01 - Doutorado - Saúde Coletiva
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Item Ação coletiva e cooperação : por uma nova regionalização no SUSAndrade, Silvia Karla Azevedo Vieira; Mendonça, Fernanda de Freitas [Orientador]; Castro, Lumena Almeida; Lima, Luciana Dias de; Baduy, Rossana Staevie; Carvalho, Brígida GimenezResumo: O processo de regionalização no SUS encontra entraves para sua efetivação, considerando a diversidade e complexidade dos territórios regionais no país e as limitações nas relações federativas Essas limitações, embora percebidas pelos atores que participam dos espaços de discussão e de tomada de decisões, se cristalizam no cotidiano técnico-político da gestão e do planejamento em saúde Frente a esses pressupostos, esse estudo objetiva compreender como ocorre a ação coletiva e a cooperação no território regional com vistas à estruturação de um plano de ação para uma nova regionalização no SUS O embasamento do estudo contemplou os conceitos do federalismo, das relações de poder e da ação coletiva, que se entrelaçaram como referentes em um mapa teórico conceitual O caminho do estudo foi estruturado a partir da metodologia de pesquisa-ação, de abordagem qualitativa, envolvendo os sujeitos atuantes no território e percorrendo três etapas subsequentes: a etapa diagnóstica, que teve dois momentos de coleta, a etapa de imersão, que identificou e estruturou espaços de ação coletiva e, por fim, a etapa de interposição, que oportunizou a estruturação do plano de ação para a regionalização Como resultados do estudo, foram identificados os elementos da ação coletiva e do exercício do poder no âmbito da relação federativa, bem como aspectos limitadores da atuação dos entes frente às suas competências, além de fatores que limitam ou potencializam a ação coletiva no território, que se expressa por meio da cooperação e coordenação de políticas públicas no planejamento regional no SUS Foram também experimentadas estratégias em potencial para fortalecer a ação coletiva no cotidiano das relações federativas e das relações de poder neste local e, por fim, foi elaborado um plano de ação, como exercício de propositiva de caminhos para uma nova regionalização no SUS Esses caminhos apontaram para a necessidade de estruturação de espaços dialógicos horizontais no território regional e da pactuação de um contrato da ação pública entre os entes federativos, para o compartilhamento de responsabilidades melhor definidas entre esses entes, que preceda a contratualização de ações e serviços e sintetize o planejamento regional das políticas públicas de saúdeItem Acesso a medicamentos para tratamento de fatores de risco cardiovascularPetris, Airton José; Souza, Regina Kazue Tanno de [Orientador]; Cordoni Junior, Luiz; Oliveira, Rosângela Ziggiotti de; Zubioli, Arnaldo; Fernandes, Karen Barros ParronResumo: INTRODUÇÃO: O acesso a medicamentos para tratamento da hipertensão arterial, diabetes e dislipidemias é um aspecto relevante do controle das doenças cardiovasculares OBJETIVO: Analisar a prevalência e a utilização de medicamentos para tratamento da hipertensão arterial, diabetes e dislipidemias MATERIAIS E MÉTODOS: Estudo epidemiológico de base populacional com delineamento transversal em indivíduos com idade igual ou superior a 4 anos, residentes na área urbana do município de Cambé/PR Foram realizadas entrevistas para preenchimento de Formulário Estruturado sobre utilização de medicamentos, aferição de pressão arterial (PA) e coleta de sangue para exames laboratoriais RESULTADOS: Foram entrevistados 118 indivíduos, dos quais 1162 tiveram PA aferidas e 967 realizaram exames laboratoriais A prevalência estimada de hipertensão arterial foi de 56,4%, a de diabetes 13,6% e a de dislipidemias 69,2% As prevalências de tratamento medicamentoso entre as pessoas com hipertensão arterial, diabetes e dislipidemias foram, respectivamente, 62,% 59,1%, e 16,1% Entre os indivíduos com hipertensão arterial que se tratavam com medicamentos, 39,5% apresentaram PA classificadas como ótima, normal ou limítrofe; entre os indivíduos com diabetes que utilizavam medicamentos antidiabéticos, 35,9% tinham valores de glicemia de jejum (GJ) compatíveis com as categorias GJ normal e GJ alterada, e entre os indivíduos com dislipidemias que faziam uso de hipolipemiantes 22,2% apresentaram valores de Colesterol total <2mg/dl e/ou LDL-C <16 mg/dl e/ou Triglicérides <15mg/dl e/ou HDL-C homens =4mg/dl e mulheres =5mg/dl Os fármacos anti-hipertensivos mais utilizados foram hidroclorotiazida, enalapril, captopril, atenolol, anlodipino e losartana, sendo suas principais fontes de obtenção os serviços próprios do SUS (56,%) e as farmácias e drogarias privadas, mediante pagamento direto pelo usuário (32,%) Os fármacos antidiabéticos mais utilizados foram os antidiabéticos orais metformina e glibenclamida e a insulina NPH, obtidos principalmente nos estabelecimentos vinculados ao SUS (68,8%) e por aquisição com custeio próprio em farmácias e drogarias privadas (21,6%) Os fármacos hipolipemiantes mais utilizados foram sinvastatina (81,5%) e bezafibrato (6,5%), obtidos principalmente por pagamento direto em farmácias e drogarias privadas (52,2%) e serviços próprios do SUS (33,6%) CONCLUSÃO: O tratamento medicamentoso da hipertensão arterial mostrou-se superior ao de outras regiões do Brasil, enquanto o da diabetes é similar As unidades próprias do SUS eram os principais locais de aquisição de medicamentos para o tratamento da hipertensão e diabetes, o que sugere que as políticas públicas de Assistência Farmacêutica em Cambé/PR proporcionam boas condições de acessibilidade aos mesmos Para as dislipidemias, entretanto, o alcance das políticas ainda é limitado O baixo nível de controle da hipertensão, diabetes e dislipidemias pode indicar que o acesso aos medicamentos circunscreve-se ao domínio restrito É recomendado que o planejamento de ações de atendimento integral às pessoas com hipertensão arterial, diabetes e dislipidemias baseie-se nos conceitos linha de cuidados e redes matriciais de atenção à saúdeItem Alterações no desempenho cognitivo e funcional após quatro anos de seguimento em população com 50 anos ou mais : projeto VigicardioVieira, Maria Cristina Umpiérrez; Cabrera, Marcos Aparecido Sarria [Orientador]; Bortoletto, Maira Sayuri Sakay; Almeida, José Roberto de; Dellaroza, Mara Solange Gomes; Silva, Ana Maria RigoResumo: OBJETIVO: Identificar a incidência de declínio cognitivo e dependência funcional em pessoas com 5 ou mais anos residentes na comunidade e analisar a relação com as variáveis sociodemográficas, de estilo de vida e de condições de saúde Para isso, analisou-se a associação entre mudanças em fatores de risco com incidência de declínio cognitivo (DC) e incidência de dependência funcional para atividades instrumentais da vida diária (AIVD) MÉTODOS: Para a estruturação desta tese, cada objetivo específico foi apresentado no formato de um artigo científico com metodologia, resultados e conclusões próprias, cujos dados foram obtidos em um projeto de pesquisa de base populacional conhecido como VIGICARDIO, no qual uma amostra representativa de pessoas do município de Cambé, Paraná, foram entrevistadas em dois momentos: linha de base (211) e seguimento (215) Ambos os artigos são estudos epidemiológicos observacionais do tipo coorte que utilizam dados dos dois momentos do VIGICARDIO O primeiro aborda o declínio cognitivo, ao passo que o segundo manuscrito tem como desfecho principal a dependência funcional para realização de AIVD RESULTADOS: Artigo 1 - A incidência de DC foi de 13,1%, condição associada de maneira independente à perda do companheiro durante o seguimento (RR=2,86; IC95%=1,22-6,71) e à presença de depressão (RR=3,5; IC95%=1,65-7,43) Artigo 2 - A incidência de dependência para AIVD ao longo de quatro anos foi de 18,9% A análise ajustada mostrou que esse agravo associou-se com baixa escolaridade (RR=1,99; IC95%=1,32-3,), menor condição socioeconômica (RR=2,3; IC95%=1,24–3,32), ausência de atividade laboral (RR=2,46; IC95%=1,31–4,61), consumo insuficiente de frutas e verduras (RR=1,9; IC95%=1,6–3,38), menor pontuação no mini exame do estado mental (RR=2,52; IC95%=1,53–4,17) e tendeu a se associar com diabetes mellitus (RR=1,39; IC95%=,92–2,1) CONCLUSÕES: Os estudos originais incluídos nesta tese apresentaram evidências de que fatores modificáveis, principalmente piores condições socioeconômicas e condições crônicas passiveis de prevenção e de controle, estão associadas a alta incidência de DC e de dependência para AIVD Estes dados refletem as iniquidades sociais e as falhas do sistema de saúde e sugerem a necessidade de planejamento político estratégico que vise o cuidado integral da populaçãoItem Análise da estrutura dimensional do Demand Control Support Questionnaire e fatores ocupacionais associados às demandas psicológicas, ao controle e ao trabalho de alta exigência em professores do ensino básico de Londrina (PR)Birolim, Marcela Maria; Andrade, Selma Maffei de [Orientador]; Hökerberg, Yara Hahr Marques; Benevides-Pereira, Ana Maria Teresa; Haddad, Maria do Carmo Fernandez Lourenço; Durán González, Alberto; Mesas, Arthur Eumann [Coorientador]Resumo: A docência é considerada uma profissão estressante e seu exercício é permeado por condições de trabalho adversas O Demand Control Support Questionnaire (DCSQ) considera o trabalho de alta exigência como decorrente da combinação entre altas demandas psicológicas e baixo controle no processo de trabalho e tem sido utilizado para investigar associação entre estresse e desfechos negativos em saúde Este estudo tem como objetivo analisar a estrutura dimensional do Demand Control Support Questionnaire e fatores ocupacionais associados às demandas psicológicas, ao controle e ao trabalho de alta exigência em professores do ensino básico de Londrina (PR) Trata-se de um estudo transversal A população foi composta por 842 professores das 2 escolas com maior número de docentes da rede estadual do município Informações ocupacionais foram obtidas por meio de entrevistas no período de agosto de 212 a junho de 213 Dados sociodemográficos e o DCSQ faziam parte de um questionário autorrespondido Análises fatoriais confirmatórias e exploratórias foram utilizadas na avaliação da dimensionalidade do DSCQ Para o estudo de associação das dimensões e subdimensões do DSCQ com fatores ocupacionais foi utilizada a análise de regressão logística com cálculo das razões de odds (OR) e respectivos intervalos de confiança (IC 95%) Nos modelos multivariados finais permaneceram as variáveis com p < ,5 Os resultados da análise fatorial confirmatória apoiaram o intrumento formado por quatro dimensões: demandas psicológicas, uso de habilidades, autonomia para decisão e apoio social, com melhor ajuste do modelo com exclusão do item “trabalho repetitivo” No estudo de associação, após ajustes, altas demandas psicológicas foram associadas (p<,5) com idade mais jovem, maior tempo de trabalho na docência, percepção regular/ruim sobre a remuneração, sobre a quantidade de alunos por sala de aula e sobre o equilíbrio entre a vida profissional e pessoal, além de à violência sofrida nos 12 meses anteriores à entrevista Para a dimensão controle foram observadas diferenças nas associações em sua forma combinada (uso de habilidades e autonomia de decisão) e naquelas que consideraram separadamente estas duas subdimensões Carga horária maior que 4 horas (OR=1,72; IC 95%=1,5-2,82), percepção negativa em relação à remuneração (OR=1,93; IC 95%=1,41-2,65), à quantidade de alunos por sala de aula (OR=1,43; IC 95%=1,3-1,99), ao equilíbrio entre a vida pessoal e profissional (OR=2,36; IC 95%=1,71-3,26) e ter sofrido violência na escola nos 12 meses anteriores à entrevista (OR=1,84; IC 95%=1,31-2,58) foram significativamente associados ao trabalho de alta exigência No entanto, após análise estratificada por grupos de maior e menor apoio social no trabalho, as variáveis carga horária acima de 4 horas e percepção regular/ruim em relação à quantidade de alunos por sala foram significativas apenas no grupo de menor apoio social Os resultados revelam que condições específicas de trabalho e percepções dos professores sobre seu ambiente laboral estão associadas a altas demandas psicológicas, baixo controle e ao trabalho de alta exigência e que o apoio social no trabalho atua como moderador em algumas dessas associaçõesItem Análise dos fatores ocupacionais associados ao estresse e à qualidade do sono em agentes de segurança penitenciáriaGonçalves, Soraya Geha; Mesas, Arthur Eumann [Orientador]; Nunes, Elisabete de Fátima Polo de Almeida; Guidoni, Camilo Molino; Ballester, Dinarte Alexandre Prietto; Birolim, Marcela Maria; Rodrigues, Renne [Coorientador]Resumo: Os Agentes de Segurança Penitenciária (ASP) são os trabalhadores responsáveis pela gestão e operação das penitenciárias, sofrendo com os problemas do sistema penitenciário, como superlotação e dificuldades de implementar políticas adequadas à ressocialização das pessoas privadas de liberdade Como consequência, esses trabalhadores são expostos a condições de trabalho inadequadas, que podem resultar em problemas como estresse ocupacional e má qualidade do sono Em razão da importância desses profissionais para o sistema penitenciário e dos possíveis impactos das condições de trabalho sobre a saúde destes, a presente tese teve como objetivo analisar a associação entre as condições de trabalho com o estresse ocupacional e a qualidade do sono em ASP Trata-se de um estudo de corte transversal realizado com ASP do sexo masculino atuantes em quatro penitenciárias do Estado de São Paulo, no período de janeiro a agosto de 219 O estresse ocupacional, obtido por meio do Swedish Demand-Control-Support Questionnaire (DCSQ), e a pior qualidade do sono, obtida pelo Índice de Qualidade do Sono de Pittsburgh (PSQI) > 5 pontos, constituíram desfechos analisados em estudos independentes em relação às variáveis ocupacionais O trabalho de alta exigência foi identificado em 24,3% dos 321 ASP incluídos no primeiro estudo Análises ajustadas demonstraram maior chance para o trabalho de alta exigência: turno diarista (ORaj= 5,; IC 95%: 1,65 – 15,13) e vontade de mudar de profissão (ORaj= 3,75; IC 95%: 1,56 – 9,3) e maior chance para o trabalho ativo: turno diarista (ORaj= 8,19; IC 95%: 2,93 – 22,9) e maiores exigências mentais (ORaj= 4,82; IC 95%: 1,6 – 14,47) A pior qualidade do sono foi observada em 57,8% dos 256 ASP incluídos no segundo estudo, associando-se, em análises ajustadas, a maiores exigências mentais (ORaj= 3,1; IC 95%: 1,4 – 6,85), à insatisfação profissional (ORaj= 4,52; IC 95%: 1,32 – 15,46), à dificuldade para deixar de pensar no trabalho durante o tempo livre (ORaj= 5,13; IC 95%: 1,26 – 2,78) e com a vontade de mudar de profissão (ORaj= 3,2; IC 95% 1,53 – 6,71) Com base nos resultados encontrados, é possível verificar que o ambiente laboral dos ASP, seja pelas condições ou pela organização do processo de trabalho, aumentam as chances da associação com estresse ocupacional e pior qualidade do sono Desta forma, constata-se a necessidade de estratégias organizacionais e estruturais que possam contribuir para amenizar os principais fatores ocupacionais relacionadas a alta demanda do trabalho, assim como a implantação de programas para a promoção da qualidade do sono, visando saúde e bem-estar dos ASP e garantia de segurança para o processo de trabalhoItem Aprendizagem para o trabalho em equipe : reflexões na perspectiva do estudante de enfermagem e do pensamento complexoFloter, Fernanda da Silva; Garanhani, Mara Lúcia [Orientador]; Mai, Lilian Denise; Haddad, Maria do Carmo Fernandez Lourenço; Nunes, Elisabete de Fátima Pólo de Almeida; Carvalho, Brígida GimenezResumo: O Currículo Integrado (CI) do curso de enfermagem da Universidade Estadual de Londrina (UEL) foi implantado no ano de 2 com uma organização pedagógica diferenciada Sua estrutura curricular é composta por módulos interdisciplinares e por temas transversais que devem perpassar os módulos de todas as séries do curso Um desses temas é o Trabalho em Equipe O objetivo desse estudo foi compreender o processo de ensino e aprendizagem de habilidades para o trabalho em equipe em um CI de Enfermagem, na percepção dos estudantes Trata-se de um estudo exploratório compreensivo, com abordagem qualitativa, do tipo estudo de caso, realizado no curso de enfermagem da UEL As fontes de dados foram constituídas pelos cadernos de planejamento e desenvolvimento dos módulos interdisciplinares e pelos estudantes que participaram de grupos focais Os encontros com os estudantes foram gravados, transcritos na íntegra e submetidos à análise temática A coleta de dados ocorreu de novembro de 212 a dezembro de 213 Participaram do estudo 25 estudantes A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética desta universidade em estudo Os resultados foram organizados em quatro momentos e as discussões apoiadas em elementos do pensamento complexo de Edgar Morin No primeiro momento foi realizada a analise documental de 16 módulos interdisciplinares No segundo momento, apresenta as estratégias de ensino e aprendizagem utilizadas nas quatro séries do curso de enfermagem para o desenvolvimento de habilidades para o trabalho em equipe Buscou-se analisar a explicação que os estudantes fizeram de seus desenhos, estes utilizados como estímulo para desencadear o conceito de equipe Em seguida os resultados foram discutidos na perspectiva da espiral complexa de Morin A análise documental possibilitou verificar que a temática vem sendo trabalhada de nas quatro séries em vários momentos durante a formação As estratégias de ensino e aprendizagem elencadas pelos estudantes abrangem os seminários, os tutoriais, os módulos de Práticas Interdisciplinares e Interação Ensino, Serviço e Comunidade (PIN 1, 2) e as atividades práticas em estágios e no Internato de Enfermagem O tema transversal que trata do trabalho em equipe esta sendo desenvolvido nos diferentes módulos interdisciplinares de maneira crescente Os resultados da análise dos desenhos realizados revelaram que os estudantes compreendem o trabalho em equipe como pessoas unidas que buscam um objetivo comum, que possuem papéis complementares, que se ajudam e que buscam harmonia e necessitam de companheirismo Os resultados apontaram que a estrutura curricular do curso em estudo oportuniza o desenvolvimento de determinadas habilidades para o trabalho em equipe desde o início do cursoItem Associação entre capital social e comportamentos relacionados à saúde : estudo de base populacionalLoch, Mathias Roberto; Souza, Regina Kazue Tanno de [Orientador]; Hallal, Pedro Rodrigues Curi; Pattussi, Marcos Pascoal; Mesas, Arthur Eumann; Andrade, Selma Maffei deResumo: Estudos que investigam a relação entre comportamentos relacionados à saúde com o capital social (CS) são escassos, especialmente na América Latina O objetivo deste trabalho foi verificar a relação entre indicadores de CS e a prevalência de determinados comportamentos relacionados à saúde Realizou-se estudo transversal, de base populacional, com indivíduos com 4 anos ou mais de um município de médio porte da região Sul do Brasil Os dados foram coletados no primeiro semestre de 211 Para este estudo, foram considerados dados de 181 sujeitos Os comportamentos investigados foram: inatividade física no lazer (INFL), baixo consumo de frutas e/ou verduras (BCFV), tabagismo (TAB) e consumo abusivo de álcool (CAA), além de análise de simultaneidade dos comportamentos citados A INFL foi avaliada a partir do modelo de estágio de mudança de comportamento e as questões relacionadas aos demais comportamentos foram retiradas do questionário aplicado pelo sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (VIGITEL) do Ministério da Saúde do Brasil Os indicadores de CS foram selecionados a partir do Questionário Integrado para medir CS (QI-MCS): número de amigos e de pessoas que emprestariam dinheiro em caso de necessidade, confiança nas pessoas do bairro, frequência com que as pessoas no bairro se ajudam, segurança no bairro e participação cívica ou comunitária Foi ainda construído um escore de CS, baseado nos indicadores isolados Os dados foram analisados no Programa SPSS vs 19, por meio da regressão logística, realizando-se análise bruta e ajustada (p<,5) Após os ajustes, a INFL esteve associada ao número de amigos, confiança nas pessoas do bairro, frequência com que as pessoas no bairro se ajudam, segurança no bairro, participação comunitária e o escore de CS O BCFV associou-se à participação comunitária e ao escore de CS O TAB se mostrou associado à frequência com que as pessoas no bairro se ajudam e ao escore de CS Apenas a frequência com que as pessoas no bairro se ajudam esteve associada ao CAA Em todas as associações mencionadas, os sujeitos com menor CS tinham maior chance de apresentarem os comportamentos negativos Observou-se ainda que quanto maior o CS, menor o número médio de comportamentos negativos Sujeitos com maior CS apresentaram em média 1,47 (DP=,11) comportamentos negativos, enquanto os com menor CS tinham média de 2,13 (DP=,23) comportamentos negativos Este estudo mostrou uma associação moderada entre diferentes indicadores de CS e os comportamentos relacionados à saúde investigados, sendo mais evidente a relação com a INFL e em menor grau com o BCFV e o TAB A relação do CS com o CAA foi menos evidente Recomenda-se que as políticas de promoção de comportamentos saudáveis considerem o nível e as características do CS de cada lugar e busquem implementar ações que contribuam para a criação de sociedades civis mais organizadas, inclusive porque estas podem representar um aspecto positivo para a adoção dos comportamentos considerados positivos para a saúdeItem Associação entre letramento em saúde e percepção de trabalho de alta exigência com condutas relacionadas à alimentação em professores da educação básica de Londrina, ParanáRodrigues, Renne; Mesas, Arthur Eumann [Orientador]; Andrade, Selma Maffei de; Loch, Mathias Roberto; Carreira, Clísia Mara; Guedes, Dartagnan PintoResumo: A docência possui diversos desafios e responsabilidades, e fatores pessoais, como o letramento em saúde, e ocupacionais, como o trabalho de alta exigência (categoria de maior risco do modelo demanda-controle), podem predispor à realização de condutas alimentares não recomendáveis Em razão da importância dos professores para a sociedade, considera-se essencial o aprofundamento de questões pessoais e laborais com condutas alimentares Nesse sentido, o presente estudo tem como objetivos investigar a associação do letramento em saúde e das exigências para o trabalho com condutas alimentares Para a estruturação desta tese, cada objetivo foi apresentado no formato de um estudo com métodos, resultados e conclusões próprias Os objetivos foram explorados no âmbito do projeto Saúde, Estilo de Vida e Trabalho de Professores da Rede Pública do Paraná (PRÓ-MESTRE), no qual professores das 2 maiores escolas estaduais de Londrina foram entrevistados individualmente em dois momentos: baseline (nos anos de 212 e 213) e seguimento (após 24 meses) Desse modo, o primeiro estudo é um recorte transversal, com dados obtidos no baseline, investigando a associação entre o letramento em saúde (obtido por meio da ferramenta Newest Vital Sign – NVS) e condutas alimentares O segundo estudo é uma coorte prospectiva que investiga a influência do trabalho de alta exigência em condutas alimentares O letramento em saúde inadequado foi observado em 62,6% dos 927 professores incluídos no primeiro estudo, associando-se com menor frequência de consulta a informações nutricionais em professores mais jovens, e com maior chance de consumo de alimentos pré-preparados frequentemente entre os professores de meia idade O trabalho de alta exigência medido no baseline foi identificado em 39,2% dos 52 professores incluídos no segundo estudo, associando-se com maior chance de manutenção do consumo não frequente de frutas, maior chance de diminuição do consumo de frutas e verduras/legumes e com menor chance de diminuição do consumo de gordura visível de carne vermelha, após 24 meses de seguimento Com base nos resultados encontrados é possível identificar que tanto o letramento em saúde inadequado (em recorte transversal) quanto o trabalho de alta exigência (em recorte longitudinal) estão implicados na maior chance de manutenção de condutas alimentares não recomendados e piora de condutas alimentares, bem como na menor chance de melhora de condutas alimentares É importante ressaltar que diversas associações esperadas entre letramento em saúde e condutas alimentares não se confirmaram na presente população Desse modo, sugere-se a discussão sobre as condições de trabalho e ações integradas que visem o incentivo à alimentação saudávelItem Associação entre qualidade do sono, atividade física e sedentarismo em professores do ensino básico de Londrina, ParanáCorrea, Marcelly Barreto; Mesas, Arthur Eumann [Orientador]; Durán González, Alberto; Santos, Suhaila Mahmoud Smaili; Campanini, Marcela Zambrim; Dias, Douglas FernandoResumo: Introdução: A qualidade do sono pode afetar o desempenho físico, ocupacional, os processamentos cognitivo e social, e ter consequências negativas à saúde e à vida pessoal e profissional dos professores Objetivos: Analisar a relação entre a qualidade do sono e a prática de atividade física no tempo livre (AFTL) e o tempo assistindo televisão (TV) em professores da educação básica da rede pública de Londrina, Paraná Métodos: Trata-se de um estudo longitudinal prospectivo, de tipo coorte, que incluiu professores que atuavam como docentes em sala de aula, ministrando aulas para estudantes do nível fundamental (anos finais), e que participaram das duas etapas do estudo PRÓMESTRE (baseline em 212-213 e seguimento após 24 meses, em 214-215) A coleta de dados foi realizada em entrevista pré-agendada, com duração de aproximadamente uma hora, constituída por formulário e questionário, contendo questões sobre características sociodemográficas, de estilo de vida, saúde, ocupacionais e qualidade do sono avaliada por meio do índice Pittsburgh Sleep Quality Index (PSQI) As análises estatísticas incluíram modelos de regressão logística ajustados por variáveis sociodemográficas (sexo, faixa etária, estado civil e renda), antropométrica (índice de massa corporal) e ocupacional (carga horária), de estilo de vida (AFTL, tempo assistindo TV, consumo de tabaco, álcool e café) e de saúde (relato de ansiedade e depressão diagnosticados por um médico) O presente estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual de Londrina Resultados: Entre os 195 professores (66,2% mulheres, idade média de 42 anos) entrevistados no baseline e classificados como referindo boa qualidade do sono (PSQI =5 pontos), a incidência de pior qualidade do sono (PSQI>5) após 24 meses foi de 31,8% (n=62) Nas análises ajustadas por todas as variáveis de confusão, os professores que eram fisicamente inativos no tempo livre no início do estudo apresentaram quase três vezes mais chance de desenvolver pior qualidade do sono ao longo do seguimento (odds ratio [OR]=2,88; intervalo de confiança [IC] 95%=1,46-7,97) Esse risco foi semelhante entre os professores que se mantiveram inativos com relação à AFTL entre o baseline e o seguimento (OR=2,72; IC 95%=1,22-6,3) Ao estratificar o tempo semanal de AFTL pelo ponto de corte de 15 minutos, manter-se inativo (AFTL<15 minutos/semana) associou-se com maior chance de pior qualidade do sono (OR=2,91; IC 95%=1,1-7,68) Com relação ao marcador de comportamento sedentário tempo assistindo TV, observou-se que os professores que assistiam TV mais 6 minutos diários tanto no baseline quanto no seguimento apresentaram maior chance de pior qualidade do sono (OR=2,7; IC 95%=1,14-6,38), independentemente dos fatores de confusão considerados Conclusão: A manutenção da inatividade física (<15 minutos semanais) e do tempo prolongado (>6 minutos diários) assistindo TV por um período de 24 meses aumentou a chance de pior qualidade do sono em professoresItem Atividade física no tempo livre e fatores ocupacionais em professores da educação básica da rede públicaDias, Douglas Fernando; Mesas, Arthur Eumann [Orientador]; Rech, Cassiano Ricardo; Ronque, Enio Ricardo Vaz; Nunes, Elisabete de Fátima Polo de Almeida; Durán González, Alberto; Loch, Mathias Roberto [Coorientador]Resumo: OBJETIVO: Aprofundar a compreensão sobre a relação trabalho e atividade física no tempo livre (AFTL) em professores da educação básica Para isso, consideraram-se os seguintes objetivos específicos: 1) Sintetizar as evidências científicas sobre fatores ocupacionais e atividade física (AF) em professores da educação básica no Brasil; 2) Analisar a associação entre fatores ocupacionais e atividade física insuficiente no tempo livre (AFI) (<15min/sem) em professores da educação básica da rede pública; e 3) Analisar a associação entre mudanças autorreferidas nas condições de trabalho e incidência e manutenção de níveis recomendados de AFTL (=15min/sem) em professores da educação básica da rede pública MÉTODOS: Para a estruturação desta tese, cada objetivo específico foi apresentado no formato de um artigo científico com metodologia, resultados e conclusões próprias, conforme descrito na sequência Objetivo 1) Revisão sistemática sem restrição de idioma ou de data de publicação com base nos descritores "professor", "atividade física" e termos relacionados Os demais objetivos específicos foram explorados no âmbito do projeto Saúde, Estilo de Vida e Trabalho de Professores da Rede Pública do Paraná (PRÓ-MESTRE), no qual professores das 2 maiores escolas estaduais de Londrina, atuantes em sala de aula e responsáveis por uma ou mais disciplinas foram entrevistados individualmente em dois momentos: baseline (nos anos de 212 e 213) e seguimento (após 24 meses) Objetivo 2) Estudo transversal com dados obtidos no baseline Objetivo 3) Estudo do tipo coorte prospectiva, mediante análise de dados do baseline e do seguimento RESULTADOS: Objetivo 1) Na revisão sistemática foram identificados 17 artigos que abordaram a AF em professores, todos publicados nos últimos dez anos, com delineamento transversal e avaliação da AF realizada por meio de questionários/formulários/escalas A prevalência de AF variou de 19,3% a 62,4% e apenas seis estudos verificaram sua associação com fatores ocupacionais No total, seis variáveis ocupacionais associaram-se à maior prática de atividade física Objetivo 2) A prevalência de AFI entre os professores entrevistados foi de 71,9%, condição associada de maneira independente à percepção de equilíbrio entre vida pessoal e profissional ruim ou regular, percepção de que o tempo de permanência em pé afeta o trabalho, percepção de capacidade atual para as exigências físicas do trabalho baixa ou muito baixa e contrato de trabalho temporário Objetivo 3) A incidência e manutenção de níveis recomendados de AFTL ao longo de 24 meses foi de 23,2% e 63,6%, respectivamente A análise ajustada mostrou que a incidência de níveis recomendados de AFTL associou-se com a manutenção de bom equilíbrio entre vida pessoal e profissional, manutenção da percepção de que raramente trabalha demais e manutenção da percepção de que o trabalho raramente desgasta CONCLUSÕES: Com base nos estudos encontrados sobre o trabalho docente e a AF em professores da educação básica no Brasil, as evidências ainda são insuficientes e os resultados inconclusivos sobre tal relação Por outro lado, dois estudos originais incluídos nesta tese apresentaram evidências de que melhores condições de trabalho associam-se com menor prevalência de AFI e com maior incidência de níveis recomendados de AFTLItem Avaliação da acessibilidade aos serviços de atenção primária e longitudinalidade do cuidado entre adultosRadigonda, Bárbara; Cordoni Junior, Luiz [Orientador]; Cunha, Elenice Machado da; Silva, Regina Lúcia Dalla Torre; Nicoletto, Sônia Cristina Stefano; Carvalho, Wladithe Organ de; Souza, Regina Kazue Tanno de [Coorientadora]Resumo: A atenção primária em saúde (APS) deve ser o contato preferencial dos usuários, a principal porta de entrada e o centro de comunicação com toda a rede de atenção A acessibilidade e a longitudinalidade estão entre os atributos essenciais da APS e influenciam na efetividade do cuidado e satisfação do usuário Avaliações produzidas a partir de análises do cotidiano detectam carências e contribuem para o aperfeiçoamento da APS O presente estudo tem como objetivo analisar e avaliar a acessibilidade aos serviços de atenção primária e a longitudinalidade do cuidado em grupo populacional de adultos Trata-se de um estudo transversal composto por adultos de 4 anos ou mais, participantes de estudo de base populacional – VIGICARDIO - realizado no município de Cambé – Paraná, em 211 Em 215, foi realizado o segundo contato com a população entrevistada no baseline para verificar as alterações ocorridas no perfil de risco cardiovascular Para avaliação do presente estudo, utilizaram-se questões propostas no PCATooL-Brasil para usuários adultos sendo construída uma matriz de indicadores e calculado o escore individual, escore do indicador e índice composto das dimensões de análise – acessibilidade organizacional e longitudinalidade Os resultados foram julgados de acordo com os valores obtidos: 2,-1,8 (Excelente); 1,79-1,4 (Satisfatório); 1,39-1, (Regular); <1, (Crítico) Na análise descritiva e de associação foram incluídas variáveis sociodemográficas, econômica, uso de medicamento, hipertensão arterial e diabetes autorreferidas As análises foram realizadas por meio da regressão de Poisson com ajuste de variância robusta e nível de significância de 5% Foram entrevistados 885 adultos, entre os 118 participantes do baseline Entre os 92,5% dos indivíduos que mencionaram ter um serviço de referência, a Unidade Básica de Saúde (UBS) foi o serviço mais citado para o primeiro contato para um problema de saúde não urgente A acessibilidade organizacional à UBS mostrou-se inferior à dos demais serviços analisados – especializados do SUS e convênio/particular A maioria dos indicadores de acessibilidade à UBS apresentou resultados considerados críticos e a obtenção de aconselhamento pelo telefone foi o pior indicador da dimensão A proporção dos que conseguem atendimento pelo telefone foi significativamente mais elevada entre as mulheres (p=,1) e a facilidade para marcar consulta de revisão mais elevada entre os homens (p=,3) Ter vínculo com um médico e considerá-lo referência para o acompanhamento da saúde, foi citado por 55,2% dos entrevistados, sendo o médico da UBS o mais referido A maioria dos indicadores de relação interpessoal apresentou resultados satisfatórios ou excelentes Telefonar e falar com o médico foi o pior indicador dessa dimensão com resultado crítico nos serviços públicos Após análise ajustada, nenhum fator permaneceu associado à longitudinalidade do cuidado A pesquisa revelou vínculo entre a população atendida e o profissional médico, no entanto há problemas na acessibilidade organizacional que apontam para necessidade de estratégias que aprimorem esses atributos visando a acessibilidade e longitudinalidade do cuidado e, consequentemente, a orientação dos serviços para o fortalecimento da APSItem Capacidade funcional e composição corporal em indivíduos com mais de 55 anosDip, Renata Maciulis; Cabrera, Marcos Aparecido Sarria [Orientador]; Mesas, Arthur Eumann; Dellaroza, Mara Solange Gomes; Ferriolli, Eduardo; Silva Junior, Rubens Alexandre daResumo: As perdas de massa magra e de força muscular apresentam grande impacto na qualidade de vida e na mortalidade de idosos Este estudo, realizado por meio de inquérito domiciliar e aferição da composição corporal e da força muscular a domicílio, derivado de uma pesquisa de base populacional, teve por objetivos analisar o papel da baixa massa magra, da força muscular baixa e da obesidade na dificuldade para utilizar escadas e na dependência para a realização das Atividades Instrumentais de Vida Diária (AIVD), assim como analisar também o papel das comorbidades na relação entre a composição corporal e capacidade funcional A composição corporal foi avaliada pelo método de bioimpedância corporal e a força muscular pelo dinamômetro de preensão palmar A capacidade funcional foi avaliada para a realização de Atividades Básicas de Vida Diária (ABVD), AIVD e capacidade para utilizar escadas A população de estudo foi constituída por pessoas com mais de 55 anos residentes no município de Cambé, PR A amostra foi constituída por 451 pessoas, proporcionais aos setores censitários da área urbana do município Houve 83 perdas (18,4%), por recusa à participação ou pelo fato do indivíduo não ter sido encontrado no domicílio após 4 tentativas de visita Foram entrevistadas 368 pessoas, com idade entre 56 e 91 anos A média de idade encontrada foi de 65,4 anos, sendo que 6% eram mulheres, cerca de 8% dos entrevistados pertenciam às classes econômicas B e C e 6% referiu ter de um a oito anos de estudo A obesidade foi encontrada em 36% das mulheres e 25% dos homens Para os homens, a força muscular baixa foi um fator associado à dificuldade para utilizar escadas e para a realização das AIVD independentemente da massa muscular, da idade e da obesidade No entanto, quando analisamos as comorbidades juntamente com a composição corporal, a força deixa de ser um fator independente Para os homens, a dor crônica em membros inferiores (MMII) e a obesidade foram os fatores independentemente associados à dificuldade para utilizar escadas Para a realização das AIVD, a IC foi o único fator associado de forma independente à dificuldade Para as mulheres, a força muscular baixa e a obesidade foram os fatores associados à dificuldade para utilizar escadas independentemente da idade e da massa magra baixa Quando as comorbidades são analisadas conjuntamente, a força muscular baixa e a obesidade se mantêm como fator associado, e surgem outros dois fatores: a dor crônica em membros inferiores e a depressão Já para a realização das AIVD, a idade, a força muscular baixa e a baixa massa magra associaram-se de forma independente à dificuldade Ao analisarmos conjuntamente as comorbidades, apenas a faixa etária (ter 65 anos ou mais) associou-se independentemente à dificuldade A prevenção da perda de força muscular deveria ser priorizada pelas políticas de saúde pública, no intuito de retardar e reduzir a dependência funcional dos idososItem Características do trabalho, consumo de substâncias psicoativas e acidentes de trânsito entre motoristas de caminhãoGirotto, Edmarlon; Andrade, Selma Maffei de [Orientador]; Moreno, Claudia Roberta de Castro; Yonamine, Mauricio; Nunes, Elisabete de Fátima Polo de Almeida; Durán González, Alberto; Mesas, Arthur Eumann [Coorientador]Resumo: Os motoristas de caminhão estão frequentemente expostos a inúmeras situações deletérias à sua saúde, como condições inadequadas de trabalho e comportamentos de risco no trânsito, além do consumo de substâncias psicoativas, que podem contribuir para o envolvimento em acidentes de trânsito Assim, este estudo tem como objetivo identificar as características do trabalho associadas ao consumo de substâncias psicoativas e acidentes de trânsito entre motoristas de caminhão Esta investigação, de delineamento transversal, foi conduzida com caminhoneiros que transportavam grãos para o Porto de Paranaguá, Paraná, Brasil Os motoristas foram abordados no Pátio de Triagem do Porto e convidados a participar da pesquisa para a obtenção de informações socioeconômicas e demográficas, situação de saúde, características do sono, estilo de vida, condições e práticas profissionais, envolvimento em acidentes de trânsito e consumo de substâncias psicoativas A amostra foi de conveniência e a coleta de dados ocorreu em julho de 212 por meio de entrevista e aplicação de questionário O consumo de substâncias psicoativas nos 3 dias que antecederam a coleta de dados foi avaliado por questionário autorrespondido O envolvimento em acidentes foi relatado pelo motorista durante entrevista A tabulação dos dados foi realizada nos programas Epi Info e SPSS Os 67 motoristas de caminhão que participaram do estudo eram todos do sexo masculino, com idade média de 41,9 anos e renda média de R$ 2932, O consumo de substâncias psicoativas nos últimos 3 dias foi citado por 1,9% dos caminhoneiros, a grande maioria anfetaminas (9,9%) Nos últimos 12 meses 7,3% relataram ter se envolvido em acidentes de trânsito Em análise ajustada, mostraram-se associadas ao consumo de substâncias psicoativas nos últimos 3 dias: direção predominantemente no período noturno (Odds Ratio [OR]: 3,35; Intervalo de Confiança [IC] 95%: 1,51-7,42), idade igual ou menor a 39 anos (OR: 2,3; IC 95%: 1,31-4,5); situação conjugal como solteiro, divorciado ou viúvo (OR: 2,8; OR 95%: 1,14-3,82), direção do caminhão estando bastante cansado (OR: 2,5; IC 95%: 1,19-3,5), e renda igual ou superior a R$ 25, (OR=1,84; IC 95%=1,6-3,32) O envolvimento em acidentes nos últimos 12 meses revelou-se associado à experiência de menos de sete anos como motorista de caminhão (OR: 2,97; OR 95%: 1,14-7,75), à direção predominantemente no período noturno (OR: 2,6; IC 95%: 1,2-6,63), e à prática de ultrapassar em locais proibidos (OR: 2,33; IC 95%: 1,4-5,21) Os resultados indicam associação entre algumas características de trabalho e o consumo de substâncias psicoativas e o envolvimento em acidentes de trânsito, destacando-se a prática de direção no período noturno O uso de substâncias psicoativas também se mostrou associado a algumas características pessoais dos motoristas investigados Espera-se que esta pesquisa possa subsidiar políticas públicas e incentivar empregadores e caminhoneiros a adotar ações que contribuam para melhorar as condições de trabalho desses motoristas e que reduzam o risco de acidentes no trânsitoItem Características e consequências de acidentes de trânsito para motociclistas após um ano do acidente, Londrina (PR)Silva, Daniela Wosiack da; Andrade, Selma Maffei de [Orientador]; Mesas, Arthur Eumann; Costa, Viviane de Souza Pinho; Trelha, Celita Salmaso; Soares, Dorotéia Fátima Pelissari de PaulaResumo: Este estudo teve o objetivo de analisar consequências de acidentes de trânsito para motociclistas e fatores associados à alteração no desempenho das atividades laborais após um ano do acidente Trata-se de um estudo longitudinal, no qual foram identificados todos os motociclistas atendidos pelos serviços de atenção pré-hospitalar do município de Londrina, PR, e encaminhados a dois hospitais terciários do município no período de 1o de abril de 21 a 31 de março de 211, com realização de entrevista um ano após o acidente A Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF) foi utilizada para avaliar a funcionalidade dos motociclistas após 12 meses do acidente Foram realizadas análises descritivas e de associação, por regressão logística binária hierarquizada, entre o relato, pelos motociclistas, de alteração no desempenho das atividades laborais em decorrência do acidente (variável dependente) e as seguintes variáveis independentes: características sociodemográficas, do acidente, assistenciais e outras consequências do acidente As análises estatísticas foram realizadas usando o programa SPSS 19 Foram entrevistados 242 motociclistas após um ano da ocorrência do acidente Houve predomínio de motociclistas do sexo masculino (74,4%) e com idade inferior a 35 anos (66,1%) O tempo de internação variou de a 32 dias e 44,3% receberam alta após a internação A maior parte dos acidentes (56,6%) envolveu trajetos relacionados ao trabalho Quase 8% dos motociclistas estudados referiram ter medo de envolvimento em novo acidente Dos condutores, 26,4% deixaram de dirigir moto, especialmente por medo de se envolver em novo acidente (62,5%) e por sequelas físicas (25%) A maioria (91,3%) dos 219 motociclistas com ocupação profissional no momento do acidente relatou necessidade de afastamento do trabalho, 35,6% referiram alterações no desempenho de suas atividades laborais e 12,8% necessidade de mudança de ocupação devido ao acidente Dores constantes residuais foram relatadas pela maioria dos motociclistas entrevistados (58,3%), sendo mais acometidos os membros inferiores e superiores, segmentos que também apresentaram maior frequência de deficiências, principalmente de força muscular e de mobilidade das articulações com percentuais superiores a 3% Os 242 motociclistas apresentaram dificuldades principalmente em atividades relacionadas à “Mobilidade”, destacando-se, com prevalências próximas a 2%, as atividades “Levantar e carregar objetos” e “Andar” Em mais de 1% dos casos, os motociclistas referiram dificuldades para “Dirigir” e nas atividades relacionadas à “Recreação e lazer” Na análise de regressão logística hierarquizada, foram fatores de risco para o relato de alteração na forma de trabalhar dos motociclistas: baixa escolaridade (Odds ratio [OR]=3,42), realização de tratamento de fisioterapia (OR=3,99) e ocorrência de lesão em região de membros superiores (OR=2,45) Ser do sexo masculino foi fator de proteção para o desfecho analisado (OR=,46) A investigação das consequências dos acidentes de trânsito para os participantes do presente estudo revelou um quadro bastante preocupante de comprometimento da saúde física e emocional de muitos motociclistas, além de limitações funcionais no desempenho das atividades pessoais e profissionaisItem Cartografia do cuidado ao cuidador : encontros, resistências e produção de linhas de fugaGrandi, Ana Lúcia de; Melchior, Regina [Orientador]; Santos, Mara Lisiane de Moraes dos; Santos, Nereida Lúcia Palko dos; Bortoletto, Maira Sayuri Sakay; Baduy, Rossana Staevie; Lima, Josiane Vivian Camargo de [Coorientadora]Resumo: A partir do referencial da micropolítica do trabalho e cuidado em saúde, desejamos cartografar, neste trabalho, o cuidado do cuidador, vivenciar as experiências do cuidador na produção do seu cuidado e na produção do cuidado do outro, pensando o cuidado do cuidador como processo singular e necessário para o estabelecimento de relações com o outro e da afetividade Para isso, acompanhamos um Serviço de Atenção Domiciliar (SAD) e, durante os encontros junto à cuidadora, nos impregnamos de sua existência e de sua trajetória para acompanhar como o cuidador vivencia seu cuidado Assim, nos construímos enquanto cartógrafa e, analisando nossas próprias implicações com o tema do cuidado do cuidador, surgiram dois analisadores: o SAD como local de produção de vínculo e cuidado integral e a dificuldade da continuidade do cuidado na rede de atenção; a solidão da cuidadora e seus movimentos de resistência Os encontros com a cuidadora-guia permitiram perceber sua multiplicidade, a nossa e a dos trabalhadores da saúde As relações de conflito, vivenciadas pela cuidadora com as equipes de trabalhadores em diferentes serviços, demonstram a necessidade de construir projetos terapêuticos compartilhados, além de encontros afetados pela falta de tecnologias leves O rompimento do vínculo e a descontinuidade do cuidado em saúde são fatores agravantes para o não alcance da integralidade e potencializador da solidão do cuidador A solidão da cuidadora está relacionada ao isolamento social vivido em decorrência de não ter com quem dividir as tarefas de cuidar Outra questão é a invisibilidade do cuidador para os trabalhadores e para os serviços de saúde que focam seu cuidado ao usuário em um recorte biológico, sem percepção das singularidades e da vida do cuidador Para isso, existe a necessidade de criação de espaços efetivos em que os trabalhadores possam colocar em análise o trabalho realizado, dando visibilidade às forças que estão influenciando o seu fazer, buscando conhecer a vida do usuário, do cuidador e da família Nosso desafio é dar visibilidade a essa complexidade do cuidador, produzindo redes efetivas e a continuidade do cuidado para esses casosItem Os cenários de prática da saúde coletiva na formação do profissional farmacêutico na graduação : interfaces com o pensamento complexoBorin, Fabiane Yuri Yamacita; González, Alberto Durán [Orientador]; Silva, Milene Zanoni da; Garanhani, Mara Lúcia; Girotto, Edmarlon; Bortoletto, Maira Sayuri SakaiResumo: O profissional farmacêutico está em busca de ressignificar seu papel como profissional de saúde, um profissional que atenda aos princípios norteadores do Sistema Único de Saúde (SUS) Assim, é importante compreender o processo de formação do farmacêutico para atuar na Assistência Farmacêutica na Atenção básica no SUS e analisar as percepções dos coordenadores de curso, docentes supervisores, profissionais preceptores e alunos sobre a integração ensino-serviço-comunidade nos cenários de prática da saúde coletiva para formação do aluno de farmácia Este estudo trata-se de uma pesquisa qualitativa, realizada em um município de grande porte do sul do Brasil em uma Instituição de Ensino Superior pública e uma privada, e em quatro Unidades Básicas de Saúde (UBS) que são campos de estágios dos alunos de farmácia Foram realizadas vinte e duas entrevistas semiestruturadas no período de fevereiro de 216 a setembro de 217, com três coordenadoras, cinco docentes supervisores, dez alunos e quatro profissionais preceptores Foi adotado também para a coleta de dados um diário de campo Para a análise dos dados obtidos foi utilizado como referencial metodológico a Análise do Discurso e como referencial teórico o filósofo Edgar Morin a partir de alguns pressupostos da Teoria da Complexidade e dos argumentos para a Reforma do Pensamento, com ênfase nos conceitos do conhecimento pertinente e da compreensão humana Os principais resultados abordam a matriz curricular do curso de farmácia que não favorece a integração dos conteúdos e o conhecimento pertinente para a formação do aluno; importância da supervisão docente no direcionamento dos alunos e na intencionalidade de alcançar os objetivos propostos pelo estágio; falta de acolhimento dos profissionais da UBS e dificuldade em compreender seu papel formador; farmacêutico com carga horária insuficiente para desenvolver suas atividades profissionais de gestão técnica administrativa e clínico-assistencial; estrutura física inadequada da UBS e as percepções dos participantes da pesquisa sobre a integração ensino-serviço-comunidade que consideram como fator importante a inserção dos alunos nos cenários de prática para compreensão do contexto de sua atuação como profissional de saúdeItem As comissões intergestores regionais e a gestão interfederativa no norte do Paraná, 2011 a 2013Nicoletto, Sônia Cristina Stefano; Cordoni Junior, Luiz [Orientador]; Scatena, João Henrique Gurtler; Pinto, Nicanor Rodrigues da Silva; Carvalho, Brígida Gimenez; Gil, Célia Regina RodriguesResumo: No Brasil, a política de saúde requer um sistema universal, integral, com participação social, financiado pelo Estado O Sistema Único de Saúde (SUS) tem como diretrizes organizacionais a descentralização e a regionalização Em regiões de saúde quando se aposta na construção de Rede de Atenção em Saúde (RAS) há relevância a gestão interfederativa A Comissão Intergestores Regional (CIR) é o espaço para o desenvolvimento das inter-relações dos atores para a tomada de decisão sobre a RAS Diante disso, o estudo foi desenvolvido com objetivo de compreender as CIR da macrorregião norte do Paraná no âmbito da gestão interfederativa Com abordagem qualitativa, tem duas dimensões, uma exploratória e descritiva, outra compreensiva Os dados são das atas das CIR, de grupos focais com gestores municipais e de entrevistas com representantes da gestão estadual Para análise utiliza-se a hermenêutica-dialética que permite a interpretação dos dados cotejando-os com o referencial teórico, em uma ação objetivada, para ultrapassar o discurso manifesto e compreender os significados As CIR foram tomadas como jogo social fundamentado na teoria de Carlos Matus A categoria poder teve destaque A política de saúde paranaense foi apresentada como cenário As pautas das CIR estavam permeadas por demandas das políticas nacional e estadual Os representantes da gestão estadual eram os principais condutores das reuniões, seguindo as orientações da Secretaria de Estado da Saúde do Paraná (SESA/PR) Os assuntos, organizados em dezoito temas, foram mais informados do que deliberados A rotatividade e o despreparo de gestores municipais dificultam a construção de um coletivo coeso A dinâmica de trabalho dos gestores municipais foi apontada como estressante e sem valorização O prefeito não participa diretamente da CIR, mas é um ator importante dado o poder político que detém A dinâmica das CIR tem sido, em alguns casos, discutir e rediscutir uma problemática, sem resolver ou efetivar a solução A distribuição do poder é assimétrica e a vontade de uns prevalece sobre a dos demais Existem conflitos, mas eles acontecem mais fora das reuniões Alguns acordos foram firmados com apatia A Rede Mãe Paranaense e a Rede de Urgência e Emergência estavam sendo construídas, mas sem um eficiente sistema de governança Alguns “arranjos” e “movimentos” como o Conselho de Secretários Municipais de Saúde, a SESA/PR e o Ministério da Saúde interferem diretamente nas pautas e nas reuniões Outros, como o prestador hospitalar, o Consórcio Intermunicipal de Saúde, o Conselho de Saúde e o Ministério Público interferem mais na execução das decisões Alguns nós no cenário do SUS precisam ser enfrentados referentes à sociedade, à política, à gestão e ao planejamento Para desconstruir hegemonias que operam contra o SUS é importante a implantação de colegiados de gestão nos pontos de atenção das RAS, integrados com as CIR, formando uma Rede de Colegiados de Gestão Regional Mas tanto nos colegiados de gestão como nas CIR o processo decisório necessita ser estabelecido dentro de acordos solidários em torno da missão de garantir o direito à saúde, integral e com qualidade, para a populaçãoItem Condições de saúde bucal e utilização de serviços odontológicos entre adultos de 40 anos ou mais : estudo de base populacionalKasai, Maria Luiza Hiromi Iwakura; Souza, Regina Kazue Tanno de [Orientador]; Morita, Maria Celeste; Carvalho, Brígida Gimenez; Sakai, Márcia Hiromi; Hidalgo, Mirian MarubayashiResumo: O presente estudo teve por objetivo analisar as condições de saúde bucal e a utilização de serviços odontológicos entre adultos de 4 anos ou mais e fatores associados Realizou-se estudo transversal de base populacional, com amostra representativa de 118 indivíduos residentes na região urbana de Cambé, no período de fevereiro a junho de 211 Esta pesquisa faz parte de um estudo mais abrangente – Projeto VigiCardio Foram calculadas medidas de associação expressas pelas razões de prevalências (RP) brutas e ajustadas, estimadas por modelos de regressão de Poisson univariados e múltiplos, com estimadores robustos de variância A média de idade dos indivíduos foi de 54,6 anos e 54,4% eram mulheres O edentulismo total foi observado em 22,7% dos indivíduos, a prevalência de mais de doze dentes perdidos foi de 49,7% e a média de dentes perdidos foi igual a 15,6 (mediana de 12,) A necessidade de tratamento dentário atual foi citada por 67,6%, e 37,8% consultaram o dentista há três anos ou mais No modelo final, após análise ajustada pela regressão de Poisson os fatores que permaneceram significativamente associados aos desfechos foram: a) perda dentária superior a 12 dentes: ser do sexo feminino (RP=1,397; IC95%: 1,243;1,57); ter mais de 6 anos de idade (RP = 1,73; IC95%: 1,551;1,931); ter cursado até 7 anos de estudo (RP = 2,74; IC95%: 1,71;2,516); e ter realizado a última consulta com o dentista há três anos ou mais (RP = 1,297; IC95%: 1,161;1,449); b) consulta ao dentista há três anos ou mais: ser do sexo feminino (RP = ,71; IC95%: ,575;,877); ter cursado até 7 anos de estudo (RP = 2,76; IC95%: 1,627;2,648); possuir alguma prótese dentária (RP = ,72; IC95%: ,571;,862);e necessitar de tratamento dentário atual (RP = 2,155; IC95%: 1,52;3,56); c) necessidade de tratamento dentário atual: última consulta ao dentista há três anos ou mais (RP = 1,174; IC95%: 1,95;1,26); sangramento na gengiva (RP = 1,132; IC95%: 1,49;1,222); presença de dente amolecido (RP = 1,117; IC95%: 1,38;1,23); e insatisfação com os dentes/boca (RP = 1,517; IC95%: 1,381;1,666) Os resultados aqui apresentados apontam desigualdade no acesso aos serviços odontológicos e iniquidade na atenção, e indicam a necessidade de ampliação da oferta de serviços odontológicos e das opções de tratamento no âmbito do SUS à população adulta idosa e não idosaItem A construção e governança da rede de atenção às urgências na região oeste do Paraná : um estudo de casoGriep, Rubens; Nunes, Elisabete de Fátima Polo de Almeida [Orientador]; Carvalho, Brígida Gimenez; Gil, Célia Regina Rodrigues; Mai, Lilian Denise; Nicoletto, Sônia Cristina Stefano; Carvalho, Brígida Gimenez [Coorientadora]Resumo: OBJETIVO: Analisar o papel das Comissões Intergestores Regionais da 1ª e 2ª Regionais de Saúde do Paraná (CIR 1ª e 2ª RS-PR) na construção e governança da Rede de Atenção às Urgências e Emergências (RUE) para o território, considerando-se os objetivos específicos: a) Descrever e caracterizar a Macrorregião Oeste, as RUE existentes e o processo de implantação desta na 1ª e 2ª RS-PR; b) Caracterizar as normas jurídicas da Política de Atenção às Urgências no SUS e o modo como estas influenciaram a agenda de discussões para a implantação da RUE na Comissão Intergestores Bipartite (CIB) e nas CIR 1ª e 2ª RS-PR; c) Identificar os desafios evidenciados nas Comissões Intergestores para a gestão interfederativa e a governança das Redes de Atenção à Saúde (RAS), e d) Discutir a participação da CIR 1ª e 2ª RS-PR na construção, implantação e governança da RUE para o território MÉTODOS: Trata-se de um estudo de caso realizado entre os anos de 215 e 216 junto as CIR 1ª e 2ª RS-PR, compostas por 25 municípios na 1ª RS-PR e 18 municípios na 2ª RS-PR Para a estruturação desta tese, o objetivo específico “a” foi alcançado por meio da triangulação de dados obtidos por pesquisa documental e entrevista semiestruturada Os demais objetivos foram apresentados no formato de artigos científicos com metodologia, resultados e conclusões próprias, conforme descrito: Objetivo b) Estudo descritivo, de natureza documental; Objetivo c) Revisão integrativa da literatura, e Objetivo d) Estudo de caso por meio de pesquisa documental, aplicação de questionário, entrevista semiestruturada e observação direta RESULTADOS: A Macrorregião Oeste é composta por cinco Regionais de Saúde integrando 94 municípios com uma população estimada de 1962698 habitantes Cascavel, sede da 1ª RS é também sede macrorregional para a média e alta complexidade Observou-se a existência de três RUE interdependentes sendo que a conformação da RUE na 1ª e 2ª RS-PR envolveu múltiplos atores com diferentes interfaces hierárquicas no processo decisório, sob a regência do Estado, cabendo a CIR a validação do processo; identificou-se na Atenção às Urgências no SUS, predominância de planejamento normativo com forte indução central, desencadeado a partir da edição de normas jurídicas instituidoras de políticas que promovem reação em ondas junto a CIB e as CIR 1ª e 2ª RS-PR; destacam-se como desafios à gestão interfederativa e à governança das RAS a rotatividade e baixa capacidade de gestão, a ausência e/ou fragilidade dos sistemas de informação, as relações de poder existentes entre municípios e entre municípios e Estado, a insegurança jurídica para as decisões emanadas e a deficiência na proposição do financiamento de ações e serviços; identificou-se nas regiões estudadas uma estrutura formalista e burocrática com pouca autonomia no processo decisório, atrelada a insuficiente qualificação para gestão; as CIR 1ª e 2ª RS-PR apresentaram papel coadjuvante na definição da RUE, cabendo-lhes a formalização do desenho e dos critérios de financiamento interfederativo, com processos de comunicação verticais e pouco solidários CONCLUSÕES: A despeito dos avanços observados, a participação da CIR 1ª e 2ª RS-PR se deu na fase de implantação e implementação da RUE, sendo ainda limitada sua participação na identificação dos problemas e na definição das prioridades em saúde As CIR apresentaram-se com institucionalidade intermediária na implantação e governança da RUE, sendo fundamental que os atores envolvidos construam, a partir de suas realidades e expectativas, um horizonte comum por meio da negociação e do consensoItem Dependência de cafeína : fatores associados e sintomas psíquicos em professores da educação básicaVizoto, Juliana Mariano Massuia; González, Alberto Durán [Orientador]; Mesas, Arthur Eumann; Salvagioni, Denise Albieri Jodas; Andrade, Selma Maffei de; Pieri, Flávia MeneguettiResumo: OBJETIVO: Analisar a prevalência de dependência de cafeína e fatores associados, em especial, sintomas psíquicos, em professores da educacão básica Para isso, consideraram-se os seguintes objetivos específicos: 1) Investigar a prevalência de dependência de cafeína e verificar sua associação com variáveis sóciodemográficas, hábitos de vida, condições de saúde e fatores ocupacionais em professores; 2) Examinar a relação da dependência de cafeína e de suas características-chave com sintomas psíquicos em professores MÉTODOS: Para estruturação desta tese, cada objetivo específico foi apresentado em formato de um artigo científico A população estudada faz parte do projeto “Saúde, Estilo de Vida e Trabalho de Professores da Rede Pública do Paraná” (Pró-Mestre), no qual professores das 2 maiores escolas estaduais de Londrina foram entrevistados em dois momentos: baseline (nos anos de 212 e 213) e seguimento (anos 214 e 215), após 24 meses Ambos os estudos apresentam análises utilizando os dados apenas do seguimento e tratam-se de estudos transversais A dependência de cafeína foi avaliada seguindo os critérios estabelecidos pelo Manual Diagnóstico e Estatístico de Saúde Mental (DSM-5) que define três características-chave: desejo persistente e/ou esforços fracassados, uso continuado da cafeína apesar de efeitos nocivos e abstinência RESULTADOS: Estudo 1) A maioria dos 43 professores relatou consumo regular de cafeína e um quarto, aproximadamente, relatou consumo elevado A prevalência de dependência de cafeína foi de 5,6% e não se mostrou associada a características sóciodemográficas ou a hábitos de vida Os professores que relataram consumo elevado de cafeína apresentaram maiores chances de dependência Quanto às condições de saúde, a auto avaliação de saúde regular/ruim, a qualidade de sono ruim e o uso de medicamentos para dormir mostraram-se associados à dependência de cafeína Com relação aos fatores ocupacionais, percepções regulares/ruins quanto ao equilíbrio entre vida profissional e pessoal, falta de tempo e frustração com o trabalho, esgotamento e o sentimento de estar no limite de possibilidades mostraram-se mais frequentes nos professores classificados como dependentes (p<,5) Estudo 2) A dependência de cafeína mostrou-se associada com a presença de depressão, segundo o Inventário de Depressão de Beck (BDI-II), nos 392 professores incluídos O mesmo foi observado com suas características-chave Os sintomas depressivos associados à dependência de cafeína foram: pessimismo, culpa, punição, baixa autoestima, choro, agitação, perda de interesse, desvalorização, irritabilidade, alterações no padrão de apetite e perda de interesse por sexo A quantidade de sintomas presentes e a soma da pontuação obtida pela escala foi maior nos professores dependentes de cafeína CONCLUSÕES: A prevalência de dependência de cafeína mostrou-se baixa, porém associada a fatores adversos relacionados ao sono, a aspectos ocupacionais e à saúde mental nos professores Desse modo, sugerem-se pesquisas adicionais sobre dependência de cafeína e riscos relacionados, com vistas a subsidiar ações preventivas e de controle, individuais e coletivas, sobre o uso abusivo de cafeína Os achados da presente tese podem embasar futuras classificações clínicas do Transtorno por Uso de Cafeína pelo DSM