel e a fertilidade do solo; (ii) os efeitos de espécies invasoras (M maximus e outras espécies ruderais), sobre a regeneração de espécies arbóreas nativas em áreas de restauração florestal; (iii) o crescimento de M maximus e duas espécies nativas (Heliocarpus popayanensis Kunth e Poecilanthe parviflora Benth), em diferentes níveis de sombreamento (3%, 5%, 8% e 9%), condições de solo (controle, calagem e calagem + fosfato) e situações hídricas (capacidade de campo e estresse hídrico) em experimentação em casa de vegetação Como resultados: (i) a biomassa e a densidade da gramínea nos reflorestamentos não apresentaram correlação com as variáveis analisadas, com exceção da biomassa da gramínea com a concentração de magnésio no solo; (ii) as espécies ruderais em geral não apresentaram efeitos negativos sobre a regeneração das espécies arbóreas nativas Entretanto, há maior riqueza e abundância destas na ausência de M maximus, que esteve relacionado negativamente com a regeneração das espécies pioneiras; (iii) o crescimento da gramínea foi maior nos vasos em menor sombreamento e solos onde houve a calagem + fosfato, nestas mesmas condições houve mortalidade de 4% em H popayanensis Já P parviflora não teve mortes e manteve o crescimento independente dos tratamentos e do crescimento da gramínea Megathyrsus maximus permaneceu em áreas de restauração florestal mesmo sob maior sombreamento e esteve relacionado com a fertilidade do solo, ao mesmo tempo em que interferiu negativamente sobre a regeneração florestal No entanto, o crescimento de espécies nativas em presença de M maximus pode ser diferente em resposta às variações ambientais, a exemplo de H popayanensis e P parviflora Diante destes resultados, deve-se evitar a fertilização do solo nas ações de restauração florestal, pois pode favorecer o crescimento e a permanência de M maximus Ainda, visto seu efeito negativo sobre as regenerantes nativas e a um possível risco de incêndios nestas áreas, são indicados o controle da gramínea e o enriquecimento com plantas nativas que possam manter o crescimento nas condições apresentadas, como P parviflora
  • Item
    Qualidade da água em oito Bacias Hidrográficas no oeste do estado do Paraná, Brasil
    Valle, Luiz Gustavo Eckhardt; Torezan, José Marcelo Domingues [Orientador]; Birindelli, José Luís Olivan; Silva, Weliton José da; Taniwaki, Ricardo Hideo; Santino, Marcela Bianchessi da Cunha; Bittencourt, Ana Tereza Guimarães [Coorientadora]
    Resumo: A qualidade da água é afetada por uma combinação de fatores naturais e antropogênicos, que atingem direta e indiretamente uma bacia hidrográfica No oeste do estado do Paraná, os fatores antropogênicos, como a remoção da vegetação e a intensificação da atividade agrícola, tornam estas bacias mais vulneráveis em relação à qualidade da água Desta forma este trabalho verificou se a cobertura vegetal afeta a qualidade da água de em oito bacias hidrográficas de rios de 2ª e 3ª ordem pertencentes à sub-bacia do Baixo Iguaçu, em pelo menos uma variável num rol de nove (temperatura, oxigênio dissolvido, pH, condutividade, turbidez, sólidos totais, amônia, nitrito e ortofosfato), tomando como base rios de classe II na resolução Conama no 357/25 e suas alterações verificando a aplicabilidade deste aparato legal sob a ótica de variáveis independentes a saber: cobertura vegetal, NDVI e declividade Para o primeiro capítulo uma análise de agrupamento (UPGMA) foi realizada para 9 variáveis de qualidade da água e os resultados obtidos foram confrontados com os valores de referência legislativo A legislação acusou que todas as variáveis em todas as bacias estavam em conformidade com a legislação, no entanto, a análise de agrupamento apontou diversas situações entre as bacias e entre as estações, no período estudado Desta maneira, a análise baseada apenas na comparação direta dos dados com os valores de referência oficiais pode não refletir a real situação das bacias, uma vez que os padrões previstos em lei são bastante generalistas No segundo capítulo foi testado o efeito da área total de floresta, NDVI e declividade das bacias sobre a qualidade da água, por meio de uma análise de componentes principais (PCA) seguida do teste de Tukey-HSD e validada por uma análise de variância fator duplo As cargas fatoriais das três primeiras dimensões da PCA foram submetidas a modelos lineares generalizados de efeitos mistos em função da área de floresta estimada, NDVI, declividade e estações de coleta definidas como de menor (<14 mm) e maior (>14 mm) precipitação média, e então os melhores modelos ajustados foram vetorizados e espacializados A declividade surgiu como efeito fixo para todas as dimensões analisadas da PCA, com contribuição da cobertura florestal, que isoladamente não foi fator chave para manutenção da qualidade da água As bacias mostraram-se influenciadas por diversas variáveis, em um cenário heterogêneo As variáveis indicadoras de qualidade da água devem ser analisadas de maneira conjunta com as variáveis independentes de paisagem para uma caracterização mais precisa e robusta das bacias, de maneira a subsidiar a gestão e parametrização da qualidade da água de forma regionalizada
  • Item
    Características da invasão de peixes não nativos na Bacia do Rio Paranapanema, Ecorregião do Alto Paraná, Brasil
    Garcia, Diego Azevedo Zoccal; Orsi, Mário Luis [Orientador]; Magalhães, André Lincoln Barroso de; Agostinho, Ângelo Antônio; Oliveira, Edson Fontes de; Jarduli, Lucas Ribeiro
    Resumo: Detectar os vetores e os impactos de espécies não nativas é necessário para prevenir novas introduções Além disso, estudar as condições em que tais espécies se estabelecem são importantes para conhecer o processo de invasão e propor ações de manejo Portanto, nesta tese são apresentados três capítulos, e com eles objetivou-se: (i) investigar os peixes não nativos no rio Paranapanema (capítulo 1); (ii) descrever a composição da dieta, a guilda trófica e a amplitude de nicho trófico (capítulo 2); (iii) avaliar traços reprodutivos (capítulo 3) de peixes não nativos em lagoas (habitat lêntico) e rios livres de barragens (habitat lótico) O rio Paranapanema é um dos maiores afluentes e um dos mais invadidos por peixes do alto rio Paraná (sudeste/sul do Brasil) O Paranapanema percorre 93 km para o oeste com 11 usinas hidrelétricas em seu leito Os locais de estudo foram selecionados para representar habitats lênticos e lóticos As lagoas possuem conexão direta com o canal principal do rio e estão localizadas no reservatório de Rosana Os rios Pirapozinho e Anhumas fluem diretamente para os reservatórios de Rosana e Taquaruçu, respectivamente Os peixes foram capturados sazonalmente de agosto de 214 a março de 216, com o uso de rede de arrasto (6, m2, ,5 cm de malha) e peneira (,4 m2, ,5 cm de malha) Além disso, 14 redes de espera (2 a 14 cm de malha entre nós opostos, com 1 m2 de rede por local) foram dispostas ao anoitecer e removidas ao amanhecer Os peixes foram anestesiados por imersão em solução com óleo de cravo Após, os peixes foram fixados com formalina 1% tamponada com carbonado de cálcio Em laboratório, os peixes foram identificados e transferidos para etanol 7% No capítulo 1 estão apresentados dados de 47 espécies de peixes não nativos, das quais 24 vieram do baixo rio Paraná após a construção da barragem de Itaipu Estocagem, aquicultura e pesca também contribuíram com novas introduções As espécies pertenceram principalmente à Cichlidae e Characidae; e a maioria é originária de outras ecorregiões da América do Sul No capítulo 2 foi demonstrado que peixes invasores tem a capacidade de explorar diferentes recursos alimentares e aumentar o nicho trófico de acordo com o tipo de habitat Por fim, no capítulo 3 concluiu-se que as espécies podem variar seu esforço reprodutivo de acordo com o habitat O cuidado parental apresentado por Serrasalmus marginatus e Loricariichthys platymetopon, e a fertilização interna por Auchenipterus osteomystax e Trachelyopterus galeatus parecem ter sido características importantes para o sucesso na invasão
  • Item
    Mistura de metais essenciais (Zn, Mn, Fe) em concentrações ambientalmente relevantes : bioacumulação e efeitos em bivalve e teleósteo neotropicais
    Oliveira, Luciana Fernandes de; Martinez, Cláudia Bueno dos Reis [Orientador]; Rocha, Juliana Delatim Simonato; Meletti, Paulo César; Souza, Marta Marques de; Pereira, Camilo Dias Seabra
    Resumo: Pouco se conhece sobre a toxicidade de misturas metálicas em organismos aquáticos biomonitores, apesar dos efeitos isolados destes contaminantes ter sido amplamente investigados nas últimas décadas No ambiente aquático e em efluentes líquidos diversos os contaminantes ocorrem combinados e, portanto, as interações desses elementos e consequentes efeitos nos organismos devem ser esclarecidos A mineração de carvão é uma atividade que exemplifica essa problemática, pois seus resíduos contêm diversos metais componentes de rochas associadas ao carvão Com isso, o presente estudo se preocupou em investigar os efeitos de misturas metálicas em duas espécies Neotropicais, um bivalve Anodontites trapesialis e um teleósteo Prochilodus lineatus, utilizando diferentes abordagens experimentais Foi realizado um teste in situ de 96 horas com a espécie de bivalve em área de influência de mineração de carvão e testes em laboratório, também de 96 horas, nos quais os bivalves e os peixes foram expostos aos metais Zn, Mn e Fe, isolados ou em misturas, já que estes foram os metais considerados mais relevantes no teste realizado em campo Nos testes, foi investigada a bioacumulação de metais em diferentes tecidos dos animais e foram considerados biomarcadores de estresse oxidativo, osmorregulação e danos no DNA A atividade da acetilcolinesterase, concentração de glicogênio e variação da expressão de proteínas pela intensidade de spots em gel de eletroforese de duas dimensões também foram considerados nos testes em laboratório com bivalves Entre os dois modelos biológicos estudados não é possível apontar aquele mais sensível aos efeitos dos metais, já que tanto peixes quanto bivalves apresentaram alterações nos endpoints avaliados, principalmente após exposição as concentrações mais altas testadas dos metais isolados (5 mg L-1 de Zn ou Mn) Quando em mistura, houve uma tendência de aumento de bioacumulação dos metais, tanto em bivalves quanto em peixes, demonstrando que as misturas testadas podem afetar a toxicocinética dos metais Considerando-se a ocorrência de danos oxidativos e no DNA, percebe-se que o Mn é mais tóxico em comparação ao Zn e Fe para ambas as espécies, porém mesmo para esse metal os efeitos são mais evidentes após exposição à concentração mais elevada de 5 mg L-1 Em bivalves e peixes, o Zn promove o aumento de metalotioneínas e tióis não proteicos, mostrando que as concentrações testadas deste metal promoveram respostas que protegem os animais contra a ação tóxica do Zn No teste em laboratório com A trapesialis, sugeriu-se que o Mn promove supressão metabólica, devido a uma série de alterações observadas nos endpoints analisados, esse comportamento também parece ter ocorrido após exposição in situ Os biomarcadores relacionados à osmorregulação também sofreram alterações após exposição aos metais, tanto isolados como em mistura, porém não necessariamente causaram hipocalcemia, como esperado, já que o Mn promoveu aumento de Ca2+ tanto na hemolinfa dos bivalves, como no plasma dos peixes Quando em mistura, os biomarcadores também se alteram, porém é difícil apontar os tipos de interações que estão ocorrendo ou atribuí-las a um metal Com isso, conclui-se que o estudo dos efeitos de misturas metálicas deve considerar as diversas variáveis atuantes, como o comportamento e defesas dos animais, bem como a particularidade de cada metal que compõe a mistura, concentrações e proporção testadas entre os metais componentes
  • Item
    Distribuição e ocupação de espécies de aves em diferentes tipos de bordas antrópicas e borda natural de rio em habitats florestais
    Lindsey, Barbara Rocha Arakaki; Anjos, Luiz dos [Orientador]; Birindelli, José Luís Olivan; Jerep, Fernando Camargo; Cândido Junior, José Flávio; Mormul, Roger Paulo
    Resumo: Os impactos da fragmentação são provenientes das mudanças que ocorrem na área de habitat, na criação de limites de habitat e suas bordas associadas e na distribuição de fragmentos florestais isolados por uma matriz hostil Em paisagens fragmentadas, a perda de habitat e o consequente aumento do efeito de borda, além da matriz que rodeia os fragmentos de habitat remanescentes podem ocasionar mudanças na composição das comunidades florestais O objetivo da tese foi analisar a distribuição e ocupação de espécies de aves em diferentes tipos de bordas antrópicas e borda natural de rio em habitats florestais No primeiro capítulo foram avaliadas as diferenças das comunidades de aves de borda natural de rio e interior florestal, além de se verificar se as espécies do habitat borda de rio são as que mais persistem em fragmentos florestais após o desmatamento de uma floresta contínua Os resultados sugerem que há diferença significativa entre a composição das comunidades e ocupação de algumas espécies entre os dois habitats As espécies associadas ao habitat borda de rio foram consideradas menos sensíveis à fragmentação florestal Neste estudo demonstrou-se que espécies de borda de rio de áreas contínuas de floresta formam uma parte significativa das comunidades de aves que persistem em fragmentos florestais pequenos, com intenso efeito de bordas Espécies que ocupam as áreas mais afastadas da vegetação de rio em uma floresta contínua são aquelas mais sensíveis à fragmentação florestal No segundo capítulo, o objetivo foi verificar qual tipo de matriz, dentre pastagem, cana-de-açúcar e área em regeneração, é mais amigável como zona de amortecimento adjacente a um grande bloco de floresta contínua Foram analisadas diferenças na abundância, composição e ocupação de espécies de aves entre diferentes tipos de borda e foi investigado se as diferentes bordas selecionam certas características funcionais das espécies em termos de atributos de dieta e massa corpórea Os resultados mostraram que os diferentes habitats adjacentes a diferentes matrizes possuem comunidades de aves distintas e que a matriz regeneração é o habitat mais amigável e que melhor funcionaria como zona de amortecimento Com base nos modelos de ocupação, uma única espécie apresentou uma maior probabilidade de ocupação no interior; porém, somente cinco espécies puderam ser analisadas Os atributos de dieta “Vertebrados” e de “Massa corpórea” foram selecionados pelo habitat interior e o atributo de dieta “Fruto” foi selecionado pelo habitat pastagem Se a floresta remanescente continuar sendo convertida em áreas de pastagem e agricultura, muito provavelmente grande parte da avifauna regional perderá completamente seu habitat Os impactos dos diferentes tipos de bordas antrópicas sobre as espécies de aves têm uma conseqüência nos processos ecológicos da paisagem estudada, como a dispersão de sementes, o que pode afetar não só a Rebio das Perobas, mas também os fragmentos florestais próximos a ela
  • Item
    Ecologia populacional de Ilex paraguariensis A.St.-Hil. (Aquifoliaceae) no Parque Estadual das Araucárias, SC
    Prado, Geisa Percio do; Bianchini, Edmilson [Orientador]; Milani, Jaçanan Eloisa de Freitas; Faria, Aparecida Donisete de; Medri, Cristiano; Pimenta, José Antonio
    Resumo: Os conhecimentos adquiridos através de estudos populacionais podem ser aplicados à conservação da população prevendo sua trajetória, bem como podem auxiliar no entendimento de processos de regulação dos sistemas naturais Os estudos fenológicos contribuem para o entendimento da ecologia de espécies, contemplando a organização temporal e espacial dos recursos dentro das comunidades, buscando compreender e incorporar as fases de reprodução, crescimento e senescência, associada às condições ambientais e evolutivas Estudos de ecologia populacional de Ilex paraguariensis ASt-Hil são escassos, especialmente os que contemplam população de ocorrência natural Foram alocadas 1 parcelas de 1 m x 1 m mantidas e revisadas durante os anos de 213 à 217 no Parque Estadual das Araucárias, SC - PEAR, sul do Brasil Foi realizado acompanhamento fenológico vegetativo e reprodutivo e dinâmica populacional em Unidade de Conservação A tese tem por objetivo geral contribuir para o conhecimento da ecologia populacional de I paraguariensis, visando sua conservação O estudo foi dividido em dois capítulos, com os seguintes objetivos específicos: (i) avaliar a fenologia de I paraguariensis e testar as relações com variáveis climáticas Foram consideradas as seguintes hipóteses: (i) a fenologia vegetativa e reprodutiva de I paraguariensis difere entre os dois morfotipos; (ii) a sazonalidade interfere na ocorrência das fenofases vegetativa e reprodutiva de I paraguariensis (Capítulo 1); (i) investigar se a população está em expansão, (ii)analisar se há variações nas taxas vitais e se elas afetam o crescimento populacional As seguintes questões foram formuladas: (i) A população está em crescimento?; (ii) Qual taxa vital apresenta maior elasticidade?; (iii) Que diretrizes podem ser propostas para planos de manejo e conservação da espécie? (Capítulo 2) Pode-se afirmar que a população de I paraguariensis presente no PEAR apresenta crescimento populacional e embora possam ser observados dois morfotipos os resultados de fenologia são semelhantes