01 - Doutorado - Ciências Biológicas
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Item Monitoramento, diversidade e identificação molecular de fontes alimentares e arbovírus em mosquitos (Diptera:Culicidae) no Norte do Paraná, Brasil(2025-04-25) Novais, Vinícius Martins; Zequi, João Antonio Cyrino; Silva, Mario Antonio Navarro da; Roque, Rosemary Aparecida; Fernandes, Flavia Rodrigues; Golias, Halison CorreiaOs mosquitos estão inseridos dentro da família Culicidae Meigen, 1818. Eles possuem uma alta diversidade, possuindo aproximadamente 3.729 espécies distribuídas em 113 gêneros, sendo que este número vem se elevando devido a sua importância médica e veterinária. Dentre os gêneros que podemos destacar estão Aedes, Anopheles e Culex, sendo estes vetores de arbovírus e patógenos. Devido as atividades humanas, os ambientes tem formado criadouros naturais e artificiais, causando a proliferação destes mosquitos e consequentemente um aumento nos casos de arboviroses. O estudo teve como objetivos estudar a diversidade de Culicidae vinculada a integridade de ambiente em fundos de vale na zona urbana e na Universidade Estadual de Londrina (UEL), do município de Londrina-PR, bem como avaliar o repasto sanguíneo dos mosquitos para verificação de hospedeiros vertebrados e identificação de vírus. Este trabalho foi dividido em dois capítulos. No primeiro capítulo, foram realizadas coletas entre dezembro de 2022 a junho de 2023 em seis pontos de coletas, sendo fundos de vale. A coleta de mosquitos adultos nos fundos de vale foram realizadas cinco réplicas em cada área amostral, no período crepuscular, de modo que houvesse um intervalo de duas semanas entre as coletas em cada local. Foram coletados 107 espécimes de culicídeos adultos, pertencendo a quatro espécies e cinco morfoespécies. Destaca-se a presença de espécies importantes para a saúde pública como Aedes aegypti e Aedes albopictus. Fica nítido a importância do monitoramento de vetores em regiões de fundo de vale pois abrigam uma diversidade espécies sinantrópicas e silvestres que tem relação com a integridade do ambiente. No capítulo dois, as coletas foram realizadas na Universidade Estadual de Londrina entre os meses de abril de 2023 à dezembro de 2023. Os mosquitos foram coletados com auxílio do aspirador de Nasci, sendo realizadas as capturas apenas nos pontos com alto risco de infestação em cada mês. A análise do sangue de repasto sanguíneo foi realizada através de extração de DNA e posterior sequenciamento para identificação dos potenciais hospedeiros, e análises moleculares para detecção de RNA viral (DENV, ZIKV, CHIKV). Foram coletados 939 mosquitos adultos, sendo Culex quinquefasciatus (n=693) a espécie mais abundante, seguida por Aedes aegypti (n=222). A atividade das fêmeas de Aedes spp. foi mais intensa nos meses com temperaturas e precipitações elevadas, havendo forte correlação entre estas variáveis climáticas e os índices de densidade de ovos (IDO) e positividade de ovitrampas (IPO). Embora não tenha sido detectada a presença de arbovírus, o estudo evidencia a importância do monitoramento entomológico como ferramenta de vigilância e prevenção de surtos de arboviroses, especialmente em áreas com histórico de alta incidênciaItem Invasões biológicas na Bacia do Iguaçu: uma abordagem integrada dos impactos ecológicos, socioculturais e políticos(2025-07-25) Geller, Iago Vinicios; Orsi, Mário Luís; Azevedo, Robertson Fonseca de; Gubiani, Éder André; Magalhães, André Lincoln Barroso de; Jerep, Fernando Camargo; Vitule, Jean Ricardo SimõesA região Neotropical concentra aproximadamente um terço da diversidade mundial de peixes, esse patrimônio natural enfrenta uma crescente crise de extinção em massa, fortemente impulsionada por atividades antrópicas. Essa crise está diretamente relacionada à introdução e subsequente invasão de espécies não nativas. Apesar dos impactos negativos documentados nos âmbitos ecológico, social e político, essas espécies continuam sendo negligenciadas pelas políticas de conservação. Uma vez estabelecidas essas espécies são dificilmente erradicadas, as medidas preventivas, especialmente a detecção precoce e o monitoramento contínuo, configuram-se como as estratégias mais eficazes. A bacia do Iguaçu, no sul do Brasil, é reconhecida como um hotspot de biodiversidade ictiológica (?70% de endemismo), porém os esforços de conservação ainda são limitados, resultando em uma lacuna crítica de conhecimento. Na última década, aumentaram os registros da espécie não nativa Salminus brasiliensis (dourado) na região, cuja rápida expansão, potencializada pelas mudanças climáticas, pode desencadear impactos ambientais (como extinções), além de repercussões econômicas, socioculturais e políticas em diferentes áreas da bacia. Ainda se acredita que novas espécies não nativas podem se estabelecer e agravar a situação crítica. A compreensão das várias esferas (ecológica, social, cultura e política) é fundamental para subsidiar decisões estratégicas e mitigar os danos futuros. Diante desse cenário, torna-se imprescindível a realização de uma avaliação abrangente. O objetivo geral desta tese foi desenvolver uma análise integrada da invasão de S. brasiliensis na bacia do Iguaçu, considerando seus impactos ecológicos, socioculturais e políticos. A proposta visa preencher uma lacuna na conservação de espécies endêmicas neotropicais negligenciadas e enfrentar discursos de setores da sociedade que ainda defendem a permanência de espécies invasoras, além de evidenciar potenciais invasores para o Iguaçu. Diversas metodologias foram aplicadas conforme a especificidade de cada capítulo, incluindo protocolos de risco, ferramentas de modelagem, ciência cidadã, revisão bibliográfica e questionários semiestruturados. Os resultados evidenciaram a gravidade e a complexidade da invasão por S. brasiliensis, além do risco iminente de novas introduções. A ciência cidadã mostrou-se uma ferramenta eficaz tanto para o monitoramento quanto para o engajamento social. A análise sociopolítica revelou que, apesar de divergências pontuais, a maioria da população local reconhece os impactos negativos da espécie e apoia medidas de controle. A modelagem preditiva indicou ampla adequabilidade ambiental para S. brasiliensis e outras cinco espécies não nativas, destacando ainda a vulnerabilidade da bacia diante das mudanças climáticas e da falta de fiscalização efetiva. Conclui-se que a articulação entre ciência, gestão ambiental e participação social é essencial para mitigar impactos, prevenir novas introduções e promover a conservação de espécies endêmicas neotropicais cada vez mais ameaçadasItem A nova espécie Merostachys paranaensis Araujo & Bianchini e seus impactos sobre a vegetação lenhosa no Parque Estadual Mata São Francisco, sul do Brasil(2020-09-14) Araújo, Carla Gomes de; Bianchini, Edmilson; Pimenta, José Antonio; Medri, Cristiano; Suganuma, Marcio Seiji; Rondina, Artur Berbel LirioEspécies nativas podem apresentar alto potencial de proliferação e causar danos na comunidade que estão inseridas. Várias espécies de bambus lenhosos são consideradas espécies invasoras nativas, sendo Merostachys Spreng., um dos gêneros com representantes encontrados em fragmentos de Mata Atlântica, que podem tornar-se dominante. Esse estudo descreve uma nova espécie de Merostachys (Bambusoideae: Arthrostylidiinae) que ocorre no Parque Estadual Mata São Francisco (PEMSF), uma unidade de conservação de floresta estacional semidecidual no norte do Paraná, e avalia a conservação de três áreas com e sem a presença de bambu analisando a composição florística e a estrutura da comunidade arbórea. A área A foi alocada em local em estádio avançado de sucessão, com a presença de exemplares adultos de Aspidosperma polyneuron (peroba rosa) e a ausência de dominância de M. paranaensis. A área B representa um local em estádio intermediário de conservação, que sofreu extração seletiva de madeira (presença de base de troncos serrados de A. polyneuron), porém ainda com a presença de indivíduos adultos dessa espécie e a ausência de dominância de M. paranaensis. A área C foi alocada em local perturbado onde ocorreu extração seletiva de madeira, com ausência de indivíduos adultos de A. polyneuron e com a marcante presença de M. paranaensis. Em cada área foram demarcados dois lotes com 30 parcelas contíguas (100 m2) cada, totalizando 0,6 ha. Todos os indivíduos arbóreos presentes nas parcelas foram amostrados, identificados em nível específico quando possível. Foram mensurados a altura total (H, m) e diâmetro a altura do solo (DAS, cm). As espécies foram classificadas quanto a tolerância ou não à sombra. Para a descrição da nova espécie de bambu foi analisada a região mediana de vinte colmos retirados aleatoriamente do PEMSF. São apresentadas descrições e imagens que caracterizam a nova espécie, além de tabela com as diferenças de outras espécies de Merostachys já descritas no Brasil. Na comunidade arbórea foram amostrados 15.057 indivíduos, distribuídos em 54 espécies, 49 gêneros e 25 famílias. A área A apresentou maior riqueza de espécies (40) seguida pela área B (34) e C (32). As áreas com maior e menor abundância de indivíduos foram as áreas B e C, respectivamente, sendo que a área C também apresentou maior porcentagem de indivíduos intolerantes à sombra. Quanto à estrutura de altura e de DAS, todas as áreas apresentaram curva em J invertido, indicando que a comunidade apresenta maior concentração de indivíduos de menor tamanho em todas as áreas. As três áreas apresentaram baixa equitabilidade, tanto na análise da comunidade como um todo quando na análise apenas do componente regenerante (indivíduos com DAS = 5 cm). Ao analisar apenas o componente regenerante, a área A apresentou 16 espécies, seguida pela área C (15) e B (14). A área C apresentou menor índice de cobertura do dossel (83,9%). As áreas que sofreram abertura do dossel (extração seletiva de madeira, tempestades, fogo, etc.) foram ocupadas pelas touceiras de bambu, que possivelmente promoveram a redução da densidade de indivíduos arbóreos e do estabelecimento de espécies arbóreas próximas às touceiras, resultando na alteração da composição florística e da estrutura horizontal do componente arbóreo destas áreasItem Padrões de diversidade de hemosporídeos de aves no Brasil: riqueza, influência da paisagem ecológica, clima e suficiência de amostragem(2025-04-14) Bugatti, Ederson Pastor; Lima, Marcos Robalinho; Guaraldo, André de Camargo; Dias, Fernando Maia Silva; Shibatta, Lenice Souza; Martins, Leandro; Adelino, José Ricardo PiresEste estudo, inicialmente, analisou a influência da fragmentação de habitats e de fatores abióticos sobre a riqueza de hemosporídeos dos gêneros Plasmodium e Parahaemoproteus em aves silvestres brasileiras, considerando diferentes escalas espaciais e variáveis ambientais. Utilizando uma base de dados composta por mais de 11 mil amostras de aves, abrangendo 755 espécies distribuídas em 84 comunidades de diversos biomas, foram aplicados modelos lineares generalizados mistos para avaliar os efeitos da vegetação nativa, da densidade de borda, da riqueza de hospedeiros e de variáveis climáticas como temperatura máxima e precipitação no quartil mais quente. Os resultados indicaram que a riqueza de aves foi positivamente associada à riqueza de linhagens de ambos os parasitos, enquanto a precipitação no quartil mais quente apresentou relação negativa com a riqueza de Plasmodium. A cobertura vegetal e a densidade de borda não demonstraram efeito significativo. A escala espacial mais adequada para explicar a variação na riqueza diferiu entre os gêneros: 500 m para Plasmodium e 5.000 m para Parahaemoproteus, evidenciando respostas distintas às variáveis ambientais. Na segunda etapa do estudo, foi realizada uma avaliação da riqueza e da cobertura amostral de linhagens de hemosporídeos em biomas brasileiros. Observou-se que biomas como a Amazônia e a Mata Atlântica, caracterizados por alta heterogeneidade ambiental e maior esforço amostral, apresentaram maior diversidade parasitária estimada, enquanto biomas com menor diversidade de hospedeiros ou maior sazonalidade climática apresentaram menor riqueza observada e maior discrepância entre diversidade real e amostrada. Em conjunto, os resultados demonstram que a diversidade de hemosporídeos em aves brasileiras é influenciada por múltiplos fatores, incluindo a composição da comunidade hospedeira, condições climáticas e a escala de análise da paisagem, sendo necessária uma abordagem em várias escala e integrativa para compreender os padrões espaciais e ecológicos desses parasitosItem Metacomunidade de besouros (Coleoptera) em remanescentes florestais e áreas restauradas de Mata Atlântica em uma paisagem fragmentada(2025-02-13) Fonseca, Mailson Gabriel da; Julio, Carlos Eduardo de Alvarenga; Dias, Fernando Maia Silva; Ribeiro, José Eduardo Lahoz da Silva; Rincão, Matheus Pires; Hata, Fernando TeruhikoO monitoramento de ambientes em restauração bem como a análise de quais variáveis contribuem para a colonização de espécies, são fundamentais. Os besouros são um dos grupos mais diversos de animais, portanto, participam de vários processos ecossistêmicos como a polinização e a ciclagem de nutrientes, o que os tornam fundamentais no funcionamento dos ecossistemas, podendo ser utilizados no monitoramento de restaurações ecológicas. Com base nisso, foram desenvolvidos dois capítulos para verificar o potencial dos besouros como bioindicadores da qualidade de restaurações ecológicas e também quais variáveis são importantes para a riqueza dos besouros nas restaurações. Os besouros foram amostrados com armadilha de garrafa pet de cinco litros e foi utilizado como atrativo uma mistura de banana fermentada com caldo de cana. Os resultados do primeiro capítulo indicaram que a riqueza geral de besouros nos pontos da área restaurada é estatisticamente igual a riqueza dos fragmentos florestais remanescentes de referência. Entretanto, a composição de espécies que ocorrem nos pontos da restauração ecológica, difere da composição dos fragmentos florestais remanescentes, portanto, deve ser monitorada em trabalhos futuros. Além disso, houve ausência de espécies com abundância entre 15 e 45 indivíduos nas comunidades da restauração ecológica. Assim, a distribuição de abundância de espécies também podem ser utilizada no monitoramento. Análises individuais das famílias de Coleoptera, indicaram que a riqueza de Curculionidae além da composição em conjunto de Cerambycidae, Elateridae e Curculionidae, podem ser utilizadas para monitorar a trajetória de sucessão da restauração ecológica estudada. No segundo capítulo, foi observado que a riqueza de Coleoptera está correlacionada positivamente com a quantidade de habitat (remanescentes florestais distantes até 500 metros da região restaurada, além da área da própria restauração) além da cobertura do dossel. Por outro lado, a porcentagem de área agrícola, e a distância entre o maior remanescente florestal da paisagem e a restauração, tiveram um efeito negativo sobre a riqueza de besouros. A restauração é importante já que uma grande parcela das espécies que ocorrem nos fragmentos remanescentes, já estão presentes nas restaurações. Os resultados indicam que os besouros podem ser utilizados para o monitoramento da trajetória de sucessão do ambiente restaurado estudado. Também, foi observado que a maior efetividade da restauração ecológica ocorre em regiões restauradas próximas de regiões da paisagem com maior quantidade de habitat florestal remanescente. Além disso, demonstra a importância do aumento no tamanho das áreas restauradas bem como a melhora na sua qualidade estrutural para aumentar sua biodiversidade. Assim, o trabalho obteve informações importantes, que podem ser utilizadas em monitoramentos futuros, além de contribuir para o conhecimento de variáveis a se considerar em restaurações futuras.Item Diversidade e filogenia das espécies de Leporellus Lutken, 1875 (Characiformes: Anostomidae).(2023-09-06) Narezzi, Nick Tramontina; Birindelli, José Luís Olivan; Malaver, Jorge Luis Ramirez; Jerep, Fernando Camargo; Teixeira, Gustavo Monteiro; Martins, Fernanda de OliveiraEstima-se que o número de espécies de peixes dulcícolas da América do Sul seja cerca de 50% maior do que o conhecido atualmente. Por outro lado, ações humanas diretas, como o desmatamento, ou indiretas, como o aquecimento global, têm causado um acentuado declínio na Biodiversidade do planeta. Desta forma, esforços que visem aumentar o conhecimento sobre a diversidade de peixes neotropicais são urgentes. Entre as famílias de Characiformes, Anostomidae é a segunda mais diversa, com 16 gêneros e pouco mais de 150 espécies válidas. O gênero Leporellus possui uma posição filogenética de destaque para o conhecimento sobre a evolução das espécies da família, sendo considerado próximo à base de Anostomidae. Indivíduos de Leporellus foram coletados em todas as grandes drenagens Sul-Americanas, desde a Colômbia à Argentina. Apesar disso, a diversidade e filogenia das espécies do gênero são pouco conhecidas. O gênero abriga seis espécies nominais, mas não há nenhuma informação disponível que permita o reconhecimento e a identificação delas. Além disso, há dados preliminares e não publicados que indicam a presença de espécies novas. O presente trabalho teve como objetivo investigar a diversidade e filogenia das espécies de Leporellus. Para isso, foram utilizados dados morfométricos, merísticos, e moleculares, incluindo sequências dos genes mitocondriais COI e Cytb e nucleares RAG1, RAG2 e Myh6. Esta tese foi dividida em três capítulos. O primeiro trata sobre a descrição de uma espécie nova do rio Aripuanã, um tributário do Rio Madeira, que apresenta apenas 12 séries de escamas ao redor do pedúnculo caudal (vs. 16). O segundo aborda a descrição de uma segunda espécie nova, esta endêmica das partes altas da bacia do rio Paraguai, que possui apenas três barras verticais escuras sobre os raios da nadadeira caudal (vs. 5 a 7). O último capítulo traz uma investigação sobre a diversidade e a filogenia das espécies do gênero utilizando dados morfológicos e moleculares. Os resultados desta tese apontam para a existência de pelo menos sete espécies de Leporellus, duas delas descritas aqui. Além disso, a diversidade de espécies ainda é subestimada, especialmente para algumas regiões, como a Amazônia ocidental. Dentre as sete espécies, apenas duas delas podem ser identificadas por características externas diagnósticas, sendo as demais cinco consideradas crípticas. Comentários sobre a distribuição geográfica das espécies são feitos sob a luz da filogenia obtida.Item Conservação da ictiofauna do baixo Rio Paranapanema: impactos e manejo(2023-03-17) Barros, Ana Carolina Vizintim Fernandes; Orsi, Mário Luis; Bialetzki, Andréa; Almeida, Fernanda Simões de; Gonçalves, Marcelo; Silva, Weliton José da; Garcia, Diego AzevedoNo estudo da conservação quantificar a perda da fauna e consolidar técnicas de manejo são fundamentais para a manutenção e integridade das comunidades. Neste contexto, o objetivo do primeiro capítulo foi quantificar o declínio de peixes neotropicais de água doce em ambientes fragmentados por barragens e reservatórios por meio do índice de defaunação. O segundo capítulo teve como objetivo definir, por meio de critérios científicos, áreas adequadas para a execução de ação de manejo específico, peixamento. A área de estudo compreende a bacia hidrográfica do Baixo rio Paranapanema, um dos ambientes aquáticos brasileiros mais impactados pela degradação antrópica. O índice de defaunação aplicado em cinco reservatórios se mostrou eficaz para quantificar a perda de ictiofauna, além de identificar os grupos funcionais mais afetados. O menor índice de defaunação foi encontrado no reservatório com maior área, maior número de tributários e maior cobertura florestal em sua área. Os grupos funcionais mais afetados pela defaunação foram os perifitívoro, invertívoro e algívoro, de hábito não migratório, com fertilização externa e cuidado parental. O mapeamento da área e a aplicação dos métodos de fragilidade ambiental, AHP (Analytic Hierarchy Process) e NDWI (Normalized Difference Water Index) em ambiente de SIG (Sistema de Informação Geográfica) também foram eficientes para o objetivo de apontar áreas adequadas ao peixamento e, portanto, mais adequadas a ação de manejo, sendo estas sub-bacias com alto grau de adequabilidade. Esse é o primeiro estudo a aplicar o índice de defaunação para peixes e mapear áreas propícias ao peixamento a partir de critérios científicos. Os resultados desse estudo auxiliarão no planejamento e na tomada de decisão para medidas conservacionistasItem Peixamento: passado, presente e propostas para o futuro(2023-03-24) Casimiro, Armando Cesar Rodrigues; Orsi, Mário Luis; Silva, Weliton José da; Almeida, Fernanda Simões de; Porto-Forest, Fabio; Jerep, Fernando CamargoOs impactos ambientais associados a grandes barragens hidroelétrica são reconhecidos e as medidas adotadas na tentativa de mitiga-los possuem pouco ou insuficiente embasamento científico. A política de peixamento no Brasil a partir do decreto Lei Nº 221/67 e Portaria Nº 46/SUDEPE passaram a ser consideradas obrigatórias e tidas como uma das principais formas de mitigação e conservação da ictiofauna. No passado, várias eram as dificuldades na viabilização do processo reprodutivo e geração de proles viáveis para as solturas. Superada algumas destas dificuldades outras perguntas surgiram: Qual a viabilidade destas solturas? Como, quando e onde soltar? Qual a taxa de sobrevivência nas solturas? Qual o efeito disso na comunidade como um todo, inclusive do ponto de vista genético? Desta forma, muitos pesquisadores ainda são desfavoráveis e contrários a estas medidas devido a ausência de comprovação cientifica. Neste sentido o presente trabalho busca contextualizar a evolução da dinâmica de peixamento no Brasil e no mundo e juntamente com uma avaliação de como esta importante medida vem sendo trabalhada em um dos principais afluentes da bacia do alto rio Paraná (bacia do rio Paranapanema) (Capitulo I). Os resultados demonstraram que não existe confirmação da efetividade das medidas mitigatórias realizadas na bacia do Paranapanema, sendo sugerido importantes mudanças em todo o processo visando politicas mitigatórias mais eficientes e acompanhando a evolução da atividade e pesquisa científica da área. Paralelo a isso foi avaliado um método inovador de peixamento com amplo monitoramento dos aspectos de produção dos alevinos, envolvendo: o pareamento dos casais, seleção de espécies para soltura (espécies moduladoras), seleção de matrizes e critérios de soltura (Capitulo II). Os novos critérios de produção e soltura foram considerados satisfatórios, no entanto, é sugerido a continuidade do projeto visando resultados mais expressivos a médio e longo prazo.Item Revisão taxonômica do gênero Iryanthera (A. Dc.) Warb. (Myristicaceae)(2023-02-27) Ferraz, Tamylle Aparecida Pereira; Ribeiro, José Eduardo Lahoz da Silva; Mansano, Freitas; Pereira, Lya Carolina; Medri, Cristiano; Júlio, Carlos Eduardo Alvarenga; Udulutsch, Renata GiassiMyristicaceae é uma família pantropical composta por cerca de 18 gêneros e 400 espécies, sendo Iryanthera um dos gêneros com maior número de espécies. Em contrapartida, é um dos gêneros mais negligenciados em estudos taxonômicos. Conhecidas popularmente na região Amazônica como Ucuúba, sua distribuição geográfica abrange a Hiléia Amazônica, na América do Sul, com exceção de duas espécies presentes nas florestas da América Central. Mesmo diante da importância em diversos estudos, sejam eles florísticos, ecológicos ou bioquímicos, há 80 anos que não se estudava taxonomicamente o gênero. Este estudo foi baseado na análise morfológica de cerca de 250 materiais de herbário. O gênero antes possuía cerca de 27 espécies descritas, porém, graças ao presente estudo, o número atualizado é de 21 espécies. A taxonomia das espécies foi baseada principalmente em caracteres vegetativos, apresentando novos caracteres diagnósticos. O trabalho apresenta duas chaves de identificação, uma apenas com caracteres vegetativos e outra apenas com caracteres reprodutivos, descrições morfológicas, distribuição, habitat e ilustrações. Além do mais, é o primeiro trabalho que traz a fenologia e estado de conservação das espécies. Foram designados dois lectótipos e dois sintipos.Item Caracterização polínica de espécies de Passiflora supersect. Tacsonia (Passifloraceae): implicações taxonômicas(2023-01-26) Richardo, Jaiana; Ribeiro, José Eduardo Lahoz da Silva; Pires, Ana Carolina Mezzonato; Souza, Raquel Maria Batista Souza de; Torezan, José Marcelo Domingues; Jerep, Fernando Camargo; Silvério, AdrianoNos últimos anos as pesquisas palinológicas vêm sendo cada vez mais utilizadas como amparo na classificação taxonômica de diversos grupos vegetais, dentre eles, os representantes da família PASSIFLORACEAE. O gênero Passiflora é o mais representativo da família e suas características polínicas têm sido referidas, do ponto de vista palinológico, como bastante diversas, complexas e difíceisl de interpretar. O subgênero Passiflora conta com seis superseções, dentre elas, a Tacsonia, subdividida em doze seções. A superseção Tacsonia compreende 61 espécies, com ocorrência principalmente nos Andes e na Colombia. Suas flores são caracterizadas por serem grandes e com um longo tubo floral, o que restringe a polinização para beija-flores e em alguns casos, morcegos. Dados polínicos detalhados são inexistentes para a superseção na literatura, inclusive os que incluem relações taxonômicas. Dentro desse contexto, a presente tese teve como objetivo caracterizar, pela primeira vez na literatura, os grãos de pólen de espécies do subgênero Passiflora subsect. Tacsonia (Juss.) Feuillet & J.M.MacDougal assim como analisar a existência de diferenças qualitativas e quantitativas entre os grãos de pólen na tentativa de fornecer subsídios que podem ser relacionados com questões taxonômicas. Das 61 espécies compreendidas nesta superseção, 37 taxons foram estudadas neste trabalho. Por meio de análises de caracteres morfopalinológicos e análises histoquímicas, nosso trabalho sugere que algumas características seguem um padrão do gênero Passiflora, no entanto, variações da ornamentação, características da exina, e medidas polínico específicas podem ser distinguíveis para espécies, mas não para seções ou superseção. A descrição palinológica das 37 taxons analisados estabeleceu os seguintes elementos de caracterização polínica: unidades de dispersão; tamanho; abertura; ornamentação do lúmen; contorno em vista polar, formato e estrutura da exina e histoquímica da esporoderme. Os caracteres polínicos foram informativos para a separação das espécies, que permitiram a organização em três tipos polínicos: Tipo I (subtipos Ia e Ib), Tipo II (subtipos IIa e IIb) e Tipo III, baseados principalmente em detalhes da exina: sinuosidade dos muros, visualização, presença e quantidade de columelas e largura da abertura. Os caracteres possibilitam a separação das espécies em três subtipos, mas não refletem a classificação taxonômica, sugerindo uma reconstrução filogenética para a superseção Tacsonia quanto a divisão das doze seções.Item Respostas de múltiplos biomarcadores em Aegla castro: um modelo ecotoxicológico para a avaliação da qualidade de riachos(2022-12-16) Rosa, Jheimison Junior da Silva; Martinez, Cláudia Bueno dos Reis; Freire, Carolina Arruda de Oliveira; Lauer, Mariana Machado; Souza, Marta Marques de; Loro, Vania LuciaO uso intensivo de insumos agrícolas tem contribuído significativamente para a degradação de rios e riachos, principalmente devido ao aporte de contaminantes na água. O cobre (Cu) é um exemplo de metal essencial que é amplamente empregado na composição de agrotóxicos e fertilizantes e que causa toxicidade a invertebrados aquáticos por meio da bioacumulação, estresse oxidativo e disrupção osmo-iônica. Os caranguejos do gênero Aegla são os decápodes dulcícolas mais ameaçados da América do Sul e podem ocorrer em cursos de água contaminados por Cu. Nesse sentido, a análise de múltiplos biomarcadores constitui uma estratégia relevante para diagnosticar precocemente os efeitos da contaminação por Cu em eglídeos, assim como para avaliar o potencial destes animais como modelos biológicos em estudos ecotoxicológicos. Portanto, este trabalho avaliou a resposta de múltiplos parâmetros funcionais (enzimas de osmorregulação e concentração de íons, enzimas antioxidantes, moléculas geradas por dano oxidativo, bioacumulação e composição hemocitária) como potenciais biomarcadores da exposição ao Cu em Aegla castro, assim como a aplicabilidade desta espécie como modelo biológico. No capítulo I, a concentração de Cu dissolvido na água do rio Couro foi aferida e vários parâmetros funcionais foram caracterizados em animais coletados diretamente do campo em julho de 2018 e em janeiro de 2019. Na segunda coleta, em janeiro de 2019, um aumento na concentração de Cu dissolvido na água foi observado (0.72 ?g L-1) quando comparado à primeira coleta em julho 2018 (0.01 ?g L-1); assim como alterações de parâmetros funcionais nos animais coletados em janeiro de 2019, como aumento da concentração de Cu nas brânquias e no músculo. A presença de Cu na água do riacho e a bioacumulação deste metal em tecidos pode ter levado à inatividade de enzimas relacionadas à osmorregulação e a uma disrupção iônica, seguida da ativação de defesas antioxidantes no hepatopâncreas de A. castro. Além disto, neste capítulo caracterizou-se pela primeira vez as categorias de hemócitos presentes na hemolinfa de uma espécie de Aegla: hemócitos hialinos, semigranulares e granulares. Para o capítulo II foram conduzidas exposições agudas (24 h) em laboratório a 11 ?g L-1 de Cu dissolvido (Cu 11) e a água sem adição de Cu (CTR), a fim de avaliar os efeitos isolados deste metal na regulação osmoiônica de A. castro. Após 24 h de exposição, os animais apresentaram disrupção osmoiônica, evidenciada pela inibição da atividade da anidrase carbônica (AC) nas brânquias, e um aumento das concentrações de Ca2+ e Mg2+ na hemolinfa, indicando a ativação de mecanismos que anteciparam o ciclo de muda em animais expostos ao Cu. No capítulo III foi observado um aumento na concentração de Cu e do conteúdo de metalotioneínas nas brânquias, indicando que o acúmulo de Cu levou à ativação de mecanismos de detoxificação neste tecido. No hepatopâncreas foi observado uma diminuição do conteúdo de metalotioneínas, evidenciando um consumo de metalotioneínas no hepatopâncreas após 24 h de exposição ao Cu. Além disso, o número de hemócitos hialinos e totais foi maior nos eglídeos do Cu 11, sugerindo a contagem de hemócitos como um importante biomarcador de resposta imune em eglídeos expostos ao Cu. Não foram observados danos no DNA nos animais expostos ao Cu por meio do ensaio alcalino do cometa. Este estudo demonstrou que A. castro é um modelo biológico adequado em estudos ecotoxicológicos, apresentando sensibilidade ao Cu tanto em exposições em campo quanto em laboratório.Item Estudos taxonômicos na subfamília Lamiinae (Coleoptera, Cerambycidae)(2023-04-19) Barros, Rafael Campos de; Julio, Carlos Eduardo de Alvarenga; Hoshino, Adriano Thibes; Hata, Fernando Teruhiko; Dias, Fernando Maia Silva; Ribeiro, José Eduardo Lahoz da SilvaDentro da família Cerambycidae, a subfamília Lamiinae se destaca devido a sua importância econômica, alto número de espécies descritas, notável beleza e curiosa biologia de espécies, como os populares “serra-pau” e o famoso “besouro escorpião”. Os Lamiinae foram objeto de estudo desta tese que discorre sua taxonomia e distribuição geográfica através de cinco capítulos. Estes estão organizados de acordo com as normas de publicação de revistas científicas as quais foram ou serão submetidos. No capítulo I descrevemos a fêmea de Antodice quadrimaculata Martins & Galileo, 2003 e apresentamos o primeiro registro dessa espécie para o Brasil. No capítulo II é exibida a descrição da fêmea de Paratritania alternans (Aurivillius, 1920), fotos do espécime fêmea e macho e um novo registro de distribuição. No capítulo III há a descrição de Lesbates chavesi sp. nov., a proposta de uma nova chave adaptada para as espécies do gênero, a descrição do macho de Clavidesmus indistinctus Dillon & Dillon 1952, bem como nove registros novos de Onciderini para os estados do Rio de Janeiro e Paraná. No capítulo IV apresentamos uma listagem de espécies de Lamiinae coletadas em um fragmento de Mata Atlântica no sul do Brasil, no qual somam-se 134 espécies, sendo 38 novos e inéditos registros para o Paraná e um novo registro para o Brasil. Todos os novos registros foram ilustrados. Por fim, no capítulo V, Stenocaciomorpha gen. nov. e a redescrição da tribo Anisocerini, com uma chave para os gêneros da tribo é exposto. Ilustrações anatômicas, fotos dos holótipos e mapas de distribuição de todas as espécies são fornecidas. Nos apêndices encontram-se disponibilizados, quando necessário, devido ao elevado volume de dados, os materiais analisados, os materiais consultados e os mapas de distribuições confeccionados a partir dos resultados obtidos do respectivo capítulo.Item Mechanisms that influence the trophic interaction of ichthyofauna and food resources in neotropical rivers(2024-03-01) Garcia, Thiago Deruza; Magnoni, Ana Paula Vidotto; Birindelli, José Luís Olivan; Jerep, Fernando Camargo; Delariva, Rosilene; Quirino, Bárbara Angélio; Fugi, RosemaraConsiderando que fatores bióticos e abióticos podem influenciar na organização trófica das comunidades de peixes, desempenhando um importante papel no funcionamento dos ecossistemas, o objetivo desta tese foi avaliar os mecanismos que influenciam na ecologia trófica das assembleias de peixes neotropicais. Diante disso, essa tese é composta por três capítulos, a saber: (i) realizou-se uma meta-análise para investigar as mudanças na composição de guildas tróficas entre os trechos montante, reservatório e jusante das barragens; (ii) Analisou-se as métricas de duas redes trófica entre os trechos montante e jusante de uma Pequena Central Hidrelétrica; (iii) Avaliou-se a influência do tamanho corporal na relação predador-presa. De modo geral, constatou-se que houve um aumento na composição dos piscívoros, onívoros, detritívoros e herbívoros no trecho da jusante. Houve diferença significativa entre as redes tróficas de ambos os trechos, destacando um aumento no comportamento generalista dos peixes no trecho jusante. Por fim, ao avaliar a relação predador-presa, observou-se que o tamanho corporal da presa está diretamente relacionado ao tamanho do predador, e que predadores emboscadores têm maior probabilidade de consumir presas de movimento lento-moderado e rápido. Enquanto predadores perseguidores preferem consumir apenas presas rápidas.Item Ecologia trófica, sobreposição alimentar e ecomorfologia de peixes nativos e invasores em dois reservatórios vizinhos, Baixo Rio Paranapanema, Brasil(2024-03-08) Ferraz, João Daniel; Orsi, Mário Luis; Delariva, Rosilene Luciana; Magalhães, André Lincoln Barroso de; Benedito, Evanilde; Magnoni, Ana Paula Vidotto; Britton, John RobertEm rios sob influência de barramentos, a assembleia de peixes sofre drásticas mudanças em composição e estrutura, onde espécies com morfologia e dieta adaptada a ambientes lênticos têm maiores chances de prosperar. Desta forma, o estudo da alimentação e da morfologia é de suma importância para compreender o uso do habitat e dos recursos alimentares em ambientes impactos por reservatórios. O objetivo deste estudo foi avaliar a ecologia alimentar e ecomorfologia da ictiofauna dos reservatórios de Rosana (ROS) e Taquaruçu (TAQ), Baixo Rio Paranapanema, estados de São Paulo e Paraná. Os peixes foram capturados entre setembro de 2018 e setembro de 2020, sendo eutanasiados com eugenol e fixados em formalina. Em laboratório, tiveram o estômago removido e o conteúdo identificado até o menor nível taxonômico possível. Foram analisados 815 indivíduos de 16 espécies, que consumiram 10 categorias de presas. O volume e frequência de ocorrência revelaram que as populações de peixes do reservatório ROS apresentaram maior consumo de recursos alóctones, enquanto as do reservatório TAQ apresentaram maior consumo de recursos autóctones. Os índices de Shannon-Wiener e Pianka demonstraram que as espécies nativas apresentaram menor amplitude de nicho do que as espécies não-nativas, e que a sobreposição de nicho trófico foi maior em TAQ. A PERMANOVA revelou diferenças significativas na composição da dieta da maioria das espécies entre os reservatórios, enquanto a PERMDISP indicou diferenças significativas na amplitude de nicho entre os indivíduos. Duas espécies não-nativas simpátricas foram selecionadas para análises ecomorfológicas (morfologia e dieta), culminando em 84 indivíduos submetidos a 25 medidas morfométricas que foram aplicadas em 23 índices ecomorfológicos. A PERMANOVA revelou diferença significativa entre índices relacionados com as nadadeiras e olhos, além do tamanho da cabeça e da boca. Auchenipterus osteomystax consumiu recursos autóctones e apresentou nicho mais restrito, enquanto Trachelyopterus galeatus consumiu principalmente recursos alóctones e nicho mais amplo, vindo o índice de Pianka a indicar a baixa sobreposição de nicho alimentar. Após as análises morfológicas constatou-se a presença de deformidades morfológicas em indivíduos de T. galeatus, onde radiografias comprovaram as anomalias. Estes resultados nos permitem observar que há uma relação com as alterações ambientais promovidas pelo barramento e o uso e ocupação da área, como alterações fisico-quimicas da água e influxo de poluentes, além da fragmentação populacional que favorece a endogamia resultando em incremento da taxa de anomalias durante a ontogenia dos peixes. Concluímos que, de modo geral, as populações de peixes de ROS tendem ao comportamento alimentar especialista, enquanto as populações de TAQ se comportam como generalistas. A alta sobreposição de nichos alimentares foi impulsionada por espécies não-nativas, pois, todas as espécies mudaram sua dieta entre os reservatórios, porém, espécies não-nativas apresentaram maior flexibilidade. Logo, as populações de ROS apresentam comportamento próximo daquelas em trechos livres de barragem da planície de inundação do Alto Rio Paraná, enquanto as de TAQ corroboraram o padrão alimentar da maioria das populações em reservatórios brasileiros, demonstrando a compartimentalização ambiental. Para a ecomorfologia, conclui-se que as diferenças morfológicas entre os auchinepterídeos pode ser determinante na segregação espacial e divergência alimentar proporcionando a coexistência no ambiente invadido. Em adição, o registro das anomalias é um achado de extrema importância para evidenciar o impacto antrópico nas comunidades aquáticas, uma vez que essas informações podem ser utilizadas nos sistemas de gestão e monitoramento ambiental.Item Avaliação da potencialidade do uso de diferentes técnicas de restauração ecológica(2023-12-11) Signorati, Adrieli; Torezan, José Marcelo Domingues; Estevan, Daniela Aparecida; Gorenstein, Mauricio Romero; Sereia, Diesse Aparecida de Oliveira; Ribeiro, José Eduardo Lahoz da Silva; Bechara, Fernando CampanhaA restauração ecológica é uma forma de preservar e aumentar a biodiversidade dos ambientais naturais. Muitas áreas do mundo estão degradadas devido à exploração intensiva, poluição e desmatamento, sendo assim a restauração ecológica vem com o intuito de ajuda a reverter esses danos, tornando as áreas produtivas e sustentáveis novamente. Diante disso, o trabalho se dividiu em dois capítulos onde se teve como objetivo avaliar em ambos a potencialidade de diferentes técnicas de restauração em um experimento na idade de três e dez anos de implantação, visando testar a hipótese geral de que, se aplicadas nas mesmas condições iniciais e com a mesma paisagem no entorno, as técnicas tendem a resultados similares ao longo do tempo. O experimento demonstrativo de restauração contém três tratamentos (nucleação, reflorestamento e restauração passiva) e quatro repetições de cada, totalizando uma área experimental de 7,2 ha, esse foi implantado em outubro de 2012. O primeiro monitoramento da vegetação foi feito com 33 meses (2,8 anos) após a implantação dos tratamentos. Todas as parcelas foram subdivididas em 24 subparcelas de 9x10 m, sendo que em cada parcela foram inventariadas 3 subparcelas (10 x 9 m) totalizando 270 m2 em 4 repetições fechando 1.080m2/ tratamento com um total de 3.240 m2 amostrado. Já o segundo monitoramento foi em outubro-novembro de 2020, 10 anos após a aplicação dos tratamentos de restauração. Foram monitoradas seis faixas de 3x40 m em cada parcela, o que representou 33,3% da área total, ou 8.640 m2. Foram incluídas todas as plantas com altura superior a 50 cm. Os indivíduos foram divididos em duas classes: 1) estrato inferior- indivíduos com diâmetro à altura do peito (DAP) < 5 cm, além de herbáceas e trepadeiras; e 2) estrato superior- indivíduos com DAP = 5 cm. Para este último, também foi medido o DAP. Todas as espécies foram classificadas conforme: origem; forma de vida; síndrome de dispersão de semente e história de vida. Com os dados obtidos avaliou-se as diferenças na riqueza e diversidade de espécies. Para visualizar as diferenças na composição da comunidade entre os tratamentos de restauração, usamos escala métrica multidimensional não métrica (nMDS). As distâncias foram baseadas na medida de similaridade de Chao, Todas as análises foram realizadas com o R v.4.2.1. Na idade de 3 anos o tratamento de restauração passiva apresentou resultados com alta variabilidade de espécies lenhosas e regeneração de espécies herbáceas juntamente com nucleação, sendo maiores que o reflorestamento. Porém a riqueza de espécies foi menor na restauração passiva e a composição florística é claramente diferente em cada tratamento. Em relação a diversidade de espécies não tivemos diferença significativa o que propõe uma similaridade entre os tratamentos. Já com 10 anos a nucleação alcançou o reflorestamento em termos de área basal e riqueza de espécies. Nossos resultados indicam que as estratégias aplicadas de nucleação e reflorestamento são igualmente eficazes na melhoria da recuperação e da estrutura da vegetação em comparação com a restauração passiva. Além disso, após 10 anos o estrato inferior de todas as parcelas é semelhante. Com o presente estudo podemos perceber que ambos os tratamentos trazem resultados significativos, porém os mais perceptíveis são as técnicas ativas que se tornaram mais similares com o passar do tempo. Os estudos comparativos em restauração ecológica são fundamentais para orientar práticas sustentáveis, promover a recuperação eficiente de ecossistemas degradados e contribuir para a conservação da biodiversidade em diferentes regiões do mundo. Sendo que estudos como estes permitem avaliar a eficácia das diferentes técnicas de restauração na recuperação de ecossistemas degradados, garantindo que os recursos investidos produzam resultados positivos para a biodiversidade e o equilíbrio ecológicoItem Plasticidade no uso do nitrogênio por espécies arbóreas neotropicais de grupos funcionais distintos cultivadas sob diferentes intensidades luminosas(2022-01-31) Debiasi, Tatiane Viegas; Oliveira, Halley Caixeta de; Gaspar, Marília; Duarte, Karoline Estefani; Freschi, Luciano; Pimenta, José AntonioAs plantas absorvem o nitrogênio (N) do solo principalmente de fontes inorgânicas como o nitrato (NO3-) e o amônio (NH4+). O consumo energético é mais elevado quando o nitrogênio é assimilado a partir do NO3-, se comparado ao NH4+. Porém, este cátion quando acumulado em grandes concentrações nas células provoca toxicidade, devendo ser rapidamente assimilado em aminoácidos nas raízes. A assimilação do N depende da fotossíntese e, consequentemente, é influenciada pela luz. Este estudo verificou a influência da intensidade luminosa no uso do N por mudas de espécies arbóreas neotropicais cultivadas em hidroponia na casa de vegetação. Foram realizadas análises de crescimento, fotossintéticas e bioquímicas. As espécies escolhidas foram Cecropia pachystachya (intolerante à sombra), Guarea kunthiana (tolerante à sombra, de sub-bosque) e Cariniana estrellensis (tolerante à sombra, que atinge o dossel). No primeiro experimento, foi avaliado se o aumento da intensidade luminosa induz a preferência pela absorção de NO3- em relação ao NH4+, em mudas cultivadas com nitrato de amônio. O monitoramento da incorporação de 15N em aminoácidos indicou que C. pachystachya mudou de um metabolismo do N desacelerado sob baixa luminosidade (BL) para um expressivo uso de ambas as fontes de N sob alta luminosidade (AL), aumentando substancialmente a concentração de aminoácidos com 15N derivados do 15NO3- e 15NH4+ nas raízes e folhas. Guarea kunthiana apresentou baixíssimo uso de NO3- sob BL, mas aumentou expressivamente a assimilação de NO3- nas raízes e folhas sob AL, apresentando elevada plasticidade no uso do N pela influência da luz. Em C. estrellensis, o aumento da intensidade luminosa induziu a assimilação de NH4+ nas raízes e NO3- nas folhas. Esses resultados demonstraram que as respostas das estratégias do uso do N à intensidade luminosa foi diferente em cada espécie, e estão de acordo com suas características ecológicas. No segundo experimento, foram verificados os efeitos do NO3- ou NH4+ sobre as mudas quando submetidas a diferentes intensidades luminosas. Observou-se que as três espécies apresentaram decréscimo do crescimento no cultivo com NH4+, em relação ao NO3-, sob luminosidade intermediária (ML) e AL, mas não sob BL. Essa diminuição foi de 64% (ML) e 54% (AL) em C. pachystachya, de 22% (ML) e 36% (AL) em G. kunthiana e de 32% (ML) e 20% (AL) em C. estrellensis. O alto dreno energético e de carbono imposto pela elevada taxa de assimilação do NH4+ em aminoácidos, indicado pelo aumento da concentração de aminoácidos nas raízes e folhas de plantas cultivadas com NH4+, provavelmente levou à redução do crescimento sob ML e AL nas três espécies. O menor crescimento das mudas com NH4+ sob ML e AL também foi associado com diminuições da área foliar e teor de clorofilas e com a limitação estomática da fotossíntese em C. pachystachya, e com a menor área foliar, a limitação em parâmetros fotossintéticos e ao estresse oxidativo em G. kunthiana. Cariniana estrellensis foi a espécie que demonstrou maior tolerância ao NH4+, pois foi a única que não apresentou redução da área foliar e limitações da fotossíntese, o que propiciou o aumento do crescimento sob ML e AL no cultivo com NH4+, em relação à BL. O aumento da intensidade luminosa favoreceu o cultivo com NO3-, em relação ao NH4+, em mudas de espécies arbóreas neotropicais. A elucidação da preferência por NO3- ou NH4+ e a compreensão da toxicidade do NH4+ em espécies arbóreas sob diferentes intensidades luminosas são importantes para a restauração florestal porque auxiliam na escolha de espécies para reflorestamentos, uma vez que fonte de N e luz influenciam significativamente a sobrevivência das mudas no campo.Item Culicidae (Diptera) crepusculares do baixo Rio Paranapanema, sul do Brasil(2023-04-14) Silva, Bianca Piraccini; Zequi, João Antonio Cyrino; Orsi, Mario Luis; Julio, Carlos Eduardo de Alvarenga; Roque, Rosemary Aparecida; Silva, Mario Navarro daA construção de usinas hidrelétricas (UHE) transforma o rio de um ambiente lótico em lêntico, causando alterações que afetam os mosquitos da família Culicidae (Diptera). A fragmentação da vegetação ripária e influência antrópica nos ambientes marginais favorecem potenciais vetores de patógenos, tornando-se um problema de saúde pública especialmente nos períodos mais quentes do ano. Sendo assim, este estudo buscou avaliar as populações de Culicidae em um ambiente natural e impactado, nas áreas de influência de três UHE: Capivara, Rosana e Taquaruçu durante o verão e inverno de 2019/2020 com auxílio de armadilha luminosa e aspirador. Foram coletados 4.290 mosquitos distribuídos entre 45 morfoespécies e oito gêneros Utilizou-se de índices para descrever a qualidade do ambiente e verificar o efeito da UHE, tipo de ambiente e influências do clima sobre a comunidade de Culicidae. O fator UHE foi significativo, indicando que as comunidades de Culicidae das três usinas são independentes. Nas estações do ano avaliadas ocorreram diferenças significativas nas populações de Culicidae, especialmente nos pontos de Capivara, onde existe certa similaridade entre as populações no verão, mas são totalmente distintas no inverno. O tipo de ambiente só teve efeito significativo quando avaliado em conjunto com o fator UHE, indicando que o nível de antropização sozinho não explica as diferenças em Culicidae, mas deve ser avaliado no contexto da região, utilizando-se de ferramentas e índices complementares. A qualidade dos ambientes é distinta entre as UHE, em Capivara, a única usina de reservatório de acumulação estudada, os pontos Capivara Natural e Capivara Impactado apresentaram as piores pontuações nos índices BMWP e ASPT e menor riqueza, abundância, índices de diversidade e maior dominância. Os pontos Rosana Natural (RN) e Rosana Impactado (RI) apresentaram as melhores condições entre os dois tipos de ambiente, sendo RN o que apresentou a maior riqueza, abundância e índices de diversidade e qualidade ambiental e a menor dominância. Taquaruçu Natural (TN) e Taquaruçu Impactado (TI) apresentam boas condições ambientais, mas apesar da alta riqueza e abundância, TN obteve menor diversidade devido à dominância de Mansonia humeralis. Desta forma, o presente estudo revela o maior impacto de usinas com reservatório de acumulação, tanto na qualidade ambiental quanto na comunidade de Culicidae. Destacam-se os riscos da diminuição de habitat e da proximidade da população humana com possíveis vetores de patógenos (Anopheles, Aedes e Culex) e mosquitos perturbadores de sono, como Ma. humeralis. Faz-se necessário o monitoramento de Culicidae em ambientes naturais e impactados de forma dinâmica para entender a relação destes mosquitos com a qualidade do ambiente e criar políticas de vigilância onde necessáriasItem Os impactos de agrotóxicos e da espécie introduzida Apis mellifera sobre as abelhas-sem-ferrão (Apidae, Meliponini)(2022-04-13) Uemura, Natália; Sofia, Silvia Helena; Silva, Éverton Ricardi Lozano da; Gaglianone, Maria Cristina; Potrich, Michele; Augusto, Solange CristinaO declínio em populações de abelhas e outros polinizadores tem atraído a atenção de pesquisadores e órgãos governamentais e não-governamentais no mundo todo. Várias são as causas atribuídas a este declínio, dentre as quais está o uso de agrotóxicos. No caso das abelhas-sem-ferrão (Apidae, Meliponini), pesquisas realizadas principalmente no Brasil, um dos países detentores da maior diversidade de espécies deste grupo, indicam os efeitos negativos de diversos agrotóxicos para várias espécies, mesmo quando usado em doses recomendadas pelo fabricante. Além dos agrotóxicos, o desmatamento e perda de hábitats são causas também apontadas para o declínio dos polinizadores. No estado do Paraná, que originalmente era recoberto em quase 100% de seu território pela Mata Atlântica, a devastação foi severa, restando hoje cerca de 5% da vegetação original. No norte do estado, a substituição da floresta por cultivos do café ocorreu abruptamente. Embora seja uma espécie autogâmica, os polinizadores, principalmente abelhas, acarretam ganhos diretos na produção e qualidade dos grãos produzidos. Contudo, ainda faltam estudos investigando a diversidade de abelhas visitantes das flores do cafeeiro no Paraná. Apesar de Apis mellifera L., uma espécie introduzida, ser comum nas flores do cafeeiro, alguns estudos mostram que abelhas-sem-ferrão estão também entre os visitantes e polinizadores importantes deste cultivo. Neste contexto, este trabalho teve como objetivos investigar: i) os possíveis efeitos dos principais agrotóxicos usados na cafeicultura para espécies de abelhas nativas sem ferrão; ii) a abundância, riqueza e diversidade de espécies de abelhas em áreas de cultivo do café no norte do Paraná. Para a análise dos efeitos dos agrotóxicos foi realizada uma revisão bibliográfica sobre as metodologias desenvolvidas para análise dos efeitos subletais de herbicidas, inseticidas e fungicidas sobre diferentes espécies de abelhas-sem-ferrão. Foi realizada ainda, uma meta-análise da mortalidade causada por inseticidas sobre este grupo de abelhas. Nas análises de campo, as abelhas foram amostradas com rede entomológica, durante a floração do café em cinco áreas deste cultivo agrícola, no norte do estado do Paraná. Os resultados da meta-análise obtidos a partir de dados de 25 estudos revelaram maior mortalidade para as abelhas expostas a diferentes inseticidas quando comparadas ao grupo controle, mesmo quando consideradas as doses recomendadas pelo fabricante, ambientalmente relevantes ou ainda nas mais baixas doses testadas nos estudos. Em avaliações dos efeitos subletais nos artigos avaliados, foi observado maior efeito negativo de agrotóxicos sobre o comportamento, a morfologia e a histologia das abelhas do grupo experimental em relação ao controle. O levantamento de espécies de abelhas em cultivos agrícolas revelou a presença de 13 espécies identificadas, com elevada dominância de Apis mellifera (62% a 91%) nas cinco áreas amostradas. A abundância de abelhas amostradas nas areas variou de 318 a 3644 indivíduos. A riqueza de Melipinini variou de duas a oito espécies por área e a abundância relativa do grupo por área variou de menos de 2% a 34,9%. Sugere-se que fatores como a perda de vegetação nativa e a presença da abelha melífera respondam, pelo menos, em parte pela baixa a riqueza e abundância de abelhas-sem-ferrão na maioria das áreas.Item Macroecology of introduced species: phylogenetic and climatic aspects of biological invasion(2022-01-25) Adelino, José Ricardo Pires; Lima, Marcos Robalinho; Zenni, Rafael Dudeque; Duarte, Leandro da Silva; Jerep, Fernando; Bailly, DayaniA movimentação de espécies para além de seus limites de distribuição natural é uma das consequências das mudanças ambientais intensificadas pelas atividades humanas. Nas últimas décadas a intensidade de movimentação de espécies está aumentando em uma escala sem precedentes e não apresenta indícios de saturação. Contudo, apesar do grande número de mecanismos utilizados para explicar o sucesso no estabelecimento de uma espécie introduzida em um novo ambiente, a relevância de componentes abióticos e bióticos no estabelecimento de espécies introduzidas ainda é debatido. O nicho ecológico de uma espécie pode ser estimado a partir da adequação climática e ambiental que limitam o crescimento populacional de uma espécie (i.e., nicho de Grinnell) assim como a capacidade de explorar recursos disponíveis em conjunto com outras espécies (i.e., nicho de Elton). Desta forma, o estabelecimento de espécies introduzidas é o resultado de diferentes fatores que resultam na similaridade climática entre as regiões nativas e introduzidas assim como a interação interespecífica entre as espécies da comunidade não nativa em relação a espécie introduzida. Assim, devido a interação entre a história evolutiva das comunidades nativas com a história climática das regiões nativas e não nativas, entender padrões gerais do estabelecimento de espécies introduzidas requer abordar a ecologia da invasão em grandes escalas espaciais e temporais. A partir desta abordagem, o estudo da invasão biológica pode ser utilizado para conectar padrões e mecanismos com o objetivo de rastrear a relevância de processos ecológicos e evolutivos no estabelecimento de espécies introduzidas. Desta forma, esta tese tem por objetivo utilizar as similaridades e diferenças biológicas entre espécies nativas e introduzidas assim como similaridades e diferenças ambientais entre as regiões nativas e não-nativas para avaliar os padrões de ocorrências de espécies introduzidas em grandes escalas espaciais e biológicas. Para isso, alimentamos modelos computacionais para associar dados climáticos, de ocorrência de espécies introduzidas e de relações evolutivas para inferir sobre padrões gerais de introdução e estabelecimento das espécies em função das similaridades climáticas e biológicas com a região não-nativa e com a comunidade receptora, respectivamente. Encontramos que a similaridade climática e ambiental são fatores importantes que estão relacionados com a ocupação de áreas antropizadas distribuídas ao longo das regiões da costa do Brasil. Mais especificamente, encontramos que a ocupação de nicho similares a região nativa (i.e., niche unfilling) é o fator mais associado com a ocorrência das espécies introduzidas de vertebrados terrestres. Nossos resultados também mostram que as similaridades e diferenças entre as histórias evolutivas das comunidades das regiões não-nativas em relação as espécies introduzidas é importante e com contribuições distintas de diferentes mecanismos para regiões tropicais e temperadas. Mais especificamente, encontramos que em regiões tropicais, as chances de sucesso aumentam com o aumento da similaridade filogenética entre as espécies introduzidas em relação as espécies da comunidade nativa. Portanto, concluímos que fatores climáticos e evolutivos são importantes para a determinação do padrão observado de espécies não-nativas. Entretanto, que a magnitude da contribuição do clima e evolução devem ser examinados com mais detalhes em função de fatores locais, ambientais e biológicos para determinar o papel das similaridades e diferenças biológicas e ambientais como fatores complementares que contribuem diferentemente para o sucesso da introdução.Item Borboletas Nymphalidae em áreas de restauração na Floresta Estacional Semidecidual(2021-11-23) Romanovicz, Leticia; Julio, Carlos Eduardo de Alvarenga; Dias, Jézili; Castilho, Antônio Leão; Dias, Fernando Maia silva; Teixeira, Gustavo Monteiro; Torezan, José Marcelo DominguesBorboletas Nymphalidae em áreas de restauração na Floresta Estacional Semidecidual. As borboletas, especialmente as da família Nymphalidae, têm sido consideradas como um ótimo indicador ambiental, devido a sua sensibilidade às mudanças ambientais, facilidade de amostragem e identificação em campo. Desta forma, conhecer e identificar os representantes desse grupo, em áreas de referência e de restauração florestal, pode ser uma ferramenta muito útil para monitorar os sucessos de ações de restauração ao longo do tempo. Sendo assim, o trabalho apresenta um panorama sobre este grupo, organizado em um capítulo que apresenta um estudo sobre a abundância, a riqueza e a composição de espécies de borboletas Nymphalidae em sítios de restauração de Floresta Estacional Semidecidual, visando verificar o seu potencial como indicador de sucesso da restauração. A metodologia utilizada em todas as amostragens foi padronizada conforme a literatura e estão descritas no capítulo. Como resultados gerais, as borboletas Nymphalidae podem ser utilizadas como ferramenta para identificar as alterações na biodiversidade local, através da mudança da composição de espécies e abundância de indivíduos de acordo com o grau de impacto no local, tanto em lugares de referência quanto em áreas de restauração florestal.