Atividade física na vida diária e comportamento sedentário de pacientes com DPOC : mortalidade, perfil dos pacientes e impacto da variação sazonal e do uso de equipamentos portáteis

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Resumo: Introdução: A quantificação detalhada, objetiva e padronizada do nível de atividade física na vida diária (AFVD) de pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) permitiu identificar que desfechos clínicos relevantes estão associados com o padrão de comportamento inativo desses pacientes Apesar da crescente relevância de diferentes aspectos da AFVD no mundo científico e na rotina clínica, muitas lacunas sobre este tema ainda existem na literatura atual Questões importantes precisam ser melhor elucidadas em pacientes com DPOC com base em evidências sólidas, como a associação entre inatividade e mortalidade, uma melhor definição do perfil da população, e o grau de influência de variações sazonais e do uso de equipamentos portáteis Adicionalmente, os termos “sedentarismo” e “inatividade física” são comumente e erroneamente considerados como sinônimos A presente tese de doutorado foi desenvolvida com o intuito de contribuir com evidências científicas envolvendo questões relativas à mortalidade, perfil dos pacientes e impacto da variação sazonal e do uso de equipamentos portáteis sobre a AFVD de pacientes com DPOC Métodos: Quatro estudos foram desenvolvidos, sendo 3 artigos originais e 1 artigo de revisão de literatura Os dois primeiros estudos abordam as formas e pontos de corte para identificar os pacientes com DPOC que apresentam padrão de comportamento sedentário, inativo ou ativo Os outros dois estudos abordam o impacto de dois fatores sobre a AFVD que ainda não estão bem estabelecidos, como a sazonalidade e o uso de equipamentos portáteis Foram desenvolvidos: (1) um estudo retrospectivo de coorte (n=11) para identificar um ponto de corte de comportamento sedentário em pacientes com DPOC e investigar sua associação com a mortalidade em um follow-up de 5 anos; (2) um estudo transversal (n=14) para comparar o perfil de pacientes com DPOC considerados fisicamente ativos ou inativos de acordo com diferentes classificações do nível de AFVD; (3) um estudo prospectivo de coorte para investigar a variabilidade da AFVD causada pela sazonalidade (verão e inverno) em pacientes com DPOC que vivem em regiões do mundo com diferentes características climáticas (Londrina, Brasil [n=19] e Leuven, Belgica [n=18]); e (4) um estudo de revisão de literatura que investiga se a utilização de equipamentos portáteis, como a oxigenoterapia domiciliar ou a ventilação não-invasiva (VNI) influenciam no aumento ou redução do nível de AFVD, e neste caso, de pacientes mais graves Resultados: O estudo (1) concluiu que 8:3 horas/dia em atividades que requerem <1,5 equivalente metabólico (MET) é um ponto de corte capaz de identificar pacientes com DPOC sedentários e que apresentam maior risco de mortalidade Este estudo também mostrou que cada hora/dia gasta em atividades <1,5 MET aumenta o risco de mortalidade em 42% O estudo (2) identificou que, independente do método de classificação utilizado, pacientes com DPOC fisicamente ativos são caracterizados por melhor capacidade de exercício, função pulmonar, composição corporal e estado funcional quando comparados a pacientes fisicamente inativos Adicionalmente, pacientes fisicamente ativos são possivelmente também caracterizados por melhor força muscular periférica e expiratória e qualidade de vida, além de menor prevalência de doença cardíaca estável e risco de mortalidade O estudo (3) mostrou que a AFVD dos pacientes com DPOC reduz no período do inverno em ambas as regiões do mundo, e de forma mais acentuada em pacientes brasileiros Além disso, identificou que pacientes brasileiros são mais ativos que pacientes belgas mesmo após o ajuste para as variáveis climáticas Por fim, o estudo de revisão de literatura (4) identificou que pacientes com DPOC que utilizam oxigenoterapia ou VNI domiciliar apresentam a AFVD ainda mais comprometida do que pacientes que não se utilizam desses equipamentos Possivelmente, fornecer equipamentos mais leves de oxigenoterapia não seja suficiente para reverter o comportamento sedentário Adicionalmente, diferentes estudos mostraram que intervenções com implementação de 3 meses de VNI noturna parecem aumentar a AFVD de pacientes com hipercapnia Conclusões: Os quatro artigos científicos desenvolvidos apresentam conclusões clinicamente relevantes e mostram que os fatores pesquisados nesta tese impactam na AFVD dos pacientes com DPOC A associação entre mortalidade e o ponto de corte para sedentarismo proposto sugere que estratégias para reduzir o comportamento sedentário podem aumentar a sobrevida desses pacientes Além disso, estratégias que encorajam o paciente com DPOC a se tornar fisicamente mais ativo são fortalecidas com as evidências encontradas por meio da comparação entre os pacientes fisicamente inativos ou ativos Por fim, as variações no clima e o uso de equipamentos portáteis como a oxigenoterapia domiciliar e a ventilação não invasiva noturna devem ser considerados nas avaliações futuras dos pacientes com DPOC pois são fatores que influenciam a atividade física diária Novas pesquisas em pacientes com DPOC são incentivadas, de forma que no futuro seja possível determinar quais formas de intervenção que objetivam o aumento da atividade física e a redução do sedentarismo podem resultar em benefícios reais para a saúde desses pacientes

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Palavras-chave

Pulmões, Doenças obstrutivas, Exercícios físicos, Mortalidade, Sedentarismo, Diseases, Obstructive, Physical exercises, Exercise equipment industry, Lungs

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