01 - Doutorado - Saúde Coletiva

URI Permanente para esta coleção

Navegar

Submissões Recentes

Agora exibindo 1 - 20 de 61
  • Item
    Cartografia do cuidado ao cuidador : encontros, resistências e produção de linhas de fuga
    Grandi, Ana Lúcia de; Melchior, Regina [Orientador]; Santos, Mara Lisiane de Moraes dos; Santos, Nereida Lúcia Palko dos; Bortoletto, Maira Sayuri Sakay; Baduy, Rossana Staevie; Lima, Josiane Vivian Camargo de [Coorientadora]
    Resumo: A partir do referencial da micropolítica do trabalho e cuidado em saúde, desejamos cartografar, neste trabalho, o cuidado do cuidador, vivenciar as experiências do cuidador na produção do seu cuidado e na produção do cuidado do outro, pensando o cuidado do cuidador como processo singular e necessário para o estabelecimento de relações com o outro e da afetividade Para isso, acompanhamos um Serviço de Atenção Domiciliar (SAD) e, durante os encontros junto à cuidadora, nos impregnamos de sua existência e de sua trajetória para acompanhar como o cuidador vivencia seu cuidado Assim, nos construímos enquanto cartógrafa e, analisando nossas próprias implicações com o tema do cuidado do cuidador, surgiram dois analisadores: o SAD como local de produção de vínculo e cuidado integral e a dificuldade da continuidade do cuidado na rede de atenção; a solidão da cuidadora e seus movimentos de resistência Os encontros com a cuidadora-guia permitiram perceber sua multiplicidade, a nossa e a dos trabalhadores da saúde As relações de conflito, vivenciadas pela cuidadora com as equipes de trabalhadores em diferentes serviços, demonstram a necessidade de construir projetos terapêuticos compartilhados, além de encontros afetados pela falta de tecnologias leves O rompimento do vínculo e a descontinuidade do cuidado em saúde são fatores agravantes para o não alcance da integralidade e potencializador da solidão do cuidador A solidão da cuidadora está relacionada ao isolamento social vivido em decorrência de não ter com quem dividir as tarefas de cuidar Outra questão é a invisibilidade do cuidador para os trabalhadores e para os serviços de saúde que focam seu cuidado ao usuário em um recorte biológico, sem percepção das singularidades e da vida do cuidador Para isso, existe a necessidade de criação de espaços efetivos em que os trabalhadores possam colocar em análise o trabalho realizado, dando visibilidade às forças que estão influenciando o seu fazer, buscando conhecer a vida do usuário, do cuidador e da família Nosso desafio é dar visibilidade a essa complexidade do cuidador, produzindo redes efetivas e a continuidade do cuidado para esses casos
  • Item
    Fisioterapia na atenção básica : reflexões sobre um processo em construção no município de Londrina-PR
    Quartiero, Cíntia Raquel Bim; González, Alberto Durán [Orientador]; Carvalho, Brígida Gimenez; Trelha, Celita Salmaso; Ribeiro, Kátia Suely Queiroz Silva; Baduy, Rossana Staevie
    Resumo: Introdução: A fisioterapia, marcada pelo seu histórico como profissão reabilitadora pautada no modelo biomédico, nos últimos anos vem aprimorando sua práxis profissional no contexto da atenção básica com ênfase no modelo biopsicossocial de produção do cuidado, a partir da inserção do fisioterapeuta no SUS, com a implantação do Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica (NASF-AB) Inquietação: Compreender as ações de fisioterapeutas na atenção básica no contexto da gestão, processo de trabalho e práticas profissionais Métodos: Desenvolveu-se uma pesquisa qualitativa, a entrevista semiestruturada e o diário de campo foram utilizados como instrumentos de pesquisa, e os dados foram interpretados por meio da análise do discurso Foram realizadas entrevistas nos meses de setembro e outubro de 217, com dezenove fisioterapeutas atuantes em Unidades Básicas de Saúde e três profissionais da gestão da atenção básica no município de Londrina-PR Resultados e Discussão: Os resultados foram sistematizados em três categorias: gestão e processo de trabalho, ações fisioterapêuticas e promoção da saúde Dentre as características para o processo de trabalho observou-se que a organização do serviço no município, o número de profissionais, as relações interprofissionais, estrutura física e recursos financeiros, perfil da população assistida são fatores que interferem na prática profissional As influências para as ações fisioterapêuticas na atenção básica envolvem o perfil profissional, o uso de tecnologias relacionais, carga horária, tipo de unidade em que atua (urbana ou rural) Ainda é um desafio para fisioterapeuta realizar o monitoramento e avaliação de suas ações As ações para a promoção da saúde ainda são incipientes, mas muitos profissionais já reconhecem essa prática como meio de produzir a integralidade do cuidado A demanda por atendimentos individuais é uma grande dificuldade para o fisioterapeuta concretizar na prática as diretrizes do NASF-AB, e superar essa realidade depende da sensibilização da gestão, dos profissionais e dos usuários Considerações Finais: Avanços e desafios compõem o processo de construção do serviço de fisioterapia no munícipio de Londrina, pioneiro na inserção desse profissional na atenção básica em âmbito nacional Foi possível compreender, a partir das falas dos fisioterapeutas do serviço e alguns gestores, e análise da pesquisadora, as ações desenvolvidas pela fisioterapia na atenção básica, processo dinâmico e complexo, que sofre influência de diversos atores e de políticas púbicas de saúde A fisioterapia precisa se consolidar na atenção básica, e a experiência do município de Londrina reforça que para isso fisioterapeutas têm que incorporar o conceito ampliado de saúde, empregando em sua prática os princípios do SUS, diretrizes e ferramentas do NASF-AB, e as tecnologias relacionais visando a integralidade na produção do cuidado em sua identidade profissional, considerando a funcionalidade humana e seus determinantes como objeto de trabalho
  • Item
    O usuário-guia e as redes de cuidado : movimentos cartográficos de produção de vida
    Oliveira, Kátia Santos de; Melchior, Regina [Orientador]; Capozzolo, Angela Aparecida; Santos, Mara Lisiane de Moraes dos; Lima, Josiane Vívian Camargo de; Bortoletto, Maira Sayuri Sakay; Baduy, Rossana Staevie [Coorientadora]
    Resumo: Cuidar é mais que um ato, é uma atitude É tema da produção do humano e não é exclusivo da saúde Tem a ver com solidariedade, com suporte, com apoio e com produção de vida Mesmo com diferentes arranjos, ao longo do tempo e segundo os diferentes modos de viver, está relacionado com a construção da teia de relações e encontros que conformam a vida No que diz respeito à saúde, o cuidado pode ser produzido nos serviços que compõem a rede de atenção à saúde, por meio de encontros entre trabalhadores e usuários, ou de forma autônoma pelo próprio usuário que constrói redes vivas, na busca de atender as suas necessidades Os objetivos deste estudo foram: Analisar o cuidado produzido e compartilhado no sentido de atender às necessidades de saúde do usuário, buscando assim dar visibilidade aos movimentos produzidos, nos diferentes espaços/equipes cuidadoras e pelo próprio usuário e seus familiares, para articular redes e produzir cuidado Para isso, tomou-se como ponto de partida um usuário do Serviço de Atenção Domiciliar que guiou a pesquisadora por caminhos e processos percorridos por ele, na construção de um mapa cartográfico de cuidado, durante os meses de setembro de 216 a julho de 218 A aposta foram os encontros, inicialmente com trabalhadores do Serviço de Atenção Domiciliar e, posteriormente, encontros guiados pelo usuário, percorrendo com ele e sua família os pontos das redes de cuidado formais e as redes vivas que vinham sendo produzidas Ao iniciar o trabalho de campo, iniciou-se também o processo de produção da pesquisadora-cartógrafa, que precisou desconstruir o olhar armado do olho-retina e trazer para cena a vibratilidade do corpo e do olhar que passou a dar visibilidade e dizibilidade aos afetos dos encontros, e com isso colocar em análise suas próprias implicações Desse modo a cartografia foi sendo construída, e alguns analisadores foram elencados como produtos desta construção cartográfica: Vida Pulsante e Redes Vivas em Acontecimento; Cuidado para além do Protocolar: a tensão e a disputa entre as tecnologias do trabalho em saúde; A Dinamicidade nos Modos de Produção do Cuidado: qual projeto terapêutico? e As Redes de Atenção: idas e vindas do protocolo à singularização do cuidado
  • Item
    Prevalência, incidência e fatores preditores da síndrome metabólica em população de 40 anos e mais. VIGICARDIO 2011-2015
    Costa, Kécia; Silva, Ana Maria Rigo [Orientador]; Mattos, Edlívia Dias de; Carrilho, Alexandre José Faria; Cabrera, Marcos Aparecido Sarria; Andrade, Selma Maffei de; Cordoni Júnior, Luiz [Coorientador]
    Resumo: A Síndrome Metabólica (SM) é definida como um conjunto de alterações metabólicas que conferem aumento do risco cardiovascular Sua prevalência na população adulta tem aumentado no mundo e diversos fatores estão relacionados à sua ocorrência Este estudo tem como objetivo analisar o perfil da SM em uma coorte de adultos de 4 anos e mais, comparando-se a prevalência da SM e seus componentes entre dois períodos e identificando sua incidência e fatores preditores após seguimento Trata-se de um estudo com dois delineamentos distintos, um comparativo entre dois períodos, 211 e 215, e o segundo uma coorte prospectiva A população de estudo foi constituída por adultos de 4 anos e mais residentes em Cambé, Paraná A coleta de dados da primeira etapa ocorreu entre os meses de fevereiro e maio de 211 e foram entrevistados 118 indivíduos A segunda etapa iniciou-se em março e terminou em outubro de 215 e 885 adultos foram entrevistados Em ambas as etapas realizou-se aferição da pressão arterial, medidas antropométricas e exames laboratoriais A SM foi identificada segundo a definição harmonizada, que preconiza a presença de três ou mais dos componentes: circunferência abdominal =12 cm homens e = 88 cm mulheres; triglicérides: = 15mg/dl e/ou tratamento medicamentoso com hipolipemiantes; PAS = 13 e/ou PAD = 85 mmHg e/ou tratamento com medicamentos anti-hipertensivos; HDL: <4 mg/dl em homens e <5 mg/dl em mulheres e/ou tratamento medicamentos com hipolipemiantes; glicemia jejum: =1 mg/dl e/ou medicamento para tratamento do diabetes Todas as análises foram realizadas no programa SPSS 19 Para a comparação das prevalências da SM e de seus componentes entre os períodos foi utilizado o teste de Mc Nemar e para a comparação entre os sexos o teste Qui-quadrado, adotando-se o nível de significância de p<,5 A análise de regressão logística múltipla foi utilizada para identificar os fatores preditivos para a incidência acumulada da SM em 215 Houve aumento estatisticamente significativo entre 211 e 215 da prevalência da SM e de todos os seus componentes exceto da glicemia de jejum alterada O componente mais prevalente em ambos os períodos foi alteração dos níveis pressóricos, 68,3% e 71,3% respectivamente A obesidade abdominal elevada foi o componente mais frequente entre as mulheres e, entre os homens foi a alteração dos níveis pressóricos Após o seguimento, a incidência acumulada da SM foi de 32,4% Entre as mulheres foi de 4,1% e, entre os homens, de 2,% Após ajustes, as variáveis que permaneceram associadas à incidência da SM no sexo feminino foram o hábito de fumar como fator de proteção, a autopercepção negativa do estado de saúde e a presença de componentes pré-SM, com aumento da chance de incidência da SM quanto maior o número de pré-componentes No sexo masculino apenas o índice da massa corpórea (IMC) classificado como sobrepeso e/ou obbesidade foi associado significativamente Entre as principais conclusões destaca-se a frequência elevada da SM, a piora do perfil de risco metabólico e cardiovascular e a obesidade abdominal como um importante fator preditivo A condição de SM reconhecida permite classificar os grupos segundo a condição de risco e planejar intervenções a fim de minimizar as consequências aos indivíduos e serviços de saúde
  • Item
    Associação entre letramento em saúde e percepção de trabalho de alta exigência com condutas relacionadas à alimentação em professores da educação básica de Londrina, Paraná
    Rodrigues, Renne; Mesas, Arthur Eumann [Orientador]; Andrade, Selma Maffei de; Loch, Mathias Roberto; Carreira, Clísia Mara; Guedes, Dartagnan Pinto
    Resumo: A docência possui diversos desafios e responsabilidades, e fatores pessoais, como o letramento em saúde, e ocupacionais, como o trabalho de alta exigência (categoria de maior risco do modelo demanda-controle), podem predispor à realização de condutas alimentares não recomendáveis Em razão da importância dos professores para a sociedade, considera-se essencial o aprofundamento de questões pessoais e laborais com condutas alimentares Nesse sentido, o presente estudo tem como objetivos investigar a associação do letramento em saúde e das exigências para o trabalho com condutas alimentares Para a estruturação desta tese, cada objetivo foi apresentado no formato de um estudo com métodos, resultados e conclusões próprias Os objetivos foram explorados no âmbito do projeto Saúde, Estilo de Vida e Trabalho de Professores da Rede Pública do Paraná (PRÓ-MESTRE), no qual professores das 2 maiores escolas estaduais de Londrina foram entrevistados individualmente em dois momentos: baseline (nos anos de 212 e 213) e seguimento (após 24 meses) Desse modo, o primeiro estudo é um recorte transversal, com dados obtidos no baseline, investigando a associação entre o letramento em saúde (obtido por meio da ferramenta Newest Vital Sign – NVS) e condutas alimentares O segundo estudo é uma coorte prospectiva que investiga a influência do trabalho de alta exigência em condutas alimentares O letramento em saúde inadequado foi observado em 62,6% dos 927 professores incluídos no primeiro estudo, associando-se com menor frequência de consulta a informações nutricionais em professores mais jovens, e com maior chance de consumo de alimentos pré-preparados frequentemente entre os professores de meia idade O trabalho de alta exigência medido no baseline foi identificado em 39,2% dos 52 professores incluídos no segundo estudo, associando-se com maior chance de manutenção do consumo não frequente de frutas, maior chance de diminuição do consumo de frutas e verduras/legumes e com menor chance de diminuição do consumo de gordura visível de carne vermelha, após 24 meses de seguimento Com base nos resultados encontrados é possível identificar que tanto o letramento em saúde inadequado (em recorte transversal) quanto o trabalho de alta exigência (em recorte longitudinal) estão implicados na maior chance de manutenção de condutas alimentares não recomendados e piora de condutas alimentares, bem como na menor chance de melhora de condutas alimentares É importante ressaltar que diversas associações esperadas entre letramento em saúde e condutas alimentares não se confirmaram na presente população Desse modo, sugere-se a discussão sobre as condições de trabalho e ações integradas que visem o incentivo à alimentação saudável
  • Item
    Violência e burnout em professores da educação básica de Londrina
    Melanda, Francine Nesello; Andrade, Selma Maffei de [Orientador]; Alencar, Gizelton Pereira; Furuya, Rejane Kiyomi; Carvalho, Wladithe Organ de; Loch, Mathias Roberto
    Resumo: O objetivo deste estudo foi analisar se a exposição prévia à violência no ambiente escolar aumenta o risco de os professores sofrerem novamente violência após dois anos e identificar relações transversais e longitudinais entre violência psicológica e burnout Trata-se de um estudo de coorte com dois anos de seguimento realizado com 43 professores do ensino fundamental e médio da rede pública de Londrina, Paraná As informações foram obtidas em 212-213 (T1) e 214-215 (T2) por entrevista face a face realizada por entrevistadores treinados e preenchimento, pelo próprio professor, de um questionário As formas de violências investigadas foram violências psicológicas (relatos de insultos de alunos, humilhações ou constrangimentos por colegas ou superiores e ameaças recebidas) e violências físicas, nos 12 meses anteriores à pesquisa Para mensurar burnout, utilizou-se o Maslach Burnout Inventory, sendo consideradas apenas as dimensões de exaustão emocional e despersonalização Características sociodemográficas, relacionadas ao trabalho e à saúde foram incluídas como covariáveis Para a análise da recorrência de violência foram utilizados o teste de McNemar e a regressão de Poisson com variância robusta, com apresentação do risco relativo (RR), intervalo de confiança de 95% (IC95%) e valor de p, considerando nível de significância de 5% A relação entre violência psicológica e burnout foi verificada por modelos de equações estruturais Violência psicológica, exaustão emocional e despersonalização foram consideradas variáveis latentes Após dois anos, observou-se redução de 65,4% (T1) para 56,9% (T2) de violência reportada por professores (p=,3), porém devido apenas à diminuição da frequência de relatos de humilhações ou constrangimentos por colegas ou superiores Ter sofrido uma determinada forma de violência aumentou em até três vezes o risco de sofrê-la novamente em dois anos Além disso, professores que relataram três ou quatro formas de violências em T1 apresentaram RR de 2,23 (IC95%1,7-2,93) de sofrer qualquer violência em T2, em comparação àqueles que não sofreram qualquer forma de violência em T1 Não foram encontradas evidências de que estar exposto à violência psicológica em T1 aumenta o risco de sofrer violência física em T2 ou que violência física em T1 aumenta o risco de violência psicológica em T2 Violência psicológica apresentou efeito direto sobre exaustão emocional e despersonalização, quando analisados transversalmente Longitudinalmente, não foram observados efeitos diretos significativos No entanto, observou-se um efeito indireto da violência psicológica em T1 sobre ambas as dimensões de burnout em T2 Este estudo mostrou que a violência contra professores, exceto a referente a humilhações ou constrangimentos por colegas ou superiores, é recorrente e que tem efeito sobre o burnout Tendo em vista o impacto destrutivo da violência e do burnout no ambiente de trabalho, ressalta-se a importância da identificação da ocorrência desses eventos no ambiente escolar e no estabelecimento de políticas de prevenção e gerenciamento da violência e do esgotamento no trabalho
  • Item
    Prevalência de dor crônica e associação com percepções e condições de trabalho de professores da rede estadual de ensino de Londrina (PR)
    Gabani, Flávia Lopes; Andrade, Selma Maffei de [Orientador]; Pimenta, Cibele Andrucioli de Mattos; Trelha, Celita Salmaso; Dellaroza, Mara Solange Gomes; Durán González, Alberto
    Resumo: As condições de trabalho estão relacionadas à ocorrência de dor em professores, a qual resulta em limitação das atividades diárias, maior número de consultas médicas, afastamento do trabalho e pior qualidade de vida O processo álgico pode ser deflagrado e perpetuado por diversos motivos, que podem diferir de acordo com as características laborais e as regiões do corpo afetadas Elucidar esse fenômeno de forma mais detalhada pode reduzir danos adicionais à saúde do professor Este estudo teve por objetivo caracterizar a dor crônica, prevalência e regiões do corpo mais afetadas, e associar com percepções e condições de trabalho de professores da rede estadual de ensino de Londrina (PR) Tratou-se de estudo transversal realizado no período de 212 a 213 com professores do ensino fundamental e médio Foram excluídos os educadores readaptados ou afastados de função, com menos de um ano de serviço e com diagnóstico de neoplasia maligna O desfecho dor crônica foi dividido em três regiões do corpo: membros superiores, coluna lombar e membros inferiores A análise estatística ocorreu por meio de três modelos de regressão de Poisson e cálculo da razão de prevalência ajustados por variáveis sociodemográficas, de estilo de vida e comorbidades Para comparação das proporções de professores com e sem dor crônica utilizou-se o teste Qui-quadrado com correção de Yates, considerando nível de significância de 5% (p < ,5) A amostra final correspondeu a 958 professores Dor crônica foi referida por 48 (42,6%) docentes, com maior frequência em mulheres, na faixa etária acima de 4 anos, da raça/cor branca e amarela/indígena, entre aqueles que não realizavam atividade física pelo menos uma vez por semana ou realizavam de forma insuficiente, e não consumidores de álcool Também foi mais frequente na população com vínculo empregatício tipo estatutário e com tempo de atuação como professor acima de 2 anos As regiões reportadas como mais dolorosas foram membros superiores, cabeça, membros inferiores e coluna lombar No modelo final da regressão de Poisson, dor nos membros superiores foi significativamente mais frequente entre professores que consideravam que as seguintes situações afetavam seu trabalho: condições para escrever no quadro e para carregar o material didático, tempo que permanecia em pé e posição do corpo em relação ao mobiliário e equipamentos Também houve associação da dor em membros superiores com a percepção regular/ruim sobre a quantidade de alunos em sala de aula e o equilíbrio entre vida pessoal e profissional A dor na coluna lombar associou-se à percepção de que escrever no quadro afetava seu trabalho A dor em membros inferiores associou-se ao tempo de profissão > 2 anos, à percepção regular/ruim quanto ao equilíbrio pessoal e profissional e à percepção de que o tempo que permanecia em pé afetava o trabalho Foram evidenciadas percepções e codições relativas ao trabalho docente associadas a diferentes regiões corpóreas afetadas por dor crônica em professores
  • Item
    Problemas e estratégias de gestão do SUS em municípios de pequeno porte
    Pinafo, Elisangela; Nunes, Elisabete de Fátima Polo de Almeida [Orientador]; Scatena, João Henrique Gurtler; Nicoletto, Sônia Cristina Stefano; Cordoni Junior, Luiz; Gil, Célia Regina Rodrigues; Carvalho, Brígida Gimenez [Coorientadora]
    Resumo: Este estudo teve o objetivo de compreender a dinâmica da gestão do SUS em Municípios de Pequeno Porte (MPP) por meio da análise dos problemas e as estratégias de gestão utilizadas no cotidiano desses municípios Trata-se de um subprojeto, fruto de uma pesquisa maior denominada “A gestão do trabalho no SUS em MPP do Paraná a partir do olhar da Equipe Gestora” aprovada pelo edital do PPSUS/213 O estudo foi desenvolvido nos MPP da macrorregião norte do estado do Paraná, por meio de método misto, utilizando abordagem quantitativa e qualitativa A coleta de dados ocorreu em dois movimentos No primeiro foi realizado o levantamento do nome e função desempenhada pelas pessoas que integravam a equipe gestora dos municípios estudados O segundo movimento abrangeu duas fases: na primeira, com aspecto quantitativo exploratório, foi caracterizado o perfil da equipe gestora; a segunda fase abordou aspectos qualitativos sobre os problemas e as estratégias de gestão, cujos dados foram obtidos por meio de discussões com integrantes chave das equipes, que foram gravadas durante um curso sobre “A Gestão do SUS em MPP” A análise quantitativa ocorreu por meio da análise de frequência pelo Programa EPI INFO versão 351 As discussões durante o curso foram gravadas e transcritas, e realizada análise compreensiva das falas conduzida pelo referencial teórico da Teoria do Jogo Social e relações de poder, de Carlos Matus Em relação ao perfil das pessoas integrantes da equipe gestora, destaca-se: média de idade de 37,8 anos, 66,7% são do sexo feminino, 7,5% referiram possuir ensino superior completo A especialização na área de Gestão e Modelos de Atenção à Saúde foi a que mais se destacou com 4,2%, 43,6% possuíam experiência de atuação nas funções de gestão no município de um a seis anos, 97,9% sentiam-se preparados para exercerem sua função e a maioria da equipe gestora referiu conhecer os instrumentos de gestão e participar de sua elaboração Da análise qualitativa foram constituídas as seguintes categorias: Os problemas da gestão em MPP; As estratégias realizadas no cotidiano da gestão; Limites da gestão do SUS em MPP A equipe gestora posiciona-se enquanto atores sociais e jogadores responsáveis pela transformação da realidade da gestão nestes municípios Os problemas identificados abrangeram: o processo de descentralização da gestão do SUS, sem respeitar a estrutura e os limites dos municípios; a reprodução do modelo biomédico de atenção à saúde; o número insuficiente de médicos nos MPP; e a oferta insuficiente de serviços de Média e Alta Complexidade (MAC) Para o enfrentamento desses problemas, a equipe gestora lança mão de diversas estratégias como: compra de serviços de MAC; adesão a programas e pactuações; acordos informais Mesmo assim tais estratégias não foram potentes para a completa resolução dos problemas, o que os tornam em desafios para a gestão do SUS nestas localidades Esses desafios são mais exacerbados nos municípios menores, devido a alguns limites como sua invisibilidade frente à organização do sistema de saúde; a falta de empoderamento dos gestores de MPP, levando a uma participação pouco efetiva no Consórcio Intermunicipal de Saúde e nas instâncias de gestão (Comissões Intergestoras Bipartite/Comissões Intergestoras Regionais); e a incipiente gestão interfederativa Os enfrentamentos dos problemas devem ser conduzidos por processos políticos e sociais É necessário reorganizar o processo de descentralização, para que o estado assuma uma posição de coordenação efetiva e co-participação na constituição das redes de atenção e no processo de regionalização, com financiamento condizente, retomando a responsabilidade pelo atendimento da população nos níveis de maior complexidade Também é preciso fomentar o empoderamento do gestor municipal, com a implantação de uma cultura de enfrentamento dos problemas de forma coletiva e compartilhada entre os entes federados Os trabalhadores de saúde e a população devem ser mobilizados em defesa deste sistema Torna-se necessário compreender que os problemas enfrentados pelos municípios extrapolam a capacidade de gestão e passam a uma outra dimensão maior, que é o SUS ser visto enquanto uma política de Estado e um projeto a ser defendido por toda sociedade
  • Item
    Formação do enfermeiro para educação em saúde em um currículo integrado : interfaces com o pensamento complexo
    Gastaldi, Andréia Bendine; Garanhani, Mara Lúcia [Orientador]; Teixeira, Elizabeth; Tacla, Mauren Teresa Grubisich Mendes; Guariente, Maria Helena Dantas de Menezes; Carvalho, Brígida Gimenez
    Resumo: As práticas educativas, dentre elas a educação em saúde, constituem uma das principais dimensões do processo de trabalho do enfermeiro Apesar do desenvolvimento e de uma reorientação crescente no campo das reflexões teóricas e metodológicas da educação em saúde, há ainda avanços a serem alcançados, principalmente na realidade dos serviços de saúde Um dos desafios consiste na formação de recursos humanos orientada pela educação popular e respeito aos saberes da comunidade, em busca de uma cidadania compartilhada O curso de Enfermagem da Universidade Estadual de Londrina desenvolve, desde o ano 2, o Currículo Integrado, utilizando a problematização e metodologias ativas de ensino e aprendizagem O projeto pedagógico propõe 12 temas transversais, compreendidos como dinamizadores das atividades acadêmicas, articulados de forma crescente aos conteúdos específicos e desempenhos essenciais dos módulos A educação em saúde constitui um desses temas transversais O objetivo geral deste estudo foi compreender como o tema transversal educação em saúde está sendo desenvolvido na formação do enfermeiro em um currículo integrado Trata-se de um estudo compreensivo, do tipo estudo de caso As fontes de dados foram constituídas de 17 cadernos de planejamento e desenvolvimento dos módulos interdisciplinares; 23 estudantes que participaram de grupos focais e 22 estudantes que responderam a um questionário; 11 professores que foram entrevistados; observação de duas atividades de ensino-aprendizagem envolvendo a temática em estudo A coleta de dados ocorreu de novembro de 213 a fevereiro de 216 A análise documental pautou-se nas leituras exploratória, seletiva, analítica e interpretativa O material obtido dos grupos focais e entrevistas foi audiogravado e transcrito na íntegra O corpus foi produzido por triangulação de dados e analisado na perspectiva do pensamento complexo de Edgar Morin por meio do círculo hermenêutico crítico A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da universidade em estudo Os resultados evidenciaram o tema educação em saúde na formação do enfermeiro sob três perspectivas: a trajetória do desenvolvimento do tema transversal na formação do enfermeiro, as concepções de educação em saúde para estudantes e professores e, desafios, potencialidades e sugestões No que tange à perspectiva transversal a educação em saúde vem sendo desenvolvida em todas as séries do currículo em estudo sob diferentes contextos, sendo ainda um desafio alcançar a multidimensionalidade e a globalidade para a pertinência do conhecimento No que tange à perspectiva conceitual os professores contemplam diferentes dimensões que envolvem, para alguns, o referencial da educação popular em saúde, que, todavia, não se mostra no conceito dos estudantes, que apresentam conceitos mais voltados ao modelo tradicional Os estudantes apresentaram lacunas em relação à compreensão intelectual de educação em saúde, somando-se a isso o desafio da compreensão humana No que tange à perspectiva operacional, na visão dos professores, os desafios estão ligados ao próprio docente e a questões estruturais e administrativas Entretanto elencaram como potencialidades o próprio currículo e o perfil do corpo docente Conclui-se que as vivências ancoradas nos princípios da educação popular configuraram boas práticas pedagógicas e que a formação para a educação em saúde se faz em um processo contínuo de construção do conhecimento e escolhas em meio a um universo complexo e permeado por incertezas Acredita-se que as escolhas devem ser pautadas no respeito, na ética e na humanização, com práticas educativas baseadas no compartilhamento de saberes e experiências para o desenvolvimento da autonomia e da cidadania de todos os envolvidos
  • Item
    Estratégias fortalecedoras da atenção básica no SUS em municípios de pequeno porte da macrorregião norte do Paraná
    Domingos, Carolina Milena; Nunes, Elisabete de Fátima Polo de Almeida [Orientador]; Gil, Célia Regina Rodrigues; Carvalho, Brígida Gimenez; Machado, Cristiani Vieira; Rizzotto, Maria Lúcia Frizon
    Resumo: No Brasil, a Política de Atenção Básica possui um conjunto de estratégias indutoras de mudanças para o fortalecimento da Atenção Básica, que devem ser implementadas pelos municípios Dentre esses, os Municípios de Pequeno Porte, muitas vezes, possuem fragilidades já instaladas que dificultam o desenvolvimento dessas estratégias Para a organização da prática de saúde na Atenção Básica por meio de tais ações fortalecedoras, ressalta-se a equipe gestora dos serviços de saúde municipais como detentoras de papel decisivo Diante deste contexto, esse estudo buscou analisar a implementação das estratégias federais para o fortalecimento da Atenção Básica em Municípios de Pequeno Porte da macrorregião norte do Paraná Os dados foram coletados entre 214 e 215 durante três movimentos: no primeiro foi realizada a análise documental que visou identificar e analisar as Estratégias Fortalecedoras da Atenção Básica no Sistema Único de Saúde; o segundo movimento utilizou a abordagem quantitativa para levantar as Estratégias Fortalecedoras da Atenção Básica desenvolvidas nos Municípios de Pequeno Porte e o terceiro movimento utilizou a abordagem qualitativa para analisar como as Estratégias Fortalecedoras da Atenção Básica entram na agenda decisória desses municípios, as atividades desenvolvidas para a operacionalização das mesmas e o significado de sua implementação O segundo e terceiro movimentos do estudo foram realizados em 82 municípios da macrorregião norte do Paraná A população de estudo foi constituída pelos trabalhadores de saúde que integravam as equipes gestoras dos mesmos Foram encontradas 224 normas jurídicas, relacionadas a 22 estratégias priorizadas pelo Ministério da Saúde para o fortalecimento da Atenção Básica O levantamento sobre as estratégias federais em desenvolvimento nos municípios mostrou que das 22 ações, nove tiveram repasse de recursos nacionais para os mesmos, três foram relatadas por toda a equipe gestora (744 entrevistados) e 13 foram referidas pela equipe de gestores chave (55 trabalhadores) Os profissionais da equipe de gestores chave revelaram que as Estratégias Fortalecedoras da Atenção Básica são formuladas pelo Poder Executivo Federal e chegam até os municípios “prontas”, principalmente por meio de portarias Depois de tomar conhecimento sobre uma nova estratégia, os municípios podem decidir por implantar ou não determinada ação, ou seja, entra (ou não) na sua agenda Um conjunto de condições, criadoras de uma janela de oportunidade influenciam os Municípios de Pequeno Porte a aderir uma determinada estratégia: os recursos financeiros atrelados à estratégia; a fragilidade do município em relação ao provimento da força de trabalho e os empreendedores governamentais do processo decisório dessas ações Feita a adesão, são desenvolvidas um conjunto de atividades relacionadas com a implementação das estratégias, dentre essas: a viabilização e capacitação da força de trabalho; o cumprimento de atividades para avaliação de resultados e recebimento de recursos; a ação do prefeito no desenvolvimento das estratégias; o enfrentamento dos impasses relacionados ao profissional médico e a construção de redes de saúde informais Para a equipe de gestores chave, as Estratégias Fortalecedoras da Atenção Básica significaram uma melhoria do cuidado prestado ao longo dos anos, no entanto, também expressam o domínio do Poder Executivo Federal na formulação dessas ações
  • Item
    Atividade física no tempo livre e fatores ocupacionais em professores da educação básica da rede pública
    Dias, Douglas Fernando; Mesas, Arthur Eumann [Orientador]; Rech, Cassiano Ricardo; Ronque, Enio Ricardo Vaz; Nunes, Elisabete de Fátima Polo de Almeida; Durán González, Alberto; Loch, Mathias Roberto [Coorientador]
    Resumo: OBJETIVO: Aprofundar a compreensão sobre a relação trabalho e atividade física no tempo livre (AFTL) em professores da educação básica Para isso, consideraram-se os seguintes objetivos específicos: 1) Sintetizar as evidências científicas sobre fatores ocupacionais e atividade física (AF) em professores da educação básica no Brasil; 2) Analisar a associação entre fatores ocupacionais e atividade física insuficiente no tempo livre (AFI) (<15min/sem) em professores da educação básica da rede pública; e 3) Analisar a associação entre mudanças autorreferidas nas condições de trabalho e incidência e manutenção de níveis recomendados de AFTL (=15min/sem) em professores da educação básica da rede pública MÉTODOS: Para a estruturação desta tese, cada objetivo específico foi apresentado no formato de um artigo científico com metodologia, resultados e conclusões próprias, conforme descrito na sequência Objetivo 1) Revisão sistemática sem restrição de idioma ou de data de publicação com base nos descritores "professor", "atividade física" e termos relacionados Os demais objetivos específicos foram explorados no âmbito do projeto Saúde, Estilo de Vida e Trabalho de Professores da Rede Pública do Paraná (PRÓ-MESTRE), no qual professores das 2 maiores escolas estaduais de Londrina, atuantes em sala de aula e responsáveis por uma ou mais disciplinas foram entrevistados individualmente em dois momentos: baseline (nos anos de 212 e 213) e seguimento (após 24 meses) Objetivo 2) Estudo transversal com dados obtidos no baseline Objetivo 3) Estudo do tipo coorte prospectiva, mediante análise de dados do baseline e do seguimento RESULTADOS: Objetivo 1) Na revisão sistemática foram identificados 17 artigos que abordaram a AF em professores, todos publicados nos últimos dez anos, com delineamento transversal e avaliação da AF realizada por meio de questionários/formulários/escalas A prevalência de AF variou de 19,3% a 62,4% e apenas seis estudos verificaram sua associação com fatores ocupacionais No total, seis variáveis ocupacionais associaram-se à maior prática de atividade física Objetivo 2) A prevalência de AFI entre os professores entrevistados foi de 71,9%, condição associada de maneira independente à percepção de equilíbrio entre vida pessoal e profissional ruim ou regular, percepção de que o tempo de permanência em pé afeta o trabalho, percepção de capacidade atual para as exigências físicas do trabalho baixa ou muito baixa e contrato de trabalho temporário Objetivo 3) A incidência e manutenção de níveis recomendados de AFTL ao longo de 24 meses foi de 23,2% e 63,6%, respectivamente A análise ajustada mostrou que a incidência de níveis recomendados de AFTL associou-se com a manutenção de bom equilíbrio entre vida pessoal e profissional, manutenção da percepção de que raramente trabalha demais e manutenção da percepção de que o trabalho raramente desgasta CONCLUSÕES: Com base nos estudos encontrados sobre o trabalho docente e a AF em professores da educação básica no Brasil, as evidências ainda são insuficientes e os resultados inconclusivos sobre tal relação Por outro lado, dois estudos originais incluídos nesta tese apresentaram evidências de que melhores condições de trabalho associam-se com menor prevalência de AFI e com maior incidência de níveis recomendados de AFTL
  • Item
    Qualidade do sono entre professores e fatores associados
    Meier, Denise Andrade Pereira; Andrade, Selma Maffei de [Orientador]; Mesas, Arthur Eumann; Ribeiro, Renata Perfeito; Robazzi, Maria Lúcia do Carmo da Cruz; Mathias, Thaís Aidar de Freitas
    Resumo: O sono desempenha função notável na prevenção de doenças, manutenção e recuperação da saúde física e mental Como processo reparador, sofre influências de fatores determinantes e condicionantes, que o tornam complexo e multifacetado As condições adversas de trabalho enfrentadas por professores podem prejudicar sua qualidade de vida e, consequentemente, seu padrão de sono Este estudo objetivou analisar a qualidade do sono e fatores associados em professores da educação básica Trata-se de um estudo transversal com professores do ensino fundamental e médio, alocados nas 2 escolas com maior número de docentes da rede estadual de Londrina-PR A coleta de dados, de agosto de 212 a junho de 213, deu-se por entrevistas e aplicação de um questionário respondido pelo professor Foi analisada a associação entre pior qualidade do sono e características sociodemográficas, de estilo de vida, condições de saúde e percepções sobre o trabalho A qualidade do sono foi obtida por meio do Pittsburgh Sleep Quality Index, considerando-se a pior qualidade do sono escores superiores a cinco pontos Os dados foram digitados e tabulados no programa Epi Info e Statistical Package for the Social Sciences, respectivamente Participaram da pesquisa 972 professores e a taxa de resposta foi de 86,3% Com idade média de 41,5 anos, a maioria era do sexo feminino (68,3%), da raça/cor branca (74,5%), vivia com companheiro (59,1%), tinha renda familiar mensal de até R$ 5 mil (59,1%) e pós-graduação (87,5%) Mais da metade (52,9%) referiu inatividade física, 8,% relataram fumar e metade consumia bebida alcoólica Cerca de 7% citaram o consumo diário de café As condições de saúde mais frequentemente referidas foram: dor crônica (42,1%), ansiedade (25,1%) e depressão (15,4%) A prevalência de pior qualidade do sono foi de 54,3% Associaram-se à pior qualidade do sono nas análises bivariadas: renda mensal familiar de até R$ 5 mil, inatividade física, relatos de diagnóstico de hipertensão, depressão, ansiedade e dor crônica, ter três vínculos de trabalho, ter sofrido violência física ou psicológica e percepção negativa em relação a: remuneração, equilíbrio entre a vida pessoal e profissional, tempo para lazer e família, quantidade de alunos por sala de aula, ritmo e intensidade do trabalho, número de tarefas realizadas e tempo disponível para preparar atividades Entre as variáveis de condições de trabalho, após análises ajustadas, permaneceram associadas à pior qualidade do sono: ter sofrido violência física ou psicológica no trabalho como professor, percepção negativa em relação ao tempo para lazer e para a família e ao equilíbrio entre vida pessoal e profissional A análise detalhada da violência revelou que todos os tipos permaneceram associados à pior qualidade do sono mesmo após ajustes Os dados identificados indicam aspectos importantes sobre a qualidade do sono e sua associação com algumas características do trabalho docente Espera-se que os resultados despertem reflexões para formular políticas públicas que melhorem as condições laborais desses profissionais, minimizando os efeitos sobre sua qualidade de vida, incluído o sono
  • Item
    Aprendizagem para o trabalho em equipe : reflexões na perspectiva do estudante de enfermagem e do pensamento complexo
    Floter, Fernanda da Silva; Garanhani, Mara Lúcia [Orientador]; Mai, Lilian Denise; Haddad, Maria do Carmo Fernandez Lourenço; Nunes, Elisabete de Fátima Pólo de Almeida; Carvalho, Brígida Gimenez
    Resumo: O Currículo Integrado (CI) do curso de enfermagem da Universidade Estadual de Londrina (UEL) foi implantado no ano de 2 com uma organização pedagógica diferenciada Sua estrutura curricular é composta por módulos interdisciplinares e por temas transversais que devem perpassar os módulos de todas as séries do curso Um desses temas é o Trabalho em Equipe O objetivo desse estudo foi compreender o processo de ensino e aprendizagem de habilidades para o trabalho em equipe em um CI de Enfermagem, na percepção dos estudantes Trata-se de um estudo exploratório compreensivo, com abordagem qualitativa, do tipo estudo de caso, realizado no curso de enfermagem da UEL As fontes de dados foram constituídas pelos cadernos de planejamento e desenvolvimento dos módulos interdisciplinares e pelos estudantes que participaram de grupos focais Os encontros com os estudantes foram gravados, transcritos na íntegra e submetidos à análise temática A coleta de dados ocorreu de novembro de 212 a dezembro de 213 Participaram do estudo 25 estudantes A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética desta universidade em estudo Os resultados foram organizados em quatro momentos e as discussões apoiadas em elementos do pensamento complexo de Edgar Morin No primeiro momento foi realizada a analise documental de 16 módulos interdisciplinares No segundo momento, apresenta as estratégias de ensino e aprendizagem utilizadas nas quatro séries do curso de enfermagem para o desenvolvimento de habilidades para o trabalho em equipe Buscou-se analisar a explicação que os estudantes fizeram de seus desenhos, estes utilizados como estímulo para desencadear o conceito de equipe Em seguida os resultados foram discutidos na perspectiva da espiral complexa de Morin A análise documental possibilitou verificar que a temática vem sendo trabalhada de nas quatro séries em vários momentos durante a formação As estratégias de ensino e aprendizagem elencadas pelos estudantes abrangem os seminários, os tutoriais, os módulos de Práticas Interdisciplinares e Interação Ensino, Serviço e Comunidade (PIN 1, 2) e as atividades práticas em estágios e no Internato de Enfermagem O tema transversal que trata do trabalho em equipe esta sendo desenvolvido nos diferentes módulos interdisciplinares de maneira crescente Os resultados da análise dos desenhos realizados revelaram que os estudantes compreendem o trabalho em equipe como pessoas unidas que buscam um objetivo comum, que possuem papéis complementares, que se ajudam e que buscam harmonia e necessitam de companheirismo Os resultados apontaram que a estrutura curricular do curso em estudo oportuniza o desenvolvimento de determinadas habilidades para o trabalho em equipe desde o início do curso
  • Item
    Percepção de distúrbio de voz relacionado ao trabalho em professores da redeestadual de ensino e fatores ocupacionais associados
    Fillis, Michelle Moreira Abujamra; Mesas, Arthur Eumann [Orientador]; Durán González, Alberto; Trelha, Celita Salmaso; Marchiori, Luciana Lozza de Moraes; Ferreira, Leslie Piccolotto
    Resumo: A profissão de professor é considerada de alto risco para a presença do distúrbio de voz Além das características do vínculo de trabalho, como carga horária e quantidade de alunos por sala de aula, certas condições estruturais da escola, a exposição a cargas físicas e psíquicas e o risco de sofrer violência escolar são aspectos que merecem destaque na prevenção e no tratamento de problemas vocais Objetivos: Analisar as relações entre fatores ocupacionais e condição vocal em professores da rede estadual de ensino de Londrina, Paraná Para isso, consideraram-se os seguintes objetivos específicos: 1) Analisar a associação entre fatores ocupacionais e percepção de distúrbio de voz em professores de escolas públicas estaduais 2) Analisar os fatores de risco ocupacionais para percepção de distúrbio de voz nesses professores MÉTODOS: Para a estruturação da presente tese, cada objetivo específico foi apresentado no formato de um estudo com metodologia, resultados e conclusões próprias Esses objetivos foram explorados no âmbito do projeto de pesquisa Saúde, Estilo de Vida e Trabalho de Professores da Rede Pública do Paraná (PRÓ-MESTRE), o qual permitiu a obtenção das informações necessárias analisadas nesta tese, além de outras investigações exploradas pela equipe do projeto A coleta de dados do PRÓ-MESTRE deu-se em duas etapas Para se alcançar o primeiro objetivo específico, realizou-se um estudo transversal (Estudo 1) com dados coletados na etapa denominada baseline, entre agosto de 212 e junho de 213, em entrevistas individuais de professores com atuação em sala de aula nos níveis fundamental e/ou médio das 2 maiores escolas Estaduais de Londrina Para o segundo objetivo específico, um estudo de delineamento do tipo coorte (Estudo 2) foi realizado com base em dados do baseline e, ainda, de novos dados coletados no seguimento dos participantes após o período de 24 meses (214-215) Especificamente para essa análise, consideraram-se dados do seguimento apenas de participantes que continuavam exercendo a função de professor da educação básica em escolas públicas O instrumento para a coleta de dados foi elaborado com base na literatura e previamente testado em estudo piloto e após ajustes, a versão definitiva foi constituída por um formulário para entrevista, cujas respostas eram anotadas pelo entrevistador, com questões majoritariamente objetivas referentes à percepção de frequência de problemas vocais, condições de trabalho, estilo de vida, saúde e violência escolar, entre outras variáveis Os dados foram duplamente digitados em banco criado no programa Epi Info, versão 354 e analisados usando o programa SPSS, versão 19 A análise descritiva foi realizada por meio de frequências absolutas e relativas, medidas de tendência central e de dispersão Para a análise bivariada, no estudo 1, utilizou-se a razão de prevalência (RP) como medida de associação, e foi adotado nível de significância de 5% Para as análises ajustadas, construíram-se modelos de regressão de Poisson Já no estudo 2, para a análise bivariada, utilizou-se o odds ratio como medida de associação, e foi adotado nível de significância de 5% (Teste Qui-quadrado de Wald com apresentação do p-valor e do intervalo de confiança (IC) de 95%) e para as análises ajustadas, construíram-se modelos de regressão logística Resultados: No Estudo 1, a percepção de problemas vocais frequentes foi de 25,7% Análises ajustadas mostraram associação desses problemas com características do vínculo de trabalho (=4 ho¬ras/semana, percepção ruim da remuneração e dos benefícios de saúde), características do ambiente de trabalho (quantidade de alunos por sala, exposição a pó de giz e microorganismos), aspectos psicológicos (menor realização profissional, baixa oportunidade de expressar opiniões, pior relacionamento com superiores e equilíbrio entre vida profissional e pessoal) e situações de violência (insultos e assédio moral) No Estudo 2, a manutenção/piora de percepção de distúrbios de voz frequentes (GPDVF) foi de 19,7% em 24 meses e tal condição associou-se ao sexo feminino, idade mais elevada, tempo de profissão maior que 12 anos, exposição ao pó de giz, não se sentir realizado profissionalmente e referir exposição a insultos e a violência física Após análise ajustada por sexo e idade, associou-se ao GPDVF a não realização profissional e a exposição a insultos e violência física Conclusão: O Estudo 1 permitiu concluir que a percepção de transtornos vocais frequentes afeta um em cada quatro professores da educação básica e está associada a diversas características da atividade docente, tanto estruturais como referentes ao processo de trabalho No Estudo 2, concluiu-se que um de cada 5 professores mantiveram ou pioraram a percepção de distúrbio de voz relazionado ao trabalho em 24 meses de seguimento Evidenciou-se, ainda, que a insatisfação profissional e a exposição a condições adversas do trabalho, como a violência, são fatores de risco para a manutenção ou piora da percepção de distúrbio de voz frequentes
  • Item
    As comissões intergestores regionais e a gestão interfederativa no norte do Paraná, 2011 a 2013
    Nicoletto, Sônia Cristina Stefano; Cordoni Junior, Luiz [Orientador]; Scatena, João Henrique Gurtler; Pinto, Nicanor Rodrigues da Silva; Carvalho, Brígida Gimenez; Gil, Célia Regina Rodrigues
    Resumo: No Brasil, a política de saúde requer um sistema universal, integral, com participação social, financiado pelo Estado O Sistema Único de Saúde (SUS) tem como diretrizes organizacionais a descentralização e a regionalização Em regiões de saúde quando se aposta na construção de Rede de Atenção em Saúde (RAS) há relevância a gestão interfederativa A Comissão Intergestores Regional (CIR) é o espaço para o desenvolvimento das inter-relações dos atores para a tomada de decisão sobre a RAS Diante disso, o estudo foi desenvolvido com objetivo de compreender as CIR da macrorregião norte do Paraná no âmbito da gestão interfederativa Com abordagem qualitativa, tem duas dimensões, uma exploratória e descritiva, outra compreensiva Os dados são das atas das CIR, de grupos focais com gestores municipais e de entrevistas com representantes da gestão estadual Para análise utiliza-se a hermenêutica-dialética que permite a interpretação dos dados cotejando-os com o referencial teórico, em uma ação objetivada, para ultrapassar o discurso manifesto e compreender os significados As CIR foram tomadas como jogo social fundamentado na teoria de Carlos Matus A categoria poder teve destaque A política de saúde paranaense foi apresentada como cenário As pautas das CIR estavam permeadas por demandas das políticas nacional e estadual Os representantes da gestão estadual eram os principais condutores das reuniões, seguindo as orientações da Secretaria de Estado da Saúde do Paraná (SESA/PR) Os assuntos, organizados em dezoito temas, foram mais informados do que deliberados A rotatividade e o despreparo de gestores municipais dificultam a construção de um coletivo coeso A dinâmica de trabalho dos gestores municipais foi apontada como estressante e sem valorização O prefeito não participa diretamente da CIR, mas é um ator importante dado o poder político que detém A dinâmica das CIR tem sido, em alguns casos, discutir e rediscutir uma problemática, sem resolver ou efetivar a solução A distribuição do poder é assimétrica e a vontade de uns prevalece sobre a dos demais Existem conflitos, mas eles acontecem mais fora das reuniões Alguns acordos foram firmados com apatia A Rede Mãe Paranaense e a Rede de Urgência e Emergência estavam sendo construídas, mas sem um eficiente sistema de governança Alguns “arranjos” e “movimentos” como o Conselho de Secretários Municipais de Saúde, a SESA/PR e o Ministério da Saúde interferem diretamente nas pautas e nas reuniões Outros, como o prestador hospitalar, o Consórcio Intermunicipal de Saúde, o Conselho de Saúde e o Ministério Público interferem mais na execução das decisões Alguns nós no cenário do SUS precisam ser enfrentados referentes à sociedade, à política, à gestão e ao planejamento Para desconstruir hegemonias que operam contra o SUS é importante a implantação de colegiados de gestão nos pontos de atenção das RAS, integrados com as CIR, formando uma Rede de Colegiados de Gestão Regional Mas tanto nos colegiados de gestão como nas CIR o processo decisório necessita ser estabelecido dentro de acordos solidários em torno da missão de garantir o direito à saúde, integral e com qualidade, para a população
  • Item
    Exposição ambiental ao chumbo e pressão arterial em população urbana : estudo de base populacional
    Lopes, Ana Carolina Bertin de Almeida; Paoliello, Monica Maria Bastos [Orientador]; Capitani, Eduardo Mello de; Barbosa Junior, Fernando; Mesas, Arthur Eumann; Barbosa, Décio Sabbatini
    Resumo: A exposição ambiental e ocupacional ao chumbo representa um importante problema de saúde pública O acúmulo do chumbo no organismo pode levar ao desenvolvimento de diferentes morbidades, como aumento na pressão arterial sistólica (PAS) e diastólica (PAD), hipertensão arterial, arteriosclerose, disfunção renal, entre outras Dessa forma, este estudo objetivou verificar os determinantes socioeconômicos, ambientais, de estilo de vida e de condições de saúde relacionados aos níveis de chumbo em sangue em adultos com 4 anos ou mais de idade Além disso, examinou-se a associação entre os níveis de chumbo em sangue e alterações na PAS e PAD e hipertensão arterial Realizou-se um estudo transversal de base populacional, com 959 adultos residentes na região urbana de um município de médio porte no Sul do Brasil Os dados foram obtidos por meio de entrevistas, exame físico e exames de laboratório Foram incluídas variáveis socioeconômicas, de estilo de vida, condições de saúde, dieta, e sobre exposição ocupacional ao chumbo Os níveis de chumbo em sangue foram medidos pela técnica da espectrometria de massa com plasma de argônio indutivamente acoplado (ICP-MS) Considerou-se como PAS elevada valores =14 mmHg e PAD elevada =9 mmHg A hipertensão arterial foi definida como PAS =14 mmHg e/ou PAD =9 mmHg ou uso de medicação antihipertensiva As análises estatísticas foram realizadas nos programas Stata versão 131 e SPSS versão 2 A média geométrica dos níveis de chumbo em sangue foi 1,97 µg/dL (95% CI: 1,9-2,4 µg/dL) No Modelo 1 da análise de regressão linear múltipla ajustou-se por sexo, idade, cor da pele, educação, classe socioeconômica, tabagismo, consumo de álcool, exposição ocupacional ao chumbo, consumo de carne vermelha e de leite de vaca O Modelo 2 foi ajustado para sexo e exposição ocupacional ao chumbo Os níveis mais elevados de chumbo em sangue foram associados ao sexo masculino, à idade avançada, ao tabagismo, ao consumo de álcool e ao menor consumo de leite de vaca No Modelo 2, os níveis de chumbo em sangue foram maiores nos participantes não brancos em relação ao brancos, em ex-fumantes e naqueles expostos ocupacionalmente ao chumbo Participantes vivendo em área onde foram identificadas mais indústrias que utilizam chumbo apresentaram níveis de chumbo em sangue mais elevados (3,3 µg/dL) comparados aqueles vivendo em outras áreas com menor número de indústrias (1,95 µg/dL) Os níveis de chumbo em sangue foram associados à PAS e PAD na análise de regressão linear múltipla A análise de regressão logística mostrou que os indivíduos do mais alto quartil de concentração de chumbo em sangue apresentaram odds ratio (OR) para hipertensão arterial significativamente elevado em relação aos participantes do quartil 1, com aumento gradativo entre os quartis (quartil 2: OR, 1,16 (,77-1,74); quartil 3: OR, 1,15 (,76-1,74); quartil 4: OR, 1,82 (1,17-2,82), p-trend = ,11) O OR ajustado para PAD elevada foi mais alto para os participantes do maior quartil de chumbo em sangue em relação aos participantes do quartil 1 (OR: 2,31; IC 95%: 1,21-4,41) A análise de clusters revelou que os participantes com níveis de chumbo em sangue mais elevados (2,99 µg/dL), eram geralmente hipertensos, com PAS e PAD elevadas, do sexo masculino, com média de idade de 54,92 anos e com sobrepeso (IMC de 25 a >3) O cluster dos participantes com níveis de chumbo em sangue mais baixos (2,16 µg/dL) eram geralmente não hipertensos, com PAS e PAD normais, do sexo feminino, com média de idade de 5,89 anos e com IMC normal (de a <25) Conclui-se que os níveis de chumbo em sangue foram associados ao sexo masculino, à idade avançada e a hábitos como tabagismo, consumo de álcool e menor consumo de leite de vaca Além disso, indivíduos com níveis de chumbo mais elevados têm mais chances de apresentarem hipertensão arterial Finalmente, apesar dos baixos níveis de chumbo em sangue encontrados nos adultos desta área urbana, é importante que a exposição ao chumbo seja monitorada e que leis regulatórias sejam decretadas com o objetivo de prevenir a contaminação de chumbo em ambientes urbanos
  • Item
    Análise da estrutura dimensional do Demand Control Support Questionnaire e fatores ocupacionais associados às demandas psicológicas, ao controle e ao trabalho de alta exigência em professores do ensino básico de Londrina (PR)
    Birolim, Marcela Maria; Andrade, Selma Maffei de [Orientador]; Hökerberg, Yara Hahr Marques; Benevides-Pereira, Ana Maria Teresa; Haddad, Maria do Carmo Fernandez Lourenço; Durán González, Alberto; Mesas, Arthur Eumann [Coorientador]
    Resumo: A docência é considerada uma profissão estressante e seu exercício é permeado por condições de trabalho adversas O Demand Control Support Questionnaire (DCSQ) considera o trabalho de alta exigência como decorrente da combinação entre altas demandas psicológicas e baixo controle no processo de trabalho e tem sido utilizado para investigar associação entre estresse e desfechos negativos em saúde Este estudo tem como objetivo analisar a estrutura dimensional do Demand Control Support Questionnaire e fatores ocupacionais associados às demandas psicológicas, ao controle e ao trabalho de alta exigência em professores do ensino básico de Londrina (PR) Trata-se de um estudo transversal A população foi composta por 842 professores das 2 escolas com maior número de docentes da rede estadual do município Informações ocupacionais foram obtidas por meio de entrevistas no período de agosto de 212 a junho de 213 Dados sociodemográficos e o DCSQ faziam parte de um questionário autorrespondido Análises fatoriais confirmatórias e exploratórias foram utilizadas na avaliação da dimensionalidade do DSCQ Para o estudo de associação das dimensões e subdimensões do DSCQ com fatores ocupacionais foi utilizada a análise de regressão logística com cálculo das razões de odds (OR) e respectivos intervalos de confiança (IC 95%) Nos modelos multivariados finais permaneceram as variáveis com p < ,5 Os resultados da análise fatorial confirmatória apoiaram o intrumento formado por quatro dimensões: demandas psicológicas, uso de habilidades, autonomia para decisão e apoio social, com melhor ajuste do modelo com exclusão do item “trabalho repetitivo” No estudo de associação, após ajustes, altas demandas psicológicas foram associadas (p<,5) com idade mais jovem, maior tempo de trabalho na docência, percepção regular/ruim sobre a remuneração, sobre a quantidade de alunos por sala de aula e sobre o equilíbrio entre a vida profissional e pessoal, além de à violência sofrida nos 12 meses anteriores à entrevista Para a dimensão controle foram observadas diferenças nas associações em sua forma combinada (uso de habilidades e autonomia de decisão) e naquelas que consideraram separadamente estas duas subdimensões Carga horária maior que 4 horas (OR=1,72; IC 95%=1,5-2,82), percepção negativa em relação à remuneração (OR=1,93; IC 95%=1,41-2,65), à quantidade de alunos por sala de aula (OR=1,43; IC 95%=1,3-1,99), ao equilíbrio entre a vida pessoal e profissional (OR=2,36; IC 95%=1,71-3,26) e ter sofrido violência na escola nos 12 meses anteriores à entrevista (OR=1,84; IC 95%=1,31-2,58) foram significativamente associados ao trabalho de alta exigência No entanto, após análise estratificada por grupos de maior e menor apoio social no trabalho, as variáveis carga horária acima de 4 horas e percepção regular/ruim em relação à quantidade de alunos por sala foram significativas apenas no grupo de menor apoio social Os resultados revelam que condições específicas de trabalho e percepções dos professores sobre seu ambiente laboral estão associadas a altas demandas psicológicas, baixo controle e ao trabalho de alta exigência e que o apoio social no trabalho atua como moderador em algumas dessas associações
  • Item
    Tratamento de dislipidemias em usuários de alto risco pelo SUS : não adesão e efetividade em coorte populacional de pacientes
    Remondi, Felipe Assan; Cabrera, Marcos Aparecido Sarria [Orientador]; Virtuoso, Suzane; Cruciol, Joice Mara; Girotto, Edmarlon; Guidoni, Camilo Molino
    Resumo: O objetivo do trabalho foi analisar a não adesão e a efetividade da terapêutica com hipolipemiantes fornecidos pelo Sistema Único de Saúde para usuários de alto risco do estado do Paraná, entre 28 e 213 Para tanto, foi realizada uma coorte retrospectiva com o universo de pacientes assistidos no período de 28 a 212, acompanhados até 213 para avaliação da adesão e do controle laboratorial As informações foram obtidas no sistema eletrônico da Secretaria de Estado para o gerenciamento do fornecimento destes medicamentos O cálculo da não adesão foi realizado a partir da combinação da taxa de posse, proporção de dias cobertos e média de dias entre as dispensações, sendo caracterizados como não aderentes os indivíduos que tiveram resultados insatisfatórios em ao menos duas das três medidas realizadas O controle laboratorial foi avaliado pelos resultados categorizados da lipoproteína de baixa densidade (LDL), liproproteína de alta densidade (HDL) colesterol total (CT) e triglicerídeos (TG) As análises de associação foram realizadas por meio da comparação de médias, correlação e regressão multivariada com distribuição de Poisson ou de Cox Foram analisados 6751 usuários, sendo que a caracterização da não adesão restringiu-se a 5697 que tiveram quatro ou mais dispensações no período e, paralelamente, a de controle laboratorial para 5596 usuários que possuíam informações deste desfecho passível de avaliação A população de análise foi composta principalmente por mulheres, indivíduos entre 5 e 59 anos de idade e com predominância de uso da atorvastatina Observou-se que as regionais de saúde com maior porte populacional apresentaram maior número de usuários vinculados ao programa e, ao mesmo tempo, maior taxa de descontinuidade A não adesão foi registrada em 37,% dos usuários, com maior risco no caso do sexo feminino, idade entre 4 e 7 anos residência em regionais de saúde de 3 a 5 mil habitantes A taxa de desistência na obtenção dos medicamentos em até um ano foi de 29,3%, sendo a persistência inicial (até três dispensações) preponderante (15,6%) em comparação a persistência tardia (até 12 meses; 13,7%) O controle laboratorial inadequado, por sua vez, foi de LDL (>1mg/dL): 45,9%; HDL (<4mg/dL para homens ou <5mg/dL para mulheres): 31,1%; CT (>19mg/dL): 28,%; e TG (>15mg/dL): 32,3% Tanto na comparação de médias entre aderentes e não aderentes, quanto na análise multivariada com o controle por fatores de confusão (sexo, idade, medicamento, dose, densidade populacional do local de residência), a não adesão esteve associada a piores taxas de controle para LDL (HR=2,34; IC95% 2,14-2,54), HDL (HR=3,28; IC95% 2,97-3,63), CT (HR=2,99, IC95% 2,69-3,32) e TG (HR=2,34; IC95% 2,13-2,59) As diferenças nos padrões de obtenção, elevada taxa de desistência em um ano, não adesão superior a um terço dos usuários e sua correlação com a falta de controle laboratorial apontam para a necessidade de reconhecer a problemática no sistema de saúde brasileiro e adoção de medidas de aprimoramento das políticas instituídas visando melhor controle das doenças crônicas não transmissíveis no Brasil
  • Item
    Capacidade funcional e composição corporal em indivíduos com mais de 55 anos
    Dip, Renata Maciulis; Cabrera, Marcos Aparecido Sarria [Orientador]; Mesas, Arthur Eumann; Dellaroza, Mara Solange Gomes; Ferriolli, Eduardo; Silva Junior, Rubens Alexandre da
    Resumo: As perdas de massa magra e de força muscular apresentam grande impacto na qualidade de vida e na mortalidade de idosos Este estudo, realizado por meio de inquérito domiciliar e aferição da composição corporal e da força muscular a domicílio, derivado de uma pesquisa de base populacional, teve por objetivos analisar o papel da baixa massa magra, da força muscular baixa e da obesidade na dificuldade para utilizar escadas e na dependência para a realização das Atividades Instrumentais de Vida Diária (AIVD), assim como analisar também o papel das comorbidades na relação entre a composição corporal e capacidade funcional A composição corporal foi avaliada pelo método de bioimpedância corporal e a força muscular pelo dinamômetro de preensão palmar A capacidade funcional foi avaliada para a realização de Atividades Básicas de Vida Diária (ABVD), AIVD e capacidade para utilizar escadas A população de estudo foi constituída por pessoas com mais de 55 anos residentes no município de Cambé, PR A amostra foi constituída por 451 pessoas, proporcionais aos setores censitários da área urbana do município Houve 83 perdas (18,4%), por recusa à participação ou pelo fato do indivíduo não ter sido encontrado no domicílio após 4 tentativas de visita Foram entrevistadas 368 pessoas, com idade entre 56 e 91 anos A média de idade encontrada foi de 65,4 anos, sendo que 6% eram mulheres, cerca de 8% dos entrevistados pertenciam às classes econômicas B e C e 6% referiu ter de um a oito anos de estudo A obesidade foi encontrada em 36% das mulheres e 25% dos homens Para os homens, a força muscular baixa foi um fator associado à dificuldade para utilizar escadas e para a realização das AIVD independentemente da massa muscular, da idade e da obesidade No entanto, quando analisamos as comorbidades juntamente com a composição corporal, a força deixa de ser um fator independente Para os homens, a dor crônica em membros inferiores (MMII) e a obesidade foram os fatores independentemente associados à dificuldade para utilizar escadas Para a realização das AIVD, a IC foi o único fator associado de forma independente à dificuldade Para as mulheres, a força muscular baixa e a obesidade foram os fatores associados à dificuldade para utilizar escadas independentemente da idade e da massa magra baixa Quando as comorbidades são analisadas conjuntamente, a força muscular baixa e a obesidade se mantêm como fator associado, e surgem outros dois fatores: a dor crônica em membros inferiores e a depressão Já para a realização das AIVD, a idade, a força muscular baixa e a baixa massa magra associaram-se de forma independente à dificuldade Ao analisarmos conjuntamente as comorbidades, apenas a faixa etária (ter 65 anos ou mais) associou-se independentemente à dificuldade A prevenção da perda de força muscular deveria ser priorizada pelas políticas de saúde pública, no intuito de retardar e reduzir a dependência funcional dos idosos
  • Item
    Integração ensino-serviço de saúde : uma compreensão por meio da fenomenologia heideggeriana
    Codato, Lucimar Aparecida Britto; Garanhani, Mara Lúcia [Orientador]; Carvalho, Brígida Gimenez; Carcereri, Daniela Lemos; Morita, Maria Celeste; Fernandes, Maria de Fátima Prado; González, Alberto Durán [Coorientador]
    Resumo: Trata-se de estudo que buscou compreender os significados da integração ensino-serviço para a formação profissional em saúde, suas interfaces e o modo de 'ser-com-o-outro' em Unidades Básicas de Saúde (UBS) Pesquisa de natureza qualitativa, com abordagem fenomenológica hermenêutica, apoiada no referencial teórico filosófico de Martin Heidegger Foi realizada com coordenadores de colegiados de cursos da área da saúde de uma universidade pública, com gestores municipais, estudantes, profissionais da rede de serviços e docentes que acompanham estudantes em atividades realizadas em UBS da região metropolitana de um município de grande porte do sul do Brasil Os participantes foram selecionados intencionalmente, totalizando 33 entrevistados Os resultados desvelaram que a aproximação entre o mundo ôntico do ensino e o do serviço de saúde favorece o alcance dos pressupostos das Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) Houve reconhecimento da complementaridade entre o mundo do ensino e o do trabalho, embora o entendimento que cabe mais a um mundo pensar e ao outro executar também esteve presente A parceria entre o mundo do ensino com o do serviço de saúde foi reconhecida como importante para cuidado da população, a qual foi compreendida como beneficiária dessa relação 'Ser-com-o-outro' na ocupação do espaço existencial compartilhado entre o ensino-serviço de saúde nas UBS mostrou-se permeado por modos próprios e impróprios de ser Nele, desvelaram-se conflitos ligados à linguagem, mais precisamente na verbalização e na escuta Também foi reconhecido como importante para a formação dos 'ser-aí' que coabitam este espaço existencial, a qual mostrou-se dependente da postura ativa, da curiosidade e da criatividade do estudante, do vínculo que o docente estabelece com o campo, da preocupação dos profissionais, da abertura, disposição e da compreensão de todos os 'ser-aí' que coexistem na UBS A integração ensino-serviço de saúde revelou-se mais atrelada às posturas ativas de gestores e docentes da universidade, possivelmente por serem os mais dependentes dessa aproximação para o alcance de formação mais condizente com as orientações das DCN A integração ensino-serviço de saúde acontece, porém num estágio que possibilita mais fortemente o 'ser-com' entre profissionais e estudantes e o 'ser-com' entre estudantes e a população A presença tênue do 'ser-com-outro' envolvendo simultaneamente docentes, estudantes e profissionais demonstra que a integração ensino-serviço de saúde ainda está sendo construída, principalmente quando pensada em termos de trabalho realizado em conjunto A ausência do 'ser-com-outro' envolvendo docente-docente foi percebida como limitação para trabalhos interdisciplinares neste espaço existencial A integração ensino-serviço de saúde desvelou-se dependente das relações que ocorrem nos espaços micros de cada UBS, as quais foram percebidas como estruturantes e fundamentais para que esses espaços existenciais sejam criados e mantidos Os diferentes modos de 'ser-com-outro' foram reconhecidos como facilitadores ou dificultadores dessa parceira Os resultados apontam para reflexões acerca das oportunidades que ainda precisam ser alcançadas para operacionalizações, avaliações, planejamentos conjuntos e, consequentemente, para a adoção de práticas mais integrativas