Navegando por Autor "Furlanetto, Karina Couto"
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Item Adaptação e validação da versão brasileira do questionário ‘PROactive physical activity in COPD – clinical visit’ (C-PPAC) para indivíduos com doença pulmonar obstrutiva crônica(2022-06-23) Santana, André Vinicius; Pitta, Fábio de Oliveira; Deminice, Rafael; Furlanetto, Karina CoutoIntrodução: Indivíduos com doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) apresentam baixos níveis de atividade física na vida diária (AFVD). Considerando que o grau de redução do nível de AFVD é um aspecto importante da condição clínica dessa população, sua avaliação por meio de instrumentos adequados é fundamental. O ‘PROactive Physical Activity in COPD – clinical visit (C-PPAC) é um instrumento híbrido que uniu de forma ampla duas dimensões de avaliação da AFVD em indivíduos com DPOC: a quantidade de atividade física realizada na vida diária (avaliada por um acelerômetro), e a experiência de dificuldade relatada pelo indivíduo ao realizar essas atividades (avaliada como autorrelato por meio de um questionário). Porém, até o presente momento, não havia versão validada em Português Brasileiro deste questionário, o que limita o uso da ferramenta PROactive como um todo em indivíduos brasileiros com DPOC. Objetivo: O objetivo deste estudo foi adaptar e estudar a consistência interna, confiabilidade teste-reteste, concordância e validade de critério da versão em língua portuguesa do Brasil do C-PPAC para avaliação da experiência na realização de atividades físicas por indivíduos brasileiros com DPOC. Métodos: Para adaptação e validação, o protocolo indicado pelos autores do instrumento original e os guidelines de Beaton et al. foram aplicados em uma versão inicialmente desenvolvida em Português de Portugal por um grupo de pesquisa parceiro. A versão resultante em Português Brasileiro foi então aplicada duas vezes com um intervalo mínimo de sete dias em 30 indivíduos com DPOC (57% homens; VEF1 53±18%predito) para avaliar a consistência interna, reprodutibilidade teste-reteste, concordância e validade de critério. Os participantes também completaram o International Physical Activity Questionnaire (IPAQ), a escala Medical Research Council (MRC) e o Saint George's Respiratory Questionnaire para avaliar a validade de critério. Resultados: O C-PPAC mostrou excelente reprodutibilidade teste-reteste (coeficiente de correlação intraclasse 0.941 [intervalo de confiança 0.876 - 0.972]) e boa concordância pelo gráfico de Bland and Altman, além da excelente consistência interna (alfa de Cronbach 0.944). A validação de critério mostrou correlações moderadas a fortes com todos os outros instrumentos avaliados, especialmente o IPAQ (r= -0.63). Conclusão: A versão em Português Brasileiro do questionário ‘PROactive Physical Activity in COPD – visita clínica’ é um instrumento válido e confiável para avaliar a experiência de dificuldades dos indivíduos com DPOC durante suas atividades físicas na vida diáriaItem Atividade física na vida diária e comportamento sedentário de pacientes com DPOC : mortalidade, perfil dos pacientes e impacto da variação sazonal e do uso de equipamentos portáteisFurlanetto, Karina Couto; Pitta, Fábio de Oliveira [Orientador]; Bellinetti, Laryssa Milenkovich; Mayer, Anamaria Fleig; Fernandes, Karen Barros Parron; Guedes, Dartagnan PintoResumo: Introdução: A quantificação detalhada, objetiva e padronizada do nível de atividade física na vida diária (AFVD) de pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) permitiu identificar que desfechos clínicos relevantes estão associados com o padrão de comportamento inativo desses pacientes Apesar da crescente relevância de diferentes aspectos da AFVD no mundo científico e na rotina clínica, muitas lacunas sobre este tema ainda existem na literatura atual Questões importantes precisam ser melhor elucidadas em pacientes com DPOC com base em evidências sólidas, como a associação entre inatividade e mortalidade, uma melhor definição do perfil da população, e o grau de influência de variações sazonais e do uso de equipamentos portáteis Adicionalmente, os termos “sedentarismo” e “inatividade física” são comumente e erroneamente considerados como sinônimos A presente tese de doutorado foi desenvolvida com o intuito de contribuir com evidências científicas envolvendo questões relativas à mortalidade, perfil dos pacientes e impacto da variação sazonal e do uso de equipamentos portáteis sobre a AFVD de pacientes com DPOC Métodos: Quatro estudos foram desenvolvidos, sendo 3 artigos originais e 1 artigo de revisão de literatura Os dois primeiros estudos abordam as formas e pontos de corte para identificar os pacientes com DPOC que apresentam padrão de comportamento sedentário, inativo ou ativo Os outros dois estudos abordam o impacto de dois fatores sobre a AFVD que ainda não estão bem estabelecidos, como a sazonalidade e o uso de equipamentos portáteis Foram desenvolvidos: (1) um estudo retrospectivo de coorte (n=11) para identificar um ponto de corte de comportamento sedentário em pacientes com DPOC e investigar sua associação com a mortalidade em um follow-up de 5 anos; (2) um estudo transversal (n=14) para comparar o perfil de pacientes com DPOC considerados fisicamente ativos ou inativos de acordo com diferentes classificações do nível de AFVD; (3) um estudo prospectivo de coorte para investigar a variabilidade da AFVD causada pela sazonalidade (verão e inverno) em pacientes com DPOC que vivem em regiões do mundo com diferentes características climáticas (Londrina, Brasil [n=19] e Leuven, Belgica [n=18]); e (4) um estudo de revisão de literatura que investiga se a utilização de equipamentos portáteis, como a oxigenoterapia domiciliar ou a ventilação não-invasiva (VNI) influenciam no aumento ou redução do nível de AFVD, e neste caso, de pacientes mais graves Resultados: O estudo (1) concluiu que 8:3 horas/dia em atividades que requerem <1,5 equivalente metabólico (MET) é um ponto de corte capaz de identificar pacientes com DPOC sedentários e que apresentam maior risco de mortalidade Este estudo também mostrou que cada hora/dia gasta em atividades <1,5 MET aumenta o risco de mortalidade em 42% O estudo (2) identificou que, independente do método de classificação utilizado, pacientes com DPOC fisicamente ativos são caracterizados por melhor capacidade de exercício, função pulmonar, composição corporal e estado funcional quando comparados a pacientes fisicamente inativos Adicionalmente, pacientes fisicamente ativos são possivelmente também caracterizados por melhor força muscular periférica e expiratória e qualidade de vida, além de menor prevalência de doença cardíaca estável e risco de mortalidade O estudo (3) mostrou que a AFVD dos pacientes com DPOC reduz no período do inverno em ambas as regiões do mundo, e de forma mais acentuada em pacientes brasileiros Além disso, identificou que pacientes brasileiros são mais ativos que pacientes belgas mesmo após o ajuste para as variáveis climáticas Por fim, o estudo de revisão de literatura (4) identificou que pacientes com DPOC que utilizam oxigenoterapia ou VNI domiciliar apresentam a AFVD ainda mais comprometida do que pacientes que não se utilizam desses equipamentos Possivelmente, fornecer equipamentos mais leves de oxigenoterapia não seja suficiente para reverter o comportamento sedentário Adicionalmente, diferentes estudos mostraram que intervenções com implementação de 3 meses de VNI noturna parecem aumentar a AFVD de pacientes com hipercapnia Conclusões: Os quatro artigos científicos desenvolvidos apresentam conclusões clinicamente relevantes e mostram que os fatores pesquisados nesta tese impactam na AFVD dos pacientes com DPOC A associação entre mortalidade e o ponto de corte para sedentarismo proposto sugere que estratégias para reduzir o comportamento sedentário podem aumentar a sobrevida desses pacientes Além disso, estratégias que encorajam o paciente com DPOC a se tornar fisicamente mais ativo são fortalecidas com as evidências encontradas por meio da comparação entre os pacientes fisicamente inativos ou ativos Por fim, as variações no clima e o uso de equipamentos portáteis como a oxigenoterapia domiciliar e a ventilação não invasiva noturna devem ser considerados nas avaliações futuras dos pacientes com DPOC pois são fatores que influenciam a atividade física diária Novas pesquisas em pacientes com DPOC são incentivadas, de forma que no futuro seja possível determinar quais formas de intervenção que objetivam o aumento da atividade física e a redução do sedentarismo podem resultar em benefícios reais para a saúde desses pacientesItem Desempenho funcional em doenças respiratórias crônicas : um olhar aprofundado na doença pulmonar intersticialZamboti, Camile Ludovico; Camillo, Carlos Augusto Marçal [Orientador]; Furlanetto, Karina Couto; Oliveira, Cristino Carneiro; Cruz, Joana; Mesquita, Rafael Barreto deResumo: Introdução: Pacientes com doenças respiratórias crônicas (DRC) apresentam alterações pulmonares e sistemicas, com consequente limitação nas atividades de vida diária (AVDs) No entanto, existem inumeros instrumentos para avaliar o desempenho funcional de indivíduos com DRC, e portanto, difícil a compreensão dos testes mais apropriados para avaliação do desempenho funcional, em especial nas DRC que não possuam o diagnósico principal a doença pulmonar obstrutiva cronica (DPOC) Ainda, em doenças pulmonares intersticiais (DPI) são escassos os testes com propriedades métricas adequadas e que possuem relação com outros defechos clínicos, e não se sabe se a longo prazo existe piora do desempenho funcional e equilíbrio corporal, e também, se pacientes com DPI apresentam quedas Objetivos: A presente tese foi elaborada no intuito de contribuir com as evidências científicas relacionadas aos instrumentos de desempenho funcional em DRC, especialmente em DPI Bem como, aprofundar o olhar no desempenho funcional em pacientes com DPI, testes de desempenho funcional adequados para DPI, associação do desempenho funcional com atividade física da vida diária (AFVD) e diferenças no desempenho funcional, equilíbrio corporal e história de quedas em pacientes com DPI ao longo de um ano Metodologia: Quatro estudos foram desenvolvidos: (1) Através de uma revisão sistemática, o primeiro estudo sumarizou as informações dos instrumentos de desempenho funcional, propriedades de medidas investigadas e associação com desfechos negativos em pacientes com DRC que não possuam como diagnóstico principal a DPOC; (2) No segundo estudo foi comparado o desempenho funcional em pacientes com DPI clínicamente estáveis e individuos saudáveis e investigado as propriedades métricas de testes de desempenho funcional em pacientes com DPI; (3) O terceiro estudo investigou a relação e um ponto de corte discriminativo do teste timed up and go (TUG) com a AFVD em pacientes com DPI; e por fim, (4) o quarto estudo observou o número de quedas em um ano em pacientes com DPI e comparou o desempenho funcional e equilíbrio estático em pacientes classificados como caidores e não caidores em um ano Resultados: O primeiro estudo demonstrou que o desempenho funcional é avaliado primariamente por questionários em DRC não-DPOC e de acordo com os estudos publicados até o momento, a maioria dos testes com propriedades de medida satisfatórias foram em pacientes com asma e DPI e poucos intrumentos possuem associações com desfechos clínicos negativos (ex mortalidade, hospitalização, entre outros) O segundo estudo demonstrou pior desempenho funcional em pacientes com DPI (n=4, 25 mulheres, 61±11 anos, 75±17% predito de capacidade vital forçada – CVF), comparados a indivíduos saudáveis (n=36, 22 mulheres, 61±9 anos, CVF 97±11%pred), e também mostrou que os testes TUG na velocidade usual (TUGu), rápida (TUGf) e 5 repetições de sentar e levantar (5rep-STS) possuem propriedades métricas adequadas para pacientes com DPI O terceiro estudo encontrou uma boa relação do desempenho do TUG com as variáveis de passos e atividade moderada em pacientes com DPI (n=54, 26 mulheres, 6±11 anos, CVF 68±17%pred) e o desempenho no TUG>9,25s parece ser um bom ponto de corte discriminativo de inatividade física avaliada pelo número de passos por dia O quarto estudo incluiu 52 pacientes com DPI (33 mulheres, 59±11 anos, CVF 69±11 %pred), 12 (22%) apresentaram queda em um ano e não houve diferença no desempenho funcional e equilíbrio estático em pacientes classificados como caidores e não caidores em um ano Conclusões: Os quatro artigos científicos agregam à literatura com informações sobre instrumentos de desempenho funcional em pacientes com DRC não-DPOC, em especial em pacientes com DPI Os instrumentos disponíveis na literatura para avaliação do desempenho funcional em DRC não-DPOC foram descritos, e considerando os estudos publicados até o momento, poucos foram os intrumentos adequados e com associações de desfechos clínicos negativos em diferentes diagnósticos com DPI Diante das lacunas expostas, foi observado comprometimento funcional nos pacientes com DPI comparado a indivíduos saudáveis e três instrumentos (TUGu, TUGf e 5rep-STS) demonstraram ser adequados para avaliação do desempenho funcional em pacientes com DPI Bem como, foi possível observar que existe relação do desempenho funcional (TUG) com a atividade fisica da vida diária, e apesar dos pacientes com DPI apresentarem relativamente alta proporção de quedas, não há diferença na performance funcional e equilíbrio estático entre pacientes com DPI caidores e não caidoresItem Diferença entre as capacidades vitais lenta e forçada e sua relação com a hiperinsuflação dinâmica em indivíduos com doença pulmonar obstrutiva crônicaFaria, Larissa Moreno Martinez; Pitta, Fábio de Oliveira [Orientador]; Furlanetto, Karina Couto; Yamaguti, Wellington Pereira dos SantosResumo: Introdução: A capacidade vital (CV) é uma soma de volumes pulmonares que pode ser avaliada por meio das manobras lenta (CVL) e forçada (CVF) Em pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) a CVF é menor do que a CVL, sendo que a diferença entre essas duas variáveis (CVL-CVF) está relacionada ao aprisionamento aéreo A hiperinsuflação pulmonar dinâmica (HD), que ocorre devido ao aprisionamento aéreo, está entre os principais mecanismos limitadores da tolerância ao exercício em pacientes com DPOC Um dos testes mais comuns para avaliação da tolerância ao exercício em pacientes com DPOC é o teste de caminhada de seis minutos (TC6min) Durante sua execução podem ser utilizados aparelhos que monitoram a ventilação e consequentemente, podem ser obtidos valores seriados de capacidade inspiratória (CI), que refletem a HD No entanto, a relação entre a diferença CVL-CVF e a HD desenvolvida durante o TC6min ainda não foi estudada Objetivo: Investigar a relação entre a diferença CVL-CVF com a HD avaliada durante o TC6min em indivíduos com DPOC Material e Métodos: Vinte e quatro indivíduos com diagnóstico de DPOC (12 homens; 67±6 anos; volume expiratório forçado no primeiro segundo [VEF1] 56±18% predito), realizaram avaliação da função pulmonar por meio de espirometria e pletismografia A HD (?CI = 15ml ou 1%) foi mensurada com medidas seriadas de CI por meio da manobra de CVL que foi realizada ao repouso, a cada dois minutos durante o TC6min, quinze segundos antes do final do teste, e imediatamente após o seu término Resultados: Foi observada redução significativa da CI durante o TC6min (?CI: -48±-4L; P<1), sendo que dezoito indivíduos (75%) apresentaram HD Houve diferença significativa da CI mensurada ao repouso com as demais medidas seriadas da CI (P<,1) A diferença CVL-CVF (em litros) apresentou apenas fraca correlação com a variação da CI durante o TC6min (r=-,38; P=,6) Conclusão: De acordo com os resultados do estudo que compõe essa Dissertação , a diferença CVL-CVF apresenta fraca correlação com o desenvolvimento de HD avaliada por meio da CI durante o TC6 em pacientes com DPOCItem Mínima diferença importante de dois testes de força muscular de quadríceps femoral em pacientes com DPOC(2020-12-17) Martins, Laís Carolini Santin; Pitta, Fábio de Oliveira; Furlanetto, Karina Couto; Castro, Larissa Araújo deIntrodução: A avaliação da força do quadríceps femoral é recomendada por diretrizes internacionais para avaliar os resultados de programas de treinamento físico (TF) em pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC). Sua melhora é uma característica comum após o TF; no entanto, um valor que representa sua mínima diferença importante (MDI) ainda não foi identificado. Objetivo: Portanto, nosso objetivo foi identificar a MDI de dois métodos de avaliação da melhora da força de quadríceps femoral após um programa de TF de alta intensidade em indivíduos com DPOC, utilizando o teste de 1 repetição máxima (1RM) e contração isométrica voluntária máxima (CIVM). Métodos: Indivíduos com diagnóstico de DPOC estável de moderada a muito grave foram submetidos a um programa de TF de alta intensidade composto por exercícios em esteira e bicicleta associados a exercícios de fortalecimento muscular (3 dias / semana, 3 meses, 36 sessões). Avaliações da função pulmonar (espirometria), capacidade de exercício (teste de caminhada de 6 minutos [TC6min]) e força de quadríceps femoral (teste de 1RM realizado em um multigym e CIVM utilizando uma célula de carga) foram realizadas no início e após 12 semanas TF. Resultados: Vinte e um indivíduos (11 homens, 65 ± 8 anos, volume expiratório forçado no primeiro segundo 51 ± 16% previsto, TC6min 478 ± 56 metros) foram estudados. Ao final do programa de TF, a força do quadríceps femoral melhorou significativamente (8 ± 6 kg para 1RM e 10 ± 4 Nm para CIVM), assim como o TC6min (26 ± 43 m) (P <0,05 para todos). A MDI para melhora da força do quadríceps femoral calculado por métodos distribution- based encontra-se entre 9,4 a 16 Nm para a CIVM ou aumento entre 7,4% e 12,6% do valor basal, enquanto que para o teste de 1RM os valores foram entre 2,5 a 3 kg ou incremento na força muscular entre 12% e 15%. Estas MDIs não puderam ser calculadas por meio do método anchor-based. Conclusões: Esses resultados indicam que a MDI para melhora da força do quadríceps femoral após um programa de TF de alta intensidade em indivíduos com DPOC estável de moderada a grave situa-se entre 9,4 e 16 Nm para a CIVM medida com uma célula de carga, e 2,5 e 3 kg para o teste de 1RM.Item Novos aspectos da atividade física na vida diária e capacidade de exercício na DPOC : gasto energético andando por minuto e relação com a aderência a um programa de treinamento físico(2021-02-21) Brito, Igor Lopes de; Pitta, Fábio de Oliveira; Furlanetto, Karina Couto; Rodrigues, Antenor Luiz Lima; Sant’Anna, Thaís Jordão Perez; Lorenzo, Valéria Amorim Pires DiIntrodução: A presente tese de doutorado teve como objetivo geral contribuir cientificamente com uma nova perspectiva relativa ao nível de atividade física da vida diária (AFVD) em indivíduos com doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) e compreender aspectos que influenciam na aderência a um programa de treinamento físico nessa população. Dessa forma, dois estudos foram desenvolvidos e são apresentados nesta tese, que tiveram como objetivos: estudo 1) descrever e comparar gasto energético (GE)/minuto caminhando e em diferentes posturas corporais em indivíduos com DPOC; e investigar se o GE/minuto caminhando é um preditor da classificação desses indivíduos como fisicamente ativos ou inativos de acordo com a classificação do American College of Sports Medicine (ACSM); e estudo 2) verificar se completar um programa de treinamento físico de alta intensidade em indivíduos com DPOC estável se associa aos quadrantes propostos no mapa conceitual de Koolen et al., a saber: capacidade de exercício (CE) e atividade física (AF) preservadas (em inglês: can do, do do); CE preservada e AF comprometida (can do, don’t do); CE comprometida e AF preservada (can’t do, do do); e CE e AF comprometidas (can’t do, don’t do). Métodos: No estudo (1) foi realizada uma avaliação objetiva da AFVD com dois monitores de atividade física, um que avalia as posições corporais e atividades, e o outro que avalia o gasto energético minuto-a-minuto. Os dois aparelhos foram sincronizados para avaliar o gasto energético em cada posição e atividade corporal. Em seguida os pacientes foram classificados como ativos e inativos fisicamente de acordo com as recomendações do ACSM. No estudo (2) os indivíduos com DPOC foram separados de acordo com os quadrantes que levam em consideração capacidade de exercício e atividade física da vida diária preservada ou comprometida, e realizaram um programa de treinamento físico de alta intensidade de 12 semanas. Ao final do programa foi observado se cada indivíduo de cada quadrante completou o protocolo proposto de treinamento físico. Resultados: O estudo (1) mostrou que o GE/minuto andando foi maior no grupo de indivíduos fisicamente ativos em relação aos inativos (2,8 [2,4 – 3,4] vs 2,4 [2,2 – 2,6] kcal/min; P<0,05) e que o gasto energético durante a caminhada é um preditor independente para a classificação como fisicamente ativo de acordo com o ACSM. O estudo mostrou também que o aumento de 1 quilocaloria/minuto andando aumenta 18 vezes a chance de o indivíduo ser classificado com ativo. Já o estudo (2) mostrou que o grupo que apresenta CE e AFVD preservadas na avaliação basal tem menor proporção de indivíduos que completam o programa de treinamento físico (58%) em relação aos grupos com apenas AFVD comprometida (80%), apenas CE comprometida (70%) e CE+AFVD comprometidas (78%) (V Cramer = 0,19; P=0,002). Conclusão: Os artigos científicos apresentados nesta tese mostraram que: 1) o gasto energético por minuto andando é um preditor significativo da classificação dos indivíduos com DPOC como fisicamente ativos, independente do tempo dispendido para a atividade; e 2) capacidade de exercício e nível de atividade física preservados ao início de um programa de reabilitação pulmonar são fatores associados com a falta de aderência em um programa de treinamento físico em indivíduos com DPOC.Item Quantos dias de monitorização são necessários para avaliar o sedentarismo em indivíduos com DPOCBertoche, Mariana Pereira; Pitta, Fábio de Oliveira [Orientador]; Furlanetto, Karina Couto; Mantoani, Leandro Cruz; Schneider, Lorena Paltanin; Furlanetto, Karina Couto [Coorientadora]Resumo: Introdução: Uma proporção considerável de indivíduos com doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) é caracterizada por inatividade física e também por comportamento sedentário na vida diária Ambas as características estão associadas ao maior risco de mortalidade destes indivíduos No entanto, diferentemente da avaliação do nível de atividade física na vida diária, ainda não foi sugerida uma padronização na avaliação do comportamento sedentário nesta população Objetivo: Definir o número de dias necessários para avaliação transversal objetiva do comportamento sedentário em pacientes DPOC Métodos: Neste estudo transversal, indivíduos com DPOC foram submetidos à avaliação do comportamento sedentário utilizando dois acelerômetros por sete dias consecutivos durante o tempo acordado O tempo gasto/dia em atividades =1,5 equivalentes metabólicos (METs) e nas posturas sentada, deitada e sentada + deitada foram calculados pela média de sete dias (como referência para todas as análises) e por todas as 119 combinações possíveis de dois a seis dias Análises de regressão linear simples e coeficiente de correlação intraclasse (ICC) foram realizadas para todas as combinações de dias Resultados: Foram estudados 91 indivíduos com DPOC (47 mulheres, 66±9 anos, IMC 27±5 kg/m², VEF1 5±23 %predito) Para avaliar o sedentarismo por meio do tempo gasto em atividades =1,5 METs e tempo gasto na postura sentada, qualquer combinação de pelo menos quatro dias de avaliação foi suficiente para refletir adequadamente a média de sete dias (R² ajustado=929; ICC=962; P<1 para todos) Para a avaliação das posturas deitada e deitada + sentada, apenas dois dias de avaliação foram suficientes (R² ajustado=937; ICC=968; P<1 para todos) Os resultados se mantiveram independentemente do dia da semana, do sexo, da gravidade da doença e/ou da ocorrência de cochilos diurnos Conclusão: A média de quatro dias de monitorização objetiva é suficiente para refletir os resultados de uma semana de avaliação do tempo sentado e em atividades =1,5METs, enquanto a média de dois dias é suficiente para o tempo deitado e deitado + sentado Esses resultados foram independentes do dia da semana, do sexo, da gravidade da doença e/ou da ocorrência de cochilos diurnosItem Redução do nível de atividade física na vida diária e seus fatores determinantes em tabagistas sem obstrução ao fluxo aéreoFurlanetto, Karina Couto; Pitta, Fábio de Oliveira [Orientador]; Teixeira, Denilson de Castro; Souza, Shirley Aparecida Fabris deResumo: Introdução: A quantificação detalhada, objetiva e controlada do nível de inatividade física na vida diária em tabagistas sem obstrução ao fluxo aéreo ainda não foi realizada O presente estudo objetivou avaliar o nível de atividade física na vida diária de tabagistas adultos sem obstrução ao fluxo aéreo em comparação com uma amostra pareada de não tabagistas, assim como investigar seus determinantes em tabagistas Métodos: Sessenta tabagistas (idade 5[39-54] anos) e 5 não tabagistas (idade 48[4-53] anos) pareados por gênero, idade, características antropométricas, grau de escolaridade, tipo de emprego e estações do ano no período de avaliação Foram avaliados nesse estudo transversal considerando seu nível de atividade física na vida diária com um contador de passos (pedômetro Yamax Digiwalker SW-2), além da avaliação de função pulmonar, capacidade funcional de exercício (teste da caminhada de 6 minutos, TC6), qualidade de vida (questionário SF-36), ansiedade (State-Trait Anxiety Inventory), depressão (Beck Depression Inventory), nível de monóxido de carbono expirado, dependência nicotínica (escala de Fagerström) e hábitos tabágicos Resultados: Tabagistas caminharam menos na vida diária do que não tabagistas (7923±3558 vs 9553±3637 passos/dia, respectivamente), além de apresentar também pior função pulmonar, TC6, qualidade de vida, ansiedade e depressão (p<5 para todos) A análise de regressão linear múltipla identificou o TC6min, escala de Borg (fadiga), o auto relato de motivação e comportamento de atividade física e de doença cardíaca como determinantes do número de passos/dia em tabagistas (r2 parcial=12, 14, 13 e 5; b=17, -112, 197 e -233 passos/dia, respectivamente; p<2 para todos; r2 ajustado total do modelo=34; p<1) Conclusões: Tabagistas adultos sem obstrução ao fluxo aéreo apresentam redução do nível de atividade física diária Capacidade funcional de exercício, sensação prolongada de fadiga, aspectos de motivação e comportamento de atividade física e doença cardíaca são determinantes significativos da atividade física na vida diária em tabagistasItem Tradução, adaptação transcultural e validação da versão em português do Brasil da escala de medo e escala de descontrole relacionado à COVID-19: um estudo multicêntrico(2022-10-18) Almeida, Rafaela Cristina de; Mantoani, Leandro Cruz; Furlanetto, Karina Couto; Bisca, Gianna Kelren WaldrichIntrodução: A pandemia de COVID-19 tem acarretado efeitos desfavoráveis a saúde mental da população como medo, ansiedade e descontrole emocional. Frente a isso, instrumentos têm sido desenvolvidos para investigação destes aspectos. Objetivos: Realizar a tradução e a adaptação transcultural da Escala de Medo e da Escala de Descontrole para o idioma português do Brasil, bem como investigar sua validade na população brasileira. Metodologia: Estudo multicêntrico internacional que investigou os efeitos da pandemia de COVID-19 na saúde da população. Duas escalas que avaliassem o medo e descontrole foram criadas em inglês. As versões em inglês das Escala de Medo e Descontrole passaram por um processo de tradução para a língua portuguesa do Brasil, realizada por dois tradutores bilingues (um nativo na língua alvo), seguido por uma retrotradução ao idioma original, retificação de discrepâncias e obtenção de uma versão semifinal para a aplicação de um piloto para então a obtenção da versão final. A coleta de dados se deu através de um questionário disponibilizado on-line, no qual os participantes responderam aos instrumentos autorrelatados sobre seus sentimentos de medo e descontrole frente a pandemia de COVID-19. Foram conduzidas Análise Fatorial Exploratória (AFE) e Confirmatória (AFC) das escalas, além da avaliação da validade convergente e confiabilidade interna. Resultados: Um total de 451 indivíduos brasileiros foram incluídos no estudo. A maioria do sexo feminino (70%), com menos de 25 anos (22%), empregados (68%) e com alto nível educacional (90%). Após a AFE os itens com carga fatorial =0,4 foram eliminados e a variância total explicada foi de 67% na Escala de Medo e de 62% na Escala de Descontrole. Ambas as escalas apresentaram Alpha de Cronbach = 0,9. A Escala de Medo e de Descontrole se correlacionaram de forma moderada com o Patient Health Questionnaire (PHQ-4) (r=0,54 e r=0,69, respectivamente). Conclusão: As escalas investigadas apresentaram propriedades psicométricas satisfatórias, podendo ser usadas para acessar sintomas de medo e descontrole frente a pandemia de COVID-19 na população brasileira.Item Uso da escala Borg dispneia para identificar hiperinsuflação dinâmica durante o TC6min em indivíduos com DPOC estável moderada a grave(2022-06-20) Freitas, Ana Paula Vicentin Melendi de; Pitta, Fábio de Oliveira; Furlanetto, Karina Couto; Corso, Simone Dal; Belo, Letícia FernandesIntrodução: A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) é uma das principais causas de morbimortalidade no mundo, e cursa com sintomas pulmonares e extrapulmonares. A dispneia é o principal sintoma pulmonar da doença e um preditor independente de mortalidade. A literatura mostra que a hiperinsuflação dinâmica (HD) pode ser um dos principais determinantes da dispneia e sua avaliação pode contribuir para o melhor gerenciamento da doença. No entanto, métodos atuais para identificação de hiperinsufladores necessitam de equipamento espirométrico adequado e profissionais muito bem treinados, o que muitas vezes se mostra de difícil acesso na prática clínica. Levando em conta a relação entre HD e dispneia, seria de grande valia clínica desenvolver um método mais simples e acessível (e.g., utilizando a escala de Borg dispneia) que identificasse hiperinsufladores durante o esforço. Objetivos: Encontrar um ponto de corte para escala de Borg dispneia (BORG-D) avaliada durante o TC6min, que identifique indivíduos com DPOC (homens e/ou mulheres) que hiperinsuflam durante o esforço; e comparar os desfechos clínicos (i.e., antropométricos, de função pulmonar e capacidade de exercício) dos homens e mulheres, a fim de identificar diferenças entre eles. Métodos: Este estudo transversal foi desenvolvido com uma sub-análise de dados retrospectivos coletados previamente para um estudo desenvolvido no Laboratório de Pesquisa em Fisioterapia Pulmonar da Universidade Estadual de Londrina. Indivíduos com DPOC foram avaliados quanto à função pulmonar (espirometria e pletismografia), capacidade de exercício (teste de caminhada de seis minutos [TC6min]), dispneia durante o TC6min por meio da BORG-D e HD (manobras seriadas de capacidade inspiratória [CI]) realizadas durante o TC6min). HD foi definida quando houvesse redução pós-6MWT da CI = 150 ml ou 10% em relação ao pré-test (repouso). O ponto de corte foi determinado pela área sob a curva (AUC) da curva característica de operação do receptor (ROC). Diferenças entre os sexos foram analisadas por testes paramétricos, não-paramétricos e qui-quadrado, de acordo com a natureza da variável e a normalidade na distribuição dos dados. Resultados: 24 indivíduos com DPOC (67±7 anos; VEF1 56±18 %previsto), sendo que 18 deles (i.e., 75% da amostra) apresentaram HD durante o TC6min. Quando comparados, homens (n=13) e mulheres (n=11) da amostra apresentaram diferença de idade (69±5 vs 64±7 anos, respectivamente), VEF1 (47±14 vs 64±17 %predito), hiperinsuflação estática (índice VR/CPT 53±6 vs 46±7) e variação pós-pré da saturação periférica de oxigênio (-6±3 vs -2±3%) (P <0,05 para todas). O ponto de corte para a variação pós-pré TC6min da escala de BORG-D foi de 2,75 pontos para homens (AUC: 0,84; sensibilidade: 81%; especificidade: 100%). Não foi encontrado um ponto de corte estatisticamente satisfatório para mulheres. Conclusão: Uma variação =2,75 (ou 3) pontos na escala BORG-D no pós-pré TC6min é capaz de identificar homens com DPOC moderada-grave que hiperinsuflam durante o teste. Não houve ponto de corte satisfatório para as mulheres, embora o grupo feminino apresentasse doença mais leve. Novos estudos poderão investigar um ponto de corte para mulheres com doença moderada-grave, assim como identificado nos homens.