01 - Doutorado - Geografia
URI Permanente para esta coleção
Navegar
Navegando 01 - Doutorado - Geografia por Título
Agora exibindo 1 - 20 de 46
Resultados por página
Opções de Ordenação
Item A agricultura camponesa na microrregião geográfica de Faxinal/PR : territórios de resistência frente aos avanços da agricultura capitalistaOliveira, Émerson Dias de; Fraga, Nilson Cesar [Orientador]; Campos, Margarida de Cássia; Bobato, Zaqueu Luiz; Ludka, Vanessa Maria; Viana, Gessilda da Silva; Losada, Janaina ZitoResumo: O lugar e o papel do campesinato no mundo contemporâneo traz para o debate geográfico inúmeras questões sociais, sendo que este esforço exige uma interpretação ampla e concreta acerca das relações que envolvem tanto o espaço urbano como o rural Diante disto, são válidas as afirmações intrínsecas ao método dialético, que percebe o desenrolar do tempo-espaço através das contradições inerentes em seus fenômenos e/ou objetos, realidade esta que é visível no cotidiano campesino Os camponeses estão tradicionalmente revestidos de um propósito social de contraditoriedade e resistência aos padrões determinados pelos modelos ditos hegemônicos, forjando assim uma capacidade singular de compreender e vivenciar o mundo O desafio colocado nesta tese surgiu desta consideração, ou seja, uma discussão do camponês e não-camponês enquanto partes de um cenário único e totalitário, abrindo assim possibilidades de aproximação/compreensão aos símbolos e práticas camponesas presentes nos campos da Microrregião Geográfica de Faxinal/PR Desta feita, o objetivo desta tese procurou através da busca, a análise e identificação das territorialidades camponesas vigentes nesta microrregião, embasar-se de um apanhado teórico-conceitual a fim de contribuir na construção do discurso da ‘Agricultura de Autoconsumo’ como categoria e prática primordial da reprodução camponesa Esta prática social não se resume única e exclusivamente no suprimento alimentar (comida), mas pelo abastecimento de uma série de necessidades locais, que são autonomamente discutidas e decididas pela coletividade e vontade dos próprios camponeses As reflexões teóricas, os levantamentos de dados e as entrevistas apuradas ao longo deste estudo, serviram de fundamento para instituir um aporte teórico que coloca a agricultura de autocosumo enquanto uma categoria social pertencente aos camponeses Essa peculiaridade deve-se ao fato dos territórios camponeses serem constituídos enquanto lugares de reprodução social da vida, da comida, do solo, da água, dos animais, da comunidade rural, enfim, um emaranhado de relações materiais/imateriais que se bastam (e necessitam) em si mesmos É por isso que o campesinato não é plenamente compreendido ao ser analisado de forma fragmentada e muito menos ainda quando considerado isolado do espaço urbano, pois a menor ou maior integração ao capital agrário não lhes descaracteriza sua condição social, portanto, o que guia a essência camponêsa e garante a reprodução de suas unidades familiares são as várias estratégias típicas da agricultura de autoconsumoItem "Animal geographies" : reflexões sobre o não-humano no pensamento geográfico contemporâneoColtro, Fábio Luiz Zanardi; Salvi, Rosana Figueiredo [Orientador]; Howell, Philip; Marchand, Guillaume; Ferreira, Yoshiya Nakagawara; Mendonça, Francisco de Assis; Howell, Philip [Coorientador]Resumo: As relações humano-animal sempre estiveram permeando a construção do pensamento científico A proximidade, distância, semelhanças e diferenças com os animais moldaram o que chamamos de humanidade Essa relação humano-animal no pensamento geográfico é o objeto de estudo desta tese Desde as relações com a natureza, descrições da fauna dos naturalistas (1ª fase), passando pelas relações matérias com os não-humanos (2ª fase) e chegando a discussão contemporânea de como nos relacionamos com esse outro (3ª fase), apresentou-se o surgimento da Animal geographies, discussão anglo-saxã na década de 199 que revisitou as relações da geografia com os animais, e numa tentativa de mapear as origens teóricas deste ressurgimento Buscou-se uma revisão deste pensamento geográfico e uma análise sobre o cerne de suas discussões A tese apresenta dois grandes temas para as discussões: 1) as relações de poder entre humanos e animais; e 2) a agência dos animais Temas correlatos, ora independentes, ora interdependentes, formam o cerne da discussão da Geografia AnimalItem Avaliação da preparação de graduandos de geografia para a inclusão de alunos com necessidades educacionais especiaisFonseca, Ricardo Lopes; Salvi, Rosana Figueiredo [Orientador]; Huertas Calvente, Maria del Carmen Matilde; Lopes, Claudivan Sanches; Torres, Eloiza Cristiane; Campos, Margarida de Cássia; Vitaliano, Célia ReginaResumo: Os desafios que se apresentam frente à inclusão de alunos com NEE, no ensino regular, têm sido alvo de discussões não apenas dentro das instituições de ensino, mas em diversos segmentos da sociedade Assim, esta tese procurou refletir acerca do processo de inclusão de alunos com Necessidades Educacionais Especiais nas escolas de educação básica O objetivo geral desta tese consistiu em avaliar a contribuição do uso do Mapa Conceitual, do Vê Epistemológico e da Sequência Didática enquanto instrumentos de avaliação na preparação na formação inicial do professor de Geografia voltada para a Educação Inclusiva Como objetivos específicos, têm-se: a) Preparar os aprendizes em formação inicial de Geografia para que os mesmos recebam subsídios para promover a inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais; e b) Investigar resultados obtidos em um curso de preparação na formação inicial do professor de Geografia voltado para a Educação Inclusiva A problematização da pesquisa girou em torno da questão que se procurou responder: “Quais contribuições para a formação inicial do professor de Geografia num curso de preparação de professores voltado para a Educação Inclusiva são possíveis, utilizando-se do Mapa Conceitual, do Vê Epistemológico e da Sequência Didática, enquanto instrumentos para tal preparação?” A investigação, estruturada em três capítulos, além da introdução e das considerações finais, embasou-se na metodologia da pesquisa qualitativa utilizando como método para a análise de dados a Análise de Conteúdo de Bardin (1977; 1994; 211) A partir da interpretação e da análise dos resultados obtidos, verificou-se que, com as atividades desenvolvidas em grupo e com o professor sendo parte do processo de mediação pedagógica em todas as etapas de construção dos instrumentos de análise, houve promoção da preparação na formação inicial do professor de Geografia voltada para a Educação Inclusiva Por fim, concluiu-se a pesquisa observando-se a necessidade de que professores de Geografia compreendam as consideráveis influências de suas atividades pedagógicas no crescimento intelectual e pessoal de seus alunos, sabendo que a preparação do professor é um momento necessário, pois propicia a atualização de um corpo teórico conjugado com os mais modernos conhecimentos científicos e possibilita o reconhecimento cada vez mais acentuado da função social da escolaItem Bacia hidrográfica enquanto recorte espacial e analítico em geografia da saúde : hidrogeoquímica e saúde coletiva na bacia do rio Pirapó/PRAlievi, Alan Alves; Pinese, José Paulo Peccinini [Orientador]; Celligoi, André; Leal, Antônio Cezar; Barcellos, Christovam; Torres, Eloiza CristianeReumo: A presença de metais em águas superficiais pode promover uma série de agravos à saúde de uma população local que venha a consumir destas águas Deve-se considerar o estudo das bacias hidrográficas e das complexas interações em seu interior que possam contribuir para o desenvolvimento de agravos a saúde na população local em função da presença de metais nas águas superficiais que a compõem e, neste sentido, procurou-se nesta pesquisa advogar em favor da utilização da bacia hidrográfica enquanto recorte espacial e analítico Partiu-se do pressuposto que a mesma é a concreticidade de uma determinada combinação geográfica - um arranjo espacial e analítico caracterizado pela relação interdependente dos elementos ambientais e humanos em uma determinada área Neste sentido, a pesquisa foi realizada junto à Bacia hidrográfica do Pirapó, situada na porção setentrional do estado do Paraná, localizando-se entre os paralelos 22º 32' e 26º 34' S e os meridianos 51º 17´5,33" e 52º 17´ 18,3" W No curso dos rios Pirapó e Bandeirante do Norte (principal afluente) foram coletadas, um total de 36 amostras de água nos períodos de seca (agosto/216) e cheia (janeiro/217) para a detecção dos teores de metais em laboratório por meio de Espectrômetro de Emissão Atômica de Plasma Induzido por Microondas (MP-AES), sendo encontrados valores abaixo daqueles máximos permitidos (VMP) pelo CONAMA bem como pelo Ministério da Saúde Para correlacionar estes teores aos óbitos obtidos no ano de 216, entre os municípios que se situam na área da bacia hidrográfica, foram realizadas análises da distribuição espacial dos teores bem como das taxas de internação e mortalidade registradas naquele ano Na área de estudo a maior parte da ocupação e uso do solo é representada por propriedades rurais e atividades ligadas ao plantio de soja, milho, algodão e cana-de-açúcar (corriqueiramente demandantes de agrotóxicos), bem como à pecuária de corte Nas porções mais próximas do meio urbano, são preocupantes os aportes de efluentes industriais, lodo de esgoto, resíduos de tratamento de água, dentre outros identificados na área da bacia hidrográfica, principalmente no entorno dos pontos com teores elevados de metais na água coletada Assim, foram constituídas as áreas de risco, representadas pelo teores anômalos de metais registrados nos pontos A1 (nascente), A2 (Apucarana), A4 (Mandaguari), A5 (Maringá/Astorga), A6 (Maringá/Iguaraçu), A9 (Paranacity), A11 (Colorado/Paranapoema), A13 (Jardim Olinda), A14 (Colorado/Lobato), A17 (Guaraci/Santa Fé), A16 (Jaguapitã) e A18 (Rolândia) Com base nas ocorrências na análise dos fatores geográficos envolvidos na distribuição destas áreas de risco, verificou-se que havia a necessidade de uma proposta de metodologia sistêmica, que enfatizasse as relações entre ambiente, sociedade e saúde, e portanto, foi elaborada uma proposta de percurso metodológico de análise com base na teoria das combinações geográficas de André Cholley, que defendesse atender o objetivo de se apoiar um subsídio teórico-metodológico que permita o estudo sistêmico da bacia hidrográfica do rio Pirapó no âmbito das relações saúde e ambienteItem Complexidade Geográfico-econômica, Estrutura e Dinâmica Territorial da Piscicultura Brasileira(2024-03-06) Dias, Maico Eduardo Dias; Oliveira, Edilson Luis de; Silveira, Maria Laura; Castillo, Ricardo Abid; Castilho, Denis; Antonello, Ideni TerezinhaNo Brasil, nas últimas três décadas (1990 – 2023), a piscicultura (criação de peixes em cativeiro) tornou-se uma atividade econômica em ascensão. Sua difusão no território brasileiro tem sido impulsionada pela produção de tilápia (Oreochromis niloticus) em aglomerações espaciais de produtores. O objetivo central desta tese é analisar e explicar a estrutura territorial e a dinâmica da piscicultura brasileira. A metodologia de análise e comparação de aglomerações de produtores de tilápia está centrada na categoria analítica de complexidade geográfico-econômica. Para interpretar e explicar as formas e intensidades em que ocorre a apropriação dos recursos territoriais promovidas pela piscicultura, apoiamo-nos na obra de Milton Santos. Utilizamos com maior frequência os conceitos de circuitos espaciais de produção, círculos de cooperação e circuitos econômicos urbanos. Esses conceitos embasaram a metodologia de análise e, em especial, a categoria de complexidade geográfico-econômica, que serviu de base para comparação e classificação das aglomerações produtivas. A classificação resultante divide a tilapicultura brasileira em aglomerações produtivas monofuncionais, mesofuncionais e multifuncionais. A fase de investigação incluiu também trabalho de campo, durante o qual realizamos estudos de diferentes situações geográficas. Foram analisadas três aglomerações produtivas: aglomeração multifuncional do Oeste do Paraná, aglomeração multifuncional de Ilha Solteira (SP/MS) e aglomeração mesofuncional do Baixo São Francisco (BA/PE/AL). As conclusões a que chegamos revelam que a piscicultura brasileira está estruturada em dois extensos contextos regionais: o Contexto Regional Norte-Centro-Oeste com predominância da piscicultura nativa, e o Contexto Regional Nordeste-Centro-Sul com predominância de peixes exóticos. Neste último estão localizadas aglomerações de produtores de tilápia. Os diferentes níveis de complexidade geográfico-econômica de cada aglomeração revelam, em suas particularidades, o desenvolvimento desigual e combinado do território brasileiro. Essas particularidades dizem respeito principalmente às suas distintas densidades técnicas e informacionais, aos fluxos materiais e imateriais, à diversidade de atores específicos e à sua participação nos circuitos econômicos urbanos, aos processos de verticalização e horizontalização, à densidade das redes e proximidades de conhecimento.Item Condicionantes geomorfológicos de erodibilidade em fragmentos ambientais de mata atlântica : análises e restauração da estabilidade física em áreas fragilizadasOliveira, Guilherme Alves de; Torres, Eloiza Cristiane [Orientador]; Gouveia, José Mariano Caccia; Vendrame, Pedro Rodolfo Siqueira; Cunha, Lúcio; Stipp, Nilza Aparecida FreresResumo: A presente pesquisa advém como uma proposta para a avaliação dos condicionantes geomorfológicos de erodibilidade em fragmentos florestais de mata atlântica, apresentando aos segmentos aplicados à determinação dos índices físicos do solo tendo como prerrogativa a restauração sistêmica da estabilidade física de vertentes Recorre-se a uma exposição de dados coletados em topossequência em fragmento florestal de Londrina – PR e São José dos Campos – SP, atrelando-os aos cenários de relativo grau de fragilidade aos quais em função dos processos erosivos foram designados como alarmantes, viabilizando uma compreensão sazonal rítmica da variação dos índices e limites físicos em cargo dos demais condicionantes geomorfológicos evidenciando a dinâmica de erodibilidade e formulando meios de contornar os processos erosivos, bem como as alterações ecossistêmicas decorrentes desta dinâmica em florestas estacionárias semi-deciduais de mata atlântica Faz-se então uma apresentação em oito capítulos expondo as formulações epistemológicas dos condicionantes geomorfológicos e o critério biogeográfico aos quais os fragmentos florestais se espacializam enquanto recorte de estudo, bem como a aplicação de metodologias e práticas de restauração florestal que vão ao cerne da proposta de conceber as variáveis derivativas dos processos erosivos em vertente Aplicam-se então critérios práticos oriundos da Geotecnia, Biogeografia, Pedologia e Geomorfologia com a finalidade de proporcionar um estudo geográfico incumbido da interpretação, prognósticos e restauração de ambientes naturais fragilizados, fomentando assim elementos que corroboram para a estabilidade do sistema vertente tendo em vista a erodibilidade como artifício crucial das aplicações e propostasItem Contribuições da teoria da atividade : proposições para repensar a natureza do erro no processo de ensino e aprendizagem em geografiaFavarão, Cláudia Fátima de Melo; Salvi, Rosana Figueiredo [Orientador]; Moura, Jeani Delgado Paschoal; Veiga, Léia Aparecida; Lopes, Claudivan Sanches; Rocha, Marcelo AugustoResumo: O objetivo desta pesquisa é repensar da natureza do erro junto a professores do Ensino Fundamental, anos finais, no processo de ensino e aprendizagem em Geografia, tendo como aporte a Teoria da Atividade de Leontiev, em uma formação docente A pesquisa com abordagem qualitativa, partiu da investigação sobre a natureza do erro de duas professoras de Geografia, sujeitos da pesquisa, atuantes nos anos finais do Ensino Fundamental, em uma escola pública no município de Sertanópolis, norte do Paraná Os instrumentos de coleta de dados empíricos utilizados foram a Observação Periférica, a Entrevista e o Grupo de Discussão, os quais mediaram o relacionamento entre a pesquisadora e os sujeitos pesquisados, permitindo que ambos repensassem o conceito de erro na Geografia Escolar A função principal do Grupo de Discussão foi proporcionar momentos de formação pedagógica e geográfica na perspectiva Histórico-Cultural, mobilizando professores(as) e alunos(as) em sala de aula para entrarem em Atividade A formação docente privilegiou não apenas pensar a respeito dos conceitos geográficos, mas também à prática pedagógica em sala de aula, com adaptação em estudos de Moura (24, 21, 213, 217) Para a análise, ateve-se na forma como organizavam antes do Grupo de Discussão o ensino e a aprendizagem em Geografia, destacando para essa análise três elementos: o sentido pessoal atribuído aos erros, a organização da aula (as ações) e o porquê de ensinar o conteúdo (a necessidade) Os resultados evidenciaram a relevância da sintonia entre a atividade de ensino e da aprendizagem na mobilização dos elementos da Teoria da Atividade, possibilitando encaminhamentos para a compreensão conceitual pedagógica e geográfica docente e consequentemente para seus discentes Conclui-se que esta pesquisa contribuiu para desvelar o conhecimento conceitual geográfico, contextualizando as relações entre o lugar e o global, tendo como premissa a proposição de uma Geografia mais viva e atuante na sociedadeItem Cooperativismo e recriação camponesa : contribuições e limites dos modelos de cooperativismo empresarialista e camponês na mesorregião norte central paranaenseZeneratti, Fábio Luiz; Paulino, Eliane Tomiasi [Orientador]; Fabrini, João Edmilson; Fernandes, Bernardo Mançano; Almeida, Rosemeire Aparecida de; Fraga, Nilson CesarResumo: O objetivo deste trabalho é discutir as contribuições e os limites dos modelos de cooperação empresarialista e camponês para o processo de recriação do campesinato na mesorregião Norte Central paranaense A metodologia utilizada nessa tarefa foi a pesquisa teórico-bibliográfica e a pesquisa de campo, em que foram realizadas entrevistas não padronizadas em 7 unidades camponesas Essa metodologia permitiu identificar as principais características dos modelos cooperativistas elencados para a pesquisa Conclui-se que o modelo de cooperativismo empresarialista assumiu uma característica na qual as cooperativas foram utilizadas como instrumento estatal para a modernização da base técnica na agricultura, se distanciando da possibilidade de transformação social abrangente, como idealizavam os percursores do cooperativismo moderno mas que, contraditoriamente, possibilitam a recriação do campesinato cooperado que luta na terra Por outro lado, aos camponeses que tiveram que lutar para remover o bloqueio da propriedade privada capitalista, o cooperativismo se apresenta ao mesmo tempo como uma estratégia de luta pela terra e de luta na terra, ou seja, de resistência e recriação Essa pesquisa demonstra que os modelos de cooperativismo, empresarialista e camponês, são distintos na perspectiva da organização e do conteúdo político-ideológico, contudo ambos apresentam potenciais contribuições para a recriação camponesa no capitalismo, resguardadas as contradições inerentes a esses processos Para os camponeses assentados a cooperativa camponesa é um trunfo na luta contra o modo capitalista de produção, sendo um instrumento econômico e político que possibilita acessar mercados alternativos, como os institucionais, escapando dos circuitos monopolistas do mercado capitalista As cooperativas empresarialistas, por sua vez, têm como prerrogativa a inserção dos camponeses no mercado capitalista via produção de commodities e inserção em um setor da economia dominado pelos grandes grupos privados Nesse caso, a cooperativa comparece como uma estratégia para reter parte da renda camponesa da terra que seria drenada pelo capital Em ambos os casos as cooperativas proporcionam retenção da renda da terra, que, em última instância, é convertida em benefício à família camponesa A pesquisa também identificou que esses modelos cooperativos, no que pese sua distinção, permitem florescer o modo de vida camponês, representado por um conjunto de valores que norteiam suas vidas, como as relações de confiança, a autonomia, os vínculos familiares e a relação com a terra, entendida como meio de vida Nesses termos, o cooperativismo é uma possibilidade concreta de recriação do campesinato no capitalismo, se por um lado a cooperação não levou à mudança geral da sociedade, por outro, no particular, ela tem contribuído para mudar a realidade dos camponeses envolvidosItem Os desafios da aplicação da pegada hídrica em uma bacia hidrográfica urbana : contribuições para a gestão ambientalArantes, Marcia Regina Lopez; Stipp, Nilza Aparecida Freres [Orientador]; Gomes, Luciano Nardini; Leal, Antônio Cezar; Carvalho, Silvia Méri; Torres, Eloiza Cristiane; Pinese, José Paulo Peccinini; Gomes, Luciano Nardini [Coorientador]Resumo: Os conceitos de água virtual e pegada hídrica que surgiram nas duas últimas décadas do século XX lançaram novos olhares sobre os recursos hídricos em relação aos conceitos tradicionais, onde o consumo era analisado como o uso direto da água e a contaminação, vinculada ao tipo de poluente e a sua concentração Sob esta nova ótica, o consumo e a poluição da água são calculados em razão do volume utilizado de forma direta e indireta, ou seja, os recursos hídricos incorporados na elaboração de produtos e na oferta de serviços e também o volume necessário para a diluição de poluentes Deste modo, este trabalho apresenta a pegada hídrica da bacia hidrográfica urbana do ribeirão Cambé, situada nas cidades de Londrina e Cambé, Estado do Paraná, através do abastecimento de água, do consumo de alimentos, do saneamento e da energia elétrica Para a elaboração dos cálculos foram utilizados os dados oficiais existentes para a determinação dos volumes diretos e indiretos de água incorporados na área avaliada e os resultados demonstraram que a bacia hidrográfica urbana apresenta uma pegada hídrica de 22165875,6 m3/ano e as maiores parcelas referem-se ao consumo de alimentos e ao saneamento A relação entre a água, os alimentos, a energia e a interdependência urbana com a sustentabilidade dos recursos hídricos fornecem informações importantes que podem contribuir com o planejamento e a gestão político-administrativa das cidades a partir da participação efetiva dos atores centrais na busca de soluções para a redução da pegada hídrica Neste sentido, foi proposto um modelo de gestão de recursos hídricos em cenários urbanos com a adoção do endereço hidrográfico e a inclusão dos dados relativos ao consumo e poluição indiretos da água através das plataformas utilizadas para os licenciamentos ambientaisItem Desdobramentos da territorialização do setor sucroenergético no estado do ParanáSouza, Marcos Antonio de; Paulino, Eliane Tomiasi [Orientador]; Oliveira, Ariovaldo Umbelino de; Thomaz Junior, Antônio; Fraga, Nilson César; Camara, Márcia Regina Gabardo daResumo: Partindo-se da premissa de que a crescente expansão do setor canavieiro após a década de 197 e mais recentemente, durante a primeira década do século XXI, provocou uma série de impactos socioambientais no espaço agrário brasileiro, este trabalho objetiva apresentar os desdobramentos da reprodução do capital sucroenergético, tendo como recorte geográfico o estado do Paraná Para tanto, se apoia metodologicamente na revisão bibliográfica especializada, assim como na utilização de bases de dados de diversas instituições e nas verificações empíricas na territorialidade do setor sucroenergético paranaense, para empreender a análise dialética dos arranjos socioespaciais dos municípios canavieiros do estado do Paraná Não obstante, se pauta numa análise onde o formato e estrutura da produção canavieira, fundamentada na agricultura capitalista, estão associados aos referidos impactos socioambientais, sendo o Estado considerado o comando político do capital, que tem buscado historicamente salvaguardar os interesses das classes dominantes, assumindo assim o papel de potencializador da eficiência dessas classes em extrair a renda fundiária, financiando e subsidiando todas as etapas do processo produtivo, executando políticas territoriais e atuando no sentido de viabilizar a continuidade da conjuntura favorável para a acumulação capitalista Se o formato e estrutura da produção sucroenergética assentado no modus operandi da agropecuária capitalista não possui a eficiência produtiva sustentada pelos seus defensores, comprovada nas históricas oscilações de apogeus e crises, constata-se que o conjunto da sociedade tem arcado em ritmo crescente na viabilização dessa produção Neste sentido, como consequência do processo de territorialização dos monopólios do setor sucroenergético, tem persistido a concentração fundiária, além da presença cada vez mais marcante das disputas territoriais travadas entre a cana-de-açúcar, os demais cultivos da agropecuária capitalista e os cultivos alimentares, além da precarização das relações de trabalho, expressa na superexploração do cortador de cana, realidade esta que contradiz com os altos níveis de rentabilidade auferidos pelo setor sucroenergético, assim como a disponibilidade tecnológica da contemporaneidadeItem Dinâmica das chuvas no Paraná : da análise rítmica à espacialMangili, Fabiana Bezerra; Ely, Deise Fabiana [Orientador]; Limberger, Leila; Lohmann, Marciel; Nascimento Junior, Lindberg; Zavattini, João AfonsoResumo: O objetivo da presente investigação é propor uma metodologia que auxilie o reconhecimento dos mecanismos produtores de tempo associados aos controles geográficos das chuvas no estado do Paraná, subsidiada em técnicas de representação e análise espacial Os procedimentos metodológicos foram aplicados a partir das etapas constituintes da análise rítmica e posteriormente incluído a averiguação espacial Foram utilizados dados diários de postos pluviométricos e de estações meteorológicas instalados pelo estado, nos quais foram aplicados métodos estatísticos para determinação de anos representativos (1998 – extremamente chuvoso; 25 – habitual; 26 – extremamente seco) para as etapas de detalhamento atmosférico Os resultados obtidos constituíram uma proposta de classificação espacial dos domínios de sistemas geográficos e atmosféricos produtores de chuva A averiguação realizada indica uma representação do fenômeno climático a partir da sua dinâmica atmosférica é mais expressiva quando realizada de maneira mensal (ou sazonal – como sugestão) e ampara os processos analíticos das informações climáticas Dessa maneira, foi possível apontar algumas constatações: como o maior deslocamento da umidade provinda da região norte do país em episódios de ENOS, de origem EP, que impulsiona essa dinâmica em anos extremamente chuvosos – provocando aumento das chuvas principalmente na primavera e verão O recuo desse fluxo de umidade nortista repercute na diminuição de acumulados de chuvas, tanto pela falta desse transporte como pela influência no deslocamento e passagens de sistemas frontais sobre o estado do Paraná – principalmente nos meses de inverno e outono Além desses apontamentos, destaca-se como principal responsável pelas chuvas na área de estudo os sistemas frontais, com contribuição de áreas baixa pressão continental e transporte de umidade originada dos corpos oceânicosItem Dinâmica de um processo associativista : cooperativa de consumo dos servidores da UEL - SERVICOOPDias, Luís Fernando Pinto; Asari, Alice Yatiyo [Orientador]; Salvi, Rosana Figueiredo; Tsukamoto, Ruth Youko; Serra, Elpídio; Pessoa, Vera Lúcia SalazarResumo: Um grupo de servidores da UEL constituiu uma organização que promoveu a melhoria das condições de vida dos associados Este processo associativista foi embasado na solidariedade e no voluntariado, realizando-se na ação democrática e de ajuda mútua O enfrentamento à situação salarial, ao cenário econômico inflacionário e ingerência política motivou a criação da associação pró-cooperativa e posteriormente da cooperativa de consumo Caracterizada pela ação voluntária e democrática, operava num modelo de aquisição em lotes de compras coletivas, realizada por meio de uma lista básica de produtos, conforme a necessidade de cada associado Verificou-se a imediata redução do custo nas compras, promovendo a melhoria das condições de vida, cujos resultados foram: o desenvolvimento de ação de solidariedade, a construção, em sistema de mutirão, de um armazém de 675 m2, a aplicação do modelo em outro grupo social e o sentimento de cada um marcando a história de suas vidas A movimentação popular com a experiência do cotidiano e da luta pela sobrevivência promoveu o desenvolvimento e instigou a consciência dos participantes a se envolverem numa dinâmica de solidariedade, demonstrando que o comprometimento e envolvimento nas ações podem transformar as pessoas – podem transformar a sociedade Sendo assim, o objeto deste trabalho é a dinâmica da movimentação das pessoas, num estudo de caso que descreve um modelo associativistaItem Dinâmicas virtuosas da reforma agrária na região de Andradina/SPArlindo, Marco Aurélio da Silva; Paulino, Eliane Tomiasi [Orientador]; Mitidiero Junior, Marco Antônio; Nardoque, Sedeval; Girardi, Eduardo Paulon; Germani, GuiomarResumo: Diante do desmonte das políticas sociais, sobretudo as agrárias, bem como a massiva propaganda veiculada pela mídia subserviente aos interesses da agricultura capitalista e da sua suposta contribuição econômica e alimentar ao país, entendemos ser fundamental refletir o processo de reprodução do campesinato e a relevância das políticas de assentamentos rurais para a sociedade em geral Assim, concebendo o território como categoria geográfica e ancorado no arcabouço teórico da questão agrária e recriação do campesinato, estabelecimentos como objetivo central investigar os desdobramentos territoriais produzidos pela implantação dos projetos de assentamentos rurais na Região de Andradina (SP), do ponto de vista social, econômico e político No contexto da “Marcha para Oeste”, concretizada pela construção das ferrovias em meados do século XX, a apropriação capitalista das terras moveu-se pelo interesse na renda fundiária e teve na grilagem o principal mecanismo de usurpação das terras públicas, privando homens e mulheres de reproduzirem-se mediante o trabalho na terra Marcada historicamente pela pastagem e, no limiar do século XXI, pela expansão da lavoura de cana-de-açúcar, a região viria a ser palco da luta de classes travada no e pelo território, o que possibilitou a reprodução social de outra lógica no campo A luta pela terra, fator de recriação camponesa, pressionou a desapropriação do latifúndio, tendo sido assentadas milhares de famílias que, na luta para permanecer na terra, vem desenvolvendo o modo de vida centrado no grupo familiar Com o domínio de pequena fração do território, os camponeses assentados garantem sua existência social na terra de trabalho e, para além disso, são responsáveis pela produção de gêneros alimentícios de primeira necessidade que alcançam as mesas dos citadinos, fortalecendo, a partir da produção variada, o vínculo campo-cidade Somamos a isso, o fato de que o acesso à terra, via política de assentamentos rurais, possibilitou a transformação dos próprios sujeitos antes excluídos socialmente, agora ocupado gerando renda que circula no mercado local e regional Mesmo perante os limites impostos pela monopolização do território pelo capital, esses camponeses mostraram potencialidade produtiva e capacidade reiterada de cumprimento dos preceitos da função social da terra, estabelecida na Constituição Federal de 1988 Reveladas estão dinâmicas virtuosas da Reforma Agrária na escala local e a importância da eliminação do latifúndioItem Ecodesign gráfico : teoria e práticaLopes, Camila Santos Doubek; Barros, Mirian Vizintim Fernandes [Orientador]; Sousa, Cyntia Santos Malaguti de; Gomes, Marquiana de Freitas Vilas Boas; Salvi, Rosana Figueiredo; Moura, Jeani Delgado PaschoalResumo: A presente pesquisa tratou da adequação da prática do designer gráfico ao paradigma ecológico do Ecodesign, e da construção histórica e conceitual que permeia essa mudança, como a relação sociedade–natureza e o ambientalismo Por ser tema pouco explorado, não existe material completo de consulta no contexto nacional, tampouco a cultura de pensar o produto gráfico de modo menos impactante O material de consulta para designers e educadores da área gráfica é ineficiente, pois se refere às etapas de impressão ou de projeto de produtos tridimensionais, ou ainda não possui dados técnicos sistematizados O objetivo desta pesquisa foi realizar o levantamento histórico do Ecodesign Gráfico com base na ótica geográfica da formação dos movimentos sociais ambientalistas, analisar ambientalmente os materiais e processos gráficos, definir as ferramentas estratégicas para o designer e, finalmente, criar um Guia de práticas Ambientais para o designer gráfico A metodologia de interpretação empregada foi a dialética, e a ideologia ambiental para análise dos resultados foi a Verde O meio técnico da pesquisa foi observacional, e o nível de pesquisa foi exploratório com delineamento bibliográfico Foram realizados dois estudos de campo por meio de questionários O primeiro, que objetivou diagnosticar o posicionamento dos designers diante das questões ambientais e também quanto à utilização de ferramentas estratégicas, foi constituído de questões fechadas O segundo, que procurou identificar as impressões do designer gráfico sobre o Guia, teve questões abertas e fechadas A Análise de Ciclo de Vida foi realizada com o software SimaPro 81116, e seus resultados analisados por meio dos gráficos gerados A pesquisa foi direcionada a partir dos resultados do primeiro diagnóstico, em que ficou evidenciada a necessidade de criação de material de base para o designer As análises ambientais evidenciaram a necessidade de mudança de determinados paradigmas estabelecidos, como o uso intensivo de enobrecimentos, papel revestido, preenchimento do layout com tintas, uso de determinadas cores especiais, entre outras práticas A inversão dessas normas leva a um produto gráfico mais leve visual e ambientalmente, na contramão da tendência estética vigente, portanto demandando mudança do paradigma dessa estética Uma compilação dos resultados foi feita e adaptada para o Guia, que foi diagramado e impresso Os dados levantados mostram que, ao contrário do que os próprios designers imaginam, o produto gráfico menos impactante é, em sua maioria, menos oneroso Como recomendação para futuros estudos, indica-se realizar o diagnóstico da capacitação ambiental do designer na universidadeItem O empobrecimento no território milenar da Serra da Pitanga : uma rede logístico-rodoviária que reflete os baixos índices socioeconômicos da região imediata de Pitanga (RIP)Gonçalves, Cleverson; Fraga, Nilson Cesar [Orientador]; Araújo Sobrinho, Fernando Luiz; Losada, Janaina Zito; Ludka, Vanessa Maria; Cordeiro, Sandra Maria AlmeidaResumo: A Região Imediata de Pitanga (RIP) na sua formação socioespacial vem sendo negligenciada pelo estado paranaense, desde sua gênese formadora, mas principalmente, após o emprego de suas terras pelo uso capitalista Essa região sempre esteve às margens de investimento federais e estaduais, e seus municípios não possuem condições de gerar infraestrutura que impacte local e regionalmente Essa área já foi território de soberania indígena e cabocla e sempre esteve no centro de conexões entre diferentes povos e regiões, isso a partir do milenar Caminho do Peabiru e suas ramificações, porém, com o advento da migração de colonos europeus, sobretudo eslavos, essa região perde a significância de conectividade intrarregional/continental, e a partir disso sua rede viária se manteve sem investimentos por mais de um século, gerando uma ínfima produção, por conta disso, os baixos investimentos para um adequado escoamento regional Somente a partir do final do século XX é que a RIP passa a conviver com algumas obras de implantação rodoviária, readquirindo e fortalecendo a parca conectividade com outras regiões, apenas nas décadas de 198 e 199 Porém, esses investimentos serviram apenas para o escoamento da produção do agronegócio que se instalava nas regiões circunvizinhas Entretanto, tal conectividade está longe de ser a ideal, pois todas as rodovias da região são classificadas como ruins ou péssimas Tal classificação foi obtida com a Metodologia de Avaliação Geográfica da Qualidade das Rodovias (MAGeoQR) produzida nessa pesquisa, fruto da adaptação da metodologia de avaliação empregada pela Confederação Nacional de Transporte (CNT) para avaliar o sistema rodoviário nacional Os diagnósticos feitos nas rodovias analisadas, nesta pesquisa, não se diferem dos demais dados socioeconômicos regionais, que também são inferiores à média destes e de outros índices no estado paranaense A RIP apresenta uma grande quantidade de população empobrecida, assim como tem convivido com uma perda populacional contínua nas últimas décadas Metodologicamente as informações sócioeconômicas foram obtidas IBGE (SIDRA) e no SAGI, do Ministério da Cidadania, dentre outros órgãos públicos Os levantamentos históricos que serviram de base para as análises da formação socioespacial foram realizados por meio de pesquisas documentais, principalmente na Hemeroteca Digital, na Biblioteca do DER/PR e nas bibliotecas e museus dos municípios integrantes da RIP Para proceder à avaliação das rodovias foram feitos 25 km de trabalho de campo na região de estudo Esta pesquisa conseguiu demonstrar a má qualidade das rodovias regionais que refletem os baixos índices socioeconômicos lá existentes, mesmo que o sistema rodoviário-logístico não seja determinante para demonstrar o empobrecimento e o subdesenvolvimento registrado na RIP, sobretudo nos últimos 5 anos, eles ampliam um diagnóstico mais preciso na análise regional Mas estes fatos não eliminam a falta de tais investimentos ao subdesenvolvimento regional Propositivamente, para superar tal empobrecimento é preciso haver um desenvolvimento endógeno, ou seja, de base local, para e pelos moradores locais, respeitando as questões socioambientais e culturais milenares/seculares da RIPItem Escola como ponta de lança : experiências geográficas e modos-de-ser dasein-aprendizOliveira, Larissa Alves de; Moura, Jeani Delgado Paschoal [Orientador]; Lima-Payayá, Jamille da Silva; Batista, Gustavo Silvano; Fernandez, Pablo Sebastian Moreira; Campos, Margarida de Cássia; Marandola Junior, Eduardo José [Coorientador]Resumo: Esta tese se apropria da analítica existencial de orientação fenomenológica de Martin Heidegger a respeito do homem e de sua relação com o mundo, para a compreensão da experiência geográfica escolar como desvelar dos modo-de-ser dasein-aprendiz O filósofo apresenta uma concepção do ser humano como ser-no-mundo, buscando superar os tradicionais dualismos entre corpo-mente, sujeito-objeto e teoria-prática Como tese, entende-se que, se a experiência geográfica fenomenológica conduzir nossa compreensão acerca da escola como ponta de lança, para usar uma expressão hedeggeriana, várias limitações relacionadas ao sentido desta poderão ser superadas A problemática da pesquisa busca responder: qual o sentido de ser da escola? Que modos de manifestação dos fenômenos humanos aparecem no contexto escolar? Como os modos-de-ser professor e estudante são desvelados nas experiências escolares? Pelos escritos de Heidegger sobre a concepção de ser-no-mundo, busca-se refletir a escola enquanto ente e coexistente do ser que se desvela por meio da experiência geográfica, dando sentido ao que se encontra nos diferentes contextos e nas diferentes práticas em que se desvelam seus existenciais Para além da forma cartesiana de fazer ciência, Heidegger entendia que era preciso deixar falar os próprios fenômenos ou a experiência que aparece como fenômeno Desse modo, o objetivo central deste estudo foi compreender as experiências que preconizam o sentido de ser da escola Como metodologia de pesquisa foi criado um grupo focal por meio de roda de conversa virtual com professores, bem como observações de aulas e conversas com estudantes da rede estadual de ensino, Londrina–PR, de forma remota Como resultados, abriram-se caminhos para o entendimento da escola com base nas experiências escolares daqueles que habitam este lugar, demonstrando sua geograficidade por meio da relação visceral de professores e estudantes com a instituição É possível destacar que com os modos-de-ser professor e estudante colaborou-se com a reflexão de um Dasein-aprendiz, que converge da própria experiência escolar Por fim, acredita-se que esta pesquisa poderá contribuir nos caminhos de aproximação entre a Filosofia de Heidegger e a Educação GeográficaItem Os "escolhidos e os escorraçados", os povos tradicionais e a formação sócio-espacial de Santa Catarina : rompimentos das invisibilidades de caboclos e caboclas do Contestado na serra acima, pescadores e pescadoras do litoral na serra abaixoGross, Cristina Buratto; Fraga, Nilson Cesar [Orientador]; Gomes, Marquiana de Freitas Vilas Boas; Silva, Carla Holanda da; Lima, Ângela Maria de Sousa; Alves, Jolinda de MoraesResumo: Nesta tese, entendemos que para se compreender a gênese e a atual materialidade e a imaterialidade de um determinado espaço geográfico é preciso buscar na sua origem (raiz) os fatos e processos decorrentes dos movimentos da sociedade que resultaram nesse presente analisado E, neste caso, como os contraditórios movimentos políticos, econômicos e sociais ocorridos na formação sócio-espacial de Santa Catarina teriam resultado na desterritorialização de suas populações tradicionais e, consequentemente em sua invisibilização, tanto ao longo de sua construção histórica quanto na contemporaneidade Durante o processo histórico da formação sócio-espacial do estado de Santa Catarina, a busca pelo desenvolvimento econômico foi pautada pela opção aos interesses das elites em detrimento de seu povo, da base que lhe deu alicerce Isso é um “norte” do sistema capitalista, que aos poucos foi se engendrando pelo Estado, assim como pelo mundo, e criando desigualdades já no cerne de suas formações Desse modo, algumas questões nos vêm à mente, como por exemplo: no que as opções e decisões feitas pelo estado em sua busca pelo desenvolvimento resultou de fato em suas regiões e em sua população? O quê e quem se desenvolveu ou se des-envolveu? Existe, de fato, uma “identidade catarinense”? Como criar uma identidade única em um Estado que surge a partir da invasão e espoliação de terras dos seus povos originários? Um Estado que surge sobre o sangue derramado de milhares de pessoas e que, não satisfeito, apoia ainda uma guerra contra seus descendentes, a Guerra do Contestado, e a vinda de imigrantes europeus afim de, dentre outros objetivos, branquear sua população Uns escolhidos e outros escorraçados Contemporaneamente, o discurso sobre a identidade catarinense ainda passa uma falsa noção de unidade, de isonomia, tanto em suas características econômicas, quanto sociais e populacionais Por isso a necessidade de desconstruí-lo, haja visto que tanto em nossa pesquisa de mestrado quanto de doutorado temos percebido que isso não condiz com a realidade Essa falsa noção de homogeneidade também perpassa as características populacionais, onde o próprio Estado difundiu um discurso atrelado às políticas de branqueamento empregadas em alguns períodos da história nacional e estadual Tal discurso ainda é percebido especialmente através da mídia e das campanhas submetidas ao turismo Elas tentam vender uma imagem vinculada ao “padrão europeu” tanto dos lugares e das paisagens quanto da população, assim como da difusão do discurso de eficiência “desse” povo ao labor, do “povo ordeiro” que trouxe o desenvolvimento a Santa Catarina Discurso este que somado ao encobrimento dos fatos históricos que destituíram os povos tradicionais de seus territórios fez com que os mesmos fossem marginalizados/invisibilizados pela história oficial, e assim, também foi negada a sua importância dentro dos processos históricos e da formação sócio-espacial de Santa Catarina Diante de tais aspectos é que optamos por trabalhar metodologicamente com a categoria da formação sócio-espacial pautada especialmente em Milton Santos (1977, 1982) a fim de descortinar os processos de desterritorialização e invisibilização de duas comunidades tradicionais catarinenses: uma na vertente litorânea, os pescadores (as) artesanais em Penha e, a outra, na vertente do interior, os caboclos (as) do Contestado, em Lebon Régis Esta escolha se deve ao fato de acreditarmos que os territórios tradicionais e sua posterior desterritorialização são elementos inerentes a formação sócio-espacial catarinense e foram diretamente atingidos pelos processos decorrentes dessa formaçãoItem Faces do campesinato no município de Itapetininga/SP : sujeição, resistência e recriaçãoSilva, Juliano Ricciardi Floriano; Paulino, Eliane Tomiasi [Orientador]; Macedo, Cátia Oliveira; Santos, Josefa de Lisboa; Oliveira, Ariovaldo Umbelino de; Gómez, Jorge Ramón MontenegroResumo: A presente pesquisa analisou as particularidades da resistência, da recriação e da criação da classe camponesa no município de Itapetininga, estado de São Paulo O município em questão situado na zona pioneira de ocupação e a margem do avanço da cafeicultura nos séculos XIX e XX têm como características de seu espaço agrário o predomínio dos grandes estabelecimentos agropecuários e o alto índice de concentração de terras que reflete, em parte, o histórico das concessões das sesmarias nos séculos XVII e XVIII Após uma análise teórica sobre a relação da renda da terra, buscou-se identificar as fontes de renda e as atividades de autoconsumo que os camponeses se dedicam, nas quais se constatou a concentração na olericultura, na pecuária bovina e bubalina, na avicultura e na apicultura Apesar das adversidades impostas pela territorialização do capital representada pela citricultura, pela silvicultura e em menor escala pelas culturas temporárias mecanizadas; detectou-se que os camponeses às vezes com seu território monopolizado pelas agroindústrias, buscam alternativas para suas práticas convencionais Em alguns momentos verificaram-se práticas contra-hegemônicas como a agricultura orgânica, agricultura biodinâmica e criação de frangos caipira, todos para venda direta; e em outros a sujeição formal ao trabalho assalariado (trabalho acessório), o arrendamento de terras para o cultivo, um misto de assalariamento com parcerias e até um tipo de colonato Tais relações permitem a essas famílias se assegurarem como membros da classe camponesa Assim, a partir do aprofundamento nos estudos em Geografia Agrária e dos relatos de campo, buscou-se identificar essas particularidades que possibilitam a resistência, a recriação, algo contraditório, porém inerente para a manutenção do modo de produção capitalistaItem "Fragilidade ambiental dos serviços ecossistêmicos de suporte e provisão no município de Teodoro Sampaio-SP, no Pontal do Paranapanema : mapeamento e diagnóstico das prioridades de conservação"Genaro, Vinicius; Pinese, José Paulo Peccinini [Orientador]; Torres, Eloiza Cristiane; Coca, Estevan Leopoldo de Freitas; Celligoi, André; Leal, Antônio Cezar; Aledo, Antonio [Coorientador]Resumo: Os serviços ecossistêmicos (SE) são definidos como sendo todos os benefícios diretos e indiretos que a população humana obtém da natureza Tanto o bem-estar, como a própria sobrevivência da nossa espécie, depende significativamente desses serviços que são fornecidos pela natureza Esses ‘SE’ incluem a formação dos solos, o controle contra erosão, regulação do clima, o armazenamento de carbono, a ciclagem de nutrientes, o provimento de recursos hídricos em quantidade e qualidade, a manutenção do ciclo de chuvas, a proteção da biodiversidade, a proteção contra desastres naturais, elementos culturais, a beleza paisagística, a manutenção de recursos genéticos, entre muitos outros Banhada pelos rios Paraná (ao Norte) e Paranapanema (ao Sul), Teodoro Sampaio também abriga o maior fragmento de Mata-Atlântica do interior do estado de São Paulo, responsável por refugiar diversas espécies animais e vegetais ameaçadas de extinção Toda essa riqueza natural, confere ao município, importância fundamental no fornecimento e manutenção dos ‘SE’, e por manter o equilíbrio ecológico na região Estudos pretéritos demonstraram que o toda a região onde se localiza a área de estudos se encontra ambientalmente bastante fragilizada, em decorrência das características fisiográficas, associadas às atividades econômicas desenvolvidas no local (produção hidrelétrica, agropecuária extensiva e a expansão do agronegócio ligado às atividades do agrohidronegócio, associadas sobretudo, ao capital estrangeiro, na forma de neoextrativismo colonial Algumas porções do estrato geográfico podem apresentar níveis maiores de fragilidade ou de susceptibilidade às intervenções antrópicas e, por isso, o objetivo do trabalho foi realizar um diagnóstico da fragilidade ambiental das áreas produtoras de serviços ecossistêmicos de suporte e provisão no interior da área de estudos A Fragilidade Ambiental é o resultado da combinação entre a Fragilidade Potencial mais o Uso e Ocupação do Solo Para realizar o mapeamento da fragilidade ambiental da área, utilizou-se as temáticas de geomorfologia, clima, pedologia e uso e ocupação da terra Em cada variável desses mapas temáticos foram atribuídos os valores 1, 2 ou 3, correspondendo, respectivamente, ao grau de fraca, média ou forte fragilidade Esses dados foram cruzados no formato raster com o mapa de uso e ocupação no mesmo formato, através de análise multicritério proporcionada pela ferramenta Weighted Sum Raster Overlay, no software Qgis 34, com peso de 5% para cada um dos mapas O resultado foi o mapa de Fragilidade Ambiental, permite a identificação de níveis que variam de Muito Fraco, Fraco, Médio, Forte e Muito Forte quanto aos processos de erosão linear e, consequentemente, a incapacidade dos ecossistemas de fornecer bens e serviços necessários para o desenvolvimento da regiãoItem Gênese e dinâmica das aglomerações urbanas de fronteira : Uruguaiana e Paso de los Libres, Corumbá, Puerto Suárez e Puerto Quijarro, Foz do Iguaçu, Ciudad del Este, Hernandarias, Presidente Franco e Puerto IguazúConte, Cláudia Heloiza; Fresca, Tânia Maria [Orientador]; Luedemann, Marta da Silveira; Espíndola, Carlos José; Carvalho, Márcia Siqueira de; Fraga, Nilson CésarResumo: O objetivo central dessa tese é analisar a gênese e a dinâmica econômica e social das aglomerações urbanas de fronteira de Uruguaiana e Paso de los Libres, Corumbá, Puerto Quijarro e Puerto Suárez, Foz do Iguaçu, Ciudad del Este, Hernandarias, Presidente Franco e Puerto Iguazú, bem como os fluxos entre elas Para tanto, buscou-se compreender as singularidades regionais das aglomerações urbanas em relação à gênese e evolução dos seus centros, levantar e caracterizar as atividades econômicas das aglomerações em diferentes momentos e a partir de periodização, identificar possíveis especializações funcionais de cada aglomeração, levantar os deslocamentos pendulares entre as cidades a fim de compreender as relações entre essas e o mercado de trabalho e consumo de bens e serviços, além de discutir aspectos do processo de integração nas aglomerações via Mercosul Como referencial teórico metodológico é utilizada a categoria de formação socioespacial em articulação com as dualidades da economia brasileira, estudadas por Ignácio Rangel Essa base permite o entendimento da dinâmica econômica brasileira e sua relação com a economia mundial, assim como os percursos de sua realização nas três aglomerações urbanas de fronteira Verificou-se que, mesmo com processos distintos de colonização, Brasil e os países fronteiriços contaram com formações socioespaciais constituidas de elementos similares, mas que suas características próprias, ligadas a localização fronteiriça, distinguem as aglomerações do restante dos respectivos territórios nacionais São também elementos como localização geográfica, maior relação com as cidades de fronteira, distância dos centros nacionais, relações comerciais com base nas flutuações de câmbio, entre outros, que tornam a realização das dualidades e o desenvolvimento econômico e social específicos nessas áreas
- «
- 1 (current)
- 2
- 3
- »