Cooperativismo e recriação camponesa : contribuições e limites dos modelos de cooperativismo empresarialista e camponês na mesorregião norte central paranaense

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Resumo: O objetivo deste trabalho é discutir as contribuições e os limites dos modelos de cooperação empresarialista e camponês para o processo de recriação do campesinato na mesorregião Norte Central paranaense A metodologia utilizada nessa tarefa foi a pesquisa teórico-bibliográfica e a pesquisa de campo, em que foram realizadas entrevistas não padronizadas em 7 unidades camponesas Essa metodologia permitiu identificar as principais características dos modelos cooperativistas elencados para a pesquisa Conclui-se que o modelo de cooperativismo empresarialista assumiu uma característica na qual as cooperativas foram utilizadas como instrumento estatal para a modernização da base técnica na agricultura, se distanciando da possibilidade de transformação social abrangente, como idealizavam os percursores do cooperativismo moderno mas que, contraditoriamente, possibilitam a recriação do campesinato cooperado que luta na terra Por outro lado, aos camponeses que tiveram que lutar para remover o bloqueio da propriedade privada capitalista, o cooperativismo se apresenta ao mesmo tempo como uma estratégia de luta pela terra e de luta na terra, ou seja, de resistência e recriação Essa pesquisa demonstra que os modelos de cooperativismo, empresarialista e camponês, são distintos na perspectiva da organização e do conteúdo político-ideológico, contudo ambos apresentam potenciais contribuições para a recriação camponesa no capitalismo, resguardadas as contradições inerentes a esses processos Para os camponeses assentados a cooperativa camponesa é um trunfo na luta contra o modo capitalista de produção, sendo um instrumento econômico e político que possibilita acessar mercados alternativos, como os institucionais, escapando dos circuitos monopolistas do mercado capitalista As cooperativas empresarialistas, por sua vez, têm como prerrogativa a inserção dos camponeses no mercado capitalista via produção de commodities e inserção em um setor da economia dominado pelos grandes grupos privados Nesse caso, a cooperativa comparece como uma estratégia para reter parte da renda camponesa da terra que seria drenada pelo capital Em ambos os casos as cooperativas proporcionam retenção da renda da terra, que, em última instância, é convertida em benefício à família camponesa A pesquisa também identificou que esses modelos cooperativos, no que pese sua distinção, permitem florescer o modo de vida camponês, representado por um conjunto de valores que norteiam suas vidas, como as relações de confiança, a autonomia, os vínculos familiares e a relação com a terra, entendida como meio de vida Nesses termos, o cooperativismo é uma possibilidade concreta de recriação do campesinato no capitalismo, se por um lado a cooperação não levou à mudança geral da sociedade, por outro, no particular, ela tem contribuído para mudar a realidade dos camponeses envolvidos

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Palavras-chave

Geografia agrícola, Cooperativismo, Camponeses, Posse da terra, Agricultural geography, Cooperation

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