Novos aspectos da atividade física na vida diária e capacidade de exercício na DPOC : gasto energético andando por minuto e relação com a aderência a um programa de treinamento físico
Data
2021-02-21
Autores
Brito, Igor Lopes de
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Resumo
Introdução: A presente tese de doutorado teve como objetivo geral contribuir cientificamente com uma nova perspectiva relativa ao nível de atividade física da vida diária (AFVD) em indivíduos com doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) e compreender aspectos que influenciam na aderência a um programa de treinamento físico nessa população. Dessa forma, dois estudos foram desenvolvidos e são apresentados nesta tese, que tiveram como objetivos: estudo 1) descrever e comparar gasto energético (GE)/minuto caminhando e em diferentes posturas corporais em indivíduos com DPOC; e investigar se o GE/minuto caminhando é um preditor da classificação desses indivíduos como fisicamente ativos ou inativos de acordo com a classificação do American College of Sports Medicine (ACSM); e estudo 2) verificar se completar um programa de treinamento físico de alta intensidade em indivíduos com DPOC estável se associa aos quadrantes propostos no mapa conceitual de Koolen et al., a saber: capacidade de exercício (CE) e atividade física (AF) preservadas (em inglês: can do, do do); CE preservada e AF comprometida (can do, don’t do); CE comprometida e AF preservada (can’t do, do do); e CE e AF comprometidas (can’t do, don’t do). Métodos: No estudo (1) foi realizada uma avaliação objetiva da AFVD com dois monitores de atividade física, um que avalia as posições corporais e atividades, e o outro que avalia o gasto energético minuto-a-minuto. Os dois aparelhos foram sincronizados para avaliar o gasto energético em cada posição e atividade corporal. Em seguida os pacientes foram classificados como ativos e inativos fisicamente de acordo com as recomendações do ACSM. No estudo (2) os indivíduos com DPOC foram separados de acordo com os quadrantes que levam em consideração capacidade de exercício e atividade física da vida diária preservada ou comprometida, e realizaram um programa de treinamento físico de alta intensidade de 12 semanas. Ao final do programa foi observado se cada indivíduo de cada quadrante completou o protocolo proposto de treinamento físico. Resultados: O estudo (1) mostrou que o GE/minuto andando foi maior no grupo de indivíduos fisicamente ativos em relação aos inativos (2,8 [2,4 – 3,4] vs 2,4 [2,2 – 2,6] kcal/min; P<0,05) e que o gasto energético durante a caminhada é um preditor independente para a classificação como fisicamente ativo de acordo com o ACSM. O estudo mostrou também que o aumento de 1 quilocaloria/minuto andando aumenta 18 vezes a chance de o indivíduo ser classificado com ativo. Já o estudo (2) mostrou que o grupo que apresenta CE e AFVD preservadas na avaliação basal tem menor proporção de indivíduos que completam o programa de treinamento físico (58%) em relação aos grupos com apenas AFVD comprometida (80%), apenas CE comprometida (70%) e CE+AFVD comprometidas (78%) (V Cramer = 0,19; P=0,002). Conclusão: Os artigos científicos apresentados nesta tese mostraram que: 1) o gasto energético por minuto andando é um preditor significativo da classificação dos indivíduos com DPOC como fisicamente ativos, independente do tempo dispendido para a atividade; e 2) capacidade de exercício e nível de atividade física preservados ao início de um programa de reabilitação pulmonar são fatores associados com a falta de aderência em um programa de treinamento físico em indivíduos com DPOC.
Descrição
Palavras-chave
Doença pulmonarobstrutiva crônica, Treinamento físico, Atividade física da vida diária, Atividade física - Doença pulmonar obstrutiva crônica, Atividade física - Aspectos da saúde, Treinamento esportivo