01 - Doutorado - Saúde Coletiva
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Item Abalos sísmicos : cartografias a partir de um consultório na rua(2024-02-22) Duarte, Luiz Gustavo; Bortoletto, Maira Sayuri Sakay; Slomp Junior, Helvo; Seixas, Clarissa Terenzi; Baduy, Rossana Staevie; Lima, Josiane Vivian Camargo deEste estudo foi produzido a partir de uma vivência de um pesquisador autista em um Consultório na Rua (CnaR) em um município de grande porte no sul do país. Foi realizada uma sismografia, derivada da cartografia apresentada por Deleuze e Guattari. Para a produção do estudo, foram utilizados métodos e técnicas de pesquisa, que funcionaram como equipamentos e ferramentas, permitindo abranger os segmentos de discussão que as linhas de fuga produziram. Tais equipamentos são a cartografia e a genealogia, e as ferramentas de suporte e manutenção incluem diários cartográficos, processamentos coletivos, vivências, participação em reuniões, entrevistas e investigações em documentos. A partir de linhas de ruptura, denominadas epicentros, foram discutidos os mapeamentos produzidos. Os epicentros incluem os chamados: liberação de ondas, megamáquinas pandêmicas, máquinas de morar, investigações genealógicas sobre um CnaR. No primeiro epicentro, denominado "Liberação de ondas", examinou-se a construção do pesquisador ao longo do mestrado e doutorado, destacando a continuidade entre esses dois momentos e o diagnóstico tardio de transtorno do espectro autista. Isso promoveu uma ressignificação e autoanálise da cartografia até o momento, destacando como esse território produz abalos que direcionam as investigações subsequentes. Em “Megamáquinas pandêmicas” o pesquisador presenciou, durante a pandemia de COVID-19, como a equipe se organizou e produziu cuidado entre as fissuras da cidade, compreendida na pesquisa como uma megamáquina. Ele também observou como os modos de vida das multidões da rua escapam da racionalização da cidade e só podem ser acessadas por um serviço que produz outros territórios além dos estabelecidos tradicionalmente em serviços de saúde. Além disso, durante o período pandêmico, foi possível presenciar como a produção de morte gerou sofrimento e angústia, não somente entre a população em situação de rua, mas também na equipe do CnaR. O terceiro epicentro, “Máquinas de morar”, se refere a outros funcionamentos maquínicos no ambiente urbano, neste caso relacionados à moradia. Este abalo se estabeleceu ao encontrar uma vivente da rua que, em suas linhas de fuga, questiona, com seu modo de vida, as definições tradicionais de domicílio e casa racionalizadas pelo aparelho de captura do Estado. Este modo de habitar, leva a subversão do conceito de Le Corbusier a respeito do lar como máquinas de morar modernistas, voltado apenas para seus aspectos funcionais, e traz à máquina de morar como expressão da subjetividade produzida através das linhas de fuga, como potência imanente, da vivente de rua. Por fim, ao realizar tais cartografias, outra linha de ruptura que foi perseguida, direcionou-se para a compreensão de questões surgidas ao longo da vivência, trilhando um caminho pela análise das pistas genealógicas, a fim de compreender como as produções de regimes de verdade do CnaR se estabeleceram. Com a elaboração desta sismografia, foi possível perceber que a produção urbana atua continuamente num estriamento dos modos de vida daqueles que a habitam, impulsionada pelo Estado moderno capitalista, onde a própria cidade funciona como axioma, na produção de desejo, buscando esquadrinhar os modos de vida. Ao se deparar com um modo de vida que atua como um corte, uma linha de fuga, nas concepções preestabelecidas de casa, percebe-se que a moradia, ou o viver, não diz respeito apenas a um espaço físico, mas sim, que funciona numa maquinação própria, em máquinas de morar que podem ser maquinadas como potencializadores de vida, mesmo em indivíduos que têm, muitas vezes sua condição de existência ignorados. Estes apontamentos fizeram emergir aspectos de condições que não caminham em acordo com o direcionamento de políticas públicas que, muitas vezes, podem visar o controle e assimilação do vivente de rua pelo Estado, não considerando sua subjetividade. O fato de a vivência ter ocorrido em um período de pandemia da COVID-19 permitiu constatar como a equipe do CnaR se relacionava com a cidade de maneira diferenciada dos serviços de saúde tradicionais, conseguindo se aproximar das redes vivas dos viventes da rua.Item Ação coletiva e cooperação : por uma nova regionalização no SUSAndrade, Silvia Karla Azevedo Vieira; Mendonça, Fernanda de Freitas [Orientador]; Castro, Lumena Almeida; Lima, Luciana Dias de; Baduy, Rossana Staevie; Carvalho, Brígida GimenezResumo: O processo de regionalização no SUS encontra entraves para sua efetivação, considerando a diversidade e complexidade dos territórios regionais no país e as limitações nas relações federativas Essas limitações, embora percebidas pelos atores que participam dos espaços de discussão e de tomada de decisões, se cristalizam no cotidiano técnico-político da gestão e do planejamento em saúde Frente a esses pressupostos, esse estudo objetiva compreender como ocorre a ação coletiva e a cooperação no território regional com vistas à estruturação de um plano de ação para uma nova regionalização no SUS O embasamento do estudo contemplou os conceitos do federalismo, das relações de poder e da ação coletiva, que se entrelaçaram como referentes em um mapa teórico conceitual O caminho do estudo foi estruturado a partir da metodologia de pesquisa-ação, de abordagem qualitativa, envolvendo os sujeitos atuantes no território e percorrendo três etapas subsequentes: a etapa diagnóstica, que teve dois momentos de coleta, a etapa de imersão, que identificou e estruturou espaços de ação coletiva e, por fim, a etapa de interposição, que oportunizou a estruturação do plano de ação para a regionalização Como resultados do estudo, foram identificados os elementos da ação coletiva e do exercício do poder no âmbito da relação federativa, bem como aspectos limitadores da atuação dos entes frente às suas competências, além de fatores que limitam ou potencializam a ação coletiva no território, que se expressa por meio da cooperação e coordenação de políticas públicas no planejamento regional no SUS Foram também experimentadas estratégias em potencial para fortalecer a ação coletiva no cotidiano das relações federativas e das relações de poder neste local e, por fim, foi elaborado um plano de ação, como exercício de propositiva de caminhos para uma nova regionalização no SUS Esses caminhos apontaram para a necessidade de estruturação de espaços dialógicos horizontais no território regional e da pactuação de um contrato da ação pública entre os entes federativos, para o compartilhamento de responsabilidades melhor definidas entre esses entes, que preceda a contratualização de ações e serviços e sintetize o planejamento regional das políticas públicas de saúdeItem Acesso a medicamentos para tratamento de fatores de risco cardiovascularPetris, Airton José; Souza, Regina Kazue Tanno de [Orientador]; Cordoni Junior, Luiz; Oliveira, Rosângela Ziggiotti de; Zubioli, Arnaldo; Fernandes, Karen Barros ParronResumo: INTRODUÇÃO: O acesso a medicamentos para tratamento da hipertensão arterial, diabetes e dislipidemias é um aspecto relevante do controle das doenças cardiovasculares OBJETIVO: Analisar a prevalência e a utilização de medicamentos para tratamento da hipertensão arterial, diabetes e dislipidemias MATERIAIS E MÉTODOS: Estudo epidemiológico de base populacional com delineamento transversal em indivíduos com idade igual ou superior a 4 anos, residentes na área urbana do município de Cambé/PR Foram realizadas entrevistas para preenchimento de Formulário Estruturado sobre utilização de medicamentos, aferição de pressão arterial (PA) e coleta de sangue para exames laboratoriais RESULTADOS: Foram entrevistados 118 indivíduos, dos quais 1162 tiveram PA aferidas e 967 realizaram exames laboratoriais A prevalência estimada de hipertensão arterial foi de 56,4%, a de diabetes 13,6% e a de dislipidemias 69,2% As prevalências de tratamento medicamentoso entre as pessoas com hipertensão arterial, diabetes e dislipidemias foram, respectivamente, 62,% 59,1%, e 16,1% Entre os indivíduos com hipertensão arterial que se tratavam com medicamentos, 39,5% apresentaram PA classificadas como ótima, normal ou limítrofe; entre os indivíduos com diabetes que utilizavam medicamentos antidiabéticos, 35,9% tinham valores de glicemia de jejum (GJ) compatíveis com as categorias GJ normal e GJ alterada, e entre os indivíduos com dislipidemias que faziam uso de hipolipemiantes 22,2% apresentaram valores de Colesterol total <2mg/dl e/ou LDL-C <16 mg/dl e/ou Triglicérides <15mg/dl e/ou HDL-C homens =4mg/dl e mulheres =5mg/dl Os fármacos anti-hipertensivos mais utilizados foram hidroclorotiazida, enalapril, captopril, atenolol, anlodipino e losartana, sendo suas principais fontes de obtenção os serviços próprios do SUS (56,%) e as farmácias e drogarias privadas, mediante pagamento direto pelo usuário (32,%) Os fármacos antidiabéticos mais utilizados foram os antidiabéticos orais metformina e glibenclamida e a insulina NPH, obtidos principalmente nos estabelecimentos vinculados ao SUS (68,8%) e por aquisição com custeio próprio em farmácias e drogarias privadas (21,6%) Os fármacos hipolipemiantes mais utilizados foram sinvastatina (81,5%) e bezafibrato (6,5%), obtidos principalmente por pagamento direto em farmácias e drogarias privadas (52,2%) e serviços próprios do SUS (33,6%) CONCLUSÃO: O tratamento medicamentoso da hipertensão arterial mostrou-se superior ao de outras regiões do Brasil, enquanto o da diabetes é similar As unidades próprias do SUS eram os principais locais de aquisição de medicamentos para o tratamento da hipertensão e diabetes, o que sugere que as políticas públicas de Assistência Farmacêutica em Cambé/PR proporcionam boas condições de acessibilidade aos mesmos Para as dislipidemias, entretanto, o alcance das políticas ainda é limitado O baixo nível de controle da hipertensão, diabetes e dislipidemias pode indicar que o acesso aos medicamentos circunscreve-se ao domínio restrito É recomendado que o planejamento de ações de atendimento integral às pessoas com hipertensão arterial, diabetes e dislipidemias baseie-se nos conceitos linha de cuidados e redes matriciais de atenção à saúdeItem Alterações no desempenho cognitivo e funcional após quatro anos de seguimento em população com 50 anos ou mais : projeto VigicardioVieira, Maria Cristina Umpiérrez; Cabrera, Marcos Aparecido Sarria [Orientador]; Bortoletto, Maira Sayuri Sakay; Almeida, José Roberto de; Dellaroza, Mara Solange Gomes; Silva, Ana Maria RigoResumo: OBJETIVO: Identificar a incidência de declínio cognitivo e dependência funcional em pessoas com 5 ou mais anos residentes na comunidade e analisar a relação com as variáveis sociodemográficas, de estilo de vida e de condições de saúde Para isso, analisou-se a associação entre mudanças em fatores de risco com incidência de declínio cognitivo (DC) e incidência de dependência funcional para atividades instrumentais da vida diária (AIVD) MÉTODOS: Para a estruturação desta tese, cada objetivo específico foi apresentado no formato de um artigo científico com metodologia, resultados e conclusões próprias, cujos dados foram obtidos em um projeto de pesquisa de base populacional conhecido como VIGICARDIO, no qual uma amostra representativa de pessoas do município de Cambé, Paraná, foram entrevistadas em dois momentos: linha de base (211) e seguimento (215) Ambos os artigos são estudos epidemiológicos observacionais do tipo coorte que utilizam dados dos dois momentos do VIGICARDIO O primeiro aborda o declínio cognitivo, ao passo que o segundo manuscrito tem como desfecho principal a dependência funcional para realização de AIVD RESULTADOS: Artigo 1 - A incidência de DC foi de 13,1%, condição associada de maneira independente à perda do companheiro durante o seguimento (RR=2,86; IC95%=1,22-6,71) e à presença de depressão (RR=3,5; IC95%=1,65-7,43) Artigo 2 - A incidência de dependência para AIVD ao longo de quatro anos foi de 18,9% A análise ajustada mostrou que esse agravo associou-se com baixa escolaridade (RR=1,99; IC95%=1,32-3,), menor condição socioeconômica (RR=2,3; IC95%=1,24–3,32), ausência de atividade laboral (RR=2,46; IC95%=1,31–4,61), consumo insuficiente de frutas e verduras (RR=1,9; IC95%=1,6–3,38), menor pontuação no mini exame do estado mental (RR=2,52; IC95%=1,53–4,17) e tendeu a se associar com diabetes mellitus (RR=1,39; IC95%=,92–2,1) CONCLUSÕES: Os estudos originais incluídos nesta tese apresentaram evidências de que fatores modificáveis, principalmente piores condições socioeconômicas e condições crônicas passiveis de prevenção e de controle, estão associadas a alta incidência de DC e de dependência para AIVD Estes dados refletem as iniquidades sociais e as falhas do sistema de saúde e sugerem a necessidade de planejamento político estratégico que vise o cuidado integral da populaçãoItem Análise da estrutura dimensional do Demand Control Support Questionnaire e fatores ocupacionais associados às demandas psicológicas, ao controle e ao trabalho de alta exigência em professores do ensino básico de Londrina (PR)Birolim, Marcela Maria; Andrade, Selma Maffei de [Orientador]; Hökerberg, Yara Hahr Marques; Benevides-Pereira, Ana Maria Teresa; Haddad, Maria do Carmo Fernandez Lourenço; Durán González, Alberto; Mesas, Arthur Eumann [Coorientador]Resumo: A docência é considerada uma profissão estressante e seu exercício é permeado por condições de trabalho adversas O Demand Control Support Questionnaire (DCSQ) considera o trabalho de alta exigência como decorrente da combinação entre altas demandas psicológicas e baixo controle no processo de trabalho e tem sido utilizado para investigar associação entre estresse e desfechos negativos em saúde Este estudo tem como objetivo analisar a estrutura dimensional do Demand Control Support Questionnaire e fatores ocupacionais associados às demandas psicológicas, ao controle e ao trabalho de alta exigência em professores do ensino básico de Londrina (PR) Trata-se de um estudo transversal A população foi composta por 842 professores das 2 escolas com maior número de docentes da rede estadual do município Informações ocupacionais foram obtidas por meio de entrevistas no período de agosto de 212 a junho de 213 Dados sociodemográficos e o DCSQ faziam parte de um questionário autorrespondido Análises fatoriais confirmatórias e exploratórias foram utilizadas na avaliação da dimensionalidade do DSCQ Para o estudo de associação das dimensões e subdimensões do DSCQ com fatores ocupacionais foi utilizada a análise de regressão logística com cálculo das razões de odds (OR) e respectivos intervalos de confiança (IC 95%) Nos modelos multivariados finais permaneceram as variáveis com p < ,5 Os resultados da análise fatorial confirmatória apoiaram o intrumento formado por quatro dimensões: demandas psicológicas, uso de habilidades, autonomia para decisão e apoio social, com melhor ajuste do modelo com exclusão do item “trabalho repetitivo” No estudo de associação, após ajustes, altas demandas psicológicas foram associadas (p<,5) com idade mais jovem, maior tempo de trabalho na docência, percepção regular/ruim sobre a remuneração, sobre a quantidade de alunos por sala de aula e sobre o equilíbrio entre a vida profissional e pessoal, além de à violência sofrida nos 12 meses anteriores à entrevista Para a dimensão controle foram observadas diferenças nas associações em sua forma combinada (uso de habilidades e autonomia de decisão) e naquelas que consideraram separadamente estas duas subdimensões Carga horária maior que 4 horas (OR=1,72; IC 95%=1,5-2,82), percepção negativa em relação à remuneração (OR=1,93; IC 95%=1,41-2,65), à quantidade de alunos por sala de aula (OR=1,43; IC 95%=1,3-1,99), ao equilíbrio entre a vida pessoal e profissional (OR=2,36; IC 95%=1,71-3,26) e ter sofrido violência na escola nos 12 meses anteriores à entrevista (OR=1,84; IC 95%=1,31-2,58) foram significativamente associados ao trabalho de alta exigência No entanto, após análise estratificada por grupos de maior e menor apoio social no trabalho, as variáveis carga horária acima de 4 horas e percepção regular/ruim em relação à quantidade de alunos por sala foram significativas apenas no grupo de menor apoio social Os resultados revelam que condições específicas de trabalho e percepções dos professores sobre seu ambiente laboral estão associadas a altas demandas psicológicas, baixo controle e ao trabalho de alta exigência e que o apoio social no trabalho atua como moderador em algumas dessas associaçõesItem Análise dos fatores ocupacionais associados ao estresse e à qualidade do sono em agentes de segurança penitenciáriaGonçalves, Soraya Geha; Mesas, Arthur Eumann [Orientador]; Nunes, Elisabete de Fátima Polo de Almeida; Guidoni, Camilo Molino; Ballester, Dinarte Alexandre Prietto; Birolim, Marcela Maria; Rodrigues, Renne [Coorientador]Resumo: Os Agentes de Segurança Penitenciária (ASP) são os trabalhadores responsáveis pela gestão e operação das penitenciárias, sofrendo com os problemas do sistema penitenciário, como superlotação e dificuldades de implementar políticas adequadas à ressocialização das pessoas privadas de liberdade Como consequência, esses trabalhadores são expostos a condições de trabalho inadequadas, que podem resultar em problemas como estresse ocupacional e má qualidade do sono Em razão da importância desses profissionais para o sistema penitenciário e dos possíveis impactos das condições de trabalho sobre a saúde destes, a presente tese teve como objetivo analisar a associação entre as condições de trabalho com o estresse ocupacional e a qualidade do sono em ASP Trata-se de um estudo de corte transversal realizado com ASP do sexo masculino atuantes em quatro penitenciárias do Estado de São Paulo, no período de janeiro a agosto de 219 O estresse ocupacional, obtido por meio do Swedish Demand-Control-Support Questionnaire (DCSQ), e a pior qualidade do sono, obtida pelo Índice de Qualidade do Sono de Pittsburgh (PSQI) > 5 pontos, constituíram desfechos analisados em estudos independentes em relação às variáveis ocupacionais O trabalho de alta exigência foi identificado em 24,3% dos 321 ASP incluídos no primeiro estudo Análises ajustadas demonstraram maior chance para o trabalho de alta exigência: turno diarista (ORaj= 5,; IC 95%: 1,65 – 15,13) e vontade de mudar de profissão (ORaj= 3,75; IC 95%: 1,56 – 9,3) e maior chance para o trabalho ativo: turno diarista (ORaj= 8,19; IC 95%: 2,93 – 22,9) e maiores exigências mentais (ORaj= 4,82; IC 95%: 1,6 – 14,47) A pior qualidade do sono foi observada em 57,8% dos 256 ASP incluídos no segundo estudo, associando-se, em análises ajustadas, a maiores exigências mentais (ORaj= 3,1; IC 95%: 1,4 – 6,85), à insatisfação profissional (ORaj= 4,52; IC 95%: 1,32 – 15,46), à dificuldade para deixar de pensar no trabalho durante o tempo livre (ORaj= 5,13; IC 95%: 1,26 – 2,78) e com a vontade de mudar de profissão (ORaj= 3,2; IC 95% 1,53 – 6,71) Com base nos resultados encontrados, é possível verificar que o ambiente laboral dos ASP, seja pelas condições ou pela organização do processo de trabalho, aumentam as chances da associação com estresse ocupacional e pior qualidade do sono Desta forma, constata-se a necessidade de estratégias organizacionais e estruturais que possam contribuir para amenizar os principais fatores ocupacionais relacionadas a alta demanda do trabalho, assim como a implantação de programas para a promoção da qualidade do sono, visando saúde e bem-estar dos ASP e garantia de segurança para o processo de trabalhoItem Aprendizagem para o trabalho em equipe : reflexões na perspectiva do estudante de enfermagem e do pensamento complexoFloter, Fernanda da Silva; Garanhani, Mara Lúcia [Orientador]; Mai, Lilian Denise; Haddad, Maria do Carmo Fernandez Lourenço; Nunes, Elisabete de Fátima Pólo de Almeida; Carvalho, Brígida GimenezResumo: O Currículo Integrado (CI) do curso de enfermagem da Universidade Estadual de Londrina (UEL) foi implantado no ano de 2 com uma organização pedagógica diferenciada Sua estrutura curricular é composta por módulos interdisciplinares e por temas transversais que devem perpassar os módulos de todas as séries do curso Um desses temas é o Trabalho em Equipe O objetivo desse estudo foi compreender o processo de ensino e aprendizagem de habilidades para o trabalho em equipe em um CI de Enfermagem, na percepção dos estudantes Trata-se de um estudo exploratório compreensivo, com abordagem qualitativa, do tipo estudo de caso, realizado no curso de enfermagem da UEL As fontes de dados foram constituídas pelos cadernos de planejamento e desenvolvimento dos módulos interdisciplinares e pelos estudantes que participaram de grupos focais Os encontros com os estudantes foram gravados, transcritos na íntegra e submetidos à análise temática A coleta de dados ocorreu de novembro de 212 a dezembro de 213 Participaram do estudo 25 estudantes A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética desta universidade em estudo Os resultados foram organizados em quatro momentos e as discussões apoiadas em elementos do pensamento complexo de Edgar Morin No primeiro momento foi realizada a analise documental de 16 módulos interdisciplinares No segundo momento, apresenta as estratégias de ensino e aprendizagem utilizadas nas quatro séries do curso de enfermagem para o desenvolvimento de habilidades para o trabalho em equipe Buscou-se analisar a explicação que os estudantes fizeram de seus desenhos, estes utilizados como estímulo para desencadear o conceito de equipe Em seguida os resultados foram discutidos na perspectiva da espiral complexa de Morin A análise documental possibilitou verificar que a temática vem sendo trabalhada de nas quatro séries em vários momentos durante a formação As estratégias de ensino e aprendizagem elencadas pelos estudantes abrangem os seminários, os tutoriais, os módulos de Práticas Interdisciplinares e Interação Ensino, Serviço e Comunidade (PIN 1, 2) e as atividades práticas em estágios e no Internato de Enfermagem O tema transversal que trata do trabalho em equipe esta sendo desenvolvido nos diferentes módulos interdisciplinares de maneira crescente Os resultados da análise dos desenhos realizados revelaram que os estudantes compreendem o trabalho em equipe como pessoas unidas que buscam um objetivo comum, que possuem papéis complementares, que se ajudam e que buscam harmonia e necessitam de companheirismo Os resultados apontaram que a estrutura curricular do curso em estudo oportuniza o desenvolvimento de determinadas habilidades para o trabalho em equipe desde o início do cursoItem Arte e cuidado em saúde: experienciação do cuidado nos encontros vividos no projeto Sensibilizarte(2021-04-29) Araujo, Flávia Maria; Bortoletto, Maira Sayuri Sakay; Seixas, Clarissa Terenzi; Lopes, Maria Lucia da Silva; González, Alberto Durán; Melchior, ReginaO cuidado pode ser considerado a base dos serviços de saúde, com diversos modos para a sua efetivação. Pressupõe considerar o usuário como interlocutor válido e incluir seus desejos na atuação profissional. Ele acontece no encontro entre trabalhador e usuário, quando o profissional é afetado pelo usuário e busca atender suas necessidades de saúde. Para operar assim, o trabalhador precisa escutar o usuário e colocá-lo no centro de sua atuação. Entretanto, nem sempre isso ocorre, o cuidado fica empobrecido em meio à várias questões, como as capturas que a indústria médico-hospitalar faz dos serviços, formações em saúde focadas em procedimentos e organização rígida dos serviços. Desse modo, fica aparente a necessidade de uma ferramenta capaz de agenciar a sensibilidade humana e fazer despertar para a necessidade de cuidado. Encontramos essa ferramenta na arte, que tem se mostrado uma potente atividade cuidadora, capaz de sensibilizar. Nessa temática, a Universidade Estadual de Londrina-UEL desenvolve um Projeto de Extensão chamado “Sensibilizarte: Arte Como Instrumento Para Humanização Na Formação E No Cuidado Em Saúde”, que tem por objetivo sensibilizar os discentes dos cursos da saúde para uma formação cuidadora. O projeto faz isso levando os participantes para realizarem atividades artísticas dentro do Hospital Universitário Regional do Norte do Paraná- HU/UEL. São quatro modalidades artísticas: artesanato, contação de histórias, música e palhaço. Nos questionamos sobre como é produzido o cuidado pelo participante do Projeto Sensibilizarte, no encontro que produz vida com o usuário do hospital e, para responder, realizamos uma pesquisa qualitativa na modalidade cartografia com o objetivo: cartografar a produção de corpos sensíveis para o encontro na produção de cuidado, vivenciados na incursão do Projeto Sensibilizarte. Essa cartografia se deu pelo corpo da pesquisadora em campo, que fez uma incursão dentro do projeto, executando todas as atividades dele como uma estudante, tornando-se parte do projeto. O processamento do campo se deu pelo registro em Diário de Campo e pela conversa com autores como Deleuze e Guattari. A pesquisadora tinha um corpo-bailarina anterior, que uniu-se à constituição de seu corpo-cartógrafa, misturando-se na vivência do campo. Ao final, a cartógrafa-bailarina pôde analisar o campo e produzir conhecimentos. Esses resultados foram trazidos em formato de dois artigos, ambos na perspectiva da arte como possibilidade de ferramenta de cuidado. O primeiro: “A arte no agenciamento da produção de cuidado em um hospital público”, traz cenas de cuidado em formato de narrativa, em que trabalhadores do HU foram agenciados pela atuação do projeto. Ao receber o cuidado da arte solicitaram aos estudantes que fossem prestar o mesmo cuidado a determinados usuários. Mostra que cuidar do trabalhador é importante para que ele perceba a necessidade da sensibilidade em seu trabalho. O segundo artigo: “A arte como ferramenta para a formação em saúde: um resgate do encontro de cuidado”, mostra como o projeto possibilita a formação do estudante baseada em tecnologias leves (acolhimento, empatia, vínculo). Ao executar as atividades artísticas o estudante percebe que além das doenças a serem tratadas, há seres humanos que necessitam de acolhimento. Abrem seu corpo para o afeto e percebem o sofrimento junto à doença. Percebem que a ação deles enquanto artistas é capaz de melhorar a experiência de internação, deixando-a mais leve. Essas habilidades podem ser transferidas para a formação profissional, colaborando para uma futura atuação que considere a sensibilidade humana. Ao final, a cartógrafa-bailarina sai de cena levando consigo o conhecimento: o projeto é uma ferramenta potente para a formação de trabalhadores em saúde com corpos sensíveis ao cuidado e marca o corpo do profissional que está atuando no HU, proporcionando encontros de cuidado do qual eles também necessitam.Item Associação entre capital social e comportamentos relacionados à saúde : estudo de base populacionalLoch, Mathias Roberto; Souza, Regina Kazue Tanno de [Orientador]; Hallal, Pedro Rodrigues Curi; Pattussi, Marcos Pascoal; Mesas, Arthur Eumann; Andrade, Selma Maffei deResumo: Estudos que investigam a relação entre comportamentos relacionados à saúde com o capital social (CS) são escassos, especialmente na América Latina O objetivo deste trabalho foi verificar a relação entre indicadores de CS e a prevalência de determinados comportamentos relacionados à saúde Realizou-se estudo transversal, de base populacional, com indivíduos com 4 anos ou mais de um município de médio porte da região Sul do Brasil Os dados foram coletados no primeiro semestre de 211 Para este estudo, foram considerados dados de 181 sujeitos Os comportamentos investigados foram: inatividade física no lazer (INFL), baixo consumo de frutas e/ou verduras (BCFV), tabagismo (TAB) e consumo abusivo de álcool (CAA), além de análise de simultaneidade dos comportamentos citados A INFL foi avaliada a partir do modelo de estágio de mudança de comportamento e as questões relacionadas aos demais comportamentos foram retiradas do questionário aplicado pelo sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (VIGITEL) do Ministério da Saúde do Brasil Os indicadores de CS foram selecionados a partir do Questionário Integrado para medir CS (QI-MCS): número de amigos e de pessoas que emprestariam dinheiro em caso de necessidade, confiança nas pessoas do bairro, frequência com que as pessoas no bairro se ajudam, segurança no bairro e participação cívica ou comunitária Foi ainda construído um escore de CS, baseado nos indicadores isolados Os dados foram analisados no Programa SPSS vs 19, por meio da regressão logística, realizando-se análise bruta e ajustada (p<,5) Após os ajustes, a INFL esteve associada ao número de amigos, confiança nas pessoas do bairro, frequência com que as pessoas no bairro se ajudam, segurança no bairro, participação comunitária e o escore de CS O BCFV associou-se à participação comunitária e ao escore de CS O TAB se mostrou associado à frequência com que as pessoas no bairro se ajudam e ao escore de CS Apenas a frequência com que as pessoas no bairro se ajudam esteve associada ao CAA Em todas as associações mencionadas, os sujeitos com menor CS tinham maior chance de apresentarem os comportamentos negativos Observou-se ainda que quanto maior o CS, menor o número médio de comportamentos negativos Sujeitos com maior CS apresentaram em média 1,47 (DP=,11) comportamentos negativos, enquanto os com menor CS tinham média de 2,13 (DP=,23) comportamentos negativos Este estudo mostrou uma associação moderada entre diferentes indicadores de CS e os comportamentos relacionados à saúde investigados, sendo mais evidente a relação com a INFL e em menor grau com o BCFV e o TAB A relação do CS com o CAA foi menos evidente Recomenda-se que as políticas de promoção de comportamentos saudáveis considerem o nível e as características do CS de cada lugar e busquem implementar ações que contribuam para a criação de sociedades civis mais organizadas, inclusive porque estas podem representar um aspecto positivo para a adoção dos comportamentos considerados positivos para a saúdeItem Associação entre letramento em saúde e percepção de trabalho de alta exigência com condutas relacionadas à alimentação em professores da educação básica de Londrina, ParanáRodrigues, Renne; Mesas, Arthur Eumann [Orientador]; Andrade, Selma Maffei de; Loch, Mathias Roberto; Carreira, Clísia Mara; Guedes, Dartagnan PintoResumo: A docência possui diversos desafios e responsabilidades, e fatores pessoais, como o letramento em saúde, e ocupacionais, como o trabalho de alta exigência (categoria de maior risco do modelo demanda-controle), podem predispor à realização de condutas alimentares não recomendáveis Em razão da importância dos professores para a sociedade, considera-se essencial o aprofundamento de questões pessoais e laborais com condutas alimentares Nesse sentido, o presente estudo tem como objetivos investigar a associação do letramento em saúde e das exigências para o trabalho com condutas alimentares Para a estruturação desta tese, cada objetivo foi apresentado no formato de um estudo com métodos, resultados e conclusões próprias Os objetivos foram explorados no âmbito do projeto Saúde, Estilo de Vida e Trabalho de Professores da Rede Pública do Paraná (PRÓ-MESTRE), no qual professores das 2 maiores escolas estaduais de Londrina foram entrevistados individualmente em dois momentos: baseline (nos anos de 212 e 213) e seguimento (após 24 meses) Desse modo, o primeiro estudo é um recorte transversal, com dados obtidos no baseline, investigando a associação entre o letramento em saúde (obtido por meio da ferramenta Newest Vital Sign – NVS) e condutas alimentares O segundo estudo é uma coorte prospectiva que investiga a influência do trabalho de alta exigência em condutas alimentares O letramento em saúde inadequado foi observado em 62,6% dos 927 professores incluídos no primeiro estudo, associando-se com menor frequência de consulta a informações nutricionais em professores mais jovens, e com maior chance de consumo de alimentos pré-preparados frequentemente entre os professores de meia idade O trabalho de alta exigência medido no baseline foi identificado em 39,2% dos 52 professores incluídos no segundo estudo, associando-se com maior chance de manutenção do consumo não frequente de frutas, maior chance de diminuição do consumo de frutas e verduras/legumes e com menor chance de diminuição do consumo de gordura visível de carne vermelha, após 24 meses de seguimento Com base nos resultados encontrados é possível identificar que tanto o letramento em saúde inadequado (em recorte transversal) quanto o trabalho de alta exigência (em recorte longitudinal) estão implicados na maior chance de manutenção de condutas alimentares não recomendados e piora de condutas alimentares, bem como na menor chance de melhora de condutas alimentares É importante ressaltar que diversas associações esperadas entre letramento em saúde e condutas alimentares não se confirmaram na presente população Desse modo, sugere-se a discussão sobre as condições de trabalho e ações integradas que visem o incentivo à alimentação saudávelItem Associação entre o consumo de álcool e aspectos relacionados ao sono(2024-02-26) Sirtoli, Rafaela; Guidoni, Camilo Molino; Durán González, Alberto; Rodrigues, Renne; Balboa-Castillo, Teresa; Miguel, Miriam Garrido; Mesas, Arthur EumannO consumo de álcool permeia toda a história da humanidade, mas o uso nocivo desta substância tem se associado a diversas alterações fisiológicas, como transtornos relacionados ao sono. Embora muito tenha se investigado a respeito do tema, ainda existem lacunas a respeito da influência de características biológicas e sociais em relação a essa associação. Objetivo: Investigar a associação entre o consumo de álcool e o sono em adultos. Métodos: tese de doutorado elaborada em modelo escandinavo, originando dois artigos científicos como resultados. O primeiro artigo é uma revisão sistemática da literatura com metanálise a respeito da associação entre cronotipo e consumo de álcool. Realizou-se uma busca sistemática de estudos observacionais em cinco bases de dados: PubMed, Scopus, Web of Science, Cochrane Library e PsycINFO. Modelos de efeitos aleatórios foram utilizados para estimar a odds ratio conjunta (OR) e IC95% de consumo de álcool de acordo com o cronotipo. A revisão foi elaborada de acordo com as recomendações do Meta-analysis of Observational Studies in Epidemiology (MOOSE) e do Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses (PRISMA). O segundo artigo é um estudo quantitativo, com dados primários de três bancos de dados de grupos de pesquisa do Brasil, Chile e Espanha. Modelos de regressão logística foram elaborados para analisar de forma independente a associação entre risk of alcohol-related problems (RARP) e qualidade e duração de sono nos bancos de dados dos três países. Com base nos resultados dos modelos ajustados de cada país, os valores de cada OR e seus respectivos IC95% foram transformados em escala logarítmica, para possibilitar o cálculo da OR conjunta (p-OR) e IC95%. Resultados: No primeiro artigo, um total de 33 estudos envolvendo 28.207 indivíduos foram incluídos na revisão sistemática. De forma geral, os indivíduos vespertinos apresentaram maior frequência e volume de consumo de álcool, quando comparados aos indivíduos de outros cronotipos. Ainda, uma metanálise de 13 estudos evidenciou que indivíduos com cronotipo vespertino apresentam uma chance 41% maior de consumir álcool do que aqueles com outros cronotipos (OR: 1.41; IC95%: 1.16–1.66). No segundo artigo, 1.830 estudantes foram incluídos na análise (31,2% brasileiros, 42,2% chilenos e 26,6% espanhois). De forma geral, 25,0% dos estudantes foram classificados com RARP intermediário, enquanto que 9,9% apresentaram RARP alto. Na análise conjunta dos três países, RARP intermediário a alto se mostrou associado a qualidade de sono subótima (p-OR: 1.24; IC95%: 1.00-1.52). Frequência de consumo de álcool não se mostrou associada à qualidade ou duração do sono. Conclusão: O cronotipo vespertino e uma qualidade subótima do sono estão associados ao consumo de álcool. Acredita-se que, devido ao fato de pessoas com cronotipo vespertino apresentarem uma menor quantidade e qualidade do sono, há um aumento da impulsividade e da propensão ao risco, resultando na adoção de comportamentos não saudáveis, e, dentre eles, o consumo de álcool. Em contrapartida, indivíduos com risco de problemas relacionados ao álcool também apresentam uma menor qualidade subjetiva de sono.Item Associação entre parâmetros do sono e atividade física, dor crônica musculoesquelética e tratamentos não farmacológicos da fibromialgia(2024-04-29) Santos, Mayara Cristina da Silva; Mesas, Arthur Eumann; Andrade, Selma Maffei de; Dellaroza, Mara Solange Gomes; Moura, Felipe Arruda; Balboa-Castillo, TeresaIntrodução: Os problemas relacionados ao sono têm consequências para a saúde individual e para os serviços de saúde. Estão potencialmente relacionados com a etiologia e a cronificação da dor musculoesquelética e da fibromialgia. A manutenção ou mudanças de certos comportamentos e tratamentos não farmacológicos podem auxiliar na prevenção e controle desses desfechos. No entanto, não está clara a direção da associação entre os problemas relacionados com o sono e a dor crônica, assim como a influência de tratamentos não farmacológicos da dor e as consequências na qualidade do sono. Objetivo: Investigar a associação entre os parâmetros do sono e a atividade física, a dor crônica musculoesquelética e os tratamentos não farmacológicos para fibromialgia em adultos. Objetivos específicos: 1) Analisar a associação entre a prática de atividade física no tempo livre (AFTL) e a qualidade do sono em estudantes universitários; 2) Sintetizar a evidência científica sobre as associações bidirecionais prospectivas entre problemas relacionados com o sono e dor crônica musculoesquelética; e 3) Sistematizar a evidência científica acerca dos efeitos de tratamentos não farmacológicos da fibromialgia sobre parâmetros do sono. Métodos: Os objetivos específicos foram contemplados na forma de três estudos, com resultados e discussões abordados separadamente. O objetivo 1 foi contemplado na forma de um estudo transversal da relação entre atividade física no tempo livre e qualidade do sono. Um questionário online foi aplicado em estudantes de uma universidade pública do sul do Brasil em 2019. Modelos estatísticos de regressão logística e análise de covariância foram desenvolvidos e ajustados por fatores de confusão. Para contemplar o objetivo 2, foi realizada uma revisão sistemática com meta-análise de estudos de coorte disponíveis nas bases PubMed, Scopus, Web of Science, PsycINFO e Cochrane Library desde seu início até 19 de julho de 2022. As diretrizes da guia Meta-analysis Of Observational Studies in Epidemiology foram rigorosamente seguidas. Por fim, o objetivo 3 foi contemplado na forma de uma revisão sistemática de estudos experimentais e quase-experimentais disponíveis nas bases PubMed, Scopus, Web of Science, PsycINFO e Cochrane Library, desde seu início até 05 de novembro de 2023. As recomendações do Preferred Reporting Items for Systematic reviews and Meta-Analyses for Protocols foram fielmente observadas. Resultados: Objetivo 1) Foram analisados 2.626 estudantes universitários. Nas análises ajustadas, praticar AFTL de 4 a 7 vezes/semana associou-se com menor probabilidade de má qualidade do sono (odds ratio, OR=0,71; intervalo de confiança, IC 95%=0,52–0,97) em comparação com não praticar AFTL. Ademais, aqueles que praticavam AFTL tiveram médias significativamente menores nas pontuações do Pittsburgh Sleep Quality Index global, duração e qualidade subjetiva do sono, e pontuações de disfunção diurna comparado com os que não praticavam AFTL. Objetivo 2) Dezesseis estudos, com um total de 153.187 indivíduos, foram incluídos na meta-análise. Indivíduos com problemas relacionados ao sono (PRS) no baseline apresentaram incidência 1,79 vezes maior (OR=1,79; IC 95%=1,55–2,08; I2=84,7%; p<0,001) e persistência 2,04 vezes maior (OR=2,04; IC 95%=1,42–2,94; I2=88,5%; p<0,005) de dor crônica musculoesquelética (DCME) do que aqueles sem PRS. Por outro lado, indivíduos com DCME no baseline apresentaram incidência 1,83 vezes maior de PRS (OR=1,83; IC 95%=1,49–2,26; I2=89,4%; p<0,001) do que aqueles sem DCME. Objetivo 3) Noventa e cinco estudos experimentais e quase-experimentais com um total de 6.137 adultos com idade média de 48,7 anos foram incluídos. Os parâmetros do sono foram avaliados em 45,3% dos estudos com o Pittsburgh Sleep Quality Index. O tempo médio de acompanhamento da intervenção foi de 8,7 semanas. Entre os 91 artigos com indivíduos subdivididos por grupos, 11,1% foram alocados na intervenção ou terapia cognitiva comportamental, 10,9% eletroestimulação craniana ou transcraniana ou transcutânea, 5,4% exercícios aeróbicos, 4,3% Tai Chi e 4,3% mindfulness. Entre os 35 artigos que contemplam as intervenções predominantes, 65,7% apresentaram melhora significativa nos parâmetros do sono comparado com os alocados nos grupos controle (p<0,05). Conclusões: Em síntese, em grupos populacionais específicos, como o de estudantes universitários, a prática de AFTL pode contribuir para a melhor qualidade do sono. Evidências robustas reforçam a associação longitudinal entre PRS e incidência e persistência de DCME em adultos, assim como estudos prospectivos suportam a existência de uma relação bidirecional entre DCME e PRS. Por fim, a evidência disponível sugere que tratamentos não farmacológicos para a fibromialgia podem resultar em uma melhora do sono em adultos.Item Associação entre qualidade do sono, atividade física e sedentarismo em professores do ensino básico de Londrina, ParanáCorrea, Marcelly Barreto; Mesas, Arthur Eumann [Orientador]; Durán González, Alberto; Santos, Suhaila Mahmoud Smaili; Campanini, Marcela Zambrim; Dias, Douglas FernandoResumo: Introdução: A qualidade do sono pode afetar o desempenho físico, ocupacional, os processamentos cognitivo e social, e ter consequências negativas à saúde e à vida pessoal e profissional dos professores Objetivos: Analisar a relação entre a qualidade do sono e a prática de atividade física no tempo livre (AFTL) e o tempo assistindo televisão (TV) em professores da educação básica da rede pública de Londrina, Paraná Métodos: Trata-se de um estudo longitudinal prospectivo, de tipo coorte, que incluiu professores que atuavam como docentes em sala de aula, ministrando aulas para estudantes do nível fundamental (anos finais), e que participaram das duas etapas do estudo PRÓMESTRE (baseline em 212-213 e seguimento após 24 meses, em 214-215) A coleta de dados foi realizada em entrevista pré-agendada, com duração de aproximadamente uma hora, constituída por formulário e questionário, contendo questões sobre características sociodemográficas, de estilo de vida, saúde, ocupacionais e qualidade do sono avaliada por meio do índice Pittsburgh Sleep Quality Index (PSQI) As análises estatísticas incluíram modelos de regressão logística ajustados por variáveis sociodemográficas (sexo, faixa etária, estado civil e renda), antropométrica (índice de massa corporal) e ocupacional (carga horária), de estilo de vida (AFTL, tempo assistindo TV, consumo de tabaco, álcool e café) e de saúde (relato de ansiedade e depressão diagnosticados por um médico) O presente estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual de Londrina Resultados: Entre os 195 professores (66,2% mulheres, idade média de 42 anos) entrevistados no baseline e classificados como referindo boa qualidade do sono (PSQI =5 pontos), a incidência de pior qualidade do sono (PSQI>5) após 24 meses foi de 31,8% (n=62) Nas análises ajustadas por todas as variáveis de confusão, os professores que eram fisicamente inativos no tempo livre no início do estudo apresentaram quase três vezes mais chance de desenvolver pior qualidade do sono ao longo do seguimento (odds ratio [OR]=2,88; intervalo de confiança [IC] 95%=1,46-7,97) Esse risco foi semelhante entre os professores que se mantiveram inativos com relação à AFTL entre o baseline e o seguimento (OR=2,72; IC 95%=1,22-6,3) Ao estratificar o tempo semanal de AFTL pelo ponto de corte de 15 minutos, manter-se inativo (AFTL<15 minutos/semana) associou-se com maior chance de pior qualidade do sono (OR=2,91; IC 95%=1,1-7,68) Com relação ao marcador de comportamento sedentário tempo assistindo TV, observou-se que os professores que assistiam TV mais 6 minutos diários tanto no baseline quanto no seguimento apresentaram maior chance de pior qualidade do sono (OR=2,7; IC 95%=1,14-6,38), independentemente dos fatores de confusão considerados Conclusão: A manutenção da inatividade física (<15 minutos semanais) e do tempo prolongado (>6 minutos diários) assistindo TV por um período de 24 meses aumentou a chance de pior qualidade do sono em professoresItem Atividade física no tempo livre e fatores ocupacionais em professores da educação básica da rede públicaDias, Douglas Fernando; Mesas, Arthur Eumann [Orientador]; Rech, Cassiano Ricardo; Ronque, Enio Ricardo Vaz; Nunes, Elisabete de Fátima Polo de Almeida; Durán González, Alberto; Loch, Mathias Roberto [Coorientador]Resumo: OBJETIVO: Aprofundar a compreensão sobre a relação trabalho e atividade física no tempo livre (AFTL) em professores da educação básica Para isso, consideraram-se os seguintes objetivos específicos: 1) Sintetizar as evidências científicas sobre fatores ocupacionais e atividade física (AF) em professores da educação básica no Brasil; 2) Analisar a associação entre fatores ocupacionais e atividade física insuficiente no tempo livre (AFI) (<15min/sem) em professores da educação básica da rede pública; e 3) Analisar a associação entre mudanças autorreferidas nas condições de trabalho e incidência e manutenção de níveis recomendados de AFTL (=15min/sem) em professores da educação básica da rede pública MÉTODOS: Para a estruturação desta tese, cada objetivo específico foi apresentado no formato de um artigo científico com metodologia, resultados e conclusões próprias, conforme descrito na sequência Objetivo 1) Revisão sistemática sem restrição de idioma ou de data de publicação com base nos descritores "professor", "atividade física" e termos relacionados Os demais objetivos específicos foram explorados no âmbito do projeto Saúde, Estilo de Vida e Trabalho de Professores da Rede Pública do Paraná (PRÓ-MESTRE), no qual professores das 2 maiores escolas estaduais de Londrina, atuantes em sala de aula e responsáveis por uma ou mais disciplinas foram entrevistados individualmente em dois momentos: baseline (nos anos de 212 e 213) e seguimento (após 24 meses) Objetivo 2) Estudo transversal com dados obtidos no baseline Objetivo 3) Estudo do tipo coorte prospectiva, mediante análise de dados do baseline e do seguimento RESULTADOS: Objetivo 1) Na revisão sistemática foram identificados 17 artigos que abordaram a AF em professores, todos publicados nos últimos dez anos, com delineamento transversal e avaliação da AF realizada por meio de questionários/formulários/escalas A prevalência de AF variou de 19,3% a 62,4% e apenas seis estudos verificaram sua associação com fatores ocupacionais No total, seis variáveis ocupacionais associaram-se à maior prática de atividade física Objetivo 2) A prevalência de AFI entre os professores entrevistados foi de 71,9%, condição associada de maneira independente à percepção de equilíbrio entre vida pessoal e profissional ruim ou regular, percepção de que o tempo de permanência em pé afeta o trabalho, percepção de capacidade atual para as exigências físicas do trabalho baixa ou muito baixa e contrato de trabalho temporário Objetivo 3) A incidência e manutenção de níveis recomendados de AFTL ao longo de 24 meses foi de 23,2% e 63,6%, respectivamente A análise ajustada mostrou que a incidência de níveis recomendados de AFTL associou-se com a manutenção de bom equilíbrio entre vida pessoal e profissional, manutenção da percepção de que raramente trabalha demais e manutenção da percepção de que o trabalho raramente desgasta CONCLUSÕES: Com base nos estudos encontrados sobre o trabalho docente e a AF em professores da educação básica no Brasil, as evidências ainda são insuficientes e os resultados inconclusivos sobre tal relação Por outro lado, dois estudos originais incluídos nesta tese apresentaram evidências de que melhores condições de trabalho associam-se com menor prevalência de AFI e com maior incidência de níveis recomendados de AFTLItem Autopercepção de saúde em adultos e idosos brasileiros: estudos baseados em inquéritos nacionais(2023-02-06) Kretschmer, Andressa Carine; Loch, Mathias Roberto; Lindemann, Ivana Loraine; Guerra, Paulo Henrique de Araújo; Dias, Douglas Fernando; Guidoni, Camilo MolinoIntrodução: A Autopercepção de Saúde (AS) é considerada uma medida de fácil aplicação e um bom preditor de morbimortalidade. Pesquisas relacionando o comportamento alimentar, ou relacionando a AS na população de baixa escolaridade demonstram-se escassos na literatura. Objetivo: No primeiro estudo objetivou-se relacionar a AS positiva com comportamentos alimentares em uma amostra de adultos e idosos. No segundo objetivou-se relacionar a AS positiva a variáveis sociodemográficas, comportamentais e de apoio social com uma amostra de idosos de baixa escolaridade. Metodologia: Trataram-se de dois recortes de estudos transversais, o primeiro estudo, foi realizado com uma amostra de adultos de três diferentes faixas etárias (adultos jovens, de meia-idade, e idosos) residentes de 26 capitais brasileiras e do Distrito Federal entrevistados pelo Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico - VIGITEL do ano de 2017. No segundo recorte, fez-se uso de uma amostra de idosos de baixa escolaridade (de 0 a 4 anos de estudo), de diversas regiões do Brasil entrevistados pela Pesquisa Nacional de Saúde - PNS do ano de 2019. A variável dependente de ambos os estudos foi a AS positiva, as variáveis independentes do primeiro recorte foram sete comportamentos alimentares e do segundo variáveis sociodemográficas, comportamentos de saúde e apoio social. Em ambos os recortes se fez a análise descritiva dos amostrados e posteriormente construiu-se modelos de regressão de Poisson. Resultados: No primeiro estudo, foram considerados 52.166 indivíduos residentes nas capitais brasileiras, a prevalência de AS positiva foi de 66,3% obteve-se associações com todos os comportamentos alimentares estudados em ambos os sexos com os adultos jovens. As variáveis das quais obteve-se relações mais fortes foram o consumo regular de frutas e o consumo regular de hortaliças nestes obteve-se associações em todos os grupos (variando de RPaj=1,31; IC95% 1,18-1,46 a RPaj=1,14; IC95% 1,09-1,19 no consumo de frutas e de RPaj=1,36; IC95% 1,23-1,50 a RPaj=1,21; IC95% 1,13-1,30 no consumo de hortaliças). Constatou-se relação linear positiva entre o número de comportamentos alimentares positivos e a prevalência de AS positiva. No segundo recorte, em que foram considerados dados de 12.367 idosos, a prevalência de AS positiva foi de 36,7%, sendo que menores prevalências foram observadas nos pretos e pardos, e nos homens viúvos. Maiores prevalências foram encontradas naqueles que possuíam renda mais elevada (sendo de até RPaj=1,18; IC95% 1,11-1,24 nas mulheres e RPaj=1,29; IC95% 1,22-1,37 nos homens dos quais recebiam mais de 3 salários-mínimos) e naqueles que realizaram pelo menos uma consulta anual com médico (RPaj=1,25; IC95% 1,16-1,35 nos homens, e RPaj=1,22; IC95% 1,16-1,28 nas mulheres). Além destas associações, somente nas mulheres foram encontradas maiores prevalências nas solteiras, nas que praticavam atividade física no lazer, consumiam frutas e hortaliças, participavam de associações comunitárias e de atividades religiosas. Conclusões: Reforça-se a importância de políticas que promovam a adoção de comportamentos saudáveis, estímulo da participação social, da busca mais frequente por serviços de saúde, e de políticas em prol da melhoria da renda para a população com menos anos de estudo.Item Avaliação da acessibilidade aos serviços de atenção primária e longitudinalidade do cuidado entre adultosRadigonda, Bárbara; Cordoni Junior, Luiz [Orientador]; Cunha, Elenice Machado da; Silva, Regina Lúcia Dalla Torre; Nicoletto, Sônia Cristina Stefano; Carvalho, Wladithe Organ de; Souza, Regina Kazue Tanno de [Coorientadora]Resumo: A atenção primária em saúde (APS) deve ser o contato preferencial dos usuários, a principal porta de entrada e o centro de comunicação com toda a rede de atenção A acessibilidade e a longitudinalidade estão entre os atributos essenciais da APS e influenciam na efetividade do cuidado e satisfação do usuário Avaliações produzidas a partir de análises do cotidiano detectam carências e contribuem para o aperfeiçoamento da APS O presente estudo tem como objetivo analisar e avaliar a acessibilidade aos serviços de atenção primária e a longitudinalidade do cuidado em grupo populacional de adultos Trata-se de um estudo transversal composto por adultos de 4 anos ou mais, participantes de estudo de base populacional – VIGICARDIO - realizado no município de Cambé – Paraná, em 211 Em 215, foi realizado o segundo contato com a população entrevistada no baseline para verificar as alterações ocorridas no perfil de risco cardiovascular Para avaliação do presente estudo, utilizaram-se questões propostas no PCATooL-Brasil para usuários adultos sendo construída uma matriz de indicadores e calculado o escore individual, escore do indicador e índice composto das dimensões de análise – acessibilidade organizacional e longitudinalidade Os resultados foram julgados de acordo com os valores obtidos: 2,-1,8 (Excelente); 1,79-1,4 (Satisfatório); 1,39-1, (Regular); <1, (Crítico) Na análise descritiva e de associação foram incluídas variáveis sociodemográficas, econômica, uso de medicamento, hipertensão arterial e diabetes autorreferidas As análises foram realizadas por meio da regressão de Poisson com ajuste de variância robusta e nível de significância de 5% Foram entrevistados 885 adultos, entre os 118 participantes do baseline Entre os 92,5% dos indivíduos que mencionaram ter um serviço de referência, a Unidade Básica de Saúde (UBS) foi o serviço mais citado para o primeiro contato para um problema de saúde não urgente A acessibilidade organizacional à UBS mostrou-se inferior à dos demais serviços analisados – especializados do SUS e convênio/particular A maioria dos indicadores de acessibilidade à UBS apresentou resultados considerados críticos e a obtenção de aconselhamento pelo telefone foi o pior indicador da dimensão A proporção dos que conseguem atendimento pelo telefone foi significativamente mais elevada entre as mulheres (p=,1) e a facilidade para marcar consulta de revisão mais elevada entre os homens (p=,3) Ter vínculo com um médico e considerá-lo referência para o acompanhamento da saúde, foi citado por 55,2% dos entrevistados, sendo o médico da UBS o mais referido A maioria dos indicadores de relação interpessoal apresentou resultados satisfatórios ou excelentes Telefonar e falar com o médico foi o pior indicador dessa dimensão com resultado crítico nos serviços públicos Após análise ajustada, nenhum fator permaneceu associado à longitudinalidade do cuidado A pesquisa revelou vínculo entre a população atendida e o profissional médico, no entanto há problemas na acessibilidade organizacional que apontam para necessidade de estratégias que aprimorem esses atributos visando a acessibilidade e longitudinalidade do cuidado e, consequentemente, a orientação dos serviços para o fortalecimento da APSItem Capacidade funcional e composição corporal em indivíduos com mais de 55 anosDip, Renata Maciulis; Cabrera, Marcos Aparecido Sarria [Orientador]; Mesas, Arthur Eumann; Dellaroza, Mara Solange Gomes; Ferriolli, Eduardo; Silva Junior, Rubens Alexandre daResumo: As perdas de massa magra e de força muscular apresentam grande impacto na qualidade de vida e na mortalidade de idosos Este estudo, realizado por meio de inquérito domiciliar e aferição da composição corporal e da força muscular a domicílio, derivado de uma pesquisa de base populacional, teve por objetivos analisar o papel da baixa massa magra, da força muscular baixa e da obesidade na dificuldade para utilizar escadas e na dependência para a realização das Atividades Instrumentais de Vida Diária (AIVD), assim como analisar também o papel das comorbidades na relação entre a composição corporal e capacidade funcional A composição corporal foi avaliada pelo método de bioimpedância corporal e a força muscular pelo dinamômetro de preensão palmar A capacidade funcional foi avaliada para a realização de Atividades Básicas de Vida Diária (ABVD), AIVD e capacidade para utilizar escadas A população de estudo foi constituída por pessoas com mais de 55 anos residentes no município de Cambé, PR A amostra foi constituída por 451 pessoas, proporcionais aos setores censitários da área urbana do município Houve 83 perdas (18,4%), por recusa à participação ou pelo fato do indivíduo não ter sido encontrado no domicílio após 4 tentativas de visita Foram entrevistadas 368 pessoas, com idade entre 56 e 91 anos A média de idade encontrada foi de 65,4 anos, sendo que 6% eram mulheres, cerca de 8% dos entrevistados pertenciam às classes econômicas B e C e 6% referiu ter de um a oito anos de estudo A obesidade foi encontrada em 36% das mulheres e 25% dos homens Para os homens, a força muscular baixa foi um fator associado à dificuldade para utilizar escadas e para a realização das AIVD independentemente da massa muscular, da idade e da obesidade No entanto, quando analisamos as comorbidades juntamente com a composição corporal, a força deixa de ser um fator independente Para os homens, a dor crônica em membros inferiores (MMII) e a obesidade foram os fatores independentemente associados à dificuldade para utilizar escadas Para a realização das AIVD, a IC foi o único fator associado de forma independente à dificuldade Para as mulheres, a força muscular baixa e a obesidade foram os fatores associados à dificuldade para utilizar escadas independentemente da idade e da massa magra baixa Quando as comorbidades são analisadas conjuntamente, a força muscular baixa e a obesidade se mantêm como fator associado, e surgem outros dois fatores: a dor crônica em membros inferiores e a depressão Já para a realização das AIVD, a idade, a força muscular baixa e a baixa massa magra associaram-se de forma independente à dificuldade Ao analisarmos conjuntamente as comorbidades, apenas a faixa etária (ter 65 anos ou mais) associou-se independentemente à dificuldade A prevenção da perda de força muscular deveria ser priorizada pelas políticas de saúde pública, no intuito de retardar e reduzir a dependência funcional dos idososItem Características do trabalho, consumo de substâncias psicoativas e acidentes de trânsito entre motoristas de caminhãoGirotto, Edmarlon; Andrade, Selma Maffei de [Orientador]; Moreno, Claudia Roberta de Castro; Yonamine, Mauricio; Nunes, Elisabete de Fátima Polo de Almeida; Durán González, Alberto; Mesas, Arthur Eumann [Coorientador]Resumo: Os motoristas de caminhão estão frequentemente expostos a inúmeras situações deletérias à sua saúde, como condições inadequadas de trabalho e comportamentos de risco no trânsito, além do consumo de substâncias psicoativas, que podem contribuir para o envolvimento em acidentes de trânsito Assim, este estudo tem como objetivo identificar as características do trabalho associadas ao consumo de substâncias psicoativas e acidentes de trânsito entre motoristas de caminhão Esta investigação, de delineamento transversal, foi conduzida com caminhoneiros que transportavam grãos para o Porto de Paranaguá, Paraná, Brasil Os motoristas foram abordados no Pátio de Triagem do Porto e convidados a participar da pesquisa para a obtenção de informações socioeconômicas e demográficas, situação de saúde, características do sono, estilo de vida, condições e práticas profissionais, envolvimento em acidentes de trânsito e consumo de substâncias psicoativas A amostra foi de conveniência e a coleta de dados ocorreu em julho de 212 por meio de entrevista e aplicação de questionário O consumo de substâncias psicoativas nos 3 dias que antecederam a coleta de dados foi avaliado por questionário autorrespondido O envolvimento em acidentes foi relatado pelo motorista durante entrevista A tabulação dos dados foi realizada nos programas Epi Info e SPSS Os 67 motoristas de caminhão que participaram do estudo eram todos do sexo masculino, com idade média de 41,9 anos e renda média de R$ 2932, O consumo de substâncias psicoativas nos últimos 3 dias foi citado por 1,9% dos caminhoneiros, a grande maioria anfetaminas (9,9%) Nos últimos 12 meses 7,3% relataram ter se envolvido em acidentes de trânsito Em análise ajustada, mostraram-se associadas ao consumo de substâncias psicoativas nos últimos 3 dias: direção predominantemente no período noturno (Odds Ratio [OR]: 3,35; Intervalo de Confiança [IC] 95%: 1,51-7,42), idade igual ou menor a 39 anos (OR: 2,3; IC 95%: 1,31-4,5); situação conjugal como solteiro, divorciado ou viúvo (OR: 2,8; OR 95%: 1,14-3,82), direção do caminhão estando bastante cansado (OR: 2,5; IC 95%: 1,19-3,5), e renda igual ou superior a R$ 25, (OR=1,84; IC 95%=1,6-3,32) O envolvimento em acidentes nos últimos 12 meses revelou-se associado à experiência de menos de sete anos como motorista de caminhão (OR: 2,97; OR 95%: 1,14-7,75), à direção predominantemente no período noturno (OR: 2,6; IC 95%: 1,2-6,63), e à prática de ultrapassar em locais proibidos (OR: 2,33; IC 95%: 1,4-5,21) Os resultados indicam associação entre algumas características de trabalho e o consumo de substâncias psicoativas e o envolvimento em acidentes de trânsito, destacando-se a prática de direção no período noturno O uso de substâncias psicoativas também se mostrou associado a algumas características pessoais dos motoristas investigados Espera-se que esta pesquisa possa subsidiar políticas públicas e incentivar empregadores e caminhoneiros a adotar ações que contribuam para melhorar as condições de trabalho desses motoristas e que reduzam o risco de acidentes no trânsitoItem Características e consequências de acidentes de trânsito para motociclistas após um ano do acidente, Londrina (PR)Silva, Daniela Wosiack da; Andrade, Selma Maffei de [Orientador]; Mesas, Arthur Eumann; Costa, Viviane de Souza Pinho; Trelha, Celita Salmaso; Soares, Dorotéia Fátima Pelissari de PaulaResumo: Este estudo teve o objetivo de analisar consequências de acidentes de trânsito para motociclistas e fatores associados à alteração no desempenho das atividades laborais após um ano do acidente Trata-se de um estudo longitudinal, no qual foram identificados todos os motociclistas atendidos pelos serviços de atenção pré-hospitalar do município de Londrina, PR, e encaminhados a dois hospitais terciários do município no período de 1o de abril de 21 a 31 de março de 211, com realização de entrevista um ano após o acidente A Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF) foi utilizada para avaliar a funcionalidade dos motociclistas após 12 meses do acidente Foram realizadas análises descritivas e de associação, por regressão logística binária hierarquizada, entre o relato, pelos motociclistas, de alteração no desempenho das atividades laborais em decorrência do acidente (variável dependente) e as seguintes variáveis independentes: características sociodemográficas, do acidente, assistenciais e outras consequências do acidente As análises estatísticas foram realizadas usando o programa SPSS 19 Foram entrevistados 242 motociclistas após um ano da ocorrência do acidente Houve predomínio de motociclistas do sexo masculino (74,4%) e com idade inferior a 35 anos (66,1%) O tempo de internação variou de a 32 dias e 44,3% receberam alta após a internação A maior parte dos acidentes (56,6%) envolveu trajetos relacionados ao trabalho Quase 8% dos motociclistas estudados referiram ter medo de envolvimento em novo acidente Dos condutores, 26,4% deixaram de dirigir moto, especialmente por medo de se envolver em novo acidente (62,5%) e por sequelas físicas (25%) A maioria (91,3%) dos 219 motociclistas com ocupação profissional no momento do acidente relatou necessidade de afastamento do trabalho, 35,6% referiram alterações no desempenho de suas atividades laborais e 12,8% necessidade de mudança de ocupação devido ao acidente Dores constantes residuais foram relatadas pela maioria dos motociclistas entrevistados (58,3%), sendo mais acometidos os membros inferiores e superiores, segmentos que também apresentaram maior frequência de deficiências, principalmente de força muscular e de mobilidade das articulações com percentuais superiores a 3% Os 242 motociclistas apresentaram dificuldades principalmente em atividades relacionadas à “Mobilidade”, destacando-se, com prevalências próximas a 2%, as atividades “Levantar e carregar objetos” e “Andar” Em mais de 1% dos casos, os motociclistas referiram dificuldades para “Dirigir” e nas atividades relacionadas à “Recreação e lazer” Na análise de regressão logística hierarquizada, foram fatores de risco para o relato de alteração na forma de trabalhar dos motociclistas: baixa escolaridade (Odds ratio [OR]=3,42), realização de tratamento de fisioterapia (OR=3,99) e ocorrência de lesão em região de membros superiores (OR=2,45) Ser do sexo masculino foi fator de proteção para o desfecho analisado (OR=,46) A investigação das consequências dos acidentes de trânsito para os participantes do presente estudo revelou um quadro bastante preocupante de comprometimento da saúde física e emocional de muitos motociclistas, além de limitações funcionais no desempenho das atividades pessoais e profissionaisItem Cartografia do cuidado ao cuidador : encontros, resistências e produção de linhas de fugaGrandi, Ana Lúcia de; Melchior, Regina [Orientador]; Santos, Mara Lisiane de Moraes dos; Santos, Nereida Lúcia Palko dos; Bortoletto, Maira Sayuri Sakay; Baduy, Rossana Staevie; Lima, Josiane Vivian Camargo de [Coorientadora]Resumo: A partir do referencial da micropolítica do trabalho e cuidado em saúde, desejamos cartografar, neste trabalho, o cuidado do cuidador, vivenciar as experiências do cuidador na produção do seu cuidado e na produção do cuidado do outro, pensando o cuidado do cuidador como processo singular e necessário para o estabelecimento de relações com o outro e da afetividade Para isso, acompanhamos um Serviço de Atenção Domiciliar (SAD) e, durante os encontros junto à cuidadora, nos impregnamos de sua existência e de sua trajetória para acompanhar como o cuidador vivencia seu cuidado Assim, nos construímos enquanto cartógrafa e, analisando nossas próprias implicações com o tema do cuidado do cuidador, surgiram dois analisadores: o SAD como local de produção de vínculo e cuidado integral e a dificuldade da continuidade do cuidado na rede de atenção; a solidão da cuidadora e seus movimentos de resistência Os encontros com a cuidadora-guia permitiram perceber sua multiplicidade, a nossa e a dos trabalhadores da saúde As relações de conflito, vivenciadas pela cuidadora com as equipes de trabalhadores em diferentes serviços, demonstram a necessidade de construir projetos terapêuticos compartilhados, além de encontros afetados pela falta de tecnologias leves O rompimento do vínculo e a descontinuidade do cuidado em saúde são fatores agravantes para o não alcance da integralidade e potencializador da solidão do cuidador A solidão da cuidadora está relacionada ao isolamento social vivido em decorrência de não ter com quem dividir as tarefas de cuidar Outra questão é a invisibilidade do cuidador para os trabalhadores e para os serviços de saúde que focam seu cuidado ao usuário em um recorte biológico, sem percepção das singularidades e da vida do cuidador Para isso, existe a necessidade de criação de espaços efetivos em que os trabalhadores possam colocar em análise o trabalho realizado, dando visibilidade às forças que estão influenciando o seu fazer, buscando conhecer a vida do usuário, do cuidador e da família Nosso desafio é dar visibilidade a essa complexidade do cuidador, produzindo redes efetivas e a continuidade do cuidado para esses casos