02 - Mestrado - Letras
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Navegando 02 - Mestrado - Letras por Autor "Alves, Regina Célia dos Santos [Orientador]"
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Item Alteridade e (re)(des)construção da identidade em Clarice Lispector : um estudo de A paixão segundo G.HCarmona, Gustavo Fujarra; Alves, Regina Célia dos Santos [Orientador]; Limoli, Loredana; Cézar, Adelaide CaramuruResumo: O presente estudo objetiva analisar como se dá a (re) (des) construção do “eu” , enquanto identidade, no romance A Paixão Segundo GH de Clarice Lispector diante da crise dos valores e da linguagem, criada a partir da perspectiva psico-filosófica da alteridade Para tanto, buscaremos apoio na perspectiva de Nietzsche e Montaigne acerca da linguagem e dos “valores morais e sociais” e nos apontamentos de Julia Kristeva, Paul Ricoeur e de Freud a respeito da condição de “estrangeiro” em relação ao mundo que cerca o homem, além do trabalho relativo à fortuna crítica acerca da obra de Clarice Lispector Objetivamos, deste modo, expor a forma como Clarice Lispector articula, na multiplicidade de sua narrativa, o encontro entre esferas distintas, permitindo assim a subjetivação e renovação do passado e a criação de novos signos, que neutralizam e implodem a noção logicista e atomicista de “eu”, assim como as noções de verdade, de significados e valores, por vezes, cristalizadosItem A bagaceira : marco móvel e literárioLima, Elaine Aparecida; Alves, Regina Célia dos Santos [Orientador]; Maretti, Maria Lídia Lichtscheidi; Corrêa, Alamir AquinoResumo: O caráter relevante desta proposição pauta-se pela existência de discursos quase sempre negativistas entre as vozes críticas que se ocuparam de A Bagaceira Ao abordarem esse romance, os críticos parecem permanecer distantes da "realidade" da obra, ficando longe de uma abordagem plausível com a importância histórico-literária da mesma Termos como: romance da seca, linguagem direta, realismo primário, alta dose de pitoresco, personagens sem humanidade, personagens divididos enormemente entre bons e maus etc, são clichês que revelam a leitura que se vem fazendo do romance A consideração de que ler A Bagaceira implica o confronto com a história e com a crítica literárias, portanto, alicerça-se na certeza da necessidade de revisão da compreensão acima referida Porque existem afirmações que, de tão repetidas, tomam face de verdades, precisando ser refutadas para que haja uma diferenciada compreensão do romance Admitindo esta necessidade, o presente estudo terá como direção empreender uma leitura das leituras e, nessa revisão da crítica, reler o denominado romance marco da geração de trinta Até que ponto A Bagaceira é, verdadeiramente, o romance da seca? Como se aproxima ou se distancia de vinte e dois e do naturalismo? Como se formam as antíteses entre Brejo X Sertão e Natureza X Estrutura social? A questão social supera a questão regional na obra? Como a linguagem utilizada corrobora para o objetivo final do romance? Estas serão algumas questões que revisitar-se-á na crítica e na obra, tendo por tese a idéia de que José Américo de Almeida, assim como ocorreu a Monteiro Lobato, sentiu o peso de fazer-se menos ousado, lingüisticamente falando, do que seus antecessores da semana de arte moderna (o que não faz seu romance naturalista), bem como sofreu as conseqüências do rótulo de um romance da seca, capaz de encobrir um romance que soube exaltar o brejo como aspecto natural, mas que soube, também, revelar a estrutura social errante que massacra "retirantes, naufragados ou refugiados na bagaceira, na terra fresca e úmida, estranha e quase adversa para eles, que é o brejo" (QUEIROZ, 1978, p16) Um romance além do regional, brasileiro Desde a questão temática ao problema da linguagem, trilhando a localização do livro no mapa histórico-literário brasileiro, quase tudo se conserva em aberto e passível de debates, motivo gerador da proposta de um estudo de tom prioritariamente contestatório Intui -se uma leitura que desarticule preconceitos repetidos, que discuta o herói problemático, a estrutura antitética da obra, que não deixe o homem político de José Américo de Almeida fazer o leitor esquecer o texto, regressando a um biografismo infecundo e retrógradoItem De norte a sul, quadros e costumes históricos do Brasil : o olhar de Marques RebeloBergamini, Claudia Vanessa; Alves, Regina Célia dos Santos [Orientador]; Vidal, Ariovaldo José; Simon, Luiz Carlos Santos; Limoli, Loredana; Corrêa, Regina Helena Machado AquinoResumo: Este trabalho tem por objetivo analisar as crônicas do livro Cenas da vida brasileira do autor carioca Marques Rebelo Tendo sua primeira publicação em 1951, o livro traz crônicas que cristalizam o tempo e os lugares de que falam Nelas, o olhar do autor captou as cidades como lugares em que circulam diferentes tipos sociais, cada qual com seus valores, sua cultura, seus costumes Nessas construções, que são formadas por pessoas, cada um apreende os lugares a partir de sua percepção E é a percepção de Marques Rebelo sobre as cidades que se busca analisar neste estudo Para tanto, foi realizada uma pesquisa de cunho bibliográfico, a fim de discutir a cidade como um lugar em construção, repleto de tensões e de marcas que vão da modernidade ao atraso A relação entre a crônica e a cidade é intensa, pois esta se mostra como matéria viva para o cronista que a descreve, revelando-a, transpondo em palavras a realidade visível e invisível das cidades Os resultados obtidos por meio da análise das crônicas estão apresentados em quatro capítulos No primeiro deles, discute-se a cidade, que se oferece ao cronista como labiríntica, enigmática, como uma sedutora, que pede para ser eternizada nos textos Os demais capítulos tratam das temáticas identificadas nas crônicas, como a crítica à Igreja; a chegada da modernidade nas capitais brasileiras; os atrasos cultural e social do interior do Brasil e o lamento acerca dos males que o progresso traz à natureza Quanto ao estilo do autor, a linguagem das crônicas revela um cronista que se vale de ironia, para expor a crítica sobre as questões tratadas; vale-se de um estilo moderno, com textos curtos, às vezes, com aspecto de inacabados e, por fim, marca o estilo de Rebelo cronista um lirismo, cuja inspiração vem da natureza, cenário valorizado como o lugar do equilíbrio, do sossego e da paz que, modernizadas, as cidades já não podem mais oferecerItem Delineamento literário contemporâneo no romance : a fúria do corpo de João Gilberto NollFerraz, Flávia Heloísa Unbehaum; Alves, Regina Célia dos Santos [Orientador]; Simões Junior, Álvaro Santos; Simões, Luiz Carlos SantosResumo: Esta Dissertação sugere o romance A fúria do corpo (1981), de João Gilberto Noll, como uma obra referencial para a compreensão do delineamento literário contemporâneo Quando lançado há trinta anos, a literatura de engajamento político ainda era uma forte vertente literária e o romance de Noll chamou a atenção da crítica e dos leitores pela sua linguagem transgressora e lírica, em que o violento e o poético fundiam-se constantemente, sugerindo o início do distanciamento daquela vertente política rumo a um “engajamento propriamente literário”, isto é, voltado para o resgate da linguagem narrativa poética como meio de debate da delicada condição humana na contemporaneidade Neste sentido, voltamos nosso olhar para o romance e seu contexto de formação e deles extraímos observações sobre algumas das principais características das narrativas contemporâneas como a reinvenção narrativa, o uso da violência, do erotismo e do corpo tomados como linguagem, refúgio e resistência de um sujeito/ narrador que se reconstrói continuamente na movimentação que empreende para tentar se ajustar à insegurança da realidade presenteItem O espaço urbano em alguns contos de Adelino Magalhães (1887-1969)Putton, Maria Esther; Alves, Regina Célia dos Santos [Orientador]; Carvalho, Neuza Ceciliato de; Zappone, Mirian Hisae YaegashiResumo: Este trabalho consiste em analisar a representação do espaço urbano na contística de Adelino Magalhães A reestruturação física e social colocada em prática no Rio de Janeiro no final do século XIX resultou no crescimento desordenado e repentino da cidade e na alteração das antigas relações estabelecidas entre a população e o espaço urbano Por meio de uma linguagem essencialmente plástica, sensorial e metafórica, o autor reproduz o comportamento dos moradores da cidade, forçados a se adaptarem a novas regras de trabalho e ficando à mercê de um novo padrão de conduta pessoal, amparado em modelos transpostos de países europeus, que objetivavam a rápida e definitiva cosmopolitização da sociedade cariocaTrata-se de um estilo composicional que não privilegia o registro objetivo ou racional do espaço A liberdade em reelaborar a linguagem permite que as imagens que reconstroem a realidade urbana revelem, especialmente, as impressões e sensações experimentadas pelo contato com o ambiente social O estudo das representações espaciais em Magalhães concentra-se, sobretudo, na análise dos contos "Gari", "Darcilinha" "O suicídio da Engole-homem", "Lembranças à Matilda" e "Um prego! Mais outro prego!" Tarefa que conta previamente com a abordagem teórica das formas de recriação do espaço observadas na literatura e pesquisas que mostram como, por meio das relações citadinas, o espaço urbano moderno foi se configurando através dos séculos Para melhor compreendermos o estilo de representação do autor, reportar-nos-emos a obras literárias ambientadas no Rio de Janeiro desde o século XIX até o início do século XX, período em que Magalhães publica suas primeiras coletâneas de contos Além disso, o trabalho contempla o estudo de conteúdos histórico-sociais que oferecem retratos do Rio de Janeiro durante a Belle Époque com a finalidade de entender os desajustes e conflitos por que se pautavam as relações entre o espaço e os moradores Para a compreensão do posicionamento atual de Adelino Magalhães na literatura brasileira, apresentaremos a opinião da crítica sobre o período que precedeu o movimento modernista, bem como a caracterização dos recursos estéticos de reconstrução da realidade empregados pelo autorItem Os filmes de papel de André de Leones : quando literatura e cinema se encontramSouza, Gustavo Ramos de; Alves, Regina Célia dos Santos [Orientador]; Campigotto, Clelia Maria L. de M. e; Rio Doce, Cláudia CamardellaResumo: Esta Dissertação nasceu da seguinte inquietação: compreender como a ficção brasileira contemporânea tem absorvido e reelaborado a contaminação que sofre do cinema Afinal, tendo em vista o lugar-comum segundo o qual vivemos atualmente na “sociedade da imagem”, nossa preocupação é examinar de que modo a literatura mimetiza a linguagem cinematográfica, joga com suas propriedades, tenta se fazer cinema Para tanto, optamos por dividir o texto em três partes Primeiramente, visamos demonstrar como o cinema surgiu na incipiente sociedade do espetáculo do século XIX e tornou-se uma autêntica forma de arte ao criar uma linguagem própria, a qual foi sedimentada no cinema clássico, entrou em crise no cinema moderno e se emancipou no “pós-cinema” Em seguida, por meio da intermidialidade, investigamos como se dá o fenômeno da hibridização entre cinema e literatura, além de buscarmos o instrumento metodológico para a análise ulterior das obras que compõem o nosso corpus Por fim, com base nas discussões anteriores, a nossa intenção é analisar os romances Hoje está um dia morto (25) e Como desaparecer completamente (21), ambos de autoria do escritor goiano André de Leones É importante ressaltar que, embora busquemos verificar a presença da linguagem cinematográfica em obras literárias, não é de nosso interesse analisar obras fílmicas comparativamente, ou seja, o cinema é visto apenas de uma perspectiva teórica; afinal, o que nos interessa é o objeto literárioItem A modernidade teatral em o homem e o cavalo de Oswald de AndradeFaustino, Frederico Henrique; Alves, Regina Célia dos Santos [Orientador]; Silva, Marta Dantas daResumo: O presente estudo realiza uma análise da obra O homem e o cavalo (1934), de Oswald de Andrade, na tentativa de demonstrar a importância da dramaturgia oswaldiana no processo de modernização do teatro nacional A peça se divide em nove quadros nos quais se constroi uma síntese do processo de formação histórica ocidental A tônica do texto é a desconstrução da sociedade capitalista, que tem em instituições como a religião, o matrimônio e a história os pilares de sua sustentação Nossa leitura aborda, primeiramente, o aspecto formal da referida peça buscando apontar de que maneira a mesma se afasta da dramaturgia clássica e, ao mesmo tempo, quais as características da moderna dramaturgia já presentes no texto de Oswald de Andrade Para tanto nos utilizaremos das contribuições de Peter Szondi sobre a formação do drama moderno, bem como das ideias de Abel e Rosenfeld para o estudo do metateatro e do teatro épico, correntes com as quais nosso objeto de estudo estabelece algumas relações Em seguida nos voltamos para a relação entre as inovações da forma teatral concebidas por Oswald e o seu posicionamento ideológico, que marca fortemente o conteúdo da obra Aqui é mister demonstrar o desejo do autor em produzir um teatro capaz de atuar na conscientização política do povo e gerar uma mudança social, neste sentido a peça se aproxima do posicionamento político de Brecht e do teatro épico Por isso analisaremos os recursos da paródia e da carnavalização no tratamento dado à história com vistas a demonstrar o seu caráter artificial e a provocar uma ação conscientemente transformadora por parte dos homens que a constroem Desta forma pretendemos demonstrar que há em O homem e o cavalo uma síntese muito bem elaborada entre elementos de inovação da forma dramática e o conteúdo ideologicamente marcado pelo posicionamento político de esquerda assumido pelo autor Essa síntese faz com que a peça se transforme em um marco importante na história da dramaturgia brasileira, como precursora no processo de modernização do nosso teatro, que assume sua maturidade com o surgimento de Vestido de Noiva (1943), de Nelson RodriguesItem As obrigações da ordem e os chamados do desejo : a transgressão na obra de Raduan NassarVieira, Miguel Heitor Braga; Alves, Regina Célia dos Santos [Orientador]; Belon, Antônio Rodrigues; Fernandes, Frederico Augusto GarciaResumo: Essa Dissertação é uma leitura crítica da obra de Raduan Nassar (1935) sob a ótica da transgressão Percebeu-se que Lavoura Arcaica (1975), Um copo de cólera (1978) e Menina a caminho (1997) são livros que possuem em comum, dentre outros elementos, o caráter transgressor, de maneira que procuram estabelecer sentidos limítrofes às questões sexuais, religiosas, familiares e sociais representadas pelos narradores nassarianos Dessa forma, procurou-se estudar a transgressão nesses textos mais como indicação de limites que apenas ultrapassagem dos preceitos arraigados pela tradiçãoItem Paisagem e tempo na poesia de Olavo Bilac : expressões da linearidade e do cíclicoSá, Natália Cristina Martins de; Alves, Regina Célia dos Santos [Orientador]; Celano, Diego Emanuel Giménez; Vieira, Miguel Heitor BragaResumo: Este trabalho dedica-se a estudar as figurações da paisagem como elementos geradores de sentido na poesia de Olavo Bilac de modo a entender as significações dos poemas a partir da visão que se atribui às imagens criadas com a passagem do tempo, construindo ideias de linearidade e ciclo na obra Para este estudo, o corpus selecionado foi a antologia Poesias, que reúne poemas de diversas obras de Olavo Bilac, publicada sob a organização de Ivan Teixeira, em 1996 Os poemas trabalhados serão “Solitudo”, “Rio abaixo” e “Quarenta anos”, de Sarças de fogo; em análise comparativa com “O cometa”, “Estuário” e “Frutidoro”, de Tarde, que foram escolhidos por sua expressividade ao significar-se a partir da paisagem, apresentando por vezes situações semelhantes cujo sentido é diferenciado a partir da abordagem das figurações Olavo Bilac foi escolhido para ter sua obra trabalhada devido ao fato de ser considerado o mais importante poeta parnasiano brasileiro, fato consentido nas histórias literárias de Alfredo Bosi (26), Carlos Nejar (27), Luciana Stegagno Picchio (1997) e Afrânio Coutinho (1969); e, ainda assim, não possuir estudos que considerem as figurações das paisagens criadas em sua vasta obra, além de análises que demonstrem a mudança de atitude do poeta em relação ao tratamento de temas semelhantes em diferentes momentos de escrita Assim, a pretensão deste trabalho é estudar como a paisagem atua nestes poemas para além da descrição ou da mera representação do espaço físico e como as figurações demonstram a mudança de atitude que ocorre a partir da maturidade do autor, proporcionando uma ótica que se distancia de uma maneira mais comum de ver os poemas e abarcando diferentes possibilidades de significações atribuídas às temáticas dos poemas trabalhadosItem A paisagem em Valdomiro Silveira : um estudo de contos de LeréiasSilva, Hellyery Agda Gonçalves da; Alves, Regina Célia dos Santos [Orientador]; Cortez, Clarice Zamonaro; Santos, Adilson dosResumo: Este trabalho tem por objetivo investigar como ocorre a configuração da paisagem e a indissociável relação entre personagem e paisagem em alguns contos de Leréias, do autor paulista Valdomiro Silveira Tendo sua primeira publicação em 1945, o livro é composto por 24 contos ou Histórias contadas por eles mesmos, conforme o subtítulo da antologia, as quais trazem por tema o universo cultural do caipira (valores, hábitos, relações interpessoais, de trabalho etc) Diferente de Os caboclos, Mixuangos, Nas serras e nas furnas (e Mucufos), em Leréias todos os contos são narrados em primeira pessoa, sendo o caipira dono e personagem da história Por meio de um trabalho laborioso de observação, pesquisa e análise de dados, Valdomiro Silveira fez disso seu projeto literário A fim de cumprir com o objetivo, foi realizado um estudo de cunho bibliográfico, que está dividido em três momentos: o primeiro traz aspectos biográficos do autor e a recepção crítica de suas obras; o segundo, por estudar a configuração da paisagem, discute espaço e os caminhos para se chegar a um conceito de paisagem e sua relação com a literatura Para isso, foi necessário percorrer diferentes áreas do conhecimento, como geografia, arte e filosofia, apropriando-se dos estudos de Paul Claval, Milton Santos, Yi Fu Tuan, Merleau-Ponty, Anne Cauquelin, Raffaelle Milani e Michel Collot, apenas para citar alguns Para o último momento, foram selecionados cinco contos: “Do pala aberto”; “Na folha larga”; “Sonharada”; “Força escondida” e “Resignado”, nos quais foi verificado o imbricamento entre personagem e paisagem, tendo em vista que esta é constituída por três elementos intrínsecos: local (in situ), percepção (in visu) e representação (in art), propostos por Collot (25) Na literatura de Valdomiro Silveira, a paisagem aparece como um componente determinante de sentido, não apenas como um elemento decorativo ou pano de fundo, uma vez que sua escrita é genuína, nova e peculiar, longe de artificialidades A paisagem evocada nas narrativas apresenta o mundo rural do caipira, o espaço e o sujeito que o integra, com sua bagagem cultural, seus sentimentos e percepções sobre o que vê e sente Acreditamos que a ótica da paisagem aplicada na obra valdomiriana é um dos meios de se evidenciar a singularidade inventiva do autorItem Paródia e transgressão : uma discussão do sujeito nas confissões de RalfoNascimento, Marinêz Andrade do; Alves, Regina Célia dos Santos [Orientador]; Rossoni, Igor; Corrêa, Alamir AquinoResumo: O presente trabalho propõe uma leitura da obra Confissões de Ralfo (uma autobiografia imaginária) sob o ponto de vista da paródia e da carnavalização, recursos que se prestam a expressar o destronamento do sério através do riso Os mesmos recursos trazem também, na obra em questão, uma discussão a respeito da identidade do indivíduo Tal discussão é feita de maneira a desmistificar a idéia de unilateralidade dos modelos que se pretendem singulares Nesse sentido, a paródia exerce função primordial à medida que atua como instrumento de transgressão e carnavalização dos modelos estabelecidos Entretanto, a paródia não se limita a ridicularizar o texto parodiado mas constitui com ele um diálogo que se volta para a realidade e participa de um debate no plano extramural Desse modo, o novo texto torna-se instrumento de questionamento, inclusive em relação ao poder vigente, buscando respaldo na tradição, voltando-se, simultaneamente, à realidade através da provocação irônica da qual tanto o texto paródico quanto o texto parodiado fazem parte, coadunando-se no diálogo polifônicoItem A paulicéia de António de Alcântara MachadoFernandes, Renata Beloni de Arruda; Alves, Regina Célia dos Santos [Orientador]; Rio Doce, Cláudia Camardella; Joanilho, André LuizResumo: Este trabalho tem o objetivo de analisar alguns contos e crônicas do escritor modernista António de Alcântara Machado com o intuito de verificar como sua obra aborda alguns traços da urbanidade de seu momento presente Com isto, pretendemos demonstrar a importância do autor, no que se refere às inovações estéticas e temáticas desenvolvidas nas obras analisadas, para o fortalecimento de uma literatura nacional original Além de registrar o cotidiano urbano da cidade em desenvolvimento, através de seus habitantes e das transformações no cenário físico e comportamental da urbe, o escritor representa de que forma São Paulo inicia o processo progressista do século XXItem O percurso da cidade em romances de Ignácio de Loyola BrandãoBortolotto, Ana Paula Sversuti Gongora; Alves, Regina Célia dos Santos [Orientador]; Corrêa, Alamir Aquino; Franco Junior, ArnaldoResumo: Esta Dissertação tem como objetivo observar o percurso da cidade nos romances Bebel que a cidade comeu (1968), Zero (1975) e Não verás país nenhum (1981), de Ignácio de Loyola Brandão, tendo em vista a força que o espaço urbano exerce na obra do escritor A partir de conceitos como legibilidade da cidade, definido por Kevin Lynch (21), subjetividade das personagens e distopia, busco analisar a representação desse espaço e o modo como ele regula a postura dos indivíduos No decorrer das narrativas, é possível perceber que a cidade se torna cada vez menos legível para seus habitantes, o que resulta na anulação da subjetividade e no sentimento de estar perdido, uma vez que a necessidade de reconhecer o ambiente é essencial para o ser humano sentir-se seguro A falta de legibilidade se acentua nos romances analisados ao mesmo tempo em que a cidade faz um trajeto que a aproxima do caos, o que revela uma progressão distópica, na medida em que o espaço urbano passa a figurar como um lugar de distorção Desse modo, o espaço citadino configura uma distopia, onde não há liberdade, os indivíduos vivem sob um regime autoritário e há pouca ou nenhuma esperança de futuro Com isso, a cidade se distancia de um sentido positivo – o de lugar acolhedor e de oportunidades – e se transforma em um espaço ameaçador para os indivíduos que nela vivemItem Um percurso pelas paisagens de Terra vermelha, de Domingos PellegriniSchiochetti, Vinicius; Alves, Regina Célia dos Santos [Orientador]; Borges Filho, Ozíris; Marques, Bárbara CristinaResumo: A presente Dissertação dedica-se ao estudo da paisagem em Terra vermelha de Domingos Pellegrini O romance publicado no final da década de 199 narra a história de um casal de pioneiros, José e Tiana, que saiu do interior de São Paulo e foi para a recém-fundada cidade de Londrina em busca de melhores condições de vida A narrativa, que chega até ao leitor por meio das memórias dos parentes e amigos do protagonista, vem repleta de paisagens percebidas pelas personagens em suas experiências no Norte do Paraná Destaca-se a percepção, pois essa seria uma característica cara à ideia A paisagem é associada, pelo senso comum, a imagens de natureza exuberante No passado, fora considerada ora como espaço físico, ora como simples representação artística A teoria contemporânea da paisagem, solidificada na década 8, traz uma novidade à conceituação do fenômeno Ancorada na fenomenologia da percepção de Merleau Ponty (214), essa recente vertente teórica considera a paisagem o aspecto sensível do espaço, algo que só ganha existência ao ser percebido por um ser Para Michel Collot (212, 213), estudioso da paisagem a partir da literatura, ela é um conhecimento do homem acerca do mundo, obtido por meio da experiência dele com o seu entorno Considerada por Dardel (211) como um texto a ser lido, a paisagem, em escritos literários, associa-se a outros elementos e coloca-se como imagem simbólica que contribui para a significação da obra Em Terra vermelha, as paisagens, além de fazerem referência ao espaço geográfico da cidade de Londrina, revelam intenções e traços das diferentes personagens que, apesar de relacionarem-se com o mesmo espaço, a terra-vermelha do Norte do Paraná e a jovem cidade, percebem paisagens distintasItem A representação da violência contra a mulher em alguns contos de Marina ColasantiRonqui Oliva, Angela Simone; Alves, Regina Célia dos Santos [Orientador]; Corrêa, Regina Helena Machado Aquino; Rapucci, Cleide AntoniaResumo: O presente trabalho tem o intuito de verificar o tema da violência contra as mulheres presente em alguns contos de Marina Colasanti Nesse sentido, primeiramente, serão abordados alguns aspectos teóricos, como o papel da mulher ao longo da História, o feminismo e a violência contra as mulheres Posteriormente, serão estudados alguns contos presentes nas obras Contos de Amor Rasgados, de 1986, Um Espinho de Marfim e outras histórias, de 1999 e Do seu coração partido (29), analisando como a escritora, por meio de seus contos concisos, consegue exprimir com exatidão e intensidade a temática da violência, seja ela física ou “simbólica”Item A utopia nossa de cada dia : a construção utópica em Estorvo, de Chico BuarqueBeretta, Laysa Louise Silva; Alves, Regina Célia dos Santos [Orientador]; Bellini, Neriney Meira Carneiro; Fernandes, Frederico Augusto GarciaResumo: O presente trabalho nasceu a partir da seguinte inquietação: estaria mesmo a literatura brasileira contemporânea contaminada pelo zeigeist da crise das ideologias, do fim das metanarrativas, enfim, de um mundo pós-utópico? Afinal, Jameson, em A Política da Utopia, observa, não sem pesar, que “a pós-modernidade está paradoxalmente entrelaçada à perda daquele lugar além de toda história (ou depois do seu final) que chamamos de utopia” (26, p16) Nesse sentido, a pesquisa volta-se para Estorvo (1991), o primeiro romance de Chico Buarque, com a pretensão de observar de que forma a utopia está empenhada na composição da narrativa, relativizando assim a afirmação de Jameson Para tanto, reputamos os conceitos de Karl Mannheim, Herbert Marcuse e Ernst Bloch enquanto trajeto para perseguir o componente utópico no romance A Dissertação foi dividida em três partes Primeiramente, buscamos articular as noções de utopia enquanto “espírito incongruente” (Karl Mannheim, 1976), enquanto “resistência” (MARCUSE, 1969) e “imaginação projectiva” (Ernst Bloch, 25) ao texto com a intenção de demarcar um caminho analítico viável com relação à construção utópica Em seguida, a partir de alguns textos que se concentram na literatura brasileira contemporânea, procuramos compreender o lugar devotado à utopia na produção literária recente, além de refletir sobre algumas assertivas feitas pela crítica especializada Por fim e sem deixar de lado as discussões anteriores, voltamo-nos para a análise do romance com a pretensão de elencar ao menos uma exceção ao que se convenciona dissertar com relação à utopia na literatura brasileira atual