Ant-plant interactions mediated by extrafloral nectaries in the Brazilian Amazon : a network approach

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Resumo: Algumas espécies de formigas se alimentam de néctar produzido por determinadas espécies de plantas em glândulas conhecidas como nectários extraflorais (NEFs) Ao forragearem nestas glândulas, as formigas acabam protegendo a planta contra ataques herbívoros Esta interação tem sido bastante estudada, e nos últimos anos tem aumentado o número de trabalhos que utilizam uma abordagem de redes de interações para avaliar esta associação em nível de comunidade O objetivo deste trabalho foi estudar as interações formiga-planta mediadas por NEFs em uma abordagem de rede O trabalho foi realizado no Estado do Acre, Amazônia brasileira, mais especificamente em 1 fragmentos florestais cujos tamanhos variaram entre aproximadamente 5 e 3 ha A partir das amostragens realizadas, foi possível a elaboração de quatro capítulos, os quais abordam diferentes fatores que influenciam na estrutura destas redes, tais como morfologia dos NEFs, categoria de matrizes de dados (binário ou ponderados), sazonalidade das chuvas e modificação do hábitat (isto é, fragmentação florestal) No primeiro capítulo, utilizando-se de imagens de microscopia eletrônica de varredura, foi realizada a descrição morfológica dos NEFs de 68 espécies de plantas As famílias mais representativas foram Fabaceae, Bignoniaceae e Malpighiaceae Os NEFs denominados elevados foram os mais frequentes, seguidos dos morfotipos achatados, sem forma, côncavos, ocos e transformados Esta maior representatividade dos NEFs do tipo elevado evidencia a importância do sistema de defesa de formigas contra a herbivoria nas florestas da Amazônia brasileira, pois estas glândulas são as que produzem maior volume de néctar, sendo consequentemente bastante visitadas por formigas No segundo capítulo, a estrutura destas redes de interações formiga-planta foi avaliada a partir de diferentes categorias de dados (presença e ausência da interação, frequência de interação e abundância de formigas) O uso de diferentes categorias de dados resultou em diferenças estruturais significativas destas redes de interações, no que diz respeito a descritores de rede como generalidade, vulnerabilidade, aninhamento e modularidade Estes resultados destacam a necessidade de se expandir a discussão sobre categorias de dados em estudos de interação ecológica a fim de se evitar inferências inapropriadas No terceiro capítulo, foram detectadas diferenças significativas da estrutura destas redes de interações formiga-planta (isto é, número de interações, diversidade de interações e aninhamento) entre estação de chuvas intensas e de seca Estes resultados indicam que a sazonalidade das chuvas na Amazônia é um fator determinante na organização estrutural destas redes, sendo essencial se considerar a dinâmica sazonal destas glândulas em estudos similares, a fim de se garantir que a maior parte das possibilidades de interação entre formigas e plantas para uma dada localidade esteja presente nas redes Finalmente, os resultados do quarto capítulo indicam que a estrutura das redes formigaplanta é relativamente estável à fragmentação florestal O único descritor de rede afetado foi o aninhamento Especificamente, foi observado que o aninhamento diminuiu com o aumento da irregularidade da borda A relativa estabilidade estrutural das redes estudadas está possivelmente relacionada à constância das espécies de formigas nos núcleos centrais de espécies altamente interativas Em suma, os resultados observados indicam que a abordagem de redes é uma ferramenta adequada para o estudo das interações formiga-planta mediadas por NEFs em nível de comunidade, e alertam para alguns cuidados relacionados à definição da categoria de dados a ser usada e ao período amostral apropriado, considerando a dinâmica sazonal destas glândulas

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Palavras-chave

Formiga, Interação inseto-planta, Nectários, Rede de interações, Ants, Plant interactions, Insect

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